Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
AULA 11 - TERMOS DA ORAÇÃO E ANÁLISE SINTÁTICA
Quando buscamos o significado do verbo ANALISAR no Dicionário
Aurélio, nos deparamos com a seguinte definição:
1. Decompor (um todo) em suas partes componentes; fazer a
análise 1 (3) de.
A forma “análise 1 (3)” indica a terceira acepção do primeiro
significado da palavra análise, qual seja:
“3. Exame de cada parte de um todo, tendo em vista conhecer
sua natureza, suas proporções, suas funções, suas relações,
etc.”
Pois é exatamente isso que a análise sintática faz em relação à
estrutura do período: decompõe, examina e divide o período
composto; classifica as orações que constituem o período; e, em cada
oração, verifica a função sintática de cada um dos elementos (termos)
constitutivos.
É como se fossem realizadas duas análises simultaneamente:
uma análise “macro” – O PERÍODO COMPOSTO E SUAS
ORAÇÕES; e uma análise “micro” – OS TERMOS QUE COMPÕEM
CADA ORAÇÃO.
Vamos relembrar alguns conceitos apresentados anteriormente:
- FRASE – todo enunciado capaz de transmitir uma mensagem. Pode
se apresentar sob forma sucinta (Não!) ou complexa (De acordo com a
última estimativa, havia mais de cem pessoas no comício.). Em
resumo, podemos dizer que, em uma frase, pode haver ou não um
verbo. A primeira (sem verbo) não se presta à análise sintática –
somente a “frase oracional”, por apresentar estrutura completa.
- ORAÇÃO – estrutura que se forma a partir do conjunto SUJEITO +
PREDICADO. Como veremos, há casos de inexistência do sujeito
(“Oração sem Sujeito”), mas o predicado deve sempre existir. O
verbo, algumas vezes, pode estar elíptico, ou seja, foi omitido, mas
pode perfeitamente ser subentendido.
A oração pode encerrar:
a) uma declaração (oração declarativa);
b) uma pergunta ou dúvida (oração interrogativa);
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
-1-
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
c) uma ordem, desejo, súplica, pedido (oração imperativa, imprecativa
ou optativa, com entoação exclamativa); são optativas as orações que
exprimem um desejo intenso (Bons ventos o levem!) e imprecativas,
as que expressam uma praga (Maldito seja aquele homem!);
d) um estado ou reação emocional (oração exclamativa).
- PERÍODO – pode se apresentar como simples (uma oração, apenas)
ou composto (duas ou mais orações). Um período se encerra com uma
pausa bem definida (ponto, ponto de interrogação, ponto de
exclamação, reticências).
Vimos, na aula passada, que um período composto pode ser formado
com orações independentes (período composto por coordenação) ou
dependentes (período composto por subordinação).
Em princípio, cada oração coordenada pode formar um período simples
por si – basta, para isso, que se retire a conjunção e se faça a
pontuação adequada. Já a oração subordinada exerce função sintática
em outra oração, perdendo o sentido se estiver separada desta.
ANÁLISE SINTÁTICA E ANÁLISE SEMÂNTICA
Na troca de informações e ideias, têm papel fundamental a situação e
o contexto.
Por situação, entende-se o ambiente físico, cultural e social em que
se fala; por contexto, o ambiente linguístico em que se encontra a
oração.
Muitas vezes, para realizarmos uma correta análise sintática,
precisamos compreender, também com perfeição, o contexto em que a
oração está inserida. Por isso, costumamos dizer que a análise
sintática deve se realizar em conjunto com a análise semântica
(= significado, sentido).
Ao construir as orações, o autor (interlocutor ou escritor) deve seguir
certos padrões estruturais, de modo que atenda aos requisitos de
coesão e coerência. Assim, as estruturas oracionais devem observar
alguns preceitos (bastante familiares para você, que chegou a esse
ponto do estudo):
- associação entre vocábulos de acordo com sua função sintática
(sintaxe de regência);
- harmonia entre os vocábulos de acordo com os princípios gramaticais
(sintaxe de concordância);
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
-2-
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
- ordem dos vocábulos de acordo com sua função sintática e
importância para a formulação das ideias (sintaxe de colocação).
TERMOS DA ORAÇÃO
A partir de agora, iremos realizar aquela “análise micro”, ou seja,
examinar os elementos que compõem uma oração.
Eles se dividem em ESSENCIAIS, INTEGRANTES e ACESSÓRIOS.
1 - ESSENCIAIS
Os termos essenciais da oração são SUJEITO e PREDICADO.
O sujeito é o ser sobre o qual se faz uma declaração. Tem seu núcleo
(palavra ou termo central, principal) representado por um substantivo
ou um pronome substantivo. Em torno deste núcleo, podem estar
presentes outros elementos, em funções acessórias. A função de
sujeito também pode ser exercida, em um período composto por
subordinação, por uma oração subordinada substantiva (estudado à
exaustão na aula passada).
O predicado é o termo que efetivamente apresenta a mensagem.
Ordinariamente, podemos dizer que é o que se declara sobre o sujeito.
Com exceção do vocativo (função a ser analisada à parte), tudo o que
não for sujeito, ou não estiver ligado ao núcleo do sujeito, pertence ao
predicado.
Contudo, nem sempre o sujeito e o predicado vêm expressos. Em
“Andei léguas.”, o sujeito é identificado pela desinência verbal (EU
andei).
Já em “Linda cidade, Rio de Janeiro.”, a forma verbal “é” está
subentendida.
Elipse é, pois, a omissão em uma frase de um termo facilmente
identificável.
Chamam-se ELÍPTICAS as orações a que falta um termo essencial, e,
conforme o caso, diz-se que o SUJEITO ou o PREDICADO está
ELÍPTICO.
1.1
- TIPOS DE SUJEITO
Alguns desses conceitos já foram apresentados na aula sobre
Concordância (Aulas 4 e 5).
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
-3-
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
SIMPLES - Representado por apenas um núcleo.
Falaram na sessão todos os oradores inscritos.
SUJEITO: Todos os oradores inscritos
NÚCLEO DO SUJEITO: oradores
Povoam minha mente pensamentos macabros.
SUJEITO: Pensamentos macabros
NÚCLEO DO SUJEITO: pensamentos
O culto dos deuses africanos abrange diferentes ritos.
SUJEITO: O culto dos deuses africanos
NÚCLEO DO SUJEITO: culto
Viajamos cedo.
SUJEITO (e NÚCLEO): Nós (elíptico, identificado pela desinência
verbal)
COMPOSTO - Representado por dois ou mais núcleos. Aplicam-se,
neste caso, as regras de concordância verbal já estudadas.
Uma lagoa profunda e o céu dormem atrás de meus olhos.
SUJEITO: Uma lagoa profunda e o céu
NÚCLEOS DO SUJEITO (COMPOSTO): lagoa / céu
Dormem / Dorme uma lagoa profunda e o céu atrás de meus olhos.
(concordância gramatical e ideológica, respectivamente)
INDETERMINADO – Pode ser representado de duas maneiras:
a) verbo na 3ª pessoa do plural.
Falaram mal de você.
Bateram na porta.
Dizem por aí que tu andas novamente de novo amor, nova paixão,
todo contente.
b) verbo na 3ª pessoa do singular + SE (índice ou partícula de
indeterminação do sujeito).
Precisa-se de moças com experiência.
Nunca se é feliz.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
-4-
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
Fala-se muito mas pouco se faz.
ORAÇÃO SEM SUJEITO - Verbos impessoais (= 3ª pessoa do
singular)
a) Verbos que indicam fenômenos da natureza:
Chove muito.
Anoiteceu rapidamente.
b) Verbo HAVER (com sentido de existir):
Nunca houve tantos interessados.
Devia haver muitos interessados.
c) Verbos com ideia de tempo decorrido:
Faz seis meses de sua partida.
Vai para dez anos de sua partida.
Há três semanas não a vejo.
Amanhã vai fazer dez meses de sua partida.
d) Verbo SER nas expressões de horas, datas ou distâncias:
De um extremo ao outro são dez metros.
Era uma hora e vinte.
1.2
- TIPOS DE PREDICADO
O Predicado pode ser classificado de três formas: verbal, nominal e
verbo-nominal.
VERBAL – Quando o predicado enuncia o que o sujeito faz ou sofre,
cabe ao verbo apresentar a informação mais relevante da oração.
Assim, o predicado se chama verbal, pois seu núcleo é o verbo. É o
único dos três que não contém predicativo.
Entraram em campo os atletas.
NOMINAL – Neste predicado, o elemento mais importante está sob a
forma de um nome (adjetivo, substantivo, pronome substantivo). O
verbo tem a simples função de ligar o sujeito a este nome (palavra ou
expressão que encerra a declaração). Por isso, a palavra principal
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
-5-
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
(núcleo) se encontra no predicativo do sujeito e o predicado é
chamado de nominal.
Eles estavam contentes.
VERBO-NOMINAL – Simultaneamente, apresenta a ação praticada e
o estado referente ao sujeito (predicativo do sujeito) ou ao
complemento verbal (predicativo do objeto). Por isso, possui dois
núcleos: o verbo e o nome (que exerce a função de predicativo).
Os atletas entraram em campo confiantes. (predicativo do sujeito)
Achei-a simpática. (predicativo do objeto direto)
PREDICAÇÃO VERBAL – É o modo como o verbo se apresenta no
predicado (regência verbal).
Como qualquer outra palavra, a classificação de um verbo só pode ser
definida na frase. O verbo, a depender do sentido que possua no
contexto, pode ser classificado como:
a) INTRANSITIVO (I) : O verbo já possui o sentido completo,
podendo estar acompanhado de termos acessórios (adjunto adverbial)
ou integrantes (predicativo), que venham somente pormenorizar as
circunstâncias da ação ou estado.
b) TRANSITIVO: Neste caso, o verbo, sem um complemento, tem o
seu sentido ou alcance prejudicado. Subdivide-se em:
•
DIRETO (TD) – o complemento se liga ao verbo de forma
direta, ou seja, sem preposição obrigatória. Dentre os transitivos
diretos, devemos destacar os verbos transobjetivos, que são
os que exigem uma informação adicional a respeito do objeto
direto. Essa informação vem sob a função sintática de
predicativo do objeto direto.
•
INDIRETO (TI) – o complemento se liga ao verbo
obrigatoriamente por meio de uma preposição. O único verbo
transitivo indireto que pode ser transobjetivo é o verbo
CHAMAR (veja a aula sobre Regência).
•
DIRETO E INDIRETO (TDI) - também chamado de
bitransitivo, apresenta dois complementos, um direto e outro
indireto, concomitantemente.
c) DE LIGAÇÃO (VL) – Serve para ligar o predicativo do sujeito
(núcleo do predicado nominal) ao sujeito. Seria um erro afirmar que
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
-6-
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
não possui significado, pois, a depender do verbo escolhido, podem ser
expressos diversos aspectos:
Ele é feliz. Î estado permanente / Ele está feliz. Î estado transitório
Ele parece feliz. Î aparência
/ Ele anda feliz. Î estado passageiro
2 – INTEGRANTES
O próprio nome já indica a sua função na estrutura oracional. Esses
termos integram (ou seja, completam, inteiram) a significação do
verbo transitivo ou de um nome.
São eles: OBJETO DIRETO, OBJETO INDIRETO, PREDICATIVO (DO
SUJEITO e DO OBJETO), COMPLEMENTO NOMINAL E AGENTE DA
PASSIVA.
2.1 - OBJETO DIRETO - complemento de um verbo transitivo direto,
ou seja, termo que vem ligado ao verbo sem preposição (obrigatória)
e indica o ser para o qual se dirige a ação verbal.
Vais encontrar o mundo (= Vais encontrá-lo)
Admiro a todos.
Aguardavam-me desde cedo.
O objeto direto preposicionado costuma ser usado:
a) com verbos que indicam sentimento:
Ama ao próximo com a ti mesmo.
b) para evitar ambiguidade:
Feriu ao animal o caçador.
c) quando vem antecipado, como em alguns provérbios:
A homem pobre ninguém roube.
d) em associação a pronomes pessoais oblíquos tônicos (mim, si, ti,
nós, vós, ele, ela eles, elas), certos pronomes indefinidos e junto ao
pronome relativo quem:
Depois de várias doses, ele esqueceu a mulher, a filha e até a si.
(ESQUECER é TD)
O remorso atingiu a todos. (ATINGIR é TD)
Ele tem uma mulher a quem considera uma rainha. (CONSIDERAR é
TD)
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
-7-
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
e) com o numeral ambos na função de objeto direto:
Ele contratou a ambos. (CONTRATAR é TD)
f) em certas construções enfáticas, quando se atribui à ação um valor
diferente do tradicional:
Provou do próprio veneno (PROVAR é TD).
Todos ficaram pasmos quando souberam do caso. (SABER é TD).
O objeto direto pleonástico é usado quando se quer chamar a atenção
para o OBJETO DIRETO que precede o verbo.
Também pode ser constituído de um pronome átono e de uma forma
pronominal tônica preposicionada.
Esse carro, comprei-o hoje.
A mim, ninguém me espera em casa.
2.2 - OBJETO INDIRETO - complemento de um verbo transitivo
indireto, isto é, o termo que se liga ao verbo por meio de preposição.
Não vem precedido de preposição o objeto indireto representado pelos
pronomes pessoais oblíquos me, te, lhe, nos vos, lhes e pelo
reflexivo se.
Ele só pensa na prova.
Falou aos filhos.
Como ousas desobedecer-me?
Para saber identificar se esses pronomes (me, te, se, nos, vos, se)
exercem a função sintática de objeto direto ou indireto (já que se
prestam às duas funções), não podemos simplesmente trocar por “a
mim”, pois, como vimos no item 2.1 – d, os pronomes oblíquos tônicos
são sempre regidos por preposição. Para resolver esse mistério, basta
trocar o pronome por um nome:
Como ousas desobedecer-me? Î Como ousa desobedecer a seu pai?
A regência do verbo DESOBEDECER exige preposição “a”.
O objeto indireto pleonástico tem a mesma função do objeto direto
pleonástico: realce. Neste caso, uma das formas é obrigatoriamente
um pronome pessoal átono. A outra pode ser um substantivo ou um
pronome oblíquo tônico antecedido de preposição.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
-8-
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
Ao pobre, não lhe devo nada.
A mim, ensinou-me tudo.
2.3 - PREDICATIVO
2.3.1 - DO SUJEITO – Termo que, mesmo distante, se refere ao
sujeito. Pode ser representado por:
a) um substantivo ou expressão substantivada.
O boato é um vício detestável.
b) um adjetivo ou locução adjetiva.
A praia estava deserta.
Esta linha é de morte.
c) um pronome.
O mito é o nada que é tudo.
d) um numeral.
Nós éramos cinco e brigávamos muito.
e) por oração substantiva predicativa.
A verdade é que nunca me importei com ele.
Quando se deseja dar ênfase ao predicativo, costuma-se repeti-lo:
Feliz, já não o sou mais.
2.3.2 - DO OBJETO – Refere-se ao complemento verbal, que pode
ser tanto o objeto direto como o indireto.
O Predicativo do Objeto só aparece em predicado verbo-nominal e
pode ser expresso:
a) por substantivo:
Chamo-me Cláudia.
b) por adjetivo:
Os moradores do castelo julgavam-no assombrado.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
-9-
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
O predicativo do objeto pode vir, facultativamente, antecedido de
preposição ou do conectivo como:
O sujeito explicou porque o tratavam por doutor.
Considero-o como meu irmão.
Somente com o verbo CHAMAR pode ocorrer o Predicativo do Objeto
Indireto:
Chamam-lhe de hipócrita por toda a parte.
Chamam ao rapaz de hipócrita por toda a parte.
Com os demais verbos transobjetivos (crer, eleger, encontrar, estimar,
fazer, julgar, nomear, proclamar etc.), ele é sempre PREDICATIVO DO
OBJETO DIRETO.
2.4 - COMPLEMENTO NOMINAL - pode completar um substantivo
abstrato, um adjetivo ou advérbios (derivados de adjetivos). Vem
regido por preposição e o termo preposicionado tem valor paciente.
Não é permitida a colocação de cartazes.
A decisão foi favorável aos alunos.
O deputado discursou favoravelmente ao projeto.
Mais adiante, veremos a distinção entre COMPLEMENTO NOMINAL e
ADJUNTO ADNOMINAL.
2.5 - AGENTE DA PASSIVA – Termo que exerce a ação verbal na voz
passiva. Este complemento é normalmente introduzido pela preposição
por.
Ela está sendo conquistada por mim.
3 – ACESSÓRIOS
São chamados ACESSÓRIOS os termos que se juntam a um nome ou a
um verbo para precisar-lhes o significado. Embora tragam um dado
novo à oração, não são eles indispensáveis ao entendimento do
enunciado.
São termos acessórios: ADJUNTO ADNOMINAL, ADJUNTO ADVERBIAL,
APOSTO.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 10 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
3.1 - ADJUNTO ADNOMINAL – É o termo que delimita, especifica a
significação do substantivo, qualquer que seja a função deste. O
mesmo substantivo pode estar acompanhado de mais de um adjunto
adnominal, ou seja, essa função pode ser exercida por um adjetivo,
uma locução adjetiva, um artigo (definido ou indefinido), um pronome
adjetivo, um numeral ou até mesmo uma oração adjetiva.
Nos exemplos abaixo, são apresentados em negrito os adjuntos
adnominais e sublinhados os núcleos (substantivos).
Esta segregação social precisa de uma grande volta.
Tinha uma memória de prodígio.
O mar é um mistério para os sonhadores.
A minha dona é a solidão.
Venho cumprir uma missão do sacerdócio que abracei.
Adjunto Adnominal x Complemento Nominal
A diferença entre as funções sintáticas de ADJUNTO ADNOMINAL e
COMPLEMENTO NOMINAL, em alguns casos, é sutil, quando o termo é
regido por preposição.
Se estiver preso a um ADJETIVO ou a um ADVÉRBIO, será
COMPLEMENTO NOMINAL.
A sala está cheia de armamento pesado.
Discursei favoravelmente ao projeto.
Se completar
ADNOMINAL.
um
SUBSTANTIVO
CONCRETO,
será
ADJUNTO
A porta de ferro está enferrujada.
Quando estiver junto a um SUBSTANTIVO ABSTRATO, é preciso
verificar o termo preposicionado.
Se o termo for PACIENTE, é um complemento nominal:
A construção do prédio foi embargada.
A venda de armas foi proibida.
Se o termo for AGENTE, é um adjunto adnominal:
A conquista dos brasileiros foi reconhecida por todos.
A invasão dos soldados foi rápida e eficaz.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 11 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
Essa distinção fica explícita com o exemplo que nos apresenta Adriano
da Gama Kury (Novas Lições de Análise Sintática).
A lembrança de meu pai alegrou-me.
Fora do contexto, não podemos afirmar se o elemento em destaque
exerce função ativa (adjunto adnominal) ou passiva (complemento
nominal).
Se a ação foi praticada pela filha (ela lembrou-se de seu pai e, com
isso, alegrou-se), o valor é passivo (o pai foi lembrado – SOFREU A
AÇÃO VERBAL) e a expressão exerce função de complemento
nominal.
Já se ação foi praticada pelo pai (ele se lembrou, fato que alegrou a
filha), o valor da expressão é ativo (o pai lembrou – PRATICOU A
AÇÃO VERBAL) e a função exercida pela expressão é adjunto
adnominal.
Podemos ilustrar essa distinção com o seguinte gráfico:
- ADJETIVO
SUBST.
ABSTRATO
- SUBSTANTIVO
CONCRETO
- ADVÉRBIO
COMPLEMENTO NOMINAL
ADNOMINAL
Com idéia passiva =
COMPLEMENTO
NOMINAL
ADJUNTO
Com idéia ativa =
ADJUNTO
ADNOMINAL
Em resumo:
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 12 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
- ADJETIVO, ADVÉRBIO E SUBSTANTIVO ABSTRATO COM IDEIA
PASSIVA Î COMPLEMENTO NOMINAL
- SUBSTANTIVO CONCRETO E SUBSTANTIVO ABSTRATO COM IDEIA
ATIVA Î ADJUNTO ADNOMINAL
O único elemento da interseção é o SUBSTANTIVO ABSTRATO.
Quer um ótimo método de memorização? Então, anote aí: tudo com
A = substantivo Abstrato com ideia Ativa Î função de Adjunto
Adnominal.
3.2 - Adjunto Adverbial - é, como o nome indica, o termo de valor
adverbial que denota alguma circunstância do fato expresso pelo
verbo, ou intensifica o sentido deste, de um adjetivo ou de um
advérbio. Pode vir expresso por um advérbio, uma locução ou
expressão adverbial ou uma oração adverbial.
São inúmeras as circunstância atribuídas por um adjunto adverbial.
Sem a pretensão de esgotar os exemplos, podemos destacar:
a) de causa - Por que não foste ao concerto?
b) de companhia - Vivi com Daniel.
c) de dúvida - Talvez Nina tivesse razão.
d) de fim - Fazia isso por penitência.
e) de instrumento - Dou-te com o chicote!
f) de intensidade - Gosto muito de ti.
g) de lugar - Levou-os para casa.
h) de matéria - Era um adeus com raiva e lágrimas.
i) de meio- Viajava de trem por toda a Europa.
j) de modo - Vagarosamente, recolhemos os frutos.
l) de negação - Não partas cheio de ressentimento.
m) de tempo - Ele sentava-se cedo a essa mesa de trabalho e nunca
reclamou de sua função.
Em um período composto, a função de ADJUNTO ADVERBIAL pode ser
exercida por uma ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL, atribuindo-se
uma das circunstâncias enumeradas na aula passada (causal,
condicional, concessiva, temporal, proporcional final, conformativa,
consecutiva, concessiva, comparativa, locativa ou modal).
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 13 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
Também merecem destaque os Advérbios Interrogativos: causa
(por que), lugar (onde, aonde, donde), de modo (como), de tempo
(quando), presentes nas orações interrogativas.
Não confunda esses advérbios com os pronomes relativos, que devem
se referir a algum termo antecedente.
Adjetivos adverbializados são os adjetivos que se usam no lugar do
advérbio e, por isso, não variam.
Eles falam alto.
A cerveja que desce redondo.
3.2.1 - PALAVRAS DENOTATIVAS
Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, certas palavras, por
vezes enquadradas indevidamente entre os advérbios, denotam
circunstâncias, sem que, como estes últimos, modifiquem verbo,
adjetivo ou outro advérbio.
a) INCLUSÃO: até, inclusive, mesmo, também etc.
Ele roubou diversas pessoas, até sua mãe.
Mesmo os inocentes pagam.
b) EXCLUSÃO: apenas, salvo, senão, só, somente etc.
Da família só duas prestavam.
c) DESIGNAÇÃO: eis
Eis os livros de que te falei.
d) RETIFICAÇÃO: aliás, isto é, ou melhor etc.
Sinto que ele me escapa, ou melhor, que nunca me pertenceu.
Corremos, isto é, voamos até o trabalho.
e) EXPLICAÇÃO: por exemplo, a saber, isto é etc.
Estivemos nesta casa, isto é, na sala, no quarto.
f) SITUAÇÃO: afinal, então, agora, mas etc.
Afinal, o que fazes por aqui?
Mas, porque nunca me disse isso?
g) REALCE : cá, lá, que, é que, só etc.
Eles é que deveriam ter vindo aqui.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 14 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
Eu só queria agradar você.
Isso lá é jeito de falar com a sua mãe?
3.3 – APOSTO - é o termo de natureza substantiva que se refere,
na maioria das vezes a um substantivo, a um pronome ou a um
equivalente, a título de explicação ou de apreciação.
O aposto tem o mesmo valor sintático do termo a que se refere e, por
meio dele, atribui-se a um substantivo (termo referente) alguma
propriedade. Os dois termos designam sempre o mesmo ser, o mesmo
objeto, a mesma ideia ou o mesmo fato. Entre o aposto e o termo a
que ele se refere há em geral uma pausa, marcada na escrita por uma
vírgula.
Eles, os pobres desesperados, tinham uma euforia de fantoches.
Pode também não haver pausa entre o aposto e a palavra principal,
quando esta é um termo genérico, especificado ou individualizado pelo
aposto.
A cidade de Lisboa é linda.
No mês de maio vemos florir o jardim.
Estes apostos equivalem a “nomes, títulos”e são chamados de aposto
de especificação. Não devem ser confundidos com adjuntos
adnominais, que são atributos, termos de natureza adjetiva.
O clima de Lisboa é muito agradável nesta época.
As festas de maio homenageiam as mães.
Tipos de aposto
a) Explicativo: Maria, a estudante, chegou.
b) Enumerativo: João tem três filhos: Pedro, Antônio e Carlos.
c) Resumitivo ou Recapitulativo: Fortunas, prazeres, sossego, nada o
satisfazia.
d) Distributivo: Eram dois bons alunos, um em Português e outro
em História.
e) Especificativo: Rio Amazonas / Praça da República
f) Em referência a uma oração: Ele não compareceu, o que nos deixou
tristes.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 15 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
O aposto não deve ser confundido com o adjetivo que, em função de
predicativo, costuma vir separado do substantivo que modifica por
uma pausa sensível (geralmente na escrita indicada por vírgula).
Veja o seguinte exemplo:
A noite vai descendo muda e calma.
Esta oração poderia ser enunciada:
A noite, muda e calma, vai descendo.
Nas duas orações, muda e calma exercem a função sintática de
predicativo do sujeito e designam o estado em que se encontrava o
agente (noite) ao praticar a ação (descer). Faz parte, portanto, de um
predicado verbo-nominal.
O adjetivo, usado na sua função própria (como a de predicativo do
sujeito), não pode exercer a função de aposto, porque designa uma
característica do ser ou da coisa, e não o próprio ser ou a própria
coisa, como o aposto o faz.
Maria, irmã de Carlos, mudou-se para o Acre.
Agora, temos um exemplo de expressão que exerce a função de
aposto. “Irmã de Carlos” tem valor substantivo e se refere ao
elemento já enunciado (Maria).
VOCATIVO
À parte do sujeito e do predicado, são termos de entoação exclamativa
que, sem estarem subordinados a nenhum outro termo da frase,
apenas servem para invocar, chamar ou nomear, com ênfase maior ou
menor, a pessoa ou coisa personificada.
José, venha falar comigo.
Pode ser antecedida por uma interjeição:
Evoé, Carlos!
Encerramos, aqui, a aula de hoje.
Em nossa próxima aula, falaremos sobre PONTUAÇÃO e muitos dos
conceitos até então apresentados serão fundamentais para que
possamos seguir com firmeza em nosso estudo.
Grande abraço e até lá!
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 16 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
QUESTÕES DE FIXAÇÃO
(FGV / Ministério da Cultura /2006)
Foto dos Sonhos
O engenheiro colombiano Joaquín Sarmiento trabalhava em Nova York
e se sentia, muitas vezes, solitário. Era mais um daqueles imigrantes
nostálgicos. Para ocupar as horas vagas, decidiu aprender fotografia.
Estava, nesse momento, descobrindo um novo ângulo para a sua vida,
sem volta. A vontade de se aventurar pela América Latina tirando fotos
fez com que ele deixasse para sempre a paisagem nova-iorquina,
aposentasse sua carreira de engenheiro e transformasse Paraisópolis,
uma das maiores favelas paulistanas, em seu cenário cotidiano. "Estou
ficando sem dinheiro, mas é uma bela aventura."
Depois de três anos nos Estados Unidos, voltou para Bogotá,
planejando trabalhar em obras de infra-estrutura.
Mudou de idéia. Com 26 anos, percebeu que o hobby que tinha
adquirido em Nova York se convertera em paixão. No final de 2004,
veio com sua família para duas semanas de férias em São Paulo.
"Como sempre tive muito interesse em estudar a América Latina, fui
ficando." Soube então de uma experiência desenvolvida pelo colégio
Miguel de Cervantes, criado por espanhóis, na vizinha Paraisópolis.
Lá, alunos ajudaram a criar um centro cultural batizado de "Barracão
dos Sonhos", no qual se misturam ritmos afros e ibéricos. Desse
encontro nasceu, por exemplo, a estranha mistura dos ritmos e
bailados flamencos com o samba.
"Resolvi registrar esse convívio e, aos poucos, ia me embrenhando na
favela para conhecer seus personagens."
O que era, inicialmente, para ser um cenário fotográfico virou uma
espécie de laboratório pessoal. Joaquín sentiu-se estimulado a dar
oficinas de fotografia a jovens e crianças de Paraisópolis. "Descobri
mais um ângulo das fotos: o ângulo de ensinar a olhar." Lentamente,
naquele espaço, temido por muitos, Joaquín ia se sentindo em casa.
"Há um jeito muito similar de acolhimento dos latino-americanos,
apesar de toda a violência."
Sem saber ainda direito como vai sobreviver – "as reservas que
acumulei em Nova York estão indo embora" –, ele planeja as próximas
paradas pela América do Sul. Mas, antes de se despedir, pretende
fazer uma exposição sobre o seu olhar pelo Brasil. Até lá, está
aproveitando a internet (www.joaquinsarmiento.com) para mostrar
algumas das imagens fotográficas que documentam seus trajetos.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 17 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
(Gilberto Dimenstein. Folha de São Paulo, 12/04/2006)
Com base no texto acima, responda às perguntas 1 a 3.
1 - Assinale a alternativa que não exerça a mesma função sintática
que as demais.
(A) as horas vagas (ls.2-3)
(B) muito interesse (l.13)
(C) ritmos afros e ibéricos (l.17)
(D) como vai sobreviver (l.27)
(E) que (l.27)
2 – (FGV / Ministério da Cultura /2006)
Assinale a alternativa em que, respectivamente, a função sintática dos
termos Paraisópolis (L.6), na vizinha Paraisópolis (L.15) e de
Paraisópolis (L.23) esteja corretamente indicada.
(A) sujeito – adjunto adnominal – adjunto adnominal
(B) objeto direto – adjunto adverbial – adjunto adnominal
(C) adjunto adnominal – adjunto adnominal – adjunto adverbial
(D) objeto direto – complemento nominal – adjunto adverbial
(E) sujeito – adjunto adverbial – complemento nominal
3 – (FGV / Ministério da Cultura /2006)
Assinale a alternativa em que o termo do texto não atribua, para a
oração de que faz parte, circunstância temporal.
(A) nesse momento (L.3)
(B) Depois de três anos nos Estados Unidos (L.9)
(C) No final de 2004 (L.12)
(D) para duas semanas de férias em São Paulo (Ls.12-13)
(E) antes de se despedir (L.29)
4 - (BESC / ADVOGADO/ 2004)
Assinale a alternativa em que o termo destacado exerça a mesma
função sintática que o termo grifado na seguinte frase: "Os bancos
ganharam antes e, sinaliza o governo, vão continuar ganhando.".
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 18 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
(A) "Está claro que a redução esperada e projetada da taxa-Selic
diminuiu a rentabilidade dos bancos..."
(B) "...já que posterga a corrida certa dos bancos em busca da
rentabilidade perdida."
(C) "E o risco de emprestar é sempre o de não receber."
(D) "Buscam-se regras e leis para tornar menos 'paternalista' a
decisão dos juízes..."
(E) "Ou seja, há uma possibilidade, não desprezível, de o país perder,
mais uma vez, uma janela de oportunidade."
5 - (FGV / PREF.GUARULHOS/ 2001)
Assinale a alternativa na qual “que” tem a mesma função sintática que
em: “A flor que ontem desabrochou já está murcha”.
A. Ela tem um quê de mistério.
B. Sofreu muito com as chuvas que caíram.
C. Veio tão rápido que nos surpreendeu.
D. Venha, que ela está aqui.
6 - (NCE UFRJ / TRE RJ Técnico Judiciário Adm/ 2001)
“... exige mudança profunda no enfoque da administração dos
problemas sociais pelos governos federal, estadual e municipal...”
O comentário correto a respeito desse segmento do texto é:
a) o termo da administração corresponde a um adjunto adnominal;
b) o termo dos problemas sociais corresponde a um objeto indireto;
c) federal, estadual e municipal são apresentados numa ordem
crescente de importância;
d) o substantivo governos se prende aos adjetivos federal, estadual e
municipal;
e) o adjetivo profunda se refere aos substantivos mudança e
administração.
7 – (FGV/ATE MS/2006 – com adaptação)
“Tenho medo de abrir! Vai que evapora!”.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 19 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
Assinale a alternativa que apresente, respectivamente, a correta
função sintática de medo e de abrir.
(A) adjunto adverbial – objeto indireto
(B) predicativo do sujeito – complemento nominal
(C) predicativo do sujeito – adjunto adnominal
(D) objeto direto – adjunto adnominal
(E) objeto direto – complemento nominal
8 - (NCE UFRJ / Eletronorte / 2006)
A alternativa em que o elemento sublinhado indica o agente e não o
paciente do termo anterior é:
(A) “a utilização de qualquer um deles”;
(B) “a queima do petróleo”;
(C) “inundação de vastas áreas”;
(D) “a fauna aquática dos rios”;
(E) “construção de barragens”.
9 - (NCE UFRJ / BNDES/ 2005)
Os adjetivos mostram qualidades, características ou especificações dos
substantivos; a alternativa abaixo em que o termo em negrito NÃO
funciona como adjetivo é:
(A) difícil aprendizado;
(B) sensação de dificuldade;
(C) trabalho que é difícil;
(D) tarefa dificílima;
(E) acesso difícil.
10 - (FGV / ICMS MS – ATI / 2006)
Você nunca teve ilusões sobre a humanidade.
O termo destacado no período acima tem a função sintática de:
(A) adjunto adnominal.
(B) adjunto adverbial.
(C) complemento nominal.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 20 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
(D) objeto indireto.
(E) predicativo do objeto.
11 - (UnB CESPE / Câmara dos Deputados / 2002 – com
adaptação)
Nabuco parte para Londres no mês de fevereiro de 1882,
permanecendo como correspondente do Jornal do Comércio até 1884.
Ele não passará como outrora o tempo londrino na ociosidade. Dedicase agora ao trabalho e ao estudo. Como vários outros intelectuais do
seu tempo, interessados todos pelos problemas sociais e vivendo no
exílio, torna-se freqüentador assíduo do Museu Britânico.
Reflete e lê acerca de vários assuntos na biblioteca do Museu. O Museu
Britânico é fonte de muitas obras importantes das ciências sociais. Ali,
Karl Marx escreve O Capital e outros ensaios. Também ali Nabuco
absorve as lições que são a base de um dos textos fundamentais das
ciências sociais brasileiras. A atividade principal da sua mais recente
temporada londrina é a familiarização com a bibliografia a respeito do
escravismo colonial. Isso lhe permite escrever um livro da qualidade
de O Abolicionismo — a reflexão mais coerente, profunda e completa
já feita no Brasil acerca do assunto. Trata-se de um monumento de
erudição, pleno de conhecimento de história, política, sociologia,
direito e de tudo quanto se refere à escravidão negra. Pelo alto nível
do conteúdo e a excelência da forma é um dos livros mais importantes
das ciências sociais jamais escritos no Brasil. Ocupa, por isso, um
lugar de destaque na bibliografia específica que, na época, era muito
restrita. Hoje, mais de cem anos depois da sua primeira edição,
quando as ciências sociais se desenvolveram tanto no mundo e no
Brasil, o livro ainda é consultado e visto como exemplo, seja pelo
volume de informações, seja pelos variados enfoques — alguns
extremamente originais —, seja ainda pela forma superior.
Por tudo isso é julgado como empresa notável. Bastava a redação de O
Abolicionismo para justificar a proveitosa estada de Nabuco por dois
anos na Inglaterra.
Francisco Iglésias. Idem, p.13 (com adaptações).
Analise as proposições a seguir, indicando V para as verdadeiras e F
para as falsas. Em seguida, marque a opção que indica a ordem
correta.
I - Nas formas verbais “Dedica-se” (l.3) e “torna-se” (l.5), o pronome
enclítico exerce funções sintáticas diferentes.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 21 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
II - No trecho “Isso lhe permite escrever” (l.11), o pronome sublinhado
exerce a função de objeto indireto e poderia ser substituído pela
expressão a ele.
a) V – V
b) V – F
c) F – V
d) F - F
12 – (UnB CESPE/SMF Maceió/2003)
A devassa por decreto
Não é de hoje que se propaga entre nós fenômeno raro a demandar
análise criteriosa. Pode ser resumido em poucas palavras. Enquanto a
milenar presunção de inocência acompanha o acusado até sua
condenação, ainda que o delito a ele imputado seja dos mais graves e
comprometedoras as provas apuradas, a presunção muda de face,
embora não se diga, em se tratando de fato envolvendo o fisco;
facilmente se aceita como verdadeira a imputação feita a alguém.
Suponho que esse fenômeno derive do fato, generalizado, de
estabelecer-se sinonímia entre contribuinte e sonegador.
Não é preciso dizer que o tributo, entre outras razões, por ser
obrigação legal, deve ser satisfeito na forma e no prazo de lei. De
resto, as sanções criadas para forçar essa observância chegam a ser
draconianas. Se elas fossem pactuadas entre particulares, dificilmente
seriam aceitas como lícitas na esfera dos tribunais; em favor do fisco,
no entanto, são aceitas sem reparos. Faço a observação apenas para
salientar o aparato coercitivo que acompanha o direito, por vezes o
suposto direito do erário. Mas, volto a dizer, ultimamente, os excessos
“legislados” via de regra por medidas provisórias são chocantes, a
começar por sua imoderação; assim, não têm faltado alterações
insignes no processo fiscal, a ponto de convertê-lo em simulacro
processual.
Paulo Brossard. In: Correio Braziliense, 22/12/2002. Coluna Opinião
(com adaptações).
Com base no texto acima, julgue a assertiva que se segue.
•
Com relação à representação do sujeito da oração, no segmento
“em se tratando de fato” (l.5), o sujeito é indeterminado,
diferentemente do que ocorre no segmento “estabelecer-se
sinonímia” (ls.7-8), em que o sujeito é “sinonímia”.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 22 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
(CESPE UnB / MPU/ 1996)
Com base no texto a seguir, responda às questões 13 e 14.
Tal como a chuva caída
Fecunda a terra no estio
Para fecundar a vida,
O trabalho se inventou.
Feliz quem pode orgulhoso
Dizer: - Nunca fui vadio
E se hoje sou venturoso,
Devo ao trabalho o que
sou.
Olavo Bilac, O trabalho.
13 - (CESPE UnB / MPU/ 1996)
Considerando a sentença contida nos versos 5 e 6, quanto à
morfossintaxe, assinale a opção incorreta.
(A) O adjetivo ''orgulhoso'' está exercendo a função de predicativo do
objeto.
(B) "Feliz'' e "vadio" são adjetivos que exercem as funções de
predicativos de seus sujeitos.
(C) "Nunca" é um advérbio que atualiza as circunstâncias de tempo e
de negação, simultaneamente.
(D) Na locução verbal "pode ... Dizer", o primeiro verbo é auxiliar e o
segundo é o principal.
(E) Reescrevendo a sentença na ordem direta, em discurso indireto,
tem-se: Quem pode dizer orgulhoso que nunca foi vadio é feliz.
14 - (CESPE UnB / MPU/ 1996)
Em "E se hoje sou venturoso/ Devo ao trabalho o que sou." (v.7-8), há
apenas
(A)
duas vezes o sujeito eu.
(B)
um pronome pessoal do caso oblíquo.
(C)
um pronome relativo e um pronome demonstrativo.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 23 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
(D)
dois predicados verbais.
(E)
três predicados nominais.
15 - (NCE UFRJ / ARQUIVO NACIONAL/ 2006)
A alternativa em que a construção com o pronome SE é diferente das
demais é:
(A) “desfez-se o regime de segregação racial”;
(B) “solidificou-se a visão de que (....) o homem tinha direito a uma
vida digna”;
(C) “justificava-se abertamente o direito do marido de bater na
mulher”;
(D) “Lutou-se pela idéia de que todos os homens merecem a
liberdade”;
(E) “respeitar-se o sinal vermelho”.
16 - (ESAF/TRF/2006)
Assinale a opção correta em relação à função do “se”.
Embora a recuperação da confiança tenha sido modesta em setembro,
é possível que a tendência positiva se(1) acentue no final do ano,
se(2) a queda do juro básico se(3) transferir para o crédito ao
consumo e se(4) os salários reais continuarem a se(5) recuperar
devido à contenção da inflação, que eleva o poder aquisitivo.
(O Estado de S. Paulo, 04/10/2005, Editorial)
a) 1 – conjunção condicional
b) 2 – pronome reflexivo
c) 3 – índice de indeterminação do sujeito
d) 4 – conjunção condicional
e) 5 – palavra expletiva ou de realce
17 - (CESPE UnB / MPU/ 1996)
Analise o emprego dos conectivos que sublinhados no fragmento a
seguir:
"o impassível gigante que os contemplava com desprezo,
imperturbável a todos os golpes e a todos os tiros que lhe
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 24 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
desfechavam no dorso, deixando sem um gemido que lhe abrissem as
entranhas de granito".
Assinale a opção correta.
(A) Nas três ocorrências, o que é pronome relativo.
(B) Na primeira ocorrência, o que é sujeito da oração seguinte.
(C) Na segunda ocorrência, o que é expletivo, podendo ser retirado da
sentença sem prejuízo do sentido.
(D) Na terceira ocorrência, o que é o objeto direto do verbo deixar.
(E) Nas duas últimas ocorrências, o que é conjunção subordinativa
integrante, não exercendo função sintática.
18 - (UnB CESPE / PGE PA /2007)
1 A paixão futebolística apresenta características particulares. É
quase sempre eterna e não é necessariamente sustentada por
convenções
sociais, mas
proximidade,
por
dependência
a
uma
relação
de
apego,
de
4 necessidade que une os amantes esportivos. É apregoada
desavergonhadamente a qualquer instante e em qualquer lugar com
delicioso orgulho.
7 Porém, quando o desempenho das nossas equipes de coração não
atende às expectativas, mesmo que ocasionalmente passamos a sentir
certa rejeição por elas e muitas vezes somos levados a atitudes
10 irracionais. Renegar ou esconder as nossas preferências esportivas
são
condutas aceitáveis, mas conviver com repentes agressivos que
violam qualquer
animalescas,
tipo
de
acordo
social,
não,
pois
são
ações
13 que deveriam sofrer severa punição.
Sócrates. Na idade da pedra. In: CartaCapital, “Pênalti”,
6/12/2006, p. 53 (com adaptações).
Julgue a assertiva abaixo.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 25 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
- Os termos “sociais” (R.3) e “severa” (R.13) exercem no texto a
mesma função sintática.
19 - (UnB CESPE / Bombeiros AC / 2006)
1 Quebrar o círculo vicioso da pobreza significa
oferecer oportunidades para as camadas de renda mais baixa
da população, sobretudo por meio da educação de qualidade.
4 O Governo Federal vem perseguindo, desde 1995, combater
a pobreza estrutural e promover a inclusão social, após
ampliar a oferta de vagas no ensino fundamental.
7 Desenvolvido a partir de iniciativas bem-sucedidas
de alguns municípios brasileiros, o Programa Nacional do
Bolsa Escola foi criado em 2001 com a proposta de se
10 conceder benefício monetário mensal a milhares de famílias
brasileiras em troca da manutenção de suas crianças nas
escolas. O dinheiro é pago diretamente à população por meio
13 de cartões magnéticos, nas agências da Caixa Econômica
Federal, nos postos de atendimento do Caixa Aqui ou em
casas lotéricas.
Internet: <www.mec.gov.br>. Acesso em 20/3/2006 (com
adaptações).
Com referência ao texto acima, julgue os itens subseqüentes.
a) A forma verbal “vem perseguindo” (R.4) possui três complementos
diretos: pobreza, inclusão e oferta de vagas.
b) A expressão “iniciativas bem-sucedidas” (R.7) é o sujeito sintático
do período que se estende das linhas 7 a 12.
20 - (FUNRIO/MPOG – AGENTE ADM/2009)
O carrasco
(Luis Fernando Veríssimo)
Pequena história, significando não sei bem o quê. Dizem que, quando
recebeu o Robespierre caído em desgraça para medi-lo para a
guilhotina, o carrasco se surpreendeu.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 26 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
- O senhor aqui?!
- Veja você - disse Robespierre. - Não faz muito, eu é que estava
mandando gente para você executar. Agora o condenado sou eu.
Mas isso é a política, um dia você manda, outro dia você é mandado.
Inclusive para a guilhotina...
Ao que o carrasco disse:
- Felizmente, estou livre disso. Só eu sei manejar a guilhotina. Tenho o
cargo mais estável da República.
- Aliás - disse Robespierre - fui eu que lhe contratei, lembra?
- Claro - disse o Carrasco - como poderia esquecer?
- Então me ajude a fugir - sugeriu Robespierre.
E o Carrasco sorriu e disse:
- Lembra por que o senhor me contratou? Porque eu era o servidor
público perfeito. Eficiente, cumpridor de ordens e incorruptível.
Abra a camisa, por favor.
(Zero hora, 16 de dezembro de 2007 | N° 15450)
Com base no texto acima, responda a seguinte questão.
“Dizem que, quando recebeu o Robespierre caído em desgraça...”
Assinale a opção que apresenta corretamente a classificação do sujeito
de “Dizem” e uma respectiva explicação para tal emprego.
A) sujeito inexistente – inexiste um termo a que o verbo possa se
referir
B) sujeito oculto – é identificável na forma verbal
C) sujeito simples – seu núcleo é Robespierre
D) sujeito composto – apresenta dois núcleos, Robespierre e Carrasco
E) sujeito indeterminado – não se pode ou não se deseja especificar o
sintagma que exerce a função de sujeito
21 - (FUNRIO/MPOG – AGENTE ADM/2009)
Machado de Assis e a política
(Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça)
Pedro II ao partir, sob condições injustas de desprestígio, deixava uma
governação de cinqüenta anos de respeito à cultura e de uma certa
magnanimidade, mas de pouca atenção ao Nordeste do País. Seu
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 27 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
tempo não aponta apenas a maldade da estatística ao revelar que
ficara no Brasil uma nobreza de sete marqueses e uma marquesa
viúva. Dez condes e dez condessas viúvas. Vinte viscondes e dezoito
viscondessas viúvas. Vinte e sete barões e onze baronesas viúvas. Era
viúva demais...
Tornou-se consensual que Machado de Assis não se apaixona pela
política. Inegavelmente nunca a ignorou como cronista ou romancista.
Por isso mesmo, participou também da acesa discussão sobre a
transferência da capital do País.
Falava-se em instalar o Governo da República em cidades serranas do
Estado do Rio de Janeiro, mas Cruls já batia pernas pelo Planalto
Central, cuidando dos instantes seminais do que mais tarde viria a ser
Brasília. E Machado opinava:
"Não há dúvida que uma capital é obra dos tempos, filha da História.
As novas devemos esperar que serão habitadas logo que sejam
habitáveis. O resto virá com os anos".
E ainda:
"A Capital da República, uma vez estabelecida, receberá um nome
deveras, em vez deste que ora temos, mero qualificativo. Não sei se
viverei até a inauguração. A vida é tão curta e a morte tão incerta, que
a inauguração pode fazer-se sem mim, e tão certo é o esquecimento
que não darão pela minha falta".
Foi mesmo assim, só que seu nome nunca restou esquecido em
Brasília. O Senado da República e os meios acadêmicos nunca o
permitiram.
Não se deixam de anotar muitas amostragens do interesse de
Machado pela política, não na militância das ruas, mas na consideração
do seu papel catalisador.
Brito Broca chama a atenção para o fato de Brás Cubas ter sido
deputado. E diz:
"Se temos, pois, em Brás Cubas, uma sublimação do secreto ideal
político de Machado de Assis, teremos no sentido satírico desse
episódio o reverso do mesmo ideal. No discurso do herói, Machado,
segundo o seu método de compensação psicológica, destrói a possível
inveja que lhe causariam aqueles que subiam, um dia, os degraus da
tribuna parlamentar. O Brás Cubas da barretina reflete toda a
descrença e toda a malícia de um Machado de Assis deputado".
O desfile de perfis políticos está mesmo nas crônicas de A Semana,
entre elas o texto clássico "O Velho Senado", mas há nos romances
políticos como Lobo Neves, supersticioso e fátuo; Camacho, cabo
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 28 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
eleitoral típico; Teófilo, ansioso por se tornar ministro; Brotero, o das
aventuras amorosas e não podemos esquecer o brasileiro Tristão, a
naturalizar-se português para se eleger deputado por lá. Também o
deputado Clodovil a viajar pela Europa.
O entorno de amigos de Machado estava farto de políticos: Alencar,
Francisco Otaviano, Bocaiúva, Joaquim Serra e o maior deles: Joaquim
Nabuco.
Quero testemunhar algo muito em particular. Sou, como ele de certa
forma o foi, membro de uma Corte de Contas, já centenária, o que no
Brasil conta muito. Machado de Assis foi por 41 anos modelar
funcionário público e apetecia a ele tarefas que hoje são nomeadas
como de Controle Interno.
Exerceu, entre outras tantas bem diversificadas, funções dessa
natureza no Ministério de Obras Públicas. Não era esse o nome. Mas
vá lá que seja para simplificar. É bom ver em papéis antigos o servidor
público Machado de Assis desempenhar-se metodicamente do controle
de contas dos que adquiriram lápis grafite, réguas de ébano, pó da
Pérsia, cânfora, papel para embrulho, envelope para cartas.
Na obra machadiana, o funcionário público sempre comparece sob a
sua mordacidade, como mediocrão, relapso, incompetente, preguiçoso,
exatamente o contrário do que ele foi. Rascunhava despachos antes de
pô-los no papel, impugnava contas inadequadas, conteve gastos sem
previsão orçamentária.
Não se poupou de caturrices, como conta Josué Montello: Quando o
Império enfardelou os trapos e a República chegou, é aconselhado a
retirar da parede da repartição onde trabalhava o retrato do
Imperador. Machado, solenemente esclarece: "O retrato chegou aqui
com uma portaria e só sai com outra portaria".
Em certa crônica
turbulências, apelou
em meio de tantas
encerravam-se em
Shakespeare".
na Gazeta de Notícias, numa fase de altas
à esperança dizendo: "Supunha o mundo perdido
guerras e calamidades, quando respirei aliviado:
Londres, com grande brilho, as festas de
Pois bem, também brilharam no mês passado, as festas da "Semana
Machado de Assis", na mesma Londres, abrindo as comemorações do
seu centenário.
(Diário
de
Pernambuco
(PE)
http://www.academia.org.br/ )
17/7/2007.
Disponível
em:
Com base na leitura do texto acima, resolva a próxima questão.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 29 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
Escolha a alternativa em que o sujeito da oração está corretamente
identificado.
A) "Não há dúvida...” – sujeito: dúvida.
B) “...como conta Josué Montello” – sujeito: Josué Montello.
C) “Falava-se em instalar o Governo da República em cidades serranas
do estado do Rio de Janeiro...” – sujeito: o Governo.
D) “O Senado da República e os meios acadêmicos nunca o
permitiram.” – sujeito: o.
E) “Em certa crônica na Gazeta de Notícias, numa fase de altas
turbulências, apelou à esperança – sujeito: certa crônica.
22 – (FEPESE/AFRE SC/2010)
A análise sintática do período
“Desde muito antes de seu casamento, em 1839, Emma e Charles
tratavam com franqueza das divergências que poderiam dividi-los.”
leva a uma única afirmativa correta. Assinale-a:
a. ( ) “Emma” é o sujeito simples do verbo “tratar”.
b. ( ) “das divergências” é o objeto indireto do verbo “tratar”.
c. ( ) “Desde muito antes de seu casamento” é um adjunto adverbial
de modo.
d. ( ) “com franqueza” é um complemento nominal de “seu
casamento”.
e. ( ) “que poderiam dividi-los” é uma oração coordenada sindética
explicativa.
23 – (FEPESE/AFRE SC/2010)
Ao analisar sintaticamente o trecho “A lealdade conjugal é uma
qualidade admirável, além de algo rara. Mas, em um caso, ao
menos, ela quase pôs a perder aquela que se tornaria a ideia
mais influente do pensamento científico nos dois últimos
séculos: a teoria da evolução formulada por Charles Darwin.”,
pode-se afirmar que:
1. A frase “Mas, em um caso, ao menos, ela quase pôs a perder
aquela…” é uma oração coordenada sindética adversativa, na qual o
conectivo mas estabelece uma relação de oposição com a idéia
expressa na oração anterior.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 30 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
2. A frase “que se tornaria a ideia mais influente do pensamento
científico dos dois últimos séculos: a teoria da evolução formulada por
Charles Darwin.” é uma oração coordenada assindética, que exerce a
função de complemento nominal do termo aquela.
3. O pronome pessoal ela funciona como sujeito da oração “Mas, em
um caso, ao menos, ela quase pôs a perder aquela…” e tem como
antecedente a lealdade conjugal, que é o sujeito da oração principal.
4. A expressão “a teoria da evolução formulada por Charles Darwin” é
um aposto explicativo anexado à expressão “a ideia mais influente do
pensamento científico nos dois últimos séculos”.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.
e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
24 - (FGV/MINC/2006)
Foto dos Sonhos
1. O engenheiro colombiano Joaquín Sarmiento trabalhava
em Nova York e se sentia, muitas vezes, solitário. Era mais um
daqueles imigrantes nostálgicos. Para ocupar as horas vagas,
decidiu aprender fotografia. Estava, nesse momento,
5. descobrindo um novo ângulo para a sua vida, sem volta. A
vontade de se aventurar pela América Latina tirando fotos fez
com que ele deixasse para sempre a paisagem nova-iorquina,
aposentasse sua carreira de engenheiro e transformasse
Paraisópolis, uma das maiores favelas paulistanas, em seu
10. cenário cotidiano. "Estou ficando sem dinheiro, mas é uma
bela aventura."
Depois de três anos nos Estados Unidos, voltou para
Bogotá, planejando trabalhar em obras de infra-estrutura.
Mudou de idéia. Com 26 anos, percebeu que o hobby que
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 31 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
15. tinha adquirido em Nova York se convertera em paixão. No
final de 2004, veio com sua família para duas semanas de
férias em São Paulo. "Como sempre tive muito interesse em
estudar a América Latina, fui ficando." Soube então de uma
experiência desenvolvida pelo colégio Miguel de Cervantes,
20. criado por espanhóis, na vizinha Paraisópolis.
Lá, alunos ajudaram a criar um centro cultural batizado de
"Barracão dos Sonhos", no qual se misturam ritmos afros e
ibéricos. Desse encontro nasceu, por exemplo, a estranha
mistura dos ritmos e bailados flamencos com o samba.
25. "Resolvi registrar esse convívio e, aos poucos, ia me
embrenhando na favela para conhecer seus personagens."
O que era, inicialmente, para ser um cenário fotográfico
virou uma espécie de laboratório pessoal. Joaquín sentiu-se
estimulado a dar oficinas de fotografia a jovens e crianças de
30. Paraisópolis. "Descobri mais um ângulo das fotos: o ângulo de
ensinar a olhar." Lentamente, naquele espaço, temido por
muitos, Joaquín ia se sentindo em casa. "Há um jeito muito
similar de acolhimento dos latino-americanos, apesar de toda
a violência."
35. Sem saber ainda direito como vai sobreviver – "as reservas
que acumulei em Nova York estão indo embora" –, ele planeja
as próximas paradas pela América do Sul. Mas, antes de se
despedir, pretende fazer uma exposição sobre o seu olhar
pelo Brasil. Até lá, está aproveitando a internet
40. (www.joaquinsarmiento.com) para mostrar algumas das
imagens fotográficas que documentam seus trajetos.
(Gilberto Dimenstein. Folha de São Paulo, 12/04/2006)
Assinale a alternativa que não exerça a mesma função sintática que as
demais.
(A) as horas vagas (L.3)
(B) muito interesse (L.17)
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 32 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
(C) ritmos afros e ibéricos (L.22-23)
(D) como vai sobreviver (L.35)
(E) que (L.36)
25 - (FGV/MINC/2006)
Com base no texto da questão anterior, assinale a alternativa em que,
respectivamente, a função sintática dos termos Paraisópolis (L.9), na
vizinha Paraisópolis (L.20) e de Paraisópolis (L.29-30) esteja
corretamente indicada.
(A) sujeito – adjunto adnominal – adjunto adnominal
(B) objeto direto – adjunto adverbial – adjunto adnominal
(C) adjunto adnominal – adjunto adnominal – adjunto adverbial
(D) objeto direto – complemento nominal – adjunto adverbial
(E) sujeito – adjunto adverbial – complemento nominal
26 - (FUPESE/AFRE SC/2010)
A análise sintática do período
“Desde muito antes de seu casamento, em 1839, Emma e Charles
tratavam com franqueza das divergências que poderiam dividi-los.”
leva a uma única afirmativa correta. Assinale-a:
a. “Emma” é o sujeito simples do verbo “tratar”.
b. “das divergências” é o objeto indireto do verbo “tratar”.
c. “Desde muito antes de seu casamento” é um adjunto adverbial de
modo.
d. “com franqueza” é um complemento nominal de “seu casamento”.
e. “que poderiam dividi-los” é uma oração coordenada sindética
explicativa.
27
(CONSESP/PREF.BATATAIS
Administrativo/2012)
SP
–
Agente
Em “Mataram um cachorro na esquina.”, o sujeito é
(A) simples.
(B) oração sem sujeito.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 33 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
(C) indeterminado.
(D) oculto.
28
(CONSESP/PREF.BATATAIS
Administrativo/2012)
SP
–
Agente
–
Agente
O termo destacado em “O vento trouxe o fogo.” é
(A) objeto indireto.
(B) aposto.
(C) predicativo do sujeito.
(D) objeto direto.
29
(CONSESP/PREF.BATATAIS
Administrativo/2012)
SP
Em “Aquela samambaia foi plantada por minha vizinha.”, os termos
destacados são
(A) objeto indireto.
(B) agente da passiva.
(C) adjunto adverbial.
(D) vocativo.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 34 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
GABARITOS COMENTADOS DAS QUESTÕES DE FIXAÇÃO
1–C
ACORDO ORTOGRÁFICO: Agora, registra-se “ideias”, sem acento
agudo, e “infraestrutura”, sem hífen.
Vamos analisar, uma a uma, a função sintática dos elementos
destacados.
a) “Para ocupar as horas vagas, decidiu aprender fotografia.”
A expressão “as horas vagas” é o complemento do verbo ocupar.
Como se liga ao verbo sem preposição, sua função é objeto direto.
b) "Como sempre tive muito interesse em estudar a América Latina,
fui ficando."
Alguém tem alguma coisa. A expressão “muito interesse” exerce a
função de complemento do verbo ter. É, pois, seu objeto direto.
c) “Lá, alunos ajudaram a criar um centro cultural batizado de
"Barracão dos Sonhos", no qual se misturam ritmos afros e ibéricos.”
A princípio, poderíamos pensar: o verbo misturar é transitivo direto, o
que nos levaria ao erro de considerar “ritmos afro e ibéricos” como
objeto direto. Seria um erro, uma vez que o verbo está acompanhado
do pronome SE. Vamos, então, analisar o VALOR desse pronome: “se
misturam ritmos afros e ibéricos”.
Assim, podemos afirmar que “ritmos afros e ibéricos são misturados”.
Existe, aí, uma ideia passiva. Trata-se, assim, de uma construção de
voz passiva, em que o elemento “ritmos afros e ibéricos” exerce a
função sintática de SUJEITO.
Essa é a resposta para a questão. É a única opção em que a função
sintática difere das demais.
Olha a pegadinha aí, gente! Verbos transitivos diretos acompanhados
de pronome SE, com ideia passiva, formam VOZ PASSIVA, e o termo
que seria o objeto direto da voz ativa exerce a função de SUJEITO da
voz passiva.
Na dúvida, volte a estudar os pontos sobre VOZ PASSIVA das aulas
sobre VERBOS e sobre CONCORDÂNCIA.
d) “Sem saber ainda direito como vai sobreviver”
Sem saber ISSO Î a oração “como vai sobreviver”, iniciada pelo
advérbio “como”, tem a função sintática de complementar o verbo
saber. É, portanto, uma oração subordinada substantiva objetiva
direta – exerce a função de objeto direto.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 35 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
e) "as reservas que acumulei em Nova York estão indo embora"
Agora, podemos praticar a análise da função sintática exercida por um
pronome relativo (item 2.1 da Aula 10 – Períodos).
O pronome relativo se refere ao substantivo “reservas”. Trocando o
pronome relativo pelo nome correspondente, teríamos: Acumulei as
reservas.
Assim, fica clara a função sintática exercida pelo pronome – objeto
direto do verbo acumular.
2– B
O examinador pede que se indique a função sintática das expressões
em destaque.
“A vontade de se aventurar pela América Latina tirando fotos fez com
que ele deixasse para sempre a paisagem nova-iorquina, aposentasse
sua carreira de engenheiro e transformasse Paraisópolis, uma das
maiores favelas paulistanas, em seu cenário cotidiano.”
Na passagem, o verbo transformar é transobjetivo
transformou Paraisópolis em seu cenário cotidiano”.
–
“(ele)
O vocábulo “Paraisópolis” exerce a função de objeto direto, enquanto
que “em seu cenário cotidiano” possui a função de complementar esse
nome – predicativo do objeto direto.
Note a expressão “uma das maiores favelas paulistanas”. A função
exercida por essa expressão (que tem valor substantivo) é a de
aposto.
“Soube então de uma experiência desenvolvida pelo colégio Miguel de
Cervantes, criado por espanhóis, na vizinha Paraisópolis.”
A expressão “na vizinha Paraisópolis” indica o local em que se
localizava o colégio onde tal experiência era desenvolvida – tem valor
circunstancial e exerce a função sintática de adjunto adverbial.
Joaquín sentiu-se estimulado a dar oficinas de fotografia a jovens e
crianças de Paraisópolis.
A expressão “de Paraisópolis”, agora, tem valor adjetivo. Se fosse
uma cidade, poderia até ser substituída por um adjetivo
correspondente: paraisopolitanas (Nossa! Que coisa feia!).
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 36 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
Por isso, a expressão exerce a função de adjunto adnominal.
Já em “a favela de Paraisópolis” (isso poderia ter sido explorado pelo
examinador. Viu como ele foi bonzinho?), em que o termo exerce a
função de aposto especificativo, indicando o nome da favela.
As funções sintáticas são, portanto: OBJETO DIRETO, ADJUNTO
ADVERBIAL E ADJUNTO ADNOMINAL.
3– D
Todas as expressões destacadas apresentam valor circunstancial.
Teremos de identificar qual delas não apresenta indicação de tempo,
momento.
a) “Estava, nesse momento, descobrindo um novo ângulo para a sua
vida, sem volta.”
Essa expressão indica o momento em que tal fato (descobrir um novo
ângulo para a sua vida) ocorria (fácil essa, não é?).
b) “Depois de três anos nos Estados Unidos, voltou para Bogotá,
planejando trabalhar em obras de infra-estrutura.”
Essa expressão também indica o momento em que o engenheiro
voltou para Bogotá.
c) “No final de 2004, veio com sua família”
Mais uma vez, há indicação de momento.
d) “No final de 2004, veio com sua família para duas semanas de
férias em São Paulo.”
Essa expressão, ao contrário das demais, indica a finalidade da vinda
do engenheiro e sua família: gozar férias de duas semanas em São
Paulo.
Essa é a resposta!
e) “Mas, antes de se despedir, pretende fazer uma exposição sobre
o seu olhar pelo Brasil.”
Quando ele pretende fazer uma exposição sobre seu olhar pelo Brasil?
Resposta: “antes de se despedir”, ou seja, antes de ir embora do
Brasil. Há, portanto, indicação de momento.
4-C
Não seria preciso reproduzir o texto, pois podemos realizar a análise
sintática a partir dos segmentos apresentados em cada opção.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 37 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
Em "Os bancos ganharam antes e, sinaliza o governo, vão continuar
ganhando.", a expressão em negrito exerce a função sintática de
sujeito: “o governo sinaliza”.
a) Já em “a redução esperada e projetada da taxa SELIC diminuiu a
rentabilidade dos bancos...", o termo em destaque é o objeto direto
do verbo diminuir, enquanto que o sujeito está representado por “a
redução esperada e projetada da taxa SELIC”, cujo núcleo é redução.
b) A expressão “a corrida certa dos bancos” exerce a função sintática
de objeto direto do verbo postergar (= adiar).
c) Em “o risco de emprestar é sempre o de não receber”, a
expressão em relevo exerce a função sintática de sujeito do verbo de
ligação “ser”. Essa é a resposta certa.
d) O verbo tornar é, na construção, transobjetivo e apresenta, como
objeto direto, a expressão “a decisão dos juízes” e, como predicativo
do objeto direto, a expressão “menos `paternalista’”.
Cuidado! A expressão “regras e leis” exerce a função sintática de
SUJEITO da forma verbal transitiva direta “Buscam”, que está
acompanhada do pronome apassivador SE (Buscam-se regras e leis =
Regras e leis são buscadas).
e) “de o país perder (...) uma janela de oportunidades” – O sujeito
do verbo PERDER é “país”. A expressão “uma janela de
oportunidades”, por sua vez, exerce a função sintática de OBJETO
DIRETO.
Note a forma com que a preposição se mantém separada do artigo que
acompanha o substantivo “país”, sujeito do verbo PERDER. Essa é a
recomendação da norma culta. Contudo, modernamente já se aceita a
contração da preposição com o artigo (possibilidade do país perder...).
5-B
Vamos dividir o período em orações:
“A flor que ontem desabrochou já está murcha.”
Oração principal – A flor já está murcha
Oração subordinada – que ontem desabrochou
A palavra que substitui a palavra flor, presente na oração principal. É,
portanto, um pronome relativo, que inicia uma oração subordinada
adjetiva.
Por não haver pausa (indicada pela vírgula) entre as duas orações,
essa é uma oração subordinada adjetiva restritiva.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 38 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
O pronome relativo será trocado pelo nome, para melhor análise de
sua função sintática:
A flor ontem desabrochou.
O pronome relativo, que está no lugar de “a flor”, exerce, portanto, a
função sintática de SUJEITO.
Vamos procurar uma outra ocorrência do relativo “que” na função de
SUJEITO.
a) “Ela tem um quê de mistério” – esse “quê” é um substantivo, tanto
que está acompanhado de um artigo indefinido (um quê). Esse
vocábulo exerce a função sintática de objeto direto do verbo ter.
b) São duas as orações que compõem o período composto: Sofreu
muito com as chuvas que caíram.
Oração principal – Sofreu muito com as chuvas
Oração subordinada – que caíram
O pronome que substitui a palavra chuvas. Ele também exerce a
função sintática de sujeito da oração subordinada adjetiva restritiva
(“As chuvas caíram” = “que caíram”). Essa é, portanto, a resposta
correta.
c) “Veio tão rápido que nos surpreendeu.”
Esse período
orações:
composto
por
subordinação
também
possui
duas
- oração principal – Veio tão rápido
- oração subordinada – que nos surpreendeu.
Há entre essas duas orações uma relação de causa e consequência,
sendo essa segunda circunstância apresentada pela oração
subordinada.
Ela é, pois, uma oração subordinada adverbial consecutiva, e o
vocábulo que é uma conjunção adverbial consecutiva.
Note a presença do vocábulo “tão”
característica desse tipo de construção.
na oração principal, uma
d) “Venha, que ela está aqui.”
Vimos, em aulas anteriores, que uma das formas de distinguir a
conjunção causal da conjunção explicativa é que esta última pode
estar em uma construção de verbo no imperativo.
Esse é um bom exemplo. Em “Venha, que ela está aqui”, a conjunção
explicativa dá início à oração em que se apresenta a justificativa para
a ordem presente na primeira oração (Venha). São orações
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 39 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
coordenadas, sendo a segunda classificada como “oração coordenada
sindética explicativa”.
6–D
a) A expressão “da administração” se associa à palavra enfoque,
substantivo abstrato derivada do verbo enfocar. Como apresenta ideia
passiva (a administração será enfocada), o termo que complementa o
substantivo abstrato exerce a função sintática de COMPLEMENTO
NOMINAL, e não de adjunto adnominal.
b) A expressão “dos problemas sociais” complementa o substantivo
abstrato “administração”. Logo, não poderia exercer a função de
objeto indireto (complemento verbal). Também há nessa expressão
valor passivo (os problemas sociais serão administrados). Assim, a
função sintática é, mais uma vez, COMPLEMENTO NOMINAL.
c) Não há entre “federal, estadual e municipal” nenhuma “ordem
crescente de importância”. Você já deve ter aprendido em Direito
Constitucional que não há entre os entes federativos nenhum tipo de
subordinação. Por isso, a assertiva está incorreta.
d) Exatamente por possuir três adjetivos a ele relacionados, o
substantivo governos se flexionou no plural. Essa é a resposta
correta.
e) O que deve ser profunda? Resposta: a mudança, e não a
administração.
7–E
Vamos relembrar a diferença entre ADJUNTO ADNOMINAL e
COMPLEMENTO NOMINAL, em relação aos termos que complementam
substantivos abstratos.
SUBSTANTIVOS CONCRETOS E SUBSTANTIVOS ABSTRATOS COM
IDEIA ATIVA = ADJUNTO ADNOMINAL (Lembre-se daquela dica: tudo
com A: Substantivo Abstrato com ideia Ativa Î Adjunto Adnominal.)
ADJETIVOS, ADVÉRBIOS E SUBSTANTIVOS ABSTRATOS COM IDEIA
PASSIVA = COMPLEMENTO NOMINAL
Assim, quando o termo regente for um substantivo abstrato, deve-se
analisar o valor que o termo regido apresenta em relação ao termo
regente. Se for ativo, a função é de adjunto adnominal (tudo com “a”).
Se for passivo, é complemento nominal.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 40 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
Agora, mostraremos mais algumas formas de distinção.
1ª dica: À exceção da preposição DE (que serve às duas funções), os
complementos introduzidos por qualquer outra preposição (a, em, por)
será um complemento nominal (chegada ao espaço, resistência em
surgir, dedicação ao povo, amor por alguém).
2ª dica: Os complementos que vierem sob a forma verbal são
complementos nominais por apresentarem essa ideia passiva.
Exemplos:
•
“osso duro de roer” = a ideia é “duro de ser roído” – ideia
passiva Î complemento nominal
•
Medo de cair = a ideia é “de sofrer uma queda” – ideia passiva
Î complemento nominal
•
Essa notícia é difícil de acreditar = a ideia é “difícil de ser
acreditada” – ideia passiva Î complemento nominal.
Vamos analisar, agora, a questão da prova.
O primeiro elemento não deve ter gerado dúvidas. Trata-se de um
complemento verbal direto. Assim, a função exercida por “medo”, em
“tenho medo” é objeto direto.
Teríamos duas opções válidas – d e e (50% de chances!!)
O segundo elemento liga-se ao primeiro por meio de preposição (medo
de abrir). O termo regente é medo = SUBSTANTIVO ABSTRATO.
Precisamos definir se a função do termo regido (“de abrir”) é ativa
(adjunto adnominal) ou passiva (complemento nominal).
Para isso, verificaremos o valor da expressão no contexto:
“Tenho medo de abrir! Vai que evapora!”
A ideia é: “Tenho medo de que, sendo aberto, evapore” – ideia passiva
(o envelope não vai abrir – PRATICAR O ATO - , mas ser aberto –
SOFRER O ATO) Î complemento nominal.
A vontade de indicar a ideia ativa é grande. Afinal, a lógica induz que o
sujeito vai abrir o envelope, ou seja, praticar a ação. Essa tendência se
justifica pela proximidade com o verbo de “ter” (ter medo – ação
praticada pelo sujeito).
Contudo, é preciso fazer a seguinte distinção: o que está relacionado a
“abrir” não é o verbo “ter”, mas a ideia da abertura – ideia passiva: o
envelope ser aberto.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 41 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
8–D
O examinador busca o termo cujo complemento apresenta ideia ativa,
ou seja, aquele cuja função sintática seja a de adjunto adnominal.
A resposta é: “a fauna aquática dos rios”. Os rios possuem a fauna
aquática.
a) “a utilização de qualquer um deles” Î qualquer um deles será
utilizado Î ideia passiva
b) “a queima do petróleo” Î o petróleo será queimado Î ideia passiva
c) “a inundação de vastas áreas” Î vastas áreas serão inundadas Î
ideia passiva
e) “a construção de barragens” Î as barragens serão construídas Î
ideia passiva
9–B
Em “sensação de dificuldade”, a expressão em negrito complementa
um substantivo abstrato. Para saber se a função sintática é a de
adjunto adnominal ou a de complemento nominal, temos de analisar o
valor que ela atribui: “sensação de dificuldade” Î dificuldade é
“sentida” Î ideia passiva Î complemento nominal.
Todas as demais ocorrências apresentam termos que possuem valor
adjetivo (na letra c, temos uma oração subordinada adjetiva restritiva)
e exercem a função sintática de adjunto adnominal.
10 – C
Como “ilusões” é um substantivo abstrato, devemos analisar o valor
de “humanidade”.
É a humanidade que tem ilusões (ideia ativa) ou é sobre ela que você
tem ilusões (passiva)?
Certamente a segunda opção. Assim, o termo, por complementar um
substantivo abstrato com ideia passiva, exerce a função sintática de
COMPLEMENTO NOMINAL.
11 – C
ACORDO ORTOGRÁFICO: Agora, registra-se “frequentador”, sem
trema.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 42 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
Para responder à primeira assertiva, devemos analisar o seguinte
segmento:
Nabuco parte para Londres no mês de fevereiro de 1882,
permanecendo como correspondente do Jornal do Comércio até 1884.
Ele não passará como outrora o tempo londrino na ociosidade.
Dedica-se agora ao trabalho e ao estudo. Como vários outros
intelectuais do seu tempo, interessados todos pelos problemas sociais
e vivendo no exílio, torna-se freqüentador(*) assíduo do Museu
Britânico.
Podemos notar que, nas duas ocorrências do pronome “se”, há um
valor reflexivo.
- “ele se dedica ao trabalho e ao estudo” = ele dedica “a si mesmo” ao
trabalho e ao estudo
- “ele se torna freqüentador(*) assíduo do Museu Britânico” = ele
torna “a si mesmo” frequentador assíduo do Museu Britânico.
Para identificar a função sintática, não basta trocar o ‘SE’ pelo ‘A SI’.
Devemos, sim, trocar por um nome. Para isso, precisamos alterar a
estrutura oracional:
- ele dedica seu tempo ao trabalho e ao estudo.
- ele torna seu filho frequentador assíduo.
Nas duas construções, a função é objeto
complemento verbal sem preposição obrigatória.
direto,
ou
seja,
Por isso, está FALSA a afirmação de que o pronome exerce funções
diferentes. Em ambas, a função é a de objeto direto.
A segunda proposição está CORRETA. Em “Isso lhe permite escrever”,
o verbo permitir apresenta dois complementos: um direto, sob a
forma oracional no infinitivo (escrever), e outro indireto, representado
pelo pronome oblíquo lhe. Esse pronome poderia ser substituído com
correção pela forma “a ele”.
12 – ITEM CERTO
O examinador apresentou a distinção entre sujeito indeterminado e
construção de voz passiva, ambas as estruturas com o pronome SE.
Na primeira, “em se tratando de fato”, temos um dos casos clássicos
de indeterminação do sujeito – com verbo transitivo indireto TRATARSE DE. São muito comuns questões de prova em que o verbo dessa
construção esteja flexionado. Por isso, olho vivo! Apareceu um
“tratam-se de”, pode marcar como ERRADA! Por ser sujeito
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 43 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
indeterminado, deve o verbo permanecer na 3ª pessoa do singular –
“trata-se de”.
Já na segunda estrutura, o verbo ESTABELECER é transitivo direto e
está acompanhado do pronome SE (apassivador). Por isso, o sujeito
dessa forma verbal é SINONÍMIA (“estabelecer-se sinonímia” =
sinonímia ser estabelecida). Construção de voz passiva.
A proposição está correta.
13 – A
Os versos em análise são:
Feliz quem pode orgulhoso
Dizer: - Nunca fui vadio
Não se assuste com a nomenclatura. “Morfossintaxe” nada mais é do
que o estudo das categorias das palavras considerando a morfologia e
a sintaxe. Esses conceitos foram apresentados lá na nossa primeira
aula. Não me diga que você já os esqueceu??? Não me decepcione
assim...
Morfologia estuda a palavra em si, quer em relação à forma, quer em
relação à ideia que ela encerra (classes das palavras, flexões,
elementos mórficos, terminação, grafia). Esse é o assunto da aula de
hoje.
Sintaxe é o estudo da palavra com relação às outras que se acham na
mesma oração (concordância, regência, colocação).
Assim, uma análise morfossintática é a que abrange elementos da
palavra em si (classe gramatical, conjugação verbal, ortografia) e de
sua relação com as demais na oração (sintaxe de concordância,
regência, colocação). Viu como não é nenhum bicho-de-sete-cabeças?
O erro está na opção a.
Vamos analisar a função sintática exercida pelo adjetivo “orgulhoso”:
“Feliz quem pode orgulhoso dizer...” – o adjetivo se refere ao sujeito
da forma verbal dizer. Assim, é predicativo, mas do sujeito,
representado pelo pronome indefinido quem, expressando a forma
como o sujeito (quem) se encontra ao praticar a ação (dizer) Î
predicado verbo-nominal.
A assertiva está incorreta e é o gabarito da questão.
Para a análise do período composto, vamos dividi-lo em suas orações:
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 44 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
- Quem pode dizer orgulhoso – oração subordinada substantiva
subjetiva (é o sujeito oracional do verbo SER)
- que nunca foi vadio – oração subordinada substantiva objetiva
direta (iniciada por uma conjunção integrante – quem pode dizer ISSO
= que nunca foi vadio –, vem complementar o sentido do verbo
dizer de forma direta)
- é feliz – oração principal, formada por um predicado nominal.
Em relação às demais opções, cabem os seguintes comentários.
B) Da mesma forma que o adjetivo “orgulhoso”, o adjetivo “feliz”
também se refere ao pronome indefinido quem, sujeito da oração.
Note que é possível subentender o verbo “ser”: “(É) feliz quem pode
orgulhoso dizer...”.
Na ordem direta, em discurso indireto, a estrutura seria: “Quem pode
dizer orgulhoso que nunca foi vadio é feliz.”. Essa foi, inclusive, a
assertiva da opção e.
Em “Nunca fui vadio”, o adjetivo se refere ao pronome pessoal (oculto)
eu, identificado a partir da desinência verbal. Sua função sintática é
também a de predicativo do sujeito.
Está, portanto, correta tal afirmação.
C) Essa afirmação nos dá a chance de analisar a circunstância que o
advérbio NUNCA atribui. Esse advérbio atribui, simultaneamente,
valores de negação e tempo – equivalente a “em tempo algum”.
Está certa a assertiva.
D) A locução verbal “pode dizer” foi intercalada pelo adjetivo que,
como vimos, exerce a função de predicativo do sujeito (orgulhoso).
Para se certificar de que se trata mesmo de uma locução verbal, veja
que o verbo principal poderia estar sozinho na oração, sem prejuízo
gramatical (apenas havendo alteração semântica): “Feliz quem
orgulhoso diz (= pode dizer)...”.
E) Está correta a afirmação, como vimos no comentário à opção b. O
discurso indireto é o meio pelo qual o autor reproduz o discurso alheio,
não como foi dito, mas com suas próprias palavras, usando uma
oração subordinada. Isso se verifica na passagem “quem pode dizer
que nunca foi vadio”.
14 – C
Para começar, vamos dividir o período:
1ª oração – E se hoje sou venturoso
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 45 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
2ª oração – Devo ao trabalho o
3ª oração – que sou.
A primeira oração é iniciada pela conjunção “E”, que a coordena com a
oração anterior.
A conjunção “se” inicia uma oração subordinada condicional. Ela,
semanticamente, se repete na expressão que se segue: o que sou.
Esta construção (o que sou) exerce a função de objeto direto do verbo
dever: Ele deve ISSO (= o que sou = SOU VENTUROSO) ao trabalho.
Analise, agora, a segunda oração: Eu devo ao trabalho o (= aquilo,
isso)
O verbo dever tem dois complementos: objeto direto = o / objeto
indireto = ao trabalho.
A terceira oração vem restringir o alcance do pronome demonstrativo
(objeto direto da oração anterior). Tem valor adjetivo e é iniciada por
um pronome relativo que.
Feita a análise sintática, vamos às opções.
a) Quantas vezes aparece o pronome “eu” (explícito ou subentendido)?
TRÊS.
“E se hoje (EU) sou venturoso/ (EU) devo ao trabalho o que (EU)
sou.”
b) Não há registro de emprego de pronome pessoal oblíquo na
passagem.
c) No segmento “o que sou”, há um pronome demonstrativo (“o” =
aquilo) e um pronome relativo (“que”), que retoma esse antecedente,
o demonstrativo (= aquilo que sou = sou aquilo). Está correta a
afirmação.
d) e e) Há, no período, um predicado verbal, cujo núcleo é o verbo
dever (Devo ao trabalho o), e dois predicados nominais (“Eu sou
venturoso” e “que sou”), cujos núcleos são, respectivamente,
venturoso e (cuidado agora!!!) o pronome relativo que. Nessa oração
subordinada adjetiva, o pronome relativo, que substitui o pronome
demonstrativo “o” (= aquilo), é o elemento que efetivamente exerce a
função de predicativo do sujeito.
15 – D
ACORDO ORTOGRÁFICO: Agora, registra-se “ideia”, sem acento
agudo.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 46 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
O vocábulo “SE” pode ser:
- conjunção integrante – inicia uma oração substantiva. Quero saber
se você está gostando da aula. = Quero saber ISSO. Î ORAÇÃO
SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA DIRETA (complemento do
verbo SABER).
- conjunção adverbial - pode apresentar o valor condicional (Se ela
dança, eu danço.). Como sabemos, o valor de uma conjunção
adverbial só pode ser identificada na construção.
- pronome pessoal oblíquo, com valor reflexivo (Ela se cortou com
a faca.) ou recíproco (Os namorados se beijavam no cinema.)
- parte integrante do verbo – nesses casos, ainda que apresente
uma ideia reflexiva, o verbo não existe sem o pronome (Ele se queixa
muito da sogra. Muito se arrepende de ter casado.). Não existem os
verbos QUEIXAR e ARREPENDER; só QUEIXAR-SE e ARREPENDER-SE.
Por isso, o pronome é parte integrante do verbo.
- partícula de realce (ou expletiva) – nenhuma função exerce na
oração. Tem valor, apenas, de realce, podendo ser retirada sem
prejuízo gramatical ou semântico para a oração. Ele se foi embora e
levou meu coração. (= Ele foi embora).
- partícula apassivadora – presente nas construções de voz passiva
sintética (também chamada de voz passiva pronominal). Coisas
bonitas se veem por aqui (= coisas bonitas são vistas).
- índice de indeterminação do sujeito – presente nas construções
de sujeito indeterminado, em que o verbo (transitivo indireto,
intransitivo ou de ligação) fica na 3ª pessoa do singular. Precisa-se de
sossego por aqui.
Nessa questão, devemos diferenciar os casos em que o pronome é
apassivador (verbo TD ou TDI + SE) ou indeterminador do sujeito.
A) O verbo desfazer é TRANSITIVO DIRETO (Ele desfez o contrato.).
Como está acompanhado do SE, forma voz passiva, em que o sujeito é
“o regime de segregação racial”.
B) O verbo solidificar também é TD (Ele solidificou a relação com os
clientes.). Está, portanto, em voz passiva = A visão foi solidificada Î
solidificou-se a visão.
C) O verbo justificar é TD (Ele justificou sua resposta.). É também
um pronome apassivador (o direito era justificado = justificava-se o
direito).
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 47 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
D) Finalmente, um verbo que não é TD. O verbo lutar, na construção,
é TRANSITIVO INDIRETO, regendo a preposição por. Assim, o
pronome SE tem a função de indeterminar o sujeito da ação verbal.
E) O verbo respeitar é TD, e o pronome SE é partícula apassivadora
(o sinal vermelho ser respeitado Î respeitar-se o sinal vermelho).
16 - D
O pronome “se” é:
a) um pronome apassivador. “Acentuar” é um verbo transitivo
direto e há ideia passiva – “...é possível que a tendência positiva
seja acentuada...”;
b) uma conjunção condicional – “se a queda do juro básico se
transferir...” equivale a “caso a queda do juro básico se
transfira...”;
c) um pronome apassivador. “Transferir” é um verbo transitivo
direto e há ideia passiva – “se a queda do juro básico for
transferida para o crédito ao consumo...”;
d) uma conjunção condicional (gabarito da questão) – “se os
salários reais continuarem...” equivale a “caso os salários reais
continuem...”;
e) pronome apassivador. “Recuperar” é um verbo transitivo direto e
há ideia passiva - “se os salários reais continuarem a ser
recuperados...” . Não poderia ser um pronome reflexivo, pois o
sujeito salários é paciente, sofre a ação e, dado o contexto, não
poderia agir por conta própria.
17 – B
Agora, veremos as classificações do QUE:
- conjunção integrante – INICIA UMA ORAÇÃO SUBSTANTIVA – Eu
quero que tudo vá pro inferno. Î Eu quero ISSO. A conjunção serve
apenas para ligar termos ou orações, não exerce função sintática
nenhuma.
- pronome relativo – INICIA UMA ORAÇÃO ADJETIVA – Eu quero o
prêmio a que tenho direito. Î Eu tenho direito ao prêmio. Nesse caso,
o pronome que substitui algum elemento mencionado anteriormente
(no caso, a palavra “prêmio”). Pode, assim, exercer qualquer das
funções sintáticas estudadas na aula sobre conectivos.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 48 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
- partícula de realce (ou expletiva) – pode vir acompanhada do
verbo ser, formando a expressão “é que”. Como também já vimos,
pode ser suprimida sem prejuízo gramatical para o período. Nós é que
deveríamos reclamar (= Nós deveríamos reclamar.).
- conjunção adverbial (coordenativa ou subordinativa) – pode
apresentar diversas circunstâncias (causal, consecutiva, comparativa,
explicativa, concessiva, final, etc.), a depender do contexto em que
seja empregada.
- pronome interrogativo – se vier no fim da oração (tônico), recebe
um acento circunflexo (Você tem fome de quê?).
- substantivo - com acento circunflexo, equivale a “algo” – Ele tem
um “quê” de intelectual.
- advérbio – equivalente a “quão”,
interjeições: Que (= Quão) louco eu fui!
normalmente
usado
em
- preposição acidental – equivalente à preposição “de”. Ele tem que
entender isso (= tem de entender).
- interjeição - (com acento circunflexo) Quê! Não acredito nisso!
São tantas que posso ter me esquecido de alguma. Aguardo sugestões
pelo fórum ou e-mail, caso isso tenha ocorrido.
Desgraça pouca é bobagem!!! Sabe quantas acepções da palavra
“que” (com e sem acento) são registradas pelo Aurélio: “só” quinze!
Vamos analisar as ocorrências do “que” no texto da questão. Para isso,
teremos de ter em mente o seguinte: se estiver substituindo um
antecedente, é pronome relativo; se puder ser substituído (junto com
o restante da oração) pelo pronome ISSO, é conjunção integrante.
•
“o impassível gigante que os contemplava com desprezo” Î
substitui “gigante” (o gigante os contemplava com desprezo) =
pronome relativo na função de sujeito do verbo contemplar;
•
“imperturbável a todos os golpes e a todos os tiros que lhe
desfechavam no dorso” Î substitui as palavras “golpes” e “tiros”
(desfechavam golpes e tiros no dorso) = pronome relativo na
função de objeto direto do verbo desfechar;
•
“deixando sem um gemido que lhe abrissem as entranhas de
granito” Î CUIDADO!!! Esse “que” não substitui “gemido”.
Quem dá essa dica é a forma verbal “abrissem”, que, por estar
flexionada no plural, indica que não poderia ser um pronome
relativo com antecedente no singular (gemido). Ele inicia uma
oração. Faça a análise a partir do contexto: “o gigante deixava
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 49 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
que lhe abrissem as entranhas de granito sem um gemido” Î O
gigante deixava ISSO sem um gemido. Melhor seria que a
expressão “sem um gemido” estivesse isolada por vírgulas, por
ser adverbial, mas essa pontuação é facultativa, como veremos
na próxima aula. Como inicia uma oração que exerce a função
sintática de objeto direto (“deixava que lhe abrissem as
entranhas”), esse “que” é uma conjunção integrante.
Vamos às opções:
a) ERRADA. A terceira ocorrência é uma conjunção integrante,
enquanto que as outras duas são pronomes relativos.
b) CERTA. Como vimos, o pronome relativo (primeira ocorrência)
exerce a função de sujeito do verbo contemplar.
c) ERRADA. Não poderíamos retirar esse “que”, pois ele é um
pronome relativo que retoma os substantivos “golpes” e “tiros”.
d) ERRADA. Essa foi capciosa. O “que”, por ser uma conjunção
integrante, não exerce função sintática nenhuma. Serve
apenas como conectivo. Quem exerce a função sintática do
verbo deixar é toda a oração iniciada pela conjunção (que
lhe abrissem as entranhas de granito). Maldade, hem?
e) Somente na última ocorrência, o “que” é uma conjunção
integrante.
18 – ITEM CERTO
Nunca deixe de verificar a passagem do texto a que se refere o
examinador:
- linha 3: “...não é necessariamente sustentada por convenções
sociais,...”
O adjetivo “sociais” está junto ao substantivo “convenções”
especificando seu alcance. Assim, exerce a função sintática de
ADJUNTO ADNOMINAL.
- linha 13: “...que deveriam sofrer severa punição.”
Do mesmo modo que o caso acima, o adjetivo SEVERA vem qualificar
a punição (substantivo), exercendo a função sintática de ADJUNTO
ADNOMINAL.
Portanto, está correta a afirmação de estarem os dois termos no
exercício da mesma função sintática.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 50 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
19 –
ACORDO ORTOGRÁFICO: Agora, registra-se “subsequentes”, sem
trema. O vocábulo “bem-sucedidas” continua com hífen.
a) ITEM ERRADO
O complemento verbal da locução “vem perseguindo” apresenta-se
sob a forma oracional: combater a pobreza estrutural e promover
a inclusão social.
São dois complementos: COMBATER A POBREZA e PROMOVER A
INCLUSÃO SOCIAL.
Perceba que a oração “após ampliar a oferta de vagas no ensino
fundamental” não vem a ser um complemento verbal, mas a indicação
de um momento em que os fatos acima serão (ou deveriam ser)
realizados. Possui, portanto, valor adverbial.
b) ITEM ERRADO
O sujeito da construção de linhas 7 a 12 é “o Programa Nacional do
Bolsa Escola”.
20 – E
Essas duas últimas questões do material foram extraídas do concurso
mais recente realizado pela FUNRIO e tratam do assunto da aula de
hoje.
Podemos formar sujeito indeterminado de duas maneiras: (1) verbo na
terceira pessoa do plural, qualquer que seja a transitividade do verbo;
ou (2) verbo na terceira pessoa do singular, com o pronome “se”
(índice de indeterminação do sujeito), desde que o verbo não tenha
complemento direto (pois, nesse caso, forma-se voz passiva, e não
sujeito indeterminado).
Como o verbo DIZER é transitivo direto, optou-se pelo emprego de sua
forma no plural.
O conceito de sujeito indeterminado foi muito bem apresentado na
opção: usa-se quando não se pode ou não se quer indicar qual seria o
agente da ação verbal.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 51 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
21 - B
Nessa opção, o sujeito se apresenta depois do verbo (sujeito
posposto), mas esse termo pode ser identificado a partir do contexto:
é Josué Montello quem conta alguma coisa.
Vejamos as demais opções:
a) Temos um caso de oração sem sujeito, em que o verbo HAVER é
impessoal. Assim, o sintagma “dúvida” exerce a função de
complemento verbal (objeto direto).
c) O verbo FALAR apresenta-se na transitividade indireta (falar em
alguma coisa). Como vimos na questão anterior, na terceira pessoa do
singular e acompanhado do pronome “se”, o verbo forma um sujeito
indeterminado. Assim, “o Governo da República” exerce, na verdade, a
função de complemento do verbo INSTALAR, apresentado na forma
impessoal (sem sujeito).
d) O pronome demonstrativo “o” não poderia ser sujeito da
construção, uma vez que essa função é exercida por “O Senado da
República e os meios acadêmicos”. Esse pronome exerce, sim, a
função de complemento verbal (objeto direto), em emprego vicário, ou
seja, em substituição a uma ideia apresentada anteriormente. A
estrutura em análise é:
Foi mesmo assim, só que seu nome nunca restou esquecido em
Brasília. O Senado da República e os meios acadêmicos nunca o
permitiram.
Feita a devida troca, teríamos que “Senado da República e os meios
acadêmicos nunca permitiriam que seu nome nunca restasse
esquecido em Brasília”.
22 – B
Vamos analisar todas as opções.
a) O sujeito da construção é “Emma e Charles”, e não apenas “Emma”.
b) Está correta a afirmação, uma vez que o verbo se apresenta como
transitivo indireto.
c) O valor da estrutura “Desde muito antes de seu casamento” é
temporal, indicando momento.
d) O segmento “com franqueza” tem valor adverbial de modo, e sua
função sintática não é complemento nominal, mas adjunto adverbial.
e) A oração “que poderiam dividi-los” tem valor restritivo em relação à
palavra “divergências”, tanto assim que não se encontra separada de
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 52 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
seu antecedente por vírgulas, como o faz uma oração adjetiva
explicativa. É, portanto, uma oração subordinada adjetiva restritiva.
23 – D
Analisaremos todos os itens.
1. O valor do conectivo “mas” é de oposição, uma vez que indica ideias
contrárias: “qualidade admirável” x “quase pôs a perder...”. ITEM
CERTO
2. A oração “que se tornaria a ideia mais influente...” tem início por
um pronome relativo, que retoma o antecedente “aquela”, o qual
semanticamente se liga à palavra “ideia”. É, pois, uma oração
subordinada adjetiva. Assim, não procede a afirmação de que tal
oração atua como complemento nominal, função sintática de valor
substantivo. ITEM ERRADO
3. O pronome “ela” atua como elemento coesivo para retomar a
expressão “lealdade conjugal” em “A lealdade conjugal é uma
qualidade admirável, além de algo rara. Mas, em um caso, ao menos,
ela [= lealdade conjugal] quase pôs a perder...”. Também está correta
a afirmação de que aquela expressão atua como sujeito da oração
principal. ITEM CERTO
4. A expressão “a teoria da evolução formulada por Charles Darwin”
vem explicar qual seria “a ideia mais influente do pensamento
científico nos dois últimos séculos”. Exerce, portanto, a função
sintática de aposto explicativo. ITEM CERTO
Estão corretas, portanto, as afirmações dos itens 1, 3 e 4.
24 - C
Vamos examinar a função sintática dos elementos destacados do
texto.
a) Em “Para ocupar as horas vagas”, o termo em destaque exerce a
função sintática de objeto direto, termo que se liga ao verbo sem
preposição obrigatória e indica o ser para o qual se dirige a ação
verbal.
b) Em “Como sempre tive muito interesse...”, o termo em destaque
exerce a função de objeto direto do verbo TER.
c) Na passagem “... no qual se misturam ritmos afros e ibéricos...”, o
candidato deveria observar que o verbo MISTURAR (transitivo direto)
está acompanhado do pronome “se”, formando construção de voz
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 53 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
passiva. Assim, o que seria, na voz ativa, o objeto direto, naquela
construção exerce a função sintática de sujeito. Está aqui a resposta.
Esse é o único item cujo termo exerce função diferente dos demais.
d) Em “Sem saber ainda direito como vai sobreviver”, o complemento
verbal de “SABER” veio sob a forma de uma oração (“como vai
sobreviver”). Aplicando a técnica do ISSO, vemos que é um dos casos
de oração subordinada substantiva objetiva direta iniciada por um
advérbio (e não por uma conjunção integrante): “Sem saber direito
ISSO”. Ainda que de forma oracional, o trecho em destaque exerce a
função de objeto direto.
e) No trecho “as reservas que acumulei em Nova York estão indo
embora”, o pronome relativo retoma o substantivo “reservas”.
Substituindo pronome pelo nome, teríamos: “acumulei reservas em
Nova York”. Vemos, pois, que o pronome relativo (que substitui o
antecedente na oração adjetiva) exerce a função sintática de objeto
direto.
25 - B
Na primeira ocorrência (“... transformasse Paraisópolis...”), o
substantivo exerce a função de objeto direto. Já ficamos entre duas
opções: B e D (50% de chances de acertar a questão).
A segunda indicação – “... colégio Miguel de Cervantes, criado por
espanhóis, na vizinha Paraisópolis” – exerce na construção a função
sintática de adjunto adverbial, termo de natureza acessória que serve
indicar alguma circunstância, no caso, a de local.
Por fim, a expressão “dar oficinas de fotografia a jovens e crianças de
Paraisópolis”, dada sua natureza adjetiva, por isso exerce a função de
adjunto adnominal.
A resposta é, portanto, objeto direto - adjunto adverbial - adjunto
adnominal.
26 - B
a) Errado. O sujeito da construção é composto: “Emma e Charles”.
b) Certo.
c) Errado. Tal expressão atua como adjunto adverbial de tempo,
momento.
d) Errado. A expressão “com franqueza” é um adjunto adverbial de
modo.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 54 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
e) Errado. Por se referir ao substantivo “divergências”, iniciada por um
pronome relativo que retoma tal antecedente, a oração é classificada
como “oração subordinada adjetiva restritiva”.
27 – C
Esse é um dos casos de sujeito indeterminado. Como o verbo é
transitivo direto (matar), para não incorrer em construção de voz
passiva (matou-se o cachorro = o carro foi morto), para não se indicar
o agente da ação verbal, usamos o verbo na 3a pessoa do plural.
28 – D
“O fogo” é o complemento verbal direto do verbo “trazer”, por isso a
resposta é “objeto direto”.
29 – B
A oração está em construção de voz passiva (“Aquela samambaia” é o
sujeito paciente), assim o agente da ação verbal (aquele que, na voz
ativa, seria o sujeito), na voz passiva exerce a função sintática de
“agente da passiva” (o nome ajuda, não é?).
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Por hoje é só. Grande abraço e bons estudos.
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 55 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
GABARITO
1–C
2–B
3–D
4–C
5–B
6–D
7–E
8–D
9–B
10 – C
11 – C
12 – ITEM CERTO
13 – A
14 – C
15 – D
16 – D
17 – B
18 – ITEM CERTO
19 – a) ITEM ERRADO
b) ITEM ERRADO
20 – E
21 – B
22 – B
23 – D
24 – C
25 – B
26 – B
27 – C
28 – D
29 – B
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 56 -
Curso Regular Teórico
Profª Claudia Kozlowski
Profª Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
- 57 -
Download

Benedito Laurindo07190247491