Conhecer a Bíblia Aula 4 Livros inspirados e verdade da Bíblia Aulas previstas: 1. 2. 3. 4. A Revelação divina Os livros da Bíblia A integridade da Bíblia Livros inspirados e verdade da Bíblia 5. O cânone das Escrituras 6. Santidade e unidade de ambos os Testamentos 7. A interpretação da Bíblia 8. As ideias mestras da Antiga Aliança 9. A Nova Aliança de Cristo 10. A Escritura na vida da Igreja Palavra de Deus em palavras humanas A Bíblia é o momento chave e privilegiado da Revelação divina, mas uma revelação que Deus realiza na História, como vimos ao estudarmos a redacção do texto e a formação dos livros. A Bíblia como literatura: uma literatura inspirada, normativa, santa e humana. 1/13 A Bíblia como literatura inspirada Quando se diz que os livros bíblicos são inspirados, quer-se expressar que a própria palavra de Deus nos chega através de palavras humanas. O carácter sagrado dos livros que integram a Bíblia deve-se mais à sua origem do que ao seu conteúdo ou à sua forma literária: a sua elaboração foi realizada sob um influxo sobrenatural de Deus – inspiração bíblica - , e desta maneira todo o escrito é verdadeiramente revelação divina ou Palavra de Deus. 2/13 A inspiração divina da Bíblia, verdade de fé A Igreja Católica considerou sempre a inspiração bíblica como uma verdade de fé. A inspiração é um facto sobrenatural e só se pode assumir pela fé. A Igreja reconhece a existência destes livros inspirados como uma verdade de fé recebida do próprio Jesus Cristo, através dos Apóstolos. 3/13 A inspiração divina da Bíblia, verdade de fé Muitas das intervenções do Magistério da Igreja ao longo da história, surgiram em defesa desta verdade: primeiro contra as diferentes heresias dualistas; depois contra os erros protestantes; e mais recentemente, opondo-se aos erros do protestantismo liberal e do modernismo. Este Magistério encontra o seu fundamento mais sólido: 1. no testemunho da própria Escritura; 2. no testemunho dos Santos Padres; 4/13 Natureza da inspiração bíblica 5/13 Numa primeira aproximação, podemos já definir a inspiração bíblica como um carisma – graça sobrenatural – dado por Deus a certos homens no seio do Antigo Israel e da Igreja dos tempos apostólicos, para consignar por escrito tudo e só o que Deus quer comunicar aos homens. Por conseguinte, as diversas faculdades que o autor humano exercita ao escrever, receberam este influxo carismático, que eleva as suas possibilidades meramente humanas e assim «tudo o que afirmam os hagiógrafos afirma-o o Espírito Santo». Explicação teológica e bíblica 6/13 1. Teoria da causalidade instrumental Dentro das explicações teológicas da inspiração, destaca-se de um modo especial a denominada teoria da causalidade instrumental, baseada na doutrina de São Tomás de Aquino, que, ao estudar a natureza das graças gratis datae – especialmente a profecia –, expõe que o sujeito receptor das mesmas actua como instrumento divino. Em todo o instrumento pode distinguir-se uma dupla acção: a especificamente sua, por exemplo, corresponde ao machado cortar por causa do seu próprio fio; e a acção instrumental, em virtude do agente que a utiliza, do lenhador, no caso do machado. Explicação teológica e bíblica 1. Teoria da causalidade instrumental Para além do influxo no entendimento tem que se considerar a moção divina da vontade, de modo a que os hagiógrafos transmitam a mensagem divina com absoluta fidelidade. E para completar a explicação da natureza íntima da inspiração bíblica, é necessário referir-se também uma assistência sobrenatural às faculdades do hagiógrafo que contribuem para a acção de redigir o livro. 2. Teoria da obra literária 7/13 Os livros inspirados ensanam a verdade A verdade da Bíblia provém da veracidade e Deus, que a inspirou como autor principal. 8/13 Veracidade e inerrância bíblicas 9/13 Quando é contemplada como ausência do erro, a veracidade dos livros sagrados denomina-se inerrância bíblica. Nos livros bíblicos não se podem separar partes atribuídas a Deus e partes atribuídas ao homem, mas tudo é, ao mesmo tempo, Palavra de Deus e linguagem humana. Portanto o próprio Deus é o garante de que não há erro nas afirmações da Sagrada Escritura. Se a Bíblia foi inspirada, devemos pois concluir que é verdadeira. E como toda ela está inspirada – quer dizer, não existem partes, por mais pequenas que sejam, não inspiradas -, toda ela é verdadeira. Veracidade e inerrância bíblicas 10/13 Na Bíblia, em que sentido se pode e deve falar da «verdade»? Durante o século XIX, com o progresso das ciências, o problema foi-se tornando cada vez mais difícil. A apologética católica defendeu-se recorrendo ao concordismo, que consiste em demonstrar que a Bíblia é verdadeira porque todos os seus dados se podem pôr de acordo com os das ciências positivas e históricas. Alguns autores defenderam que a inerrância ou ausência de erro da Bíblia abrange só o referente à fé e à moral. É mais exacto dizer que «a Bíblia não é toda ela verdade», do que dizer que «a Bíblia não contém erros», porque não se trata de uma verdade científica, nem histórica, mas sim salvífica, ordenada à salvação. Na Bíblia tudo é verdadeiro sob este ponto de vista, segundo a perspectiva religiosa do plano salvífico de Deus. Conclusões 11/13 A Bíblia revela agora não só o seu valor de caminho único que conduz a Jesus Cristo, mas também a sua origem: o Espírito de Deus, o Espírito de Iavé do AT que é o próprio Espírito Santo. Ficha técnica Bibliografia Estes Guiões são baseados nos manuais da Biblioteca de Iniciación Teológica de Editorial Rialp (editados em português pela editora Diel) Slides Originais - D. Serge Nicoloff, disponíveis em www.agea.org.es (Guiones doctrinales actualizados) Tradução para português europeu - disponível em inicteol.no.sapo.pt (Alguns ajustes para melhorar a redacção, de Augusto Pascaol) 12/13