Série Análises GERAÇÃO DE EMPREGOS FORMAIS - FEVEREIRO/2015 1. Geração de Empregos no Brasil - Mercado de Trabalho volta a Fechar Vagas O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados/CAGED do mês de fevereiro de 2015. Após o mês de janeiro2015 apresentar o pior resultado desde janeiro de 2009, o mercado de trabalho brasileiro voltou a fechar vagas. Em fevereiro, foram fechados (-2.415) postos de trabalho com carteira assinada. No acumulado do ano, o saldo mostra o fechamento líquido de (-80.732) postos de trabalho e, em 12 meses, está negativo em 47.228. Este resultado foi o pior para um mês de fevereiro desde 1999, quando o país fechou 78.030 postos de trabalho. Ou seja, tivemos o pior resultado em 16 anos. O gráfico 1 ilustra a evolução do emprego no Brasil, nos meses de fevereiro, no período de 2003-2015. Gráfico 1. Brasil: Evolução do Emprego Celetisa: Comparativo dos Meses de Fevereiro (2003 a 2015) - Todas Atividades Brasil: Evolução do Emprego Celetisa: Comparativo dos Meses de Fevereiro (2003 a 2015) - Todas Atividades Saldo (Admissão - Desligamentos) 300.000 280.799 260.823 250.000 204.963 209.425 200.000 150.000 176.632 148.019 150.600 139.074 123.446 100.000 84.029 73.285 50.000 9.179 0 Fev-03 Fev-04 Fev-05 Fev-06 Fev-07 Fev-08 Fev-09 Fev-10 Fev-11 Fev-12 Fev-13 Fev-14 Fev-15 -2.415 -50.000 Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015. Os dados do CAGED mostraram que o desempenho ruim de fevereiro foi puxado pelo comércio, que demitiu (-30.354 trabalhadores), e pela construção civil que dispensou outros (25.823 trabalhadores). As contratações se concentraram no setor de serviços, com 52.261 admissões. Em termos setoriais, os dados revelam que dos oito setores de atividade econômica, três obtiveram desempenhos positivos: Serviços (+52.261 postos), Administração Pública (+10.541 postos) e a Indústria de Transformação (+ 2.001 postos). O saldo positivo no setor Serviços (+52.261 postos) decorreu da expansão do emprego em todos os ramos que o compõem. A Indústria de Transformação registrou saldo positivo (+ 2.001 postos) em razão da expansão em três dos doze segmentos que a integra. Os ramos industriais que se sobressaíram, em termos absolutos foram: Calçados: +5.401 postos, Produtos Alimentícios: +2.329 postos, e Borracha: +2.623 postos. Os principais segmentos que apresentaram queda foram: Material de Transporte: -4.580 postos, Metalúrgica: -1.243 postos, e Mecânica: -1.158 postos. O quadro 1 abaixo mostra o comportamento da evolução de empregos para o Brasil, no mês de fevereiro de 2015. Série Análises Quadro 1. Brasil: Geração de Emprego por Setor de Atividade Econômica FEVEREIRO/2015 SETORES TOTAL 1.EXTRATIVA MINERAL 2.INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO Indústria de produtos minerais não metálicos Indústria metalúrgica Indústria mecânica Indústria do material elétrico e de comunicações Indústria do material de transporte Indústria da madeira e do mobiliário Indústria do papel, papelão, editorial e gráfica Indústria da borracha, fumo, couros, peles, similares, ind. diversas Indústria química de produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria Indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos Indústria de calçados Indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico 3.SERV INDUST DE UTIL PÚBLICA 4.CONSTRUÇÃO CIVIL 5.COMÉRCIO Comércio varejista Comércio atacadista 6.SERVIÇOS Instituições de crédito, seguros e capitalização Com. e administração de imóveis, valores mobiliários, serv. técnico Transportes e comunicações Serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção, redação Serviços médicos, odontológicos e veterinários Ensino 7.ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 8.AGROPECUÁRIA TOTAL ADMIS. 1.646.703 3.792 TOTAL DESLIG. 1.649.118 5.052 295.992 NO ANO ** -2.415 -1.260 TOTAL ADMIS. 3.287.684 7.241 TOTAL DESLIG. 3.368.416 10.316 293.991 2.001 588.361 558.822 29.539 17.159 17.894 -735 34.966 35.723 -757 24.661 21.673 25.904 22.831 -1.243 -1.158 51.269 47.505 50.059 44.361 1.210 3.144 9.237 9.406 -169 18.778 18.093 685 10.724 19.985 15.304 19.941 -4.580 44 22.109 40.744 25.794 37.492 -3.685 3.252 11.407 11.529 -122 22.295 22.864 -569 14.101 11.478 2.623 27.781 21.765 6.016 27.867 28.130 -263 55.653 55.317 336 40.331 40.457 -126 77.477 73.958 3.519 19.736 14.335 5.401 36.229 23.217 13.012 79.111 76.782 2.329 153.555 150.179 3.376 8.140 8.450 -310 16.738 16.770 -32 183.234 378.917 316.478 62.439 680.369 209.057 409.271 349.935 59.336 628.108 -25.823 -30.354 -33.457 3.103 52.261 391.072 758.743 634.605 124.138 1.332.396 424.405 886.795 765.703 121.092 1.286.493 -33.333 -128.052 -131.098 3.046 45.903 6.274 6.058 216 13.606 12.262 1.344 229.183 224.555 4.628 472.126 464.242 7.884 73.724 73.363 361 142.583 152.381 -9.798 241.577 235.641 5.936 487.341 487.566 -225 47.457 44.510 2.947 94.223 87.774 6.449 82.154 17.006 79.253 43.981 6.465 88.724 38.173 10.541 -9.471 122.517 22.584 170.549 82.268 14.497 170.318 40.249 8.087 231 SALDO SALDO -80.732 -3.075 Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015. Obs.: A variação mensal do emprego toma como referência o estoque do mês anterior. ** Resultados acrescidos dos ajustes. O ano de 2015 inicia com um dos indicadores que, até então, era o pilar que estava segurando a economia brasileira e o discurso do governo federal. O desemprego em setores econômicos importantes como a construção civil e o comércio (setores que absorvem mão de obra menos qualificada e trabalhadores desligados de outros setores), é preocupante. O setor da construção civil pode reverter o fechamento de postos de trabalho se o governo federal retomar as obras do PAC, como sinaliza. Essa ação ajuda a dar um certo fôlego à economia, e poderá impactar no comércio. Mas isso não resolve tudo, é somente uma ponta do problema. A agropecuária também demitiu, a indústria da transformação também apresenta problemas. É importante estar vigilante, e prestar atenção aos movimentos do mercado de trabalho. Série Análises 2. Geração de Empregos nas Grande Regiões do Brasil – Três Regiões apresentam Saldo Negativo na Geração de Empregos Formais em Fevereiro Sob o ponto de vista das grandes regiões, no mês de fevereiro três regiões apresentaram saldo negativos. A região Nordeste foi a que mais perdeu postos de trabalho (-27.528 trabalhadores desligados), seguida da região Sudeste (-4.846 postos fechados) e da região Norte (-4724). Este mês, somente duas regiões apresentaram resultados positivos na contratação de trabalhadores, regiões Sul e Centro-Oeste. O gráfico 2 ilustra o comportamento do emprego formal no Brasil. Gráfico 2. Brasil: Comportamento do Emprego Formal segundo as Grandes Regiões (Fev-2015) Brasil: Comportamento do Emprego Formal segundo as Grandes Regiões (Fev-2015) Saldo (Admissão - Desligamentos) 30.000 23.902 20.000 10.781 10.000 0 -10.000 Brasil Norte -2.415 -4.724 Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste -4.846 -20.000 -30.000 -27.528 -40.000 Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015. 3. Geração de Empregos no Nordeste: Desemprego Continua em Fevereiro O Nordeste teve um mês de fevereiro exatamente igual ao mês de janeiro, com resultado negativo para oito estados, somente o Estado do Piauí apresentou saldo positivo (106 trabalhadores contratados). A região desligou (-27.528) postos de trabalho. O estado que mais demitiu em fevereiro foi Pernambuco (-10.660 desligamentos), seguido de Bahia (-6.800) e Rio Grande do Norte (4.013). Ver o gráfico 3 que ilustra o comportamento de emprego formal para a região Nordeste em fevereiro de 2015. Série Análises Gráfico 3. Nordeste: Comportamento do Emprego Formal Todas as Atividades Econômicas (Fev/2015) Nordeste: Comportamento do Emprego Formal Todas as Atividades Econômicas (Fev/2015) Saldo (Admissão - Desligamentos) 2.000 106 0 -507 -2.000 -157 -1.210 -2.027 -2.260 -4.000 -4.013 -6.000 -6.800 -8.000 -10.000 -10.660 -12.000 Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015. Assim como o país, o setor do comércio no Nordeste apresentou resultado negativo em fevereiro deste ano. Foram desligados (-6.112) postos de trabalho no comércio da região, uma variação de (-0,38%) em relação ao mês anterior. O setor de serviços obteve um saldo positivo e contratou 2.115 postos com carteira assinada, representando uma variação de 0,08% em relação ao mês anterior. Em relação ao comércio, somente o estado da Paraíba obteve saldo positivo na geração de empregos formais, 264 postos foram criados. Todos os outros estados tiveram resultados negativos, o estado da Bahia foi o que mais demitiu trabalhadores (-1.884), seguido de Pernambuco (-1.719) e Ceará (-1.193). O setor de serviços obteve uma recuperação e somente dois estados apresentaram desligamentos de trabalhadores, Bahia (-1.777) e Maranhão (-120). Os destaques na contratação de novos trabalhadores para o setor ficaram com os Estados do Piauí (1.253), Ceará (672) e Pernambuco (505). O gráfico 4 ilustra o comportamento desses setores no Nordeste, em fevereiro de 2015. Gráfico 4. Nordeste: Geração de Empregos nos Setores do Comércio e Serviços (Fev-2015) Nordeste: Geração de Empregos nos Setores do Comércio e Serviços (Fev-2015) Saldo (Admissão - Desligamentos) 1.500 1.253 1.000 672 385 500 484 264 505 456 257 0 -500 MA -120 PI -291 -467 CE RN -345 PB PE AL -290 SE -187 BA -1.000 -1.500 -1.193 -1.719 -2.000 -2.500 Comércio Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015. Serviços -1.777 -1.884 Série Análises 4. Sergipe: Empregos Formais Mantém Trajetória em Declínio De acordo com os dados do CAGED, em fevereiro de 2015 o resultado do emprego em Sergipe foi negativo, com o registro de (-157) trabalhadores dispensados, equivalente ao decréscimo de 0,05% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior. Os setores de atividade que mais contribuíram para essa diminuição foram Construção Civil (-248 postos) e o Comércio (-187 postos). No ano, já são (-506) trabalhadores dispensados. A indústria da transformação apresentou saldo positivo de 151 postos de trabalhos criados, o destaque foi a Indústria do material elétrico e de comunicações, com saldo de 167 postos preenchidos e a Indústria de calçados com 166 contratações de novos trabalhadores. Os serviços geraram 257 novos postos de trabalho. Ver o quadro 2 logo abaixo com os resultados do emprego formal em Sergipe, para o mês de fevereiro de 2015, em todas as atividades econômicas. Quadro 2. Sergipe: Geração de Emprego Formal por Setor de Atividade (Fev-2015) SETORES FEVEREIRO/2015 TOTAL TOTAL SALDO ADMIS. DESLIG. TOTAL ADMIS. NO ANO ** TOTAL DESLIG. SALDO TOTAL 8.909 9.066 -157 18.036 18.542 -506 1.EXTRATIVA MINERAL 2.INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO Indústria de produtos minerais não metálicos Indústria metalúrgica 4 1.606 9 1.455 -5 151 21 2.909 29 2.820 -8 89 155 179 -24 318 325 -7 106 76 30 188 153 35 33 47 -14 54 73 -19 228 61 167 394 149 245 6 84 16 123 -10 -39 15 213 23 263 -8 -50 19 39 -20 41 70 -29 38 18 20 79 43 36 123 225 -102 183 450 -267 161 258 -97 365 437 -72 314 148 166 399 196 203 339 265 74 660 638 22 3.SERV INDUST DE UTIL PÚBLICA 4.CONSTRUÇÃO CIVIL 86 1.237 72 1.485 14 -248 141 2.534 128 2.835 13 -301 5.COMÉRCIO 1.774 1.961 -187 3.687 4.412 -725 Comércio varejista 1.487 1.685 -198 3.106 3.863 -757 287 276 11 581 549 32 3.813 3.556 257 7.844 7.360 484 39 46 -7 66 78 -12 1.295 1.338 -43 2.717 2.833 -116 246 284 -38 645 625 20 1.271 1.318 -47 2.769 2.675 94 322 322 0 591 611 -20 640 248 392 1.056 538 518 5 36 -31 9 70 -61 Indústria mecânica Indústria do material elétrico e de comunicações Indústria do material de transporte Indústria da madeira e do mobiliário Indústria do papel, papelão, editorial e gráfica Indústria da borracha, fumo, couros, peles, similares, ind. diversas Indústria química de produtos farmacêuticos, veterinários, perfumaria Indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos Indústria de calçados Indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico Comércio atacadista 6.SERVIÇOS Instituições de crédito, seguros e capitalização Com. e administração de imóveis, valores mobiliários, serv. técnico Transportes e comunicações Serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção, redação Serviços médicos, odontológicos e veterinários Ensino 7.ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 8.AGROPECUÁRIA 384 492 -108 891 888 3 Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015. Obs. * A variação mensal do emprego toma como referência o estoque do mês anterior. Obs. ** Resultados acrescidos dos ajustes; a variação relativa toma como referência os estoques do mês atual e do mês de dezembro do ano t-1, ambos com ajustes. Série Análises Outra forma de olhar os resultados do emprego formal é fazer um exercício de análise comparativa do mês em análise (fevereiro-2015) com os meses de fevereiro de anos anteriores. Se observarmos os dados, verificaremos que o mês de fevereiro de 2015 foi o terceiro mês de fevereiro com a pior performance desde 2003. O ano de 2006 foi o ano que o Estado fechaou mais postos de trabalho (-1.093). O gráfico 5 ilustra a evolução do emprego formal nos meses de fevereiro, no período de 2003 a 2015. Gráfico 5. Sergipe: Evolução do Emprego Formal nos Meses de Fevereiro Todas Atividades (2003-2015) Saldo (Admissão - Desligamentos) 2500 Sergipe: Evolução do Emprego Formal nos Meses de Fevereiro Todas Atividades (2003-2015) 1.886 2000 1500 1.115 1.365 1.294 1.284 1.263 1.039 1000 713 500 1 0 Fev-03 Fev-04 Fev-05 Fev-06 Fev-07 Fev-08 Fev-09 Fev-10 Fev-11 Fev-12 Fev-13 Fev-14 Fev-15 -123 -500 -1000 -845 -157 -1.093 -1500 Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015. O quadro 5 mostra a evolução do emprego formal em fevereiro deste ano, nos municípios de Sergipe com mais de 30 mil habitantes. Quadro 5. Sergipe: Evolução do Emprego Formal em Municípios com mais de 30 mil Habitantes - Todas Atividades (Fev-2015) Municípios Adm. Desl. Saldo Nossa Senhora do Socorro Itabaiana São Cristóvão Lagarto Nossa Senhora da Glória Estância Tobias Barreto Poço Redondo Itaporanga D' Ajuda Itabaianinha Simão Dias Capela Aracaju Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2014. 797 424 338 252 120 221 73 22 74 34 73 82 5.249 521 337 275 204 84 207 72 24 78 63 107 220 5.774 276 87 63 48 36 14 1 -2 -4 -29 -34 -138 -525 Série Análises 5. Sergipe: Comportamento do Emprego nos Setores de Comércio e Serviços em Fevereiro de 2015 Comportamento do Emprego Formal no Comércio O comércio apresentou saldo negativo (-187) postos de trabalho desligados no mês de fevereiro de 2015, uma retração de (-0,28%) em relação ao mês anterior. O comércio varejista foi quem mais contribuiu para o saldo negativo do setor como um todo, foram (-198) trabalhadores dispensados em fevereiro, uma queda de (-0,35%) em relação ao mês de janeiro. No ano já são (-725) postos de trabalho fechados, com destaque para o comércio varejista (-757) desligamentos no ano. Ver o quadro 3 logo abaixo com os resultados do comportamento do emprego formal do Comércio de Sergipe. Quadro 3. Sergipe: Comportamento do Emprego Formal no Comércio (Fev-2015) FEVEREIRO/2015 SETOR COMÉRCIO Comércio varejista Comércio atacadista TOTAL ADMIS. 1.774 1.487 287 TOTAL DESLIG. 1.961 1.685 276 NO ANO ** SALDO -187 -198 11 TOTAL ADMIS. 3.687 3.106 581 TOTAL DESLIG. 4.412 3.863 549 SALDO -725 -757 32 Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015. Obs. * A variação mensal do emprego toma como referência o estoque do mês anterior. Obs. ** Resultados acrescidos dos ajustes; a variação relativa toma como referência os estoques do mês atual e do mês de dezembro do ano t-1, ambos com ajustes. Analisando o setor do comércio, na mesma perpectiva de ‘olhar para trás’, e comparar os resultados do emprego formal do setor, a realidade é preocupante e a luz amarela está acesa. Em doze anos, o setor demitiu mais trabalhadores (-1.437) que contratou (355). O melhor mês de fevereiro para o comércio foi em 2014, isso após fevereiro de 2006 quando houve 99 contratações. Ver o gráfico 6 logo abaixo. Gráfico 6. Sergipe: Evolução do Emprego Formal no Comércio nos Meses de Fevereiro (2004-2015) Sergipe: Evolução do Emprego Formal no Comércio nos Meses de Fevereiro (2004-2015) 164 Saldo (Admissão - Desligamentos) 200 99 100 46 17 29 0 Fev-04 Fev-05 Fev-06 Fev-07 Fev-08 Fev-09 Fev-10 Fev-11 Fev-12 Fev-13 Fev-14 Fev-15 -67 -100 -12 -129 -187 -200 -270 -300 -344 -400 -500 Fonte: CAGED-MTE, vários anos. -428 Série Análises Comportamento do Emprego Formal no Setor de Serviços O setor de serviços continua gerando empregos e em fevereiro obteve um saldo positivo de 257 postos de trabalho criados com carteira assinada. No ano, o setor acumula um saldo de 484 trabalhadores contratados. Se observarmos com cuidado, veremos que os subsetores do setor de serviços obtiveram saldo negativo, ou seja, dos seis subsetores, apenas Ensino obteve saldo positivo com a contratação de 392 trabalhadores. O quadro abaixo mostra a situação do mercado formal de trabalho no setor de serviços de Sergipe, no mês de fevereiro de 2015. Quadro 4. Sergipe: Comportamento do Emprego no Setor de Serviços (Fev-2015) FEVEREIRO/2015 SETOR SERVIÇOS Instituições de crédito, seguros e capitalização Com. e administração de imóveis, valores mobiliários, serv. técnico Transportes e comunicações Serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção, redação Serviços médicos, odontológicos e veterinários Ensino TOTAL ADMIS. 3.813 TOTAL DESLIG. 3.556 39 NO ANO ** 257 TOTAL ADMIS. 7.844 TOTAL DESLIG. 7.360 46 -7 66 78 -12 1.295 1.338 -43 2.717 2.833 -116 246 284 -38 645 625 20 1.271 1.318 -47 2.769 2.675 94 322 322 0 591 611 -20 640 248 392 1.056 538 518 SALDO SALDO 484 Fonte: CAGED-MTE, fevereiro/2015. Obs. * A variação mensal do emprego toma como referência o estoque do mês anterior. Obs. ** Resultados acrescidos dos ajustes; a variação relativa toma como referência os estoques do mês atual e do mês de dezembro do ano t-1, ambos com ajustes. Continuando a ‘olhar para trás’, verificamos que o setor de serviços apresenta uma trajetória positiva para os meses de fevereiro, no período de 2004 a 2015, diferente do setor do comércio. O ano de 2009 foi quando o setor apresentou a melhor performance, contratando 1.120 trabalhadores celetistas, ainda sob a sombra da crise financeira de 2008. Para os últimos seis anos, o mês de fevereiro de 2015 apresentou um resultado positivo, ms inferior aos anos anteriores. Ver o gráfico 7. Série Análises Gráfico 7. Sergipe: Evolução do Emprego Formal no Setor de Serviços nos Meses de Fevereiro (2004-2015) Saldo (Admissão - Desligamentos) Sergipe: Evolução do Emprego Formal no Setor de Serviços nos Meses de Fevereiro (2004-2015) 1200 1.120 1000 800 1.083 981 903 719 679 600 485 534 410 400 257 200 25 41 0 Fev-04 Fev-05 Fev-06 Fev-07 Fev-08 Fev-09 Fev-10 Fev-11 Fev-12 Fev-13 Fev-14 Fev-15 Fonte: CAGED-MTE, vários anos. 6. Algumas Considerações Em janeiro deste ano, o resultado do emprego total em Sergipe foi negativo, com o registro de (379) trabalhadores dispensados. Esse resultado decorreu da queda em quase todos os setores, com destaque para o Comércio (-543 postos). O comércio varejista foi quem mais contribuiu para o saldo negativo do setor como um todo, foram (-567) trabalhadores dispensados em janeiro. O comércio atacadista gerou 24 vagas formais. O setor de serviços contratou 139 trabalhadores em janeiro. Em fevereiro o Estado dispensou (-157) trabalhadores no âmbito total. Os setores de atividade que mais contribuíram para essa diminuição foram Construção Civil (-248 postos) e o Comércio (-187 postos), sendo que, o comércio varejista dispensou (-198) trabalhadores e o comércio atacadista fechou o mês de fevereiro com 11 contratações. O que está ocorrendo com o emprego em Sergipe reflete a mesma situação que ocorre no Brasil, o emprego está desacelerando. Os setores de atividade econômica podem melhorar se a economia, nos próximos meses, reagir e apostar nas medidas de recuperação da economia. Nós tivemos um fevereiro atípico. No curto prazo, a conjuntura não ajuda: o ajuste fiscal do governo tende a gerar demissões na administração pública, reduzir nomeações de aprovados em concursos públicos, a perda de ânimo do consumo tem reflexos para as empresas (se elas não vendem, a demissão pode ocorrer ou reduzir as novas contratações). Qual o impacto da dos problemas atuais da Petrobás na economia brasileira e local? Estão ocorrendo demissões pelo fim de contratos com empreiteiras terceirizadas da indústria, construção e serviços. Pensar uma agenda para os setores é uma ação importante, em especial para o comércio e serviços. Até o momento o governo não assinalou com nenhuma medida de política pública para o comércio e serviços em Sergipe, muito embora o setor tenha contribuído muito para a arrecadação do Estado por meio do ICMS, em especial, pois se trata do imposto mais importante para o Estado. Cabe perguntar: onde está a integração do comércio e serviços com as principais cadeias produtivas e APLs do Estado? Qual o papel das grandes indústrias incentivadas via PSDI, para contribuir e fazer a conexão com as empresas sergipanas? O comércio e os serviços estão integrados às cadeias de valor existentes no Estado? É por aí que deve começar a pensar o desenvolvimento da economia local. O setor produtivo tem o papel protagonista neste desafio.