UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Ana Claudia Miranda
MATERIAIS ALTERNATIVOS COMO MEIO DE EXPRESSÃO:
NA ARTE EDUCAÇÃO E NO CAMPO ARTÍSTICO
CURITIBA
2011
Ana Claudia Miranda
MATERIAIS ALTERNATIVOS COMO MEIO DE EXPRESSÃO:
NA ARTE EDUCAÇÃO E NO CAMPO ARTÍSTICO
Trabalho
de
Conclusão
de
Curso
apresentado à Pós de Ensino das Artes
Visuais: Práticas Pedagógicas e Linguagens
Contemporâneas da Faculdade de Ciências
Humanas, Letras e Artes da Universidade
Tuiuti do Paraná, como requisito parcial
para obtenção do grau de Especialista em
Ensino das Artes Visuais.
Orientadora: Prof. Ms. Denise Wendt
CURITIBA
2011
Dedico
esta
monografia
aos
meus
colegas,
principalmente amigos, de estudo e trajetória Débora
e Renato.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha mãe, por investir todas as suas qualidades em mim e
minha irmã, incentivando-nos a buscarmos o nosso sucesso.
Agradeço ao companheirismo e amizade do Bruno, o qual está em todos
os momentos ao meu lado.
Agradeço a minha orientadora Denise Wendt, a qual me guiou durante a
pesquisa deste trabalho, me apoiando e encorajando.
Agradeço ao professor Renato Torres pela compreensão e ajuda na
realização dos trabalhos da especialização.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..........................................................................................7
2. MATERIAIS ALTERNATIVOS NA ARTE EDUCAÇÃO...........................8
3. MATERIAIS ALTERNATIVOS NO CAMPO ARTÍSTICO......................12
3.1.
CUBISMO SINTÉTICO......................................................................12
3.2.
DADAÍSMO........................................................................................13
3.3.
ROBERT RAUSCHENBERG............................................................16
3.4.
LEDA CATUNDA...............................................................................17
3.5.
VIK MUNIZ.........................................................................................20
4. UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS EM ATIVIDADE
PRÁTICA................................................................................................23
5. CONCLUSÃO.........................................................................................29
REFERÊNCIAS............................................................................................30
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – MATERIAIS ALTERNATIVOS.....................................................10
FIGURA 2 – BANDOLIM...................................................................................13
FIGURA 3 – RELEVO DADÁ............................................................................14
FIGURA 4 – QUADRO MERZ 29......................................................................15
FIGURA 5 – CAMA...........................................................................................16
FIGURA 6 – SIAMESES....................................................................................18
FIGURA 7 – MARAT, SEBASTIÃO..................................................................21
FIGURA 8 – MONOGRAMA.............................................................................23
FIGURA 9 – AMIZADE......................................................................................26
FIGURA 10 – LIXO CHIQUE.............................................................................26
FIGURA 11 – RELEITURA................................................................................27
FIGURA 12 – COLAGEM..................................................................................28
7
1. INTRODUÇÃO
Apresento neste trabalho a minha pesquisa sobre os materiais
alternativos, o que são esses materiais e quais as suas possibilidades de
expressão, focando no ensino da arte. Analiso a importância da utilização
desses materiais nas atividades práticas das aulas de arte, como meio de
expressão e de desenvolvimento da criatividade, estimulando o aluno a
pesquisar novas maneiras para produzir seus trabalhos, pois os alunos
precisam passar pelo fazer artístico para que haja uma compreensão e
aprendizagem maior sobre a arte.
Cito artistas que utilizam os materiais alternativos como base material
para a produção de suas obras, quais são os materiais que utilizam e os
processos para criar seus trabalhos; possibilitando uma nova maneira de criar,
de expressão e um novo conceito de arte.
Relato a atividade prática que realizei com meus alunos, sobre o artista
Robert Rauschenberg, o qual utiliza os materiais alternativos como base para a
criação de suas obras. Os alunos conheceram o artista e suas obras e
realizaram um trabalho prático em grupo com os materiais alternativos.
8
2. MATERIAIS ALTERNATIVOS NA ARTE EDUCAÇÃO
O ensino da arte vem mudando seu perfil na área da educação, visando
uma aprendizagem de qualidade nos alunos sobre arte. Buscando fazer com
que eles obtenham uma compreensão maior e melhor sobre essa área tão
grande
e
diversificada.
Ajudando
a
formar
cidadãos
culturais,
que
compreendam e interpretem a cultura da sua região, seu país, e saibam atuar
para melhorá-la, no exercício de suas cidadanias, cumprindo a finalidade da
educação (FERRAZ, 1993).
Por meio das experiências escolares os alunos criam uma relação de
admiração pessoal sobre a arte, reconhecendo e compreendendo a
importância de estudá-la.
Assim, a arte é importante na escola, principalmente porque é
importante fora dela. Por ser um conhecimento construído pelo
homem através dos tempos, a arte é um patrimônio cultural da
humanidade e todo ser humano tem direito ao acesso a esse saber
(MARTINS, 1998, p. 13).
As experiências artísticas escolares devem ser adquiridas pelos alunos
através de um bom preparo e planejamento dos professores, os quais devem
considerar várias etapas importantes para serem desenvolvidas continuamente
durante as aulas. Essas etapas referem-se ao encaminhamento metodológico
desenvolvido pelo professor ao considerar as características dos alunos, a
faixa etária e os interesses do público ao qual leciona, buscando sempre ajudar
os alunos na apreensão viva e significativa de noções e habilidades em arte,
atuando como mediador de conhecimentos.
Podemos estruturar três campos conceituais que são fundamentais
para o ensino da arte: criação/produção; percepção/análise;
conhecimento e contextualização conceitual-histórico-cultural da
produção artístico-estética da humanidade (MARTINS, 1998, p.46).
A arte deve ser tratada como conhecimento, e por isso deve ser assim
explicada para os alunos. São os conteúdos escolares em arte, informações de
dados sobre a cultura em que o trabalho artístico foi realizado, a história da arte
9
e os elementos e princípios formais que constituem a produção artística,
assuntos a serem trabalhados nas aulas, sendo os aspectos essenciais
selecionados pelo professor, referindo-se ao que deve ser o objeto de estudo.
Sempre contextualizando a história cultural e a produção artística (MARTINS,
1998). Esses conhecimentos podem ser explicados através de textos, livros,
slides, filmes, etc. Esta é a parte teórica das aulas de arte que são sempre
conhecidas por aulas práticas, mas a teoria e a prática enriquecem uma a
outra, pois o conhecimento teórico faz com que o aluno reconheça a
importância da arte na sociedade e compreende-a.
A partir dos conteúdos selecionados ou os conhecimentos escolhidos
pelo professor, desenvolve-se a reflexão e análise deste conhecimento. Isso
pode ocorrer através de propostas de atividades ou, em alguns casos, pode
surgir espontaneamente pelo aluno. Essa reflexão são as percepções, a fusão
entre pensamento e sentimento que possibilita o aluno significar o mundo. Por
isso os professores devem criar situações nas aulas para que o aluno possa
desenvolver essas percepções (MARTINS, 1998).
Na aula de arte a ênfase não deveria estar, por exemplo, na teoria
das cores, mas no provocar a sensibilidade cromática; não na história
da arte impressionista, mas no ressignificar o momento de olhar a
vitalidade das cores e das coisas, na fugacidade impressa pelo gesto
do artista (MARTINS, 1998, p. 117).
O envolvimento do aluno com os materiais artísticos, também possibilita
o desenvolvimento da percepção, criando e produzindo seus trabalhos. Através
das experiências concretas se obtém uma aprendizagem significativa, as quais
são vivenciadas nas aulas de arte pelo processo de produção de seus
trabalhos artísticos, utilizando materiais que se relacionam com o conteúdo que
estão estudando. Atividades criadoras com materiais diversos e diferentes são
marcantes e significativas para o aluno em seu processo de aprendizagem.
Alguns materiais podem ser considerados alternativos, pois não são comuns no
campo da arte. Entre eles estão as garrafas pet, caixas de cereais, revistas
velhas, bandejas de isopor, rolos de papel, palitos de sorvete, latas, tampinhas,
fios, carretéis, tecidos, pedras, entre outros; apresentando os materiais
alternativos (figura 1) como recurso de grande potencial expressivo, rico em
10
variedades,
cores,
consistências,
texturas,
etc.
Esses
materiais também podem ser
objetos
que
utilizávamos
em
nosso cotidiano e que após
algum tempo não encontramos
mais uso para ele e, como em
muitos
casos,
esse
objeto
poderia ser jogado no lixo, mas
nas aulas de arte podemos achar
novas utilidades para ele nas
produções artísticas dos alunos;
possibilitando
desenvolver
atividades de baixo custo nas
escolas em que os alunos não
possuem
acesso
a
muitos
materiais para utilizar nas aulas. Esses materiais despertam nos alunos a
FIGURA 1 – “Materiais Alternativos”. NOTA: Figura
curiosidade,
extraída do site www.escolaviva.com.br. Acesso em
experimentos
práticos
29 de janeiro de 2011.
diversificados
nas
incentivando
estimulando
a
e
aulas,
pesquisa
de
novas formas.
O que fazer com esse material? É aí, nesse momento, que o
profissional, às vezes mal preparado, lança mão de uma apostila, de
uma fórmula, e todas as crianças transformam um mesmo material
num mesmo objeto como, por exemplo, um copo de iogurte que se
transforma em flor, em coelho de páscoa etc. Como geralmente
acontece nesses casos, o professor fica preocupado com a
representação real do objeto (o coelho tem que parecer coelho), ou
acaba interferindo na própria construção, preestabelecendo todas as
suas etapas. O resultado não poderia ser outro: objetos
estereotipados, iguais, nos quais se torna difícil perceber a
intervenção da criança (WEISS, 1993, p. 31).
Materiais alternativos, segundo a sua manipulação, podem ser utilizados
em trabalhos criativos ou em trabalhos convencionais e estereotipados. A
11
questão do uso criativo, rico e diversificado desses materiais depende muito da
sensibilidade de quem o manipula e os propõe enquanto atividade artística
expressiva. Torna-se necessário pensar criativamente este material, caso
contrário ele se torna limitado, podendo virar alguma fórmula. Isso pode ocorrer
não só com os materiais alternativos, também com qualquer material, como
argila ou pintura. Cabe ao professor explicar e despertar o desejo nos alunos
para separar, escolher e pesquisar os materiais alternativos para utilizar, assim
como as técnicas para a produção das atividades artística de criação.
A
relação dos materiais alternativos e o modo de utilizá-los instigam os alunos a
pensar em maneiras de como podem desenvolver seus trabalhos, de quais
suportes, colas, arames, cordões que possam utilizar para montar ou construir
suas obras, transformando suas idéias em projetos artísticos, que se
desenvolvem no decorrer das aulas e na realização de outros trabalhos. Assim,
o aluno desenvolve-se criativamente ao usar esses materiais, percebendo que
pode se expressar através de diferentes maneiras, tornando essencial a busca
de várias formas e materiais, estimulando o progresso criativo. O professor
deve manter seu papel fundamental de intervenção sensível nas condutas de
criação, orientado o aluno a seguir ou buscar seu próprio estilo criativo, em
ambientes e situações constituídos pelo professor, para que o aluno exercite a
liberdade de criar com prazer em gestos significadores; através do ato criativo
o aluno adquire habilidades que ampliam a capacidade de expressão (WEISS,
1993).
Desta maneira os alunos poderão relacionar seus modos de criar com os
trabalhos de artistas, servindo como meios de interação com a arte,
aumentando o conhecimento do fazer artístico e compreendendo melhor as
obras dos artistas que utilizam os materiais alternativos em seus trabalhos.
12
3. MATERIAIS ALTERNATIVOS NO CAMPO ARTÍSTICO
Trabalhar com materiais é um modo de construir o mundo na mente
do homem. A criança constrói para si mesma a realidade da
sociedade: o artista constrói novas realidades para a sociedade
(WEISS, 1993, p. 21).
Há muitos artistas que se expressam através dos materiais alternativos,
possibilitando uma nova maneira de criar e diferentes meios de se expressar.
No mundo de consumo que vivemos, há materiais e objetos os quais utilizamos
uma só vez e jogamos fora. Para alguns artistas esse “lixo” torna-se a base
material de suas obras, enfatizando em alguns casos, o lado irônico ou crítico
desta sociedade de consumo. Esses materiais possibilitam o surgimento de
uma nova forma de expressão e um novo conceito de arte.
3.1. CUBISMO SINTÉTICO
O movimento cubista teve início com o artista Pablo Picasso e a sua
famosa obra Les demoiselles d’Avignon. O movimento recebe esse nome por
causa de um comentário do artista Henri Matisse ao ver uma obra de outro
artista cubista, Georges Braque, dizendo que a sua obra era nada além de
“cubinhos”. Esse apelido ficou, e os “cubinhos” eram as representações dos
objetos em pedaços, como se os artistas cubistas quebrassem os objetos, e
deixassem todos no mesmo plano (STRICKLAND, 2002).
O cubismo teve duas fases, a primeira foi o Cubismo Analítico e a
segunda foi o Cubismo Sintético, onde novos materiais foram introduzidos nas
obras de arte. Os principais artistas do Cubismo Sintético foram Pablo Picasso,
Georges Braque e Juan Gris, eles incorporaram letras, palavras, números,
pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas. Essa
incorporação foi chamada de Collage, palavra francesa para colagem. Através
da colagem os artistas criaram novos efeitos plásticos, ultrapassando os limites
13
das sensações visuais que a pintura sugere, despertando também no
observador as sensações táteis (JANSON, 1996).
A colagem também constituiu a vanguarda em sua luta contra o
entendimento tradicional de que só se deveriam usar materiais
nobres. (...) Ainda mais, demonstrou que coisas descartáveis e
materiais desprovido de importância – lixo – podiam resultar em
alguma coisa pictoricamente artística, e que o artista podia sintetizar
a partir de fontes improváveis (KARL, 1988, p. 395).
Na realização das obras os artistas
moldavam
e
combinavam
os
objetos
primeiramente, antes de colá-los, para
depois desenhar e pintar, conferindo um
sentido figurativo à obra, para manter a
identidade original dos elementos colados
como fragmentos de um material. Assim,
sua função é tanto representar, serem parte
de uma imagem, e apresentar, serem eles
próprios (JANSON, 1996).
Na obra Bandolim (figura 2), Braque
desmonta o instrumento de cordas para
recompor,
ou
“sintetizar”,
suas
linhas
estruturais essenciais em papel corrugado e FIGURA 2 – “Bandolim”, 1914,
pedaços de jornal (STRICKLAND, 2002).
colagem. NOTA: Figura extraída do livro
Arte Comentada (2002, p. 138).
3.2. DADAÍSMO
O Dadaísmo não foi um movimento exclusivo de uma só linguagem
artística, literária ou musical. Na realidade foi todas essas linguagens, e ao
mesmo tempo o oposto delas: era anti-artístico, um movimento provocativo
(ELGER, 2005). Fundado em 1916 na cidade de Zurique, por um grupo de
refugiados da Primeira Guerra Mundial, o movimento recebe esse nome “dadá”
através de uma consulta a um dicionário francês, feita pelo poeta Tristan Tzara.
14
A palavra “dadá” significa "cavalo de brinquedo", o sentido original da
palavra, não guarda relação direta, nem necessária com algo, surge então o
seu valor: sinaliza uma escolha aleatória (princípio central da criação para os
dadaístas), contrariando qualquer sentido de eleição racional. Em seus sete
anos de vida, o Dadaísmo muitas vezes parecia mesmo sem sentido, e
procurava obter essa reação de não sentido, pois protestava contra a loucura
da guerra (STANGOS, 2000).
O Dadaísmo foi uma atitude internacional, que se expandiu de
Zurique para França, Alemanha e Estados Unidos. Os artistas deste
movimento tinham um objetivo mais sério do que causar escândalo,
queriam acordar a imaginação. “Falamos do Dadá como de uma
cruzada para a reconquista da terra prometida da Criatividade”, disse
o pintor alsaciano Jean Arp, um dos fundadores do movimento
(STRICKLAND, 2002, p. 148).
Arp foi um dos principais
artistas dadaístas, e em 1916, ano
que
ajudou
na
fundação
do
movimento, criou a obra chamada
Relevo Dada (figura 3). A peça faz
parte
de
uma
série
chamada
Formas Terrenas, que são objetos
tridimensionais em madeira, que
Arp pregou uns sobre o outro e
depois
pintou.
Esse
relevo
é
composto por formas orgânicas,
onde baniu o ângulo reto, e deu a
cada peça individual de madeira
contornos curvos e ondulantes.
Outra característica é o fato dos
elementos
do
relevo
não
se
FIGURA 3 – “Relevo Dada”, 1916, madeira
pintada. NOTA: Figura extraída do livro Dadaísmo
encontram fixos a uma parede
posterior neutra (ELGER, 2005).
(2005, p. 28).
15
Para a arte, tratava-se de uma nova experiência e uma importante
percepção formal. Ao dispensar uma estrutura ou uma base, o
abismo entre o verdadeiro espaço do observador e o espaço da obra
de arte era abolido (ELGER, 2005, p. 28).
Arp desenvolveu outros trabalhos artísticos, como colagens, as quais
inspiraram o artista Kurt Schwitters, que dedicou a Arp sua primeira colagem,
Desenho A2 Hans. Mas Schwitters utilizava em suas obras, materiais
diferentes dos habituais de Arp. No repertório de Schwitters estavam bilhetes
usados, folhetos publicitários, velhos pedaços de tecido e cabeçalhos de
jornais, ”também é possível gritar com pedaços de lixo, e foi isso que fiz
quando os colei e preguei uns aos outros”, afirma Schwitters, que em 1919
passou a chamar a todas as suas colagens de desenhos Merz. Essas colagens
eram feitas pelos materiais que encontrava pela cidade, mas não eram colados
FIGURA 4 – “Quadro Merz 29”, 1920, montagem. NOTA: Figura extraída do livro
Dadaísmo (2005, p. 64).
16
espontaneamente, havia uma ordem para “harmonizar” os materiais na obra.
Em 1920 surgem os quadros Merz, montagens maiores que os desenhos, eram
compostos por objetos tridimensionais, a exemplo o Quadro Merz 29 (figura 4),
onde Schwitters usou uma tampa, um pedaço de algodão, corrente de ferro e
dois fragmentos de rodas dentadas para definir a composição (ELGER, 2005).
Na pintura Merz, a tampa da caixa, a carta de jogar ou o recorte de
jornal tornam-se a superfície, o cordel, o traço de pincel ou de lápis
tornam-se a linha, a malha de arame, o excesso de tinta, ou o papel
anti-aderente torna-se o verniz, e o algodão torna-se a macieza
(ELGER, 2005, p. 64).
Através da utilização de novos materiais no campo artístico, a arte Merz,
assim como todo o movimento Dadaísta, possibilitou que surgisse uma
interpretação e observação a vários níveis.
3.3. ROBERT RAUSCHENBERG
A pop arte é conhecida pelos artistas que
usam em suas obras ícones e símbolos da cultura
de massa. Rauschenberg é considerado artista da
pop arte por utilizar em suas obras materiais do
ambiente físico, objetos comuns e elementos
reconhecíveis do nosso cotidiano, ultrapassando da
tela plana e vencendo a distância entre imagem e
realidade. Tal como um compositor cria música a
partir dos ruídos da vida de todos os dias, ele
construiu obras de arte partindo do refugo da
civilização urbana (JANSON, 1993).
Artista americano, nascido no Texas em FIGURA 5 – “Cama”, 1914, colagem.
1925, Rauschenberg cria uma nova forma de arte, NOTA: Figura extraída do livro Arte
meio pintura e meio escultura, a que ele chamou Moderna (1992, p. 138).
17
combine-painting (ARGAN, 1992).
Vasculhando as ruas de Nova York à procura de sucata, ou esculturaesperando-para-ser-descoberta, segundo ele, o artista adicionava à
pintura em tela materiais excêntricos como sinais de trânsitos
enferrujados, punhos de camisa puídos e uma águia empalhada. “Um
par de meias não é menos adequado para um quadro” do que óleo
sobre tela, ele dizia (STRICKLAND, 2002, p. 172).
Uma de suas obras mais famosas é a Cama (figura 5), obra na qual foi
apropriado o próprio objeto (cama) e os respectivos objetos que se relacionam
com ela, que são o travesseiro e a coberta, ela está desarrumada e suja, e com
manchas de tinta de várias cores, feitas pelo artista, que considerou “um dos
quadros mais simpáticos que pintei. Meu medo era que alguém quisesse se
deitar nele” (ARGAN, 1992).
Para Rauschenberg uma obra de arte é mais parecida com o mundo real
quando é feita de mundo real, como ele afirmou: “Pintar tem relação com a arte
e com a vida, tento atuar na lacuna entre as duas” (STRICKLAND, 2002).
3.4. LEDA CATUNDA
Leda Catunda, artista contemporânea brasileira, nasceu em São Paulo
em 1961, estudou arte na FAAP de São Paulo entre os anos de 1980 e 1984 e
doutoranda em Poéticas Visuais pela Escola de Comunicações e Arte da USP
em 2003. Nos anos 80, época que Catunda fez sua graduação, na qual teve
como professores Júlio Plaza, Regina Silveira e Walter Zanini, e que a
introduziram no universo da arte conceitual, foi um período marcante na pintura
brasileira (CHIARELLI, 1998).
Participou da famosa exposição “Geração 80, como vai você?”, realizada
na Escola de Artes Visuais do Parque Lage do Rio de Janeiro, a qual teve
grande impacto no momento, e entrou para a história da arte brasileira
contemporânea como marco significativo da nova pintura. Foi nessa exposição
que Catunda conquistou seu lugar no âmbito da arte brasileira. Suas obras
18
tinham a força de uma proposta que vinha ao encontro de uma antecipação
impaciente, parecendo suprir uma carência que nem se suspeitava existir.
(MESQUITA, 2009).
O trabalho desenvolvido por Leda Catunda é uma pintura conceitual,
uma pintura não como fim, mas como meio de veiculação de idéias, de
criticalidade, uma pintura reflexiva sobre o ato de pintar. Leda Catunda
construiu um vocabulário plástico próprio, tendo como característica marcante
o uso de materiais diversos, mas todos relacionados ao tecido, considerando-o
como material alternativo nesta pesquisa.
São as toalhas, cobertores,
colchões, camisetas, tecidos estampados, carpete, jeans entre outros. Esses
materiais servem como base de pintura, contextualizando a seção “cama, mesa
e banho”, como diz a artista, no ambiente da arte (TONI, 2009).
Navegando numa linha tênue entre pintura, escultura, cultura popular
e artesanato, Catunda recolhe do mundo toda a espécie de materiais
industrializados, construindo o trabalho num processo livreassociativo, a partir de procedimentos próprios de colagem. Nesse
processo de transfiguração e reabsorção do cotidiano, tecidos e
objetos planos, ricos em texturas e cores intensas, são sobrepostos,
entrelaçados, recortados, colados, costurados e, finalmente, pintados.
O resultado é uma superfície espessa, freqüentemente volumosa e
estufada, que extrapola o plano pictórico. (TONI, 2009, p. 13)
O desenvolvimento do trabalho de Leda Catunda nos anos 90
concentrou-se em questões mais estruturais da forma e da visualidade,
buscando a solidez e a presença física da sua pintura. Optou-se então por uma
figuração mais sintética, reduzida, que favorecesse o surgimento de formas
orgânicas e volumes arredondados. Na obra Siameses (figura 6), temos um
exemplo disso, vemos um corpo abstrato, estofado e volumoso se projetando
para além da parede, na direção de quem observa, e que escorre e derrama-se
sobre o piso. O qual não oferece uma ação de contemplação longe da obra, e
sim algo mais próximo, no sentido físico, quase um corpo a corpo do
espectador com as formas arredondadas e protuberantes (MESQUITA, 2009).
19
FIGURA 6 – “Siameses”, 1998, Acrílico sobre tela, veludo, PVC e Tecidos. NOTA: Figura extraída
do site www.sergioeleda.sites.uol.com.br. Acesso em 28 de julho de 2010.
Essas novas obras propõem o que a artista chama de “poética da
maciez”: pinturas-objetos, cujas espessuras ou modo de construção
lhes conferem uma aparência amolecida, e que procuram recuperar o
prazer sensual, quase matérico, do olhar. Elas deixam manifesto o
caráter feminino de sua produção, assim como a predominância de
formatos redondos, ovais, em gotas, algo pouco freqüente na história
da arte (MESQUITA, 2009, p. 43).
Leda Catunda cria um mundo macio, o qual ela denominou em sua tese
de doutorado de “Poética da Maciez”. Em suas palavras: [...] pintura que
aparenta moleza ou que é efetivamente mole, aliando essa característica à da
maciez [...] através da criação de formas transmutadas das coisas comuns
tiradas do mundo. O mundo feminino, maternal, emoldurando um espaço
contido, porém macio e acolhedor, e parece ter a consistência de algo que as
mãos de uma criança querem pegar, agarrar, escalar, como o corpo materno
(CATUNDA, 2010).
Nos últimos anos o trabalho de Catunda se desenvolve nessa linha
onde o suporte da obra se descola da parede, e as estruturas moles e macias
20
rendem-se, como tudo, a gravidade. Caem, desmoronam, pingam, acumulam e
relaxam com o passar do tempo. O trabalho de Catunda se constrói por partes,
pedaço por pedaço, e esse modo de construção talvez seja seu elemento mais
característico, mantendo-se sempre aparente quando o trabalho está acabado.
Através dessas obras Catunda recobre mais uma vez o mundo com os
materiais do próprio mundo (MESQUITA, 2009).
3.5. VIK MUNIZ
Vik Muniz nasceu em São Paulo em 1961. Já quando criança mostrava
seu talento para a arte. Um dia, durante a aula, o professor de matemática
manda-o, junto com os cadernos e livros repletos de desenhos, ao gabinete do
diretor, não para repreendê-lo, mas sim sugerindo ao diretor que inscrevesse
Vik Muniz no festival de artes das escolas públicas patrocinado pelo estado.
Participa do festival e ganha uma bolsa parcial para estudar em uma academia
de desenho e escultura, o qual freqüenta por três anos e entra em contato com
o mundo da arte e conhece as obras de expoentes como Hélio Oiticica e Lygia
Clark. Estuda Publicidade e Propaganda na FAAP em 1979, e em 1980
trabalha em uma agência de anúncios. (RICE, 2004).
Em 1983 saindo de uma festa presencia uma briga entre dois homens,
fato que muda totalmente o rumo de sua vida. A seguir o relato sobre o
acontecimento:
Vik tenta socorrer a vítima – o agressor fugira – mas o homem,
desnorteado, abre a porta do carro, pega uma arma e dispara. O tiro
atinge Vik na perna. O atirador oferece uma boa soma de dinheiro
para Vik não apresentar queixa, e ele aceita a proposta. Com o
dinheiro, compra uma passagem para os EUA, onde passará alguns
anos na condição de imigrante ilegal, antes de conseguir o visto de
residente. Em outubro, sem falar inglês, chega a Chicago, onde se
hospeda na casa de uma tia materna, no subúrbio de Northbrook
(LAGO, 2009, p. 28).
É nos Estados Unidos que Muniz entra em contato com o mundo da arte
contemporânea, principalmente quando se muda para Nova York em 1984 e
21
estuda Direção Teatral e Cenografia na New York University e na New School.
Mas suas primeiras obras não têm relação com teatro, são esculturas,
baseadas em física e em mecânica, com a intenção de trabalhar com as
noções essenciais de massa, volume, e de examinar como essas propriedades
se relacionavam com a percepção. Com o intuito de registrar os trabalhos,
Muniz fotografa as obras, e desperta o interesse pela fotografia, tornado o rumo
de seu trabalho totalmente diferente das esculturas (LAGO, 2009).
Naquele momento, comecei a pensar a escultura de um modo
diferente; percebi que a nossa capacidade de rotação visual de um
objeto é muito limitada, que a leitura em três dimensões se atrofia
com o tempo, e sobretudo que , mesmo quando se constrói uma peça
complexa, ela é imaginada primeiro a partir de um ponto de vista
específico – sempre. O processo de materialização de um objeto é o
processo de procura daquele lugar imaginado; e o encontro deste
ponto de vista é a satisfação. Ali, com a descoberta pessoal do poder
da fotografia, a tridimensionalidade estilhaçou-se, e passei da
escultura à fotografia (LAGO, 2009, p. 44).
Muniz
desenvolve
um
grande
conhecimento sobre fotografia e suas
técnicas, e passa ser ela o que constitui
na obra a arte final, por decisão do artista.
Não utilizando a fotografia como arte, e
sim como meio de eternização de suas
instalações,
inserindo
contemporânea.
Vik
assim
Muniz
na
arte
não
tira
fotografia, ele materializa (LAGO, 2009).
Os trabalhos desenvolvidos depois
das esculturas são feitos por diversos
materiais. Ele inicia esses trabalhos nos
FIGURA 7 – “Marat, Sebastião”, 2008, série
anos 80 e continuada reelaborando-os Imagens do Lixo. Nota: Figura extraída do site
nos últimos anos. Utiliza vários materiais, http://www.vikmuniz.net/www/index.html.
entre
arames,
fios,
papéis,
açúcar, Acesso em 29 de julho de 2010.
22
pedras, terra, areia, chocolate, manteiga de amendoim, geléias, folhas, pregos,
carne, pastilhas de vidro, massinha de modelar, recortes de jornal, moedas,
dados, soldadinhos de brinquedo, quebra-cabeça, pigmentos, diamantes, entre
outros (RICE, 2004).
Com uma proposta totalmente simples, Muniz constrói suas obras a
partir de imagens da mídia, que são de compreensão imediata. Essas imagens
variam entre famosos do cinema, políticos, e obras de arte mais conhecidas de
artistas como Andy Warhol, Picasso, Velázquez, entre outros. Algumas
imagens são de pessoas anônimas, e outros de desenhos que ele próprio faz
(LAGO, 2009).
A partir destas imagens, as quais ele relaciona em uma série, ele as
reconstrói com os materiais diversos, criando instalações, de vários tamanhos,
dependendo da série, e ao final fotografa o trabalho realizado. Assim como na
série Imagens de Lixo. Nessa série, os catadores de lixo do Aterro de
Gramacho, em Caxias (RJ), personificam obras consagradas, recriadas com o
material recolhido do próprio aterro onde trabalham. Ao exemplo Marat,
Sebastião (figura 7). O artista nessa série só fez a direção do trabalho, quem
realizava o trabalho de colocar os objetos eram os próprios catadores. O
contato com a arte, a descoberta da auto-estima dos catadores mostram o
caminho rumo à redenção. Imagens fortes, que emocionam (RICE, 2004).
23
4. UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS EM ATIVIDADE PRÁTICA
Realizei no segundo semestre de 2010 com os meus alunos do 2º ano
do Ensino Médio, do Colégio Estadual Marechal Cândido Rondon, uma
atividade prática com materiais alternativos. Essa turma havia 38 alunos que
compareciam diariamente, quantidade grande de alunos para um colégio
pequeno de bairro. Era constituída por uma pluralidade de personalidades e
gostos, formando várias “tribos” dentro dela, as quais se relacionavam bem. Os
alunos tinham a faixa etária entre 16 e 17 anos, alguns trabalhavam meio
período e outros realizavam cursos profissionalizantes. Era uma turma com o
perfil participativo e crítico, que gostavam de conhecer o novo e de realizar
atividades práticas.
A atividade foi sobre o artista Robert Rauschenberg (o qual utilizava os
materiais alternativos para realizar suas obras), e tinha os seguintes objetivos:
conhecer e compreender as características principais das obras do artista
Robert Rauschenberg, identificando como fato importante para a história da
arte; utilizar os materiais alternativos na atividade prática, como meio para
produzir, expressar e comunicar as suas idéias; desenvolver nos alunos a
criatividade através da produção do trabalho prático; despertar a sensibilidade,
percepção e imaginação, tanto ao
realizar formas artísticas quanto na
ação de apreciar e conhecer as
formas produzidas por ele e pelos
colegas.
E
o
desenvolvimento
da
atividade foi realizado em quatro
etapas. A primeira foi a apresentação
do artista e explicação sobre suas FIGURA 8 – “Monogram”, 1955-59. NOTA: Figura
obras, utilizando como recurso de extraída do site www.artnet.com. Acesso em 12
apoio slides com textos informando de novembro de 2010.
24
sobre o artista, sua forma de produção e materiais que utilizava, assim como as
imagens de suas obras, e também um vídeo com o artista comentando sobre
sua obra Monograma (figura 8), uma das mais famosas do artista, que
reformulou várias vezes até chegar na versão final, que se trata de um bode
envolvido por um pneu sobre uma base de colagem, significando que todos os
materiais têm igual valor na arte.
A segunda etapa foi a explicação sobre a proposta da atividade prática,
na qual os alunos deveriam se reunir em grupos de 3 a 4 pessoas, e realizar
um trabalho com base na forma que o artista Robert Rauschenberg criava suas
obras (encontrava objetos na rua e com eles em seu ateliê montava suas
esculturas sem planejar o que iria construir). Deveriam utilizar objetos do
cotidiano que não havia mais uso, podendo criar colagens ou formas
tridimensionais. Na realização do trabalho escreveriam um relatório sobre os
materiais que utilizaram, a idéia do trabalho produzido, o que cada aluno trouxe
e fez, e os passos que utilizaram para a realização do mesmo.
A realização do trabalho, sendo a terceira etapa, foi desenvolvida em
duas aulas. Os alunos levaram vários materiais alternativos, como isopor,
palitos de dente, pulseiras, bichos de pelúcia, retalhos, caixa de sapato,
tampinhas, entre uma variedade de materiais, representando o empenho de
utilizar novas possibilidades para a produção de trabalhos artísticos. Para a
construção do trabalho utilizaram vários recursos, como cola-quente, fitas
adesivas, tintas e cola branca. Por ser um colégio pequeno, não há um ateliê
de arte no qual os alunos possam organizar melhor os seus materiais para
realizar as atividades práticas, por isso eles saiam muitas vezes da sala de
aula para lavar pincel ou pegar material na sala de apoio (na qual contém
pincéis, potes, tintas, colas, lápis de cor, giz, etc.), percebendo a necessidade
de haver um local reservado para que os alunos possam ter fácil acesso aos
seus materiais e espaço para se expressar livremente em um ambiente
tranqüilo.
Por ser um trabalho de avaliação para obtenção de nota, foi exigido que
os alunos realizassem a atividade durante as aulas, e não em suas casas, para
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que eu pudesse observar a participação e colaboração de cada aluno, como
também a organização do grupo com o material e o modo que o utilizaram para
a produção da atividade. Considerando com elementos avaliativos o trabalho
prático em grupo, o relatório e a apresentação sobre a idéia do trabalho, as
etapas realizadas para a sua produção e os materiais utilizados.
A apresentação do trabalho foi a última etapa, na qual foi obtida vários
tipos de produção com os materiais alternativos. Selecionei quatro trabalhos
para exemplificar, entre eles está o trabalho intitulado Amizade (figura 9), que
contém os seguintes materiais: isopor, madeira, brinquedos, papel camurça,
fuxico, tecido, óculos, urso de pelúcia, garrafa pet, barco e baú em miniatura.
Recebe este nome por haver no meio do trabalho um gato e cachorro,
representando que a amizade existe mesmo com diferenças. O outro trabalho é
intitulado Lixo Chique (figura 10), contendo os seguintes materiais: caixa de
ovo, pote de acetona, calculadora, pote de gel, caixa de pasta de dente,
relógio, EVA em formato de corações, tinta, tecido, pulseira e papelão. Recebe
este nome por conter materiais que jogariam fora, sendo o lixo, e os corações
em EVA tornam o lixo chique. Os dois últimos trabalhos os alunos não
intitularam, o terceiro trabalho trata de uma releitura (figura 11) da obra
Monograma, utilizando os seguintes materiais: tigre de brinquedo, CD, vaso de
madeira, tinta e EVA. E o quarto trabalho foi uma colagem espontânea (figura
12) com os materiais que tinham em mão, relacionando o modo de criar do
artista Robert Rauschenberg, contendo os seguintes materiais: granito,
recortes de revistas, papelão madeira, arame, cordão, roda de brinquedo,
roldana e tinta.
Os alunos relataram que gostaram de trabalhar com os materiais
alternativos, e que ainda não os tinham utilizados como conteúdo principal de
uma produção artística, a única maneira que conheciam para trabalhar com
esses materiais era transformando em algo reconhecível, por isso houve
dificuldade de se pensar em como utilizar esse material, reconhecendo-o como
meio de potencial expressão.
26
Figura
9
27
Figura
10
Figura
11
28
29
Figura
12
29
5. CONCLUSÃO
Os materiais alternativos são constituídos por uma variedade de objetos
e possibilidades, se tornando como um recurso de grande potencial expressivo
nas aulas de arte, proporcionando aos alunos novas maneiras de produzir seus
trabalhos artísticos, estimulando experimentos práticos e diversificados,
incentivando a pesquisa de novas formas e o progresso criativo.
Há vários artistas na história da arte que já utilizaram e utilizam os
materiais
alternativos
como
conteúdo
importante
em
suas
obras,
desenvolvendo novas formas de expressão e um novo conceito de arte. Entre
eles está os artistas Kurt Schwitters e Robert Rauschenberg, os quais
construíam suas obras com materiais que encontravam pela cidade, surgindo
novas interpretações sobre arte.
Os alunos ao conhecerem os artistas que se expressão com os
materiais alternativos poderão relacionar seus modos de criar com os trabalhos
desses artistas, servindo como meios de interação com a arte, aumentando o
conhecimento do fazer artístico e compreendendo melhor as obras dos artistas.
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REFERÊNCIAS
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do Estado, 2009.
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