Relato Profa. Dra. Ana Claudia Fiorini PUC/SP e UNIFESP O seminário “Ruído e Saúde Pública” teve como objetivo discutir a temática sobre o ruído nas áreas lindeiras das rodovias de São Paulo. A presença da Fonoaudiologia em evento desta natureza mostra a importância da ação interdisciplinar, associada ao desenvolvimento de políticas públicas, que visam benefícios a toda população. A poluição sonora, terceira principal causa de poluição no mundo, é um problema de saúde pública, uma vez que todos estão expostos, em maior ou menor grau, a níveis sonoros que podem provocar diversos efeitos deletérios na saúde. Normalmente, os efeitos do ruído na audição são muito destacados; porém, há necessidade iminente de esclarecer a população acerca dos efeitos não auditivos, dentre eles podemos destacar, nervosismo e irritabilidade, incômodo, estresse, tontura, dores de cabeça, alterações e distúrbios do sono, zumbidos e outros. A fonoaudióloga Profa. Dra. Ana Claudia Fiorini apresentou o estado da arte da poluição sonora no mundo e, mais especificamente, no Brasil. As recentes pesquisas internacionais investigam, dentre outras, as alterações cardiovasculares em populações residentes no entorno de rodovias, ferrovias e aeroportos. A própria Organização Mundial da Saúde possui guia específico para tratar do ruído ambiental e efeitos na saúde da comunidade. Diversos países possuem recomendações específicas para a poluição sonora nas cidades. Além dos estudos internacionais, foram apresentadas pesquisas brasileiras com diversas temáticas acerca da poluição sonora e efeitos na saúde. Considerando que o evento reuniu profissionais da área técnica (engenharia, arquitetura e fonoaudiologia), autoridades, órgãos fiscalizadores e comunidade em geral, podemos afirmar que foi uma importante divulgação da atuação do fonoaudiólogo na área de saúde ambiental. A atuação voltada à identificação dos efeitos na saúde e a implantação de programas de educação ambiental extensivo a toda população consolida a participação e a importância do fonoaudiólogo na saúde coletiva. Apesar dos avanços na tecnologia e nas pesquisas científicas, a poluição sonora continua tendo um impacto extremamente negativo na saúde da população. Desta forma, somente iniciativas de atuação conjunta entre autoridades, governantes, cientistas e cidadãos poderão criar subsídios para o enfrentamento da poluição sonora em nossas cidades. Relato Fga. Ms. Isabel Cristiane Kuniyoshi Vice-coordenadora Nacional da Campanha do dia internacional de conscientização sobre ruído no Brasil – INAD-Brasil Considerando que o enfretamento da poluição sonora é uma questão intersetorial, é importante que a Fonoaudiologia se consolide como representante da área da saúde. O seminário “Ruído e Saúde Pública” foi um evento que conseguiu a participação da área técnica (arquiteto, física, acústica etc), da saúde, de órgãos públicos e comunidade. Todas as representações foram valorizadas nas discussões e cada um teve a oportunidade de zelar por seu espaço em prol de uma causa comum: a qualidade de vida da população. A meu ver, a Fonoaudiologia tem muito a contribuir em relação aos efeitos nocivos do ruído na saúde, ao estímulo para implantação de programas educativos de conscientização da população sobre redução da poluição sonora, além do fornecimento de parecer técnico para subsidiar elaboração de políticas públicas relacionadas ao ruído urbano.