Série Análises
GERAÇÃO DE EMPREGOS FORMAIS - FEVEREIRO/2015
1. Geração de Empregos no Brasil - Mercado de Trabalho volta a Fechar Vagas
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou os dados do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados/CAGED do mês de fevereiro de 2015. Após o mês de janeiro2015 apresentar o pior resultado desde janeiro de 2009, o mercado de trabalho brasileiro voltou
a fechar vagas. Em fevereiro, foram fechados (-2.415) postos de trabalho com carteira
assinada. No acumulado do ano, o saldo mostra o fechamento líquido de (-80.732) postos de
trabalho e, em 12 meses, está negativo em 47.228. Este resultado foi o pior para um mês de
fevereiro desde 1999, quando o país fechou 78.030 postos de trabalho. Ou seja, tivemos o pior
resultado em 16 anos.
O gráfico 1 ilustra a evolução do emprego no Brasil, nos meses de fevereiro, no período de
2003-2015.
Gráfico 1. Brasil: Evolução do Emprego Celetisa: Comparativo dos Meses de
Fevereiro (2003 a 2015) - Todas Atividades
Brasil: Evolução do Emprego Celetisa: Comparativo dos Meses
de Fevereiro (2003 a 2015) - Todas Atividades
Saldo (Admissão - Desligamentos)
300.000
280.799
260.823
250.000
204.963
209.425
200.000
150.000
176.632
148.019
150.600
139.074
123.446
100.000
84.029
73.285
50.000
9.179
0
Fev-03 Fev-04 Fev-05 Fev-06 Fev-07 Fev-08 Fev-09 Fev-10 Fev-11 Fev-12 Fev-13 Fev-14 Fev-15
-2.415
-50.000
Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015.
Os dados do CAGED mostraram que o desempenho ruim de fevereiro foi puxado pelo
comércio, que demitiu (-30.354 trabalhadores), e pela construção civil que dispensou outros (25.823 trabalhadores). As contratações se concentraram no setor de serviços, com 52.261
admissões.
Em termos setoriais, os dados revelam que dos oito setores de atividade econômica, três obtiveram desempenhos positivos: Serviços (+52.261 postos), Administração Pública (+10.541
postos) e a Indústria de Transformação (+ 2.001 postos).
O saldo positivo no setor Serviços (+52.261 postos) decorreu da expansão do emprego em
todos os ramos que o compõem.
A Indústria de Transformação registrou saldo positivo (+ 2.001 postos) em razão da expansão
em três dos doze segmentos que a integra. Os ramos industriais que se sobressaíram, em
termos absolutos foram: Calçados: +5.401 postos, Produtos Alimentícios: +2.329 postos, e
Borracha: +2.623 postos. Os principais segmentos que apresentaram queda foram: Material de
Transporte: -4.580 postos, Metalúrgica: -1.243 postos, e Mecânica: -1.158 postos. O quadro 1
abaixo mostra o comportamento da evolução de empregos para o Brasil, no mês de fevereiro
de 2015.
Série Análises
Quadro 1. Brasil: Geração de Emprego por Setor de Atividade Econômica
FEVEREIRO/2015
SETORES
TOTAL
1.EXTRATIVA MINERAL
2.INDÚSTRIA DE
TRANSFORMAÇÃO
Indústria de produtos minerais não
metálicos
Indústria metalúrgica
Indústria mecânica
Indústria do material elétrico e de
comunicações
Indústria do material de transporte
Indústria da madeira e do mobiliário
Indústria do papel, papelão, editorial
e gráfica
Indústria da borracha, fumo, couros,
peles, similares, ind. diversas
Indústria química de produtos
farmacêuticos, veterinários,
perfumaria
Indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos
Indústria de calçados
Indústria de produtos alimentícios,
bebidas e álcool etílico
3.SERV INDUST DE UTIL
PÚBLICA
4.CONSTRUÇÃO CIVIL
5.COMÉRCIO
Comércio varejista
Comércio atacadista
6.SERVIÇOS
Instituições de crédito, seguros e
capitalização
Com. e administração de imóveis,
valores mobiliários, serv. técnico
Transportes e comunicações
Serviços de alojamento,
alimentação, reparação,
manutenção, redação
Serviços médicos, odontológicos e
veterinários
Ensino
7.ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
8.AGROPECUÁRIA
TOTAL
ADMIS.
1.646.703
3.792
TOTAL
DESLIG.
1.649.118
5.052
295.992
NO ANO **
-2.415
-1.260
TOTAL
ADMIS.
3.287.684
7.241
TOTAL
DESLIG.
3.368.416
10.316
293.991
2.001
588.361
558.822
29.539
17.159
17.894
-735
34.966
35.723
-757
24.661
21.673
25.904
22.831
-1.243
-1.158
51.269
47.505
50.059
44.361
1.210
3.144
9.237
9.406
-169
18.778
18.093
685
10.724
19.985
15.304
19.941
-4.580
44
22.109
40.744
25.794
37.492
-3.685
3.252
11.407
11.529
-122
22.295
22.864
-569
14.101
11.478
2.623
27.781
21.765
6.016
27.867
28.130
-263
55.653
55.317
336
40.331
40.457
-126
77.477
73.958
3.519
19.736
14.335
5.401
36.229
23.217
13.012
79.111
76.782
2.329
153.555
150.179
3.376
8.140
8.450
-310
16.738
16.770
-32
183.234
378.917
316.478
62.439
680.369
209.057
409.271
349.935
59.336
628.108
-25.823
-30.354
-33.457
3.103
52.261
391.072
758.743
634.605
124.138
1.332.396
424.405
886.795
765.703
121.092
1.286.493
-33.333
-128.052
-131.098
3.046
45.903
6.274
6.058
216
13.606
12.262
1.344
229.183
224.555
4.628
472.126
464.242
7.884
73.724
73.363
361
142.583
152.381
-9.798
241.577
235.641
5.936
487.341
487.566
-225
47.457
44.510
2.947
94.223
87.774
6.449
82.154
17.006
79.253
43.981
6.465
88.724
38.173
10.541
-9.471
122.517
22.584
170.549
82.268
14.497
170.318
40.249
8.087
231
SALDO
SALDO
-80.732
-3.075
Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015.
Obs.: A variação mensal do emprego toma como referência o estoque do mês anterior.
** Resultados acrescidos dos ajustes.
O ano de 2015 inicia com um dos indicadores que, até então, era o pilar que estava segurando
a economia brasileira e o discurso do governo federal. O desemprego em setores econômicos
importantes como a construção civil e o comércio (setores que absorvem mão de obra menos
qualificada e trabalhadores desligados de outros setores), é preocupante. O setor da
construção civil pode reverter o fechamento de postos de trabalho se o governo federal retomar
as obras do PAC, como sinaliza. Essa ação ajuda a dar um certo fôlego à economia, e poderá
impactar no comércio. Mas isso não resolve tudo, é somente uma ponta do problema. A
agropecuária também demitiu, a indústria da transformação também apresenta problemas. É
importante estar vigilante, e prestar atenção aos movimentos do mercado de trabalho.
Série Análises
2. Geração de Empregos nas Grande Regiões do Brasil – Três Regiões
apresentam Saldo Negativo na Geração de Empregos Formais em Fevereiro
Sob o ponto de vista das grandes regiões, no mês de fevereiro três regiões apresentaram saldo
negativos. A região Nordeste foi a que mais perdeu postos de trabalho (-27.528 trabalhadores
desligados), seguida da região Sudeste (-4.846 postos fechados) e da região Norte (-4724).
Este mês, somente duas regiões apresentaram resultados positivos na contratação de
trabalhadores, regiões Sul e Centro-Oeste. O gráfico 2 ilustra o comportamento do emprego
formal no Brasil.
Gráfico 2. Brasil: Comportamento do Emprego Formal segundo as
Grandes Regiões (Fev-2015)
Brasil: Comportamento do Emprego Formal segundo as Grandes
Regiões (Fev-2015)
Saldo (Admissão - Desligamentos)
30.000
23.902
20.000
10.781
10.000
0
-10.000
Brasil
Norte
-2.415
-4.724
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
-4.846
-20.000
-30.000
-27.528
-40.000
Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015.
3. Geração de Empregos no Nordeste: Desemprego Continua em Fevereiro
O Nordeste teve um mês de fevereiro exatamente igual ao mês de janeiro, com resultado
negativo para oito estados, somente o Estado do Piauí apresentou saldo positivo (106
trabalhadores contratados).
A região desligou (-27.528) postos de trabalho. O estado que mais demitiu em fevereiro foi
Pernambuco (-10.660 desligamentos), seguido de Bahia (-6.800) e Rio Grande do Norte (4.013). Ver o gráfico 3 que ilustra o comportamento de emprego formal para a região Nordeste
em fevereiro de 2015.
Série Análises
Gráfico 3. Nordeste: Comportamento do Emprego Formal
Todas as Atividades Econômicas (Fev/2015)
Nordeste: Comportamento do Emprego Formal
Todas as Atividades Econômicas (Fev/2015)
Saldo (Admissão - Desligamentos)
2.000
106
0
-507
-2.000
-157
-1.210
-2.027
-2.260
-4.000
-4.013
-6.000
-6.800
-8.000
-10.000
-10.660
-12.000
Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015.
Assim como o país, o setor do comércio no Nordeste apresentou resultado negativo em
fevereiro deste ano. Foram desligados (-6.112) postos de trabalho no comércio da região, uma
variação de (-0,38%) em relação ao mês anterior. O setor de serviços obteve um saldo positivo
e contratou 2.115 postos com carteira assinada, representando uma variação de 0,08% em
relação ao mês anterior.
Em relação ao comércio, somente o estado da Paraíba obteve saldo positivo na geração de
empregos formais, 264 postos foram criados. Todos os outros estados tiveram resultados
negativos, o estado da Bahia foi o que mais demitiu trabalhadores (-1.884), seguido de
Pernambuco (-1.719) e Ceará (-1.193).
O setor de serviços obteve uma recuperação e somente dois estados apresentaram
desligamentos de trabalhadores, Bahia (-1.777) e Maranhão (-120). Os destaques na
contratação de novos trabalhadores para o setor ficaram com os Estados do Piauí (1.253),
Ceará (672) e Pernambuco (505). O gráfico 4 ilustra o comportamento desses setores no
Nordeste, em fevereiro de 2015.
Gráfico 4. Nordeste: Geração de Empregos nos Setores do Comércio e Serviços (Fev-2015)
Nordeste: Geração de Empregos nos Setores do Comércio e
Serviços (Fev-2015)
Saldo (Admissão - Desligamentos)
1.500
1.253
1.000
672
385
500
484
264
505
456
257
0
-500
MA -120 PI
-291
-467
CE
RN
-345
PB
PE
AL
-290
SE
-187
BA
-1.000
-1.500
-1.193
-1.719
-2.000
-2.500
Comércio
Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015.
Serviços
-1.777
-1.884
Série Análises
4. Sergipe: Empregos Formais Mantém Trajetória em Declínio
De acordo com os dados do CAGED, em fevereiro de 2015 o resultado do emprego em
Sergipe foi negativo, com o registro de (-157) trabalhadores dispensados, equivalente ao
decréscimo de 0,05% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês
anterior. Os setores de atividade que mais contribuíram para essa diminuição foram
Construção Civil (-248 postos) e o Comércio (-187 postos). No ano, já são (-506)
trabalhadores dispensados.
A indústria da transformação apresentou saldo positivo de 151 postos de trabalhos criados, o
destaque foi a Indústria do material elétrico e de comunicações, com saldo de 167 postos
preenchidos e a Indústria de calçados com 166 contratações de novos trabalhadores. Os
serviços geraram 257 novos postos de trabalho. Ver o quadro 2 logo abaixo com os resultados
do emprego formal em Sergipe, para o mês de fevereiro de 2015, em todas as atividades
econômicas.
Quadro 2. Sergipe: Geração de Emprego Formal por Setor de Atividade (Fev-2015)
SETORES
FEVEREIRO/2015
TOTAL
TOTAL
SALDO
ADMIS.
DESLIG.
TOTAL
ADMIS.
NO ANO **
TOTAL
DESLIG.
SALDO
TOTAL
8.909
9.066
-157
18.036
18.542
-506
1.EXTRATIVA MINERAL
2.INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO
Indústria de produtos minerais não
metálicos
Indústria metalúrgica
4
1.606
9
1.455
-5
151
21
2.909
29
2.820
-8
89
155
179
-24
318
325
-7
106
76
30
188
153
35
33
47
-14
54
73
-19
228
61
167
394
149
245
6
84
16
123
-10
-39
15
213
23
263
-8
-50
19
39
-20
41
70
-29
38
18
20
79
43
36
123
225
-102
183
450
-267
161
258
-97
365
437
-72
314
148
166
399
196
203
339
265
74
660
638
22
3.SERV INDUST DE UTIL PÚBLICA
4.CONSTRUÇÃO CIVIL
86
1.237
72
1.485
14
-248
141
2.534
128
2.835
13
-301
5.COMÉRCIO
1.774
1.961
-187
3.687
4.412
-725
Comércio varejista
1.487
1.685
-198
3.106
3.863
-757
287
276
11
581
549
32
3.813
3.556
257
7.844
7.360
484
39
46
-7
66
78
-12
1.295
1.338
-43
2.717
2.833
-116
246
284
-38
645
625
20
1.271
1.318
-47
2.769
2.675
94
322
322
0
591
611
-20
640
248
392
1.056
538
518
5
36
-31
9
70
-61
Indústria mecânica
Indústria do material elétrico e de
comunicações
Indústria do material de transporte
Indústria da madeira e do mobiliário
Indústria do papel, papelão, editorial e
gráfica
Indústria da borracha, fumo, couros, peles,
similares, ind. diversas
Indústria química de produtos
farmacêuticos, veterinários, perfumaria
Indústria têxtil do vestuário e artefatos de
tecidos
Indústria de calçados
Indústria de produtos alimentícios, bebidas e
álcool etílico
Comércio atacadista
6.SERVIÇOS
Instituições de crédito, seguros e
capitalização
Com. e administração de imóveis, valores
mobiliários, serv. técnico
Transportes e comunicações
Serviços de alojamento, alimentação,
reparação, manutenção, redação
Serviços médicos, odontológicos e
veterinários
Ensino
7.ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
8.AGROPECUÁRIA
384
492
-108
891
888
3
Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015. Obs. * A variação mensal do emprego toma como referência o estoque do mês anterior.
Obs. ** Resultados acrescidos dos ajustes; a variação relativa toma como referência os estoques do mês atual e do mês de
dezembro do ano t-1, ambos com ajustes.
Série Análises
Outra forma de olhar os resultados do emprego formal é fazer um exercício de análise
comparativa do mês em análise (fevereiro-2015) com os meses de fevereiro de anos
anteriores. Se observarmos os dados, verificaremos que o mês de fevereiro de 2015 foi o
terceiro mês de fevereiro com a pior performance desde 2003. O ano de 2006 foi o ano que o
Estado fechaou mais postos de trabalho (-1.093). O gráfico 5 ilustra a evolução do emprego
formal nos meses de fevereiro, no período de 2003 a 2015.
Gráfico 5. Sergipe: Evolução do Emprego Formal nos Meses de Fevereiro
Todas Atividades (2003-2015)
Saldo (Admissão - Desligamentos)
2500
Sergipe: Evolução do Emprego Formal nos Meses de Fevereiro
Todas Atividades (2003-2015)
1.886
2000
1500
1.115
1.365
1.294 1.284
1.263
1.039
1000
713
500
1
0
Fev-03 Fev-04 Fev-05 Fev-06 Fev-07 Fev-08 Fev-09 Fev-10 Fev-11 Fev-12 Fev-13 Fev-14 Fev-15
-123
-500
-1000
-845
-157
-1.093
-1500
Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015.
O quadro 5 mostra a evolução do emprego formal em fevereiro deste ano, nos municípios de
Sergipe com mais de 30 mil habitantes.
Quadro 5. Sergipe: Evolução do Emprego Formal em Municípios
com mais de 30 mil Habitantes - Todas Atividades (Fev-2015)
Municípios
Adm.
Desl.
Saldo
Nossa Senhora do Socorro
Itabaiana
São Cristóvão
Lagarto
Nossa Senhora da Glória
Estância
Tobias Barreto
Poço Redondo
Itaporanga D' Ajuda
Itabaianinha
Simão Dias
Capela
Aracaju
Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2014.
797
424
338
252
120
221
73
22
74
34
73
82
5.249
521
337
275
204
84
207
72
24
78
63
107
220
5.774
276
87
63
48
36
14
1
-2
-4
-29
-34
-138
-525
Série Análises
5. Sergipe: Comportamento do Emprego nos Setores de Comércio e Serviços em
Fevereiro de 2015
Comportamento do Emprego Formal no Comércio
O comércio apresentou saldo negativo (-187) postos de trabalho desligados no mês de
fevereiro de 2015, uma retração de (-0,28%) em relação ao mês anterior. O comércio varejista
foi quem mais contribuiu para o saldo negativo do setor como um todo, foram (-198)
trabalhadores dispensados em fevereiro, uma queda de (-0,35%) em relação ao mês de
janeiro. No ano já são (-725) postos de trabalho fechados, com destaque para o comércio
varejista (-757) desligamentos no ano. Ver o quadro 3 logo abaixo com os resultados do
comportamento do emprego formal do Comércio de Sergipe.
Quadro 3. Sergipe: Comportamento do Emprego Formal no Comércio (Fev-2015)
FEVEREIRO/2015
SETOR
COMÉRCIO
Comércio varejista
Comércio atacadista
TOTAL
ADMIS.
1.774
1.487
287
TOTAL
DESLIG.
1.961
1.685
276
NO ANO **
SALDO
-187
-198
11
TOTAL
ADMIS.
3.687
3.106
581
TOTAL
DESLIG.
4.412
3.863
549
SALDO
-725
-757
32
Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015.
Obs. * A variação mensal do emprego toma como referência o estoque do mês anterior.
Obs. ** Resultados acrescidos dos ajustes; a variação relativa toma como referência os estoques do mês atual e do
mês de dezembro do ano t-1, ambos com ajustes.
Analisando o setor do comércio, na mesma perpectiva de ‘olhar para trás’, e comparar os
resultados do emprego formal do setor, a realidade é preocupante e a luz amarela está acesa.
Em doze anos, o setor demitiu mais trabalhadores (-1.437) que contratou (355). O melhor mês
de fevereiro para o comércio foi em 2014, isso após fevereiro de 2006 quando houve 99
contratações. Ver o gráfico 6 logo abaixo.
Gráfico 6. Sergipe: Evolução do Emprego Formal no Comércio nos Meses de Fevereiro
(2004-2015)
Sergipe: Evolução do Emprego Formal no Comércio nos
Meses de Fevereiro (2004-2015)
164
Saldo (Admissão - Desligamentos)
200
99
100
46
17
29
0
Fev-04 Fev-05 Fev-06 Fev-07 Fev-08 Fev-09 Fev-10 Fev-11 Fev-12 Fev-13 Fev-14 Fev-15
-67
-100
-12
-129
-187
-200
-270
-300
-344
-400
-500
Fonte: CAGED-MTE, vários anos.
-428
Série Análises
Comportamento do Emprego Formal no Setor de Serviços
O setor de serviços continua gerando empregos e em fevereiro obteve um saldo positivo de
257 postos de trabalho criados com carteira assinada. No ano, o setor acumula um saldo de
484 trabalhadores contratados.
Se observarmos com cuidado, veremos que os subsetores do setor de serviços obtiveram
saldo negativo, ou seja, dos seis subsetores, apenas Ensino obteve saldo positivo com a
contratação de 392 trabalhadores. O quadro abaixo mostra a situação do mercado formal de
trabalho no setor de serviços de Sergipe, no mês de fevereiro de 2015.
Quadro 4. Sergipe: Comportamento do Emprego no Setor de Serviços (Fev-2015)
FEVEREIRO/2015
SETOR
SERVIÇOS
Instituições de crédito,
seguros e capitalização
Com. e administração de
imóveis, valores
mobiliários, serv. técnico
Transportes e
comunicações
Serviços de alojamento,
alimentação, reparação,
manutenção, redação
Serviços médicos,
odontológicos e
veterinários
Ensino
TOTAL
ADMIS.
3.813
TOTAL
DESLIG.
3.556
39
NO ANO **
257
TOTAL
ADMIS.
7.844
TOTAL
DESLIG.
7.360
46
-7
66
78
-12
1.295
1.338
-43
2.717
2.833
-116
246
284
-38
645
625
20
1.271
1.318
-47
2.769
2.675
94
322
322
0
591
611
-20
640
248
392
1.056
538
518
SALDO
SALDO
484
Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015.
Obs. * A variação mensal do emprego toma como referência o estoque do mês anterior.
Obs. ** Resultados acrescidos dos ajustes; a variação relativa toma como referência os estoques do mês atual e do mês
de dezembro do ano t-1, ambos com ajustes.
Continuando a ‘olhar para trás’, verificamos que o setor de serviços apresenta uma trajetória
positiva para os meses de fevereiro, no período de 2004 a 2015, diferente do setor do
comércio. O ano de 2009 foi quando o setor apresentou a melhor performance, contratando
1.120 trabalhadores celetistas, ainda sob a sombra da crise financeira de 2008. Para os últimos
seis anos, o mês de fevereiro de 2015 apresentou um resultado positivo, ms inferior aos anos
anteriores. Ver o gráfico 7.
Série Análises
Gráfico 7. Sergipe: Evolução do Emprego Formal no Setor de Serviços nos Meses de
Fevereiro (2004-2015)
Saldo (Admissão - Desligamentos)
Sergipe: Evolução do Emprego Formal no Setor de Serviços
nos Meses de Fevereiro (2004-2015)
1200
1.120
1000
800
1.083
981
903
719
679
600
485
534
410
400
257
200
25
41
0
Fev-04 Fev-05 Fev-06 Fev-07 Fev-08 Fev-09 Fev-10 Fev-11 Fev-12 Fev-13 Fev-14 Fev-15
Fonte: CAGED-MTE, vários anos.
6. Algumas Considerações
Em janeiro deste ano, o resultado do emprego total em Sergipe foi negativo, com o registro de (379) trabalhadores dispensados. Esse resultado decorreu da queda em quase todos os setores,
com destaque para o Comércio (-543 postos). O comércio varejista foi quem mais contribuiu para o
saldo negativo do setor como um todo, foram (-567) trabalhadores dispensados em janeiro. O
comércio atacadista gerou 24 vagas formais. O setor de serviços contratou 139 trabalhadores em
janeiro.
Em fevereiro o Estado dispensou (-157) trabalhadores no âmbito total. Os setores de atividade que
mais contribuíram para essa diminuição foram Construção Civil (-248 postos) e o Comércio (-187
postos), sendo que, o comércio varejista dispensou (-198) trabalhadores e o comércio atacadista
fechou o mês de fevereiro com 11 contratações.
O que está ocorrendo com o emprego em Sergipe reflete a mesma situação que ocorre no Brasil, o
emprego está desacelerando. Os setores de atividade econômica podem melhorar se a economia,
nos próximos meses, reagir e apostar nas medidas de recuperação da economia.
Nós tivemos um fevereiro atípico. No curto prazo, a conjuntura não ajuda: o ajuste fiscal do governo
tende a gerar demissões na administração pública, reduzir nomeações de aprovados em concursos
públicos, a perda de ânimo do consumo tem reflexos para as empresas (se elas não vendem, a
demissão pode ocorrer ou reduzir as novas contratações). Qual o impacto da dos problemas atuais
da Petrobás na economia brasileira e local? Estão ocorrendo demissões pelo fim de contratos com
empreiteiras terceirizadas da indústria, construção e serviços.
Pensar uma agenda para os setores é uma ação importante, em especial para o comércio e
serviços. Até o momento o governo não assinalou com nenhuma medida de política pública para o
comércio e serviços em Sergipe, muito embora o setor tenha contribuído muito para a arrecadação
do Estado por meio do ICMS, em especial, pois se trata do imposto mais importante para o Estado.
Cabe perguntar: onde está a integração do comércio e serviços com as principais cadeias
produtivas e APLs do Estado? Qual o papel das grandes indústrias incentivadas via PSDI, para
contribuir e fazer a conexão com as empresas sergipanas? O comércio e os serviços estão
integrados às cadeias de valor existentes no Estado? É por aí que deve começar a pensar o
desenvolvimento da economia local. O setor produtivo tem o papel protagonista neste desafio.
Download

GERAÇÃO DE EMPREGOS FORMAIS