Literatura
01. Considerando o gênero romance no Brasil, do
Romantismo ao Realismo, do Naturalismo ao PréModernismo, analise as afirmações seguintes.
0-0) Abrasileirar a paisagem e os personagens foi
tarefa assegurada, a partir do século XIX, no
Romantismo, quando o gênero surgiu entre nós
1-1) Em Esaú e Jacó, Machado de Assis, realista,
descreve um Rio de Janeiro dividido em
diferentes espaços urbanos, por conta dos
desníveis sociais e econômicos.
2-2) Em O Mulato, Aluísio Azevedo, naturalista, situa
a narração em São Luís do Maranhão,
escandalizando seus contemporâneos com
uma história ousada de amor e preconceito.
3-3) Virando o século, em 1902, Euclides da Cunha,
considerado pré-modernista, escreve uma
história ficcional, romance em três volumes,
situado no sertão da Bahia, com paisagem e
personagens completamente distintos daquelas
dos romances urbanos.
4-4) Em Iracema, o romântico José de Alencar,
volta-se para temas exóticos, explora apenas
personagens indígenas e situa seu romance
nas terras do Ceará, “além, muito além daquela
serra que ainda azula no horizonte”.
Resposta: VVVFF
Justificativa:
São verdadeiras 0/0,1/1,2/2. São falsas, 3/3 e 4/4,
pois Os Sertões, apesar de ser considerada uma
obra literária, não é ficção, e José de Alencar narra
em Iracema a história dos primeiros contatos entre
índios e brancos. Em Ubirajara, é que só há
personagens indígenas.
02. Analise a seguir outros elementos relacionados ao
romance brasileiro.
0-0) Em Memórias Sentimentais de João Miramar, o
paulista Oswald de Andrade, um dos ícones do
Modernismo de 22, imprime ao romance um
ritmo nervoso e original, como se fossem
flashes cinematográficos.
1-1) Lima Barreto, em Recordações do Escrivão
Isaías Caminha e em O Triste Fim de Policarpo
Quaresma, narra, com a linguagem elegante e
correta de Machado de Assis e com o mesmo
pessimismo, cenas do cotidiano do Rio de
Janeiro.
2-2) Vidas Secas, do alagoano Graciliano Ramos,
tem como protagonistas os retirantes que
cruzam pequenas cidades e terras alheias,
sempre sob um sol inclemente. Seus
personagens, descritos com frases curtas e
sintaxe direta, estilo seco e correto, estão
sempre em trânsito, nunca achando um lugar
seu.
3-3) Jorge Amado, baiano, enlaça, na descrição dos
ambientes da paisagem e dos personagens de
seus romances, problemas sociais e muito
sensualismo. Imagens fortes de mulher povoam
suas narrativas e tornam-se o personagem
central, como em Capitães de Areia.
4-4) O mineiro Guimarães Rosa tem como principal
obra Grande Sertão: Veredas, romance que
conta a história de Riobaldo, um jagunço que
faz pacto com o demônio. Seguindo o modelo e
utilizando o tema de Euclides da Cunha, na
obra Os Sertões, Guimarães escreve em estilo
barroco e formal.
Resposta: VFVFF
Justificativa:
São falsas: 1/1, pois Lima Barreto não era cuidadoso
com o estilo, usando um padrão coloquial em nada
semelhante ao de Machado de Assis; e 3/3, pois o
personagem central de Capitães de Areia não é uma
mulher; 4/4, pois Guimarães Rosa tem aproximação
com Euclides apenas no título de sua obra. Com
uma linguagem inovadora, Guimarães deu à
linguagem do sertão uma estética diferente.
03. Analise o que se afirma a seguir acerca de textos na
literatura.
0-0) A intertextualidade consiste numa retomada ou
referência de um autor a outros textos falados
ou escritos, históricos ou contemporâneos, em
forma de paráfrase, paródia ou crítica.
1-1) A dimensão dialógica da intertextualidade - que
estabelece um elo entre diferentes textos - não
pode ser explorada entre um texto literário e um
outro não-literário.
2-2) A arte é manifestação da transcendência
humana, através de diferentes códigos. O texto
literário é um desses códigos, além de ser parte
fundamental da cultura dos povos.
3-3) A palavra é o instrumento de uma das artes
mais complexas, a arte literária, que viabiliza
várias possibilidades de expressão e sentidos.
4-4) Uma das marcas do texto literário é a
multiplicidade de sentidos que uma palavra ou o
próprio texto podem adquirir. A conotação,
como é chamada essa possibilidade, não existe
nos textos jornalísticos ou publicitários.
Resposta: VFVVF
Justificativa:
É falsa a 1/1, pois pode haver diálogo entre texto
literário e não-literário, como também entre dois
textos não-literários; por exemplo, entre a literatura e
o jornalismo ou a publicidade. A alternativa 4/4
também é falsa, pois a conotação está presente em
todos os textos, até na linguagem cotidiana.
Enfim te vejo. Enfim no teu
Repousa o meu olhar cansado
Quanto o turvou e escureceu
O pranto amargo que correu
sem apagar teu vulto amado!
Manuel Bandeira
Enfim te vejo, enfim posso
Curvado a teus pés dizer-te
Que não cessei de querer-te
Pesar de quanto sofri.
Muito penei! Cruas ânsias,
De teus olhos afastados,
Houveram-me acabrunhado,
A não lembrar-me de ti!
Gonçalves Dias
04. Sobre a intertextualidade, nos versos de Manuel
Bandeira e Gonçalves Dias, podemos afirmar o que
segue.
0-0) Sendo Gonçalves Dias, romântico, e Bandeira,
modernista, quem explora, nos versos acima, a
intertextualidade é Bandeira.
1-1) Embora os dois poemas se iniciem pelo mesmo
fragmento, o poema de Bandeira transforma-se
em paródia.
2-2) Ambos os poemas têm como interlocutor a
pessoa amada a quem tratam com intimidade,
como mostra o uso da segunda pessoa do
singular.
3-3) O tema de ambos os poemas é a separação e o
reencontro de pessoas que se amaram.
4-4) Por serem poetas de épocas e movimentos
diferentes, o tom e a linguagem divergem, pois,
enquanto Gonçalves se serve de uma
linguagem formal e em tom saudosista,
Bandeira usa uma linguagem informal e tem um
tom malicioso.
Resposta: VFVVF
Justificativa:
0-0) Verdadeiro
1-1) Falso. O poema de Bandeira não é uma paródia,
pois não contraria a linha do primeiro, não tem
humor, nem é uma critica ao texto-fonte, sendo,
antes, uma paráfrase.
2-2) Verdadeiro.
3-3) Verdadeiro. Gonçalves Dias diz que “ficou
acabrunhado a não lembrar-me de ti”, e Bandeira
diz que “o pranto amargo não apagou o rosto da
amada.”
4-4) Falso. O texto de Bandeira não tem tom
malicioso, nem está em linguagem informal.
05. Considere as afirmações que são feitas acerca do
Realismo e do Naturalismo.
0-0) O Regionalismo, iniciado com O Sertanejo, de
José de Alencar, é a obra típica do Naturalismo
no Brasil.
1-1) Por razões de dependência cultural, o
Realismo, no Brasil, apresenta, muitas das
características do Realismo francês.
2-2) O Naturalismo defende a tese de que o homem
é determinado pelo meio e pelo momento
histórico.
3-3) O Positivismo exerceu enorme influência sobre
as estéticas realista e naturalista, refletida,
entre outras coisas, no racionalismo científico
de algumas obras.
4-4) No Naturalismo, reduz-se a natureza a simples
cenário, sem função na narrativa. Assim, a
natureza não condiciona nem influencia o
comportamento dos personagens.
Resposta: FVVVF
Justificativa:
0-0) Falso. José de Alencar, em O sertanejo,
compõe uma obra dentro das características do
Romantismo e não dá início ao Naturalismo
1-0) Verdadeiro.
2-0) Verdadeiro.
3-0) Verdadeiro.
4-0) Falso. A natureza como meio influencia o
homem, o que está dentro dos postulados do
Naturalismo. Contudo, ela não é descrita com
os detalhes e arroubos do Romantismo.
06. Na literatura, a crítica social foi exercida de várias
formas nas escolas literárias, sendo freqüente a
recorrência à ironia, à sátira e ao sarcasmo. Sobre o
tema, avalie as proposições abaixo.
0-0) O poeta barroco Gregório de Matos escreveu
muitas poesias satíricas, de feroz mordacidade,
ridicularizando a sociedade colonial baiana de
então. Extravasou desta maneira seu
desengano do mundo, transformando, em
alguns desses poemas, a realidade em
caricaturas.
1-1) Pertencendo ao Arcadismo que floresceu em
Minas Gerais, Tomás Antônio Gonzaga fazia
parte do grupo dos Inconfidentes, que
tramavam a independência do Brasil. E, por
este motivo, ironizou os governantes e a
sociedade da época, no seu poema Marília de
Dirceu, em protesto aos desmandos e à
autoridade
exacerbada
exercida
pelo
governador de Minas.
2-2) Pe. Antonio Vieira, barroco, em alguns dos seus
Sermões, critica a vida social brasileira e
portuguesa do século XVII, valendo-se de
metáforas e referências, ora irônicas, ora
sarcásticas, como no Sermão do Bom Ladrão, e
no Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de
Portugal contra as da Holanda.
3-3) José de Alencar sempre descreveu, de forma
crítica e com fina ironia, no tratamento e na
composição
dos
personagens,
o
comportamento da Corte, espaço onde se
situaram seus romances urbanos. Denunciou,
assim, de forma contundente, a hipocrisia das
altas rodas do Rio de Janeiro.
4-4) Manuel Antônio de Almeida, em sua narrativa
de costumes Memórias de um Sargento de
Milícias, já sinaliza com algumas das
preocupações que vão caracterizar o Realismo,
por descrever, de forma exata e minuciosa os
usos, os costumes e as figuras típicas do Brasil
do tempo de D. João VI. Com personagens do
povo, em situações quase sempre grotescas,
sua narrativa faz uma análise crítica e irônica
dos costumes morais.
Resposta: VFVFV
Justificativa:
Tomás Antônio Gonzaga não criticou a sociedade ou
as autoridades em Marilia de Dirceu, poema lírico.
Em Cartas Chilenas, que dizem ser de sua autoria,
questionou a autoridade do governador de Minas.
José de Alencar não usa de ironia, nem faz críticas
de costumes nos seus romances urbanos,
ambientados na Corte.
07. Analise as afirmações que são feitas acerca de
Machado de Assis e sua obra.
0-0) A obra de Machado de Assis pode ser dividida
em duas fases: a primeira, comprometida com o
idealismo romântico, é representada em quatro
romances; e a segunda é caracterizada por um
amadurecimento da linguagem e uma mudança
na visão de mundo, a partir da década de 80.
1-1) Na segunda fase, três romances são
considerados suas obras-primas: Memórias
Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom
Casmurro. Neles, há cortes narrativos e
racionalizações.
2-2) As influências de Machado de Assis, na
composição dos personagens e na descrição
do ambiente, foram os romances de José de
Alencar e de Manuel Antônio de Almeida.
3-3) A visão do mundo do escritor, como pode se
depreender de sua obra, é irônica, pessimista e
crítica, denunciando a hipocrisia social e a
ambigüidade feminina.
4-4) As características centrais das narrativas são a
análise dos valores sociais e a análise
psicológica dos personagens, desnudando as
aparências da burguesia brasileira da época.
Resposta: VVFVV
Justificativa:
2-2) Falso. Machado de Assis, embora tenha
ambientado as narrativas na corte (Rio de Janeiro),
tal como o fizeram M. A. Almeida e Alencar, tem uma
visão crítica e pessimista dos personagens, sem
atingir o cômico de Almeida e sem o idealismo de
Alencar. Da mesma forma, a paisagem, em si, não o
interessava.
08. Sobre o Modernismo, analise as imagens e os textos
abaixo, e considere as questões a seguir.
O homem amarelo, de Anita Malfatti
Isto não é um cachimbo, de René Magritte.
Texto 1
“Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que
vêem normalmente as coisas e fazem arte pura; e outra
formada pelos que vêem anormalmente a natureza e
interpretam-na sob a sugestão estrábica de escolas
efêmeras. Embora eles se dêem como precursores duma
arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal:
nasceu com a paranóia e a mistificação. De há muito já a
estudaram os psiquiatras, documentando-se nos
inúmeros desenhos que ornam as paredes dos
manicômios.” (Monteiro Lobato, “A propósito da Exposição
Malfatti – Paranóia ou Mistificação?”).
Texto 2
“A obra de arte moderna não agrada ao público porque a
massa não a entende. Para a maioria das pessoas, uma
obra é “boa” quando consegue produzir a quantidade de
ilusão necessária para que as personagens, objetos e
paisagens imaginativas valham como pessoas vivas,
objetos e paisagens reais. Para a arte moderna, porém,
essa ocupação com o humano na obra é incompatível
com a estrita fruição estética.” (Ortega y Gasset, A
desumanização da arte).
0-0) A crítica de Monteiro Lobato aos quadros
expressionistas de Anita Malfatti, como O
homem amarelo, traduziu o choque e a
incompreensão do público em geral face às
propostas modernistas da arte no início do
século XX.
1-1) Segundo Ortega y Gasset, a arte moderna
pareceu estranha ao público em geral, porque
se recusava a representar, de maneira realista,
personagens e temas humanos.
2-2) Ao colocar uma legenda contraditória em seu
quadro, René Magritte explica as propostas
modernistas ao público, mostrando que, quando
o artista se recusa a representar o real com
fidelidade, não é por ser um “paranóico”
(desequilibrado)
ou
“mistificador”
(incompetente), mas porque tentar ver a
realidade na arte é uma ilusão.
3-3) Em seu quadro, Magritte não deseja que o
público olhe a arte da mesma maneira que olha
a vida. Por isso, o cachimbo que pinta
perfeitamente também “não é um cachimbo”, é
apenas a pintura de um cachimbo.
4-4) Monteiro Lobato foi um autor tradicionalista e
academicista, cuja obra intelectual não revela
qualquer preocupação com a modernização e o
desenvolvimento do Brasil.
Resposta: VVVVF
Justificativa:
Apenas a questão 4-4 é falsa, porque, apesar de sua
incompreensão da arte moderna, particularmente
nesse período dos Anos 10 e 20 do século passado,
a obra de Lobato revela grande preocupação com a
modernização e o desenvolvimento do Brasil,
sobretudo no campo da educação (literatura infantil
revolucionária), da saúde (campanhas sanitárias
com o Jeca Tatu) e da economia (a luta pela
exploração nacional do petróleo).
09. As imagens e os textos abaixo apresentam
características do Modernismo. Analise-os.
0-0) A arte moderna é tão absurda e inconseqüente
que pode ser equiparada e confundida com a
produção das crianças.
1-1) Os artistas modernos, segundo Baudelaire,
buscam resgatar nas suas obras aquele pasmo
essencial da criança que vê a vida pela primeira
vez, inebriada.
2-2) Embora o pintor Juan Miró componha o seu
auto-retrato com traços simples, semelhantes
àqueles com que Sara, de três anos, compõe
as suas figuras, na pintura espontânea de Sara
não há a intencionalidade do artista adulto.
3-3) Embora Clarice Lispector, no delicado “quadro
a bico de pena” que faz, com palavras, de um
menino, procure captar o ponto de vista de um
bebê, seu texto é produto de um elaborado
trabalho intelectual, onde cada frase é pensada
para reproduzir o olhar infantil.
4-4) Como mostram os quadros e os textos acima,
há uma diferença entre a ingenuidade do
desconhecimento, própria da infância, e a
tentativa de ver a vida com olhos de ineditismo,
própria da infância redescoberta na arte
moderna.
Resposta: FVVVV
Justificativa:
Apenas a questão 0-0) é falsa. A arte moderna não
pode ser confundida com a produção das crianças,
que é espontânea e destituída da intencionalidade
dos artistas.
10. Com relação à influência da cultura portuguesa na
Auto-retrato, de Juan Miró
Texto 1
Figuras, de Sara (3 anos)
“Não sei como desenhar o menino. Sei que é impossível
desenhá-lo a carvão, pois até o bico de pena mancha o
papel para além da finíssima linha de extrema atualidade
em que ele vive. Ei-lo sentado no chão, imerso num vazio
profundo. Da cozinha a mãe se certifica: você está
quietinho aí? Chamado, o menino ergue-se com
dificuldade. O equilíbrio se desfaz – num único gesto total,
ele cai sentado. Da boca entreaberta pelo esforço de vida
a baba clara escorre e pinga no chão. Olha o pingo bem
de perto, como a uma formiga. O braço ergue-se, avança
em árduo mecanismo de etapas. E de súbito, como para
prender um inefável, com inesperada violência ele achata
a baba com a palma da mão. Pestaneja, espera. Em nova
brusca etapa, olha a mão: o pingo de baba está colado na
palma. Agora ele sabe disso também. Então, de olhos
bem abertos, lambe a baba que pertence ao menino. Ele
pensa bem alto: menino.” (Clarice Lispector, “Menino a bico
de pena”.)
literatura brasileira, considere as imagens e os textos
abaixo.
Grypho, animal encontrado nas
iluminuras medievais
Xilogravura para folheto de
cordel, de Mestre Salustiano
Texto 2
“A criança goza da faculdade de se interessar
intensamente pelas coisas, mesmo por aquelas que
aparentemente se mostram as mais triviais. O gênio
artístico é somente a infância redescoberta sem limites.
Os artistas modernos são homens-criança, dominados a
cada minuto pelo gênio da infância, um gênio para o qual
nenhum aspecto da vida é indiferente.” (Charles Baudelaire,
O pintor da vida moderna).
Iluminogravura “A viagem, soneto com
mote de Fernando Pessoa”, de Ariano Suassuna.
Texto 1
Justificativa:
Apenas a questão 3-3) é falsa, porque Pessoa não
condena D. Sebastião em seu poema; antes, o
exalta pela sua coragem e loucura.
D. Sebastião
Louco, sim, louco porque quis grandeza
Qual a sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.
11. Analise as imagens e os textos abaixo, considerando
as questões a seguir.
Minha loucura outros que me a tomem
Com o que nela ia.
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia
Cadáver adiado que procria?
Fernando Pessoa, Mensagem
Texto 2
A grande carnificina
Que abalou todo o sertão
Pra desencantar o reino
Do rei Dom Sebastião
Começou com João Ferreira
O segundo rei de então.
Fotografia de Kevin Carter,
África do Sul
Texto 1
“Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos (...)
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem”.
O sangue dessas vítimas
Sacrificadas em vão
Deveria ser derramado
Na Pedra Bonita então
Para quebrar o encanto
Do rei Dom Sebastião.
(Literatura de cordel: História do reino encantado
da Pedra Bonita, de Ernando Alves de Carvalho)
0-0) A cultura brasileira, em particular a nordestina,
é fortemente influenciada pela cultura do
colonizador português, como mostra a
persistência de traços das iluminuras medievais
nas xilogravuras dos folhetos de cordel, e de
mitos como o sebastianismo no imaginário
popular do sertanejo.
1-1) Ariano Suassuna ressalta a influência européia
na formação da cultura nordestina, ao retratar,
na sua “iluminogravura” A viagem, um grypho
semelhante ao que aparece nas xilogravuras
dos folhetos de cordel, inspirados nos desenhos
das iluminuras medievais.
2-2) Ariano Suassuna aborda a persistência do mito
sebastianista no imaginário popular do
sertanejo, recontando em seu romance A Pedra
do Reino a história do reino encantado da
Pedra Bonita, tema freqüente na literatura de
cordel.
3-3) Em seu poema, o poeta português Fernando
Pessoa condena duramente a loucura de D.
Sebastião, rei de Portugal, que, no séc. XVI,
desapareceu numa expedição perigosa à
África, ameaçando o destino de toda a nação e
dando início ao mito do sebastianismo: a
esperança do retorno do salvador da pátria.
4-4) O texto da literatura de cordel acima transcrito
mostra como o tema do sebastianismo persistiu
no Nordeste, influenciando o comportamento e
a vida do povo sertanejo.
Resposta: VVVFV
Chimpanzé aprisionado
Manuel Bandeira
Texto 2
“Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais.
Os seus pés duros quebravam espinhos e não sentiam a
quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo. A
pé, não se agüentava bem. Pendia para um lado,
cambaio, torto e feio. Às vezes utilizava nas relações com
as pessoas a mesma língua com que se dirigia aos brutos
– exclamações, onomatopéias. – Você é um homem,
Fabiano. Olhou em torno, com receio que alguém tivesse
percebido a frase imprudente. Corrigiu-a, murmurando: Você é um bicho, Fabiano.”
(Graciliano Ramos, Vidas Secas.).
Texto 3
“Com outros nossos padecimentos, os homens tramavam
zuretados de fome – caça não achávamos – até que
tombaram à bala um macaco vultoso, destrincharam,
quartearam e estavam comendo. Provei. Por quanto
estavam ainda mais assando e manducando, se soube, o
corpudo não era bugio não, não achavam o rabo. Era
homem humano, morador, um chamado José dos Alves!
Mãe dele veio de aviso, chorando e explicando: era
criaturo de Deus, que nu por falta de roupa...”
(Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas).
0-0) Carter retrata a barbaridade da miséria na
África, mostrando uma criança sob a mira de
um abutre, que apenas aguarda a sua morte
para devorá-la.
1-1) A animalização do ser humano é uma
estratégia utilizada por escritores como Manuel
Bandeira, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa
para retratar a situação de miséria do povo
brasileiro.
2-2) Em Vidas Secas, Graciliano utiliza o discurso
indireto livre para penetrar, indistintamente, nas
mentes de seus personagens, nivelando o
humano (Fabiano) ao animal; e o animal (a
cachorra Baleia) ao humano, ao revelar os seus
pensamentos.
3-3) Por sua temática e ambientação, Vidas Secas e
Grande Sertão: Veredas são autênticos
representantes do romance regionalista de 30.
4-4) A estratégia literária de animalização dos
personagens para denunciar situações de
degradação humana é sugestiva do modo
aviltante como a sociedade percebe e trata os
próprios animais, como registra a foto do
chimpanzé aprisionado.
Resposta: VVVFV
Justificativa:
A alternativa 3-3 é falsa, pois Grande Sertão:
Veredas data de um período posterior, tendo sido
escrito em 1956.
12. Os textos abaixo referem-se a adaptações modernas
de um clássico infantil. Relacione os textos às
imagens e analise as questões a seguir.
Ilustração de Ziraldo para
o Chapeuzinho Amarelo
Texto 1
lustração de Roger Mello para
Fita Verde no Cabelo
“Era a Chapeuzinho Amarelo/Amarelada de medo./Tinha
medo de tudo,/Aquela Chapeuzinho./Já não ria./Em festa,
não aparecia./Não subia escada/nem descia./Não estava
resfriada/mas tossia./Ouvia conto de fada/e estremecia./E
de todos os medos que tinha/o medo mais que
medonho/era o medo do tal do LOBO.”
Chico Buarque, Chapeuzinho Amarelo.
Texto 2
Fita-Verde entrou e olhou. A avó estava na cama,
rebuçada e só. Devia, para falar agagado e fraco e rouco,
assim, de ter apanhado um ruim defluxo. Dizendo: Depõe o pote e o cesto na arca, e vem para perto de mim,
enquanto é tempo. Ela perguntou: - Vovozinha, que
braços tão magros, os seus, e que mãos tão trementes! –
É porque não vou poder nunca mais te abraçar, minha
neta... – Vovozinha, mas que lábios, aí, tão arroxeados! –
É porque não vou nunca mais poder te beijar, minha neta.
– Vovozinha, e que olhos tão fundos e parados, nesse
rosto encovado, pálido? – É porque já não estou te vendo,
nunca mais, minha netinha... Fita-Verde mais se
assustou, como se fosse ter juízo pela primeira vez.
Gritou: - Vovozinha, eu tenho medo do Lobo!... Mas a avó
não estava mais lá.”
(Guimarães Rosa, Fita-Verde no Cabelo).
0-0) Muitos textos modernos caracterizam-se pela
releitura dos clássicos, parodiando-os ou
recriando-os, mostrando que nenhuma obra
nasce a partir do nada, e que nenhuma obra se
esgota enquanto continua a responder às
perguntas da atualidade.
1-1) As recriações do clássico infantil Chapeuzinho
Vermelho, de Perrault, por Chico Buarque e
Guimarães Rosa, brincam com o recurso
semiótico da cor, para indicar a natureza de
suas paródias: em vez do vermelho, usam o
amarelo e o verde, respectivamente, em seus
títulos.
2-2) O vermelho, que no conto original significa um
alerta contra a sedução erótica da menina pelo
lobo, transforma-se no amarelo, metáfora do
medo infantil em geral, no conto de Chico
Buarque, e, no verde, metáfora da juventude,
que Guimarães Rosa utiliza para falar de um
medo mais filosófico, presente na menina que
vê a sua velha avó morrendo.
3-3) As ilustrações dos textos infantis são
desnecessárias e só servem para confundir as
crianças, roubando-lhes a oportunidade de
imaginar por elas mesmas as cenas descritas
nos textos.
4-4) Como mostram os exemplos acima, as
ilustrações dos livros infantis podem ser tão
ricas quanto os textos, dialogando com eles e
contribuindo para desenvolver o imaginário das
crianças.
Resposta: VVVFV
Justificativa:
A alternativa 3-3 é falsa, pois as ilustrações exercem
um papel importante nos textos infantis.
13. Em Por que ler os clássicos, Ítalo Calvino define um
clássico como “um livro que nunca terminou de dizer
aquilo que tinha para dizer”. Considere os trechos
abaixo, extraídos de clássicos da literatura, e analise
as proposições seguintes.
Texto 1
“- Infinitas graças dou ao céu, Sancho amigo, de que
antes de eu ter topado alguma boa fortuna, tu viesses a
receber e a encontrar a prosperidade. Tu, que sem dúvida
és um rústico, sem mais nem mais te vês governador de
uma ilha. Tudo isto digo, Sancho, para que não atribuas
aos teus merecimentos a mercê recebida, e para que dês
graças ao céu que suavemente dispõe as coisas. Mas se
mal governares, Sancho, será tua a culpa e minha a
vergonha; mas consolo-me, que fiz o que devia
aconselhando-te com a verdade e a discrição que pude.
Deus te guie, Sancho, e te governe no teu governo, e me
tire a mim do escrúpulo que me fica de que hás de ferrar
com a ilha em dois tempos.
Justificativa:
A alternativa 4-4 é falsa, pois ambos os textos
discutem o tema da ética na política, alvo da crise
que o Brasil atravessa no momento.
14. Poetas e pintores de vários lugares e épocas têm
encontrado inspiração no famoso livro de Miguel de
Cervantes, o Dom Quixote. As proposições abaixo
referem-se a algumas dessas homenagens. Analiseas.
- Senhor - redargüiu Sancho -, se V. Mercê entende que
não sou capaz para esse governo, já o largo, que eu
quero mais a uma unha da minha alma do que a todo o
meu corpo, e tanto me sustentarei Sancho com pão e
cebola, como governador com perdizes e capões; e se
acaso se persuade que por ser governador me há de
levar o Diabo, antes quero ir Sancho para o céu do que
governador para o inferno.”
(Cervantes, “Dos conselhos que deu D. Quixote a Sancho Pança
antes de ele ir governar a ilha”)
Texto 2
“Pôs Deus a Adão no Paraíso com jurisdição e poder
sobre todos os viventes, e com senhorio absoluto de
todas as coisas criadas, exceto somente uma árvore.
Faltavam-lhe poucas letras a Adão para ladrão; e ao fruto
para o furto não lhe faltava nenhuma. Enfim, ele e sua
mulher aquela só coisa que havia no mundo que não
fosse sua, essa roubaram. (...) Mas estou vendo que com
este mesmo exemplo de Deus se desculpam, ou podem
desculpar os Reis. Porque se a Deus lhe sucedeu tão mal
com Adão, conhecendo muito bem Deus o que ele havia
de ser, que muito é que suceda o mesmo aos Reis com
os homens que elegem para os ofícios, se eles não
sabem nem podem saber o que depois farão? Querem
saber os Reis se os que provêem nos ofícios são ladrões
ou não? Observem a regra de Cristo. A porta por onde
legitimamente se entra no ofício é só o merecimento, e
todo o que não entra pela porta, não só diz Cristo que é
ladrão, senão ladrão e ladrão. E por que é duas vezes
ladrão? Uma vez porque furta o ofício, e outra vez pelo
que há de furtar com ele.”
(Pe. Antonio Vieira, Sermão do Bom Ladrão)
0-0) Nos dois textos, os autores defendem que a
dignidade de um homem deve sempre estar
acima de sua ambição.
1-1) Para esses autores, o direito de ocupar um
cargo público ou de deter alguma vantagem,
poder ou reconhecimento na sociedade deve se
basear na competência, integridade e no
legítimo merecimento do cidadão.
2-2) Os dois textos assumem uma função edificante
ao incitar no leitor valores éticos como a
nobreza de espírito e o bom caráter.
3-3) Percebe-se que o tom pedagógico, associado
ao bom-humor, estão presentes em ambos os
textos.
4-4) Os textos acima não oferecem quaisquer
elementos de relação com a atual crise política
que o Brasil atravessa.
Resposta: VVVVF
Cabeça de Cervantes, de autor
desconhecido
A
b
A&b
Ab
D. Quixote e Sancho Pança,
de Portinari
yZ
Z&y
Z
y
AbyZ
quadrigeminados
quadrimembra jornada
quadripartito anelo
quadrivalente busca
unificado anseio
umcavaleiroumcavaloumjumentoumescudeiro”
Obs: A é o cavaleiro D. Quixote
b é Rocinante, cavalo do Quixote
Z é Sancho Pança, escudeiro do Quixote
y é o jumento de Sancho
A sobre b = Quixote montado em Rocinante
Z sobre y = Sancho montado no jumento
A&b é o conjunto cavaleiro/cavalo
Z&y é o conjunto escudeiro/jumento
(Carlos Drummond de Andrade, Um em quatro).
Texto 2
“Que é loucura: ser cavaleiro andante
ou segui-lo como escudeiro?
De nós dois, quem o louco verdadeiro?
O que, acordado, sonha doidamente?
O que, mesmo vendado,
vê o real e segue o sonho
de um doido pela bruxas embruxado?
Eis-me, talvez, o único maluco,
em sabendo tal, sem grão de siso,
sou – que doideira – um louco de juízo.”
(Carlos Drummond de Andrade, Disquisição na insônia).
0-0) Em 2005, comemoram-se os 400 anos do livro
O engenhoso fidalgo D.Quixote de la Mancha,
de Miguel de Cervantes: a história de um leitor
apaixonado pela literatura de cavalaria, que sai
pelo mundo com o seu fiel escudeiro Sancho
Pança, tentando reviver o heroísmo dos tempos
passados.
1-1) Na literatura e na arte brasileiras, uma das mais
famosas homenagens ao personagem deve-se
ao poeta Carlos Drummond de Andrade, que
lhe dedica uma série de poemas originalmente
publicados, ao lado da série de desenhos do
pintor Portinari sobre o tema, a exemplo dos
textos e da tela aqui reproduzidos.
2-2) No poema Disquisição na insônia, Drummond
questiona-se sobre quem seria o mais louco: D.
Quixote, que persegue um sonho delirante, ou
Sancho Pança, que segue o sonho de D.
Quixote.
3-3) O poema Um em quatro elabora-se como uma
equação, e apresenta uma iconicidade
semelhante à dos poemas concretos,
realizando uma fusão visual dos símbolos dos
quatro personagens AbyZ – D. Quixote,
Rocinante, o jumento e Sancho Pança – numa
mesma
unidade
verbal:
umcavaleiroumcavaloumjumentoumescudeiro.
4-4) A técnica de Drummond no poema Um em
quatro é semelhante à montagem do quadro
Cabeça, de Cervantes, onde os quatro
personagens, retratados individualmente, se
reúnem numa mesma unidade: a imagem do
rosto de seu criador, Cervantes.
Resposta: VVVVV
Justificativa: Todas as alternativas são verdadeiras.
15. Considere os textos épicos abaixo e analise as
proposições a seguir.
Texto 1
“As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram (...)”
(Luís de Camões, Os Lusíadas).
Texto 2
“O rei é vosso pai: quer-vos felizes.
Sois livres, como eu sou; e sereis livres.
Não sendo aqui, em qualquer outra parte.
Mas deveis entregar-nos estas terras.
Ao bem público cede o bem privado.
O sossego da Europa assim o pede.
Assim manda o rei. Vós sois rebeldes,
Se não obedeceis; mas os rebeldes
Eu sei que não sois vós – são os “bons” padres
Que vos dizem a todos que sois livres,
E se servem de vós como de escravos,
E armados de orações vos põem no campo.”
(Basílio da Gama, O Uraguai)
Texto 3
“No fundo do mato virgem nasceu Macunaíma, herói de
nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite.
Houve um momento em que o silêncio foi tão grande
escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia
tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que
chamaram de Macunaíma. Já na meninice fazia coisas de
sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não
falando. Se o incitavam a falar, exclamava: - Ai! Que
preguiça... e não dizia mais nada. Macunaíma dandava
pra ganhar vintém”.
(Mário de Andrade, Macunaíma, o herói sem nenhum caráter)
0-0) A palavra epopéia refere-se à narrativa, em
forma de versos, que conta um episódio heróico
e fundador da história de um povo.
1-1) Os Lusíadas, de Camões, que narra a aventura
marítima de Vasco da Gama, é a grande
epopéia de Portugal. Ao contrário de A
Odisséia, de Homero, onde o herói Ulisses é
individual; no épico camoniano, o herói é
coletivo: o povo português.
2-2) Basílio da Gama procurou realizar um épico
brasileiro, mas fracassou. Ao fazer a apologia
da expedição imperialista portuguesa às
Missões jesuíticas, tentou glorificar tanto o
conquistador europeu quanto o selvagem
nativo, através da crítica feroz aos padres,
criando uma perigosa contradição quanto ao
verdadeiro herói de sua narrativa.
3-3) Pode-se dizer que o grande poema épico
brasileiro é O Caramuru, de Frei Santa Rita
Durão, que se afasta do ponto de vista europeu
e retrata fielmente a perspectiva do povo
brasileiro tornado herói.
4-4) Em seu romance Macunaíma, o herói sem
nenhum caráter, uma espécie de paródia aos
poemas épicos clássicos, Mário de Andrade
identifica como a aventura do “herói da nossa
gente” o esforço de síntese étnica, cultural,
lingüística e geográfica que determina a
originalidade e a grandeza do povo brasileiro.
Resposta: VVVFV
Justificativa:
A questão 3-3 é falsa, pois O Caramuru, de Frei
Santa Rita Durão, não retrata a perspectiva do povo
brasileiro tornado herói, mas faz a apologia do
trabalho de colonização e de catequese do europeu.
16. “a poesia concreta começa por assumir uma
responsabilidade total perante a linguagem:
aceitando o pressuposto do idioma histórico como
núcleo indispensável de comunicação, recusa-se a
absorver as palavras com meros veículos
indiferentes, sem vida sem personalidade sem
história — túmulos-tabu com que a convenção insiste
em sepultar a idéia. [...]
Funções-relações gráfico-fonéticas (‘fatores de
proximidade e semelhança’) e o uso substantivo do
espaço como elemento de composição entretêm
uma dialética simultânea de olho e fôlego, que,
aliada à síntese ideogrâmica do significado, cria uma
totalidade sensível ‘verbivocovisual’, de modo a
justapor palavras e experiência num estreito
colamento fenomenológico, antes impossível.”
(Augusto de Campos . In; Poesia Concreta. 1956).
Lendo as palavras de um dos criadores da Poesia
Concreta — o poeta e crítico Augusto de Campos —,
observamos que elas encerram alguns dos princípios
que vão orientar o Concretismo, princípios que
inovam e redefinem a tradição das poesias de
vanguarda e discursiva que, até então, eram
cultivadas no Brasil, desde 1922. Dentre essas
inovações, podem ser destacadas:
0-0) o cultivo, no campo semântico, de uma
comunicação não-verbal, da polissemia e do
trocadilho.
1-1) o uso, no campo léxico, de neologismos,
tecnicismos e termos plurilíngües.
2-2) a separação dos prefixos e dos sufixos.
3-3) a abolição da linearidade do verso e o uso da
sintaxe gráfica.
4-4) a justaposição de palavras.
Resposta: VVVVV
Justificativa:
Os tópicos estão corretos, pois enumeram todos os
recursos
poéticos
e
lingüísticos
(léxicos,
morfossintáticos e semânticos), que vamos encontrar
nos poemas concretos dos anos 50 e 60 do século
passado.
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2 Etapa - Literatura