SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA GTL-20 19 a 24 Outubro de 2003 Uberlândia - Minas Gerais GRUPO XVI GRUPO DE ESTUDO DE TELECOMUNICAÇÕES EM SISTEMAS DE POTÊNCIA - GTL SISTEMA DE VIDEOCOLABORAÇÃO DE FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS Guilherme de Figueiredo Preger* FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS RESUMO Este trabalho tem como objetivo descrever o novo sistema de videocolaboração a ser implantado em FURNAS. Por videocolaboração entendemos aplicações de comunicação à distância com interação de vídeo, áudio e dados. O sistema, como um todo, compreende a definição e preparação de ambientes específicos, a instalação de ferramentas videocolaborativas, a seleção do protocolo de comunicação e a adequação do sistema de transmissão em termos de banda. PALAVRAS-CHAVE Videocolaboração. Videoconferência. Comunicação interativa. Protocolos H.320 e H.323. Gateways. 1.0 - HISTÓRICO O Departamento de Telecomunicações de FURNAS tem como uma de suas atribuições disponibilizar recursos de telecomunicações para que os empregados da empresa desenvolvam as suas atividades funcionais. Esses recursos podem ser ferramentas ou dispositivos que vão até o usuário final como aparelhos telefônicos e de fax ou infra-estruturas como redes de transmissão de telecomunicações. Ambas as necessidades se complementam pois as ferramentas utilizadas diretamente pelo usuário implicam em uma infra-estrutura de rede especial ou em cuidados especiais nas redes já existentes. As ferramentas colaborativas para transmissão de vídeo como a videoconferência e a distribuição de vídeo sob demanda tornaram-se usuais no âmbito empresarial desde de meados da década de 90. Usual significa que a sua relação custo/benefício tomou proporções tais que algumas empresas necessitam delas como de telefones ou faxes. Porém, a sua utilização e vulgarização como ferramenta empresarial até há pouco tempo era lenta. Entretanto, as mudanças ocorridas no cenário internacional a partir das ameaças terroristas aceleraram a adoção de ferramentas de videocolaboração. Mesmo num cenário de maior segurança, no entanto, tais ferramentas já demonstravam sua utilidade pois permitem elevar a produtividade das empresas oferecendo técnicas de colaboração à distância em tempo real. Elas agregam valor a redes já existentes como a de telefonia e a corporativa de dados, permitindo trocas simultâneas de informações de dados, vídeo e áudio, possibilitando a colaboração imediata de equipes distantes e uma maior integração e coesão em diversos processos internos de trabalho e treinamento, aumentando, assim, a eficiência empresarial. Atualmente, a utilização de videocolaboração empresarial tem uma boa relação custo/benefício e pode ser usada tanto internamente como entre parceiros externos. Internamente, pode ser utilizada através das redes de telefonia, das redes locais ou em ambas simultaneamente. Entre parceiros externos a videocolaboração pode ser usada através dos serviços de videoconferência das Operadoras. A tarifação desse serviço é semelhante aos de telefonia, ou seja, sob demanda. Há uma assinatura básica e um preço por volume. No setor elétrico várias empresas já introduziram ferramentas de videocolaboração em suas atividades, como a ELETRONORTE que já está na segunda geração de equipamentos, a CHESF e o ONS. Neste Informe serão traçadas as diretrizes básicas que nortearam o projeto de um sistema de videocolaboração em FURNAS englobando diversas * Rua Real Grandeza, 219 Bl. B s. 303 - CEP 22283-900 – Rio de Janeiro - RJ - BRASIL Tel.: (021) 2528-4739 - Fax: (021) 2528-4739 - E-MAIL: [email protected] 2 tecnologias para diferentes aplicações, a ser implantado no ano de 2004. 2.0 - FERRAMENTAS DE VIDEOCOLABORAÇÃO 2.1 Plataformas de videocolaboração A videocolaboração é a colaboração por meio de áudio e vídeo entre pontos distantes em tempo real. É realizada como uma conferência entre dois ou muitos usuários (multiponto) simultaneamente. São plataformas tipo hardware de PC’s com câmera(s) e microfone(s) que focalizam uma reunião, uma palestra, ou uma simples conversação e transmitem tais imagens e áudio a um outro ponto remoto, numa via de mão dupla, interativamente. Durante a conferência é possível compartilhar uma série de recursos de dados, como textos em word, planilhas excel ou slides powerpoint, onde a atualização dos dados é feita igualmente de forma interativa. Para isso, pode ser utilizada a mesma plataforma de hardware da videocolaboração. Os equipamentos de videocolaboração são basicamente de dois tipos: equipamentos CODEC de maior porte, não portáteis, com maior densidade de entradas para periféricos, e equipamentos SET-TOP, portáteis, mais econômicos, mas com limitações em periféricos e interfaces de comunicação. A escolha de um ou outro depende da aplicação e do ambiente. Os equipamentos vêm com uma câmera e um microfone, podendo ser agregado um número maior deste último, sobretudo se o equipamento é um CODEC. As câmeras são basicamente de três tipos: com comando manual, com controle automático de voz, ou por controle através de um sistema baseado em dispositivos de infravermelho. O sistema de som pode ser de microfone próprio ou utilizar o próprio sistema de som por microfones do ambiente, interfaceado com um equipamento intermediário. Tal medida é necessária para ambientes de auditório de médio ou grande tamanho. A exibição de imagens remotas é obtida através de monitores. Se há necessidade de se visualizar imagens de pessoas e de dados (textos, planilhas e slides) simultaneamente são utilizados pelo menos dois monitores. Para exibição de pessoas, pode se utilizar monitores de televisores comuns. Caso haja dados, são necessários monitores VGA ou SVGA (de maior definição) ou canhão de luz. A conexão entre os pontos participantes da videocolaboração pode ser realizada de três maneiras: ponto-a-ponto através de interfaces V.35; utilizando-se de uma rede RDSI através do protocolo H.320 ou por intermédio de uma rede LAN/IP através do protocolo H.323. A banda de dados utilizada dependerá da aplicação. É possível realizar videocolaboração até com velocidades de 128 kbit/s, desde que os participantes se movimentem lentamente e não haja compartilhamento de dados. Com 384 kbit/s é possível realizar uma conferência por vídeo e áudio de excelente qualidade. À videocolaboração podem ser adicionados periféricos, como câmera de documentos para enviar ao ponto remoto a imagem de qualquer objeto físico ou texto, ou recursos de “white-board”. Este último pode ser do tipo de um quadro eletrônico mais uma caneta eletrônica acoplados a um canhão de luz que transmite diretamente qualquer traço realizado para um equipamento semelhante no ambiente remoto, ou de um equipamento (mimio) composto de pequenos sensores que se colocam nos extremos superiores de um “white-board” comum e mais um sensor em forma de anel a se fixar na caneta colorida que transmite a um software remoto o que está sendo traçado no quadro. Tais recursos são interessantes quando equipes de trabalho distantes desejam trabalhar simultaneamente num projeto comum. O quadro eletrônico é mais importante quando as duas equipes têm função ativa no projeto, enquanto a transmissão por sensores é mais indicada quando uma das equipes é líder e a outra é assistente ou em funções educativas onde um professor rabisca informações explicativas num quadro. 2.2 Vídeo sob demanda e broadcast de vídeo Vídeo sob demanda e broadcast de vídeo são aplicações que podem ser utilizadas independentemente ou em conjunto com uma videocolaboração. Em vídeo sob demanda, utiliza-se um servidor de vídeo que armazena filmes de apresentações e conferências gravadas, que pode ser acessado por qualquer usuário da rede corporativa. Neste caso, o vídeo solicitado é passado ao usuário através de um stream de vídeo pelo servidor. Trata-se de uma aplicação muito útil para educação à distância ou para arquivo de palestras. Em broadcast de vídeo utiliza-se um servidor da rede corporativa que oferece a um determinado número de usuários, numa hora marcada , a exibição de um vídeo qualquer. Neste caso, uma videocolaboração realizada entre grupos pode ser acompanhada por usuários da rede corporativa em seus desktops. Isto pode ser realizado conectando-se a videoconferência à rede através de um servidor de broadcast de vídeo. 2.3 Conferências multiponto Para realizar conferências por vídeo e dados entre mais de duas localidades são necessários equipamentos conhecidos por MCU- Multi-Control Unit. Esses equipamentos podem realizar colaboração entre mais de dois usuários, mesmo que se comuniquem em protocolos distintos (RDSI e IP- ver item seguinte). É importante observar que há MCU´s que comutam apenas vídeo e áudio, não sendo adequados a utilizações com compartilhamento de dados. Em FURNAS serão utilizados MCU´s que permitem compartilhamento de dados. 2.4 Gateways de conversão IP/RDSI Gateways são necessários para realizar a conversão entre protocolos H.320 e H.323, ou seja, para comunicação entre domínios IP e RDSI. Assim, um usuário de videocolaboração em uma localidade sem acesso público RDSI, poderá se conectar pela Rede Corporativa a uma outra localidade onde este acesso é existente, e através do gateway realizar uma videoconferência com um parceiro externo. A funcionalidade do gateway pode ser provida pelo MCU, 3 que, neste caso, terá interfaces para as duas tecnologias. 4.0 - ALTERNATIVAS DE TECNOLOGIA Há duas tecnologias de equipamento básicas para um sistema de videocolaboração. A primeira delas, mais antiga e tradicional, é baseada em plataformas proprietárias de equipamento, com arquitetura fechada. A segunda, que corresponde à tendência Para uma escolha apropriada das diferentes contemporânea de evolução, é baseada em uma tecnologias é preciso definir corretamente a aplicação arquitetura de microcomputador, com e as características exigidas para esta aplicação. As microprocessadores padronizados (como INTEL) e aplicações podem ser: educativas, expositivas, funciona como um PC comum,contendo todas as suas reuniões técnicas e reuniões gerenciais. As funcionalidades, programas, arquivos etc. características exigidas podem ser recursos A tecnologia de arquitetura tradicional corresponde a (disponibilidade de recursos vários de periféricos), equipamentos de custo mais acessível, com menor qualidade (exigências efetivas de qualidade de áudio e capacidade de recursos e menores padrões de vídeo), facilidade (exigência de uso básico de fácil qualidade. Estas plataformas só disponibilizam o sinal de utilização) e colaboração (exigência de utilização de vídeo para monitores de videocomposto ou de ferramentas avançadas para colaboração ativa de supervideo, onde a visualização de arquivos de dados é dados entre ambas as partes). prejudicada. Elas não permitem a colaboração intrínseca As aplicações educativas se referem a aulas de dados, pois não são computadores. A rigor não são onde há presença de um educador se dirigindo a uma plataformas de videocolaboração, mas apenas de audiência local e remota que intervém ativamente. videoconferência. Caso haja necessidade de Neste caso há uma exigência grande quanto à colaboração de dados é preciso utilizar qualidade e à variedade de recursos, porém as microcomputadores à parte, um em cada ponta, e exigências quanto à facilidade não são tão importantes realizar a colaboração via recursos do protocolo T.120 e (pois há possibilidade de contar com operadores de aplicativos como NetMeeting. Tais plataformas especializados), nem quanto à colaboração (quando disponibilizam um entrada Ethernet para conectar o muito há necessidade de se transmitir dados mas não micro, de modo que a banda de dados da de atuar sobre eles). videoconferência possa ser utilizada para transmissão de As aplicações expositivas também se referem dados, com queda na qualidade da imagem e do áudio. a um expositor se apresentando a uma audiência local Neste caso, porém, a configuração não é trivial, exigindo e remota, no entanto, com pouca interferência. Neste um treinamento prévio. Por terem custo mais acessível, caso igualmente, são importantes as exigências de podem ser uma boa opção para aplicações mais básicas qualidade e recursos mas não tanto de facilidade e apenas de videoconferência, como em reuniões colaboração. gerenciais, porém não são apropriadas para as demais Aplicações de reuniões técnicas se referem aplicações. àquelas reuniões onde há uma grande interação entre A tecnologia com arquitetura PC, sendo mais os grupos local e remoto, com possibilidade de avançada, permite itens mais exigentes de qualidade, colaboração ativa de dados. Neste caso é necessário como a capacidade de se obter um tratamento que o sistema seja de fácil configuração, pois não há diferenciado para a parte de dados, vídeo e áudio operador especializado, e que possua recursos de quando há colaboração. Nesta arquitetura, a colaboração avançados e ágeis. colaboração de dados é uma aplicação trivial, não Reuniões gerenciais são eventos onde há necessitando uma configuração mais elaborada. Toda necessidade apenas de possibilitar uma reunião entre configuração é feita através de teclados por acesso grupos distantes, sem exigência de variedade de remoto. Além disso, é possível visualizar tanto pessoas e recursos, nem de qualidade excepcionais de vídeo e dados em monitores VGA, com grande qualidade. Em áudio, nem exigência de colaboração ativa de dados. geral, quando há exigência de um maior número de Na prática, porém, a fronteira entre reuniões gerenciais recursos, como mais câmeras e microfones, as e técnicas nem sempre são claras, pois atualmente há arquiteturas padronizadas de CODEC são todas aplicativos tecnológicos como planilhas de custos e baseadas em PC. Esta tecnologia é mais apropriada cronogramas, que fazem parte dessas reuniões e para aplicações com exigência de qualidade, recursos e exigem uma ativa colaboração de dados. colaboração, sendo indicada para as aplicações A tabela 1 esquematiza a relação entre educativas, expositivas e reuniões técnicas. aplicações e características. Foram realizados em FURNAS testes de homologação TABELA 1 – CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES DA entre as duas tecnologias envolvendo técnicos de telecomunicação e futuros usuários do sistema para fins VIDEOCOLABORAÇÃO Aplicação/ Recurso Qualidade Facilidade Colaboração de comparação. Confirmou-se, que a plataforma sem PC é de maior facilidade de uso de videoconferência, porém Característica com menor qualidade, enquanto a plataforma com PC Educativa X X possui uma utilização mais sofisticada, porém apresenta Expositiva X X Reunião X X melhores índices de qualidade. Já para a utilidade de técnica colaboração de dados utilizando-se a plataforma PC, Reunião X esta se mostrou com muito melhor qualidade e de maior gerencial facilidade de utilização e configuração. 3 . 0 APLIC - AÇÕES FUNCIONAIS E CARACTERÍSTICAS 4 5.0 TIPOS DE AMBIENTES EM FURNAS PARA VIDEOCOLABORAÇÃO Os serviços de videocolaboração prestam-se a diversos fins, cada qual com seu tipo de ambiente específico e dotado de ferramentas apropriadas à sua utilização. Em FURNAS haverá ambientes do tipo “auditório” de tamanho pequeno, médio e grande, ambiente “sala de reunião” e ambiente individual. Os ambientes serão descritos separadamente. A tabela 2, no final deste item, resume as características gerais de cada ambiente. 5.1 Ambientes de auditório Ambientes de auditórios prestam-se para aplicações expositivas e educativas (palestras e aulas). Em ambos os casos, palestrantes e educadores, movimentando-se ou não, falam para uma platéia que se mantém imóvel na maior parte do tempo, podendo, no entanto, intervir, local ou remotamente. Devem haver, portanto, câmeras que focalizem palestrante e platéia. Para auditórios pequenos é suposto uma platéia até 20 componentes. Para auditórios médios supõe-se platéia de 20 a 100. Auditórios grandes são para mais de 100 componentes de platéia. Em geral, nesses ambientes é importante utilizar equipamentos do tipo “CODEC” que possuem mais interfaces para periféricos e trabalham com taxas mais altas de transmissão. O auditório grande do EC tem aplicação basicamente expositiva. Para cobri-lo são necessárias, pelo menos, 3 câmeras para focalizar a totalidade de palco e platéia. Uma câmera sustentada no teto do auditório focalizará o palestrante. Esta câmera terá um dispositivo automático de focalização baseado em sensores de infravermelho, no lugar dos áudio sensores habituais. Assim, é possível acompanhar a movimentação do palestrante de forma mais eficaz, num grande recinto. No entanto, esta solução consome maior banda e não é possível realizar a videoconferência com menos de 384 kbit/s no protocolo H.320 ou 512 kbit/s no protocolo H.323. As duas outras câmeras ficarão em posição lateral sobre tripés, sendo dirigidas por um operador, personagem imprescindível neste ambiente. A captação de som do ambiente não se fará através dos microfones comuns de uma videoconferência, mas será realizada diretamente do equipamento de som do auditório, através de um equipamento mediador (usualmente denominado de “audiobox”) que transfere o som do ambiente para a videoconferência. Nesse ambiente, por ser basicamente expositivo, não há necessidade de utilização de câmera de documentos ou “white-board” eletrônico. Como monitor para exibir as imagens remotas é possível utilizar o canhão de luz usualmente disponível no espaço, devendo o operador dispor também de um monitor de 15’’ VGA, para poder acompanhar, operacionalizar e monitorar a apresentação. É recomendável dotá-lo de uma “console de operação” que lhe permita controlar os diversos recursos à distância sem as limitações de um controle remoto manual. São previstos pelo menos dois aparelhos de videocassete, um para gravação do evento (VCR), outro apenas para reprodução (VCP) em caso de ser necessário transmitir algum filme. É recomendável para a compra de equipamentos realizar levantamento completo da disposição geográfica do local, com dimensões precisas, distribuição elétrica, luminosidade e disposição de assentos. Qualidade e recursos são características imprescindíveis. O auditório médio possui maior aplicação expositiva e educativa em menor grau, demandando mais interação com as platéias locais ou remotas do que o auditório grande. São necessárias também pelo menos 3 câmeras, dispostas como no auditório grande. A câmera de cima, focada no palestrante/educador, será igualmente dotada com foco automático por infravermelho. As câmeras laterais serão automáticas, com foco orientado por voz, porque não é previsto operador para a sala. O som ambiente será captado por três microfones destacáveis. Para este ambiente previu-se uma câmera de documentos, mas não são previstos periféricos como quadro eletrônico, ou os sensores de quadro, por ser este um ambiente não dedicado a trabalhos por equipe. O canhão de luz usualmente disponível exibirá imagens remotas de dados (textos, planilhas ou slides), e uma televisão comum de videocomposto de 29’’ exibirá imagens remotas de pessoas. A velocidade mínima de comunicação também é de 384 kbit/s (H.320) ou 512 kbit/s (H.323). Haverá também videocassetes para reprodução e gravação. São fundamentais a qualidade e recursos. Para auditórios pequenos, cuja aplicação principal é educativa e, em menor grau, expositiva, uma câmera e um microfone são suficientes. A câmera terá foco automático controlado pela voz. É necessário para este ambiente fornecer recursos de comunicação para fins educativos com possibilidade de compartilhamento de dados (textos word, planilhas excel, slides powerpoint) e interação simultânea; câmera de documentos e sensores eletrônicos para acoplar ao “white-board” local. O local deve dispor de um canhão de luz forte o suficiente para funcionar com iluminação local, uma vez que devido à transmissão remota, o auditório não poderá ser escurecido. O canhão de luz deve ter intensidade não inferior a 2000 lumens ou um monitor SVGA de 29’’ polegadas. Para visualização de pessoas, um monitor de videocomposto de 29’’ polegadas é suficiente. Devem possuir também videocassetes para reprodução e gravação. Como estes ambientes exigem bastante qualidade e disponibilidade de recursos, plataformas de videocolaboração baseadas em PC são previstas. Todas as salas de auditório devem ser tratadas acusticamente para evitar ecos. O resumo das características listadas para auditórios é fornecido na tabela 2. 5.2 Ambientes de sala de reunião Ambientes de sala de reunião são os tipos de ambiente mais comuns de FURNAS. São salas pequenas, utilizadas para reuniões com aplicações gerenciais e técnicas e eventualmente expositivas para até 10 pessoas. São essas salas que possuem mais necessidade de interatividade, pois são previstos trabalhos conjuntos entre equipes distantes, com compartilhamento de dados. Essas salas, dependendo da localidade poderão ser adaptadas para miniauditórios, se a função expositiva ou educativa for predominante. Para equipá-la estão previstos equipamentos do tipo “set-top”, portáteis, com uma 5 câmera de foco automático por voz e um microfone e com plataforma baseada em PC, tendo em vista que todas as salas de reunião poderão ser utilizadas gerencialmente ou para aplicações técnicas. Em cada sala será providenciada uma câmera de documentos por localidade e equipamentos sensores para utilização em “white-board” para transmissão remota de anotações. As salas devem possuir um monitor de TV comum vídeocomposto de 29’’ para visualização de pessoas remotas e um monitor SVGA também de 29’’ para visualização de dados ou canhão de luz que deve funcionar em ambiente iluminado (mínimo de 2000 lumens). Um videocassete para reprodução ou gravação da conferência também é necessário. A velocidade mínima para uma reunião desse tipo é de 256 kbit/s (H.320) ou 384 kbit/s (H.323). 5.3 Ambientes individuais No âmbito individual, será utilizada uma placa específica separada para o processamento de voz e imagem nos microcoputadores de FURNAS, mais uma câmera tipo webcam e um software multimídia. Devido aos critérios de qualidade não será utilizado o kit multimídia convencional dos microcomputadores. TABELA 2 – RESUMO DA CARACTERÍSTICA DOS AMBIENTES Tipo d e Aplicação ambiente No de integrantes Auditório grande Expositiva Mais 100 Auditório médio Educativa/ Expositiva 20 a 100 3 3 Sim Auditório pequeno Educativa/ Expositiva Até 20 1 1 Sim Sala d e Gerencial/ reunião técnica Até 10 1 1 Sim Individual 1 1 1 Não Gerencial/ técnica No de câmeras de 3 6 . 0 DESC - RIÇÃO DO SISTEMA VIDEOCOLABORAÇÃO DE FURNAS Microfones Câmera de doc. Som Não próprio + equip. mediador DE O sistema de videocolaboração de FURNAS será composto de ferramentas de videocolaboração como equipamentos de videocolaboração dispostos em ambientes de salas ou desktops e servidores de vídeo distribuídos por várias localidades. Para se comunicarem serão utilizados os recursos de comunicações providos pelos sistemas de transmissão de FURNAS e de Operadoras. Ele será associado a aplicações como broadcast de vídeo, vídeo sob demanda ou transmissão broadcast de vídeo por satélite. Os equipamentos de videoconferência serão usuários da Rede Corporativa de Dados. Neste caso o protocolo de comunicação utilizado será o H.323 e os equipamentos de videocolaboração possuirão um endereço de rede. Caso se deseje comunicação com parceiros externos, a comunicação deverá ser feita com recursos da rede pública RDSI. A rede pública whiteboard eletrônico (mimio) Não Canhão de luz/ Monitor Can.luz (3000 lumens) + Mon. VGA 15’’ Não Can. Luz (2000 lumens) ou Monitor SVGA 29’’ + TV 29’’ Sim (c/ Can. Luz sensores) (2000 lumens) ou Monitor SVGA 29’’ + TV 29’’ Sim (s/ Can. Luz sensores) (2000 lumens) ou Monitor SVGA 29’’ + TV 29’’ Não VGA Veloc. mínima de transm. 384 (H.320) ou 512 kbit/s (H.323) 384 (H.320) ou 512 kbit/s (H.323) 384 (H.320) ou 512 kbit/s (H.323) 256 (H.320) ou 384 kbit/s (H.323) 64 kbit/s será acessada por intermédio de gateways localizados em três pontos da empresa: em Botafogo, no Escritório Central, nas subestações de Tijuco Preto e Brasília Sul. Nesses pontos, onde estão os acessos locais às três mais importantes cidades, Rio, São Paulo e Brasília, onde encontram a grande maioria dos parceiros externos de FURNAS, a interligação com a rede pública será através de um acesso RDSI do tipo PRI (Primary Rate RDSI/2 Mbit/s) fracionado, com 10 troncos. Serão também instalados equipamentos MCU´s nessas três localidades. Essas localidades são concentradoras de tráfego IP, o que permitirá regionalizar o tráfego de dados devido à videocolaboração e poupar a banda de acesso. Serão concentradas as funcionalidades de gateway e de MCU num mesmo equipamento. Os MCU serão capazes de realizar, no mínimo, conferências simultâneas para 8 usuários e deverão prover acesso para protocolos RDSI e IP (H.320 e H.323). A Figura 1 ilustra esquematicamente o sistema. 6 LAN/ETHERNET H.323 PARCEIRO EXTERNO EQPT DE VIDEOCONFERÊNCIA H.320 IP REDE CORPORATIVA DE FURNAS RDSI PÚBLICA OU SIT IP H.320 ROTEADOR GATEWAY H.323 LAN/ETHERNET H.323 SERVIDOR DE VÍDEO MCU FIGURA 1 ESQUEMÁTICO DO SISTEMA DE VIDEOCOLABORAÇÃO DE FURNAS 7.0 CONFIGURAÇÃO TOTAL DO SISTEMA E CUSTO ESTIMADO A Tabela 3 fornecida abaixo indica o somatório de plataformas de videocolaboração a serem implantadas em FURNAS no ano de 2004. Além desses ambientes, serão implantados três equipamentos MCU para reuniões de multiponto, além de um projeto abrangente de instalação de unidades de videocolaboração individual para desktops. O custo estimado de todo projeto, incluindo impostos, montagem, transporte é de R$ 5. 600.000,00 (estimativa de 2002 com 1 U$ = R$ 3,00). 8.0 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (1) Preger, G., Boucinhas, R. Sistema de Videocolaboração de FURNAS, Nota Técnica DET.T.014.2002, Rio de Janeiro, 08/2002. (2) Simões, M. Tábua de Salvação. São Paulo, Revista RNT, No 248, 04/2000 (3) Vanderlei Filho, D., Costa Flores, R.A. Sistema de Videoconferência na CHESF como fator de agilização dos processos decisórios e redução de custos. Recife, Anais do VII SNTEEE, 10/1998. (4) Earon, S.A. The value of PC Based Collaborative Technologies. Picture Tel Corporation, 2001. TABELA 3 – TOTAL DE AMBIENTES VIDEOCOLABORAÇÃO DE FURNAS Tipo de ambiente Quantidade Auditório Grande 1 Auditório Médio 2 Auditório Pequeno 7 Sala de reunião 43 Total 53 ambientes DE (5) Finger, R., Davis, A.W. Measuring VideoQuality in Videoconferencing Systemes. (s/ referência).