UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS CURSO DE BIBLIOTECONOMIA DIRETÓRIO ACADÊMICO DE BIBLIOTECONOMIA XIV Encontro Regional de Estudantes de Biblioteconomia, Documentação, Ciência da Informação e Gestão da informação Os novos campos da profissão da informação na contemporaneidade 16 a 22 de janeiro de 2011 ARQUIVOS ABERTOS: facilitando o livre acesso à informação científica1 Carla Daniella Teixeira Girard² Cristiane Marina Teixeira Girard³ RESUMO Estuda a origem do modelo de arquivo aberto ou open access (AO), definições, acessibilidade, utilização, vantagens e desvantagens. Analisa a relevância desse modelo como uma nova alternativa para o acesso livre às informações científicas, disponíveis em publicações eletrônicas e bases de dados, bem como sua contribuição ao progresso da ciência por intermédio da produção de novos conhecimentos. Adota como metodologia, a realização de pesquisa com levantamento bibliográfico, documental e em base de dados on-line, com o intuito de selecionar o material, analisando e contextualizando as partes essenciais. A pesquisa foi realizada em livros, periódicos impressos e dissertações que abordam o assunto nas bibliotecas da UFPA e UNAMA. Destaca-se, porém, como fontes principais os periódicos on-line, tais como Ciência da Informação, Perspectiva em Ciência da Informação, Transinformação e Datagramazero, destacando-se, ainda, as Bibliotecas Digitais do IBICT e da USP. Analisa a informação em sua origem e evolução conceitual. Trata do termo informação científica mostrando sua importância no campo da ciência. Discorre sobre a comunicação científica no que tange à abordagem conceitual e histórica, sua evolução e destaque como elemento fundamental para o surgimento do arquivo aberto. Versa sobre a utilização da comunicação científica no mundo contemporâneo e sua contribuição para os membros da comunidade científica e o público em geral. Mostra a existência da literatura cinzenta, seus conceitos e apresenta sua importância para a ciência, abordando aspectos históricos e identificando os tipos de documentos de que trata essa literatura científica. Palavras-chave: Arquivo aberto. Open Access (AO). Informação científica. Comunicação científica. Literatura cinzenta. 1 Trabalho cientifico de comunicação Oral, apresentado ao GT 4 – Tecnologia e Redes de Informação. ² Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e Pós-Graduanda em Docência em Educação Superior pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). E-mail: [email protected]. ³ Graduanda em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Pará (UFPA). E-mail: biblioufpa.com.br. 1 INTRODUÇÃO Com o advento das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), proporcionando um rápido crescimento da Internet, houve descobertas e criações que contribuíram para uma nova estrutura social, com adequação e evolução de modelos que permitem o acesso eficaz e de maneira tempestiva às informações desejadas pelos usuários. Nesse contexto, surgem as primeiras publicações eletrônicas, o que se acreditava ser um grande avanço para a comunidade científica, mas isso não se concretizou totalmente, tendo em vista o aumento do preço das assinaturas dos periódicos científicos eletrônicos, ocorrendo a chamada “crise dos periódicos”. A partir dessa crise, ocorre o aparecimento de um modelo que permitiu o acesso gratuito às informações científicas, denominado de arquivos abertos. Trabalhos científicos patrocinados com recursos públicos denotam acesso livre às informações deles decorrentes, entretanto, periódicos científicos eletrônicos não são obtidos de maneira gratuita. Diante desse fato, surgem questionamentos referentes à restrição imposta aos usuários, ou seja, poucos têm acesso à informação científica mesmo com o financiamento das pesquisas com recursos públicos. Outro argumento concerne ao poder público: assim como ele patrocina projetos dos cientistas, pode, também, contribuir para que os usuários tenham acesso livre e gratuito aos serviços de busca. Este trabalho propõe-se a expor sobre o modelo de arquivos abertos e indicá-los como uma fonte de consulta gratuita àqueles que necessitam da informação científica para a produção de novos conhecimentos e descobertas, a partir do argumento que aponta projetos científicos, em sua maioria, financiados com recursos públicos, mas suas leituras exigem retorno pecuniário. A justificativa da pesquisa norteia-se no fato de que a informação científica é a base essencial para o desenvolvimento intelectual, científico e tecnológico de um país. Portanto, partindo dessa premissa, destaca-se que para ocorrer esse desenvolvimento, a comunidade científica vem enfrentando barreiras quanto ao acesso a essas informações, restritas a um pequeno grupo, fazendo com que o país não consiga melhorar seu nível no âmbito científico. Por isso, o modelo de arquivo aberto pode ser uma alternativa viável para o acesso livre e aumento de produções científicas. O objetivo principal para efetivação deste trabalho é expor o uso do modelo de Arquivo Aberto como fonte de informação científica e, especificamente: abordar formas de disponibilização das publicações científicas em bases de dados que utilizam o modelo de arquivo aberto; indicar motivos que justifiquem o acesso gratuito às publicações científicas; estudar o modelo de arquivo aberto e apresentar sugestões visando a melhoria dos serviços de acesso gratuito à informação científica. Adota-se como metodologia, a realização de pesquisa com levantamento bibliográfico e em base de dados on-line, com o intuito de selecionar o material, analisando e contextualizando as partes essenciais. A pesquisa foi realizada em livros, periódicos impressos e dissertações que abordam o assunto nas bibliotecas da UFPA e UNAMA. Destaca-se, porém, como fontes principais os periódicos on-line, tais como Ciência da Informação, Perspectiva em Ciência da Informação, Transinformação e Datagramazero, destacando-se, ainda, as Bibliotecas Digitais do IBICT e da USP. 2 INFORMAÇÃO A palavra informação deriva etimologicamente do latim informatio, que posteriormente evoluiu para o termo informare, o qual passou a ser utilizada apenas no Século XVI, quando a informação atingiu um pouco mais de entendimento perante a sociedade (TEIXEIRA, 2005). Le Coadic (1996, p. 5), afirma que a informação é um objeto do conhecimento de um indivíduo, [...] é um significado transmitido a um ser consciente por meio de uma mensagem inscrita em um suporte espacial-temporal: impresso, sinal elétrico, onda sonora, etc. Essa inscrição é feita graças a um sistema de signos (a linguagem), signo este que é um elemento da linguagem que associa um significante a um significado: signo alfabético, palavra, sinal de pontuação. A informação pode gerar diversas dúvidas, pois dependendo de quem a repassa poderá haver um bloqueio de idéias, mas que são superadas a partir do entendimento por parte do destinatário. Sob este mesmo enfoque, Derqui (2005, p. 7) discorre que a “informação é a quantidade de incerteza que é anulada pela identificação do símbolo recebido pelo destinatário”. De acordo com Zhang (1988 apud Braga, 2000, p. 341), a informação apresenta variados conceitos porque está relacionada a mais de uma disciplina, existindo ampla complexidade na análise do termo diante de cada ramo científico: [...] deriva do latim e significa um processo de comunicação ou algo relacionado com comunicação, mas na realidade existem muitas e variadas definições de informação, cada uma mais complexa que ou tra. A informação atua como uma ferramenta que facilita o entendimento do mundo, ou seja, qualquer coisa que possa reduzir a incerteza entre indivíduos, com a finalidade de transmitir o conhecimento. Podemos também dizer que informação é um processo que visa o conhecimento, ou, mais simplesmente, “informação é tudo o que reduz a incerteza [...]. Um instrumento de compreensão do mundo e da acção sobre ele” (ZORINHO, 1995 apud BRAGA, 2000, p. 341). Braga (2000, p. 341) comenta que a informação não recebe uma definição totalmente correta ou incorreta, pois ela gera complexidade, vista sob diversas formas, dependendo do ponto de vista abordado, mas com um único objetivo comum, que é o de gerar questionamentos, ocasionando a produção de novos conhecimentos. Também, encontra-se relacionada diretamente com a comunicação, as quais se interligam para que ocorra uma boa interação e melhor entendimento daquilo que se quer transmitir. A informação é o elemento comum em todas as áreas, não importando o âmbito em que ela se enquadre, pois sempre será essencial, ou seja, a parte central no desenvolvimento das mesmas. Dessa forma, “[...] é matéria-prima de todas as áreas do conhecimento que a entendem conforme sua forma de apropriação, teorização, dependente do estágio de desenvolvimento de teorias e práticas metodológicas” (MIRANDA; SIMEÃO, 2002). De acordo com Xifras-Heras (2000), a informação é a transmissão de fatos ou conhecimentos, visto que ela deixa de ser um único elemento para se tornar um conjunto, confundindo-se com o cotidiano de elementos subjetivos ou técnicos, cuja integração precisa de intermediários, que são os meios de transmissão. [A informação é] o conjunto das formas, condições e atuações para tornar público os elementos do saber, de fatos, de acontecimentos, de especulações, de ações e projetos, tudo isto mediante uma técnica especial, realizada para este fim e utilizando os meios de transmissão ou comunicação social. Podemos constatar a partir da visão de Teixeira (2005) e dos outros autores supracitados, que as definições a respeito da informação, demonstram que a mesma é complexa para se conceituar concretamente, possuindo flexibilidade para conter diversos significados dependendo do contexto empregado, importando, entretanto, saber que ela está presente em todo ramo científico e que contribui para geração de novos conhecimentos. 2. 1 Informação Científica Consoante Dias (1999) foi durante o Século XVII que ocorreu, de fato, a partir da ciência ocidental da antiga Grécia, a consolidação da comunicação científica devido ao surgimento das primeiras revistas científicas, criadas pelas Sociedades Reais e Academias Nacionais, contribuindo sobremaneira para a divulgação de informações de caráter científico. O conceito de informação científica, segundo Targino (2007, p. 96), é visto sob uma única forma de análise, uma espécie de consenso em toda a comunidade científica. Se a formação e a emissão de conceitos constituem por si mesmo processo complexo e dinâmico, há um ponto consensual e unívoco, ou seja, em qualquer circunstância, a expressão informação científica é vista por pessoas, as mais distintas, de maneira absolutamente idêntica, sob uma só forma de interpretação, fundamentada até mesmo nos dicionários mais genéricos [...] Para a autora, informação científica significa "[...] a informação relativa à ciência ou às ciências; informação científica como a informação que possui o rigor da ciência" (TARGINO, 2007, p. 96), ou seja, a informação científica tem como objetivo manter ciente e informada à comunidade científica sobre tudo aquilo que é relacionado à ciência. A partir dela se movimenta a diversidade de questionamentos responsáveis pela implementação de novos conhecimentos científicos. De acordo com Kuramoto (2006, p. 91), "a informação científica é o insumo básico para o desenvolvimento científico e tecnológico de um país. Esse tipo de informação, resultado das pesquisas científicas, é divulgado à comunidade por meio de revistas". Assim, observa-se que a informação científica, fruto do trabalho de inúmeros pesquisadores, deve ser aproveitada ao máximo para contribuir ao progresso de uma nação. Cumpre destacar, quanto ao aspecto da publicação da informação científica que nos dias atuais essa disseminação não é realizada apenas através de revistas, mas também por outros meios, tais como relatórios técnicos, e-mails, atas de congressos, dentre outros que agilizem o processo informacional da comunidade científica e geração de novas descobertas científicas. Considerando a informação científica como um elemento importante para o progresso da humanidade, é oportuno enfatizar que seu acesso deve ser democratizado. Torna-se, portanto, necessário considerar o que observa Alberts (2002 apud COSTA, 2005), ao afirmar que “a informação científica e técnica é, fundamentalmente, um bem público global, que deve estar livremente disponível para o benefício de todos". Assim, todos podem ter acesso a qualquer pesquisa, como forma de dar mais impulso ao meio científico. Segundo Targino (2007, p. 96), não há dúvidas que “a relevância da ciência para a humanidade corresponde ao reconhecimento da informação científica como mola propulsora das mudanças que afetam a sociedade contemporânea”. Por conta do processo de globalização, novas tecnologias favoreceram o progresso das formas de transmissão da informação científica, facilitando o fluxo informacional para pesquisadores e para toda uma população. 3 COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA A comunicação científica pode ser definida como “atividades associadas à produção, disseminação e uso da informação, desde o momento em que o cientista concebe uma idéia para pesquisar, até que os resultados de sua pesquisa sejam aceitos como constituintes do conhecimento científico”, Garvey (1979 apud SILVA, 2000, p. 22), ou seja, analisa todo o processo dos cientistas, desde sua fase inicial de produção até o ato de divulgação de suas idéias da pesquisa realizada, para verificar sua admissão no que tange ao conhecimento científico. Targino (2007, p. 98) apresenta um modelo de representação simplificada do processo de comunicação científica. Figura 1 – Representação simplificada do processo de comunicação científica. Fonte: Targino (2007, p. 98). Sabe-se que a comunicação na ciência é denominada científica e por seu intermédio que os pesquisadores revelam a seus pares e à sociedade em geral suas descobertas, [...] eles recebem estímulos e/ou críticas, o que torna possível uma retroalimentação contínua, permitindo um aprimoramento maior e avanços de suas pesquisas (SILVA, 2000, p. 19). De acordo com a autora, a comunicação científica tem essa denominação porque na ciência ela tem o papel fundamental de divulgadora das idéias e dos resultados concretizados pelos pesquisadores, como forma de incentivo e continuidade das pesquisas futuras, proporcionando assim, novas descobertas que contribuam para os avanços no campo científico. Dias (1999), afirma que a comunicação científica tem como principal função contribuir para uma extensão do conhecimento e possibilitar novos campos de estudos, isto é, tudo que já foi produzido no âmbito científico pode gerar novos questionamentos e idéias, ocasionando novas pesquisas que complementem algo que não ficou evidenciado ou até mesmo opondo-se a determinado resultado. Côrtes (2006, p. 40), indica que “a comunicação científica ou conhecimento pareça ter ocorrido principalmente pela forma oral, a verdade é que desde os tempos da Grécia Antiga já eram utilizados documentos escritos para essa finalidade”. Com o passar dos anos, e a concretização do aparecimento da escrita, é que surgem os primeiros documentos registrados, motivando a necessidade de um local que pudesse armazenar esses documentos escritos. Foi a partir, dessa necessidade que criam-se as bibliotecas, visto que a maior daquele período foi a Biblioteca de Alexandria. Outros grandes fatores que concretizaram de fato a comunicação científica foram, em primeiro lugar, o crescente número de universidades criadas na Europa, devido à Revolução Industrial e em segundo, quando a partir da Revolução Científica, ocorrida no Século XVII (SILVA, 2000, p. 19), proporcionou o aumento de variadas publicações, permitindo a criação dos periódicos científicos (CÔRTES, 2006, p. 41). 3.1 Contemporaneidade A comunicação científica teve grandes avanços na produção de novos conhecimentos científicos devido, principalmente, ao aparecimento da internet, a qual tornou possível atingir diversos públicos em todo o planeta e, ainda, proporcionar uma rápida disseminação da informação, como forma de manter o indivíduo sempre comunicando as novas descobertas científicas. Com este enfoque, Lemos (2003, p. 15) discorre que o surgimento da internet e a sua rápida expansão promoveram alterações profundas no modo de organizar a sociedade, uma vez que diminui as barreiras de distância geográfica e temporal. A possibilidade de encontrar e contatar indivíduos via redes de computadores de alcance mundial leva ao estabelecimento de uma cibercultura, o modelo sociocultural que emerge da relação simbiótica entre a sociedade, a cultura e as tecnologias de base microeletrônica produzidas na década de 70. Com o advento da tecnologia e grandes avanços ocorridos no campo da ciência, a comunicação científica caminhou a passos largos a novos progressos, pois a Internet proporcionou uma rápida disseminação das informações de âmbito científico, contribuindo para o maior alcance de público não somente no meio acadêmico, mas fora dele, tornando-se, o principal veículo da comunicação científica, modernamente. Além disso, possibilitou que os periódicos assumissem o caráter eletrônico, atingindo cientificamente, novas proporções (VALÉRIO; PINHEIRO, 2008). 4 LITERATURA CINZENTA A literatura cinzenta nada mais é do que uma literatura científica, considerada no campo científico como não-convencional, em formato impresso ou eletrônico, pois seu acesso é praticamente restrito e sem comercialização dessa produção devido à inexistência de controle por parte de editores. Partindo deste aspecto, Población (1992, p. 244), afirma que a literatura cinzenta pode ser estabelecida como “documentos fugitivos que não se vendem nos catálogos de editores, livrarias, bibliotecas, etc., de difícil localização, e que, na maioria dos casos, contém dados relevantes e importantes”. Torna-se importante ressaltar que pelo caráter não-convencional, o conteúdo das informações por ela exposta contém veracidade e confiabilidade. Isto mostra que o controle de recuperação é de difícil acesso, diferenciando-se, assim, da literatura branca, comercializada e de fácil acesso, pois os documentos básicos são os livros e os periódicos, encontrados à disposição em instituições informacionais. Segundo Gomes (2000 apud FUNARO; NORONHA, 2006, p. 220), a literatura cinzenta é usada para designar documentos não convencionais e semipublicados, produzidos nos âmbitos governamental, acadêmico, comercial e industrial. Caracteriza documentos que têm pouca probabilidade de serem adquiridos através de canais usuais de venda de publicações, já que nas origens de sua elaboração o aspecto comercialização se contrapõe àquela que designa os documentos convencionais ou formais, ou seja, a literatura branca. Um dos questionamentos mais levantados por parte de cientistas e estudiosos de diversas áreas, quanto à literatura cinzenta, encontra-se no seu caráter restrito, já que ela é uma literatura científica produzida e disseminada mais rapidamente no âmbito da comunidade científica, mas por conta desta restrição e por uma não centralização, acarreta uma dificuldade de busca. De acordo com Funaro e Noronha (2006, p. 218) a literatura cinzenta é a literatura que se caracteriza como aquela de difícil acesso e aquisição, sem ter passado ou estar regida por qualquer tipo de controle bibliográfico específico, é denominada de “literatura cinzenta” (LC), “literatura não-convencional”, ou ainda “literatura fugitiva” que ocupa espaço de destaque não só como objeto nas discussões de profissionais da informação na gerência de bibliotecas, mas também como parte dos recursos disponíveis na busca de informação pelos cientistas e estudiosos das diferentes áreas. A literatura cinzenta se caracteriza “segundo sua apresentação não convencional, portanto, não sendo publicada e distribuída através dos canais normais do parque editorial, é compreensível que o seu difícil acesso [enfrente] sérios problemas para a coleta, armazenagem e recuperação” (CHILLAG, 1985 apud POBLACIÓN, 1992, p. 244), ou seja, a literatura cinzenta caracteriza-se, primeiramente, por ser não-convencional e, em um segundo momento, por acarretar uma grande problemática no sentido de sua recuperação para melhor disseminação de seus conteúdos. Outro levantamento importante que pode distinguir a literatura cinzenta é o fato de que esta sofre atualizações continuamente, ou seja, seus autores, individuais, entidades, grupos de pesquisadores, dentre outros, não oferecem comprometimento como ocorre com documentos convencionais, motivando mudanças constantes no que é produzido. Para Carvalho (2001 apud GONZÁLEZ DE GÓMEZ; MACHADO, 2007), a literatura cinzenta é “[...] aquela que é produzida em todos os níveis de governo, academias, negócios e indústrias em formato impresso ou eletrônico, mas que não é controlada pelos editores comerciais”, isto é, basicamente aquela que não possui um vínculo comercial, não havendo um controle por parte dos editores, mas ela pode ser encontrada tanto em meio impresso como eletrônico. 5 ARQUIVOS ABERTOS O modelo de arquivo aberto foi criado com o intuito de mudar a forma de acesso às publicações eletrônicas, tendo em vista uma melhora significativa dentro da comunicação científica, pois visa tornar acessível todo tipo de informação, principalmente a de caráter científico para cientistas, pesquisadores e público em geral, que dela necessitem, contribuindo para o desenvolvimento científico de um país. Para melhor entender o modelo de arquivo aberto é preciso elencar algumas definições. Sendo assim Lagoze e Van de Sompel (2001 apud MORAES, 2006, p. 14) definem que o termo „arquivo‟ foi escolhido porque nas comunidades e-prints vem sendo utilizado como sinônimo de depósito de texto completo de documentos científicos. E „aberto‟ reflete a arquitetura do sistema, definindo e promovendo interfaces que facilitam a disponibilidade de conteúdo a partir da variedade de provedores. [...] Trata-se de interoperabilidade das máquinas onde estão disponíveis os repositórios de dados, isto é, interface de máquina aberta que facilita tornar disponíveis conteúdos de diversos autores. Entende-se que a denominação é originada da reunião de dois termos, recebendo o primeiro, uma denotação de depósito amplamente utilizado na área de informática e o segundo, significa acesso sem restrições a documentos disponíveis on-line entre computadores, devido à interligação proporcionada pela interface de uma máquina aberta. Constatando-se assim, que o arquivo aberto só pela sua significação de termos, proporciona informações disponíveis e que podem ser acessados de várias localidades, sem barreiras, restrições ou qualquer cobrança de taxas. De acordo com Pinto (2006, p. 38), os arquivos abertos referem-se ao acesso on-line sem barreiras e permanente de textos completos de artigos científicos, de forma livre para qualquer um que esteja conectado à internet. Esse modo de publicação tem duas propriedades essenciais: os materiais estão gratuitamente disponíveis e o detentor do direito autoral permite leitura irrestrita, o privilégio de fazer a busca, download, indexar, copiar e imprimir o texto completo; algumas vezes também é permitido redistribuir o texto completo. Os metadados do documento estão normalmente disponíveis e podem ser copiados, redistribuídos, indexados, etc. Vê-se que o modelo de arquivo aberto proporciona inúmeras e significativas vantagens para seus usuários, como o acesso livre e gratuito a documentos, os quais, havendo consentimento do autor, poderão estar disponíveis para download ou, até mesmo, para impressão do texto completo. Isto atribui-se ao fato de que, ele foi criado com esse propósito: estabelecer vantagens que permitam a melhor forma de acesso à documentação científica. Partindo desta mesma visão, considerando o acesso livre aos textos completos na internet, a partir da permissão do autor, e respeitando a questão do direito autoral, a Declaração de Budapeste (2002 apud PINTO, 2006, p. 38) discorre que: Por „acesso aberto‟ [...], nós queremos dizer sua livre disponibilidade na internet pública, permitindo a todos os usuários lerem, fazerem o download, copiar, distribuir, imprimir, buscar ou fazer links ao texto completo desses artigos e o crawling para indexação [...]. A única restrição na produção e distribuição e o único papel para o direito autoral nesse domínio devem ser dar ao autor o controle sobre a integridade de seu trabalho e o direito de ser apropriadamente reconhecido e citado [...]. É importante ressaltar que foi a partir das Declarações de Budapeste e de Bethesda que outros eventos como estes foram acontecendo no mundo todo, como exemplos temos o de Berlim, Valparaíso, Argentina e outros, como forma de engrandecer o acesso livre. Assim, essas reuniões permitiram que o modelo de arquivo aberto se consolidasse perante à comunidade científica e à comunidade em geral, como uma alternativa mais viável para o acesso livre às publicações científicas (ROCHA, 2009). Os arquivos abertos são nada mais do que um movimento que permite o acesso livre às publicações científicas em meio eletrônico, sem cobrança de taxas ou tarifa para acessá-los. Súber (2003 apud BAPTISTA, 2007, p. 5) discorre que o arquivo aberto “diz respeito à acessibilidade ampla e irrestrita a conteúdos disponíveis em formato digital, no sentido que remove barreiras de preço e de permissão, tornando a literatura científica disponível com o mínimo de restrições de uso”. Em uma visão mais ampla, Mueller (2006, p. 31), vê o arquivo aberto como “o evento mais importante para a comunicação científica, e está ganhando cada vez mais espaço e alterando o sistema em vigor de comunicação de estudos e novos conhecimentos gerados”. Ou seja, as alterações ocorridas graças ao surgimento da internet permitiram uma mudança na comunicação científica, ocasionado uma quebra de paradigmas, sendo uma dessas mudanças o movimento do arquivo aberto, que pode ser encarado como uma solução às barreiras enfrentadas pelos pesquisadores quanto ao acesso livre às publicações científicas, permitindo, a produção de novos conhecimentos científicos. Assim, a partir dos conceitos supracitados, o arquivo aberto é o meio mais idealizado no âmbito científico, tendo por objetivo permitir que todos os usuários, tanto da comunidade científica quanto o público em geral, possam ter acesso gratuito e irrestrito, além também de permitir que o usuário disponibilize os textos dessas publicações de forma completa. Em 1991, no Laboratório Nacional de Los Alamos, Novo México, Estados Unidos, foi criado por Paul Ginsparg, segundo Triska e Café (2001, p. 93), “o primeiro repositório de documentos eletrônicos, denominado ArXiv, baseado na filosofia dos arquivos abertos”. Mueller (2006, p. 31) salienta que esse repositório “permitia que pesquisadores da área de física e outras áreas relacionadas, localizadas em qualquer parte do mundo, enviassem seus trabalhos para um repositório central, de onde poderiam ser recuperados por outros pesquisadores interessados”. Esse grande invento de Ginsparg proporcionou uma alternativa que a comunidade científica precisava para ultrapassar as barreiras que vinham enfrentando quanto ao acesso às informações científicas. Após essa contribuição realizada por Ginsparg, começam a aparecer os efeitos advindos dessa contribuição, pois surgem as primeiras publicações científicas de acesso aberto, das quais segundo Melero e Garcia (2008 apud ROCHA, 2009) são “’The public-access computer systems review’, distribuída por correio eletrônico em forma de boletim, [...] „Surface‟ e „Psycoloquy‟[...]”. Essas publicações foram bastante relevantes para o movimento de acesso aberto, já que permitiram gratuidade dos conteúdos na internet e também possibilitaram que o copyright fosse concernente aos autores. Já em 1999, ocorre a Convenção de Santa Fé, cujo intuito foi promover a discussão e a iniciativa de acesso livre, denominando-as, assim, de Open Archives Initiative (OAI). Kuratomo (2006, p. 95), escreve que “a meta principal dessa iniciativa é contribuir de forma concentrada para a transformação da comunicação científica”. Essa Convenção permitiu que houvesse manifestações a respeito dos acontecimentos daquele período, no caso, a “crise dos periódicos”, propondo novas mudanças significativas. Como exemplo, o modelo de repositórios e-prints de Ginsparg, facilitando a comunicação científica e torná-la mais acessível aos membros da comunidade científica. Essa proposta apresentada por Ginsparg estabeleceu na Convenção três princípios básicos que são abordados por Triska e Café (2001, p. 92): - auto-arquivamento: o autor envia o texto para publicação, sem a intervenção de outras pessoas. O objetivo é ter publicações eletrônicas acessíveis rapidamente e com grande abrangência; - revisão pela comunidade: tem como propósito a transparência das críticas e sugestões que são feitas aos textos eletrônicos depositados no repositório. Assim, o ambiente possibilita que toda a comunidade tenha acesso ao processo de revisão e versões de textos gerados com base nas sugestões; - interoperabilidade: relaciona-se aos formatos de metadados, à arquitetura de sistema que permanece subjacente a essas escolhas, à sua abertura À criação de serviços de bibliotecas digitais para terceiros, à integração com o mecanismo estabelecido de comunicação científica/acadêmica, à sua possibilidade de uso em contextos transdisciplinares, à sua habilidade em contribuir para um sistema métrico de uso e citação. Ainda com referência aos princípios básicos, Triska e Café (2001, p. 93), abordam os aspectos inseridos quanto ao princípio da interoperabilidade e à criação dos repositórios. Interoperabilidade: - definição de um conjunto mínimo de metadados; - concordância no uso de uma sintaxe comum XML, para representar e transportar tanto o OAMS (Open Archives Metadata Set) como os conjuntos de metadados específicos de cada repositório; - definição de um protocolo comum – Open Archives Dienst Subset – para possibilitar a extração do OAMS e dos metadados específicos dos repositórios participantes. Criação de repositórios de documentos eletrônicos: - mecanismo de submissão; - ar mazenamento a lo ngo prazo ; - política de gerenciamento da submissão e da preservação dos documentos inseridos no repositório; - interface aberta que permita que terceiros possam coletar dados do repositório. Depois dos acontecimentos advindos da Convenção, observou-se um novo marco dentro dos movimentos de acesso livre, que foi, de fato, o crescente número de repositórios (quadro 3), possibilitando o surgimento de novas perspectivas tecnológicas para adequar esses repositórios, pois estes, segundo Santos, Teixeira e Pinto (2005 apud BOMFÁ, 2008, p. 313), “surgiram pela necessidade de preservar documentos digitais, possibilitando seu acesso a um amplo público”. Outro ponto relevante para a evolução do movimento dos arquivos abertos foi a criação do protocolo do Open Archives Initiative, que visava assegurar uma troca de comunicações entre os diversos artigos. O protocolo foi denominado de Protocol for Matadada Harversting (OAI-PMH). A respeito deste protocolo, Marcondes e Sayão (2002 apud MORAES, 2006, p. 16), o definem como sendo [...] um protocolo que prevê interoperabilidade não imediata (ou seja, não é, portanto, um protocolo para busca on-line) entre repositório de eprints, bibliotecas digitais ou qualquer servidor na rede que queira expor, ou seja, tornar visíveis documentos nele armazenados para um programa externo que queira coletá-los. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Questionamentos são realizados a respeito da divulgação das pesquisas científicas porque há situações em que a comunicação é restrita aos membros de uma determinada parcela da sociedade. Em outros casos ela é disponibilizada a todos, mas recebe ressalva quanto à aquisição, que ocorre de maneira onerosa. O aparecimento do modelo de arquivo aberto não deixou de ser um grande passo no processo da comunicação científica, porque permite a todos que aderiram ao movimento pudessem ter acesso às publicações eletrônicas. Porém há muito a se fazer para que o arquivo aberto se estabeleça, de fato, como uma alternativa à acessibilidade à informação científica disponível eletronicamente de forma gratuita. Diante do exposto, acreditamos que o presente trabalho cumpriu seu objetivo principal: o de expor o modelo de arquivo aberto como fonte de informação científica, mostrando sua relevância para a comunicação científica e para aqueles que dependem das publicações eletrônicas de acesso livre. Os objetivos específicos foram alcançados, porque foi tomado conhecimento das formas como as publicações científicas em bases de dados são disponibilizadas de maneira gratuita, apresentou-se motivos que justificam o livre acesso através do modelo de arquivo aberto. No decorrer do trabalho, mostrou-se bases de dados que já utilizam o modelo de arquivo aberto, indicando que as mesmas encontram-se disponibilizadas tanto em nível nacional quanto internacional; entretanto, durante o estudo verificou-se a carência relacionada em nível regional de bases que utilizem o modelo, mas que não significa que a pesquisa possa estar esgotada, podendo haver uma expansão da comunicação eletrônica, mas que no decorrer da pesquisa não foi constatado. Sugerimos ainda, a utilização do modelo de arquivos abertos devido à indicação de motivos que justifiquem o acesso gratuito às publicações científicas por conta das vantagens apresentadas no presente trabalho, tais como: redução de custos, maior acessibilidade no âmbito científico, maior visibilidade dos artigos, maior integração no meio científico, maior velocidade de descobertas científicas e interoperabilidade das máquinas, facilitando o acesso livre. O presente tema foi bastante importante para minha formação profissional, pois proporcionou-me estudar o modelo de arquivo aberto e verificar sua contribuição à comunicação científica e, em conseqüência, ao desenvolvimento de um país de maneira mais rápida. Observamos, todavia, que ele precisa ser bastante divulgado em nossa área, pois o bibliotecário da chamada Sociedade da Informação, precisa se adaptar às novas formas de busca, para melhor indicar ao usuário, o meio mais viável para obter a informação. REFERÊNCIAS BAPTISTA, Ana Alice et al. Comunicação científica: o papel da Open Archives Initiative no contexto do Acesso Livre. Enc.Bibli.: Eletr. Bibliotecon.Ci.Infor., Florianópolis, n.esp., jan./jul. 2007. BOMFÁ, Claudia Regina Ziliotto et al. Acesso livre à informação científica digital: dificuldades e tendências. TransInformação, Campinas, SP, v. 20, n. 3, p. 309-318, set./ dez., 2008. BRAGA, Ascenção. A gestão da informação. 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