O Movimento Fora Haole e a Xenofobia em Florianópolis Ciências Humanas – Sociologia. Pedro Augusto Kuhnen*, Prof. Ms. Pedro António dos Santos. Endereço(*): [email protected] Projeto de Iniciação à Pesquisa Científica – PUIC Individual. Comunicação Social – Jornalismo. Campus Pedra Branca. Resultados Introdução 45 70 O presente trabalho pretendia identificar as raízes do sentimento xenófobo em 60 40 Florianópolis, a partir do estudo do movimento Fora Haole. Expressão esta que, 50 35 no idioma havaiano, é usada como referência aos estrangeiros. A palavra Haole 40 Violência Moral Violência Física Danos Materiais Outros 30 foi usada para nomear, pejorativamente, os descendentes dos imigrantes caucasianos residentes nas ilhas havaianas, e ainda hoje conserva seu teor 30 25 20 10 depreciativo. Em Florianópolis, podemos ver a expressão gravada em vários 20 Forasteiros 0 Formas de violência muros e placas da cidade. Durante um ano de observação foram verificadas as 15 45 40 características do movimento Fora Haole, o histórico da xenofobia na cidade, a 10 35 30 5 fim de descobrir as particularidades e motivações do sentimento atual de Acusados de ocupar vagas de trabalho e estudo Dificuldades para compreender as diferenças culturais 25 20 0 aversão aos imigrantes. Conhecem o Fora Haole Considera o movimento positivo Estão trabalhando ou estudando na cidade 15 Sofreu ou conhece alguém que sofreu hostilidade 10 5 0 Motivos das violências relatadas Palavras-chave: Xenofobia, fora haole, migração, identidade, sociologia. 90 50 45 80 Objetivo Geral 40 35 70 30 Violência Moral Violência Física Danos Materiais 25 60 20 15 Identificar as motivações do sentimento Xenófobo em Florianópolis, tomando 50 10 5 por base o movimento Fora Haole. 40 0 Nativos Formas de violência 80 30 70 Objetivos específicos 60 20 50 10 40 Econômicos Sociais 30 Conhecer as formas de manifestação do movimento Fora Haole, a filosofia e o que pregam as pessoas que o praticam. Seus ideais e objetivos. 0 20 Conhece o Fora Haole Considera o movimento positivo Considera positiva a chegada de forasteiros à cidade Presenciou algum tipo de hostilização a forasteiros 10 0 Benefícios citados a partir da chegada dos forasteiros Identificar as camadas ou grupos sociais em que o sentimento de aversão ao Conclusões forasteiro é mais presente. Conhecer o perfil socioeconômico e cultural dos que compartilham dessas idéias. Não encontramos no Fora Haole, em Florianópolis, as características de um Analisar os argumentos defendidos – seus pontos em comum e divergentes – pelos grupos sociais conflitantes. movimento social organizado. Entretanto, há nele muitos elementos das Galêres, citadas por Alba Zaluar (1997): o movimento Identificar as repercussões das ações do movimento Fora Haole nas pessoas que não participam dele. não possui líder, patrimônio comum entre os membros e rituais de iniciação. Existe uma ligação com o bairro e a região onde está, mas seus adeptos não têm a intenção de enriquecer através da união, como acontece nas gangues. O movimento Fora Metodologia Haole é melhor caracterizado como um sentimento. Oculto a maior parte do tempo, seus adeptos podem manifestá-lo ao estímulo mais banal. Um olhar A princípio foi realizada a pesquisa bibliográfica. Autores como Alba Zaluar, Eva enviesado, o contato com uma manifestação cultural de outra região. Como no Maria caso de Gotardo dos Santos, de 56 anos, espancado na praia dos Ingleses, em Lakatos, Marina de Andrade Marconi e Arbex Jr. nortearam conceitualmente o trabalho. Foram extraídas reportagens de jornais locais e internacionais, como o Diário Catarinense e o New York Times, respectivamente, sobre o tema, como forma de exemplificar e perceber a sua repercussão Em seguida, foi feita a pesquisa de campo quantitativa com 71 entrevistados, 28 nativos e 43 não nativos, sobre a xenofobia na capital catarinense e, especialmente, sobre o movimento Fora Haole. Apoio Financeiro: Unisul Florianópolis, por estar pilchado – vestir roupas tradicionais gaúchas. Bibliografia* LAKATOS, Eva Maria. MARCONI, Marina de Andrade. Sociologia geral. São Paulo: Atlas, 1977. 274 p. ZALUAR, Alba. Integração Perversa. Gangues, galeras e quadrilhas: globalização, juventude e violência. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997. *Para a consulta das demais referências bibliográficas consultar PUIC 2097.