CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS DIRETORIA DE PESQUISA E PÓS – GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM MODELAGEM MATEMÁTICA E COMPUTACIONAL UMA ABORDAGEM NUMÉRICA PARA DETERMINAÇÃO DE TENSÕES E DEFORMAÇÕES EM CILINDROS DE LAMINADORES QUÁDRUOS André Luiz Martins Pires Horta CEFET - MG Belo Horizonte 2009 1 André Luiz Martins Pires Horta UMA ABORDAGEM NÚMERICA PARA DETERMINAÇÃO DE TENSÕES E DEFORMAÇÕES EM CILINDROS DE LAMINADORES QUÁDRUOS Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Modelagem Matemática e Computacional do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Modelagem Matemática e Computacional Orientador: Prof. Dr.Yukio Shigaki Co-Orientador:Prof.Dr.Felício Bruzzi Barros Belo Horizonte 2009 2 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS COORDENAÇÃO DO CURSO DE MESTRADO EM MODELAGEM MATEMÁTICA E COMPUTACIONAL UMA ABORDAGEM NÚMERICA PARA DETERMINAÇÃO DE TENSÕES E DEFORMAÇÕES EM CILINDROS DE LAMINADORES QUÁDRUOS Dissertação de Mestrado apresentada por André Luiz Martins Pires Horta, em 31 de março de 2009, ao curso de Mestrado em Modelagem Matemática e Computacional do CEFET-MG, e aprovada pela banca examinadora constituída pelos professores: Prof. Dr.Yukio Shigaki (orientador) Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Dr.Felício Bruzzi Barros ( co-orientador) Universidade Federal de Minas Gerais Prof. Dr. Gray Farias Moita Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Prof. Dr. José Maria Ramón Caccioppoli Universidade Federal de Minas Gerais Visto e permitida a impressão. Belo Horizonte, Prof. Dr. Sérgio Ricardo de Sousa Coordenador do Curso de Mestrado em Modelagem Matemática e Computacional 3 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho A minha esposa e ao meu filho , pela compreensão durante minha ausência nos vários momentos de pesquisa e dedicação no trabalho a esse projeto A minha mãe pelo incentivo e tolerância para com minha ausência, permitindo que eu dedicasse tempo ao estudo. 4 AGRADECIMENTOS Em primeiro momento agradeço a Deus, pela saúde e proteção nas longas estradas que enfrentei para conclusão desse trabalho. Ao meu orientador, professor DR. YUKIO SHIGAKI, por sua atenção, orientação, paciência, incentivo e sabedoria durante todas as reuniões que tivemos. Ao meu Co-Orientador, professor DR. FELÍCIO BRUZZI BARROS, que mesmo mudando de instituição continuou me dando todo apoio e atenção no desenvolvimento desse trabalho. Ao Coordenador do Mestrado em Modelagem Matemática e Computacional, professor DR SÉRGIO RICARDO DE SOUSA, que tem buscado sempre incentivar a pesquisa aplicada aos alunos do curso. Ao SENAI, empresa onde trabalho e que tenho tanto orgulho de fazer parte, e a pessoa do Sr. Alexandre Magno Leão, Diretor Regional do SENAI-MG, pelo apoio e incêntivo. À Solidminas pelo empréstimo do software SolidWorks. E a todos que de alguma forma contribuíram para esta construção. 5 RESUMO Este trabalho consiste em desenvolver uma abordagem numérica para determinar as tensões e deformações em cilindros de laminadores quádruos. Foram utilizados para esta abordagem dois métodos, a saber: O Método dos Coeficientes de Influência (MCI), que tem como propósito fornecer a carga de laminação atuante nos cilindros, e o Método de Elementos Finitos (MEF), que tem como objetivo determinar as tensões e deformações sofridas nos cilindros de trabalho e encosto, quando solicitados pela carga de laminação anteriormente determinada pelo MCI. Nestas simulações foi considerado, também, o carregamento do torque nos cilindros. Os resultados demonstraram concordância entre os perfis obtidos por ambos os métodos, mas as tensões de contato resultaram discrepantes. Com este modelo foi possível identificar antecipadamente regiões dos cilindros que possam sofrer maior concentração de tensão e deformação, de forma a evitar possíveis danos tais como: fadiga, desgaste e até a quebra dos cilindros nas regiões identificadas. Palavras-Chaves: Laminação de produtos planos, Cilindros, Elementos Finitos. 6 ABSTRACT This study aims to calculate the stress and deformations in roll rolling of 4-hi rolling mills. It was employed two methods for this analysis, namely: The Method of Coefficients of Influence (MCI), which provides the rolling load acting on the cylinders and the Finite Element Method (FEM), which aims to determine the stress and deformations in the rolls and back to work when requested by the rolling load of previously determined by the ICM method. In these simulations was also considered loading due to the torque on the roll. The results showed a good agreement with the practical situations, and it was possible to identify in advance regions of rolls that may have higher stress concentration and deformation, in order to avoid possible damage such as fatigue, wear and even the breaking of cylinders in the regions identified. Key Words: Flat Rolling; Rolls; Finite Elements. 7 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 Resfriamento dos cilindros de laminação... ..........................................25 FIGURA 2 Resfriamento do cilindro de trabalho em uma cadeira quádruo ..........26 FIGURA 3 Conjunto de cilindros de trabalho e encosto............. .............................28 FIGURA 4 Montagem em forma de cadeira........................ ....................................28 FIGURA 5 Camisa para cilindro................................................................................29 FIGURA 6 Problemas devido à flexão dos cilindros de laminação................ ..........33 FIGURA 7 Laminador quádruo....... ..........................................................................33 FIGURA 8 Flexão dos cilindros........... .....................................................................34 FIGURA 9 Representação esquemática da força de laminação................................34 FIGURA 10 Curvas típicas ligando o ângulo de ataque.......... .................................35 FIGURA11 Representação do ângulo de ataque......................................................36 FIGURA12 Relação do coeficiente de atrito com a temperatura......... .....................36 FIGURA13 Relação entre a carga e o diâmetro do cilindro.......................................38 FIGURA14 Descrição das variáveis que definem as coroas ....................................39 FIGURA 15 Braço de alavanca na laminação..................... ......................................40 FIGURA 16 Bloco para análise de tensões ...........................................................................45 FIGURA 17 Tensões agindo nos blocos................................... ................................46 FIGURA 18 Representação esquemática da região de deformação na laminação..46 FIGURA 19 Discretização de um laminador quádruo para o MCI.............................49 FIGURA 20 Desenho esquemático do processo de laminação.................................53 FIGURA 21Subdivisão do cilindro e da tira................................................................54 FIGURA 22 Exemplo de aplicação do Método dos Elementos Finitos......................58 FIGURA 23 Sólido tridimensional, vetor de deslocamento de um ponto...................59 FIGURA 24 Elemento representativo do estado de tensão.......................................60 FIGURA 25 Elemento tetraédrico de 10 nós............................... ..............................64 FIGURA 26 Elemento tetraédrico de 10 nós..............................................................65 FIGURA 27 Fotomicrografia (100x) de trincas na superfície e na subsuperfície em um cilindro cementado e encruado.......................................................72 8 FIGURA 28 Concentração geométrica de tensão.................. ...................................74 FIGURA 29 Lascamento em cilindros de laminação..................................................75 FIGURA 30 Fraturas em cilindros de laminação .................................. ...................75 FIGURA31 Representaçãoesquemática de uma cadeira de quádruo................ ......79 FIGURA 32 Pressão de contato laminador 1........................................... .................80 FIGURA 33 Representação da reta passando por 2 pontos P1 e P2........................81 FIGURA 34 Representação em cada passe do Perfil do Laminador 1.......... ...........87 FIGURA 35 Representação das cargas passe do Perfil do Laminador 1.................87 FIGURA 36 Pressão WR do laminador 2............................. .....................................88 FIGURA 37 Representação em cada passe do Perfil do Laminador 2.................... .91 FIGURA 38 Representação das cargas passe do Perfil do Laminador 2............. ....92 FIGURA 39 Cilindros de Trabalho................. ...........................................................................93 FIGURA 40 Cilindro de Encosto................ ................................................................93 FIGURA 41 Aplicação da Simetria no modelo................ ......................................................94 FIGURA 42 Aplicação da restrição do Tipo Fixo ao modelo........... ..........................94 FIGURA 43Aplicação da restrição utilizando um plano de referência ao modelo......95 FIGURA 44 Componentes de contato....................................................................... 96 FIGURA 45 Componentes de contato dos cilindros............................... ...................96 FIGURA 46 Cargas de laminação e torque aplicados................... ............................97 FIGURA 47 Modelo com geração de malha.............................. ................................98 FIGURA 48 Resultados do Laminador1, sem torção e com refinamento da malha.100 FIGURA 49 Malha gerada no Laminador1 com refinamento.... .............................101 FIGURA 50 Resultado do deslocamento máximo em Y sem o toque com a malha refinada........... ......................................................................................101 FIGURA 51 Resultado da deformação máximo em Y sem o torque com a malha refinada............................. ....................................................................102 FIGURA 52 Resultado da tensão de von Mises com o torque na malha refinada..103 FIGURA 53 Malha gerada no laminador I com malha refinada com torque............103 FIGURA 54 Resultado do deslocamento máximo com o toque e a malha refina .104 FIGURA 55 Pressão de Contato entre os cilindros, sem o torque...........................105 FIGURA 56 Representação dos pontos da PC do COSMOS, s/ torque..................106 FIGURA 57 Carga entre os cilindros de trabalho e encosto do laminador 1 s/ tor..107 FIGURA 58 Pressão de contato entre os cilindros, sem considerar a torção e com 9 malha refinada........................................ ............................................107 FIGURA 59 Resultado da tensão de von Mises com o torque e com refinamento da malha.....................................................................................................108 FIGURA 60 Resultado da PC com o torque e com refinamento...................... .......109 FIGURA 61 Malha gerada no laminador 2 com a malha refinada e o torque.........109 FIGURA 62 Resultado do deslocamento máximo em Y com o torque e a malha refinada...................... ..........................................................................109 FIGURA 63 Resultado da tensão de von Mises sem o torque e com refinamento da Malha.............................................. ................................................110 FIGURA 64 Resultado da PC sem o torque e com refinamento da malha..............110 FIGURA 65 Malha refinada sem o torque........................ .......................................111 FIGURA 66 Resultado do deslocamento máximo em Y sem o toque e com a malha refinada.............................. .....................................................111 FIGURA 67 Resultados via MEF e MCI/Berger........................... ...........................113 FIGURA 68 Resultados dos perfis, via MEF e MCI/Berger............... .....................114 FIGURA 69 Carga distribuída de laminação no contato entre os cilindros............116 FIGURA 70 Cargas de contato entre cilindros, obtidas por MCI/Berger (linha contínua)e MEF sem o torque..............................................................116 FIGURA 71 Cargas de contato entre cilindros....................................................................117 FIGURA 72 Representação da PC no modelo de elementos finitos................ ......118 FIGURA 73 Diferenças nas pressões de contato cilindro de trabalho e encosto....119 FIGURA 74 Perfis finais da chapa laminada......................................... ..................121 FIGURA 75 Carga de laminação distribuída no contato entre o cilindro.................121 FIGURA 76 Perfis finais da chapa , obtidas pelo MCI/Berger e MEF com o torque................................... ................................................................122 FIGURA 77 Perfis finais da chapa laminada, obtidas por MCI/Berger e MEF. sem o torque....................................................................................................123 FIGURA 78 Cargas de contato entre cilindros, obtidas por MCI/Berger (linha contínua) e MEF com o torque.................................................124 FIGURA 79 Cargas de contato entre cilindros, obtidas por MCI/Berger (linha contínua) e MEF sem o torque.............................................................125 FIGURA 80 Representação da pressão de contato em uma seção transversal do cilindro............................................................................................127 10 LISTA DE TABELAS TABELA 1 Modos de falhas na superfície e suas causas....................................73 TABELA 2 Resultados da pressão Wr obtido do programa MCI/Berger a cada 100 mm do semi – comprimento............................................................81 TABELA 3 Resultado da constante k correspondente a cada 100 mm......... ......83 TABELA 4 Resultado do torque a cada 100 mm ao longo do cilindro de trabalho do laminador 1.........................................................................86 TABELA 5 Resultados da pressão Wr obtido do programa MCI/Berger a cada 25 mm do semi-comprimento do laminador 2......................89 TABELA 6 Resultado da constante k correspondente a cada 100mm Laminador 2........................................................................................89 TABELA 7 Torque do laminador 2.........................................................................90 TABELA 8 Parâmetros da malha do laminador 2.................................................98 TABELA 9 Parâmetros da malha do laminador 1..................................................99 TABELA 10 Análise da Tensão, deformação e deslocamento do Laminador 1, sem o Torque.....................................................................................102 TABELA 11 Análise da Tensão, deformação do Laminador 1, com torque..........104 TABELA 12 Análise da Tensão, deformação do Laminador 1 e 2........................111 TABELA 13 Carga distribuída obtida pelo MCI/Berger Laminador 1......................120 TABELA 14 Análise dos resultados dos perfis dos lamadores...............................126 11 LISTA DE ABREVIATURAS ABM – Associação Brasileira de Metais CJ- Coroa Absoluta Cr – Coroa Relativa CAD - Desenho Através do Computador MEF – Método dos Elementos Finitos MCI – Método dos Coeficientes de Influência PC- Pressa de Contato Wr - Cilindro de Trabalho 12 LISTA DE SIGLAS µ - Coefiente de Atrito K – Coeficiente para determinação da pressão final de cada segmento 13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................17 1.1 Caracterização do Problema.....................................................................17 1.2 Motivações................................................................................................18 1.3 Objetivos. .................................................................................................19 1.4 Estruturação deste Trabalho.....................................................................20 2 O PROCESSO DA LAMINAÇÃO DE PRODUTOS PLANOS..........................21 2.1 Processo de resfriamento dos cilindros.....................................................24 2.2 Cilindros de laminação...............................................................................27 2.2.1 Cilindros de trabalho.........................................................................29 2.2.2 Cilindro de Encosto ( Back-Up Rolls)................................................29 2.2.3 Retificação de cilindros.....................................................................30 2.3.4 Cálculo da profundidade de retificação dos cilindros........................31 2.2.5 Tratamento Térmico Diferencial nos cilindros de laminação.............32 2.2.6 Perfil dos cilindros de laminação.......................................................32 2.2.7 Determinação do diâmetro dos cilindros...........................................35 2.2.8 Coroa absoluta e coroa relativa da chapa.........................................38 3 TORQUE E CARGA DE LAMINAÇÃO..............................................................39 3.1 Torque na Laminação de Chapas..............................................................39 3.2 Cálculo da carga de laminação de chapas a frio........................................43 3.2.1 Deformação Homogênea..................................................................43 3.2.2 Cálculo da Carga de Laminação Através das Tensões Locais..... ..44 4 SOBRE O MÉTODO DOS COEFICIENTES DE INFLUÊNCIA.........................49 4.1 Introdução....................................................................................................49 4.2 O Desenvolvimento do método................................................................... 50 4.2.1 Características principiais do método MCI/Berger..............................51 4.3 Modelo de cálculo de carga de laminação....................................................51 4.4 MCI/Berger....................................................................................................54 14 4.4.1Compatibilidade no contato cilindro-cilindro..........................................56 5 SOBRE O MÉTODO ELEMENTOS FINITOS.....................................................58 5.1 Introdução ao Método dos Elementos Finitos.............................................58 5.2 Elemento Tetraédrico Quadrático de 10 Nós..............................................59 5.3 Campo de Deslocamentos, (OÑATE, 1995)............................................... 59 5.4 Campo de Tensões e Deformações, (OÑATE, 1995).................................60 5.5 Princípio da Energia Potencial Estacionária, (ASSAN, 1996).....................61 5.6 Discretização do Campo de Deslocamento, (OÑATE, 1995)......................62 5.7 Elemento Isoparamétrico.............................................................................64 5.8 Equilíbrio do Elemento, (OÑATE, 1995)......................................................67 6 DANOS NA LAMINAÇÃO...................................................................................70 6.1 Introdução.....................................................................................................70 6.2 Modelos e Falha por Fadiga Superficial Contato Dinâmico (NORTON,2000)...........................................................................................70 6.3 Modos de Falhas na Superfície e suas Causas...........................................72 7 MODELO DE LAMINADORES QUÁDRUOS EM ELEMENTOS FINITOS.........76 7.1 Introdução.....................................................................................................76 7.1.1 Características do primeiro modelo..................................................... 76 7.2 Estrutura Geometria dos Laminadores Modelados em Elementos Finitos.....80 7.2.1 Determinação da Pressão Wr do laminador 1 no MCI/Berger............80 7.2.2 Torque aplicado ao modelo..................................................................83 7.3 Resultados do laminador 1 no MCI/Berger....................................................87 7.3.1 Determinação da Pressão Wr do laminador 2 no MCI/Berger..............88 7.3.2 Determinação do torque do laminador 2 no MCI/Berger......................90 7.4 Resultados do laminador 2 no MCI/Berger....................................................91 7.4.1 Representação da distribuição de carga em cada passe do laminador 2 no programa MCI/Berger..................................................................91 7.5 Aplicação das Condições de Contorno............................................................92 7.5.1 Restrições aplicadas ao modelo no progama COSMOS Works..........93 7.5.2 Restrições de Simetria aplicado ao modelo........................................93 7.5.3 Aplicação da restrição ao cilindro de encosto....................................... 94 7.5.4 Aplicação da restrição ao cilindro de trabalho.......................................95 7.5.5 Condições de Contato entre os Cilindros..............................................95 7.5.6 Aplicação das cargas.............................................................................97 15 7.5.7 Geração da malha..................................................................................97 8 RESULTADOS FINAIS.....................................................................................100 8.1 Resultados do laminador 1, utilizando o programa COSMOS Works........100 8.1.1 Resultados do Laminador 1, sem Torção e c/ malha refinada..........100 8.1.2 Resultados do Laminador 1, com Torção e..c/ malha refinada.........103 8.1.3 Resultado do Laminador 1, da Pressão de Contato (PC) sem torção e com a malha refinada.........................................................104 8.2 Resultados do laminador 2, utilizando o programa COSMOS Works.......108 8.2.1 Resultados do Laminador 2, com torção e com a malha a refinada.108 8.2.2Resultados do Laminador II, sem o Torque e com a malha refinada110 8.3 Análise dos Resultados.............................................................................112 8.3.1 Análise dos Resultados da Tensão de von Mises, Deslocamento em Y e deformação dos laminadores I e II ( Tabela 12)...................112 8.3.2 Análise da Comparação do Perfil Gerado pelo Programa MCI/Berger e Elementos Finitos do laminador 1.............................120 8.3.3 Análise da Comparação da Pressão de Contato Gerada pelo Programa MCI//Berger e Elementos Finitos...........................115 8.3.4 Análise da Comparação do Perfil Gerado pelo Programa MCI/Berger e Elementos Finitos do laminado 2..............................120 8.3.5 Resultado do Perfil de Contato entre os cilindros do laminador 2 com o torque......................................................................................122 8.3.6 Resultado do Perfil de Contato entre os cilindros do laminador 2 sem o torque......................................................................................123 8.3.7 Análise Resultado Final da Pressão de Contato entre os cilindros do laminador 2.....................................................................................124 9 CONCLUSÕES..............................................................................................126 8.6 Proposta para Trabalhos Futuros................................................................129 APÊNDICE A – Problemas de contato (NICHOLSON,2003)............................130 APÊNDICE B – Comandos MCI/Berger............................................................133 APÊNDICE C – Exemplos de Danos em cilindros de laminação......................171 REFEÊNCIAS....................................................................................................175 16 1- INTRODUÇÃO 1.1- Caracterização do Problema O problema constitui em uma abordagem numérica nas análises de tensões e deformações, ocasionadas pela pressão de contato entre os cilindros e a chapa. Para esta abordagem foram utilizados dois métodos o Método de Coeficiente de Influência (MCI) ), o qual fornece a carga de laminação, considerando a deflexão dos cilindros, (PAWELSKI et al., 1985) e o Método de Elementos Finitos (MEF), que fornece a tensão e a deformação, além do torque que foi considerado nos resultados obtidos. Com estes simuladores numéricos foi possível identificar as regiões onde ocorrem maior concentração de tensão e deformação nos cilindros durante a deformação plástica da chapa. O uso destes simuladores contribui significativamente para o dimensionamento correto dos cilindros, possibilitando a sua otimização. Tanto a simulação quanto a otimização têm evoluído ao longo de cada ano, e o seu desempenho tem demonstrado considerável melhoria à medida que cresce a capacidade dos computadores (KOPP, 1996). O laminador adotado na simulação deste trabalho é o do tipo quádruo, por sua ampla utilização nas indústrias. Este tipo de laminador é composto por 4 cilindros, sendo dois de trabalho e dois de encosto. A disposição desses cilindros é de forma que os cilindros de trabalho operem em contato com a chapa, e os cilindros de encosto em contato com os cilindros de trabalho. Quando estes cilindros estão em operação, surgem grandes cargas de laminação, que os deformam elasticamente por flexão, por esforço cortante e achatamento localizado. Estas cargas aparecem durante a deformação plástica da tira ou chapa. Durante este processo, os cilindros sofrem desgastes, fadiga, trincas, lascamento e até rupturas, ocasionadas por elevadas tensões, provocadas pela ação das cargas de laminação. 17 1.2 - Motivações A motivação em desenvolver este projeto tem como premissa contribuir para o campo da ciência metalúrgica, mais especificamente a laminação de produtos planos em laminadores quádruos. Esse tipo de laminadores são muito utilizados no setor siderúrgico que busca produzir de forma eficiente produtos cada vez mais planos. Esta preocupação por parte desse setor em produzir produtos planos com alta qualidade, tem haver em grande parte com o aumento da vida útil dos cilindros de laminação, que durante seu processo sofrem grandes esforços, ocasionando o aparecimento de tensões e deformações no conjunto cilindro de trabalho e encosto. Esses esforços causam danos nos cilindros que se manifestam em forma de trincas, encruamento, lascamento e fadiga. Como resultado estes danos ocasionam imperfeição no perfil das chapas. Sabe-se que a maioria dos danos causados em cilindros de laminação, estão relacionados diretamente à magnitude das tensões e deformações que surgem durante o processo de laminação. Por outro lado, existe uma dificuldade grande em se considerar a carga de laminação distribuída ao longo da largura da tira. Os modelos mais completos consideram a modelagem da tira em elementos finitos e os cilindros como rígidos (SHIGAKI, 2001), o que impossibilita a análise de tensões que surgem nesses mesmos cilindros. Além disso, nenhum dos modelos considerou o efeito do torque sobre a distribuição de tensões sobre os cilindros. Dessa forma a motivação em desenvolver este trabalho esta ligado a abordagem numérica obtido pelos métodos MCI e MEF, utilizando modelos de cilindros de laminadores quádruos, para análise de tensão e deformação considerando a carga do torque e sem considerá-la. 18 1.3-Objetivos O objetivo geral desse trabalho consiste em uma abordagem númerica para determinar as tensões e deformações em cilindros de laminadores quádruos. Para esse fim foram utilizados dois métodos o Método dos Coeficientes de Influência (MCI), que fornece a carga de laminação, e o Método de Elementos Finitos que determina as tensões e deformações nos cilindros de laminação. Dessa forma, esse trabalho propõe os seguintes objetivos específicos: Conhecer o funcionamento do MCI/Berger; Determinar as cargas de laminação, através do MCI/Berger; Aplicar o Método de Elementos Finitos para identificar as regiões de tensão e deformação nos cilindros; Comparar os resultados de perfis e pressão de contato gerados pelo MCI/Berger e Método de Elementos Finitos. 19 1.4 Estruturação deste Trabalho A apresentação deste trabalho não está na ordem cronológica do desenvolvimento realizado mas, por uma questão de clareza, serão apresentadas, no Capítulo 2 a contextualização teórica do trabalho, em relação aos processos de laminação, resfriamento dos cilindros, tipos, emprego dos materiais empregados na construção dos cilindros e seus tratamentos. O Capítulo 3 apresenta de forma objetiva os principais elementos do torque e carga de laminação, formulação do método de Bland e Ford. O Capítulo 4, um dos mais importantes desse trabalho, trata-se do método dos coeficientes de influência que foi amplamente utilizado no desenvolvimento do modelo. Este capítulo traz informações das características e desenvolvimento do cálculo da carga de laminação ao longo do comprimento do cilindro. O Capítulo 5 trata sobre o Método dos Elementos Finitos, apresenta o desenvolvimento das equações empregadas no modelo e suas principais formulações. O Capítulo 6 apresenta de forma resumida informações sobre os danos causados na laminação, os modelos e as falhas ocasionadas por fadiga superficial de contato dinâmico. O Capítulo 7 trata sobre o modelo de laminadores quádruos em elementos finitos. Os resultados desse modelo em MEF, foram obtidos pelo programa do COSMOS Works, que é um sub-programa do Solidworks 2008. O Capítulo 8 apresenta os resultados finais com e sem o torque de laminação, a comparação dos resultados do MCI/Berger com o método de elementos finitos, e os perfis da pressão de contato dos modelos estudados. O Capítulo 9, finalmente, traz as conclusões finais desse trabalho e proprostas de trabalhos futuros. 20 2- O PROCESSO DE LAMINAÇÃO DE PRODUTOS PLANOS Segundo Edwards (1973) em 1904 construiu-se o primeiro laminador a frio com motores CC independentemente controlados. Dez anos mais tarde surge outro laminador a frio com tração entre as cadeiras e uma bobinadeira. O primeiro laminador a frio de 4 cilindros e quatro cadeiras foi instalado nos Estados Unidos no ano de 1926. Hoje, existem os mais variados tipos de equipamentos de laminação, com 4, 6 e até de 20 cilindros de laminação, utilizando sistemas sofisticados de controle de perfis. De uma maneira sintética, a laminação consiste basicamente na passagem de uma material por dois cilindros de trabalho, instalados em cascata (tandem) e girando em sincronismo, de modo a reduzir a espessura da tira a um valor desejado. Este processo pode ser feito a quente ou a frio, conforme apresenta a Figura 2.1. Figura 2.1 – Processo de Laminação de chapa (RIZZO, 2001) O par de cilindros de trabalho motorizado sempre estará em contato com o material processado. A função dos cilindros é diminuir o curvamento ou flexão de todo o conjunto. Esta flexão tem origem na reação da chapa à deformação e será minimizada utilizando cilindros de encosto com medidas de diâmetros próximos à largura da mesa dos cilindros. 21 Segundo Rizzo (2001), inicialmente, a tira é deformada elasticamente até que o nível de tensão seja suficiente para provocar deformação plástica permanente. Na região de entrada, a velocidade da chapa é inferior à velocidade periférica dos cilindros. À medida que a espessura diminui, a velocidade da chapa aumenta em função da necessidade de manter constante a vazão do material, admitindo-se que a densidade não é modificada pela redução. Finalmente, conforme a chapa avança pela região de deformação, sua velocidade torna-se igual à velocidade dos cilindros de trabalho. Este ponto é identificado como ponto neutro. Forças horizontais de atrito puxam a chapa em direção aos rolos. Este processo é chamado de mordida da chapa As variáveis principais controladas na laminação a frio são a espessura de saída e a forma (ou planicidade). O perfil e a forma não devem ser confundidos. Beal (1991), define o perfil como a distribuição de espessura ao longo da largura da tira. A forma por sua vez, é definida por Bryant et. al. (2008), como o grau de empeno transversal da tira. Esse empenamento deve-se a uma distribuição não uniforme de esforços transversais durante a compressão nas cadeiras, o que causa alongamentos diferentes em fatias adjacentes da tira. Segundo Pawelski (1985), a distribuição de carga na redução da espessura na direção do comprimento da tira de um cilindro quádruo pode ser obtida por um modelo matemático e numérico. Esse modelo utiliza conhecimentos clássicos de soluções analíticas desenvolvidos para laminação, gerando informações numéricas aproximadas na direção da largura da tira. No propósito desse trabalho utilizou-se o método de coeficiente de influência MCI/Berger. Esse modelo fornece as seguintes informações: perfil da tira distribuição da força de laminação distribuição das cargas entre cilindro de trabalho e o de encosto distribuição de tensões a ré e à frente 22 2.1- Cilindros de Laminação Segundo Gomi (1981), os cilindros são componentes de destaque na laminação, visto que mantêm contato direto com o produto acabado, sendo responsável pela forma e aspecto da tira. Por isso devem possuir todo um crítico de qualidade e acabamento de forma a obter um produto laminado plano. Outro fator que os colocam nesta posição é o elevado preço, chegando a ser o terceiro custo de uma usina siderúrgica. O material usado na fabricação dos cilindros é uma liga de ferro-carbono, com o carbono variando de 0,50% a 3,80%, composta dos elementos Fe, C, Mn, Si, P; e para melhorar suas propriedades físicas e mecânicas são adicionados elementos de liga tais como Cr, Ni, W, Ti, Mo, e V. Ainda segundo Gomi (1981), os cilindros podem ser: Cilindros de trabalho: Mantem contato direto com o material laminado e efetuam o processo de laminação. Cilindros de encosto ou apoio: Mantem contato com os cilindros de trabalho impedindo-os de fletir durante os esforços de laminação. Na Figura 3 pode-se ver um conjunto de cilindros de trabalho e encosto. Figura 3: Conjunto de cilindros de trabalho e encosto. (Fonte: ABM - Associação Brasileira de Metais,1981) 23 Os cilindros são montados em forma de cadeira, conforme mostra a Figura 4. Figura 4: Montagem em forma de cadeira. (RIZZO, 2007) 2.1.1 – Cilindros de trabalho ( Work Rolls ) De acordo com a Gomi (1981), os cilindros de trabalho são em sua maioria construídos de compostos de ferro fundido cinzento altamente ligado. Isso devido à estrutura da matriz desses cilindros apresentarem boas propriedades em relação a trincas e ao desgaste. Atualmente segundo Rizzo (2007), são fabricados cilindros de aço rápido, que têm apresentado bons resultados durante o processo de laminação. 2.1.2-Cilindro de Encosto ( Back-Up Rolls) São na maior parte cilindros de aço fundido ou aço forjado de alta dureza apresentam boas propriedades ao desgaste, ao lascamento e a quebra. Existem também conforme ilustra a Figura 1.5, os cilindros de encosto encamisados que apresentam resistência ao desgaste ao lascamento bem superiores aos demais. 24 Figura 5: Camisa para cilindro (Fonte: ABM - Associação Brasileira de Metais,1981) 2.2- Processo de Resfriamento dos cilindros (RIZZO, 2007) No processo de laminação a quente, parte do calor da chapa é transmitida aos cilindros e, dessa forma, esse aquecimento gera uma dilatação do cilindro de laminação. Como este aquecimento não é regular ao longo da mesa do cilindro e ao longo do tempo, a variação dimensional resultante não é uniforme ao longo da largura do cilindro, provocando assim tensões térmicas que podem provocar a formação de trincas que danificam os cilindros, podendo causar a ruptura do cilindro (Figura 1.2), Figura 1.2:Resfriamento dos cilindros de laminação (RIZZO, 2007). 25 Outro problema relacionado ao aquecimento e dilatação irregular dos cilindros de laminação é a variação da espessura do produto laminado ao longo de sua largura, o que resulta em alongamentos desiguais e conseguentemente, formação de ondulações (falta de planicidade) nos produtos laminados. Neste caso é comum a utilização do termo “coroa térmica” para se referir a esta variação dimensional dos cilindros. Observa-se ainda que o aquecimento dos cilindros é progressivo após o início da laminação, ou seja, a temperatura dos cilindros varia ao longo do tempo, o que também gera uma variação da coroa térmica ao longo do tempo, dificultando o controle da planificação dos produtos laminados. A formação de trincas nos cilindros pode ser evitada por um resfriamento adequado dos cilindros. Este resfriamento é realizado jateando-se água sobre a mesa dos cilindros. A quantidade de água a ser utilizada e a sua distribuição depende dos seguintes fatores: Comprimento do esboço a ser laminado - quanto mais longo for o esboço mais intenso deverá ser o resfriamento; Velocidade de laminação – quanto maior a velocidade, maior deverá ser a quantidade de água a ser utlizada no resfriamento; Desgaste do cilindro – à medida que o cilindro é desgastado a distância ou ângulo de abertura do bico de refrigeração deve ser ajustada; Material de construção dos cilindros – quanto mais duros forem os cilindros, mais eficiente deverá ser o resfriamento, de forma a evitar a formação de trincas; Tipo de cadeira – cadeiras reversíveis necessitam de refrigeração nos dois sentidos; Para um resfriamento eficiente, não basta apenas lançar água em abundância sobre os cilindros. É preciso também que os bocais sejam distribuídos convenientemente ao longo da periferia dos cilindros e que o resfriamento seja uniforme ao londo do corpo. O ideal é que a refrigeração dos cilindros seja posicionada o mais próximo possível da saída do material laminado, (Figura 2.3). 26 Figura 2.3: Resfriamento do cilindro de trabalho em uma cadeira quádruo ( RIZZO, 2007) Para um bom resfriamento é também de grande importância a limpeza da água. Se a água contiver detritos (carepa, pó) os bicos poderão entupir e o resfriamento não será uniforme. Outro fator importante na refrigeração é a pressão da água. Quando a pressão é baixa forma-se uma camada de vapor entre o cilindro e a água, impedindo que haja retirada de calor do cilindro (RIZZO,2007). 2.3 – Perfil dos cilindros da Laminação Segundo Helman (1983), os cilindros de laminação comportam-se como vigas bi-apoiadas em suas extremidades com uma carga em sua região central, adotando, durante a passagem da chapa, a geometria conforme Figura 6a. Esta situação acarreta uma espessura não-uniforme no sentido perpendicular à direção de laminação. Em consegüência, a chapa sofre um alongamento maior nas bordas que na região central, implicando numa ondulação na chapa, conforme Figura 6b. A tendência da chapa em apresentar um alongamento maior nas bordas e a restrição a esta geometria de deformação exercida pela zona central farão com que restrição a esta geometria de deformação exercida pela zona central se produzam na chapa tensões de tração no centro e de compressão nas bordas, conforme 27 Figura 6c. Como resultado deste estado de tensões, podem aparecer, na região central, fendas perpendiculares à direção de laminação, conforme Figura 6d. Figura 6: Problemas devido à flexão dos cilindros de laminação (SHIGAKI, 2001) Ainda segundo Helman (1983) os defeitos são mais acentuados quando se laminam chapas finas, devido às elevadas cargas envolvidas e à necessidade de utilizar cilindros de raio pequeno (relativamente flexíveis). Devido a problemas de flexão constróem-se cilindros com a geometria em foma de barril, de forma a minimizar a flexão causada pela deformação exercida na zona central. Este recurso obrigatório é mais generalizado com uma coroa corretamente dimensionada, de forma que a parte inferior do cilindro superior e a parte superior do cilindro inferior devam fletir de modo a resultarem duas faces paralelas, conforme as Figura 8a e 8b. Figura 8: Flexão dos cilindros (Fonte: ABM - Associação Brasileira de Metais,1981) 28 De acordo com Rizzo, (2007), Figura 9, podem-se observar as forças atuantes durante o processo de laminação. A fim de se corrigir a flexão dos cilindros, pode-se também aplicar uma carga de contra-flexão nos pescoços. Figura 9: Representação esquemática da força de laminação. (RIZZO,2007) Como ordem de grandeza, flecha máxima, ou melhor a metade da diferença dos diâmetros no centro e nos extremos deve ser da ordem de 0,02 a 0,15 mm. 2.3.1 – Coroa absoluta e coroa relativa da chapa (YUKIO, 2001) A “coroa absoluta” (Cj) é definida como a diferença entre a espessura no centro da tira e a espessura média correspondente a uma certa distância j das bordas (usualmente de 25 a 40 mm), como pode ser observado na Figura 14 Figura 14: Descrição das variáveis que definem as coroas. 29 C J hc h ' J hJ" 2 (2.2) A coroa é um parâmetro que caracteriza de uma forma simples o perfil da tira, ao longo da largura da tira. Valores usuais de coroas absolutas variam de 0 a 40 μm, para tiras [GINZBURG et AZZAM, 1997]. À relação entre coroa absoluta e a espessura no centro da tira chama-se “coroa relativa” (Crj). C rJ CJ x 100% hc 30 (2.3) 3-TORQUE E CARGA DE LAMINAÇÃO 3.1- Torque na Laminação de Chapas Segundo Helman (1983), o torque necessário para laminação de chapas no estado estacionário é o produto da força circunferencial líquida pela distância do eixo do cilindro à circunferência na zona de deformação. Como as tensões de atrito atuam em sentido oposto em ambos os lados do ângulo neutro, a força líquida circunferencial por unidade de largura para um cilindro, Fc, é dada pela expressão: Fc Ainda segundo Helman (1983), M R (3.1) o torque é afetado pela deformação dos cilindros, já que o contato do arco de contato não está sobre a linha que une os centros dos cilindros. Uma forma simplificada para o cálculo do torque de laminação consiste em calcular o momento da componente vertical da resultante das forças atuantes na área de contato, segundo a Figura 15. Figura 15: Braço de alavanca na laminação ( HELMAN,1983) A distânica da força P ao centro de rotação do rolo é uma fração do arco de contato deformado L‟. 31 Desta forma, Helman (1983), defini as equações: d .L' (3.2) L' R' h (3.3) onde: De acordo com Helman (1983), os valores de λ são λ = 0,5 para laminação a quente e λ = 0,45 para laminação a frio. Em conseqüência o torque é dado por: M Pd .L'.R' pd (3.4) 0 onde: M = Torque por unidade de largura da chapa Fc = Força líquida circunferêncial por unidade de largura R = Raio Original P = Força d = distância do centro de rotação do rolo L‟ = Arco de contato deformado λ = constante de laminação R‟ = Raio deformado ∆h= Variação da espessura da chapa De acordo com Helman (1983), pode-se calcular o raio R‟ do arco deformado pela expressão: 32 Equação de Ritchcok; c P / W R' R 1 h i h f (3.5) onde: hi = espessura inicial hf = espessura final P = carga de laminação W = largura do material Segundo Hitchcock (1935), o valor de “c” pode ser determinado pela expressão: c 16(1 v ²) E ( 3.6) onde: E = módulo de Young [kgf/mm²] = o módulo de poisson do material empregado na construção dos cilindros c ≈ 2,2 x 10 -4 mm² / Kg (para aço) 3.2- O Surgimento do Cálculo da Carga de Laminação de Chapas a Frio A primeira grande contribuição à teoria de laminação surgiu com a publicação dos trabalhos de von Kárman (1925). Posteriormente, Orowan (1943), e as contribuições de Bland e Ford (1951) a esta teoria, tornaram práticas as suas aplicações através de simplificações, sem perda significativa de precisão, e fizeram com que as contribuíções de Bland e Ford, passassem a ser amplamente adotadas em aplicações reais. 33 3.2.1 - Deformação Homogênea Segundo Helman (1983), uma estimativa para a carga de laminação de chapas a frio pode ser obtida considerando o processo de laminação como um processo de compressão homogênea entre placas bem lubrificadas. As placas são de comprimento L, igual ao comprimento do arco de contato projetado na dreção de laminação. Na direção transversal, o comprimento de contato é representado por “W “ que significa largura da chapa. Dessa forma a área de contato é: A LW W R..h ( 3.7) Admitindo-se que não ocorra deformação lateral ( hi << W ), a carga de laminação será _ _ P A S S W R..h (3.8) Sendo S a tensão média de escoamento para o estado plano de deformação e Y o módulo de Yong, Helman defini que: (S = 1,15 Y) ( 3.9) P _ S R.h W (3.10) A força por unidade de largura é: 34 Esta expressão fornece um limite inferior para a carga de laminação, pois ela não considera o efeito do atrito. Orowan sugeriu um acréscimo de aproximadamente 20% no valor da carga, para incluir tal efeito. Assim finalmente, a carga por unidade de largura resulta em _ P* 1,2 S Rh W (3.11) Ainda que esta equação não seja de aplicação exata a qualquer caso, é útil para estimativas rápidas da carga. É freqüentemente empregada para obter o primeiro valor da carga, para calcular o raio deformado dos cilindros de laminação ( R‟), através da equação de Hitchcock. 3.2.2- Cálculo da Carga de Laminação pelo método dos blocos Segundo Helman (1983), o cálculo das tensões desenvolvidas durante o processo de laminação através do método de equilíbrio (“slab method “), são admitidas as seguintes condições: a) deformação plana b) deformação homogênea em cada plano c) coeficiente de atrito constante d) arco de contato circular ( de raio deformado R‟ ) e) ponto neutro dentro do arco de contato f) deformação elástica desprezível 35 A análise do processo será feita com referência à Figura 16, onde C separa duas zonas, as forças de atrito são contrárias. Foi assinalado um ponto genérico a cada lado do ponto neutro: A, situado na região de saída, e B, na região de entrada. Figura 16: Bloco para análise de tensões (HELMAN, 1983) Figura 17:Tensões agindo nos blocos (HELMAN, 1983) 36 Figura 18: Representação esquemática da região geométrica de deformação na laminação ( RIZZO, 2007) Para deduzir a equação de equilíbrio no ponto B, isola-se um bloco de lados perpendiculares ao plano de laminação, de espessura infinitesimal, caracterizado como ângulo neutro “ø” ( Figura 17) e melhor representado pela Figura 18. De forma a simplificar a demosntração da equação de equilíbrio no ponto B foi apresentado somente a equação final (3.12) do livro do Helman (1983): hS d p p d (hS ) 2 R' p( sen cos ) 1 1 d S S d (3.12) A equação 3.12, de autoria de Von Kárman, é de difícil integração, ainda que seja fácil obter uma solução numérica, através de um computador. Uma simplificação por Bland e Ford (1951) permitiu obter uma solução analítica da equação. Na maioria dos processos de laminação, a variação de pressão de laminação com a posição sobre o arco de contato é muito maior que a variação da tensão de escoamento. Por outro lado, a variação do produto hS é ainda menor já que, ao se elevar S, o valor de h diminiu. Assim, pode-se aceitar que 37 p d d p (hS ) hS 1 1 d S S d (3.13) Esta suposição não é válida quando o material a ser deformado se endurece muito rapidamente, ou quando se aplica uma tração à ré elevada. Este último fator reduz sensivelmente a variação de p/S sobre o arco de contato, Helman (1983). Entretetando com a capacidade de encruamento dos metais diminui sensivelmente após uma certa deformação, torna-se pequeno o erro resultante da suposição anterior, quando utilizada no processo de cálculo dos esforços correspondentes ao segundo passe e nos passes subsegüentes. Com a hipótese ( 3.13), a expressão (3.12) se transforma: hS d p 2 R' psen cos d S (3.14) As suposições feitas inicialmente por Bland e Ford foram: O arco de contato é circular mesmo quando ocorre achatamento dos cilindros O coeficiente de atrito é constante ao longo de todo arco de contato; Não existe deformação lateral do material de modo que a laminação pode ser considerada como um problema de deformação plana; A deformação é completamente homogênea, isto é, um plano representado por uma linha vertical na estrada do arco de contato permanente vertical durante sua passagem pela região; O critério de escoamento de Von Misses é válido. No Estado plano de Deformações, este critério estabelece que: 1 3 2k 2Y 3 onde: σ1 ,σ3 = Tensões Principais Y é a Tensão de escoamento do material em Tração Pura k é a Tensão de escoamento em compressão plana. 38 ( 3.15) 4- SOBRE O MÉTODO DOS COEFICIENTES DE INFLUÊNCIA 4.1-Coeficiente de Influência Este método surgiu no final da década de 60, para se determinar o perfil da tira emergente. Chamado de Método dos Coeficientes de Influência ou simplesmente MCI, (SHOHET e TOWNSEND et al.1968), desenvolveram este método que calcula a deflexão elástica dos cilindros devido à flexão e ao cisalhamento através dos coeficientes de influência, discretizando tira e cilindros em fatias longitudinais, conforme a Figura 19 Figura 19: Discretização de um laminador quádruo para o método dos coeficientes de influência (SHOHET e TOWNSEND et al., 1976) Uma vez determinados tais coeficientes, montam-se as equações de cálculo da deflexão para cada cilindro, superpondo os deslocamentos por flexão, cisalhamento e achatamento localizado (os autores assumem linearidade no achatamento em função da carga, para a faixa de operação normal). Através das equações de equilíbrio de cada cilindro e de compatibilidade nas interfaces cilindro/cilindro e cilindro/tira, determinam-se às cargas distribuídas e o perfil deformado da tira, iterativamente. 39 O MCI tem demonstrado ser um método de comprovada precisão, sendo bastante poderoso na solução de problemas de distribuição transversal da espessura de chapas (GUO, 1990). Deve-se, porém, citar alguns pontos discutíveis a respeito do modelo (GINZBURG, 1989): Calcula os coeficientes de influência baseado nas equações de deflexão de uma viga simples. Contudo, a validade destas equações é questionável para cilindros curtos (ou seja, cilindros com razão comprimento/diâmetro reduzido); Simplifica um problema tridimensional em um bidimensional; Está baseado na hipótese de contato total do cilindro de trabalho com o cilindro de apoio. O modelo apresentado por Pawelski e seus colegas foram implementados com algumas modificações, e programado em linguagem do MATLAB. O programa denominado MCI/Berger, em reconhecimento a Bernd Berger (BERGER,1976), autor do modelo de achatamento de cilindros em contato utilizado no programa, foi testado e validado (SHIGAKI, 2001). 4.2-Caracteristicas principais do método MCI/Berger Calcula-se a deflexão elástica dos cilindros devido à flexão e ao cisalhamento através dos coeficientes de influência, discretizando a chapa em fatias longitudinais e cilindros em cortes transversais, conforme a Figura 19; Aplica o modelo de cálculo de carga de Bland-Ford para cada fatia e Hitchcock para o raio deformado (supõe estado plano de deformação para cada tira); Os achatamentos são calculados através do modelo de Berger; O programa é constituído de dois ciclos iterativos principais, sendo que um deles converge para haver compatibilidade nas interfaces 40 de contato cilindro-cilindro, e o outro converge com o equilíbrio global de forças; Assume-se contato completo ao longo dos cilindros de trabalho e encosto. 4.3 - Método de cálculo de carga de laminação O simulador desenvolvido por (SHIGAKI, 2001) neste trabalho, assume como hipótese o Estado Plano de Deformações (EPD) para a deformação plástica da chapa. Tal hipótese de EPD justifica-se quando é satisfeita a relação (largura da tira/arco de contato >10), segundo Watts e Ford (1955), conservativamente. Tal relação é satisfeita na maioria das situações correntes industriais. Nessa situação, a deformação transversal da chapa laminada a frio é praticamente nula, confinada a uma pequena faixa junto às bordas (GUILLERAULT et al., 1987). Entretanto um dos métodos de cálculos utilizados foi a equação 4.1 de autoria de Von Kárman representada por: d hS d p p hS 1 1 2́ R p sen cos d d S S onde, h: espessura da tira; S: tensão de escoamento; : ângulo dentro do arco de contato; R´: raio deformado; : coeficiente de atrito; p: pressão sobre o bloco infinitesimal. 41 (4.1) Figura 20: Desenho esquemático do processo de laminação. Bland e Ford sugeriram que o produto hxS é razoavelmente constante, permitindo, assim, a obtenção de uma solução analítica para a equação (4.1). p d hS 2 R ´ p sen cos d S (4.2) assim, a solução analítica final será: para a saída: para a entrada: p h C exp( H ) 1 S R ´ p h C exp( H ) 2 S R ´ (4.3) (4.4) onde, R R ´ ´ H 2 arctg h h f f (4.5) Onde: hf : espessura final; C1 e C2: constantes que dependem das condições de contorno, mais concretamente da aplicação de tensão à ré e à frente da tira. 42 4.4- MCI/Berger O presente programa MCI/Berger, utiliza o modelo de Bland-Ford-Ellis na direção de laminação e o método numérico dos coeficientes de influência na direção transversal. Para tanto dividem-se a chapa e os cilindros em faixas de 2 a 5 mm de largura. Aqui considerou-se a simetria da laminação. Assumiu-se também, como hipótese, a possibilidade da superposição dos efeitos de flexão e força cortante pelo fato do cilindro se deformar elasticamente. Levou-se em consideração também o seu achatamento, por ter influência crucial na distribuição de espessuras, particularmente nas bordas. Na Figura 21 é apresentada a forma como cilindro e tira são subdivididos, para a aplicação do modelo de Bland-Ford e o Método dos Coeficientes de Influência. Figura 21: Subdivisão do cilindro e da tira. O Método dos Coeficientes de Influência calcula a deflexão do cilindro segundo a equação (as variáveis em negrito representam grandezas vetoriais): u=ap+bF+cM 43 (4.6) sendo: u : vetor de deflexões do cilindro; a : matriz dos coeficientes de influência (equações 4.7a e 4.7b); b : vetor de coeficientes para as cargas concentradas (equação 4.8); c : vetor de coeficientes para os momentos externos (equação 4.9); p: vetor força por unidade de largura; F: carga concentrada (do mancal e dos contrafletores); M: momento fletor externo dos contrafletores. a ij y 1 3 3y 2i y j y 3i y i E 6I A (4.7 a) a ji a ij bi 13 Z 1 y i y 2i y 2i 3L y i E A 2I 6I ci (4.7 b) (4.8) 1 2 y 2 EI i (4.9) A seguir são explicitadas as equações que determinam o achatamento dos cilindros, baseado no método desenvolvido por Berger (BERGER et al., 1975). A expressão que calcula o achatamento do cilindro é dada pelas equações abaixo: (4.10) v = [f(2(j-i), s)+f(2(j+I)-2, s)]p d ( 1 k ) d ( 1 k ) 2 E f ( k , s ) d ( 1 k ) l n d ( 1 k ) l n 1 / 2 1 / 2 2 2 2 2 2 1 d ( 1 k ) 4 2 d ( 1 k ) 4 2 d () 141 k d () k 4 c () 1 k () 1 k 2 l n 2 l n d () 141 k d () k 4 c () 1 k () 1 k 2 / 2 21 2 1 / 2 2 2 / 2 21 2 1 / 2 2 ( 1 k ) ( 1 k ) 2 2 1 / 2 1 / 2 2 2 2 2 41 c ( k ) 41 c ( k ) (4.11) ( 1 2 ) 1 k () 1 k () 2 44 2 2 c 2 3 / 2 2 2 3 / 2 1 ( 4 c () 1 k )( 4 c () 1 k ) c = D/y (4.12) d = y/s (4.13) s = (R‟h )1/2 (4.14) onde, v: vetor de achatamento ao longo da largura (equação 4.10); vj,i: achatamento da rodela i do cilindro causada por uma força unitária vinda da faixa j da tira; s: vetor comprimento do arco de contato (equação 4.14); E: módulo de elasticidade do material do cilindro; : coeficiente de Poisson do material do cilindro; y: largura da faixa; R‟: raio deformado segundo Hitchcock (HITCHCOCK, 1935), equação (3.5); h: espessura de entrada menos a espessura de saída (redução); z: braço de alavanca para a força contrafletora; y: posição ao longo da largura. 4.5- Compatibilidade no Contato Cilindro-Cilindro Define-se o contorno da superfície superior do cilindro de trabalho como: cw = uw – Cmw – vw + vw1 (4.15) E o contorno da superfície inferior do cilindro de apoio: cb = ub + Cmb + vb – vb1 (4.16) sendo, uw e ub : deflexão elástica dos cilindros de trabalho e de apoio respectivamente; 45 Cmw e Cmb : coroas impostas aos cilindros de trabalho e de apoio respectivamente; vw e vb : achatamento dos cilindros de trabalho e de apoio respectivamente; vw1 e vb1 : achatamento no meio dos cilindros de trabalho e de apoio respectivamente; (os termos em negrito representam variáveis vetoriais) Deve-se notar que uw, ub, Cmw, Cmb, vw e vb são todos vetoriais ao longo de meia largura do cilindro para u e Cm, e para meia largura da tira para v. O problema resume-se, então, em calcular as cargas distribuídas nos cilindros de modo a satisfazer a equação de compatibilidade cb = cw e respeitando o equilíbrio de forças. O cálculo da carga distribuída de laminação já é conhecido. A parte mais difícil do problema reside na determinação das cargas de contato. O problema pode ser resolvido, após manipulação das equações acima, através de uma equação iterativa envolvendo as cargas distribuídas de contato entre cilindros e a carga distribuída de laminação na interface cilindro de trabalho/chapa 46 6- DANOS NA LAMINAÇÃO 6.1 Introdução Segundo Gorni (1981), existem apenas três maneiras segundo as quais peças ou sistemas podem “falhar” : obsolescência, quebra e desgaste acentuado. A falha por obsolescência de maneira arbitrária e a falha por quebra são frequentemente repentinas e podem ser permanentes, já a falha por desgaste geralmente é um processo gradual e, em alguns casos, reparável. Ainda segundo Gorni (1981), existem cinco categorias de desgastes: Desgaste adesivo; Desgaste abrasivo; Desgaste por erosão; Desgaste por corrosão; Desgaste por fadiga superficial. 6.2- Modelos e Falha por Fadiga Superficial Contato Dinâmico (NORTON, 2000) De acordo com Norton (2000), existe discordância entre especialistas com relação ao mecanismo de falha real que resulta em crateração e lascamento nas superfícies. A possibilidade de se ter uma tensão de cisalhamento máxima na subsuperfície (rolamento puro) levou alguns a concluírem que a crateação se inicia na superfície. A Figura 27 apresenta as trincas tanto superficiais quanto na subsuperfície em um cilindro de aço cementado sujeito a esforços pesados de rolamento. Uma extensa pesquisa experimental sobre crateração em contatos de rolamento foi realizada por Way (1935). Foram feitos mais de 80 ensaios com cilindros de eixos paralelos em contato sob rolamento puro de diferentes materiais, lubrificantes e carregamentos, girando até 18 milhões de ciclos, apesar de que a maioria das amostras falharam entre 500 mil e 1,5 milhão de ciclos. As amostras 47 foram monitoradas para se detectar o aparecimento de trincas superficiais mínimas, que inevitavelmente antecedem as falhas por crateração, em até 100 mil ciclos adicionais na presença de um lubrificante. Superfícies mais duras e mais lisas têm maior resistência a falhas por crateração. Amostras extremamente polidas não falharam antes de 12x106 ciclos. Cilindros nitretados com superfícies bastantes duras e núcleos dúcteis e tenazes foram os materiais que mais tempo resistiram entre os ensaios. Não ocorreu crateração nas amostras na ausência de óleo, apesar de o rolamento a seco ter produzido trincas na superfície. As peças com trincas continuaram rolando a seco sem falhas por mais 5x106 ciclos até que algum lubrificante fosse adicionado. Então a trinca superficial crescia rapidamente, tornando-se crateras com o formato característico de cabeça de seta, dentro dos próximos 100 mil ciclos adicionais. A explicação sugerida para o efeito nocivo do lubrificante foi que, após a formação de trincas superficiais, orientadas de maneira favorável, elas são preenchidas com óleo quando o cilindro se aproxima e fechadas por ele, pressurizando o fluído aprisionado na trinca. A pressão do fluído gera tensões de tração na ponta da trinca, causando seu rápido crescimento da trinca e o conseqüente surgimento de uma cratera. Lufricantes de alta viscosidade não eliminam o contato metal-metal, mas retardaram a falha por crateração, indicando que o fluído tem que conseguir entrar na trinca rapidamente para causar os danos. Juvinall e Marschek (2008), chegaram a várias conclusões a respeito de como se projetam cilindros em contato de rolamento de maneira a se retardar falhas por fadiga de superfície: 1 Não usar óleo (apesar de não ser uma solução prática, já que promove outros tipos de desgaste discutidos em sessões anteriores ) 2 Aumentar a viscosidade do lubrificante 3 Polir as superfícies (entretanto isso é dispendioso de se fazer) 4 Aumentar a dureza da superfície (preferivelmente com um núcleo dúctil e tenaz) 48 Figura 27: Fotomicrografia (100x) de trincas na superfície e na subsuperfície em um cilindro cementado e encruado (NORTON, 2000) Ainda de acordo com Norton (2000), a concentração geométrica de tensão (CGT) pode atuar na superfície quando, por exemplo, uma peça do contato é menor axialmente que a outra (comum em juntas de camo-seguidores e mancais de rolamento). As bordas do cilindro menor geram uma concentração de tensão na linha de contato com o outro cilindro, como é mostrado na Figura 28a, e a crateração e o lascamento ocorrerão, preferencialmente, nessa região. Esse é um motivo para se usar cilindros abaulados, que tenham um grande raio de abaulamento no plano yz em relação ao raio do rolo, no plano xz. Se o carregamento de contato puder ser previsto, o raio de abaulamento pode ser dimensionado para propiciar uma distribuição de tensão uniforme axialmente na região de contato devido às deformações dos rolos, como pode ser visto na Figura 28.b. No entanto, para carregamentos mais leves, haverá uma região de contato reduzida e, consequentemente, maiores tensões no centro, e , para tensões maiores que as de projeto, a concentração de tensão nas bordas retornará. Pode-se usar um rolo parcialmente, como na Figura. 28c, mas que pode causar uma certa concentração de tensão na transição da parte plana para a abaulada. Pode-se mostrar que uma 49 curva logarítmica, como na Figura. 28d, gerará uma distribuição mais uniforme das tensões para variados níveis de carregamento. Figuras 28: Concentração geométrica de tensão (NORTON, 2000) Rizzo (2007), exemplifica através das Figuras 28 a 30 o lascamento e fraturas ocorridos em cilindros. Figura 29: lascamento em cilindros de laminação (RIZZO, 2007) 50 Figura 30: Fraturas em cilindros de laminação (RIZZO, 2007) No apêndice C, da dissertação encontra-se de forma complementar ao conteúdo de Danos nos cilindros de laminação, outras figuras. 6.3 – TIPOS DE DANOS EM CILINDROS DE LAMINAÇÃO (RIZZO, 2007) C.1- Os defeitos mais comuns em cilindros de laminação: C.1.1 - “Banding” – As superfícies dos cilindros apresentam-se queimadas ( partes escuras) e certas áreas muito rugosas ocasionado por deficiência de refrigeração , excesso de campanha ou seleção incorreta do material do cilindro. Figura C1:“Banding” C.1.2-“Peeling‟- 51 Remoção parcial da camada de óxido formada na superfície do cilindro devido à refrigeração inadequada do cilindro e/ou temperatura de laminação em uma faixa que facilita o crescimento de óxido no cilindro. Figura C2:“Peeling” C.1.3-Colamento( “Strip Welding”) Devido ao excesso de força de laminação ( elevada redução ou material frio) ocorre a ruptura e adesão do material laminado na mesa do cilindro , ocasionando trincas e esfoliação. Figura C3:Colamento. C.1.4-Desgaste Na Borda De Chapas ( “Strip Edge Wear”) Desgaste superficial na forma de ondas localizadas nas regiões correspondentes as bordas de chapas laminadas, principalmente nas cadeiras acabadoras .Este defeito é causado pelo aumento da resistência à deformação na borda de chapas combinado com elevada taxa de redução ou presença de carepa dura nas bordas. 52 Figura C4: Desgaste na borde de Chapas C.1.5-Endurecimento Ou Amolecimento Localizado(„Hard And Soft Spots‟)- São regiões de alta dureza ou de baixa dureza formadas durante o processo de fundição de cilindros centrifugados devido à segregaçao de excesso de carbonetos ( pontos duros) ou falta de carbonetos e presença de grafita ( pontos macios). Figura C5:Endurecimento. C.1.6-Trincas- São riscos perpendiculares, longitudinais ou inclinados que aparecem na superfície da mesa do cilindro, formando mosaicos. São provocadas devido a ciclos de elevado aquecimento ( causada por parada do cilindro, pro exemplo) seguido de resfriamento brusco. FiguraC6:Trincas. C.1.7-Quebra- 53 Ocorre devido a defeitos de fundição ou problemas operacionais. Figura C7:Quebra C.1.8-Lascamento- É originado no interior do cilindro logo abaixo da interface casca/centro.O lascamento é causado por elevados ciclos de carregamento durante a aplicação de grandes reduções na laminação de materiais finos e de alta resistência. Figura C8:Lascamento. C.1.9-Fratura- Fratura devido à carga excessiva de laminação associada ou não com corrosão sob tensão. Figura C9: Fratura. 54 7- MODELO DE LAMINADORES QUÁDRUOS EM ELEMENTOS FINITOS 7.1-Introdução: Este capítulo apresenta as características dos laminadores utilizados nos dois métodos: o método MCI/Berger, de Shigaki (2001), e o Método dos Elementos Finitos. Os modelos de laminadores foram submetidos a cargas de laminação como se estivessem em operação real de fábrica. Com aplicação das cargas nos métodos, foi possível identificar as rergiões de maior concentração de pressão e deformação. É importante enfatizar que foi analisado resultados levando em consideração o Torque e sem o Torque. 7.1.1 – Características dos dois laminadores DADOS DO LAMINADOR I: Diâmetro do cilindro de trabalho: 450 mm Coroa usinada do cilindro de trabalho: 0 mm Módulo de Young do cilindro de trabalho: 21000 kgf/mm² Diâmetro do cilindro de apoio: 1300 mm Coroa usinada do cilindro de apoio: 0 mm Módulo de Poisson dos cilindros: 0.3 Comprimento da face dos cilindros: 1900 mm Comprimento do braço de contraflexão: 100 mm DADOS OPERACIONAIS: Coeficiente de atrito (seco): 0,1 Largura da tira: 1600 mm 55 Módulo de Young da tira: 21000 kgf/mm² Módulo de Poisson da tira: 0.3 Curva de fluxo (EPD), via Ludwik: (0,1+78.8 εp0.249) kgf/mm² Espessura inicial: 4,5 mm Coroa absoluta inicial: 0 micrometros Coroa relativa inicial: -1,9737.10-14 % Coroa medida da borda da tira (1º cadeira) 25 mm Tensão à entrada da tira: 0 kgf/mm² Total na bobinadeira, a ré: 0 tf Tensão à saída da tira: 0 kgf/mm² Total na bobinadeira, a frente: 0 tf Número de fatias do semi-cilindro: 80 Tolerância para o perfil: 0,001 mm RESULTADOS: do MCI/Berger Espessuras Carga de finais (mm) laminação (kgf) Coroa relativa (%) Força de Tempo de Roll Bending (kgf) processamento (s) 3,89 974433,71 4,89 0 2,23 3,07 1559873,43 10,38 0 2,73 2,48 1529912,84 13,27 0 3,30 2,06 1412035,82 15,14 0 3,44 1,76 1264219,46 16,30 0 4,25 Tempo total de processamento: 15,95 segundos DADOS DO LAMINADOR 2: Diâmetro do cilindro de trabalho: 125 mm Coroa usinada do cilindro de trabalho: 0 mm Módulo de Young do cilindro de trabalho: 21000 kgf/mm² Diâmetro do cilindro de apoio: 300 mm Coroa usinada do cilindro de apoio: 0 mm Módulo de Poisson dos cilindros: 0,3 56 Comprimento da face dos cilindros: 400 mm Comprimento do braço de contraflexão: 100 mm DADOS OPERACIONAIS: Coeficiente de atrito (seco): 0,1 Largura da tira: 350 mm Módulo de Young da tira: 21000 kgf/mm² Módulo de Poisson da tira: 0,3 Curva de fluxo (EPD), via Ludwik: (0,1+78.8 εp0.249) kgf/mm² Espessura inicial: 4,5 mm Coroa absoluta inicial: 0 micrometros Coroa relativa inicial: -1,9737.10-14 % Coroa medida da borda da tira (1º passe) 25 mm Tensão à entrada da tira: 0 kgf/mm² Total na bobinadeira, a ré: 0 tf Tensão à saída da tira: 0 kgf/mm² Total na bobinadeira, a frente: 0 tf Número de fatias do semi-cilindro: 45 Tolerância para o perfil: 0,001 mm Coeficiente para a tolerância da carga q: 0,001 Espessuras Carga de Coroa relativa Força de finais (mm) laminação (kgf) (%) 3,89 99210,05 1,38 0 0,64 3,07 154911,50 2,83 0 0,59 2,48 153402,00 3,55 0 0,58 2,06 142477,64 4,01 0 0,61 1,76 128731,56 4,27 0 0,64 Roll Bending (kgf) Tempo total de processamento: 3,06 s 57 Tempo de processamento (s) 7.2 Estrutura Geometria dos Laminadores Modelados em Elementos Finitos Foram modelados dois laminadores, um de porte pequeno e outro de porte grande. O desenho de ambos foi feito através do programa Solidworks 2008. Para a imposição do tipo de material, restrição, contato, geração de malha e simetria utilizou-se o programa de elementos finitos COSMOS Works. 7.2.1 – Determinação da Pressão WR do laminador 1 no MCI/Berger O programa MCI/Berger, após processamento dos dados de entrada do laminador 1, fornece a pressão WR ( pressão entre cilindro de trrabalho e a chapa) conforme a Figura 32. Esta pressão corresponde à carga de laminação atuante na operação de laminação de uma chapa de espessura incial de 4,5mm com largura de 1600mm, reduzida para 3,89mm. O Apêndice B apresenta de forma detalhada todos os comandos utilizados. Figura 32: Pressão de contato do laminador 1 A pressão obtida foi, posteriormente, lançada no laminador 1, no programa COSMOS Works. A Tabela 2 apresenta a discretização da pressão a cada 100 mm. 58 Tabela 2- Resultados da pressão Wr obtido do programa MCI/Berger a cada 100 mm do semi comprimento Pw Pw W/2 (kgf/mm²) (Pa) (mm) 70,87 694,526 0 71,07 696,486 100 71,73 702,954 200 72,83 713,734 300 74,5 730,1 400 76,7 751,66 500 79,6 780,08 600 83,5 818,3 700 91,5 896,7 800 Um segundo valor necessário para obter os resultados da pressão no programa COSMOS, refere-se a uma constante de inclinação da reta “k”. Como a pressão obtida se trata de uma curva, optou-se por subdividi-la em partes lineares para aplicá-la ao modelo. Dessa forma tornou-se necessário o emprego de uma constante k, uma vez que, o programa COSMOS apresenta a equação da reta inclinada em seu diretório, para inserção dos dados das cargas obtidas no MCI/Berger. A Tabela 3 mostra os resultados da constante k, a cada 100 mm do ponto de origem do cilindro com os resultados tabulados da Pressão WR (pressão entre o cilindro de trabalho e a chapa). De forma a facilitar a compreensão, tomou-se como base a Figura 33, onde obteve-se a constante k, para cada pressão WR correspondente. 59 Figura 33 – Representação da reta passando por 2 pontos P1 e P2. Através da expressão da equação da reta tem-se: y2 y1 a( x2 x1 ) a y2 y1 x2 x1 (7.1) Comparando a Equação (7.1) com dois pontos quaisquer da Figura 33, tem-se: Pi 1 Pi k W f Wi k Pi 1 Pi W f Wi (7.2) onde: => P2 P = Pressão Wr inical x10 .N => P1 m Pi 1 = Pressão Wr final x106 . N m2 6 i 2 W W f W f (m) => x2 x1 Trabalhando melhor a equação (7.2) tem-se k igual a: k 60 1 W Pi 1 1 Pi (7.3) Com os valores obtidos no MCI/Berger montou-se construíu-se a Tabela 3 que representa os valores de k (constante de inclinação da reta), para cada pressão WR, aplicada a cada 100 mm da semi-largura da chapa. Tabela 3 - Resultado da constante k correspondente a cada 100 mm. A Pi x106 . N m 2 B Pi 1 x106 . N m2 W m k 1 W Pi 1 1 Pi 694,526 696,486 0,1 0,0282 696,486 702,954 0,1 0,0929 702,954 713,734 0,1 0,1534 713,734 730,1 0,1 0,2293 730,1 751,66 0,1 0,2953 751,66 780,08 0,1 0,3781 780,08 818,3 0,1 0,4899 818,3 896,7 0,1 0,9581 7.2.2 Torque aplicado ao modelo Com base no desenvolvimento do cálculo do torque apresentado no Capítulo 3, calculou-se inicialmente o torque correspondente ao laminador 1. Através do MCI/Berger foi possível obter os termos da equação 7.11 e em seguida calcular o torque de laminação, representado pela força circunferencial líquida (Fc). No apêndice sobre (Comandos do MCI/Berger) desse projeto foi apresentado de forma detalhada todo processo de obtenção dos valores necessários para calcular Fc, através do uso do MCI/Berger. Dessa forma os valores necessários para o desenvolvimento do cálculo do torque do laminador 1, obtidos pelo MCI/Berger foram: R‟ (raio deformado) = 234,50 mm; 61 q ( carga de laminação) = 974433,71 Kgf , valor referente ao 1º passe Utilizando-se a Equação (7.5), para determinar o arco deformado tem-se: Para o primeiro passe: h hi h f => 4,5-3,89=0,61 L' 234,50 x0,61 => L' 11,96 mm (7.4) (7.5) L‟ =arco de contato deformado Conforme já mencionado: d L' 0,45 (para laminação a frio) d L' = 0,45 x 11,96= 5,382 mm = 0,005382m (7.6) Onde d Distância da força P ao centro de rotação do rolo Como P é representado pela carga de laminação q, tem-se: P= 974433,71 Kgf x 9,8 = 9.549.450,358 N (7.7) Uma vez que o estudo está sendo feito utilizando a metade dos cilindros de forma a reduzir o tempo de processamento em elementos finitos, faz-se necessário reduzir pela metade o valor da carga de laminação, dessa forma: 62 P/2 = 4.774.725,18 N (7.8) Portanto, o torque é dado por. M P.d L' P L' R' pd , 0 (7.9) Logo: M P d 4.774.725,18 (N) x 0,005382 (m) = 25.697,571 N.m 2 Segundo ( Helman, 1983), M Fc.R Logo Fc (7.10) (7.11) M 25.697,571 => Fc Fc 114.211,5N R 225 x10 3 (7.12) Após calcular Fc, construiu-se a Tabela 4 de forma a obter o valor referente ao torque a cada 100 mm, para ser aplicado ao modelo em elementos finitos. Fazendo a distribuição de Fc ao longo da área de contato, foi necessário obter o comprimento do arco de contato entre a chapa e o cilindro de trabalho, representado por L. O valor de “L” foi possível obter utilizando o MCI/Berger. Optouse por utilizar a média desse valor, conforme se pode observar na Tabela 4. 63 Tabela 4- Resultado do torque a cada 100 mm ao longo do cilindro de trabalho do laminador 1. Semi- Variação da Área ao longo de Fc (N) em cada comprimento da posição cada intervalo da intervalo chapa (W/2) mm (intervalo) subdivisão ∆V (mm) A=L*.∆V, L=8,317mm A em (mm²) 0 100 100 831,7 14.276,44 100 100 831,7 14.276,44 100 831,7 14.276,44 100 831,7 14.276,44 100 831,7 14.276,44 100 831,7 14.276,44 100 831,7 14.276,44 100 831,7 14.276,44 800 mm 6.653,6 mm² 114.211,5 N 200 200 300 300 400 400 500 500 600 600 700 700 800 total 64 7.3 – Resultados do laminador 1 no MCI/Berger A Figura 34 representa o perfil da chapa laminada do Laminador 1, obtido pelo programa MCI/Berger para 5 passes. Neste trabalho foi considerado somente o primeiro passe. Figura 34: Representação do Perfil da chapa em cada passe do Laminador 1 A Figura 35, mostra a distribuição de cargas em cada passe do Laminador 1. A linha tracejada representa a carga “q” entre os cilindros de trabalho e os de encosto, e a carga “p” entre o cilindro de trabalho e a chapa. 65 Distribuição de cargas 1200 1100 p(-) e q(.) [kgf/mm] 1000 900 800 700 600 500 400 300 0 100 200 300 400 500 600 Semi-largura [mm] 700 800 900 1000 Figura 35: Representação das cargas passe do Perfil do Laminador 1 7.3.1 Determinação da Pressão Wr do laminador 2 no MCI/Berger Seguindo o mesmo raciocínio na determinação da Pressão Wr, do Laminador 1, a Figura 36 representa graficamente os resultados da Pressão Wr, fornecido pelo programa MCI/Berger, após processamento dos dados de entrada do laminador 2. Dessa forma os resultados obtidos no programa MCI/Berger encontram-se no Apêndice B de forma detalhada, com os comandos executados. 66 70 69 pressão WR [kgf/mm²] 68 67 66 65 64 63 0 5 10 15 20 25 30 semi comprimento da chapa [mm] 35 40 A Figura 36: Pressão WR do laminador II Também de forma semelhante as Tabelas 5 e 6, fornecem os valores da Pressão Wr e da constante k, respectivamente. Tabela 5 - Resultados da pressão Wr obtido do programa MCI/Berger a cada 25 mm do semi comprimento do laminador 2 Pw Pw W/2 W/2 (kgf/mm²) (N/m²) x 106 (mm) (m) 1 63,3 620,34 0 0 2 63,41 621,42 25 0,025 3 63,75 624,75 50 0,050 4 64,3 630,14 75 0,075 5 65,1 637,98 100 0,100 6 66,1 647,78 125 0,125 7 67,5 661,5 150 0,150 8 69,4 680,12 170 0,170 9 70 686 175 0,175 67 Tabela 6 - Resultado da constante k correspondente a cada 100 mm do laminador 2 A Pi x106 . N m2 B Pi 1 x106 . N m2 k W m 1 W Pi 1 1 Pi 620,34 621,42 0,025 0,0722 621,42 624,75 0,025 0,2143 624,75 630,14 0,025 0,3451 630,14 637,98 0,025 0,4977 637,98 647,78 0,025 0,6144 647,78 661,5 0,025 0,8472 661,5 680,12 0,02 1,4074 680,12 686 0,005 1,7291 7.3.2 Determinação do torque do laminador 2 no MCI/Berger No apêndice apresenta detalhes, da obtenção do Torque no Laminador II, que segue também o mesmo raciocínio, desenvolvido no laminador I, conforme mostra a Tabela 7. Tabela 7- Torque do laminador 2 Semi- Variação Área ao longo de Fc em cada intervalo comprimento da da cada Por regra de três chapa (W/2) mm posição intervalo de (N) (intervalo) subdivisão ∆V (mm A=L.∆V, L=4,18 mm A em (mm²) 0 25 104,5 3166,79 25 104,5 3166,79 25 104,5 3166,79 25 25 50 50 75 68 75 25 104,5 3166,79 25 104,5 3166,79 25 104,5 3166,79 20 83,6 2.533,43 20,9 633,36 731,5 22.167,52 100 100 125 125 150 150 170 170 175 5 total 7.4 Resultados do laminador 2 no MCI/Berger A Figura 37, mostra os gráficos obtidos pelo programa MCI/Berger do perfil em cada passe do Laminador II 69 Perfis 4.5 4 Perfil [mm] 3.5 3 2.5 2 1.5 0 20 40 60 80 100 120 Semi-largura [mm] 140 160 180 Figura 37: Representação em cada passe do Perfil do Laminador 2 7.4.1 Representação da distribuição de carga em cada passe do laminador 2 no programa MCI/Berger A Figura 38 fornece graficamente pelo programa MCI/Berger a distribuição de cargas em cada passe do Laminador 2. A linha tracejada representa a carga “q” de contato entre os cilindros de trabalho e o de encosto e a linha contínua a carga „p” entre o cilindro de trabalho e a chapa. Utilizou-se apenas o primeiro passe. 70 Distribuição de cargas 700 650 600 p(-) e q(.) [kgf/mm] 550 500 450 400 350 300 250 200 0 20 40 60 80 100 120 Semi-largura [mm] 140 160 180 200 Figura 38: Representação das cargas passe do Perfil do Laminador 2 Importante frisar que na Figura 38 as cargas “p” e “q” representam; p: carga distribuída de laminação; q: carga distribuída de contato entre cilindros; 7.5 Aplicação das Condições de Contorno O primeiro passo foi desenhar os cilindros de laminação em um programa de computador específico, no caso o SolidWorks 2008. A seguir foram aplicadas as restrições. 71 Figura 39:Cilindros de Trabalho Figura 40: Cilindro de Encosto 7.5.1 Restrições aplicadas ao modelo no progama COSMOS Works. Nesse trabalho aplicou-se no modelo restrições em três regiões, a saber, no pescoço do cilindro de trabalho, na simetria dos cilindros e no pescoço do cilindro de encosto. Cada restrição é explicada em seguida. Como já foi mencionado anteriormente, uma das restrições aplicadas foi a de dupla simetria. A aplicação da simetria têm como objetivo neste trabalho reduzir o tamanho do problema, permitindo assim uma economia de tempo de processamento e a obtenção de resultados mais precisos através de um refinamento que se faz possível na malha do modelo. Restringiu-se também uma pequena área na face cilíndrica do pescoço do cilindro, onde se encaixam os mancais, não permitindo o seu deslocamento radial. 7.5.2 Restrições de Simetria aplicado ao modelo Aplicou-se a simetria no modelo, nas faces dos dois cilindros por serem simétricos, de forma a modelar uma parte em vez do modelo completo. Os resultados nas partes não modladas são deduzidas da parte modelada pelo programa. Dessa forma pode-se reduzir o tamanho do problema e obter resultados mais precisos. 72 A Figura 41, mostra a localização exata onde foi aplicado a simetria no modelo utilizado. Figura 41: Aplicação da Simetria no modelo 7.5.3 Aplicação da restrição ao cilindro de encosto Este tipo de restrição define todos graus translacionais de liberdade como zero. Ao usar esta restrição não é necessário fazer referência à geometria. No modelo foi aplicada a restrição do tipo fixo na altura do pescoço do cilindro de trabalho. A Figura 42 mostra a aplicação da restrição do tipo “fixo” aplicado ao modelo Figura 42: Aplicação da restrição do Tipo Fixo ao modelo 73 7.5.4 Aplicação da restrição ao cilindro de trabalho A Figura 43 mostra a aplicação da restrição utilizando um plano de referência, de forma a impedir a translação na direção horizontal, no pescoço do cilindro de trabalho. Figura 43: Aplicação da restrição utilizando um plano de referência ao modelo 7.5.5 Condições de Contato entre os Cilindros Foi definido o contato sem penetração ente os cilindros de trabalho e encosto. Este tipo de contato evita a interferência entre as entidades de origem e de alvo, mas permite a formação de espaçamentos. Nas opções de contato foi marcada ainda a opção nó para superfície, que tem as seguintes características: Não exige que as faces estejam inicialmente em contato. Não requer malha compatível entre as faces de origem e de alvo. Permite que vértices, arestas e faces sejam entidades de origem. Esta formulação de contato é compatível com o tipo de contato Sem penetração para estudos estáticos, não-lineares e térmicos. Para estudos estáticos e não lineares, este tipo de contato impede a interferência entre as 74 faces de origem e de alvo, mas também permite que elas se distanciem entre si, formando espaçamentos. Para cada nó da origem, o software atribui uma ou mais faces de elemento no alvo. O contato de superficie: previne a interferência, mas permite a separação, ( Figura 44). Figura 44 : Componentes de contato. Figura 45: Componentes de contato dos cilindros. 75 7.5.6 Aplicação das cargas As cargas obtidas nos itens anteriores foram aplicadas ao modelo. A carga de laminação foi aplicada como sendo uma pressão vertical na área de contato cilindro de trabalho/chapa. E o torque foi aplicado segundo cargas horizontais na mesma área de contato da carga de laminação. A Figura 46 mostra as cargas aplicadas. Figura 46: Cargas de laminação e torque aplicados. 7.5.7 Geração da malha A geração das malhas é uma etapa crucial da análise do projeto e, por esse motivo, deu-se especial atenção a esta questão. Para a geração da malha escolheu-se em “Parâmetros da malha” as seguintes opções: Para o laminador 1 tipo de malha sólida, refinada, com tamanho global do elemento de 50 mm, número de nós 363.643 e tamanho do elemento 253.575; já o laminador 2 (menor) também com malha sólida e refinada, número de elemento 110.550, número de nós 159.098 e tamanho do elemento 13,50 mm. 76 Com o intuíto de especificar um tamanho de malha diferente do empregado no restante do modelo, foi aplicado um controle de malha nas regiões de contato entre os cilindros e na região em que será aplicado o carregamento no cilindro de trabalho. Com isso foi possível especificar tamanhos menores de elementos e, conseqüentemente, foram obtidos resultados mais precisos nessas regiões A Figura 47 apresenta um dos laminadores com a malha gerada. Figura 47: Modelo com geração de malha Nesse trabalho foram observados os parâmetros da malha refinada e não refinada, do laminador 1, e 2 conforme mostram as Tabelas 8. e 9. Tabela 8 - Parâmetros da malha do laminador 2. Tipo de malha Sem refinar Parametros da malha Resultados Nº de nós 56.505 Nº de elementos 37.410 Tamanho do elemento 20.2569 Nº de nós 159.098 77 Refinada Nº de elementos 110.550 Tamanho do elemento 13.50 mm Tabela 9 - Parâmetros da malha do laminador 1. Tipo de malha grossa fina Parametros da malha Resultados Nº de nós 306.808 Nº de elementos 211.857 Tamanho do elemento 76,25mm Nº de nós 363.643 Nº de elementos 253.575 Tamanho do elemento 50mm 78 8 - RESULTADOS São apresentados, a seguir, os resultados da simulação dos dois modelos de elementos finitos. Foram feitas quatro simulações ao todo, pois para cada um dos laminadores aplicaram-se as cargas com e sem o torque. 8.1 - Resultados do laminador 1, utilizando o programa COSMOS Works. Nesta seção sãoapresentados os resultados das análises de tensão e deformação do laminador 1, através do Método de Coeficientes de Influência MCI/Berger e o Método de Elementos Finitos do programa COSMOS Works. 8.1.1 Resultados do Laminador 1, sem torção e com a malha refinada A Figura 48 mostra os resultados da tensão de von Mises, após sofrer um refinamento da malha. Como pode-se observar a tensão máxima é de 8.009e+008 N/m² e localiza-se na a extremidade na região central de contato entre os cilindros. Figura 48: Resultados do Laminador 1, sem torção e com a malha refinada 79 Com o refinamento da malha, conforme mostrado na Figura 49, o número total de nós passou para 265.787 nós, o número total de elementos para 182.648 e o tamanho médio do elemento para 50 mm. Figura 49: Malha gerada no Laminador 1 com a malha refinada O valor do deslocamento máximo em Y (direção vertical) no laminador 1 com a malha refinada e sem o torque é 3.804e-001 mm, conforme mostra a Figura 50. Este deslocamento ocorre próximo da extremidade do pescoço do cilindro de trabalho. Figura 50: Resultado do deslocamento máximo em Y sem o toque com a malha refinada 80 Figura 51: Resultado do deformação máxima em Y sem o torque, com a malha refinada Para melhor visualização e comparação dos resultados sem o torque e com as malhas, a Tabela 10, ilustra de forma resumida os valores fornecidos pelo COSMOS Works, da tensão de von Mises, deformação e deslocamento Tabela 10 – Análise da Tensão, deformação e deslocamento do Laminador 1, sem o Torque. Análise Malha sem Tensão de von Deslocamento UY Deformação Mises (direção vertical) máxima em Y (N/m²) (mm) (EPSY) 8,015e+008 3,801e-001 3.385e-004 8.009e+008 3.804e-001 3.383e-004 refinar Malha refinada Pode-se concluir de forma parcial nesta seção, que após o refino da malha, como se pode perceber na Tabela 10, a tensão máxima de von Mises manteve-se praticamente a mesma, da mesma forma o deslocamento em Y. 81 8.1.2 Resultados do Laminador 1, com torção e com a malha refinada. A Figura 52, mostra os resultados da tensão de von Mises, considerando a torção, após sofrer um refinamento da malha. Como pode-se observar a tensão máxima passou para 8.008e+008 N/m² . Figura 52: Resultado da tensão de von Mises com o torque na malha refinada Com o refinamento da malha considerando o torque, conforme apresenta a Figura 53, o número total de nós mudou para 363.643 nós, e o número total de elementos também mudou, passando para 253.575, o tamanho do elemento diminuiu passando para 50 mm. Figura 53: Malha gerada no laminador 1 com refinamento da malha e considerando o torque 82 O deslocamento máximo em Y no laminador 1 com a malha refinada e considerando o torque passou para 3.804e-001 mm, conforme mostra a Figura 54 Figura 54: Resultado do deslocamento máximo com o toque e a malha refinada Para melhor visualização e comparação dos resultados considerando agora o torque com e sem a malha refinada, a Tabela 11 ilustra de forma resumida os valores fornecidos pelo COSMOS Works, da Tensão de von Mises, deformação e deslocamento. Tabela 11 – Análise da Tensão, deformação e deslocamento do Laminador 1, com o Torque. Análise Tensão de von Deslocamento UY Deformação máxima Mises (mm) equivalente (N/m²) Malha sem (ESTRN) 8,015e+008 3,801e-001 3,716e-003 8,009e+008 3,804e-001 2,331e-004 refinar Malha refinada 83 Pode-se concluir de forma parcial nesta seção, que após o refino da malha e considerando o torque, conforme mostra a Tabela 11, que a tensão máxima de von Mises e o deslocamento, praticamente mantiveram os mesmo valores. 8.1.3 Resultado do Laminador 1, da Pressão de Contato (PC) sem torção e com a malha refinada. A Figura 55, apresenta o resultado da pressão de contato (PC) entre os cilindros de trabalho e encosto do COSMOS Works, sem levar em conta a torção. Dessa forma é possível observar a distribuição e a magnitude da pressão de contato. Figura 55: Pressão de Contato entre os cilindros, sem o torque. A Figura 56 apresenta graficamente os resultados da pressão de contato entre os cilindros, representando todos os pontos da PC ao longo do semicomprimento. 84 Figura 56: Representação de todos os pontos da PC do programa COSMOS, sem o torque. Para se fazer a comparação dos resultados da pressão de contato, representada na Figura 55 do programa COSMOS Works, com os resultados do programa MCI/Berger, utilizou-se a expressão 8.1, pois é necessário transformar a carga distribuída linear do MCI/Berger em pressão. Para se determinar a carga de laminação entre o cilindro de trabalho e encosto pelo programa MCI/Berger, faz-se: Pr essc scc q (8.1) Onde: q= carga de contato entre os cilindros (kgf/mm²) pressc = pressão de contato entre os cilindros ( kgf/mm), do MCI/Berger scc= arco de contato (mm) formado entre o cilindro de trabalho e o de encosto O apêndice ao final desse trabalho explicita detalhes da expressão 8.1. Como os valores da carga “q”, são expressos em kgf/mm², no programa MCI/Berger, houve a necessidade de fazer a transformação para N/m², uma vez que o programa COSMOS Works, utiliza pressão e não uma carga distribuída linearmente como o MCI/Berger. 85 Dessa forma o resultado da carga “q” já transformada é representado pela Figura 57. 9 8 x 10 7.8 carga entre os cilindros [N/m²] 7.6 7.4 7.2 7 6.8 6.6 6.4 6.2 0 100 200 300 400 500 600 700 semi-comprimento [mm] 800 900 1000 Figura 57: Carga entre os cilindros de trabalho e encosto do laminador 1, sem torque. A Figura 58 foi obtida fazendo a comparação dos resultados da PC, através do programa MCI/Berger (-) e o COSMOS Works (*), sem levar em conta a torção e com a malha refinada. 8 carga entre os cilindros [N/m²] 15 x 10 10 5 0 0 100 200 300 400 500 600 700 semi-comprimento [mm] 800 900 1000 Figura 58: Pressão de contato entre os cilindros, sem considerar a torção e com malha refinada 86 8.2 Resultados do laminador 2, utilizando o programa COSMOS Works. Nesta seção apresenta os resultados das análises de tensão e deformação do laminador 2, de forma análoga ao que foi realizado sobre o laminador 1. 8.2.1 Resultados do Laminador 2, com Torção e com a malha a refinada. A Figura 59 mostra os resultados da tensão de von Mises, considerando a torção, após sofrer um refinamento da malha. Como pode-se observar a tensão máxima passou para 7,987e+008 N/m² . Figura 59: Resultado da tensão de von Mises com o torque e com refinamento da malha Figura 60: Resultado da PC com o torque e com refinamento. 87 Com o refinamento da malha considerando o torque, conforme mostra a Figura 61, o número total de nós mudou para 159.098 nós, e o número total de elementos também mudou, passando para 110.550, e o tamanho médio do elemento, mudou para 13,5046 mm Figura 61: Malha gerada no laminador 2 com refinamento da malha e considerando o torque O deslocamento máximo em Y no laminador 2 com a malha refinada e considerando o torque passou para 1.435e-001 mm, conforme mostra a Figura 61. Figura 62: Resultado do deslocamento máximo em Y com o torque e a malha refinada. 88 8.2.2 Resultados do laminador 2, sem o torque e com a malha refinada A Figura 63 mostra os resultados da tensão de von Mises do caso sem a aplicação do torque, após sofrer um refinamento da malha. Como pode-se observar a tensão máxima mudou para 7,987e+008. Figura 63: Resultado da tensão de von Mises sem o torque e com refinamento da malha Figura 64: Resultado da PC sem o torque e com refinamento da malha. Com o refinamento da malha e sem considerar o torque, o número total de nós manteve os mesmos valores, ou seja, 159.098 nós, o número total de elementos 110.550 e o tamanho médio do elemento, 13,5046 mm. 89 Figura 65: Malha refinada sem o torque. O deslocamento máximo em Y no laminador 2 com a malha refinada e sem considerar o Torque manteve o mesmo valor 1.435e-001 mm, conforme mostra a Figura 66. Este deslocamento ocorre próximo da extremidade do cilindro de encosto. Figura 66: Resultado do deslocamento máximo em Y sem o toque e com a malha refinada Da análise da deformação equivalente, sem o torque na malha refinada, percebe-se conforme a Figura 65 que também não houve mudança em seu valor de 2.710e-004 ocorrendo na posição próximo da extremidade do cilindro de trabalho 90 8.3 Análise dos Resultados Neste sub-ítem serão realizadas as análises dos resultados consolidados dos modelos dos laminadores 1 e 2. 8.3.1 Análise dos Resultados da Tensão de von Mises, Deslocamento em Y e deformação dos laminadores 1 e 2( Tabela 12). Tabela 12–Análise da Tensão, deformação e deslocamento do Laminador 1 e 2 Tensão de von Deslocamento Deformação Mises UY máxima (N/m²) (mm) em Y Malha sem 8.015e+008 3.801e-001 5.042e-004 refinar 9.472e+008 1.180e-001 2.889e-003 Malha sem ser 8.015e+008 3.801e-001 5.044e-004 refinada 9.464e+008 1.166e-001 2.889e-003 Malha 7.685e+008 3.807e-001 2.993e-004 refinada 7.987e+008 1.435e-001 2.710e-004 Sem o torque 7.621e+008 3.816e-001 2.909e-004 e malha 7.987e+008 1.435e-001 2.710e-004 Análise Considerando o torque sem o torque considerando o torque refinada 91 Tomar como referência a cor de cada laminador: Laminador 1 Laminador 2 Pela tabela 12 é possível identificar as variações com e sem o torque, na malha refinada ou não, para analise da Tensão de von Mises e deslocamento em Y. Observa-se que as tensões se elevam e os deslocamentos diminuem, como se esperaria ao elevar o número de elementos finitos empregados. 8.3.2 Análise da Comparação do Perfil Gerado pelo Programa MCI/Berger e Elementos Finitos do laminador 1. Foram comparados os resultados de deflexão e de achatamento obtidos pelo programa MCI/Berger de um modelo de cilindro de trabalho e encosto tridimensional, modelado com elementos finitos. A Figura 67 apresenta o perfil de espessuras da chapa, sem o torque. Observa-se pouca variação no perfil obtido pelo MCI/Berger (linha continua) e o método de elementos finitos. Pode-se perceber grande semelhança entre as duas curvas. 3.95 3.9 perfil [mm] 3.85 3.8 3.75 3.7 3.65 3.6 0 100 200 300 400 500 semi-largura [mm] 600 700 Figura 67: Resultados via MEF e MCI/Berger 92 800 A Figura 67 representa o perfil do primeiro passe, onde a chapa sofreu uma redução de 4,5 mm para 3,89 mm. De posse dos resultados calcularam-se as coroas absoluta e relativa, o parâmetro de medição foi a espessura da chapa a 25 mm da borda da chapa. MCI/Berger:Cr25 =(3,89 – 3,72)/3,89=0,17/3,89 = 0,043, ou 4,3% ( Cj=0,17mm) MEF 3D: Cr25 =(3,89 – 3,76)/3,89 = 0,13/3,89 =0,033, ou 3,3% (Cj=0,13mm) O erro relativo (espessuras) = (3,72 – 3,76)/ 3,72= -0,04 = erro máximo relativo = -4,0% Uma das possibilidades dessa diferença entre os resultados da coroa fornecido por cada método, pode estar relacionada, com o contato do MCI/Berger em aproximar o cilindro tridimensional por um unidimensional. Outro motivo que justifique essa diferença pode ser o fato pelo qual o método dos elementos finitos detalha o pescoço do cilindro de encosto, resultando numa deflexão mais precisa. Apesar de existir um pequeno erro, pode-se concluir que a forma de ambos os perfis são muito semelhantes. Para este mesmo laminador, considerando o torque, podem-se observar os perfis resultante na Figura 68. 3.9 perfil [mm] 3.85 3.8 3.75 3.7 3.65 0 100 200 300 400 500 semi-largura [mm] 600 700 800 Figura 68: Resultados dos perfis, via MEF e MCI/Berger, 93 De forma semelhante á primeira análise do perfil do modelo, medindo-se as espessuras a 25 mm das bordas, conforme mesmo procedimento anterior. Obtiveram-se os seguintes resultados. MCI/Berger:Cr25 = (3,89 – 3,725)/3,89=0,165/3,89 = 0,042, ou 4,2% ( Cj=0,17mm) MEF 3D: Cr25 =(3,89 – 3,730)/3,89 = 0,16/3,89 =0,041, ou 4,1% (Cj=0,16 mm) O erro relativo(espessura) = (3,725 – 3,730) /3,725 =- 0,005 = -0,5% A diferença da coroa representado por cada método, pode ser explicado da mesma forma anterior, ou seja, pode estar relacionada com o refino da malha do modelo de elementos finitos, ou pela deflexão do pescoço do cilindro. Apesar de existir um pequeno erro pode-se concluir que a forma de ambos os perfis são também muito semelhantes, não havendo influência do torque sobre o mesmo. 8.3.3 Análise da Comparação da Pressão de Contato gerada pelo Programa MCI//Berger e Elementos Finitos A carga de laminação, mostrada na Figura 69 (linha contínua), será aplicada ao modelo em elementos finitos. Para essa finalidade foi calculada a pressão de laminação, dada simplesmente pelo quociente entre a carga distribuída linear e o arco-de-contato. Deve-se observar que o arco-de-contato é variável ao longo do comprimento do cilindro devido à variação da carga. 94 Distribuição de cargas 1200 1100 p(-) e q(.) [kgf/mm] 1000 900 800 700 600 500 400 300 0 100 200 300 400 500 600 Semi-largura [mm] 700 800 900 1000 Figura 69: Carga distribuída de laminação linearmente no contato entre os cilindros. Importante frisar que na Figura 69 as cargas “p” e “q” representam; p: carga distribuída de laminação; q: carga distribuída de contato entre cilindros; A Figura 70, mostra o resultado da pressão de contato do laminador 1, considerando o torque. 8 16 x 10 pressão de contato [N/m²] 14 12 10 8 6 4 2 0 100 200 300 400 500 600 700 semi-comprimento [mm] 800 900 1000 Figura 70: Cargas de contato entre cilindros, obtidas por MCI/Berger (linha contínua) e MEF –com o torque 95 A Figura 71, mostra o resultado da pressão de contato do laminador 1, sem considerar o torque 8 16 x 10 pressão de contato [N/m²] 14 12 10 8 6 4 2 0 100 200 300 400 500 600 700 semi-comprimento [mm] 800 900 1000 Figura 71: Cargas de contato entre cilindros, obtidas por MCI/Berger (linha contínua) e MEF – sem o torque 96 Figura 72: Representação da PC no modelo de elementos finitos Observa-se pela Figura 72 que a PC diminui à medida que se afasta da linha central. Nitidamente percebe-se a distribuição da pressão ao longo do semicomprimento do cilindro de encosto, na região de contato. Outro fato importante refere-se à distribuição de pressão do cilindro de trabalho, pois verifica-se que o mesmo não se comporta de forma semelhante ao cilindro de encosto, conforme mostra a Figura 73. É possível identificar as PC ao longo da linha central, com pouquíssimas tensões localizadas fora dessa linha no cilindro de trabalho. Deve-se observar que as as tensões deveriam ser as mesmas, pois a força (ação/reação) e as áreas de contato são iguais. 97 Figura 73: Diferenças nas pressões de contato no cilindro de trabalho e no de encosto. A Figura 73, representa a PC ao longo da linha central do semi-cilindro, mostrando as diferenças nas pressões de contato no cilindro de trabalho e no de encosto Observa-se a boa concordância entre os resultados do MCI/Berger e MEF em relação ao perfil gerado. O mesmo não se pode dizer a respeito da carga de contato entre os cilindros. Uma vez que o perfil é parecido mas, existem diferenças visíveis dos resultados em MCI/Berger e elementos finitos. Dessa forma uma das possibilidades da Pressão de Contato do MCI/Berger não coincidir com o MEF, pode estar ligado com geração de questão do malha ou até mesmo, pelo fato do programa MCI/Berger não levar em consideração a carga aplicada no pescoço do cilindro. 98 8.3.4 Análise da Comparação do Perfil Gerado pelo Programa MCI/Berger e Elementos Finitos do laminado 2. Este modelo após geração da malha apresentou os seguintes resultados: Número de nós: 159.098 Número de elementos: 110.550 Tamanho do elemento: 13.5046 mm Tabela 13- Carga distribuída obtida pelo MCI/Berger Laminador II Pw (kgf/mm²) Pw (N/m²) x 106 W/2 (mm) 70,87 71,07 71,73 72,83 74,5 76,7 79,6 83,5 91,5 694,526 696,486 702,954 713,734 730,1 751,66 780,08 818,3 896,7 0 100 200 300 400 500 600 700 800 99 Com base nos dados da Tabela 13, observa-se na Figura 73 o perfil final da Chapa Laminada obtidas por MCI/Berger (linha contínua), gerando como resultados o perfil da chapa laminada a cada passe. E a distribuição de carga de laminação e de contato entre os cilindros, conforme mostra a Figura 74, respectivamente. Entende-se como perfil da chapa a espessura da mesma ao longo da largura. As distribuições da carga de laminação necessárias para deformar a chapa e representado conforme figura Metade da chapa foi discretizada em 45 faixas. A carga de laminação para cada faixa foi calculada pelo método de (Bland-Ford 1948) Perfis 4.5 4 Perfil [mm] 3.5 3 2.5 2 1.5 0 20 40 60 80 100 120 Semi-largura [mm] 140 160 180 Figura 74: Perfis finais da chapa laminada Distribuição de cargas 700 650 600 p(-) e q(.) [kgf/mm] 550 500 450 400 350 300 250 200 . 0 20 40 60 80 100 120 Semi-largura [mm] 140 160 180 200 Figura 75: Carga de laminação distribuída linearmente no contato entre os cilindros. 100 8.3.5 Resultado do Perfil de Contato entre os cilindros do laminador 2 – com o torque Na Figura 76 observa-se as cargas de contato na interface cilindro de trabalho/cilindro de encosto. 3.89 3.88 3.87 perfil [mm] 3.86 3.85 3.84 3.83 3.82 3.81 3.8 0 20 40 60 80 100 120 semi-largura [mm] 140 160 180 Figura 76: Perfis finais da chapa laminada, obtidas por MCI/Berger e MEF- com o torque A Figura 76- representa o perfil do primeiro passe, onde a chapa sofreu uma redução de 4,5 mm para 3,89 mm. De posse dos resultados calcularam-se as coroas absoluta e relativa, o parâmetro de medição foi a 25 mm da espessuras da borda da chapa da mesma forma como se fez no laminador 1: MCI/Berger:Cr25 =(3,89 – 3,835)/3,89=0,055/3,89 = 0,014 =1,4% ( Cj=0,055mm) MEF 3D: Cr25 =(3,89 – 3,85)/3,89 = 0,04/3,89 =0,0102, ou 1,02% 101 (Cj=0,04mm) O erro relativo(espessura) = 3,835 – 3,85/ 3,835= -0,015 = erro máximo relativo = -1,5% Uma das possibilidades dessa diferença entre os resultados da coroa fornecido por cada método pode estar relacionada ao fato do contato do MCI/Berger em aproximar o cilindro tridimensional por um unidimensional. Outro motivo que justifique essa diferença pode ser o fato pelo qual o método dos elementos finitos detalhar o pescoço do cilindro de encosto, resultando numa deflexão mais precisa. Apesar de existir um pequeno erro, pode-se concluir que a forma de ambos os perfis são muito semelhantes. 8.3.6 Resultado do Perfil de Contato entre os cilindros do laminador 2 – sem o torque 3.92 3.9 perfil [mm] 3.88 3.86 3.84 3.82 3.8 0 20 40 60 80 100 120 semi-largura [mm] 140 160 Figura 77: Perfis finais da chapa laminada, obtidas por MCI/Berger e MEF - sem o torque 102 180 De forma semelhante á primeira análise do perfil do modelo, medindo-se as espessuras a 25 mm das bordas, conforme mesmo procedimento anterior. Obtiveram-se os seguintes resultados. MCI/Berger:Cr25 = (3,89 – 3,835)/3,89=0,055/3,89 = 0,014, ou 1,4% ( Cj=0,055mm) MEF 3D: Cr25 =(3,89 – 3,848)/3,89 = 0,042/3,89 =0,0107, ou 1,07% (Cj=0,042mm) O erro relativo (espessura) = (3,835 – 3,848)/ 3,835 = -0,013/3,835 = -0,0033mm = erro máximo relativo á -0,33% Dessa forma percebeu-se pelos resultado que para um modelo menor são mais confiáveis. 8.3.7 Análise Resultado Final da Pressão de Contato entre os cilindros do laminador 2 A Figura 78 mostra o resultado da pressão de contato do laminador 2, considerando o torque. Figura 78: Cargas de contato entre cilindros, obtidas por MCI/Berger (linha contínua) e MEF – com o torque 103 A Figura 79, mostra o resultado da pressão de contato do laminador 2, sem considerar o torque Figura 79: Cargas de contato entre cilindros, obtidas por MCI/Berger (linha contínua) e MEF –sem o torque Observa-se nesse modelo em elementos finitos a PC com o torque foi praticamente idêntica à do sem o torque. Dessa forma o comportamento desse segundo modelo em se tratando da PC terá as mesmas explicações referentes ao seu resultado do primeiro modelo. 104 9 - CONCLUSÕES A Tabela 14 condensa os resultados referentes aos perfis de contato dos laminadores 1 e 2. Pode-se concluir com base nos resultados que o erro máximo relativo da espessura da chapa no laminador 1 sem o torque foi maior que o erro relativo máximo sem o torque. Isto nos permite concluir que sem o torque o perfil obtido pelo MCI/Berger é bem mais próximo do perfil obtido via elementos finitos. No laminador 2 (laminador de pequeno porte) a situação foi inversa, ou seja, com o torque o erro relativo máximo foi maior que o resultado do erro sem o torque. Tabela 14–Análise dos resultados dos perfis dos laminadores laminadores Cr25 CJ Erro máximo (%) (mm) relativo (%) Laminador 1 MCI 4,3 0,17 sem torque MEF 3,3 0,13 Laminador 1 MCI 4,2 0,17 com torque MEF 4,1 0,16 Laminador 2 MCI 1,4 0,05 sem torque MEF 1,1 0,042 Laminador 2 MCI 1,4 0,055 com torque MEF 1,02 0,04 -4,0 -0,5 -0,3 -1,5 Em referência a tabela 12, que trata dos resultados de tensão, deformação e deslocamentos obtidos via MEF, podem-se tirar as seguintes conclusões. Observouse no laminador 1 que a tensão obtida com o torque foi 0,8% maior que o caso sem considerar o torque. Já com relação ao deslocamento sem considerar o torque, observou-se um erro percentual menor nos resultados, ou seja, 0,02% maior que com o torque. 105 No caso do laminador 2, não se notou nenhuma diferença nos resultados. Dessa forma o erro percentual nos dois modelos de laminadores, de um modo geral, foi muito baixo, praticamente imperceptível. Pode-se concluir que a adição do torque no modelo não modifica os resultados de tensão máxima e deflexão máxima. Com relação à pressão de contato o que se pode concluir conforme os resultados apresentados através da Figuras 70, 71, 78 e 79 que os resultados do método de elementos finitos foram maiores que no MCI/ Berger pelo fato do mesmo levar e conta o valor médio das pressões de contato, representando o resultado médio em uma única linha. Já no MEF os resultados foram maiores por levar em conta toda a pressão ao longo da linha central selecionada conforme apresenta a Figura 80. Figura 80: Representação da pressão de contato, em uma seção transversal do cilindro Observa-se ainda que os modelos em elementos finitos praticamente apresentam os mesmos resultados com poucas diferenças quando se considera ou não o torque. Por outro lado observa-se que em ambos os resultados os valores do MCI/Berger ficaram abaixo do resultado em elementos finitos. Uma das possíveis razões para essa diferença entre os resultados da coroa fornecido por cada método, pode estar relacionada, com o contato do MCI/Berger em aproximar o cilindro tridimensional por um unidimensional. Outro motivo que 106 justifique essa diferença pode ser pelo fato do método dos elementos finitos detalhar o pescoço do cilindro de encosto, resultando numa deflexão mais precisa. Apesar de existir um pequeno erro, pode-se concluir que a forma de ambos os perfis são muito semelhantes. Pode-se concluir dessa forma, através das análises anteriores, que o modelo pode ser aplicado para analise de tensão e deformação em cilindros de laminadores quádruos com relativa precisão. 107 10- PROPOSTA PARA TRABALHOS FUTUROS Como tópicos para trabalhos futuros, podem-se sugerir: Analisar com maior profundade o efeito do pescoço do cilindro de encosto Investigar a diferença entre os resultados de pressão de contato Elaborar um programa de computador em que se acoplem o MCI/Berger e o modelo MEF 108 APÊNDICE A - SOBRE O MÉTODO ELEMENTOS FINITOS 5.1- Introdução ao Método dos Elementos Finitos O Método dos Elementos Finitos tem sido aplicado na modelagem da laminação, com vistas à determinação do perfil transversal da tira. Sua utilização permite com razoável facilidade a modelagem de laminadores mais complexos. A título de exemplo, Ginzburg et al. (1987) desenvolveram um programa em que os cilindros são discretizados em elementos finitos e a rigidez nas interfaces de contato é aproximada através de coeficientes de resistência à deformação. A Figura 22 é um exemplo da modelagem de um laminador quádruo. Figura 22: Exemplo de aplicação do Método dos Elementos Finitos (GINZBURG,1987) 5.2- Elemento Tetraédrico Quadrático de 10 Nós O problema estrutural, objeto de estudo deste trabalho, foi analisado pelo programa COSMOS Works que trabalha de forma integral com o SOLIDWORKS 109 2008. Foi empregado o “Elemento Tetraédrico Quadrático de 10 nós” de formulação isoparamétrica. O modelo de cálculo desse elemento será a seguir apresentado de forma resumida com base nos trabalhos de Oñate (1995), Assan (1996) e Cook (2001). 5.3- Campo de Deslocamentos, (OÑATE, 1995). A Figura 23 mostra um sólido tridimensional, e um ponto no espaço, cujo movimento pode ser perfeitamente definido pelas três componentes do vetor deslocamento u: u u, v, w T (5.1) onde u, v, w são as componentes de deslocamentos do ponto segundo as coordenadas cartesianas x, y, z, respectivamente. Figura 23: Sólido tridimensional, vetor de deslocamento de um ponto (OÑATE, 1995) 5.4- Campo de Tensões e Deformações, (OÑATE, 1995) 110 O vetor de tensão (representação compacta do tensor de tensões) quando é simetria em um ponto contém seis componentes de tensão, conjugadas por seis respectivas componentes de deformação. σ σ x , σ y , σ z , τ xy , τ xz , τ yz T (5.2) onde x , y , z são as componentes normais de tensão e xy , xz , yz são as componentes tangenciais de tensão. A Figura 24, mostra as componentes de tensão, segundo três planos no espaço tridimensional. Figura 24: Elemento representativo do estado de tensão Para um material de comportamento isotrópico e elástico-linear, a lei constitutiva dependerá apenas de dois parâmetros, o módulo de elasticidade “E” e o coeficiente de Poisson” ”, resultando na seguinte lei constitutiva: σ D ε ε0 σ0 (5.3) onde ε 0 e σ 0 são os vetores iniciais de deformação e tensão, e D representa a matriz constitutiva de propriedades elásticas: 111 1 1 1 v 1 1 1 E 1 D 1 1 2 simétrica 0 0 0 0 0 1 2 21 0 0 0 0 0 1 2 21 0 0 1 2 21 No caso da deformação inicial de origem térmica, o vetor ε 0 tem (5.4) a seguinte representação: ε 0 T 1,1,1,0,0,0 T (5.5) Onde é o coeficiente de dilatação térmica e T é a variação de temperatura. 5.5 - Princípio da Energia Potencial Estacionária, (ASSAN, 1996) Segundo Assan (1996), a energia de defomação U de um sólido deformável de volume V pode ser calculada como: U 1 x x y y z z xy xy xz xz yz yz dV 1 σ T εdV 2V 2V (5.6) O trabalho externo Ω a ser realizado pelas forças volumétricas b e por ações externas t, de forma que a estrutura retorne à configuração indeformável pode ser representado por: u T bdV u T tdS V 112 S (5.7) Sendo S a região onde as ações vetoriais b e t por meio de suas componentes cartesianas: bx b by bz t x t t y t z e (5.8) A energia potencial total do elemento é descrita pela expressão: U 1 T ε σ.dV u T b.dV u T tdS 2V V S (5.9) Para problemas em que a energia é quadrática, como no caso da elasticidade, a minimização desse funcional equivale à nulidade da primeira variação de . ε T .dV u T b.dV u T tdS 0 V ou ε V V T (5.10) S .dV u T b.dV u T tdS V S Os campos de tensão e deformação (5.2) e (5.3), são o campo de tensão. 5.6-Discretização do Campo de Deslocamento, (OÑATE, 1995). O elemento utilizado neste trabalho nas análises pelo programa COSMOS Works e representado na Figura 25 trata-se do elemento tetraédrico de 10 nós. Em cada nó i são definidos parâmetros de deslocamentos ui, vi, wi, alinhados aos eixos cartesianos. O campo de deslocamento no interior de um elemento pode, então, ser descrito da seguinte forma: 113 u N1u1 N 2 u 2 ........................ N10u10 10 u v N1v1 N 2 v 2 ....................... N10v10 = N i ai( e ) Na ( e ) w i 1 N w N w .......... .......... ..... N w 2 2 10 10 1 1 N N1 , N 2 , N 3 , N 4 , N 5 , N 6 , N 7 , N 8 , N 9 , Ν10 (5.11) (5.12) onde: Ni Ni 0 0 0 Ni 0 0 0 N a (e) a1( e ) (e) a 2 a 3( e ) (e) a 4 ui a ( e ) (e) 5 ( e ) ; a i vi w a 6 i a 7( e ) (e) a 8 a ( e ) 9( e ) a10 Figura 25: elemento tetraédrico de 10 nós (Fonte; COSMOS Works) 114 (5.13) As funções de forma N i são encontradas em Oñate (1995), descritas segundo as coordenadas naturais r, s e t, e representadas como: N1 1 r s t 1 2r 2s 2t N 2 r 2r 1 N 3 s2s 1 N 4 t 2t 1 N 5 4r 1 r s t (5.14) N 6 4rs N 7 4s1 r s t N 8 4tr N 9 4st N10 4t 1 r s t 5.7 Elemento Isoparamétrico A Figura 26 representa o elemento tetraédrico isoparamétrico, de 10 nós, representando nas coordenadas naturais (r, s, e t). Figura 26: Elemento tetraédrico de 10 nós (COOK, 2001) 115 Segundo Cook (2001), um elemento é isoparamétrico se sua geometria e o campo a ser interpolado (no caso o campo de deslocamentos u) utilizar o mesmo conjunto de funções para a sua descrição (5.12), ou seja: x N i xi i x N i xi i z N i zi (5.15) i onde xi , yi e zi são as componentes nodais segundo os eixos cartesianos x, y e z. O campo de deformações (derivadas primeiras de u) pode ser então definido pelas expressões abaixo: N i ui x N i vi y N i wi n n N z N Bi ai( e ) Ba ( e ) i i 1 ui i vi i 1 y x N i N i z ui x wi N i vi N i wi z y (5.16) onde B é denominada matriz de deformação do elemento, sendo dada por; B B1 , B 2 , B 3 , B 4 , B 5 , B 6 , B 7 , B8 , B 9 , B10 Sendo Bi a matriz de deformação anunciada ao nó i, 116 (5.17) N i x 0 0 B i N i y N i z 0 0 N i y 0 N i x 0 N i z 0 0 N z 0 N i x N y (5.18) Para o cálculo das derivadas cartesianas das funções de forma deve-se recorrer à derivação pela regra da cadeia, conforme se ilustra a seguir: N i x r r N x i s s N i x t t y r y s y t z N i. r x z N ( e ) N i J s y x z N i t z (5.19) Onde J (e ) é a matriz Jacobiano, definida como: J ( e) N r x N x s N t x N y r N y s N y t N z r N z s N z t (5.20) Invertendo-se a equação ( 5.19), tem-se a expressão da derivada cartesiana de N : 117 N Nx ( e) J y N z N r 1 N s N t (5.21) O diferencial de volume pode ser expresso como dx.dy.dz J ( e) dr.ds.dt (5.22) 5.8 - Equilíbrio do Elemento, (OÑATE, 1995). Substituindo na equação (5.10), as expressões da discretização em um elemento tetraédrico de 10 nós, (5.11 a 5.21), obtêm-se a seguinte equação: K (e) a (e) f (e) q (e) (5.23) Onde K (e ) é a matriz de rigidez do elemento, f (e ) é o vetor de forças equivalentes nodais e q (e ) o vetor de forças nodais de equilíbrio. A matriz de rigidez é expressa por: K ( e) V (e) B T DBdV (5.23) e sua sub-matriz relacionada com os nós i e j do elemento Κ ij (e) V (e) B Ti D.B j .dV (5.24) O cálculo da matriz de rigidez de um elemento tetraédrico isoparamétrico é da forma: 118 K ij( e ) V 1 1 1 B Ti DB j dxdydz (e) B T i DB J J ( e ) drdsdt (5.25) 1 1 1 E a expressão desenvolvida f (e ) : f (e) V (e) N T bd V A( e ) N T tdA V (e) BT Dε 0 dV V (e) BT σ 0 dV f b(e) f t(e) f ( e) f(e) (5.26) Onde a primeira integral representa o vetor de forças do volume, a segunda as forças de superfície, a terceira e a quarta os vetores de forças devido às deformações e tensões iniciais, respectivamente. Os cálculos dos vetores de forças nodais equivalentes, que implicam na integração sobre o volume do elemento, são representados por: fb( e) V (e) NiT bdxdydz ! ft ( e) V f( e) V f( e) V 1 1 1 (e) ! NiT tdxdydz (e) (e) ! 1 1 1 ! NiT .dxdydz ! ! 1 1 1 ! NiT .dxdydz NiT b J ( e) drdsdt ! ! 1 1 1 ! ! ! NiT t J ( e) drdsdt (5.28) NiT J (e) drdsdt (5.29) NiT J (e) drdsdt O Apêndice A contém detalhes sobre a formulação do contato no Método dos Elementos Finitos. 119 (5.27) ( 5.30) APÊNDICE A - PROBLEMAS DE CONTATO (NICHOLSON, 2003) A.1 Introdução Segundo Nicholson (2003), em muitos problemas práticos, a informação necessária para a discretização de um problema por Elementos Finitos, por exemplo, a geometria de um membro e as propriedades dos seus materiais constitutivos, pode ser determinada com considerável precisão. Por outro lado, existem casos em que o carregamento absorvido por algum membro não é descrito de forma tão clara. Isto é especialmente verdadeiro para as cargas transmitidas aos membros, ao longo de uma interface com um segundo membro. Essa classe de problemas é chamada de problemas de contato, sendo provavelmente a mais comum entre as denominadas condições de fronteira encontradas em problemas práticos. A Figura A.1, ilustra um exemplo típico de contato, onde as molas são de rigidez K e as extremidades A, B e C. Na parte superior tem-se o contador o qual sofre uma solicitação P e na parte inferior o alvo de contato, nesta parte a mola B é inicialmente representada pelo ponto remoto de alvo g. A solução exata de rigidez é representada por: 120 2 K g Kc 3K g (A.1) Do ponto de vista do método de elementos finitos, coloca-se a seguinte dificuldade. Se um nó é fixado no ponto mais baixo B, conforme figura A.1. Figura A.1 (Nicholson, 2003) Figura A.2 (Nicholson, 2003) 121 A Figura A.2 é possível, identificar os nós inicialmente ligados, representando um problema físico. Sendo necessário obedecer a uma penetração constante, de forma a não mover a região do contato inferior. Se os nós são considerados estranhos no modelo de Elemento Finito, não existirá nenhuma força de penetração constante. Existindo uma conecção entre os nós a rigidez é artificialmente elevada. Esta dificuldade é superada em um sentido aproximado, por um elemento de contato bi linear. Em particular, introduzimos uma nova mola, K g como mostrado na figura A.2. A rigidez da mola média (na série B em contato com a mola) é agora denominada K m . 1 1 Km K K g 1 (A.2) A mola média deslocará suavemente, quando o sistema for aberto ( g ) e deslocará de forma rígida, quando for fechada g . K / 100 g Kg 100 K g (A.3) Na forma de álgebra elementar, tem-se: 2 K 0,01K Kc 2 K 0,99 K g g (A.4) Conseqüentemente, o modelo com o contato será rígido, em 0,5% se o sistema for aberto, e suave em 0,33%, quando o sistema for fechado (contato). Uma conclusão que se pode extrair deste exemplo é que a rigidez do elemento do sistema relacione com a rigidez do contador e do alvo na proximidade do ponto de contacto. 122 APÊNDICE B– COMANDOS DO MCI/BERGER B.1- Procedimento para obtenção da Pressão WR do Laminador 1 Inicialmente inseri os dados referentes ao laminador I, no programa MCI/Berger, esta entrada se da pelo arquivo “quadruov.m”, do programa. Como o MCI/Berger utiliza o Matlab, para rodar os arquivos, ao digitar o nome do laminador, automaticamente são fornecidos os dados, conforme se apresenta abaixo. B.1.1 - Dados do Laminador 1: Diâmetro do cilindro de trabalho: 450 mm Coroa usinada do cilindro de trabalho: 0 mm Módulo de Young do cilindro de trabalho: 21000 kgf/mm2 Diâmetro do cilindro de apoio: 1300 mm Coroa usinada do cilindro de apoio: 0 mm Módulo de Young do cilindro de trabalho: 21000 kgf/mm2 Módulo de Poisson dos cilindros: 0.3 Comprimento da face dos cilindros: 1900 mm Comprimento do braço de contraflexão: 100 mm B.1.2- Dados Operacionais: Coeficiente de atrito (seco): Largura da tira: Módulo de Young da tira: 0.1 1600 mm 21000 kgf/mm2 123 Módulo de Poisson da tira: 0.3 Curva de fluxo (EPD), via Ludwik: Espessura inicial: 0.1+78.8eps^0.249 kgf/mm2 4.5 mm Coroa absoluta inicial: 0 micrometros Coroa medida a 25 mm da borda da tira B.1.3 – Resultados do MCI/Berger referente ao laminador I: Espessuras finais (mm) Carga de Coroa relativa laminação (kgf) (%) Força de Tempo Roll Bending (kgf) (s) 3.89 974433.71 4.8923 0 2.05 3.07 1559873.43 10.3809 0 2.42 2.48 1529912.84 13.2769 0 3.08 2.06 1412035.82 15.1443 0 3.16 1.76 1264219.46 16.3036 0 3.86 Tempo total de processamento: 14.562 s B.2- Procedimento para obtenção da Pressão WR do Laminador 1 A título de economia de tempo, fez-se um estudo de análise apenas no primeiro passe do processo de laminação da tira, para obter a pressão WR entre o cilindro de trabalho e a chapa. 124 B.2.1- Comandos utilizados no programa MCI/Berger, para obter a Pressão WR. do Laminador 1 Comando: pressaoWr=carga(1,1:m)./comprimentoarco; Resultados Formecidos, após comando: Columns 1 through 7 70.8721 70.8777 70.8891 70.9066 70.9300 70.9594 70.9949 Columns 8 through 14 71.0365 71.0842 71.1381 71.1982 71.2645 71.3371 71.4161 Columns 15 through 21 71.5015 71.5933 71.6917 71.7966 71.9081 72.0264 72.1514 Columns 22 through 28 72.2833 72.4221 72.5679 72.7208 72.8809 73.0483 73.2230 Columns 29 through 35 73.4051 73.5948 73.7922 73.9973 74.2103 74.4313 74.6604 Columns 36 through 42 74.8978 75.1436 75.3979 75.6610 75.9329 76.2139 76.5042 Columns 43 through 49 76.8042 77.1136 77.4328 77.7864 78.1259 78.4767 78.8392 Columns 50 through 56 79.2137 79.6009 80.0015 80.4164 80.8466 81.2935 81.7585 Columns 57 through 63 82.2437 82.7518 83.2862 83.8517 84.4551 85.1067 85.8227 125 Columns 64 through 67 86.6316 87.5898 88.8340 90.8429 Após obter os valores da pressão WR entre os cilindros, pelo programa MCI/Berger em cada fragmento. Construiu-se o gráfico pressão WR x semicomprimento. Onde a coordenada y, representa os valores da pressão WR e a coordenada x, o semi-comprimento do cilindro. Comandos utilizados: figure; plot(ex,(1:67),pressaoWR(1:67)); grid; xlabel(„semi-comprimentp [mm]‟) ylabel(„ pressão de contato [ kgf/mm²]‟) O programa MCI/Berger, após processamento dos comandos de entrada acima, Constrói-se o gráfico da Figura B.1, conforme se pode observar a curva da pressão WR, representa uma semi - parábola de concavidade voltada para cima. Verifica-se que na extremidade da semi-parábola a pressão Wr é máxima. pressão de contato entre Cw e a chapa[kgf/mm²] 95 90 85 80 75 70 0 100 200 300 400 500 600 semi-comprimento do cilindro de trabalho [mm] 700 Figura B.1 – Pressão Wr do Laminador 1 126 800 De forma a melhorar os resultados, a Figura B.1 foi subdividida em outras seis figuras. Dessa forma tornou-se mais preciso a obtenção dos resultados da pressão Wr. Comandos utilizados, para a construção de cada figura. : plot(ex(1:10),pressaoWR(1:10)) grid; xlabel(„semi-comprimentp [mm]‟) ylabel(„ pressão de contato [ kgf/mm²]‟) 71.15 pressão WR [kgf/mm²] 71.1 71.05 71 70.95 70.9 70.85 0 20 40 60 80 semi-comprimento [mm] 100 120 Figura B.1a – Pressão WR entre o cilindro de trabalho e a chapa Conforme pode-se observar a Figura B.2a, a pressão Wr entre o cilindro de trabalho e a chapa na posição a 100 mm do semi-comprimento equivale à aproximadamente 70,07 kgf/mm². Um detalhe importante, com a subdivisão da Figura B.2, foi possível uma visualização maior desse valor. Como no programa do COSMOS Works esta pressão Wr é dada em N/m², a mesma equivale após transformação a 6,94526 x 108 N/m². Na següência as demais figuras são apresentadas, com intervalos de aproximadamente 100 mm, permitindo assim da mesma forma anterior maior precisão dos resultados da pressão WR. 127 72.1 72 pressão WR [kgf/mm²] 71.9 71.8 71.7 71.6 71.5 71.4 71.3 71.2 71.1 100 120 140 160 180 semi comprimento[mm] 200 220 240 Figura B.1b – Pressão Wr entre o cilindro de trabalho e a chapa, no intervalo de 100 a 240 mm. 73.6 73.4 pressão WR [kgf/mm²] 73.2 73 72.8 72.6 72.4 72.2 72 220 240 260 280 300 semi comprimento[mm] 320 340 360 Figura B.1c – Pressão WR entre o cilindro de trabalho e a chapa, no intervalo de 220 a 360 mm. 128 76 pressão WR [kgf/mm²] 75.5 75 74.5 74 73.5 340 360 380 400 420 semi comprimento[mm] 440 460 480 Figura B.1d – Pressão WR entre o cilindro de trabalho e a chapa, no intervalo de 340 a 480 mm. 79.5 79 pressão WR [kgf/mm²] 78.5 78 77.5 77 76.5 76 75.5 460 480 500 520 540 semi comprimento[mm] 560 580 600 Figura B1e – Pressão WR entre o cilindro de trabalho e a chapa, no intervalo de 460 a 600 mm. 129 84 83.5 pressão WR [kgf/mm²] 83 82.5 82 81.5 81 80.5 80 79.5 79 580 600 620 640 660 semi comprimento[mm] 680 700 720 Figura B.1f – Pressão WR entre o cilindro de trabalho e a chapa, no intervalo de 580 a 720 mm. 91 90 pressão WR [kgf/mm²] 89 88 87 86 85 84 83 700 710 720 730 740 750 760 semi comprimento[mm] 770 780 790 Figura B.1g – Pressão WR entre o cilindro de trabalho e a chapa, no intervalo de 700 a 790 mm. Após a subdivisão da Figura B.1, foi possível tabular de forma mais preciso, a pressão WR , conforme mostra a Tabela B.1. Tabela B.1 - Resultados da pressão Wr obtido através do programa MCI/Berger a cada 100 mm do semi-comprimento 130 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Pw (kgf/mm²) Pw (N/m²) x 106 W/2 (mm) W/2 (m) 70,87 71,07 71,73 72,83 74,5 76,7 79,6 83,5 91,5 694,526 696,486 702,954 713,734 730,1 751,66 780,08 818,3 896,7 0 100 200 300 400 500 600 700 800 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 B.3- Procedimentos para obtenção da Pressão WR do Laminador 2 Os comandos usados no laminador 2 foram os mesmos utilizados no laminador 1. Dessa forma ao inserir os dados do laminador 2, no programa MCI/Berger, salvá-los e na seqüência digitar o nome do laminador salvo, o programa imediatamente nos fornece os dados abaixo desse laminador. B.3.1 Dados do laminador 2: Diâmetro do cilindro de trabalho: 125 mm Coroa usinadas do cilindro de trabalho: 0 mm Módulo de Young do cilindro de trabalho: 21000 kgf/mm2 Diâmetro do cilindro de apoio: 300 mm Coroa usinada do cilindro de apoio: 0 mm Módulo de Young do cilindro de trabalho: 21000 kgf/mm2 Módulo de Poisson dos cilindros: 0.3 Comprimento da face dos cilindros: Comprimento do braço de contraflexão: 400 mm 100 mm B.3.2 Dados Operacionais do laminador 2: Coeficiente de atrito (seco): Largura da tira: 0.1 350 mm 131 Módulo de Young da tira: 21000 kgf/mm2 Módulo de Poisson da tira: 0.3 Curva de fluxo (EPD), via Ludwik: Espessura inicial: 0.1+78.8eps^0.249 kgf/mm2 4.5 mm Coroa absoluta inicial: 0 micrometros Coroa relativa inicial: 1.9737e-014 % Coroa medida a 25 mm da borda da tira Só para a primeira cadeira: Tensão à entrada da tira: 0 kgf/mm2 Total na bobinadeira, a ré: 0 tf Tensão à saída da tira: 0 kgf/mm2 Total na bobinadeira, a frente: 0 tf Número de fatias do semi-cilindro: Tolerância para o perfil: 45 0.001 mm Coeficiente para a tolerância da carga q:0.001 0.001 0.001 0.001 B.3.3 – Resultados do MCI/Berger referente ao laminador 2 Espessuras Carga de Coroa relativa Força de finais (mm) laminação (kgf) (%) 3.89 99210.05 1.3879 0 0.66 3.07 154911.50 2.8359 0 0.55 2.48 153402.00 3.5526 0 0.52 2.06 142477.64 4.0091 0 0.53 1.76 128731.56 4.2677 0 0.58 Roll Bending (kgf) Tempo total de processamento: 2.829 s 132 Tempo (s) 0.001 B.3.4- Resultados da Pressão WR do Laminador 2 Da mesma forma anterior para obter a pressão WR do laminador 2, utiliza o mesmo procedimento do laminador 1. Inicialmente inseri os dados referentes ao laminador 2, em seguida entra com os comandos necessários: pressaoWr=carga(1,1:m)./comprimentoarco; pressaoWR.*9.8.*1e6 pressaoWR = Columns 1 through 7 63.3023 63.3094 63.3235 63.3446 63.3727 63.4078 63.4594 Columns 8 through 14 63.5084 63.5644 63.6274 63.6974 63.7744 63.8583 63.9492 Columns 15 through 21 64.0471 64.1519 64.2637 64.3825 64.5083 64.6412 64.7813 Columns 22 through 28 64.9286 65.0833 65.2454 65.4152 65.5930 65.7792 65.9741 Columns 29 through 35 66.1784 66.3929 66.6188 66.8577 67.1119 67.3850 67.6825 Columns 36 through 39 68.0142 68.3990 68.8802 69.5957 É importante observar que os valores da pressão sofreram transformações de Kgf/mm² para N/m² Média geral da pressão WR = 65.1644 kgf/mm² 133 B.3.5- Construção dos gráficos da Pressão WR do Laminador 2. A Figura B.2, mostra graficamente a pressão WR do laminador 2 70 69 pressão WR [Kgf/mm²] 68 67 66 65 64 63 0 20 40 60 80 100 120 semi-comprimento [mm] 140 160 180 A Figura B.2- pressão WR do laminador 2 Na següência as demais figuras são apresentadas, com intervalos de aproximadamente 100 mm, permitindo assim visualizar melhor pressão WR em cada intervalo. 63.46 63.44 pressão WR [Kgf/mm²] 63.42 63.4 63.38 63.36 63.34 63.32 63.3 0 5 10 15 20 semi-comprimento [mm] 25 Figura B.2a- pressão WR do laminador 2 134 30 os valores da 64 63.95 pressão WR [Kgf/mm²] 63.9 63.85 63.8 63.75 63.7 63.65 63.6 63.55 63.5 30 35 40 45 50 semi-comprimento [mm] 55 60 Figura B.2b- pressão WR do laminador 2 66.2 66 pressão WR [Kgf/mm²] 65.8 65.6 65.4 65.2 65 64.8 64.6 95 100 105 110 115 semi-comprimento [mm] 120 125 Figura B.2c- pressão WR do laminador 2 135 130 67.8 67.6 pressão WR [Kgf/mm²] 67.4 67.2 67 66.8 66.6 66.4 66.2 66 125 130 135 140 145 semi-comprimento [mm] 150 155 Figura B.2d- pressão WR do laminador 2 69.6 69.4 pressão WR [Kgf/mm²] 69.2 69 68.8 68.6 68.4 68.2 68 156 158 160 162 164 166 semi-comprimento [mm] 168 170 172 Figura B.2e- pressão WR do laminador 2 Com base no gráfico da Figura B.2, construiu-se a Tabela B.2, referente aos valores da pressão WR a cada 25 mm. Os valores da Tabela B.2, serão inseridos no programa COSMOS Works. 136 Tabela B.2- Resultados da pressão WR obtido do programa MCI/Berger a cada 25 mm do semi-comprimento – laminador 2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Pw (kgf/mm²) Pw (N/m²) x 106 W/2 (mm) W/2 (m) 63,3 63,41 63,75 64,3 65,1 66,1 67,5 69,4 70 620,34 621,42 624,75 630,14 637,98 647,78 661,5 680,12 686 0 25 50 75 100 125 150 170 175 0 0,025 0,050 0,075 0,100 0,125 0,150 0,170 0,175 B.4- Cálculo do torque do Laminador 2 Nesse estudo levou-se em conta também o torque. Para o desenvolvimento do cálculo considerando o torque, foi necessário utilizar a carga laminação obtida pelo programa do MCI/Berger. Por uma questão de tempo, trabalhou-se somente com a carga de laminação do primeiro passe. Outro ponto importante que deve ressaltar refere-se ao modelo, este se considerou somente a metade. De forma a minimizar pela metade o tempo de processamento. Dessa forma utilizou a metade da carga de laminação. Como o desenvolvimento do calculo já foi apresentado no capítulo 3 da dissertação, será abordado no apêndice apenas a parte complementar, que utilizou para chegar aos resultados. Um das equações apresentadas no capítulo 3, refere-se ao raio deformado, da equação B.1. Foi necessário obter o valor médio dele através do programa MCI/Berger, para determinar o arco de contato deformado “L‟”. L' R' h 137 (B.1) Para chegar aos valores do raio deformado, o programa MCI/Berger, já o fornece instantaneamente, basta digitar o comando “ raiodeformado “ e na seqüência aparecem os resultados. Comando utilizado; raiodeformado raiodeformado = Columns 1 through 7 66.3294 66.3296 66.3299 66.3304 66.3311 66.3319 66.3329 Columns 8 through 14 66.3341 66.3354 66.3370 66.3387 66.3405 66.3426 66.3448 Columns 15 through 21 66.3473 66.3498 66.3526 66.3556 66.3587 66.3621 66.3656 Columns 22 through 28 66.3694 66.3733 66.3774 66.3818 66.3864 66.3912 66.3962 Columns 29 through 35 66.4015 66.4072 66.4131 66.4194 66.4262 66.4335 66.4414 Columns 36 through 42 66.4504 66.4607 66.4736 66.4918 62.5000 62.5000 62.5000 Columns 43 through 45 62.5000 62.5000 62.5000 Através do comando “mean”, chegou-se a média geral do raio deformado igual a 65.8594mm 138 Dessa forma, para determinar L‟, tem-se Para o primeiro passe h hi h f => 4,5-3,89=0,61 L' R' h => L' 65,86 x0,61 => L' 6,34mm (arco de contato deformado) A equação 13.2, determina a distância da força P (ao centro de rotação do rolo) d L' (B.2) 0,45 (para laminação a frio) d L' = 0,45x6,34= 2,85 mm = 0,00285m Logo, d 2,85( Distância da força P (ao centro de rotação do rolo) P= q ( carga de laminação), para o 1º passe Para determinar a força circunferencial líquida, utilizou as equações B.3 e B.4 Fc M R (B.3) M P.d L' P L' R' pd 0 (.4) Conforme já mencionado, a carga de laminação foi dividida ao meio, uma vez, que utilizou somente a metade do modelo. O vWalor da carga de laminação no primeiro passe é 99210.05 Kgf. Dessa forma: P= 99210.05 Kgf x 9,8 = 972.258,49 N Onde P= Força (N) 139 Como o trabalho esta sendo desenvolvido com metade do cilindro de laminação, logo P/2 = 486.129,25 N Portanto, através da equação 13.4, obteve-se o semi-momento ou semi-torque. M P d 486.129,25 (N)x (0,00285m) = 1.385,47 N.m 2 Em seguida, determinou-se a força Fc, força líquida circunferencial, através da equação 13.3. (Helman, 1983) Fc M R => Fc 1.385,47 Fc 22.167,52 N 62,5 x10 3 Onde R= Raio Original do cilindro de trabalho (mm) B.4.1- Procedimento adotado para obter a subdivisão da força Fc. Através do MCI/Berger obteve-se os valores do arco deformado no cilindro de trabalho em contato com a chapa. Comando utilizado arcodecontato.*raiodeformado(1,45), 140 Columns 1 through 7 4.2063 4.2063 4.2061 4.2059 4.2056 4.2052 4.2048 4.2022 4.2013 4.2003 4.1993 4.1942 4.1927 4.1911 4.1894 4.1816 4.1794 4.1771 4.1746 4.1632 4.1598 4.1562 4.1522 Columns 8 through 14 4.2043 4.2036 4.2029 Columns 15 through 21 4.1981 4.1969 4.1956 Columns 22 through 28 4.1876 4.1857 4.1837 Columns 29 through 35 4.1720 4.1693 4.1663 Columns 36 through 39 4.1477 4.1424 4.1360 4.1281 Através do comando „mean‟, obteve-se a média geral do arco deformado igual a 4.1840 mm. Em seguida a Tabela B.3, mostra de forma detalhada a distribuição da força circunferencial liquida a cada 25 mm do semi-cilindro. 141 Tabela B.3- Distribuição da força circunferencial líquida a cada 25mm do cilindro. Semi- Variação Área ao longo de Fc em cada intervalo comprimento da da cada Por regra de três chapa (W/2) mm posição intervalo de (N) (intervalo) subdivisão ∆V (mm A=L.∆V, L=4,18 mm A em (mm²) 0 25 104,5 3166,79 25 104,5 3166,79 25 104,5 3166,79 25 104,5 3166,79 25 104,5 3166,79 25 104,5 3166,79 20 83,6 2.533,43 20,9 633,36 731,5 22.167,52 25 25 50 50 75 75 100 100 125 125 150 150 170 170 175 total 5 O mesmo procedimento é feito para o laminador 1 (laminador grande), para determinar a Fc. 142 B.5- Procedimento Adotado para Determinar Graficamente a Pressão de Contato x Semi-Comprimento do Laminador 1 Após executar a primeira fase já explicada nesse capítulo do apêndice, o próximo passo foi construir o modelo no programa do Solidworks. Em seguida utilizou-se o programa do COSMOSWorks, para implementar as cargas calculadas no itens B.1 e B.4, ou seja, a pressãoWR e o torque. Para que o modelo operasse de forma real foram submetidas também às condições e contato, restrição, geração de malha e tipo de material. Após rodar o programa foi analisado os resultados através das ferramentas: COSMOSWorks; Ferramentas de resultados; Força de reação; Seleção da área de restrição do pescoço do cilindro de encosto; Verificação do resultado em “ soma Y”; Por último comparou os resultados da semi-carga fornecida pelo MCI/Berger com o resultado do programa COSMOS. Resumidamente a Tabela B.4, mostra os resultados obtidos. Tabela B.4- Resultado da carga de laminação Laminadores Resultado do COSMOS Resultado do MCI/Berger Laminador 1 4.71e+005 N 4.86e+005 N Laminador 2 4.70e+006 N 5.00e+006 N Após comparar os resultados dos dois programas, foi possível havendo uma disparidade pequena construir os gráficos da pressão de contato entre os cilindros e o perfil final do cilindro e da chapa. Através do programa COSMOS, selecionaram-se alguns pontos da pressão de contato (PC), conforme ilustra a Figura B.3. 143 Figura B.3- Resultado da Pressão de Contato entre os cilindros. Com base nos valores fornecidos pelo programa COSMOS, escolheu-se aleatoriamente alguns pontos, que foram utilizados na plotagem dos gráficos. No caso acima escolheram-se os pontos abaixo e os respectivos deslocamentos. Vale ressaltar que esses pontos selecionados do laminador 1, considerou o torque, na malha refinada. T=[ 8.715e8 1.102e9 1.031e9 9.57e8 9.454e8 9.436e8 1.063e9 1.125e9 1.192e9 1.008e9 1.039e9 7.334e8 8.232e8 6.898e8 7.758e8 1.042e9 7.281e8] U=[ 169.23 204.23 239.23 279.23 319.23 519.23 559.23 599.23 669.23 679.23 919.23 9.258e8 359.23 9.446e8 399.23 719.23 760 799.23 439.3 1.19e9 1.023e9 479.3 839.23 879.23 939.23] No caso acima os pontos selecionados foram colocados na linguagem matlab, de forma a facilitar a inserção dos mesmos no MCI/Berger, uma vez que utiliza esta linguagem. 144 B.5.1- Comandos Utilizados para Plotagem do Gráfico da carga de laminação referente ao 1º passe do Laminador 1. Na Figura B.4, mostra o resultado da construção do gráfico da carga de laminação. Comandos: figure plot[U(1:21),T(1:21)] grid xlabel(„semi-comprimento [mm]‟) ylabel(„pressão de contato [N/m²]‟) 9 1.5 x 10 1.4 pressão de contato [N/m²] 1.3 1.2 1.1 1 0.9 0.8 0.7 100 200 300 400 500 600 700 semi-comprimento [mm] 800 900 1000 Figura B.4- Gráfico da pressão de contato do laminador 1, considerando o torque A Figura B.5- mostra o gráfico da pressão de contato referente ao primeiro passe do laminador 1. Os comandos utilizados foram ex; pressc(1:80); scc; q=(pressc(1,1:80)./scc(1:80)); 145 q.*9.8.*1.e6 figure; plot(ex(1:80),q(1:80)) xlabel(„semi-comprimento [mm]‟) ylabel(„pressão de contato [N/m²]‟) Na seqüência têm-se os resultados ex = Columns 1 through 7 5.9375 17.8125 29.6875 41.5625 53.4375 65.3125 77.1875 Columns 8 through 14 89.0625 100.9375 112.8125 124.6875 136.5625 148.4375 160.3125 Columns 15 through 21 172.1875 184.0625 195.9375 207.8125 219.6875 231.5625 243.4375 Columns 22 through 28 255.3125 267.1875 279.0625 290.9375 302.8125 314.6875 326.5625 Columns 29 through 35 338.4375 350.3125 362.1875 374.0625 385.9375 397.8125 409.6875 Columns 36 through 42 421.5625 433.4375 445.3125 457.1875 469.0625 480.9375 492.8125 Columns 43 through 49 504.6875 516.5625 528.4375 540.3125 552.1875 564.0625 575.9375 146 Columns 50 through 56 587.8125 599.6875 611.5625 623.4375 635.3125 647.1875 659.0625 Columns 57 through 63 670.9375 682.8125 694.6875 706.5625 718.4375 730.3125 742.1875 Columns 64 through 70 754.0625 765.9375 777.8125 789.6875 801.5625 813.4375 825.3125 Columns 71 through 77 837.1875 849.0625 860.9375 872.8125 884.6875 896.5625 908.4375 Columns 78 through 80 pressc(1:80) ans = Columns 1 through 7 592.5329 962.1659 955.6796 887.8217 798.1192 592.5095 962.0643 Columns 8 through 14 955.5909 887.7557 797.9689 592.4169 961.8720 955.3738 887.5345 Columns 15 through 21 797.7350 592.2709 961.5836 955.0467 887.2047 797.3902 592.0711 Columns 22 through 28 961.2005 954.6058 886.7582 796.9448 591.8176 960.7200 954.0526 Columns 29 through 35 147 886.1994 796.3972 591.5102 960.1412 953.3862 885.5272 795.7470 Columns 36 through 42 591.1485 959.4627 952.6055 884.7411 794.9935 590.7317 958.6829 Columns 43 through 49 951.7095 883.8401 794.1358 590.2592 957.8003 950.6966 882.8230 Columns 50 through 56 793.1728 589.7299 956.8131 949.5654 881.6885 792.1033 589.1428 Columns 57 through 63 955.7194 948.3142 880.4352 790.9260 588.4966 954.5171 946.9410 Columns 64 through 70 879.0614 789.6394 587.7901 953.2041 945.4438 877.5655 788.2418 Columns 71 through 77 587.0218 951.7777 943.8204 875.9456 786.7315 586.1900 950.2356 Columns 78 through 80 942.0686 874.1998 785.1067 EDU» scc scc = Columns 1 through 7 148 7.6858 7.6850 7.6841 7.6826 7.6807 7.6782 7.6752 7.6581 7.6524 7.6462 7.6394 7.6065 7.5967 7.5864 7.5753 7.5246 7.5102 7.4950 7.4791 7.4076 7.3877 7.3669 7.3452 7.2492 7.2227 7.1953 7.1668 7.0418 7.0077 6.9724 6.9359 6.7771 6.7341 6.6898 6.6441 6.4473 6.3945 6.3402 6.2845 6.0465 5.9792 5.9196 5.8638 Columns 8 through 14 7.6718 7.6677 7.6632 Columns 15 through 21 7.6321 7.6241 7.6156 Columns 22 through 28 7.5637 7.5513 7.5383 Columns 29 through 35 7.4624 7.4450 7.4267 Columns 36 through 42 7.3226 7.2991 7.2746 Columns 43 through 49 7.1372 7.1065 7.0747 Columns 50 through 56 6.8981 6.8591 6.8187 Columns 57 through 63 6.5970 6.5485 6.4986 Columns 64 through 70 6.2273 6.1686 6.1083 Columns 71 through 77 149 5.8126 5.7665 5.7263 5.6938 5.6714 5.6636 5.6755 Columns 78 through 80 5.7482 5.7230 7.2819 q= Columns 1 through 7 77.0950 77.0995 77.0967 77.0922 77.0857 77.0774 77.0672 Columns 8 through 14 77.0552 77.0414 77.0256 77.0078 76.9880 76.9660 76.9418 Columns 15 through 21 76.9152 76.8862 76.8545 76.8200 76.7826 76.7422 76.6985 Columns 22 through 28 76.6513 76.6005 76.5458 76.4871 76.4242 76.3567 76.2844 Columns 29 through 35 76.2072 76.1247 76.0366 75.9428 75.8428 75.7365 75.6234 Columns 36 through 42 75.5034 75.3760 75.2409 75.0979 74.9465 74.7864 74.6172 Columns 43 through 49 74.4387 74.2503 74.0518 73.8428 73.6228 73.3914 73.1484 Columns 50 through 56 150 72.8932 72.6256 72.3450 72.0512 71.7437 71.4222 71.0863 Columns 57 through 63 70.7358 70.3701 69.9891 69.5924 69.1798 68.7509 68.3055 Columns 64 through 70 67.8431 67.3631 66.8639 66.3448 65.7643 65.2662 64.8161 Columns 71 through 77 64.4193 64.0826 63.8175 63.6418 63.5837 63.6916 64.0467 Columns 78 through 80 64.9536 65.6398 80.8956 EDU» q.*9.8.*1.e6 ans = 1.0e+008 * Columns 1 through 7 7.5553 7.5557 7.5555 7.5550 7.5544 7.5536 7.5526 7.5468 7.5448 7.5427 7.5403 7.5284 7.5247 7.5207 7.5164 Columns 8 through 14 7.5514 7.5501 7.5485 Columns 15 through 21 7.5377 7.5348 7.5317 Columns 22 through 28 151 7.5118 7.5068 7.5015 7.4957 7.4896 7.4830 7.4759 7.4424 7.4326 7.4222 7.4111 7.3596 7.3448 7.3291 7.3125 7.2366 7.2150 7.1924 7.1685 7.0610 7.0309 6.9994 6.9665 6.8201 6.7796 6.7376 6.6939 6.5018 6.4449 6.3961 6.3520 6.2369 6.2312 6.2418 6.2766 Columns 29 through 35 7.4683 7.4602 7.4516 Columns 36 through 42 7.3993 7.3868 7.3736 Columns 43 through 49 7.2950 7.2765 7.2571 Columns 50 through 56 7.1435 7.1173 7.0898 Columns 57 through 63 6.9321 6.8963 6.8589 Columns 64 through 70 6.6486 6.6016 6.5527 Columns 71 through 77 6.3131 6.2801 6.2541 Columns 78 through 80 6.3655 6.4327 7.9278 Após obter os resultados no programa MCI/Berger, foi possível construir a Figura B.5, referente à carga de laminação do 1º passe. 152 8 8 x 10 7.8 pressão de contato [N/m²] 7.6 7.4 7.2 7 6.8 6.6 6.4 6.2 0 100 200 300 400 500 600 700 semi-comprimento [mm] 800 900 1000 Figura B.5-carga de laminação do 1º passe, obtido pelo MCI/Berger A Figura B.6, mostra o resultado da carga de laminação em cada passe. Distribuição de cargas 1200 1100 p(-) e q(.) [kgf/mm] 1000 900 800 700 600 500 400 300 0 100 200 300 400 500 600 Semi-largura [mm] 700 800 900 1000 Figura B.6-carga de laminação dos cinco passes do laminador 1 obtido pelo MCI/Berger B.5.2- Comandos Utilizados para Plotagem do perfil da tira do Laminador 1. 153 De forma semelhante à obtenção da carga de laminação, seleciona alguns pontos ao longo do contato entre o cilindro de trabalho e a chapa. Comandos utilizados pelo através do programa COSMOSWorks. deslocamento em UY; Sonda Seleciona o perfil Atualizar A Figura B.7, mostra os resultados obtidos pelo programa COSMOSWorks, do perfil da chapa e do cilindro de trabalho Figura B.7- Obtenção do perfil, através do programa COSMOSWorks (Figura obtida do programa COSMOS) Selecionou em seguida alguns pontos referentes ao perfil do cilindro de trabalho. 154 Onde “ M “ representa o deslocamento em Y e “N” a posição referente a esse deslocamento. M=[3.774e-1 3.771e-1 3.784e-1 3.804e-1 3.745e-1 3.765e-1 3.689e-1 3.723e-1 3.739e-1 3.603e-1 3.641e-1 3.551e-1 3.581e-1 3.361e-1 3.422e-1 3.361e-1 2.493e-1 2.869e-1 N=[ 119.23 84.23 429.27 394.19 719.23 684.23 3.66e-1 3.691e-1 3.469e-1 3.186e-1 3.763e-1 3.501e-1 3.262e-1 3.318e-1 2.985e-1] 44.23 19.23 221.72 359.21 324.23 189.11 156.5 319.23 285.1 306.02 519.23 649.23 619.23 780.77 485 449.18 619.23 585 549.23 784.23 749.23] Comandos utilizados para plotar o gráfico do perfil referente ao primeiro passe figure; plot(N(1:27),M(1:27)); grid; xlabel(„semi-comprimento [mm]‟); ylabel(„perfil [mm]‟); A Figura B.8, mostra os resultados do perfil gerado com os pontos obtidos do primeiro passe do laminador 1, considerando o torque. 155 0.4 0.38 perfil [mm] 0.36 0.34 0.32 0.3 0.28 0 100 200 300 400 500 semi-largura [mm] 600 700 800 . Figura B.8- Perfil referente ao primeiro passe do laminador1, através do programa MCI/Berger (Figura obtida do programa MCI/Berger) Na seqüência, obtém-se os valores necessários no programa MCI/Berger para plotagem do perfil. Comandos utilizados; defac(2,1:67); u=0.3774-M(1:27); k=3.8902-2.*u figure; plot(N(1:27),k(1:27),'b*'); grid; hold on; plot(ex(1:67),defac(2,1:67)); xlabel('semi-largura [mm]'); ylabel('perfil [mm]') 156 resultados dos comandos. defac(2,1:67) ans = Columns 1 through 7 3.8902 3.8902 3.8900 3.8898 3.8896 3.8893 3.8889 3.8867 3.8860 3.8852 3.8843 3.8803 3.8791 3.8778 3.8765 3.8704 3.8687 3.8669 3.8651 3.8568 3.8546 3.8522 3.8498 3.8391 3.8362 3.8332 3.8301 3.8166 3.8129 3.8091 3.8052 3.7882 3.7835 3.7786 3.7736 3.7507 3.7441 3.7370 3.7291 Columns 8 through 14 3.8884 3.8879 3.8873 Columns 15 through 21 3.8834 3.8824 3.8814 Columns 22 through 28 3.8751 3.8736 3.8720 Columns 29 through 35 3.8631 3.8611 3.8590 Columns 36 through 42 3.8472 3.8446 3.8419 Columns 43 through 49 3.8268 3.8235 3.8201 Columns 50 through 56 3.8012 3.7970 3.7927 Columns 57 through 63 3.7683 3.7628 3.7569 Columns 64 through 67 3.7202 3.7096 3.6959 3.6736 157 M= Columns 1 through 7 0.3774 0.3771 0.3784 0.3804 0.3745 0.3765 0.3763 0.3603 0.3641 0.3660 0.3691 0.3361 0.3422 0.3469 0.3186 0.2493 0.2869 0.2985 Columns 8 through 14 0.3689 0.3723 0.3739 Columns 15 through 21 0.3501 0.3551 0.3581 Columns 22 through 27 0.3262 0.3318 0.3361 EDU» u=0.3774-M(1:27) u= Columns 1 through 7 0 0.0003 -0.0010 -0.0030 0.0029 0.0009 0.0011 Columns 8 through 14 0.0085 0.0051 0.0035 0.0171 0.0133 0.0114 0.0083 0.0413 0.0352 0.0305 0.0588 0.1281 0.0905 0.0789 3.8962 3.8844 3.8884 3.8880 3.8560 3.8636 3.8674 3.8736 Columns 15 through 21 0.0273 0.0223 0.0193 Columns 22 through 27 0.0512 0.0456 0.0413 EDU» k=3.8902-2.*u k= Columns 1 through 7 3.8902 3.8896 3.8922 Columns 8 through 14 3.8732 3.8800 3.8832 158 Columns 15 through 21 3.8356 3.8456 3.8516 3.8076 3.8198 3.8292 3.6340 3.7092 3.7324 3.7726 Columns 22 through 27 3.7878 3.7990 3.8076 A Figura B.9, mostra o resultado do perfil referente ao primeiro passe pelo programa MCI/Berger. 3.9 perfil [mm] 3.85 3.8 3.75 3.7 3.65 0 100 200 300 400 500 semi-largura [mm] 600 700 800 Figura B.9- perfil gerado pelo programa MCI/Berger referente ao primeiro passe A Figura B.10, mostra o perfil gerado por cada passe do laminador 1 no programa MCI/Berger 159 Perfis 4.5 4 Perfil [mm] 3.5 3 2.5 2 1.5 1 0 100 200 300 400 500 Semi-largura [mm] 600 700 800 Figura B.10- perfil gerado pelo programa MCI/Berger referente ao cinco passes Da mesma forma obteve os resultados para o laminador 2, seguindo o mesmo raciocínio. Os resultados com torque e sem torque são obtidos também seguindo os mesmos procedimentos. 160 REFERÊNCIAS BERGER, B.; NEUCHÜTZ, E.; MÜCKE, G. Experiences with a flatness control system including axial roll shifting, 4th International Steel Rolling Conference, pp. E.13.1-E.13.6, junho 1987. FORD, H.; ALEXANDER, J. M. Rolling hard materials in thin gauges – basic considerations, Journal of the Institute of Metals, pp. 193-199, 1959. GINZBURG, V. B. Basic principles of customized computer models for cold and hot strip mills, Iron and Steel Engineer, pp. 21-35, September 1985. GINZBURG, B. V.; AZZAM, M. Selection of optimum strip profile and flatness technology for rolling mills, Iron and Steel Engineer, pp. 30-38, julho 1997. GINZBURG, V. B. Steel-rolling technology: theory and practice, Marcel Dekker Inc.,New York and Basel, 1989. GINZBURG, VLADIMIR B. Strip profile control with flexible edge backup rolls, International Rolling Mill Consultants, Inc., Pittsburgh, Pa., 1987. 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