II SIGA Ciência (Simpósio Científico de Gestão Ambiental)
Realizado dia 04 de maio de 2012 na ESALQ-USP, Piracicaba-SP
V1.2012
CATEGORIA: Apresentação Oral
Eixo Temático – Ciências Sociais (Educação Ambiental)
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE SANTO ANTÔNIO DA
PLATINA-PR1
André Luiz Santos de Oliveira2
Rosemary Trabold Nicácio3
RESUMO: Este trabalho foi focado na pesquisa bibliográfica e na coleta de dados; as análises
foram resultados de um questionário respondido por alunos do primeiro ano de dois colégios
públicos da cidade de Santo Antônio da Platina, no Paraná, sobre a Educação Ambiental. A
pesquisa tem como objetivo coletar informações através de questões entregues aos discentes,
e dependendo do aproveitamento destes (questões respondidas corretamente), pode-se saber
se as informações sobre questões ligadas à sustentabilidade do planeta, por exemplo, estão
sendo transmitidas principalmente pelos professores.
Palavras-chave: educação ambiental, colégios públicos, sustentabilidade, transmitidas,
professores.
1 INTRODUÇÃO
Gerado na expansão colonial, o Brasil tem o sentido de formação de extrema
exploração, sem precisão, num processo em que o país se concebe num espaço a se
ganhar. Um processo que se estende, seja na visão de terra ou homem, ambos igualados
na percepção dos colonizadores apenas enquanto recursos que o território tende a
oferecer. A formação territorial brasileira é, historicamente, essencialmente degradadora
do território e dos habitantes (MORAES, 2002).
As pessoas começaram a utilizar a natureza para fins próprios nas últimas
décadas, assim, explicita Ruy (2004) que as preocupações com o tema “meio ambiente”,
1
Este trabalho pretende apresentar reflexões resultantes, de um Trabalho de Conclusão de Curso de pósgraduação em Gestão Ambiental intitulado ”A Educação Ambiental nas Escolas Públicas Centrais e
Periféricas de Santo Antônio da Platina-PR”, realizado em 2011.
2
Graduado em Biologia, Universidade Estadual do Norte do Paraná e pós-graduando em Gestão ambiental
pelas Faculdades Integradas de Ourinhos– UENP – CEP 86430 – 000 – Jacarezinho – Paraná – Brasil –
[email protected]
3
Professora mestre em Educação: História, Política e Sociedade – PUC/SP, Coordenadora do Curso de
Pedagogia das FIO, Faculdades Integradas de Ourinhos e Supervisora de Ensino na Secretaria de Estado
da Educação. CEP 19 900-000 – Ourinhos – São Paulo – Brasil – [email protected]
II SIGA Ciência (Simpósio Científico de Gestão Ambiental)
Realizado dia 04 de maio de 2012 na ESALQ-USP, Piracicaba-SP
V1.2012
vêm se intensificando e, com elas, começaram também as iniciativas de vários setores
de nossa sociedade, para o desenvolvimento de ideias e atividades, que tem como
objetivo, educar as comunidades sobre as questões ambientais, o que deve ou não ser
feito.
Segundo Dias (2004) no artigo 1º da Lei nº 9795, de 27 de abril de 1999, fica claro
que a educação ambiental é entendida por processos sobre os quais o indivíduo só e
também na coletividade constrói valores sociais, conhecimentos e atos focados
diretamente para a conservação do meio ambiente, bem como o uso comum, essencial à
sadia qualidade de vida da população e sua sustentabilidade.
Dias (2004), mostra também, no artigo 9º da lei nº 9795/99, que a Educação
Ambiental deve ser implementada no ensino formal e não-formal. No ensino formal, deve
ser na Educação Básica4, no Ensino Superior, na Educação Especial, Profissional e de
Jovens e Adultos. Já no ensino não-formal, são as ações e práticas de educação voltadas
para sensibilizar e levar informações ao coletivo sobre questões ambientais, sua
organização e participação, defendendo a qualidade do meio ambiente.
Segundo Reigota (2004), a comunidade internacional acredita que a educação
ambiental deve estar presente em todos os espaços que educam os cidadãos, como nas
escolas, parques ecológicos, sindicatos, universidades e meio de comunicação em
massa, como televisão, rádio, jornais, revistas etc. A educação ambiental pode estar
presente, nas mais diversas disciplinas escolares, como quando estão sendo estudados
temas que enfoquem as relações entre meio natural, humanidade e relações sociais.
No atual quadro do ensino de saúde nas escolas do Brasil de Ensino Fundamental,
constata-se o despreparo dos docentes nesta área de conhecimento e a falta de
qualidade da maioria dos livros didáticos, a escassez de material alternativo a ele, as
condições desfavoráveis de trabalho dos professores e as péssimas condições físicas que
apresentam, via de regra, as escolas de Ensino Fundamental (MOHR; SCHALL, 1992).
Deve-se partir do saber fundamental: mudar é difícil, mas é possível, para que se
consiga programar a ação político pedagógica, não importa o projeto com o qual os
educadores estão se comprometendo (FREIRE, 1996).
Os docentes de escolas públicas deveriam deixar claro para os adolescentes,
segundo Valentin, L.; Santana, L. C. (2010), que a cidadania é posta na esfera do
comportamento, em ações como: fazer com que não ocorra tanto desperdício, diminuir o
4
A Educação Básica compreende a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio
II SIGA Ciência (Simpósio Científico de Gestão Ambiental)
Realizado dia 04 de maio de 2012 na ESALQ-USP, Piracicaba-SP
V1.2012
consumo e usar os recursos naturais de uma forma branda e que ser cidadão, é
economizar e combater o desperdício, já que isso implica lucro e redução dos gastos.
Reigota (2004) enfatiza, que o conteúdo mais indicado para trabalhar com a
educação ambiental deve estar ligado à problemática ambiental vivida cotidianamente
pelos alunos e que se queira resolver. Os conteúdos são os mais diversos, como:
saneamento básico, espécies sendo extintas, os vastos tipos de poluição, biodiversidade,
efeito estufa, reciclagem etc.
Os professores em todas as áreas do conhecimento deveriam abordar o tema
“educação ambiental”, pois como deixou claro Durham (1984), que foi aprendido em
sociologia, que existir ou perceber problemas ambientais e sociais, embora sejam
elementos de necessidade, não são suficientes para que haja ações e para que a
sociedade crie resposta para esses problemas. É necessário que os problemas sejam
interpretados e também reconhecidos pela população, então, que tomemos finalmente
consciência de que o problema existe e assim, construir articulações e ações em massa
visando recuperação.
2. DESENVOLVIMENTO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A pesquisa foi exploratória, quanto à natureza, e realizada através da pesquisa de
campo, cuja extensão se deu em duas escolas do município de Santo Antonio da Platina
– PR, num total de 30 (trinta) alunos, sendo 15 (quinze) alunos em cada escola, todos do
1º ano do Ensino Médio e as os locais escolhidos foram os Colégios Estaduais Dr.
Ubaldino do Amaral (central) e Maria Dalila Pinto (periférico). Para a concretização da
pesquisa, as formas de acesso foram realizadas através de questionários aplicados na
sala de aula e sua análise seguiu uma abordagem quantitativa.
O questionário possuía dez questões de múltipla escolha, com quatro alternativas
cada, sobre temas ligados à Educação Ambiental (questões simples e objetivas), a
análise realizou-se considerando os acertos e os erros, apontando para um resultado
alarmante.
No colégio central, foi onde ocorreu o maior índice de acertos, no colégio periférico
o índice caiu substancialmente. As médias foram baixas, no Colégio Maria Dalila Pinto, a
média de acertos foi de 2,6 questões certas por aluno, isto se deve, pelo fato da maior
parte dos alunos ter acertado de 1 (uma) a no máximo 3 (três) questões, e no colégio
central, a média é 3,8 questões, pois a maior parte acertou de quatro a seis questões.
II SIGA Ciência (Simpósio Científico de Gestão Ambiental)
Realizado dia 04 de maio de 2012 na ESALQ-USP, Piracicaba-SP
V1.2012
Dos 15 (quinze) alunos que responderam às questões, no Colégio Maria Dalila
Pinto, o colégio periférico, 12 (doze), acertaram no máximo 3 (três) questões, ou seja,
80% (oitenta por cento) dos estudantes, tiveram um índice muito baixo de acerto, fazendo
com que a média fosse extremamente baixa, os outros 20% (vinte por cento), ou seja, 3
(três) alunos, acertaram de 4 (quatro) a 6 (seis) questões; nenhum acertou 7 (sete) ou
mais questões.
No colégio central, a média não foi tão baixa, pois 9 (nove) alunos acertaram de 4
(quatro) a 6 (seis) questões, ou seja, 60% (sessenta por cento) não foi tão mal, mas os
outros 40% (quarenta por cento), acertaram de 1 (uma) a 3 (três) questões, o que
preocupa muito.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desses resultados há que se considerar que o trabalho educativo não tem ocorrido
em nenhuma das escolas como prática efetiva de conscientização, e ainda, considerando
as questões em que ocorreu maior índice de acertos, pode-se relacionar os
conhecimentos à práticas sociais vivenciadas por esses jovens.
Àqueles que vivem no centro e convivem com melhores condições e qualidade de
vida, o índice de acertos foi maior, e aos que vivem na periferia e não usufruem
determinados bens sociais, encontraram-se os piores índices de acerto.
Diante do exposto, pode-se dizer que as escolas públicas necessitam de educação
de qualidade, principalmente as escolas da periferia, pois as médias na periferia são
muito baixas e necessitam de mais investimento, pois os governos apenas enfocam no
centro, o que é feito de bom, são para as pessoas com melhor qualidade de vida e melhor
remuneradas.
O governo deveria investir também em aperfeiçoamento e capacitação para os
professores, na área da Educação Ambiental, para que em todas as disciplinas fossem
abordados temas relacionados, pois em qualquer área de conhecimento pode-se chegar a
um “denominador comum“, que é a sustentabilidade, o que todos os países do mundo
estão necessitando e procurando.
Mas essa sustentabilidade tão visada, só será efetiva, a partir do momento em que
o conhecimento seja transmitido para todos e as pessoas adquirindo e relacionando o que
foi passado, e assim, consequentemente se conscientizarão de que o mundo necessita
ser mais saudável, de que a natureza sofre com as ações humanas e também, o que se
II SIGA Ciência (Simpósio Científico de Gestão Ambiental)
Realizado dia 04 de maio de 2012 na ESALQ-USP, Piracicaba-SP
V1.2012
faz em um local e hora, poderá desencadear mais tarde em catástrofes em outras
localidades ou até no mesmo local.
As políticas públicas deveriam se concentrar mais em nosso país, os governos
deveriam se preocupar em transmitir informações para a população do que é certo e
errado fazer, deveria fazer campanhas em todos os meios de comunicação possíveis,
como televisão, rádio, internet, jornais, etc, para que a população pensasse várias vezes,
antes de jogar lixo nos córregos, entupir bueiros, entre outras coisas.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIAS, Genebaldo Freire, Educação Ambiental: princípios e práticas. 9 ed. São Paulo:
Gaia, 2004.
DURHAM, Eunice Ribeiro. Movimentos sociais: A construção da cidadania. Novos
Estudos Cebrap, São Paulo, nº 10, 1984, p. 24-30.
FREIRE, Paulo, Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 31
ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
MOHR, Adriana ; SCHALL, Virgínia T.. Rumos da educação em saúde no Brasil e sua
relação com a educação ambiental. Cad. Saúde Pública [online]. v. 8, n.2, p. 199203. 1992. ISSN 0102-311X. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_pdf&pid=S0102311X1992000200012&lng=pt&nrm=iso&tlng=PT>. Acesso em: 18-maio-2011, 15:48.
MORAES, Antonio Carlos Robert, Meio ambiente e ciências humanas. 2 ed. São Paulo:
Hucitec Ltda., 2002.
REIGOTA, Marcos, O que é educação ambiental. 1 ed. São Paulo: Brasiliense, 2004.
RUY, Rosimari A. Viveiro. A educação ambiental na escola, Revista eletrônica de
ciências [online], vol. 26, 2004. Disponível em:
<http://www.cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_26/eduambiental.html> Acesso em: 18maio-2011, 15:28.
VALENTIN, Leirí; SANTANA, Luiz Carlos. Concepções e práticas de educação ambiental
de professores de uma escola pública. Ciênc. educ. [online]. vol.16, n.2, p. 387399. 2010. ISSN 1516-7313. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151673132010000200008&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 18-maio-2011, 16:00.
Download

E.1-01 EDUCACAO_AMBIENTAL, Andre L.S. Oliveira