PORTUGUÊS - 2o ANO
MÓDULO 45
TERMOS ACESSÓRIOS
DA ORAÇÃO — PARTE 1
Fixação
1) Identifique a função sintática dos termos indicados:
O Menino Maluquinho
(Ziraldo)
Urbano, o aposentado
(A. Silvério, O Globo)
a) todo ano (1a tira);
b) o mesmo (1a tira);
c) de ouro (2a tira);
d) da galinha (2a tira).
F
2
I
I
I
a
b
c
d
e
Fixação
2) (UNIMEP)
I) Ele é muito simpático.
II) Ele trabalhou muito pouco.
III) Há muito livro interessante.
Muito é:
a) adjunto adverbial em I e II e adjunto adnominal em III
b) adjunto adverbial em I e adjunto adnominal em II e III
c) adjunto adverbial em II e adjunto adnominal em I e III
d) adjunto adverbial em I, II e III
e) adjunto adnominal em I, II e III
Fixação
F
3) No período “Ninguém até agora teve para comigo nenhuma palavra de respeito, de carinho4
ou de saudade”, as palavras destacadas têm, respectivamente, a função sintática de:
c
a) adjunto adnominal, adjunto adverbial e objeto indireto;
d
b) objeto indireto, objeto indireto e objeto indireto;
a
c) adjunto adnominal, adjunto adnominal e adjunto adnominal;
b
d) complemento nominal, objeto indireto e adjunto adnominal;
c
e) complemento nominal, complemento nominal e complemento nominal.
d
e
Fixação
4) (PUC) Só pessoas sem visão não admitem que, neste setor, existe oferta considerada
condizente com a procura.
Assinale a opção em que se apresenta corretamente a função sintática dos termos destacados, respeitando-se a ordem em que eles ocorrem no período:
a) adjunto adnominal, objeto direto, complemento nominal;
b) adjunto adverbial, objeto direto, adjunto adnominal;
c) adjunto adnominal, sujeito, complemento nominal;
d) adjunto adverbial, sujeito, complemento nominal;
e) adjunto adnominal, objeto direto, adjunto adnominal.
Fixação
F
5) (PUC) Nos versos:
6
E em que Camões chorou no exílio amargo, o gênio sem ventura e o amor sem brilho.
As expressões destacadas têm, respectivamente, funções sintáticas de:
a) adjunto adverbial de modo, adjunto adverbial de modo;
b) predicativo do sujeito, predicativo do sujeito;
c) complemento nominal, complemento nominal;
d) adjunto adnominal e predicativo do sujeito;
e) adjunto adnominal, adjunto adnominal.
a
b
c
d
e
Fixação
6) (VUNESP)
Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano,
a imagem de relance no espelho.
Os termos destacados analisam-se, respectivamente, como:
a) agente da passiva e objeto indireto;
b) adjunto adverbial de tempo e adjunto adnominal;
c) adjunto adverbial de tempo e adjunto adverbial de causa;
d) predicativo do sujeito e predicativo do objeto;
e) complemento nominal e agente da passiva.
Fixação
7) (UFRJ)
São Cosme e São Damião
Escrevo no dia dos meninos. Se eu fosse escolher
santos, escolheria sem dúvida nenhuma São Cosme
e São Damião, que morreram decapitados já homens
feitos, mas sempre são representados como dois
meninos, dois gêmeos de ar bobinho, na cerâmica
ingênua dos santeiros do povo.
São Cosme e São Damião passaram o dia de hoje
visitando os meninos que estão com febre e dor no
corpo por causa da asiática e deram muitos doces e
balas aos meninos sãos.
E diante deles sentimos vontade de ser bons
meninos e também de ser meninos bons. E rezar
uma oração.
“São Cosme e São Damião, protegei os meninos do
Brasil, todos os meninos e meninas do Brasil. Protegei
os meninos ricos, pois toda a riqueza não impede que
eles possam ficar doentes ou tristes, ou viver coisas
tristes, ou ouvir ou ver coisas ruins.
Protegei os meninos dos casais que se separam e
sofrem com isso, e protegei os meninos dos casais que
não se separam e se dizem coisas amargas e fazem
coisas que os meninos veem, ouvem, sentem.
Protegei os filhos dos homens bêbados e estúpidos,
e também os meninos das mães histéricas e ruins.
Protegei o menino mimado a quem os mimos podem
fazer mal e protegei os órfãos, os filhos sem pai e os
enjeitados.
Protegei o menino que estuda e o menino que
trabalha, e protegei o menino que é apenas moleque
de rua e só sabe pedir esmolas e furtar.
Protegei, ó São Cosme e São Damião! — protegei
os meninos protegidos pelos asilos e orfanatos, e
que aprendem a rezar e obedecer e andar na fila e
ser humildes, e os meninos protegidos pelo SAM, ah!
São Cosme e São Damião, protegei muito os pobres
meninos protegidos!
E protegei sobretudo os meninos pobres dos morros
e dos mocambos, os tristes meninos da cidade e os
meninos amarelos e barrigudinhos da roça, protegei
suas canelinhas finas, suas cabecinhas sujas seus
pés que podem pisar em cobra e seus olhos que
podem pegar tracoma — e afastai de todo perigo e
de toda maldade os meninos do Brasil, os louros e os
escurinhos, todos os milhões de meninos deste grande
e pobre e abandonado meninão triste que é nosso
Brasil, ó Glorioso São Cosme, Glorioso São Damião.
F
8
(Rubem Braga)
Protegei os meninos ricos, pois toda a riqueza
não impede que eles possam ficar doentes ou tristes.
Protegei os filhos dos homens bêbados e estúpidos
e também os meninos das mães histéricas ou ruins.
Protegei o menino que estuda e o menino que
trabalha, e protegei o menino que é apenas moleque
de rua.
d
s
No texto, é utilizada repetidamente a função sintática
presente nos termos destacados acima.
a) Indique que função sintática é essa.
b) Explique qual finalidade do emprego tão frequente
dessa função sintática no texto.
Fixação
8) (UERJ)
A instrução primária é a cellula mater da organização social. Só por meio de sua difusão
é que poderemos evitar a morte de nossa nacionalidade; porque só a instrução primária
pode conservar e expandir no país o uso da língua que os nossos avós legaram — e o que
constitui a nacionalidade é propriamente a língua nacional. A pátria não é a raça, não é o meio,
não é o conjunto de aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo
povo. Um povo só começa a perder a sua independência, a sua dignidade, a sua existência
autônoma, quando começa a perder o amor ao idioma natal.
A morte de uma nação começa pelo apodrecimento de sua língua. Ainda hoje notareis que,
para manter e consolidar a conquista de países subjugados, a primeira cousa que procuram
fazer as nações fortes é impedir nas escolas desses países o estudo da língua materna.
(BILAC, Olavo. Instrução e Patriotismo, Apud Edith Pimentel, [Org.]. O Português do Brasil — textos críticos e teóricos, vol. 1 Rio de
Janeiro / São Paulo: LTC, EDUSP, 1978, p. 965-6)
Nos trechos “A morte de uma nação” e “o estudo da língua materna”, os termos destacados
desempenham funções sintáticas diferentes. Explique, com frases completas, que diferença(s)
sintática(s) existe(m) entre de uma nação e da língua materna.
Fixação
F
9) (UERJ)
A língua é a nacionalidade do pensamento como a pátria é a nacionalidade do povo.
(ALENCAR, José de. Poscrito. Rio de Janeiro. F. Briguiet, 1936.)
1
a) Transcreva integralmente do texto o período em que Olavo Bilac define os significados dep
“Pátria”.
b) Explique, com suas próprias palavras, usando frases completas, qual é o ponto comum entre
a afirmativa de Alencar e o texto de Olavo Bilac.
Fixação
Leia o fragmento a seguir para responder às questões de número 10 a 12.
Por erro ou má-fé, prefeitos que deixam contas em desordem podem até acabar na cadeia.
(Época, 10/01/2005)
10) A posição em que se encontra o trecho em destaque cria uma ambiguidade no texto. Explique em que consiste essa ambiguidade.
Fixação
F
11) Ainda considerando o trecho em destaque, responda:
1
a
a) Qual é a circunstância que esse trecho expressa?
b) Qual é o dado fornecido pelo fragmento que, pelo sentido, mostra-se coerente com a informação contida no trecho?
Fixação
12) Reescreva o fragmento, colocando o trecho destacado em posição adequada para desfazer
a ambiguidade.
Fixação
13) No período simples “Logo, uma elite de jovens executivos e de economistas de prestígio
agarrou a oportunidade” os termos sublinhados são:
a) sujeito composto;
b) complemento nominal;
c) adjunto adverbial;
d) objeto indireto.
Proposto
1) Ao expor as pessoas a constantes ataques à sua integridade física e moral, a violência
começa a gerar expectativas, a formar padrões de respostas.
Os termos as pessoas, a constantes ataques e à sua integridade física e moral são,
na ordem em que aparecem:
a) objeto direto – objeto indireto – complemento nominal;
b) sujeito – objeto direto – objeto indireto;
c) sujeito – objeto indireto – adjunto adnominal;
d) objeto direto – complemento nominal – objeto indireto;
e) sujeito – objeto indireto – complemento nominal.
Proposto
2) Na frase: Em pequena, Virgília vira uma sala repleta de móveis onde havia uma estante com
livros encadernados de dourado e preto, os termos destacados exercem função sintática de:
a) complemento nominal e objeto indireto;
b) adjunto adverbial e adjunto adnominal;
c) adjunto adverbial e complemento nominal;
d) adjunto adnominal e complemento nominal;
e) complemento nominal e adjunto adnominal.
Proposto
3) Ninguém parecia disposto ao trabalho naquela segunda-feira.
O termo destacado exerce a função de:
a) predicativo;
b) complemento nominal;
c) objeto indireto;
d) adjunto adverbial;
e) adjunto adnominal.
Proposto
4) Leia o poema de Cecília Meireles antes de
responder à questão:
Pássaro
Aquilo que ontem cantava
Já não canta.
Morreu de uma flor na boca:
Não do espinho na garganta.
Ele amava a água sem sede,
E, em verdade,
Tendo asas, fitava o tempo,
Livre de necessidade.
Não foi desejo ou imprudência:
Não foi nada
E o dia toca em silêncio
A desventura causada
Se acaso isso é desventura:
Ir-se a vida
Sobre uma rosa tão bela,
Por uma tênue ferida.
Em Morreu de uma flor na boca, o termo
destacado é:
a) adjunto adverbial de causa;
b) adjunto adverbial de modo;
c) adjunto adverbial de instrumento;
d) adjunto adverbial de meio;
e) adjunto adverbial de dúvida.
Proposto
5) (FUVEST)
Tinha grande amor à humanidade.
As ruas foram lavadas pela chuva.
Ele é rico em virtudes.
As palavras destacadas são, respectivamente:
a) complemento nominal, agente da passiva, complemento nominal;
b) objeto indireto, adjunto adverbial, adjunto adverbial;
c) complemento nominal, agente da passiva, objeto indireto;
d) objeto indireto, agente da passiva, complemento nominal.
Proposto
6) (ESPM) Observe os termos destacados das orações que se seguem e identifique a opção
que apresenta a classificação da função sintática:
Sempre esteve acostumado ao luxo.
Naquela época, ainda obedecia aos pais.
Esta roupa não está adequada à ocasião.
Os velhos soldadinhos de chumbo foram esquecidos.
a) complemento nominal – complemento nominal – objeto indireto – complemento nominal;
b) objeto indireto – objeto indireto – objeto indireto – complemento nominal;
c) objeto indireto – complemento nominal – complemento nominal – adjunto adnominal;
d) complemento nominal – objeto indireto – complemento nominal – adjunto adnominal;
e) adjunto adnominal – objeto indireto – complemento nominal – adjunto adnominal.
Proposto
o7) (UEPG) A oração que apresenta complemento nominal é:
a) Os pobres necessitam de ajuda.
b) Sejamos úteis à sociedade.
c) Os homens aspiram à paz.
d) Os pedidos foram feitos por nós.
e) A leitura amplia nossos conhecimentos.
Proposto
8) (UFV) Observe a oração ambígua: “O Padre Gerônico julgou o sacerdote jovem”. Por um
lado, “jovem” pode ser o resultado do julgamento do Padre Gerônico, sendo predicativo;
por outro, pode ser uma característica do sacerdote que independe do julgamento do Padre
Gerônico, sendo adjunto adnominal.
Identifique a opção em que “jovem” não representa o julgamento do Padre Gerônico, sendo
adjunto adnominal.
a) O Padre Gerônico julgou o jovem sacerdote.
b) O Padre Gerônico julgou-o jovem.
c) O sacerdote foi julgado jovem pelo Padre Gerônico.
d) O Padre Gerônico julgou jovem o sacerdote.
e) O Padre Gerônico julgou que o sacerdote era jovem.
Proposto
m9) (UNIMEP) Em: “... as empregadas das casas saem apressadas,de latas e garrafas na mão,
;para a pequena fila do leite”, os termos destacados são, respectivamente:
a) adjunto adverbial de modo e adjunto adverbial de matéria;
b) predicativo do sujeito e adjunto adnominal;
c) adjunto adnominal e complemento nominal;
d) adjunto adverbial de modo e adjunto adnominal;
e) predicativo do objeto e complemento nominal.
Proposto
Sítio do Pica-pau-amarelo
Marmelada de banana, bananada de
goiaba
Goiabada de marmelo
Sítio do Pica-pau-amarelo
Sítio do Pica-pau-amarelo
Boneca de pano é gente, sabugo de
milho é gente
O sol nascente é tão belo
Sítio do Pica-pau-amarelo
Sítio do Pica-pau-amarelo
Rios de prata, pirata
Voo sideral na mata, universo paralelo
Sítio do Pica-pau-amarelo
Sítio do Pica-pau-amarelo
No país da fantasia, num estado de
euforia
Cidade polichinelo
Sítio do Pica-pau-amarelo
(Gilberto Gil. Composição: indisponível)
10) O uso de adjuntos adnominais em contraste
semântico com os núcleos que modificam os
substantivos, sugere o ambiente mágico do
Sítio do Pica-pau-amarelo. Justifique essa
afirmativa.
Proposto
e
11) Na tira de Garfield, a comicidade se dá por uma dupla possibilidade de leitura.
a) Explique as duas leituras possíveis e explique como se constrói cada uma delas.
b) Use vírgula(s) para discernir uma leitura da outra.
Proposto
P
12) (UFSM) Em “Previsivelmente, a intervenção oficial anima o eterno debate ideológico” o
período simples apresenta sujeito + verbo transitivo direto + adjunto adverbial + objeto direto.
A mesma estrutura sintática ocorre em:
a) Todas reclamaram, fortemente, da figura “impossível” das modelos.
b) Insistentemente, a ministra pediu à comissão um ajuste nas programações.
c) Na quinta-feira, o senado argentino aprovou um importante projeto de lei.
d) Na semana passada, as revistas de moda concordam com as exigências do governo.
e) Por birra, a direita alinhou-se à facção das magérrimas.
Proposto
o
Por um pouco de limites
Sempre que devo falar em educação procuro
não parecer cética, mas me lembro do que dizia um
velho e experiente professor: “Se numa turma de
quarenta alunos faço um aprender a pensar, me dou
por satisfeito”.
Não sou modelo de vida escolar. Não fui boa aluna,
passei a gostar de estudar quase na faculdade, em
geral fui medíocre. Das coisas boas que me marcaram,
uma foram os limites sensatos, outra, a autoridade
bondosa. Nada a ver com autoritarismo, desrespeito
ou controle abusivo.
O colégio era severo, não cruel. Estudava-se muito.
Muito de psicologia mal interpretada nos mostrou pelos
anos 60 que não dá para traumatizar crianças e jovens:
eles têm de aprender brincando. Esqueceu-se que a
vida não é brincadeira e que o colégio — como a família
— deveria nos preparar para ela.
Um pouco de ordem na infância e na adolescência —
em casa, na escola e na sociedade em geral — ajudaria
a aliviar a perplexidade e a angústia dos jovens.
Respeito deveria ser algo natural e geral, começando
em casa, onde frequentemente as crianças comandam
o espetáculo.
O exemplo vem de cima, e nisso estamos mal.
Corrupção e impunidade são o modelo que se nos
oferece publicamente. Se os pais pudessem instaurar
uma ordem em casa — amorosa, mas firme —, dando
aos filhos limites e sentido, respeitando o fato de
eles estarem em formação, estariam sendo melhores
do que agindo de forma servil ou eternamente
condescendente.
Aliás, em casa, começaria o melhor currículo, a
melhor ferramenta para a vida: respeitar, enxergar
e questionar. Nem calar a boca, como antigamente,
nem gritar, bagunçar ou ofender: dialogar, comunicar-se numa boa, com irmãos, pais e outros. Isso
estimularia a melhor arma para enfrentar o “tsunami” de
informações, das mais positivas às mais loucas, que
enfrentamos todos os dias: discernimento.
O resto, meus caros, pode vir depois: com
todas as teorias, nomenclaturas, “modernidades” e
instrumentação. É ornamento, é detalhe, pouco serve
para quem não aprendeu a analisar, ler, concentrar-se, argumentar e ser um cidadão integrado e firme no
caótico e admirável mundo nosso.
(LUFT, Lya. Revista Veja, 14 de junho de 2006 adaptação)
13) (FURG) Assinale a opção em que as expressões
grifadas apresentam a mesma função.
I) em casa e numa boa;
II) dos jovens e de cima;
III) sensatos e bondosa;
IV) aos filhos e para ela;
V) de forma servil e de informações
a) IV, V e I estão corretas.
b) II, IV e III estão corretas.
c) III, II e V estão corretas.
d) I, III e IV estão corretas.
e) V, I e III estão corretas.
Proposto
14) (FURG)
No ano passado... Já repararam como é
bom dizer “o ano passado”? É como quem
já tivesse atravessado um rio, deixando
tudo na outra margem...Tudo sim, tudo
mesmo! Porque, embora neste “tudo” se
incluam algumas ilusões, a alma está leve,
livre, numa extraodinária sensação de
alívio, como só se poderiam sentir as almas
desencarnadas. Mas, no ano passado, como
eu ia dizendo, ou mais precisamente, no
último dia do ano passado, deparei-me com
um despacho da Associated Press em que,
depois de anunciado como se comemoraria
nos diversos países da Europa a chegada
do Ano Novo, informava-se o seguinte, que
bem merece um parágrafo à parte:
“Na Itália, quando soarem os sinos à
meia-noite, todo mundo atirará pelas janelas
as panelas velhas e os vasos rachados”.
Ótimo! O meu ímpeto, modesto, mas
sincero, foi atirar-me eu próprio pela janela,
tendo apenas no bolso, à guisa de explicação
para as autoridades, um recorte do referido
despacho. Mas, seria levar muito longe
uma simples metáfora, aliás praticamente
irrealizável, porque resido num andar térreo.
E, por outro lado, metáforas a gente não faz
para a polícia, que só quer saber de coisas
concretas.
Metáforas são para aproveitar em
versos...
Atirei-me, pois, metaforicamente, pela
janela do tricentésimo-sexagésimo-quinto
andar do ano passado.
Morri? Não. Ressuscitei. Que isto da
passagem de um ano para outro é um
corriqueiro fenômeno de morte e ressurreição
— morte do ano velho e sua ressurreição
como ano novo, morte da nossa vida velha
para uma vida nova.
(QUINTANA, Mario. Porta giratória. São Paulo, Ed. Globo, 3ª
edição, 1997.)
Assinale a opção em que as expressões grifadas desempenham o mesmo papel sintático.
a) De alívio, da Europa e pela janela.
b) Leve, concretas e livre.
c) Um rio, um parágrafo e tudo.
d) A alma, metáfora e um recorte.
e) Nossa, já e eu.
Proposto
15) (FURG)
Corrupção, ética e sociedade
A corrupção é um tema recorrente não só no
Brasil, mas também em outros países, com maior
ou menor grau de intensidade.
O Brasil, por vários momentos, habituou-se
com notícias de corrupção em órgãos públicos.
Contudo, não é razoável imaginar que tal
comportamento esteja adstrito a esse único
segmento ou setor da sociedade.
Para além das práticas desvirtuadas na
administração pública, na sociedade civil também
somos assacados pela “lei de levar vantagem”,
pela qual presenciamos as mais diversas formas
de comportamento frente ao cotidiano.
Talvez daí venha o dizer: a lei que pegou ou a
lei que não pegou, numa explícita alusão de que
a desobediência às leis seja uma prática possível
- e tolerada. Os controladores de velocidade
precisam de placas indicativas de sua localização,
para que ninguém seja surpreendido acima da
velocidade permitida. O estacionamento em fila
dupla, em local proibido, mas tolerado é praticado
à abundância, por-que afinal é só um pouquinho,
enquanto “espero meu filho/filha ou meu amigo
que só foi buscar um envelope”, ou por qualquer
outra desculpa, não interessando o transtorno ao
trânsito e às outras pessoas.
Muitos outros exemplos poderiam ser citados.
Temos a sensação de uma indicação quase
infinita de situações inadequadas e corrompidas
do viver em sociedade. Daí a impressão de que
grande número dos seres humanos, sociáveis por
natureza no dizer de Aristóteles, não aprendeu
ou quis aprender limites necessários ao bom e
pacífico convívio.
Viver em sociedade significa relacionamento e
toda e qualquer relação que se pretenda edificante
e prazerosa deverá ter a ética como baliza. A ética
não pode ser vista, exclusivamente, como um
padrão de comportamento profissional. É mais
do que isso, é a ação consciente que persegue
ventura e diz respeito à qualificação de toda a
conduta humana.
(SANTOS, Onélio Luis S. Zero Hora, 26 de agosto de 2006.)
Glossário:
• assacar: acusar.
Assinale a opção em que as palavras ou expressões em destaque desempenham a mesma
função sintática no texto.
a) De comportamento, de placas indicativas e de
corrupção.
b) Ao bom e pacífico convívio, à abundância e as
mais diversas formas.
c) Relacionamento, um envelope e uma prática.
d) Ao cotidiano, à qualificação e às leis.
e) Em fila dupla, da sociedade e com notícias.
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TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO — PARTE 1