UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HIPOA ATUAL SITUAÇÃO DA BRUCELOSE DE BOVINOS ABATIDOS EM CASTANHAL-PA BASEADO NOS DADOS ESTATÍSTICOS DO SERVIÇO DE INSPEÇÃO ESTADUAL-SIE. Claudemir de Araújo silva Francisco Danilo de Aguiar Oliveira Gilson Ferreira de Araújo Belém, jan. 2009 11 Claudemir de Araújo silva Francisco Danilo de Aguiar Oliveira Gilson Ferreira de Araújo Alunos do curso de pós-graduação em HIPOA da UCB ATUAL SITUAÇÃO DA BRUCELOSE DE BOVINOS ABATIDOS EM CASTANHAL-PA BASEADO NOS DADOS ESTATÍSTICOS DO SERVIÇO DE INSPEÇÃO ESTADUAL-SIE. Trabalho apresentado ao curso de pós-graduação em HIPOA da UCB como requisito para conclusão do curso de Especialização Lato sensu em Higiene e Inspeção de produtos de origem animal, sob orientação do professor MSc. Samuel Carvalho de Aragão. Belém, jan. 2009 12 ATUAL SITUAÇÃO DA BRUCELOSE DE BOVINOS ABATIDOS EM CASTANHAL-PA BASEADO NOS DADOS ESTATÍSTICOS DO SERVIÇO DE INSPEÇÃO ESTADUAL-SIE. Elaborado por Gilson Ferreira de Araújo, Francisco Danilo de Aguiar Oliveira e Claudemir de Araújo Silva alunos do Curso de Higiene e Inspeção de Produtos de Origem animal da UCB Foi analisado e aprovado com grau: .............................. __________________________________ Professor Orientador Presidente Belém, jan. 2009 13 AGRADECIMENTOS À Deus por iluminar e guiar nossos caminhos... Ao MSc Samuel Carvalho de Aragão, orientador deste trabalho, que mostrou ser um grande amigo por sua atenção, apoio, confiança, amizade e paciência a nós, durante a realização deste trabalho. À Universidade de Castelo Branco e ao instituto QUALITTAS por oferecer este curso de Pós-graduação. Ao coordenador deste curso e presidente do Sindicato dos Médicos veterinários do Pará Manoel Pereira pela dedicação e incentivo e a sua assitente administrativo Lourdes Rocha pelos auxílios prestados na mediada do possível. Aos colegas de Pós-graduação, em especial ao Medico Veterinário Marco Braga pelas informações e sugestões valiosas. À Marineide Rocha pelas informações fundamentais e disposição a ajudar sempre que necessário. E a todos que direta e indiretamente contribuíram para a realização deste estudo. 14 RESUMO A brucelose é uma doença infecciosa de grande impacto para a cadeia produtiva da pecuária bovina no Brasil e no mundo, pois além de determinar sérios prejuízos ao sistema produtivo, constitui uma importante zoonose. As bursites, Lesões Sugestivas de Brucelose (LSB), apresentam exudatos que tem sido referencial para o diagnóstico da brucelose em bovídeos abatidos. Objetivando verificar a taxa de animais com LSB abatidos no município de castanhal-Pará, foram analisados os mapas de inspeção post mortem dos bovinos de dois abatedouros-frigoríficos sob o SIE nos anos de 2007 e 2008. De acordo com os dados levantados em ambos os estabelecimentos o número de animais positivos nos 12 meses de estudo foi de 121 (0,1%), deste total 116 (96%) eram fêmeas e 5 (4%) machos de 121.140 Bovinos abatidos. A aplicação do teste de Student (t), não demonstrou diferença significativa entre os períodos de mais ou menos chuva (P=0,05). O frigorífico B deteve o maior índice de carcaças condenadas com 77 (0,1%) de 74.397 bovinos abatidos; o frigorífico A registrou 44 (0,09%) condenações de 46.743 carcaças inspecionadas. A região Sul/Sudeste detem a maior prevalência de animais com LSB, apresentando 51 (42%) casos, seguida da região Nordeste, com 42 (35%) e região Sudoeste com 28 (23%) casos. As cidades de Novo Repartimento (sudeste), Anapu e Pacajá (sudoeste), foram as que mais apresentaram condenações, apresentando respectivamente 32 (26,44%), 14 (11,5%) e 11 (9,09%), aminais com LSB, sendo que os três municípios estão bastante próximos um do outro. Neste estudo verificou-se que o número de animais abatidos de 2006 a 2008 nos frigoríficos A e B cresceu gradualmente e a taxa de prevalência da brucelose se manteve em 0,1%. Assim entende-se que estes resultados são reflexos das medidas tomadas pelo Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT). PALAVRAS – CHAVE: brucelose, Castanhal, bovino. 15 ABSTRACT The Brucellosis is an infectious disease of major impact on the productive chain of bovine livestock in Brazil and worldwide, as well as serious damage to determine the production system, is an important zoonosis. The bursitis, lesions suggestive of Brucellosis (LSB), which has been present exudatos reference for diagnosis of brucellosis in cattle slaughtered. Aiming to check the rate of animals slaughtered in the city of LSB Castanhal-Pará, were analyzed maps of post mortem inspection of cattle for slaughter, two refrigerators under the EIS in the years 2007 and 2008. According to data collected in both sites the number of positive animals in the 12 months of study was 121 (0.1%) of total 116 (96%) were females and 5 (4%) males of 121,140 cattle slaughtered . The test of Student (t), showed no significant difference between periods of more or less rain (P = 0.05). The refrigerator B held the highest rate of condemned carcasses with 77 (0.1%) of 74,397 cattle slaughtered, the refrigerator The registered 44 (0.09%) convictions of 46,743 carcasses inspected. The region South / Southeast holds the highest prevalence of animals with LSB, giving 51 (42%) cases, followed by the Northeast, with 42 (35%) and South West region with 28 (23%) cases. The cities of New Repartimento (southeast), and Anapu Pacajá (southwest) were presented to more convictions, showing respectively 32 (26.44%), 14 (11.5%) and 11 (9.09%), amines with LSB, and the three cities are very close to each other. This study found that the number of animals slaughtered from 2006 to 2008 A and B in refrigerators grew gradually and the rate of prevalence of brucellosis has remained at 0.1%. Thus it is understood that these results are consequences of the measures taken by the National Program for Control and Eradication of Brucellosis and Tuberculosis. WORDS - KEY: brucellosis, Castanhal, bovine. 16 LISTAS DE ILUSTRAÇÕES Figura 01 - comparação entre as proporções de machos e fêmeas que apresentaram LSB, nos dois frigoríficos estudados...................................................................................................25 Figura 02 - Análise do abatedouro-frigorífico com o maior e menor número de LSB, no período de 12 meses de registro.............................................................................................................26 Figura 03 - Prevalência das LSB em bovinos abatidos no frigorífico A, segundo as suas procedências.......................................................................................................................28 Figura 04 - Prevalência das LSB em bovinos abatidos no frigorífico B segundo as suas procedências.........................................................................................................................29 Gráfico 01 - Demonstração dos municipios que apresentaram a maior procedência de animais positivos em ambos os frígoríficos estudados...............................................................30 Figura 05 - Mapa do estado do Pará ilustrando a região Sudoeste e sudeste (NR), com as cidades que apresentaram a maior prevalência de positividade....................................................31 17 LISTA DE TABELAS Tabela 01 - análise comparativa das condenações de caraças bovinas ocorridas entre julho de 2007 e junho de 2008 e suas prevalências nos frigoríficos estudados............................23 Tabela 02 - Total de carcaças condenadas e sua distribuição de acordo com o período do ano e sexo nos estabelecimentos A e B.......................................................................................25 Tabela 03 - Distrubuição de frequencia das LSB em bovinos abatidos nos frigoríficos A e B, segundo as regiões e municipios de orígem....................................................................27 18 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 1 dc .......................................................................................................................Depois de Cristo 2 et al........................................................................................................................Colaboradores 3 MAPA........................................................Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento 4 PNCEBT.............Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose 5 ADEPARÁ................................................Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará 6 EUA....................................................................................................Estados Unidos da América 7 RFX.....................................................................................Reação de Fixação do Complemento 8 Me..........................................................................................................................Mercapto Etanol 9 AAT .........................................................................................Antígeno acidificado Tamponado 10 SER....................................................................................................Sistema Retículo Endotelial 11 NR....................................................................................................................Novo Repartimento 12 SIE..................................................................................................Serviço de Inspeção Estadual 13 2007/2.....................................................................................Segundo semestre do ano de 2007 14 2008/1.....................................................................................Primeiro semestre do ano de 2008 15 LSB............................................................................................Lesões Sugestivas de Brucelose 16 P...................................................................................................................Probabilidade de erro 17 B........................................................................................................................................Brucellas 19 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................11 2. OBJETIVOS...........................................................................................13 2.1. OBJETIVO GERAL.....................................................................13 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................13 3.REVISÃO DE LITERATURA...................................................................14 3.1. HISTÓRICO................................................................................14 3.2. A DOENÇA ................................................................................15 3.3. O AGENTE.................................................................................16 3.4. TRANSMISSÃO E PATOGENIA................................................16 3.5. SINAIS CLÍNICOS...................................................................17 3.5.1. NOS ANIMAIS................................................................17 3.5.2. NOS HUMANOS............................................................17 3.6. DIAGNÓSTICO..........................................................................18 3.6.1. DIAGNÓSTICO DE BURSITE E BRUCELOSE.............20 3.7. CONTROLE E PROFILAXIA.............................................20 4. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................22 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................23 6. CONCLUSÃO.........................................................................................32 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................33 20 1 – INTRODUÇÃO A Brucelose é uma zoonose de evolução crônica, que acomete animais em todo o mundo, causada pela bactéria do gênero Brucella, compromete especialmente os sistemas reprodutivo e locomotor dos animais, ocasionando o abortamento no terço final da gestação (ALMEIDA et al., 2007) sendo de distribuição mundial, responsável por consideráveis perdas econômicas na população bovina (RIET CORREA et al,2002) e risco a saúde humana (FAVERO et al.,2008) No Brasil as perdas animais de carne e leite foram estimadas pelo Ministerio da Agricultura em 100 milhões de dólares, no abate as perdas são representadas por rejeição e condenação da carcaça (Brasil, 2001), que é feita por observação macroscópica de Lesões Sugestivas de Brucelose (bursite, higroma articulares e orquite) (VERONESE, 1991), nas quais são isoladas brucellas vivas, representando risco a saúde do consumidor, trabalhadores, contaminação de carcaças, órgãos e meio ambiente do abate (LANGENEGGER et al., 1975.) As bursites são lesões compatíveis com infecções localizadas causadas por brucellas em bovinos e outros animais e cujos exudatos tem sido apontado como um referencial para o diagnóstico da brucelose em bovídeos abatidos. Nos machos e fêmeas, podem surgir higromas e bursite interescapular que tem sido bastante encontrada em matadouros (LANGENEGGER et al., 1975; RIBEIRO et al., 2003). Quando a brucelose é introduzida em um rebanho pode ter uma disseminação considerável e com freqüência, muito rápido pela progressiva intensificação da produção leiteira e de corte, assim como pela concentração das criações bovinas (BEER, 1998). Isso pode levar a grandes perdas por abortos, infertilidade, mortalidade perinatal, retenção de placenta, infecões genitais secundárias e queda na produção leiteira, sempre quando não forem tomadas as medidas apropriadas (Al Diri et al., 1992) No Brasil a doença tem considerável importância econômica e sanitária, ocorrendo em todas as regiões, com prevalênica que oscila em torno de 2,5 a 18,7% (Brasil, 1998). Devido ao impacto econômico e zoonótico da doença houve uma necessidade definitiva do estabelecimento de programas de controle, prevenção e diagnóstico para que se pudesse controlar a doença, uma vez que o tratamento não é 21 11 permitido pela legislação brasileira (Oliveira, et al., 2008). Isso motivou a implantação de um programa nacional de controle e erradicação da brucelose juntamente com a tuberculose (Brasil, 2006). Apesar das muitas informações sobre bruceloses, são poucos os estudos referentes à distribuição da doença em diferentes matadouros-frigoríficos sob inspeção estadual e federal no estado do Pará. Assim este trabalho objetiva verificar a atual situação da brucelose em dois abatedouros-frigoríficos na cidade de castanhal-Pará, através da analise dos mapas de inspeção post mortem, com o intuito de buscar incentivar novas pesquisas nessa área e divulgar as informações presentes sobre brucelose, visto que essa enfermidade constitui um grande problema em saúde pública. 22 12 2 – OBJETIVOS 2.1- GERAL: Verificar a ocorrência de brucelose em bovinos abatidos na cidade de castanhal-Pa, tendo como base os mapas de inspeção post-mortem do Serviço de Inspeção Estadual – SIE, no ano de 2007/2 e 2008/1. 2.2- ESPECÍFICO: • Comparar entre machos e fêmeas o percentual de animais positivos. • Verificar o período de maior ocorrência da doença. • Identificar o frigorífico com o maior índice de lesões sugestivas de Brucelose. • Mapear a procedência dos animais abatidos. • Comparar os dados de prevalência após a implantação do PNCEBT 23 13 3 - REVISÃO DE LITERATURA 3.1- HISTÓRICO David Bruce, em 1887, foi o primeiro a isolar e caracterizar o microorganismo responsável pela brucelose, até então conhecida como febre de malta, que se espalhava entre os soldados ingleses na ilha de Malta. A princípio o microorganismo foi denominado Micrococcus melitensis, entretento, Berhard Bang, em 1895, isolou pequenos cocobacilus Gran-negativos de tecidos provenientes de um caso de aborto de e os denominou de Bacillus abortus. Com o estudo desses dois microorganismos, verificou-se o grande parentesco entre eles e decidiu-se homenagera o descobridor desse gênero, denominando-os de Brucella (MEYER, 1990). Segundo CORBEL (1997) em 1905 pesquisadores demonstraram a presença de B. melitensis em leite de cabra, e outros estudos demonstraram que esse microorganismo foram encontrado em lesões ósseas típicas de brucelose em esqueleto de pessoas mortas durante a primeira erupção vulcânica do Monte vesúvio, nas antiga cidade romana de Herculaneum, em agosto de 79 d.C. Durante o império Romano, cabras e carneiros eram os principais animais domésticos e o leite era utilizado para fabricação de queijo , principal ingrediente da cozinha romana, era a principal fonte da infecção conhecida como Febre de Malta. No Brasil, a brucelose foi detectada primeiramente por Gonçalves Carneiro em 1913 que verificou um caso em humano (VERONEZI, 1976, apud POESTER et al 2002). Em 1922 foi realizado o primeiro estudo de brucelose bovina em 1922 através de pesquisas epidemiológicas e exame microscópico de tecidos de fetos abortados, realizados por Tineciro Icibaci (BRASIL, 1988). Desde sua descoberta a brucelose continuou sendo uma doença cosmopolita que tem como fatores de risco, além da ingestão de alimentos contaminados, o contato com animais e o exercício de atividades que envolvem o contato com eles (ALMEIDA, ET AL., 2007). Conforme STOCCO (1993) um número pequeno de países tem sido capaz de erradicar a brucelose bovina através de sistemas sofisticados de Vigilância Sanitária. Assim é considerada erradicada no Japão, Israel, Dinamarca, Canadá, Suíça, Ex-Iugoslávia, República Tcheco-Eslováquia, Finlândia, Holanda, Noruega, Suécia, Bélgica, Ex República Federal da Alemanha, Áustria, Hungria e Romênia. Entretanto, países desenvolvidos como EUA, França, Grã-Bretanha, Austrália, Nova Zelândia e Irlanda ainda não conseguiram erradicá-la totalmente. No Brasil, a brucelose ocorre de maneira endêmica em todo o território nacional, principalmente a brucelose bovina por ser esta espécie animal, a mais difundida, e de maior interesse econômico de maior destaque (ALMEIDA et al, 2007). Em 1993 RIET CORREA et al., 2001 avaliaram a prevalência de brucelose bovina nas diferentes regiões brasileira e observaram que: na região Norte a prevalência foi de 8,45%; Nordeste 4,53%; Centro-Oeste 2,69%; Sudeste 1,51% e Sul 1,19%. Na região Norte do Brasil, os rebanhos apresentam taxa de prevalência para brucelose cerca de cinco vezes maior que a média Nacional (BRASIL, 1997) sendo a doença observada em vários 14 24 municípios paraense, inclusive na região metropolitana de Belém, durante o abate de animais para o consumo (COSTA, 1999). 3.2 - A DOENÇA A brucelose também conhecida como febre de Malta, é uma doença infecciosa causada pelas bactérias do gênero Brucella. Essas bactérias são principalmente transmitidas entre animais, e causa brucelose em muitos vertebrados diferentes como carneiro, bode, gado, cervo, porco, cachorro, etc. Os humanos são infectados ao entrar em contato com animais, ou produtos animais contaminados com essas bactérias. (FAVERO et al., 2008 ), sendo assim, uma zoonose de distribuição mundial (BRASIL, 2001). São encontradas seis espécies de Brucellas, definidas pelas características bioquímicas, sorológicas e sensibilidade a bacteriófagos que são: B. abortus; B. suis; B melitensis;B. canis; B. neotomae; B. ovis (RIET CORRÊA et al., 2001). O grau de patogenicidade das espécies para o homem obedece a seguinte ordem B. melitensis, B. suis, B. abortus e B. ovis. A B. ovis e B. neotomae são consideradas não patogênicas à espécie humana (Carvalho e Mathias, 1984). Segundo BEER (1988) a disseminação da brucelose pode ter uma freqüência muito rápida pela progressiva intensificação da produção leiteira e de corte, assim como, pela concentração das criações bovinas, sempre que não sejam tomadas as medidas apropriadas de proteção e de combate. A entrada do agente em criações não infectadas é produzida em primeiro lugar, pela estabulação das fêmeas gestantes infectadas, ainda sem manifestações clínicas. Também é possível mediante a compra de vacas clinicamente sadias, mas já infectadas, que abortaram ou pariram um feto morto anteriormente com relação à saúde humana, a doença é importante porque o agente pode causar a febre ondulante no homem com a possibilidade da infecção ocorrer pela ingestão do leite contaminado, então é necessário que seja pasteurizado. De acordo com MAFRA (2000) As regiões onde existe uma maior prevalência desta doença são normalmente localidades rurais, onde a contaminação de animais não é ainda controlada ocorrendo, consequentemente, a transmissão e a infecção ao Homem. A infecção ocorre em bovinos de todas as idades, porém persiste mais comumente em animais sexualmente maduros (BLOOD e RODOSTIT 1983). De acordo com POESTER, (2002) além da possível contaminação dos consumidores de produtos de origem animal, a brucelose pode causar até 20% de perda da produtividade em rebanhos bovinos e tornar a carne, o leite e seus derivados vulneráveis a barreiras sanitárias no mercado internacional, provocando prejuízos de 32 milhões de dólares ao ano para a economia brasileira. As perdas econômicas somadas ao fato de se tratar de uma zoonose amplamente distribuída tornam obrigatória à adoção de medidas de erradicação e controle da doença no animal hospedeiro, já que a prevenção da brucelose em seres humanos depende até o momento do controle realizado na espécie animal, uma vez que não existe vacinação para o controle dessa enfermidade no homem (ALMEIDA et al, 2007). 25 15 3.3 - O AGENTE A doença é causada por bactérias do gênero Brucella, que são pequenos cocobacilus, Grannegativos, intracelular facultativos, sem motilidade, sem flagelos, que não secretam toxinas, não são capazes de encapsular nem de esporular. Essas bactérias são muito resistente ás intempéries ambientais e podem sobreviver a grandes períodos no meio ambiente. Seu crescimento é aeróbico, mas algumas espécies necessitam de uma atmosfera de 5 a 10% de CO2, a temperatura ótima de crescimento é de 37°C (ALMEIDA et al, 2007). Os antígenos principais das brucellas são denominados A de abortus; M de melitensis; a B. suis possui ambos os antígenos; B. ovis e B. canis não têm esses antígenos de parede. (CORREA; CORREA, 1992). Atualmente, a taxonomia do gênero brucella vem sendo revista e novas espécies vêm sendo descobertas, mas classicamente o gênero se divide em seis espécies, com base em características metabólicas e bioquímicas. Essas espécies apresentam preferência por diferentes hospedeiros. São B. abortus, isoladas de bovinos; B. melitensis, isolada de caprinos; B. ovis, isolada de ovinos; B. suis, isolada de suínos; B. canis, isolada de canino; B. neotomae, que foi isolada de um rato do deserto norte americano. Recentemente foi proposto a inclusão de duais novas espécies : B. cetaceae e B. pinnipeds, isoladas de mamíferos marinhos, setaceans e pinnipeds, respectivamente (ALMEIDA et al, 2006) Segundo Corbel, (1997) apenas três espécies apresentam risco de infecção ao homem: B. abortus; B.suis; B. melitensis, sendo que a mais patogênica ao homem é B. melitensis e a mais difundida mundialmente é B. abortus, sendo essa a maior responsável pela infecção em bovinos e bubalinos. . 3.4 - TRANSMISSÃO E PATOGENIA A transmissão se faz por contaminação direta pelo contato com fetos abortados, placentas e descargas uterinas. A Brucella abortus penetra no organismo pela mucosa oral nasofaringe, conjuntival ou genital e pele intacta (RIET-CORREA, 1998). A infecção congênita pode ocorrer em bezerros recém-nascidos como resultado de uma infecção uterina e a enfermidade pode persistir em uma pequena proporção de bezerros, que podem apresentar resultados negativos até que ocorra o primeiro parto ou aborto. Nas vacas adultas não grávidas, a infecção localiza-se no úbere, e no útero se ocorrer prenhês, se infecta nas fases de bacteremia periódicas originárias do úbere. Os úberes infectados são clinicamente normais, mas são importantes como fonte de reinfecção uterina, como fonte de infecção para bezerros que ingere o leite. O eritritol, uma substância encontrada no útero gravídico, é capaz de estimular o crescimento de Brucella abortus, ocorre naturalmente em grande concentração na placenta e fluídos fetais e é provável responsável pela localização da infecção nesses tecidos. O aborto ocorre no terço final da gestação. (BLOOD e RADOSTIT 1983). A transmissão ao Homem pode dever-se ao contacto com animais doentes - como, por exemplo, no transporte de recém nascidos infectados que nasceram no campo podendo haver uma transmissão 26 16 através da pele, ao levar as mãos aos olhos (tecidos conjuntivos); ingestão de carne, leite e queijo contaminados, que não sofreram pasteurização; manipulação dos produtos animais como a lã, o leite, queijo (MAFRA, 2000) acidentes em laboratório também pode atuar como modo de transmissão, não há transmissão de pessoa a pessoa (REVISTA VETERINÁRIA IN FOCO, 2003). Após invadir o corpo, os microorganismos passam para o sangue e são carreados para vários órgãos e tecidos onde eles se multiplicam livremente (WINKLER, 1982). Após a invasão inicial no organismo, a localização ocorre inicialmente nos linfonodos que drenam a área e, então há a disseminação para outros tecidos linfóides, incluindo lifonodos esplênicos, mamários e ilíacos (BLOOD e RADOSTIT 1983). A multiplicação deste agente ocorre principalmente nos órgãos ricos em elementos do SRE, útero grávido, testículos e vesículas seminais e glândulas mamárias. Das estruturas ditas acima as que têm maior importância na disseminação do agente ao possibilitarem a sua excreção são, no caso das fêmeas, os corrimentos vaginais, líquido amniótico e leite; nos machos, o sêmen (LOUZÃ, 1993). A Brucella abortus é um microorganismo que se abriga dentro da célula. É provável que essa localização seja um importante fator para sua sobrevivência no hospedeiro e pode ser uma explicação para os títulos transitórios que ocorrem em alguns animais após episódios isolados de bacteremia e para a ausência de títulos em animais com infecção latente (BLOOD e RADOSTIT 1983). 3.5 - SÍNAIS CLÍNICOS 3.5.1- NOS ANIMAIS Nos animais a brucelose pode se manifestar de diversas maneiras de acordo com o hospedeiro, nos bubalinos e bovinos a manifestação clínica principal é o aborto, que se dá em volta do sétimo mês de gestação, outros sinais clínicos predominantes nesses animais são nascimento de bezerros prematuros, esterilidade e baixa produção de leite (CORRÊA e CORRÊA, 1992). De acordo com BRASIL (2006) os animais infectados apresentam uma placentite necrótica, com retenção de placenta. Depois do primeiro abortamento, são mais comuns a presença de natimortos e o nascimento de bezerros fracos. Nos touros a infecção se localiza nos testículos, vesículas seminais e na próstata. A doença manifesta-se por orquite, que acarreta baixa de libido e infertilidade. Os testículos podem apresentar, também, degeneração, aderência e fribrose. Às vezes podem ser observados higromas e artrites (RIETCORREA et al, 1998). Em geral os sinais desaparecem e os animais tornam-se perigosas fontes de infecção para o rebanho (ALMEIDA et al, 2007). 3.5.2- NOS HUMANOS A brucelose humana é considerada uma doença ocupacional, afetando determinados grupos profissionais com maior intensidade, representando consideráveis riscos à saúde pública (OPS, 1974). 17 27 Foi estimado por Araj et al., (1996) a ocorrência anual de 500 mil novos casos de brucelose humana, dos quais apenas cerca de 4% são notificados, suspeitando-se que a grande maioria dos casos não é detectada. Geralmente o período de incubação da brucelose no ser humano é de uma a três semanas. É uma doença septicémica manifestando-se por febre contínua, intermitente ou irregular. Tal como em outras doenças febris o doente apresenta intensa sudorese e temperatura elevada, uma sensação de fraqueza de modo que qualquer exercício físico provoca rapidamente o cansaço. A febre pode ser de tal modo irregular que a temperatura de um doente pode ser normal de manhã e subir até aos 40ºC ao meio dia. Outros sintomas são insônia, impotência sexual, anorexia, dores articulares. A doença pode prevalecer durante semanas, meses ou anos (ACHA E SZYFRES, 1986). Complicações ósteo-articulares podem estar presente em cerca de 20 a 60% dos pacientes, sendo a articulação sacroilíaca a mais atingida. Orquite e epididimite têm sido relatadas, também, pode ocorrer endocardite bacteriana. Em geral os pacientes se recuperam, sendo para isso, importante o diagnóstico e tratamento precoces. Recidivas ocorrem, com manifestações parciais ou gerais do quadro (VETERINÁRIA IN FOCO, 2003). NETO et al., (1999) avaliarem a ocorrência de um caso de brucelose humana em um homem de 23 anos de idade com febre prolongada causada por Brucella abortus, no qual foi encontrado a presença de abscesso esplênico, identificado através de tomografia computadorizada de abdômen. A evolução foi favorável com a introdução apenas de antibióticos, havendo regressão completa das lesões. Segundo os mesmos autores, atualmente os casos de brucelose humana têm sido associados à doença profissional. As infecções por B. abortus e B. suis têm sido identificadas em homens adultos que trabalham em indústria de abatedouros-frigoríficos. A infecção por B. melitensis está associada com o consumo de produtos de laticínios não pasteurizados. 3.6 - DIAGNÓSTICO O diagnóstico sorológico constitui uma das principais bases em que se apóiam os programas de controle da brucelose. Sem o diagnóstico correto torna-se praticamente impossível realizar programas de erradicação. Assim, a disponibilidade de métodos confiáveis para o diagnóstico é essencial em campanhas de combate às doenças infecciosas, dentre elas a brucelose (MOLNÁR L. et al., 2002) . A suspeita da doença está baseada fundamentalmente nos sinais clínicos, entretanto, o diagnóstico sempre será sorológico, porque há numerosas causas de aborto, e porque os sinais de brucelose têm similares em outras enfermidades animais (CORRÊA e CORRÊA, 1992). Os testes sorológicos permitem a pesquisa de anticorpos no soro e leite dos animais infectados. As técnicas internacionalmente indicadas para o diagnóstico no soro são a aglutinação rápida em placa com antígeno acidificado, como prova de triagem, e as provas de fixação de complemento, 2mercaptoetanol e aglutinação lenta (de Wright), como provas complementares. O diagnóstico sorológico é feito quando as fêmeas atingem a maturidade, os anticorpos vacinais (em novilhas vacinadas no 28 18 período de 3 a 8 meses) só irão interferir ocasionalmente nos levantamentos. O mesmo não se pode dizer de animais vacinados após os 8 meses, onde os anticorpos persistirão por muito mais tempo. Sendo assim um teste sorológico que possa distinguir anticorpos vacinais de anticorpos resultantes de infecção com amostras patogênicas de B. abortus tem sido objetivo principal de muitas pesquisas (CORRÊA e CORRÊA 1992). O teste de triagem adotado na detecção da brucelose é o antígeno acidificado tamponado (AAT). Nele, soro é misturado com o antígeno específico, que contém 8% de brucelas mortas, aguardando-se quatro minutos para a leitura. Se a amostra for positiva, anticorpos presente no soro reagirão com o antígeno e ocorrerá o fenômeno da aglutinação. O teste é sensível (95% de margem de acerto), de baixo custo e prático. Animais com resultado positivo poderão submeter-se a testes mais específicos, como a Prova de Mercaptoetanol (2-ME) ou a Reação de Fixação do Complemento (RFC), que é o teste de referência para a doença. Estes testes são especialmente úteis para identificar animais infectados em rebanhos crônicos, quando a brucelose é mais difícil de ser combatida (NIELSEN, 1995). Antes de 2001, o controle da brucelose no Brasil era regido pela Portaria nº 23 e dependia, principalmente, de iniciativas individuais. A partir de 2001 foi instituído pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose – PNCEBT com o objetivo de diminuir o impacto negativo dessas zoonoses na saúde humana e animal (BRASIL, 2006). De acordo com BRASIL, (2006) para que um programa nacional de combate a qualquer doença seja eficaz depende, em parte, da qualidade e da padronização dos procedimentos de diagnóstico utilizados. Os testes de diagnóstico indireto, para brucelose, reconhecidos como oficiais no Brasil pelo PNCEBT são: O teste do antígeno acidificado tamponado, que é muito sensível e de fácil execução, é o teste de triagem realizado por médicos veterinários habilitados, por laboratórios credenciados ou por laboratórios oficiais credenciados; os animais que reagirem ao teste de triagem poderão ser submetidos a um teste confirmatório, o 2-Mercaptoetanol; O 2- Mercaptoetanol é mais específico, e é executado por laboratórios credenciados ou por laboratórios oficiais credenciados; O teste de fixação de complemento, ou outro que o substitua, é realizado em laboratórios oficiais credenciados para efeito de trânsito internacional, como teste confirmatório em animais reagentes ao teste de triagem, ou para diagnóstico de casos inconclusivos ao teste do 2Mercaptoetanol; O teste do anel em leite poderá ser utilizado para monitoramento da condição sanitária de propriedades livres ou como ferramenta de diagnóstico em sistemas de vigilância; epidemiológica; pode ser executado por médicos veterinários habilitados, por laboratórios credenciados ou por laboratórios oficiais credenciados. O diagnostico humano se baseia na suspeita clínica, mas para confirmação é necessário a utilização de técnicas diretas, como o cultivo do microorganismo e provas indiretas, como as provas 29 19 sorológicas, dentre elas destacam- se, Rosa de Bengala, Fixação do Complemento, Provas Enzimáticas (ELIZA), Soroaglutinação e a prova de Coombs antibrucella, o manejo é feito com antibióticos do tipo aminoglicosideos e tetraciclinas. (ÓRTEGON e BAYONA, 2004). 3.6.1 – DIAGNÓSTICO DE BURSITE E BRUCELOSE As bursites são lesões compatíveis com infecções localizadas causadas por brucellas em bovinos e outros animais e cujos exudatos apresentam elevados títulos de anticorpos que, em muitos casos, são mais altos que os títulos séricos, de modo que esse tipo de lesão tem sido apontado como um referencial para o diagnóstico da brucelose em bovídeos abatidos e mesmo em outras espécies acometidas de lesões semelhantes observadas no criatório (LANGENEGGER et al., 1975; RIBEIRO et al., 2003). Nos machos e fêmeas, apesar de não ser comum podem surgir higromas que atingem grande tamanho, e bursite interescapular que é pouco comum nesta espécie, mas tem sido encontrada em matadouros (LANGENEGGER; SECCHIN; BATISTA, 1975). A associação de bursites com infecção brucélica foi estabelecida por Boyd et al. (1930), que fizeram as primeiras referências sobre a presença de Brucella spp. em higromas carpais em bovinos. Pardi et al. (1956) e Langenegger & Bezerra (1963, 1965) associaram Brucella abortus através de isolamento aos casos de bursites observados em bovinos abatidos, respectivamente, em Barretos, SP e Rio de Janeiro, RJ. Langenegger & szechy (1961) e Ribeiro et al. (2003), também realizaram essa associção isolando B. abortus em eqüinos portadores de bursite cervical, o que comprova que neste tipo de lesão são encontrados organismos brucélicos. Da mesma forma Freitas e Oliveira (2005) comprovaram a associação de brucella spp através do isolamento deste organismo no exudato das bolsas serosas. Musa et al., (1990) encontrou outros organismos exudato de bursites, entre eles nematódios como Onchocerca sp., ainda assim, Freitas e Oliveira (2005) afirmam em seus estudos que as lesões de origem hematogênica (bursites) tem relação sorológica com infecção brucélica. 3.7 CONTROLE E PROFILAXIA De acordo com RIBEIRO (2000) as medidas de controle e profilaxia são realizadas pela vacinação, o controle de trânsito e medidas higiênicas. A vacinação com Brucella abortus viva, variedade 19, representa uma ajuda valiosa no controle da brucelose. Sua principal contribuição é que ela protege os animais sadios que vivem em um ambiente contaminado, propiciando que os doentes sejam eliminados gradativamente. A vacinação pode não eliminar a brucelose, mas pode ser utilizada como base de sua erradicação. 30 20 A variedade B19 da B. abortus tem baixa virulência e é incapaz de causar aborto, exceto em uma pequena proporção de vacas vacinadas nos estágios finais da gestação, não obstante possa causar a febre ondulante no homem. Suas duas outras desvantagens são a incapacidade de prevenir completamente a infecção, principalmente a infecção mamária, e a persistência, em alguns animais, de títulos após a vacinação. A idade ideal para a vacinação é entre três e oito meses (RIBEIRO, 2000). Quanto ao controle de trânsito de animais tem- se, que em áreas que são declaradas livres de brucelose só se deve fazer introdução de animais com testes de soro aglutinação negativo e realizar testes anualmente. Exigir atestado negativo de brucelose na compra de animais. Recomenda-se adquirir somente matrizes de propriedades livres e, de preferência, que tenham sido vacinadas na idade de 3-8 meses (RIBEIRO, 2000). A doença pode ser combatida seguindo-se as normas do PNCEBT e empregando-se práticas específicas de manejo. O controle da brucelose apoia-se basicamente em ações de vacinação massal de fêmeas com idade entre 3 a 8 meses, e diagnóstico e sacrifício dos animais positivos. São também muito importantes as medidas complementares, que visam diminuir a dose de desafio caso ocorra a exposição bem como é importante o controle de trânsito para os animais de reprodução (BRASIL, 2006). A vacinação com a B19 reduz a taxa de infecção em zonas de alta prevalência deve ser aplicada em dose única em bezerras, preferencialmente em torno do quinto mês de idade. A vacina produz uma resposta que aumenta a resistência à doença pela ativação de leucócitos, principalmente do tipo macrófagos e linfóciotos T. Porém, vacinação não é 100% efetiva na prevenção da doença: protege aproximadamente 65% dos animais vacinados à exposição contra a brucela (PAULIN, 2003). O controle da brucelose, no homem, deve basear-se na educação sanitária. A utilização de equipamentos de proteção individual como luvas, avental e botas de borracha nos estabelecimentos de abate e ao lidar com fêmeas no momento da parição, deve ser rigorosamente obedecida. Fêmeas que abortaram ou pariram devem sofrer processo de higienização, lavando-se muito bem as áreas mais afetadas (principalmente a região do períneo). Os locais contaminados também devem ser limpos e desinfetados com produtos apropriados. Precauções como não tomar leite não tratado ou comer subprodutos deste leite não pasteurizado, também são muito importantes (PAULIN, 2003). 31 21 4 - MATERIAL E MÉTODOS Todos os dados para o desenvolvimento deste trabalho foram fornecidos pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (ADEPARA), que detém as informações catalogadas pelo Serviço de Inspeção Estadual – SIE. Foram analisados os mapas de inspeção post-mortem de julho a dezembro de 2007 e de janeiro a junho de 2008, utilizados pelo SIE durante o abate dos bovinos para a realização de um levantamento de dados sobre Brucelose na cidade de castanhal, localizada na região nordeste do Pará. Nesta cidade há dois matadouros-frigoríficos sob inspeção Estadual, e que por motivos legais, foi privada a razão social destas indústrias, sendo assim, identificadas pelas letras A e B. Para a execução deste trabalho Foi realizada a coleta das informações dos mapas de inspeção póst mortem, onde são feitas as anotações dos casos positivos (lesões sugestivas de Brucelose-LSB), diagnosticados pelo SIE durante o segundo período de 2007 e primeiro período de 2008. A análise destes dados foi realizada da seguinte forma: separando o percentual de animais com LSB do total geral abatido nos anos em questão; verificando o período que se deu o maior número de condenações de carcaças; comparando entre machos e fêmeas o maior número de positivos; realizando o levantamento do número de carcaças condenadas por abatedouro, bem como sua distribuição por municípios de onde procedem os animais para o abate. 32 22 5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise dos mapas de inspeção post-mortem dos 2 (dois) abatedouros frigoríficos inspecionados pelo SIE, mostraram que a quantidade total de animais abatidos nos períodos de julho a dezembro de 2007 e janeiro a junho de 2008, corresponderam a 121.140 bovinos. Deste total, 121 (0,1%) foram registros de lesões sugestivas de brucelose (LSB), dos quais se obtiveram 116 (96%) fêmeas e 5 (4%) machos (Tabela 01). Tabela 01 - análise comparativa das condenações de caraças bovinas ocorridas entre julho de 2007 e junho de 2008 e suas prevalências nos frigoríficos estudados. Espécies Animais abatidos Bovinos Total carcaça Carcaças Carcaças condenada condenadas condenadas ♀ ♂ 121.140 121 116 05 - 0,1% 96% 4% Prevalência A prevalência de LSB encontrada neste levantamento foi de 0,10% nos animais abatidos, tal valor é semelhante ao resultado encontrado por Oliveira (2003), em um abatedouro de Belém, cuja prevalência, também foi 0,10% de positividade. Porém inferiores aos resultados obtidos por Corrêa (2006), que através dos mapas de inspeção post mortem realizou um levantamento dos seis abatedouros inspecionados pelo SIE no Pará e constatou 853 (0,3%) casos de LSB de 260.925 bovinos abatidos. Em comparação a outros estados esses resultados continuam superiores aos encontrados nos trabalhos realizados por Langenegger et al. (1975) e Teixeira et al. (1998), onde o primeiro confirmou uma prevalência de 0,029% em um frigorífico do Estado do Rio de Janeiro e o segundo de 0,0029% em um matadouro-frigorífico sob inspeção Federal nos estados de Minas Gerais e Goiás, no período de janeiro a dezembro de 1996. A taxa de prevalência da Brucelose sempre esteve entre as mais altas no Norte do país, o ultimo diagnóstico da situação da doença em bovinos nessa região foi realizado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) em 1975 que constatou 4.1% de positividade (Brasil, 2006). Segundo Riet-Corrêa (2001), em 1993 a prevalência da doença no Norte era 8,45%, mostrando-se bem acima da média nacional (2,3%). Em 1975 o MAPA notificou uma prevalência de 11,6% no estado do Pará (Paulin & Ferreira Neto, 2002). Láu e Singh (1986) encontraram uma taxa de 5,7% na região metropolitana de Belém; 8,0% no baixo Amazonas e 12,2% na Ilha do Marajó. No ano de 1998, a Delegacia Federal de Agricultura do Pará informou através do seu relatório anual que foram realizados 3.412 exames pelo método de 33 23 soroaglutinação rápida e encontraram 86,1% animais reagente negativo; 1,96% suspeitos e 12% positivos em 16 rebanhos examinados, sendo que 100% destes tiveram animais reagentes. Neste mesmo ano foram aplicadas 35.423 doses de vacinas contra brucelose (Brasil. 1998a). A redução gradual na prevalência de casos de LSB mostrado nos dados levantados neste estudo, bem como nos de Corrêa em 2006 e Oliveira em 2003, possivelmente, se deu pela atuação da ADEPARÁ e também, pela implantação e implementação do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) ano de 2001, pelo MAPA. Programa este que possui como objetivos baixar a prevalência e a incidência de novos focos de Brucelose e tuberculose, assim como criar um número de propriedades livres de Brucelose, diminuindo as perdas econômicas e o risco à saúde pública (Brasil, 2006). No tocante aos animais com LSB, a figura 01, mostra os dados referentes ao total de carcaças condenadas durante 12 meses de registro nos mapas de inspeção. Pode-se constatar que o número de casos foi maior em fêmeas com 116 (96%) animais e menor em machos que tiveram apenas 05 (4%) carcaças condenadas, somando um total de 121 bovinos com LSB. Estes resultados estão bastante próximos aos obtidos por Corrêa (2006) que obteve 96,36% de fêmeas e 3,63% machos e distanciam consideravelmente dos dados divulgados por Oliveira (2003), que encontrou 77% de carcaças positivas para fêmea e 23% de positividade para machos, porém verifica-se que o maior percentual de condenações ocorre em carcaça de fêmeas em todas as pesquisas citadas. A quantidade de fêmeas abatidas nesses frigoríficos foi significativamente maior que machos (69.1%), entretanto a infecção não está proporcional aos números, mas relacionada com o sexo, pois as fêmeas da espécie bovina são mais susceptíveis a infecção que os machos (Viana et al., 1995; Almeida et al., 1999). A idade também tem grande influencia na infecção, já que a ocorrência é maior em fêmeas de bovinos com idade acima de 24 meses e com no mínimo 30 meses (Ribeiro et al., 2003; poleto et al., 2004). Langenegger (1975) e Musa et al., (1990), relataram que a maior prevalência das infecções ocorre em vacas com idade média de 5 anos; Freitas e Oliveira (2005), concordam com esses autores ao informar em seu trabalho que os animais com até 48 meses apresentam a maior freqüência de infecções brucélicas. Diante desses relatos é importante salientar que as vacas permanecem mais tempo na propriedade do que os touros (entre 6 a 8 anos), sendo esse um dos fatores que permite um maior número de infecções; além do que as fêmeas vacinadas corretamente perdem títulos de anticorpos entre 16 e 18 meses ( Brasil, 2006, Silva, 2005), mas permanecem protegidas em média até 7 anos (Bathker, 1984), supondo-se que após esse período as vacas tornam-se vulneráveis a novas infecções. 34 24 Machos Fêmeas Figura 01- comparação entre as proporções de machos e fêmeas que apresentaram LSB, nos dois frigoríficos estudados. Os dados da tabela 02 informam que os registros dos mapas de inspeção de ambos os frigoríficos estudados, apresentam um maior número de animais com LSB no período de julho a dezembro de 2007 (56,6%), considerado o menos chuvoso, Entretanto, embora as quantidades aparentem uma menor propensão de casos em 2008 (43,8%), a aplicação do teste de Student (t), aos dados observados nos dois períodos considerados, não demonstrou diferença significativa entre os mesmos (P=0,05). Tabela 02 - Total de carcaças condenadas e sua distribuição de acordo com o período do ano e sexo nos estabelecimentos A e B. Jul - Dez/2007 M Jan -Jun/2008 F M F Total Estabel. A 1 26 0 17 44 Estabel. B 4 37 0 36 77 Total 5 63 0 53 121 Total M+F 68 (56,2%) 53 (43,8%) Com relação ao período de prevalência da brucelose, acredita-se que seja constante, pois Segundo Bishop et al., (1994), a estação do ano, o clima e a latitude não tem influência no aparecimento da doença, o que mais influencia o aparecimento da infecção é a dose infectante, virulência da bactéria, 35 25 resistência e estado reprodutivo do animal. Os resultados deste trabalho não demonstraram, estatisticamente, diferença de prevalência de animais positivos nos períodos estudados, mostrando que há infecção durante todo o ano. Porém alguns autores encontraram diferença entre as épocas do ano: Almeida et al., (1994 e 1999), registraram a maior prevalência no verão; já nos achados obtidos por Oliveira (2003) podemos observar uma maior prevalência no inverno, uma vez que foi relatado 57,70% nos meses de janeiro a abril e 42,30% no período de julho a dezembro. A figura 02 ilustra a indústria com o maior índice de animais positivos, sendo esta representada pelo frigorífico B, que teve 77 (0,1%) carcaças condenadas de 74.397 bovinos abatidos. O frigorífico A registrou 44 (0,09%) condenações de 46.743 carcaças inspecionadas. De um total de 121 bovinos com LSB, o estabelecimento B foi o que deteve o maior número de animais positivos, apresentando 63% contra 37% do estabelecimento A. Esse índice manteve-se elevado tanto no segundo período de 2007 quanto no primeiro de 2008, havendo sempre fêmeas em maior quantidade como mostrado na tabela anterior. Frig. A Frig. B Figura 02 - Análise do abatedouro-frigorífico com o maior e menor número de LSB, no período de 12 meses de registro. Os dados encontrados em ambos os abatedouros estudados neste trabalho estão de acordo com os citados por Corrêa (2006) e Oliveira (2003), onde o primeiro autor relatou, através dos mapas de inspeção dos dois abatedouros sob o SIE em castanhal, 130 (0,1%) casos positivos de 102.308 bovinos abatidos; o segundo autor obteve em um matadouro de Belém, um total de 0,1% de 52.035 animais abatidos. É importante salientar que este último autor empregou, para triagem, o “card test” e utilizou como teste confirmatório a prova lenta em tubo e a do 2 – Mercaptoetanol. No período de 12 meses (julho de 2007 a junho de 2008) de registro, 121.140 bovinos procederam de três mesorregiões (sudeste, sudoeste e nordeste) do estado do Pará, que detem os 37 36 26 municipios de origem dos animais abatidos na cidade de castanhal. Desse total, 121 (0,1%) animais, distribuidos entre os dois abatedouros em estudo, apresentaram LSB. De acordo com os municípios e regiões de origem dos animais positivos, observou-se que a região Sul/Sudeste detem a maior quantidade de animais com LSB, apresentando 51 (42%) casos. Em seguida vem a região Nordeste, que concentra o maior número de municipios de procedência dos animais com 42 (35%) e região Sudoeste com 28 (23%) casos (Tabela 03). Tabela 03 - Distrubuição de frequencia das LSB em bovinos abatidos nos frigoríficos A e B, segundo as regiões e municipios de orígem. Região Sudeste Nordeste Sudoeste Total Município Novo Repartimento Bom Jesus Goianésia Tucuruí Rio Maria Dom Elizeu Ulionópolis Itupiranga Rondon Marabá S.J do Araguaia Breu Branco Sta Maria Castanhal Sta Isabel Mãe do Rio Capitão Poço Irituia Aurora Acará N. E. Piria S.Miguel Guama Ipixuna Viseu Garrafão Sto A. Taua Tomé-Açu Maracanã Igarapé-Açu Sta Luzia Moju Tailândia Capanema Inhagapi Pacaja Anapu Vitória do Xingu Nº animais 32 5 3 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1 4 1 9 5 3 3 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 14 11 3 121 37 27 Prevalência Total 26,44% 4,13% 2,47% 1,65% 0,82% 0,82% 0,82% 0,82% 1,65% 0,82% 0,82% 0,82% 42% 0,82% 3,30% 0,82% 7,43% 4,13% 2,47% 2,47% 0,82% 0,82% 0,82% 1,65% 0,82% 0,82% 0,82% 0,82% 0,82% 0,82% 0,82% 0,82% 0,82% 0,82% 0,82% 35% 11,57% 9,09% 2,47% 23% 100% O índice de infecção encontrado na região sudeste (42% ), neste estudo é inferior aos resultado obtidos por Freitas e Oliveira (2005) na mesma localizção geográfica (53,85%); porém no nordeste do estado estes autores relataram uma taxa de 3,85% , diferindo dos resultados deste estudo que foi de 23%. Esta região deteve o maior número de cidades que abasteceram os frigoríficos em estudo, sendo a proximidade entre estes e os municípios de procedência dos animais, o fator resoponsável pela alta prevalência. A figura 03 apresenta a industria A e municiopios fornecedores de animais para o abate, bem como seus respectivos índices de carcaça com LSB. Foi observada a seguinte distribuição: Novo Repartimento 10 (23%), Anapu 7 (16%), Pacaja 6 (13%), Goianésia 3 (7%), Capitão Poço 4 (9%) Irituia 2 (4%), Castanhal 2 (4%) e a soma de outras localidades foi de 10 (23%) animais, sendo um para cada cidade. Indústria A Figura 03 - Prevalência das LSB em bovinos abatidos no frigorífico A, segundo as suas procedências. As cidades de Novo Repartimento (sudeste), Anapu e Pacajá (sudoeste), foram as que mais apresentaram animais com LSB, sendo que os três municípios estão bastante próximos um do outro. A cidade de Goianésia apresentou uma prevalência de 7% neste abatedouro, resultdo superior ao de Oliveira (2003), que obteve 5,77% em um babatdouro da região metropolitana de Belém. 38 28 A figura 04 apresenta a industria B e municiopios fornecedores de animais para o abate, bem como seus respectivos índices de carcaça com LSB. De acordo com os mapas de inspeção post mortem, o município de Novo Repartimento apresentou 22 (29%) casos, seguido de Pacaja 8 (10%), Mãe do Rio 9 (12%), Bom Jesus 5 (6%), Anapu 4 (5%), Vitória do Xingu 3 (4%), Aurora 3 (4%) Ipixuna 2 (3%), Tucurui 2 (3%) e Castanhal 2 (3%). A soma de outras localidades correspondeu a 16 (21%) animais, cuja proporção foi de um para cada município. A cidade de NR continuou apresentando o maior índice de animais positivos neste abatedouro, Pacajá veio logo após Mãe do Rio (Nordeste). Estes dados informam o grau de infecção dos animais procedentes das cidades visinhas (pacaja e NR), sendo elas as responsáveis pelo alta taxa de animais com LSB. Indústria B Figura 04 - Prevalência das LSB em bovinos abatidos no frigorífico B segundo as suas procedências. 39 29 Observando o Gráfico 01 verifica-se que a cidade de Novo Repartimento, deteve o maior índice de animais com lesões características da doênça, sendo de 32 (26,44%). Na sequencia está Pacaja e Anapú, com 14 (11,5%) e 11 (9,09%), respectivamente; Mãe do Rio 9 (7,43%); Bom Jesus 5 (4,13%); Capitão poço 5 (4,13%); Castanhal 4 (3,3%); Irituia, Vitória do Xingu, Goianésia e Aurora apresentaram o mesmo número de animais positivos, 3 (2,47%). Ipixuna, Tucuruí e Rondon, também estiveram no mesmo nível com 2 (1,65%) casos. A prevalência de casos nas demais localidades, foram inferiores a 0,1% não sendo ilustradas no gráfico. Gráfico 01 - Demonstração dos municipios que apresentaram a maior procedência de animais positivos em ambos os frígoríficos estudados. Os resultados informam que as cidades de NR, Pacaja e Anapu mantiveram os altos índices de animais positivos em ambos os abatedouro-frigoríficos, onde juntas as mesmas representaram 47,03% do total de animais positivos. Apesar do municipio de NR estar em região diferente (sudeste), sua localização é de fronteira com a cidade de Pacajá, que está no Sudoeste do estado (figura 05). Estes dados sugere que as três cidades formam um “cordão” com altas taxas de positividade para brucelose bovina. Em relação ao nordeste do estado o município de Mãe do Rio foi o que apresentou a maior prevalência da doênça (7,43%). A taxa de incidência em Rondon foi de 2,47%, enquanto que Oliveira (2003) notificou 3,85% de prevalência nesta cidade; em Aurora os índices encontrados neste estudo foram um pouco maior (2,47%) que os deste autor (1,92%). 40 30 O mapa do Pará mostra os municípios de Vitória do Xingu, Anapú, pacajá e Novo repartimento, sendo estas as cidades do sudoeste do estado de onde procederam o maior número de vacas com LSB. Verifica-se que o município de Novo Repartimento está localizado as proximidades da cidade de Pacajá, que por sua vez é fronteira com Anapú cuja localização fica as proximidades de Vitória do Xingu, o qual deteve três casos notificados neste estudo. Figura 05 - Mapa do estado do Pará ilustrando a região Sudoeste e sudeste (NR), com as cidades que apresentaram a maior prevalência de positividade. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Para_Meso_SudoesteParaense.svg (Adaptado por Araújo 2008). 41 31 6 - CONCLUSÃO A realização deste estudo no município de castanhal foi de grande significância para se ter conhecimento do índice de positividade dos bovinos abatidos nesta cidade, bem como da procedência destes animais. Verificou-se que o número de animais abatidos de 2006 a 2008 nos frigoríficos A e B cresceu gradualmente e a taxa de prevalência da brucelose se manteve em 0,1%. Entende-se que estes resultados são reflexos das medidas tomadas pelo programa nacional de erradicação da brucelose e tuberculose. As fêmeas representaram o maior número de abatimentos e o grupo de alta ocorrência de positividade nos dois abatedouros pesquisados. As cidades de Novo Repartimento, Pacajá e Anapú, foram as que mais apresentaram animais com LSB, mostrando que as regiões sudoeste e sul detêm uma grande quantidade de animais infectados. É preciso que haja preocupação das autoridades responsáveis pelos municípios de procedência dos animais infectados, para ter iniciativas e evitar o risco de transmissão à população humana e animal; deve ser estabelecido medidas sanitárias essenciais para mostrar o perigo que representa o consumo de leite cru e infectado por Brucella abortus. O controle da doença pode consistir na adoção de programa com especial atenção à exploração do tipo corte, à raça Zebu e à presença do aborto. E necessário que as cidades informem sua população sobre educação sanitária, bem como utilizar meios de comunicação para incentivar o uso da vacina B19 que objetiva baixar a taxa de infecção em zonas de alta prevalência, propiciando a erradicação da doença para aumentar sanidade e lucratividade na pecuária local. Deste modo, os projetos de extensão universitária, associados aos programas de extensão rural em parcerias com os sindicatos e órgão do governo, precisam está integrado e participando efetivamente do cotidiano da comunidade rural. 42 32 7 – REFERÊNCIAS ACHA P.N.; SZYFRES, B. Brucelosis In: ACHA, P.N. (Editor). Zoonoses y enfermidades transmissibles comunes al hombre y a los animales (Publicación Cientifica 503). Washington: Organización Panamericana de la Salud, p.14-35, 1986. AL DIRI G. LLORENS F. SILVEIRA E. A. PEREZ I. Comportamento de brucelosis bovina em dos unidades estatales afectadas y vacuanadas y evaluación serológica y clinica de teneras hijas de madres de esas unidades. Revista cubana Ciência Veterinária. n. 23, o 117-122, 1992. ALMEIDA L.P.; REIS D. O.; GERMANO P. M. L. Aspectos epidemiológicos da bursite cervical bovina: estudo com animais abatidos em frigoríficos da região sudeste do Brasil, sob Inspeção Federal. Higiene Alimentar. v. 13, n. 60, p. 29-35,1999. 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