A IMPORTÂNCIA DE ALIAR TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DA MATEMÁTICA Everson Cezario da Cruz1 RESUMO: Sabemos que é extremamente relevante analisar a importância de aulas práticas, pois entendemos que elas são umas referências para o ensino da matemática na medida em que desperta no professor um olhar mais criterioso no desenvolvimento das aulas, nas metodologias utilizadas, ao conteúdo que está sendo aplicado e a necessidade de cada um de seus alunos. Assim sendo, o presente trabalho, teve por objetivo analisar a teoria e a prática aplicada ao ensino, buscando um possível facilitador na aprendizagem da Matemática. Buscamos neste trabalho não só uma alternativa para aprendizagem da matemática, como também mostrar que a aula teórica tem que estar sempre ligada à aula prática, uma necessita da outra. Realizamos um estudo de caso nas modalidades qualitativa e quantitativa. A coleta de dados foi realizada exclusivamente através da aplicação de avaliações diagnósticas no início do trabalho, e uma avaliação somativa, no final do mesmo, a dois grupos Y e Z. Os resultados foram comparados e analisados, sendo fundamentado no referencial teórico. E chegamos a algumas considerações pertinente sendo elas, à medida que as aulas práticas são desenvolvidas, amplia-se nos alunos maior interesse pelo conteúdo. Em cada construção prática das aulas os alunos se mostravam mais instigados em desenvolver os estudos. Contudo nossa maior consideração foi, ensinar Matemática subsidiada por aulas práticas produz resultados satisfatórios para além do que se espera de uma aula puramente teórica em matemática. Palavras chaves: Ensino de Matemática, Aula teórica, Aula prática INTRODUÇÃO Neste trabalho, pretende-se mostrar a importância das inter-relações de aulas teóricas e práticas, pois estas são referências para o ensino, na medida em que desperta no professor um olhar mais atento, em que seu aluno aprende com mais facilidade. Percebemos que alguns docentes restringem o seu trabalho a aulas exclusivamente teóricas, sem preocupação com uma contextualização maior do conteúdo para que os objetivos da aula possam ser atingidos. Visto que o papel do professor é desenvolver no aluno a capacidade de compreender, dar sentido ao que tem em mãos, tudo isso é influenciado pela forma como o docente apresenta a matéria em sala de aula. É necessário ter um planejamento suficientemente flexível para adaptar as 1 Graduado em matemática e professor do Ensino Fundamental e Médio. [email protected] diferentes situações do cotidiano, como ambiente para desenvolvê-la, dificuldades apresentadas, métodos utilizados para a aprendizagem de cada aluno, pois dentro da sala de aula existem alunos que têm a facilidade de aprender, outros encontram dificuldade. Devido a isso, deve-se levar em conta as contribuições dos mesmos, durante o processo ensino aprendizagem. Ensinar matemática requer do professor um esforço para organizar os conteúdos de acordo com a realidade dos alunos. Para isso acontecer, deve haver o compromisso ao preparar uma aula, de acordo com a grade curricular da instituição, e que possa levar o aluno à aprendizagem. Ensinar envolve estabelecer uma série de relações que devem conduzir à elaboração, por parte do aprendiz, de representações pessoais sobre o conteúdo objeto de aprendizagem. Afinal, a matemática faz parte do cotidiano de todas as pessoas. Cabe ao professor demonstrar isso na prática. Desse modo é pertinente trazer elementos do mundo extra-escolar, inclusive do mercado de trabalho, para as atividades em sala de aula, no intuito de preparar os alunos para a vida e para uma futura profissão no mundo do trabalho. Para o desenvolvimento deste trabalho, inicialmente fizemos um levantamento bibliográfico, em que buscamos estudar teóricos que defendem a necessidade de aulas práticas como forma de melhorar o desempenho dos alunos e dar o aporte teórico necessário a nossa fundamentação. Sendo assim, o objetivo geral deste trabalho é aliar a teoria à prática, onde procuraremos mostrar que ensino através da prática, produz melhores resultados do que só o ensino teórico. Desenvolvemos o estudo na escola X, com uma amostra de quarenta alunos, que estudam em duas turmas de oitava séries A e B, com as quais trabalhamos durante o estágio em que adquirimos conhecimento, confiança e entrosamento. Aplicamos uma avaliação diagnóstica, no início e ao término do trabalho, uma avaliação somativa, pois propomos responder às questões relevantes do trabalho e a hipótese: realmente o ensino de cálculos de áreas e perímetros produz melhores resultados, agregando aulas teóricas e práticas. Esperamos que este trabalho contribua para uma maior utilização das aulas práticas no ensino de conteúdos, como na matemática. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Em função do problema da pesquisa e conseqüentemente seus objetivos, fizemos o levantamento preliminar de fontes bibliográficas sobre o assunto, buscamos em Duarte (2002) ao afirma que a finalidade da pesquisa científica não é apenas um relatório ou descrição de fatos, mas o desenvolvimento de um caráter interpretativo no que se refere aos dados e informações levantadas. Com isso o procedimento utilizado nesta pesquisa foi o estudo de caso. Segundo Martins (2000) esse se justifica ao estudar intensivas do passado, presente e de interações ambientais de uma (ou algumas) unidade social: individuo grupo, instituição, comunidade são validadas pelo rigor do problema do protocolo estabelecido. Geralmente os alunos ao se depararem com cálculos de área e cálculos de perímetros, como um conhecimento novo, procuram associar essas novas informações com suas idéias prévias, por exemplo, sobre medição de terreno, medição de sala de aula e medição de quadras esportivas. Assim procuramos, com esse trabalho, desenvolver aulas práticas para que o aluno melhor associe o conteúdo ao conhecimento trabalhado em sala de aula. Conforme Sant' Anna (2000), para que o ensino seja desencadeado em sala de aula, é preciso que o professor o desenvolva através do uso de certos procedimentos didáticos, os quais se constituem pelas várias formas de atuação do professor e dos alunos, tendo em vista conseguir os objetivos de ensino pretendidos. Ainda segundo a mesma autora, os procedimentos de ensino ou situações de experiências constituem-se pela: “Indicação clara, objetiva, precisa das ações a serem vivenciadas pelos alunos e estabelecidas pelo professor e/ou alunos conforme organização integrada horizontal e vertical dos conteúdos e objetivos, seguidos de atividades de desenvolvimento e finalizando por atividades sintetizadoras”. (SANT' ANNA, 2000: pag. 43) Castro e Carvalho (2001), seguindo o mesmo raciocínio de Sant’Anna (2000), nos diz que: A natureza do conhecimento que o professor deverá ensinar vai indicar uma forma de se relacionar com os alunos, de como organizar o espaço de aprendizagem, de como eleger os instrumentos que poderão propiciar melhor aprendizagem dos conteúdos a serem ensinados (CASTRO E CARVALHO, 2001, p.56.). Diante desta discussão, podemos perceber a necessidade de se apresentar aos alunos uma forma diferente em cada aula para que assim se possa modificar a forma de ensino relacionando-o com cada aluno. Vemos que ambos os autores reforçam a idéia de se ensinar de maneira diferenciada e esclarecemos que estamos de acordo com as definições acima. Em nosso trabalho buscamos oferecer aos alunos práticas que pudessem despertar maior interesse pelas aulas. Ainda para Sant' Anna (2000), “Estas situações poderão estar centradas no professor, caso o ensino seja diretivo, isto é, o professor será organizador do ensino, cabendo a ele a seleção de objetivos, conteúdos, avaliações etc. O aluno participará apenas como elemento desencadeador. Caberá ao professor tomar decisões, apresentar idéias, definir limites”. Portanto o ensino dos conteúdos deve ser visto como uma troca entre a matéria, o ensino e o estudo dos alunos. Através do ensino criam-se as condições para um processo consciente e sólido de conhecimentos, habilidades e atitudes. Passamos então, a discussão sobre métodos onde estruturamos nossa concepção de ensino. MÉTODOS DE ENSINO Sobre o método de ensino, Sant’Anna (2000) nos diz que é o caminho para algo, uma ação encaminhada a um fim, um meio para conseguir um objetivo determinado. O valor do método sempre estará condicionado à meta a que nos propomos. Ao discutirmos o método de ensino, estamos relacionando a metodologia traçada pelo educador ao se trabalhar com aulas, em especial aulas práticas. De acordo com Zabala (1998), “para estabelecer os vínculos entre os novos conteúdos e os conhecimentos prévios, em primeiro lugar é preciso determinar que interesse, motivações, comportamento, habilidades, devem constituir o ponto de partida”. Para o autor, é essencial que se estabeleçam pontos a serem seguidos no decorrer do ensino. Os autores comungam entre si quando discutem os objetivos do método adotado. Diante disso é necessário levar em conta a importância na escolha do método mais adequado para transmitir os conteúdos propostos aos alunos, para que haja melhora no ensino. Nas discussões de Marques (1996), Para que o ensino das disciplinas não seja tratado como pacotes prontos e bem- amarrados, é preciso que a cada período letivo, cada estágio da interlocução de saberes, entendido e encarado como unidade operacional básica em que uma turma de alunos e uma equipe de professores programem sua unidade de comunicação discursiva, de experiências próprias e de recorrências conceituais e temáticas, a que concorram às diversas disciplinas, não a partir de si mesmas, mas a partir das exigências daquele estágio e daquela determinada situação de aprendizagem. (MARQUES, 1996: p. 114) Concordamos com as definições do autor nas quais ele coloca em evidência a relação professor aluno em que, a partir dos estágios de aprendizagem e do contato com os alunos, é que vai se desenvolver o ensino das disciplinas. Para Castro e Carvalho (2001), “a sala de aula pode ser esse espaço formador para o aluno para o desenvolvimento do ensino. Espaço em que ele aprende a pensar elaborar e expressar melhor suas idéias e a ressignificar suas concepções, ao ser introduzido no universo dos saberes teoricamente elaborados e nos procedimentos científicos de análise, interpretação e transformação da realidade”. Assim, percebemos que a sala de aula é uma condição necessária para o desenvolvimento do ensino e quanto é importante para a formação acadêmica dos alunos ter dentro desse ambiente situações que melhor lhe propiciem desenvolvimento na sociedade. Ainda, não basta à seleção e organização lógica dos conteúdos para transmitilos. Antes, os próprios conteúdos devem incluir elementos da vivência prática dos alunos para torná-los mais significativos, mais vivos, mais vitais, de modo que eles possam assimilá-los ativa e conscientemente. Ao mesmo tempo, o domínio de conhecimentos e habilidades visa, especificamente, ao desenvolvimento das capacidades intelectuais entre as quais se destaca o pensamento independente e criativo. Para Piletti (1997) o plano de aula deve prever estímulos adequados aos alunos, a fim de motivá-los, e criar uma atmosfera de comunicação entre professor e alunos que favoreça a aprendizagem. Assim ercebemos que os alunos se sentem mais motivados quando o plano de aula se adéqua a eles e tem-se mais capacidade em criar quando estão em um ambiente propício para aprendizagem. Conforme Torres (1994) na sala de aula se evidencia, de forma mais explícita, os dilaceramentos da profissão de professor e os embates da relação pedagógica. Ainda para Libâneo (1994), o trabalho docente não fica restrito às paredes da sala de aula, sem preocupação com a prática da vida cotidiana dos alunos e sem voltar os olhos para o fato de que o ensino busca resultados para a vida prática, para o trabalho, para a vida na sociedade. Acreditamos que um trabalho sólido com professores no que diz respeito às funções da geometria pode vir a contribuir com a problemática apresentada. É importante que os professores percebam que, por meio da geometria, eles podem explicar o porquê que determinada afirmação é verdadeira e, percebam também, que através dela, podem descobrir novas propriedades e/ou conceitos ou novas características relacionadas à afirmação em questão. Em relação ao ensino da Matemática, os PCN’s (1997) atribuem dois papéis distintos. Um deles é “o Formativo que ajuda a estruturar o pensamento e o raciocínio dedutivo e o outro é o instrumental, pois a matemática é uma ferramenta que serve para a vida cotidiana e para muitas tarefas específicas em quase todas as atividades humanas”. Num valor formativo ou instrumental é necessário que o aluno perceba a Matemática como um sistema de códigos e regras que a tornou uma linguagem de comunicação de idéias e permite modelar a realidade e interpretá-la. Ainda segundo os PCN’s (1997: p. 29) é importante que “a Matemática desempenhe, equilibrada e indissociavelmente, seu papel na formação de capacidades intelectuais, na estruturação do pensamento”. Quando o professor busca fazer algo criativo, o produto de sua criatividade gera oportunidades para que os indivíduos e grupos experimentem e aprendam. Veiga (1996) afirma que: O trabalho docente alienado só pode gerar um produto discente alienado; se isso não acontece é porque o aluno conseguiu, por outros caminhos, criticar a prática de seu professor. É por esse motivo que afirmamos que o professor precisa saber como se constitui o conhecimento. Caso contrário, poderá não só tornar inócuo o processo de aprendizagem, como até obstruir o processo de desenvolvimento que o fundamenta. (VEIGA, 1996: p. 68-69) Esclarecemos que estamos de acordo com as definições e acrescentamos que o mundo fora da sala de aula está em constante mudança, o próprio professor deve mudar. São várias as oportunidades que o professor tem de “ser criativo” na maneira como lida com todas essas condições mutáveis. Dentro dessa perspectiva, o ensino como um todo e, especialmente, da Matemática deve ser trabalhado de maneira compartilhada. ENSINO-APRENDIZAGEM O Projeto de Ensino-Aprendizagem é uma síntese que o educador faz dos apelos da realidade, das expectativas sociais, de seus compromissos e objetivos, das condições concretas do trabalho. Com esta temática estamos no cerne da atuação do professor: a própria organização de sua proposta para o trabalho em sala de aula. Este é um campo da maior importância na práxis docente: como vai estruturar sua atividade, que necessidades localiza no grupo, que objetivos pretende alcançar, que conteúdos vai propor, como vai avaliar, etc. É também um excelente instrumento de auto-formação, na medida em que favorece a reflexão crítica sobre a prática, o sair do piloto automático, da mera rotina, afirma Vasconcellos (2002). O mesmo autor ainda afirma que: Um dos grandes problemas apontados pelos coordenadores e orientadores é exatamente a resistência dos professores ao planejamento. De onde viria esta resistência? Imposição? Controle? Falta de condições? Formalismo? Idealismo? Comodismo? É preciso investigar. No caso do professor que vai simplesmente repetir o que já fez ou executar algo predeterminado pela escola, diríamos que, de fato, não precisa planejar! A educação é um campo muito bonito, mas minado... A tarefa do professor é uma das mais complexas do ser humano; no entanto, também pode ser banalizada a tal ponto que qualquer um pode fazê-la (“Abram o livro na página 32, leiam e façam um resumo”). É até difícil dizer, mas algumas práticas ainda persistem no contexto escolar: em pleno terceiro milênio, existem professores que transformam seus alunos em copistas, uma vez que em suas aulas se limitam a passar “o ponto” na lousa (várias lousas, diga-se de passagem), mal sobrando tempo para explicar e muito menos para interagir com os alunos”. (VASCONCELLOS, 2002: pag. 147) Fonseca (1995), afirma que “a aprendizagem não pode ser vista como mera acumulação de conhecimentos ou aquisições, mas como uma construção ativa e uma transformação das idéias, uma modificabilidade cognitiva estrutural, um processamento de informação mais diversificado, transcendente e plástico, consubstanciando a função de facilitação e de midiatização intencional do professor”. Os autores concordam em suas discussões que deve haver uma estrutura prévia do que se vai ensinar para que o professor não torne seus alunos em meros copistas e dão ênfase ao papel transformador do professor em que cabe a ele organizar e orientar cada prática para que se atinjam os objetivos de ensino. PRÁTICA X TEORIA Conforme Pimenta (2002), “a atividade teórica é prática onde a teoria é que possibilita de modo indissociável o conhecimento da realidade e o estabelecimento de finalidades para sua transformação. Para produzir tal transformação não é suficiente a atividade teórica, é preciso atuar praticamente onde uma completa a outra”. Em relação às teorias Mizukami (2001) afirma que: O papel da teoria é, muitas vezes, limitado. Para alguns aspectos do fenômeno educativo, a explicação das relações envolvidas pode não ser suficientemente desenvolvida ou abrangente, e sua incompletude pode, inclusive, servir de guia ou fornecer elementos para reflexão. Não há teoria que, por sua própria natureza, fins e prioridades, seja elaborada e resista às mudanças sociais, filosóficas e psicológicas, pelo menos do ponto de vista do ser humano que a examina, a utiliza e participa do mundo que o cerca. (MIZUKAMI, 2001: p.106) Ainda segundo a autora, é necessário que “as teorias não sejam as únicas fontes de resposta possíveis, completas e incorrigíveis, para as situações de ensinoaprendizagem. Elas são elaboradas para explicar, de forma a reduzir, determinados fenômenos, e por dados do real é que irão fornecer o critério para a sua aceitação ou não, instalando-se, assim, um processo de discussão permanente entre teoria e prática”. A educação possui um conceito relativo em função de valores individuais e sociais. Contudo, é preciso, pelo menos, que se expresse essa correlação e que o educador e o educando dela sejam conscientes. Como o professor processa esta classificação e como ele objetiva essas questões na sua prática pedagógica, são fatores essenciais para definir sua formação. A prática em sala de aula coloca desafios e questões para os quais precisamos criar alternativas adequadas, fazendo com que nosso ensino seja ele também uma construção, que se dá paralela e concomitantemente com a construção do conhecimento pelos alunos. Talvez mais difícil porque, enquanto profissionais, estamos expostos e freqüentemente não temos um parceiro que exerça o papel estimulador para que possamos empreender a mudança de nossas concepções alternativas sobre ensino. (CASTRO E CARVALHO, 2001: p. 132) Não há dúvidas quanto à importância do professor no processo educativo. Falase e propõe-se tanto em educação a distância quanto outras utilizações de tecnologias na educação, mas nada substituirá o professor agente do conhecimento que faz com que haja relações de interação e construção do conhecimento, por parte do aluno. A prática pedagógica, segundo Rios (2001), ocorre “no interior da sala de aula, entre o professor e o aluno, para a transmissão de um saber científico, através de determinados meios e procedimentos, não é neutra”. Contudo, percebemos e comungamos com os autores que a forma de ensinar, é eficaz no processo ensino aprendizagem expressando uma forma de educação específica do aluno em seu desenvolvimento e sua adaptação para a vida em sociedade. METODOLOGIA População e lócus da pesquisa. O universo da pesquisa foi composto por alunos de oitavas séries de uma escola pública estadual, localizada na cidade de Janaúba, no Norte de Minas, com uma população de 1.700 (mil setecentos alunos) Esta escola que denominamos X, funciona em três turnos: matutino, vespertino e noturno. Oferece Ensino Fundamental e Médio e o EJA, e é Escola Referência. Em seu Plano de Desenvolvimento Político Institucional, que substitui o PPP (Plano Político Pedagógico), estão todos os planos que desenvolve durante o ano e também os problemas enfrentados pela escola. O prédio da instituição é constituído de 13 salas de aula, laboratório de informática, sala de vídeo, biblioteca, depósito de materiais esportivos, sala de xérox, sala de jogos, diretoria, secretaria, sala de supervisão, cantina, banheiros femininos e masculinos, duas quadras não cobertas, destinadas à prática de esportes. Trabalham dentro da escola 84 funcionários, sendo que 56 são professores. O suporte pedagógico é dado por três orientadoras e uma supervisora. O material pedagógico que a instituição oferece é composto por livros didáticos, vídeos e computadores ligados à internet. Funcionam, no laboratório de informática, onze computadores, em que os alunos tem as aulas de informática e o acesso à internet para pesquisa de trabalhos escolares, e contém um computador na biblioteca para pesquisas com mais urgência, pois o laboratório só é aberto nos dias de aula, em horários diferentes das aulas da escola. A escola tem como fonte os recursos a ela destinados pelo Estado, sendo que uma parte destes é destinada à merenda escolar que é oferecida aos alunos de 5ª a 8ª série do ensino fundamental. A instituição tem dez professores de matemática, todos efetivos. Dentre estes, dois são responsáveis por quatro oitavas séries existentes na instituição, cada um, atuando em duas turmas. As duas oitavas séries funcionam no turno matutino e vespertino, sendo duas em cada turno. O estudo de caso. O estudo abordado neste trabalho foi o estudo de caso. Após a observação feita nas turmas de oitava séries em que desenvolvemos o estágio supervisionado, percebemos a dificuldade que os alunos demonstravam para entender o que estava sendo regido. No início das aulas, aplicamos um questionário, para fazer um levantamento do perfil dos alunos, com o intuito de interpretar melhor os resultados da pesquisa e conhecer melhor a amostra estudada. Logo após, aplicamos a avaliação diagnóstica com o conteúdo de cálculos de áreas e perímetros, fizemos uma correção, para verificarmos o conhecimento que os alunos tinham do conteúdo. Embasados no diagnóstico que desenvolvemos, em torno dos resultados das avaliações, transmitimos o conteúdo de cálculos de áreas e perímetros, através de aulas práticas e teóricas. As aulas teóricas foram desenvolvidas na biblioteca da instituição, através do quadro, onde fizemos uma aula expositiva, com o auxilio do livro didático oferecido pela escola. A aula prática foi desenvolvida na quadra esportiva da escola, sala vazia e na biblioteca. As aulas tinham a duração de quarenta minutos, no período de três semanas, contabilizando quatorze aulas, sendo sete para aulas teóricas e sete para aulas práticas. Objeto de Estudo A pesquisa teve uma amostra de quarenta alunos de duas oitavas séries da escola X, que aqui denominamos turmas A e B. A turma A tem trinta e nove alunos e a turma B, quarenta alunos, ambas do turno vespertino e um único professor de matemática. O nível de aprendizagem dos alunos da turma A, em relação a disciplina de matemática, segundo o professor, é mais elevado que a turma B, tendo uma boa quantidade de alunos com interesse e a facilidade de aprender. Na turma B em relação à disciplina de matemática, poucos têm o interesse de aprender, a maioria tem dificuldade no aprendizado. Devido a isso, eles criam uma certa barreira que impede o seu desenvolvimento em torno da matemática. Para adquirirmos conhecimento das características da nossa amostra, aplicamos um questionário, contendo cinco perguntas, em que não houve a necessidade de os alunos se identificarem. Através desse questionário obtivemos um conhecimento da amostra de estudo com as respostas dadas pelos alunos, dando mais suporte ao nosso trabalho. A amostra foi escolhida da seguinte forma: através do diário do professor de matemática, fizemos uma seleção de alunos de forma aleatória. Colocamos em uma caixa pequena de papel os números do diário correspondentes a cada aluno da turma A. O professor retirou vinte números, os quais participaram do trabalho. Dos vinte alunos sorteados da turma A, separamos em dois grupos de dez alunos. O primeiro grupo escolhido participou da aula prática e os outros dez da aula teórica. Os participantes das aulas práticas denominamos grupo Y, e os das aulas teóricas de grupo Z. Isso foi válido para as duas turmas, sobre a denominação dos grupos. Na turma B, foram selecionados da mesma forma que os alunos da turma A, aleatoriamente. Essa seleção e separação de grupos foi feita para obtermos uma melhor condição para observação do desenvolvimento dos alunos, no intuito de atingir o objetivo que é, aliar a teoria à prática, em que procuraremos mostrar que o ensino, através da prática, produz melhores resultados do que só o ensino teórico. Realização da Pesquisa As aulas práticas e teóricas foram desenvolvidas de acordo com o plano de aula, abaixo apresentado: TEMA: - Cálculos de áreas e perímetros OBJETIVO GERAL: - Aliar a teoria à prática, em que procuraremos mostrar que o ensino, através da prática, produz melhores resultados do que só o ensino teórico. OBJETIVO ESPECÍFICO: - Despertar o interesse pela matemática nos alunos da turma pesquisada. - Apresentar aos alunos a aplicabilidade dos conhecimentos teóricos da matemática na prática do cotidiano. - Mostrar aos alunos situações como a medição de terrenos, em nosso caso específico, a quadra de futebol de vôlei, sala de aula da instituição e a biblioteca. - Procurar desenvolver nos alunos raciocínio lógico dedutivo, noções de espaço, bem como as unidades de medidas utilizadas para medir áreas e noções preliminares de geometria plana. MATERIAIS E MÉTODOS: -Aula expositiva . Livro didático - Aula prática . Giz (teórica) . Caderno . Caderno . Trena . Quadro . Lápis . Lápis . Giz . Xérox . Quadro . Espaço (quadra, sala de aula, biblioteca) TEMPO DE DURAÇÃO: - Quatorze aulas de quarenta minutos As aulas foram realizadas durante a semana, nos horários de matemática da duas turmas, sendo duas aulas simultaneamente, prática e teórica. Devido à necessidade de assistir ambos os grupos na realização das aulas, solicitamos o auxílio de um profissional da área, o qual já tinha conhecimento do trabalho, que vínhamos desenvolvendo desde o início. Convidamos o professor e explicamos para ele a necessidade de um profissional para auxiliar os alunos na aula teórica. Diante da situação, o convite foi aceito. O mesmo atuou como mediador na realização das aulas teóricas que oferecem os conceitos e definições das práticas, desenvolvidas posteriormente nas aulas de aplicação do grupo Z. Com o grupo Y, fazíamos essa mediação, pois a prática tinha muitas aplicações e necessitava de nosso auxilio direto. Tudo isso pelo fato de as aulas teóricas e práticas acontecerem simultaneamente. Então necessitávamos acompanhar os alunos nas aulas práticas, para auxiliá-los, observá-los e atingir os objetivos do trabalho, que é a aula prática. Passamos então o plano de aula e as devidas orientações com o intuito de que ele desenvolvesse as aulas da forma como planejamos, para no final do trabalho termos a capacidade de compararmos os resultados obtidos nos dois grupos, Z e Y. O desenvolvimento foi da seguinte forma: na primeira aula, explicamos aos alunos todo o processo, os objetivos da realização do trabalho e aplicamos o questionário. Na segunda aula, aplicamos uma avaliação para todos os participantes do trabalho, mas antes da aplicação, fornecemos números aleatoriamente para identificarmos os alunos. Este número foi colocado na avaliação e uma letra que representa cada grupo, como por exemplo, quem iria participar das aulas teóricas colocava a letra Z, e das aulas práticas a letra Y, não havendo a necessidade de colocar o seu nome. A avaliação abordava o conteúdo cálculo de áreas e perímetros, e continha dez questões abertas, que são as seguintes: 1- Qual é a área de uma região retangular cujas medidas são 24m por 12,5 m? 2- Quanto mede a altura de um retângulo que tem 65 cm de base e 1430 cm2 de área? 3- Quantos metros quadrados de azulejo são necessários para revestir até o teto uma parede retangular de 4 m por 2,75 m? 4- Qual o perímetro de um quadrado que mede 4 m cada lado? 5- Um terreno tem a forma quadrada, de lado 30,2 m. Calcule a área desse terreno. 6- Qual é a área de um quadrado cujo perímetro é 14 cm? 7- A região de uma cartolina é limitada por um paralelogramo que tem 15,4 cm de comprimento por 8,5 cm de largura. Qual é a área dessa região? 8- Um pedaço de madeira, cuja forma de um triângulo, tem a altura de 8,5 cm e a base mede 26 cm. Qual a área desse triângulo? 9- Um terreno tem a forma de um trapézio de bases 30 m e 21 m e de altura 16 m. Calcule a área desse pedaço de madeira. 10- Um terreno tem a forma de um trapézio de bases 22,5 m e 16 m e de altura 10 m. Nesse terreno, foi construída uma piscina retangular de 9 m de comprimento por 4 m de largura. No restante do terreno, foram colocadas pedras. Quantos m2 do terreno foram cobertos por pedras? A partir da terceira aula começamos desenvolver as aulas teóricas e práticas. Na aula prática de cada turma dividimos os dez alunos em dois subgrupos de cinco alunos, em que estes trouxeram lápis, borracha, caderno e receberam uma trena para medir a área da quadra de futebol de vôlei da biblioteca e uma sala que estava vazia. Passamos as instruções aos alunos para que começassem a medir os ambientes e, durante a execução, ficamos auxiliando-os. Os alunos mediram esses ambientes e anotaram em seus cadernos. Na aula teórica, os alunos trouxeram lápis, borracha, caderno e usamos o livro oferecido pela instituição, em que o professor explicou a maneira que calcula a área e o perímetro de um quadrado, retângulo, através das fórmulas relacionadas a cada figura e passou algumas questões que envolviam estas figuras. Logo após fez as correções junto com os alunos. Na quarta aula, em continuação à aula prática, pegamos as medidas dos ambientes e calculamos as áreas e perímetros, em que todos relacionaram com as figuras de um retângulo e usamos a fórmula para os cálculos. Na aula teórica, os alunos calcularam através das fórmulas a área do losango e do triângulo e fizeram alguns exercícios com relação às figuras citadas. Logo após o professor fez a correção dos exercícios. Na quinta aula, levamos os alunos até uma sala de aula vazia e medimos uma janela a qual todos os seus lados tinham a mesma medida, e, através desta, usamos a fórmula de um quadrado para calcular a área que esta janela ocupa na sala. Fomos até a biblioteca e procuramos formas, desenhos que relacionassem com figuras de um losango, triângulo e trapézio. Medimos e anotamos no caderno para na aula seguinte fazermos os cálculos das áreas destas formas. N a aula teórica, o professor explicou aos alunos como é feito, através da fórmula, o cálculo da área de um triângulo. Logo após, passou os exercícios relacionando com a figura. Depois da resolução, fez a correção. Na sexta aula, fizemos os cálculos das áreas das figuras medidas. Logo após, pegamos as medidas dos ambientes que medimos como: quadra de futebol, quadra de vôlei, sala de aula e a biblioteca e calculamos a quantidade de materiais como: tijolos e arames que levaria para cercá-los. Em seguida, fizemos um relatório, mensurando a quantidade de materiais de que necessitaríamos para cercar estes ambientes, o qual, apresentamos a seguir: Quadra de Futebol: 16 metros x 29 metros Quadra de Vôlei: 10 metros x 21 metros Sala de Aula: 6 metros x 7 metros Biblioteca: 7 metros x 6 metros A partir destas medições fizemos os cálculos para verificarmos a quantidade de materiais de construções como, tijolo e arame, que seria necessária para cercar estes ambientes. Quantidade de Tijolos: Sendo que os tijolos têm a medida de 20 centímetros por 10 centímetros e a altura do muro é de 2 metros, então como as medidas dos ambientes estão em metros, calculamos a área do tijolo em metros, em que pegamos os 20 centímetros e dividimos por 100 e dividimos também os 10 centímetros por 100, para obter as medidas do tijolo em metros. Logo após calcularmos a área do tijolo, em que pegamos os resultados das transformações em metros, que foi 0,2 metros vezes 0,1 metros e achamos a área do tijolo que é 0,2 metros quadrados. Calculamos a área da quadra de futebol da seguinte maneira: pegamos o comprimento do muro que mede 16 metros e multiplicamos com a altura do muro que é 2 metros e achamos 32 metros quadrados. Logo após calculamos o outro lado do muro o qual mede 29 metros de comprimento e multiplicamos pela altura de dois metros do muro e encontramos 58 metros quadrados. Após estes cálculos, verificou-se que para cercar este ambiente necessita-se de quatro partes de muro e como já calculamos duas, então somamos a área do primeiro muro que é trinta e dois metros quadrados, com a área do segundo muro que é 58 metros quadrados e multiplicamos por dois, que são os outros dois muros que faltam, e achamos 180 metros quadrados. Pegamos estes 180 metros quadrados e dividimos pela área do tijolo que é 0,2 metros quadrados e encontramos 9.000 unidades de tijolos , o necessário para cercar a quadra de futebol da instituição. Os outros ambientes foram medidos da mesma forma, o tijolo com a mesma medida e a altura do muro também. Através destes cálculos achamos as seguintes quantidades de tijolos citados abaixo: Quadra de Futebol: 9.000 tijolos Quadra de Vôlei: 6.200 tijolos Sala de Aula: 2.600 tijolos Biblioteca: 2.500 tijolos Quantidade de Arames: Para calcularmos a quantidade de arame, colocamos cinco voltas de arames para cercar cada ambiente. Então vamos demonstrar aqui os passos que seguimos para calcular a quantidade de arame necessário para cercar a quadra de futebol. Calculamos o perímetro da quadra de futebol da seguinte forma; somamos todos os seus lados, 29 metros + 16 metros + 29 metros + 16 metros e achamos 90 metros. Agora multiplicamos os 90 metros por 5 voltas e encontramos 450 metros de arame, o necessário para cercar a quadra de futebol. Foram desenvolvidos da mesma forma os cálculos dos ambientes. Através destes cálculos achamos as seguintes quantidades de arame necessárias para cercar cada ambiente citado abaixo: Quadra de Futebol: 450 metros Quadra de Vôlei: 310 metros Sala de Aula: 130 metros Biblioteca: 130 metros Estas foram às medidas e as quantidades de materiais que seriam necessários para cercar estes ambientes os quais foram estudados. Na aula teórica, o professor explicou para os alunos o cálculo da área de um trapézio. Em seguida passou exercícios sobre a figura. Depois de resolvidos, fez a correção. A sétima aula foi à última, em que aplicamos tanto para o grupo da aula teórica, quanto para o grupo da aula prática, a mesma avaliação que aplicamos no início do trabalho. Na última avaliação, os alunos se identificaram com o mesmo número e a mesma letra utilizada na primeira avaliação. Através dessas identificações e dos resultados das duas avaliações, comparamos o conhecimento que os alunos obtiveram durante o desenvolvimento do trabalho. Tendo em mãos as avaliações diagnósticas e avaliações somativa, procuramos atribuir notas de zero a dez, em que cada questão valia um ponto, no intuito de compararmos o desempenho dos alunos durante a pesquisa. Para analisarmos as notas, ou seja, a quantidade de questões que os alunos das aulas práticas acertaram, aplicamos a regra de três simples (porcentagem). Logo, fizemos o mesmo com os alunos das aulas teóricas, com as notas obtidas por eles. Ao final, comparamos o resultado dos alunos da aula prática e da aula teórica para verificarmos se nossos objetivos e hipótese foram alcançados. ANÁLÍSE DOS RESULTADOS O trabalho foi desenvolvido por meio de questionários, aplicações de avaliações diagnósticas e somativa, aula teórica e prática, observação durante o desenvolvimento das aulas, como, por exemplo, em qual das duas aulas os alunos tiveram mais facilidade em aprender os conteúdos de cálculo de áreas e perímetros e em qual aula eles se sentiram mais motivados e com mais curiosidades. Logo depois de aplicado o questionário procuramos analisar os dados, os quais demonstraremos. Com a apuração das respostas do questionário, pretendíamos descobrir o perfil de cada aluno. Descobrimos que a amostra, em relação a idade, varia de treze a dezesseis anos e que os alunos residem em bairros próximo ao centro. Seis alunos (quinze por cento) trabalham para ajudarem nas despesas de casa, e os outros trinta e quatro alunos (oitenta e cinco por cento) só estudam. Concluímos, então, que a maioria dos alunos tem um maior tempo para dedicar aos estudos. Descobrimos também que trinta e quatro alunos (oitenta e cinco por cento) gostam da disciplina de Matemática. A justificativa apresentada por eles é que a disciplina “é gostosa para aprender”; “usa muito no dia-a-dia”. Outros seis alunos (quinze por cento), não gostam da disciplina, justificaram assim, “raciocina demais”, “tenho um pouco de dificuldade em raciocinar”, “não gosto”. Dentre os alunos pesquisados, apenas dois alunos (cinco por cento) repetiram de ano. Os outros trinta e oito alunos (noventa e cinco por cento) nunca foram reprovados, pois como vimos, a maioria dos alunos tem um maior tempo para dedicar aos estudos. Portanto, isso pode ter sido um fator que contribui para que eles não tivessem repetências em seus currículos. Um outro fator muito importante é o fato de os alunos que trabalham serem exatamente os alunos que tinham repetências, pois o trabalho de uma forma ou de outra pode atrapalhar no seu desempenho escolar, prejudicando o rendimento de sua aprendizagem.O que nos leva a concluir que apesar dos esforços, o tempo de dedicação aos estudos é de fundamental importância para o rendimento e aprimoramento dos alunos. As duas avaliações continham dez questões cada uma, em que distribuímos estas para os dois grupos Z e Y e ao todo contabilizamos quarenta avaliações, pois participavam vinte alunos em cada grupo. Representamos estas questões, para melhor visualização da quantidade de questões que cada grupo acertou no gráfico a seguir: Avaliação Diagnóstica Número de Acertos 14 12 10 Número de Acertos Grupo y 8 Número de Acertos Grupo z 6 4 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Que stõe s Ao aplicarmos a avaliação diagnóstica, tínhamos como objetivo observar o conhecimento que os alunos tinham do conteúdo, para conhecermos as maiores dificuldades dos mesmos, uma vez que a avaliação diagnóstica visa a descobrir se há apresença ou não de conhecimento em relação ao que já foi aplicado, para buscar novas experiências de aprendizagem, conforme fala Sant’anna (1995). Podemos concluir então, através do gráfico, em relação a avaliação diagnóstica aplicada para o grupo Y e Z, que o conhecimento em torno do conteúdo de cálculo de área e perímetro era insuficiente. Em relação a todo o grupo Y, o mesmo acertou quarenta e cinco questões, dentre as duzentas, o qual corresponde á 22,5% das questões. O grupo Z, no todo, acertou trinta e nove questões que correspondem a 19,5% das questões. Percebemos que em relação ao conteúdo aplicado na avaliação, o grupo Y, acertou 35% a mais do que o grupo Z. Apesar de ser uma avaliação diagnóstica e ser um conteúdo que já foi visto por eles, o número de questões que eles acertaram foi muito pouco. Analisaremos cada questão individualmente, para verificar quais as questões que os alunos acertaram mais e as que acertaram menos, para termos um conhecimento de onde os alunos tem mais dificuldades. Com analise do material coletado em mãos, consideramos que os alunos têm pouco conhecimento sobre o conteúdo. Como por exemplo, as últimas questões que analisamos e que eles não conseguiram responder, eram mais aprofundadas no conteúdo e se relacionavam com aplicações que eles poderiam precisar no seu cotidiano. Ao aplicarmos a avaliação diagnóstica para os grupos, esperávamos um acerto maior de questões, o qual não foi possível. Apesar de ser uma avaliação diagnóstica e de ser um conteúdo já visto por eles, o conhecimento obtido foi mínimo. Logo após a aplicação da avaliação diagnóstica, desenvolvemos as aulas práticas e teóricas. Após as aulas, aplicamos novamente a mesma avaliação (diagnóstica) aos dois grupos, o qual denominaremos avaliação somativa. Adotamos esta avaliação somativa, para verificarmos o aprendizado dos alunos logo após as aulas que foram desenvolvidas no decorrer do trabalho, o qual Sant’Anna (1995) vem nos afirmar ser essa a função da avaliação somativa, com a sua fala. Já Vianna (2000) segue o mesmo pensamento de Sant’Anna (1995), afirmando que a avaliação somativa tem a possibilidade de constatar o processo ou desenvolvimento do trabalho através dos resultados adquiridos pela avaliação. Nosso trabalho relaciona-se com essa discussão, pois a finalidade da avaliação somativa que aplicamos foi identificar o rendimento dos sujeitos da pesquisa ao final do trabalho. Apresentamos no gráfico abaixo, para uma melhor visualização dos resultados obtidos pelos grupos Y e Z, como avaliação somativa: Avaliação Somativa Números de Acert 25 20 15 Número de Acertos Grupo y 10 Número de Acertos Grupo z 5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Que stõe s Podemos perceber que houve diferença em relação ao conhecimento dos alunos, pois visualizamos um aumento, em todas as questões, da quantidade de acertos. Analisaremos agora todas as questões em relação aos dois grupos: Percebemos, então em relação aos resultados adquiridos pelos grupos analisando as questões que o grupo Y obteve um melhor resultado do que o grupo Z e a causa provável se deve ao fato de, ao participarem das aulas práticas, os alunos adquiriram um bom conhecimento e obtiveram a capacidade de resolver estas questões. Em relação ao grupo Z, que não obteve um bom rendimento de acertos das questões, pode ser devido à participação nas aulas teóricas. Ao final, vamos analisar a questão de número 10, a qual menos de cinco alunos conseguiram responder, tanto no grupo Y, como no grupo Z. Podemos perceber que, no grupo Y, somente 20% dos alunos acertaram a questão, o qual corresponde a quatro alunos e, no grupo Z, somente 5% dos alunos, que corresponde a um aluno, dentre todo o grupo. Somente um aluno conseguiu responder esta questão, em relação ao grupo Z. Foi também a única questão que, no grupo Y, somente quatro alunos conseguiram responder. Daí então percebemos o grau de dificuldade que os alunos tiveram para responder esta questão. Apesar de serem poucos alunos que responderam, na avaliação diagnóstica nenhum aluno havia respondido. Podemos concluir que depois das aulas, em relação a questão de número 10, eles demonstraram que obtiveram conhecimento do conteúdo aplicado aos dois grupos. O grupo Y, no todo, acertou cento e vinte e nove questões, que correspondem a 64,5% das questões aplicadas ao grupo. Já o grupo Z acertou setenta e oito questões que correspondem à 39% das questões a eles aplicadas. Abaixo vamos apresentar os gráficos por meio dos quais verificamos o rendimento de acertos em relação à avaliação diagnóstica para a avaliação somativa dentre os dois grupos Y e Z, para melhor visualizarmos a quantidade de acertos adquiridos por eles: Desempenho Do Grupo Y 25 Número De Acertos 20 15 Diagnóstica 10 Somativa 5 0 1 2 3 4 5 6 Questões 7 8 9 10 Desenpenho Do Grupo Z Número De Acert 20 15 Diagnóstica 10 Somativa 5 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Questões De acordo com a análise, concluímos nossos objetivos: Aliar a teoria à prática produz melhores resultados do que só o ensino teórico. Percebemos isso nos gráficos acima apresentados, visto que em todas as questões o grupo Z, que participou das aulas teóricas obteve um menor desempenho do que o grupo Y, que participou das aulas práticas. De certa maneira, as aulas teóricas deixam a desejar no ensino do conteúdo, falta algo que pode ser suprido com as aulas práticas, facilitando ao aluno absorver, com maior eficácia, o conhecimento que está sendo explicado. Em relação a isso, Pimenta (2002) fala que para produzir tal transformação não é suficiente a atividade teórica, é preciso atuar praticamente onde uma completa a outra. Segundo a autora, a prática com a teoria tem que estar sempre aliadas. Concluímos também a nossa hipótese de que realmente o ensino de cálculo de áreas e perímetros produz melhores resultados através da aula prática, a qual comprovamos com os resultados adquiridos pelo grupo Y, que participou das aulas práticas, tendo um melhor desempenho do que o grupo Z, que participou das aulas teóricas. CONSIDERAÇÕES Neste trabalho buscamos a todo instante, desde a construção teórica até a aplicação das aulas, mostrar a importância das inter- relações de aulas teóricas e práticas, ressaltando que estas são referencias para o ensino, no que se refere ao cálculo de áreas e perímetros, tendo como objetivo ambientar o aluno nas aulas práticas, com o que foi visto em aulas teóricas. Chegamos às seguintes conclusões: durante o desenvolvimento das aulas em que onde observamos os alunos com relação ao conteúdo aplicado, eles demonstraram-se motivados pelas aulas. Percebemos o interesse, o esforço que faziam e a curiosidade que tinham, para aprender as aplicações na prática. Segundo as informações do professor que ministrou as aulas teóricas, podemos concluir que os alunos não se demonstraram motivados, pois era o mesmo estilo de aula a que assistem todos os dias. Devido a isso não fizeram muito esforço para aprender o que estava sendo transmitido, porém melhoraram o desempenho, pois não era seu professor que ensinava, estavam vendo a matéria pela segunda vez, ou seja, uma aula de reforço. Podemos constatar claramente com o número de questões que acertaram, aumentando de trinta e nove para setenta e oito questões, mesmo com a falta de motivação pelas aulas, é que adquiriram conhecimento do que foi transmitido. Isso porque, mesmo que as aulas teóricas sejam puramente de acordo com a metodologia do professor, o aluno consegue absorver o conhecimento passado. Com os resultados obtidos na avaliação diagnóstica e na avaliação somativa, verificamos nosso objetivo de que no ensino de Matemática, aliando a teoria à prática, produzem-se melhores resultados do que a aula teórica puramente. O aluno se sente motivado ao se deparar com aplicações da Matemática em seu ambiente escolar, relacionando com o cotidiano. Através da aula teórica dá para imaginar uma aplicação na prática, independente de qual for o conteúdo. A prática oferece a oportunidade para colocar a teoria em aplicação, dando uma melhor compreensão do que foi estudado na teoria, visto que as aulas práticas despertam no aluno a vontade de manipular as definições passadas nas aulas teóricas e fazem com que eles relacionem o conhecimento adquirido com sua vida, facilitando o raciocínio na hora de demonstrar seus conhecimentos em uma avaliação, pois ele tem mais facilidade em lembrar o que foi aplicado sobre aquela matéria na aula prática. Assim, confirmamos nossa hipótese de que realmente o ensino de cálculos de áreas e perímetros produz melhores resultados agregando as aulas teóricas à prática, despertando no aluno maior interesse e no professor um olhar mais atencioso quanto a suas metodologias e ao aprendizado de cada aluno. População e lócus da pesquisa. O universo da pesquisa foi composto por alunos de oitavas séries de uma escola pública estadual, localizada na cidade de Janaúba, no Norte de Minas, com uma população de 1.700 (mil setecentos alunos) Esta escola que denominamos X, funciona em três turnos: matutino, vespertino e noturno. Oferece Ensino Fundamental e Médio e o EJA, e é Escola Referência. Em seu Plano de Desenvolvimento Político Institucional, que substitui o PPP (Plano Político Pedagógico), estão todos os planos que desenvolve durante o ano e também os problemas enfrentados pela escola. O prédio da instituição é constituído de 13 salas de aula, laboratório de informática, sala de vídeo, biblioteca, depósito de materiais esportivos, sala de xérox, sala de jogos, diretoria, secretaria, sala de supervisão, cantina, banheiros femininos e masculinos, duas quadras não cobertas, destinadas à prática de esportes. Trabalham dentro da escola 84 funcionários, sendo que 56 são professores. O suporte pedagógico é dado por três orientadoras e uma supervisora. O material pedagógico que a instituição oferece é composto por livros didáticos, vídeos e computadores ligados à internet. Funcionam, no laboratório de informática, onze computadores, em que os alunos tem as aulas de informática e o acesso à internet para pesquisa de trabalhos escolares, e contém um computador na biblioteca para pesquisas com mais urgência, pois o laboratório só é aberto nos dias de aula, em horários diferentes das aulas da escola. A escola tem como fonte os recursos a ela destinados pelo Estado, sendo que uma parte destes é destinada à merenda escolar que é oferecida aos alunos de 5ª a 8ª série do ensino fundamental. A instituição tem dez professores de matemática, todos efetivos. Dentre estes, dois são responsáveis por quatro oitavas séries existentes na instituição, cada um, atuando em duas turmas. As duas oitavas séries funcionam no turno matutino e vespertino, sendo duas em cada turno. 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