O USO DE PROTETOR OCCIPITAL NA PREVENÇÃO DE ÚLCERAS POR
PRESSÃO EM PACIENTES NEUROCIRÚRGICOS.
Carla Maria Fonseca Simão1, Renata da Cunha2, Diego Bonil de Almeida3, Regina Helena
Squizatto4, Nádia Antônia Aparecida Poletti5.
Introdução: A Úlcera por Pressão (UPP) na região occipital no paciente neurocirúrgico pode
ter graves conseqüências, principalmente no período pós-operatório de Craniotomia
Descompressiva, cirurgia para redução imediata da pressão intracraniana por meio da retirada
de uma parte da calota e armazenamento no abdome1. Dentre os cuidados específicos com
pacientes neurocirúrgicos, há a necessidade de manter o pescoço retificado e a cabeça
alinhada ao tronco, principalmente durante o uso do cateter de monitorização da Pressão
Intracraniana (PIC)2. Por meio do acompanhamento dos pacientes da Neurocirurgia
internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e com restrição de mudança de decúbito,
foi observada uma elevada incidência de UPPs na região occipital, acarretando
freqüentemente deiscência da ferida operatória devido à proximidade do sítio cirúrgico, tendo
o paciente que ser reoperado, além da ocorrência de Meningite. Objetivo: Relatar a
experiência do uso do protetor occipital na prevenção da Úlcera por Pressão em pacientes
neurocirúrgicos. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, tipo relato de
experiência, no qual a coleta de dados foi realizada em prontuário no período de Junho à
Julho de 2014, em um hospital escola de porte extra do interior do Estado de São Paulo. Este
trabalho faz parte de um Projeto Mãe aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o
número CAAE 04194712800005415. Relato de experiência: Após observação de que a
prevenção da UPP na cabeça se restringia apenas ao uso do colchão piramidal padronizado na
instituição e uso de lençóis dobrados sob a cabeça do paciente para manter o alinhamento, e
visando a redução da ocorrência de úlceras occipitais, buscou-se um dispositivo que pudesse
aliviar de maneira satisfatória a pressão na região occipital e manter o paciente posicionado
adequadamente. Assim foi implantado após teste piloto, o uso do protetor occipital, em forma
de meia lua, como rotina institucional específica aos pacientes neurocirúrgicos em UTI com
restrição de mudança de decúbito, sua utilização teve início a partir do mês de Julho de 2013.
O protetor também é conhecido como posicionador cirúrgico e é constituído por polímero
1. Enfermeira Mestre pela EERP – USP Ribeirão Preto, Especialista em Dermatologia e Estomaterapia
pela FAMERP, integrante da equipe de Neurocirurgia e coordenadora do Grupo de Curativo do
Hospital de Base de São José do Rio Preto. Email para contato: [email protected]
2.Enfermeira assistencial e integrante do Grupo de Curativo do Hospital de Base de São José do Rio
Preto, com Aperfeiçoamento em Estomaterapia pela FAMERP.
3.Enfermeiro da UNIMED de São José do Rio Preto, Mestrando pela FAMERP e Aperfeiçoamento em
Enfermagem em Feridas pela FAMERP.
4.Enfermeira Aperfeiçoanda em Feridas pela FAMERP.
5. Professora Doutora Adjunta do Curso de Graduação em Enfermagem da FAMERP.
viscoelástico. Constatou-se que após a implantação do protetor occipital, houve a redução da
média de incidência de 20,3% no primeiro semestre de 2013 (antes do uso do protetor) para
5,8 % no segundo semestre de 2013 (após a implantação do protetor). Outra observação
importante foi sobre o estágio das lesões. Antes do uso do protetor, as úlceras apresentavam
necroses extensas e profundas que quando removidas expunham a lesão ao estágio IV
havendo exposição óssea. Nos pacientes sem a calota, observava-se a exposição da Duramáter, com grave risco de Meningite. Após o uso do protetor, as poucas lesões desenvolvidas
eram menores que 5cm de diâmetro e de fina espessura e quando a crosta necrótica se soltava,
a lesão já estava epitelizada e os pacientes recebiam alta com a região occipital cicatrizada.
Conclusão: O uso do protetor occipital pode ser considerado como uma ferramenta na
prevenção da Úlcera por Pressão em pacientes neurocirúrgicos em UTI com restrição de
movimentação da cabeça.
Referências: 1. Faleiro, RM, et AL. Craniotomia Descompressiva para Tratamento Precoce
da Hipertensão Intracraniana Traumática. Arq. Neuropsiquiatr. 2005; 63 (2 – B): 508-513.
2. Camacho, EF. Avaliação do impacto da implantação de rotina de cuidados com cateter de
drenagem ventricular externa em uma unidade de terapia intensiva neurológica. 2011.
Dissertação (Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias) - Faculdade de Medicina,
Universidade
de
São
Paulo,
São
Paulo,
2011.
Disponível
em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-26052011-115512/>.Acesso em: 201306-07.
1. Enfermeira Mestre pela EERP – USP Ribeirão Preto, Especialista em Dermatologia e Estomaterapia
pela FAMERP, integrante da equipe de Neurocirurgia e coordenadora do Grupo de Curativo do
Hospital de Base de São José do Rio Preto. Email para contato: [email protected]
2.Enfermeira assistencial e integrante do Grupo de Curativo do Hospital de Base de São José do Rio
Preto, com Aperfeiçoamento em Estomaterapia pela FAMERP.
3.Enfermeiro da UNIMED de São José do Rio Preto, Mestrando pela FAMERP e Aperfeiçoamento em
Enfermagem em Feridas pela FAMERP.
4.Enfermeira Aperfeiçoanda em Feridas pela FAMERP.
5. Professora Doutora Adjunta do Curso de Graduação em Enfermagem da FAMERP.
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