Questões interdisciplinares elaboradas pelo Cursinho da Poli 1) Leia os textos abaixo: Nunca vi fazer tanta exigência Nem fazer o que você me faz Você não sabe o que é consciência Nem vê que eu sou um pobre rapaz Você só pensa em luxo e riqueza Tudo o que você vê, você quer Ai, meu Deus, que saudade da Amélia Aquilo sim é que era mulher Às vezes passava fome ao meu lado E achava bonito não ter o que comer Quando me via contrariado Dizia: "Meu filho, o que se há de fazer!" Amélia não tinha a menor vaidade Amélia é que era mulher de verdade Ai, que saudade da Amélia,Mário Lago, 1941. “E sei que meu mandato deve incluir a tradução mais generosa desta ousadia do voto popular que, após levar à presidência um homem do povo, decide convocar uma mulher para dirigir os destinos do país. Venho para abrir portas para que muitas outras mulheres, também possam, no futuro, ser presidenta; e para que --no dia de hoje-- todas as brasileiras sintam o orgulho e a alegria de ser mulher. Não venho para enaltecer a minha biografia; mas para glorificar a vida de cada mulher brasileira. Meu compromisso supremo é honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos!” Discurso de posse da presidente da República Dilma Roussef 01/01/2011 Sessenta anos separam a letra escrita por Mário Lago e o discurso escrito por Dilma Roussef, ambos tratam da condição da mulher, a qual foi evocada de formas distintas. Lendo a letra da música Ai, que saudade da Amélia e o fragmento do discurso de posse da atual presidente do Brasil, é correto afirmar que: a) Diferentemente da música, o discurso de Dilma é carregado de um sentimento conservador, característico de uma educação patriarcal tradicionalista. b) Os versos da música confirmam o grau de emancipação que a mulher obteve desde a década de 1940 e hoje, isso se coroa com a eleição de Dilma, igualando-se a Michele Bachelet no Chile e Angela Merkel na Alemanha. c) Tanto Mário Lago quanto Dilma ignoraram a condição opressiva que a mulher tem vivido, construindo uma postura utópica sobre a realidade feminina, fato triste, em virtude dos elevados índices de violência que hoje temos. d) Lago apresenta o discurso engajado ao movimento feminista, duro e contundente ao patriarcalismo, enquanto Dilma buscou uma fala mais diplomática, já que sua coligação política foi composta por segmentos conservadores da sociedade. e) A visão de Mário Lago condiz com o discurso patriarcal, sendo que ainda hoje o termo “Amélia” virou sinônimo de mulher presa aos afazeres domésticos, enquanto a fala de Dilma apresenta sua eleição como uma simbólica transformação social: uma mulher eleita presidente do Brasil. 2) Analise as imagens abaixo: Ao observarmos as duas imagens acima, podemos concluir que: a) Ambas tratam o papel da presidente Dilma como uma figura sem brilho pessoal, amparada pelo expresidente Lula. b) A charge enquanto expressão artística é uma linguagem inadequada para analisarmos o cenário político, pois ridiculariza sem criticar, diferentemente da precisão fotográfica, como aparece no retrato oficial. c) Existe um diálogo entre a foto e a charge, pois diferentemente do presidente Lula, cujo carisma era expressivo, a presidente Dilma busca um tom próprio para a condução do governo, afastando a visão criticada pela charge. d) Não há relação entre a imagem oficial e a charge, já que a primeira deve ser neutra e a segunda, devido à condição artística tem várias leituras, além do fato do presidente Lula ter interferido pouco no cenário eleitoral. e) Ambos os casos, a questão feminina é menosprezada, seja pela dureza da charge, seja pela frieza do retrato oficial, prejudicando uma análise mais direta sobre a representação e impacto da presidente Dilma. 3) Analise as imagens abaixo: As duas imagens acima remetem a discussão do papel da mulher na sociedade ocidental, podendo ser analisado do ponto de vista geográfico e socioeconômico como: a) O crescimento dos grandes centros urbanos resultante do êxodo rural trouxe inúmeras transformações sociais, as quais já vivenciadas no campo pelas mulheres passaram a ser reivindicadas para a cidade, como por exemplo, uma vestimenta menos opressiva e daí a ideia da queima dos sutiãs. b) A emancipação feminina foi um fenômeno posterior à Revolução Industrial, pois somente com o fim do artesanato e da servidão, as mulheres passaram a ter espaço na produção fabril em maior intensidade como vemos hoje. c) A sociedade ocidental tem visto uma forte resistência das mulheres na defesa de seus direitos e as tentativas de resistência feminina se ampliaram para defender posturas como o uso de acessórios como o sutiã. d) A transformação socioeconômica que se desdobrou nos grandes centros urbanos não atingiu com a mesma velocidade o campo e assim, movimentos ligados à emancipação feminina foram mais intensos nas cidades, aliando a ideia de urbano ao moderno, já o campo ficou como espaço da tradição. e) O papel da mulher não sofreu alteração na segunda metade do século XX no Brasil, já que o tradicionalismo da sociedade patriarcal não permitiu aberturas ou questionamentos, mantendo tudo como sempre deveria ter ficado, na perspectiva dos mais conservadores. 4) Observe o gráfico abaixo: Tomando por referência o gráfico acima, podemos interpretar o seguinte quadro sócio-cultural: O número de pessoas com acesso à internet teve um aumento expressivo, e já passa de dois bilhões. Por a) outro lado, os cidadãos estão cada vez mais encontrando maneiras de driblar essas ameaças à sua liberdade na internet, e utilizando cada vez mais as mídias sociais para organizar a oposição política no mundo árabe nos últimos meses. b) A dinâmica cultural e tecnológica tem oferecido uma preciosa chave para a completa resolução de problemas sociais, possibilitando maior acesso ao conhecimento, como vem ocorrendo na Turquia, Brasil, Arábia Saudita e Rússia, mas não é a mesma realidade de Cuba ou Birmânia. c) A relação liberdade e avanço tecnológico são independentes do sistema político adotado pelo país, porque o gráfico coloca ditaduras como Irã e China num mesmo patamar que Brasil e Venezuela, ambos são democracias consolidadas. Há uma falsa relação entre o acesso à internet e a liberdade em virtude de diferenças econômicas gritantes d) que não permitem uma comparação clara e bem estruturada, como por exemplo, a realidade da Grã-Bretanha e da Índia. e) Existe uma forte tendência do meio virtual substituir as passeatas e manifestações de rua, pois a segurança do ambiente doméstico e o anonimato são atrativos para a organização de uma nova etapa de engajamento político: o cyber-ativismo. 5) A tensão política e social dentro de vários países que integram o mundo árabe explodiu entre janeiro e abril de 2011 na forma de manifestações populares que reivindicaram mudanças políticas e estruturais em vários países, cabendo a denominação de “Primavera Árabe”, uma ideia que nos remete aos conceitos: a) De solstício, quando identificamos a entrada da primavera e outono, respectivamente nos hemisférios norte e sul, além de também associarmos a ideia de florescimento da vegetação como uma imagem para a renovação ou nascimento de ideias metaforicamente. b) De equinócio, quando identificamos a entrada da primavera e verão, respectivamente nos hemisférios sul e norte, marcadas pelo aumento das temperaturas e assim, condizem com a relação feita às manifestações políticas do mundo árabe, numa associação inédita. c) De solstício, quando identificamos a entrada do outono e primavera, respectivamente nos hemisférios sul e norte, um momento de degelo e fim da escuridão, construindo uma ideia adequada para marcar a diferença entre o autoritarismo e o início de uma abertura democrática. d) De equinócio, apontando a primavera no hemisfério norte e outono no hemisfério sul, trazendo para o mundo árabe uma conexão de imagens precisa com o fim da escuridão (autoritarismo) e a renovação e da vida (democracia), além de retomar o conceito já usado em 1848 na Europa, quando os movimentos nacionalistas explodiram na “Primavera dos Povos”. e) De solstício, numa observação sobre a transformação climática do Magreb (ocidente árabe), mas de pouco efeito na região do Oriente Médio, controlado no período de janeiro a abril pelas monções, além de que no ponto de vista político, todos os governantes continuam no poder normalmente. 6) Nos últimos anos, o Brasil tem vivenciado um contexto social de politização crescente, marcado por diferentes formas de expressão, dentre eles, a organização de “marchas” que reúnem pessoas em favor de uma causa, a qual pode ter um maior ou menor impacto na organização social e política do país. Dentre as manifestações ocorridas neste ano, a chamada “Marcha da Maconha” gerou controvérsia, repressão da polícia e por fim, sua legitimidade foi garantida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em decisão unânime, porque: a) A Cannabis sativa possui uma substância denominada THC, princípio ativo que provoca alteração da consciência, pois quando inalada atinge diretamente o sistema nervoso periférico, além de fazer parte dos ritos indígenas que a Igreja Católica fez desaparecer durante a colonização, mas na atualidade, o STF entende que a liberdade do cidadão está acima de tudo. b) Existe certo exagero nos efeitos causados pelo THC (delta-9-tetraidrocanabinol), pois seu efeito letárgico é resultado da redução dos batimentos cardíacos, fazendo com que alguns médicos vejam a possibilidade do usuário enfartar dormindo. c) A questão moral está acima de todos os critérios na proibição da maconha, um poderoso estimulante da produção de testosterona que provoca aumento da libido feminina, criando um problema social em virtude da já intensa sensualidade que a mulher brasileira tem e é conhecida em todo o mundo. d) A Cannabis sativa possui como princípio ativo o THC (delta-9-tetraidrocanabinol), substância que provoca taquicardia, ressecamento da boca, letargia e também interfere no comportamento fazendo com que o relaxamento inicial possa ser substituído pela angústia e pânico, dessa forma, seu consumo continua proibido e o STF apenas defendeu o direito de livre expressão dos cidadãos que defendem a liberação do uso da maconha. e) A liberação da “Marcha da Maconha” pelo STF mostra a a transformação da sociedade brasileira que percebe a importância do uso do THC nos tratamentos de doenças graves como o mal de Parkinson ou certos tipos de tumores cerebrais, segundo pesquisas mais recentes realizadas na Holanda. 7) Leia as afirmações abaixo: I) Em 1989, na cidade de Altamira (PA), o I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, reuniu três mil pessoas 650 eram índios - que bradaram ao Brasil e ao mundo seu descontentamento com a política de construção de barragens no Rio Xingu, já que os grupos indígenas querem ter participação nas ações de controle e comércio de energia, junto com o governo federal, podendo até negociar diretamente com outros países. II) A matriz energética brasileira, que se apóia basicamente na hidroeletricidade, com imensas obras de represamento de rios, tem afetado a Bacia Amazônica. Considerando as especificidades da Amazônia, o conhecimento detalhado e suficiente que se acumulou sobre as diversas formas de reação da natureza em relação ao represamento em suas bacias, é recomendável a reprodução do mesmo modelo de barragens que vem sendo colocada em prática pela Eletronorte. III) Exemplos infelizes como a construção das usinas hidrelétricas de Tucuruí (PA) e Balbina (AM), as últimas construídas na Amazônia, nas décadas de 1970 e 1980, estão aí de prova. A usina de Balbina, a 146 quilômetros de Manaus, significou a inundação da reserva indígena Waimiri-Atroari, mortandade de peixes, escassez de alimentos e fome para as populações locais. A contrapartida, que era o abastecimento de energia elétrica da população local, não foi cumprida. IV) O desastre foi tal que, em 1989, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), depois de analisar a situação do Rio Uatumã, onde a hidrelétrica fora construída, concluiu por sua morte biológica. Em Tucuruí não foi muito diferente. Em relação à Belo Monte, é preciso questionar a forma antidemocrática como o projeto vinha sendo conduzido, a relação custo-benefício da obra, o destino da energia a ser produzida e a inexistência de uma política energética para o país que privilegie energias alternativas. V) Os rios da margem direita do Amazonas têm declividades propícias à geração de energia, e o Xingu se destaca, também pela sua posição em relação às frentes de expansão econômica (predatória) da região central do país. O projeto de Belo Monte foi revisto e os impactos reduzidos em relação à proposta da década de 80. O lago, por exemplo, inicialmente previsto para ter 1.200 km2, foi reduzido, depois do encontro, para 400 km2. Os socioambientalistas, entretanto, estão convencidos de que além dos impactos diretos e indiretos, Belo Monte pode se transformar num “cavalo de tróia”, interferindo drasticamente na vida na região. São verdadeiras: a) Todas b) I, II e V. c) III, IV e V. d) I, III, IV e IV. e) II, III e V. 8) Leia a música e o mapa abaixo: O homem chega e já desfaz a natureza Tira a gente põe represa, diz que tudo vai mudar O São Francisco lá prá cima da Bahia Diz que dia menos dia vai subir bem devagar E passo a passo vai cumprindo a profecia Do beato que dizia que o sertão ia alagar O sertão vai virar mar Dá no coração O medo que algum dia O mar também vire sertão Sobradinho, Sá e Guarabira Ao cruzarmos as informações presentes na música e no mapa, podemos afirmar que: a) A fala presente na música é fruto da ignorância sobre os projetos desenvolvidos, pois tanto o projeto da barragem de Sobradinho já construída na Bahia, quanto a futura barragem de Belo Monte no Pará não gerou e não trará efeitos diretos para as bacias hidrográficas onde se encontram localizadas, graças as elevadas quedas d’água que o Xingu e o São Francisco possuem. b) Sá e Guarabira citam a manifestação da cultura popular que entende nas obras de transformação da região a realização das profecias citadas pelos beatos (líderes religiosos populares), mas ao mesmo tempo, mostram a incerteza dos resultados de ações humanas de tão grande impacto sobre a natureza e a condição legada às gerações futuras, como é o caso de Belo Monte e o papel do rio Xingu na bacia Amazônica. c) O romantismo de Sá e Guarabira é acompanhado pelo característico sentimento nacionalista que vê a interferência humana como algo imprescindível para o desenvolvimento da sociedade brasileira, seja pela escolha positiva da energia hidrelétrica, seja pelo desenvolvimento levado às populações locais, desdobramento imediato com as obras de construção e instalação das barragens. d) Os poetas alertam para o perigo que pode ser o mal planejamento de uma hidrelétrica, já que Sobradinho gerou um desastre ambiental sem precedentes, tornando o São Francisco irrecuperável e assim, ao se colocar a usina de Belo Monte na discussão, a sobrevivência da Bacia Amazônica está em jogo. e) Belo Monte se configura como um caso à parte, pois desde o início do projeto vem sendo destacado o impacto reduzido que a obra terá, uma vez que o Xingu é um rio secundário em relação ao Amazonas ou o Rio Negro e quando pensamos nas palavras de Sá e Guarabira, vemos que a letra da música explora somente o folclore e não a realidade. 9) Leia as afirmações abaixo: I) O Código Florestal é a legislação que estipula regras para a preservação ambiental em propriedades rurais. Define o quanto deve ser preservado pelos produtores. Entre outras regras, prevê dois mecanismos de proteção ao meio ambiente. O primeiro são as chamadas áreas de preservação permanente (APPs), locais como margens de rios, topos de morros e encostas, que são considerados frágeis e devem ter a vegetação original protegida. Há ainda a reserva legal, área de mata nativa que não pode ser desmatada dentro das propriedades rurais. II) O texto base do novo código, de autoria do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), foi aprovado em uma comissão especial sobre o tema em julho do ano passado. Nove meses depois de discussões entre deputados ligados ao ambientalismo e ao ruralismo, Rebelo criou um novo texto, denominado emenda substitutiva global. O texto contém a isenção aos pequenos produtores da obrigatoriedade de recompor reserva legal em propriedades de até quatro módulos fiscais – um módulo pode variar de 40 hectares a 100 hectares dependendo da região. O governo era contra isenção aos pequenos, mas acabou abrindo mão após acordo para que o texto fosse aprovado na Câmara. III) O texto aprovado diz que os pequenos produtores que já desmataram suas APPs em margem de rio poderão recompor a área em 15 metros a partir do rio. Os demais devem recompor em 30 metros. O governo era contra, mas o relator alegou que a recomposição prejudicaria a atividade dos ribeirinhos que vivem nas margens dos rios. Um acordo prevê que o Senado altere o texto para que haja a recomposição da vegetação de apenas 20% da total da terra para áreas de até quatro módulos fiscais. As afirmações apresentadas acima sobre o novo Código Florestal devem ser compreendidas no(s) âmbito(s): a) Ambiental e socioeconômico b) Exclusivamente ecológico c) Inteiramente político d) Meramente mercadológico e) Puramente utópico 10) Observe o mapa ao lado: A fragmentação do Sudão em dois países (Sudão e Sudão do Sul) deve ser entendido dentro do contexto geopolítico e histórico, porque: a) Foi marcado pela intensa ação das potências ocidentais, em especial a OTAN, reflexão da continuidade da política já aplicada ali desde a Guerra Fria. b) Um desdobramento natural da construção de fronteiras na região desde a Conferência de Berlim em 1885, a qual teve o objetivo de resguardar os interesses das diversas etnias locais. c) Um processo que tem relações diretas com as pressões de potências locais, como a República Democrática do Congo, Líbia e Egito, todos interessados no enfraquecimento do Sudão. d) A fragmentação está relacionada com um processo separatista incentivado por forças da Somália e Eritreia, ambos interessados na exploração das jazidas de carvão e gás do Sudão do Sul. e) A criação do Sudão do Sul é a tentativa de finalização de uma guerra de 12 anos com o norte e assim, altera a disposição geográfica do Sudão que desde o século XIX, apresentava as mesmas fronteiras, quando foi colônia britânica administrada pelo Egito 11 Analise o mapa ao lado: O recém nascido Sudão do Sul tem na sua disposição geográfica e na sua história um processo tenso que envolveu uma longa guerra com o norte, implicando num delicado equilíbrio do conjunto de forças na região e da intervenção das ONU. São fatores para o conflito: a) A disputa pelas jazidas de petróleo que se encontram no Sudão do Sul, enquanto as refinarias estão no norte, próximas a Cartum, além do norte ter maioria muçulmana e o sul, o destaque para a religião cristã e os cultos animistas (religiões tradicionais das culturas locais). b) A imprudência do governo de Cartum, sempre aliado das potências ocidentais, em permitir que os separatistas do sul obtivessem o controle do petróleo que com certeza atingirá o Egito e Líbia, hoje em crise política. c) A intervenção dos EUA com o envio de tropas para a região gerou uma crise muito maior, pois as disputas pelas áreas agrícolas junto ao vale do Nilo tem colocado a produção de alimentos como um elemento central para a paz na região, deixando o petróleo num segundo plano. d) Todo processo desenvolvido entre o Sudão e o Sudão do sul tem sido acompanhado com descaso pela comunidade internacional, sem intervenções ou propostas de resolução, fato que já produziu mais de 1 milhão de mortos. e) O caso do Sudão do Sul só pode ser entendido como uma aventura política dos separatistas que recusaram as repetidas propostas de apoio e investimento do governo de Cartum, criando um ambiente de grande desconfiança para as potências ocidentais (EUA e UE). 12) Analise o quadro abaixo: São fatores para a crise na região: a) A falta de acesso ao mar, a baixa industrialização e a intolerância religiosa da maioria cristã no norte contra os grupos islâmicos sulistas, gerando uma divisão: norte (pobre) e sul (rico). b) A disputa pelo controle da produção agrícola do vale do Rio Nilo, as áreas de pastoreio e as jazidas de carvão existentes no sul, pois trata-se de uma fonte mais limpa de energia, se comparado ao petróleo. c) O papel central que a colonização inglesa produziu, gerando uma sociedade calcada no capitalismo e no consumismo e neste caso, o petróleo, uma reserva renovável de energia. d) A disputa pelo petróleo, combustível de origem fóssil, encontrado em grande quantidade no sul, mas refinado no norte a partir da destilação fracionada que permite a produção de diferentes derivados, atendendo vários segmentos da indústria. e) O controle pelo petróleo, combustível de baixo impacto ambiental, extraído e refinado do sul, mas que só pode ser exportado pelos portos do norte, única região de acesso ao mar. 13) Leia a música abaixo : Varre, varre, varre, varre vassourinha! Varre, varre a bandalheira! Que o povo já 'tá cansado De sofrer dessa maneira Jânio Quadros é a esperança desse povo abandonado! Jânio Quadros é a certeza de um Brasil, moralizado! Alerta, meu irmão! Vassoura, conterrâneo! Vamos vencer com Jânio! Jingle de campanha de Jânio Quadros A figura de Jânio Quadros se transformou numa peça importante para entender o cenário político que levou o país para o regime militar (1964-1985), pois sua eleição pela UDN em 1961 para presidente foi marcada por (pela): a) b) c) Metáfora da honestidade e lisura (vassoura) x Corrupção (governo JK) Paráfrase (cavaleiro da esperança) X perigo comunista (Jango) Elipse (O povo tá cansado) X sindicalismo (Jango) d) e) Hipérbole (vassoura conterrâneo) X Corrupção (governo JK) Hipérbato (Jânio é a certeza de um Brasil, moralizado) X Corrupção (Jango) 14) Ao apresentar sua renúncia ao Congresso Nacional em 25/08/1961, Jânio escreveu num bilhete que assim agia em virtude de “forças terríveis” que ameaçavam a legitimidade de seu governo. A expressão “forças terríveis” ou também citadas em alguns livros como “forças ocultas” refere-se a: a) Uma manifestação de crise pessoal em virtude das pressões que o Exército estava exercendo sobre o presidente, especialmente depois da condecoração de Che Guevara. b) Um eufemismo que deveria servir de “cortina de fumaça” para iniciar uma movimentação popular que reconduziria Jânio com plenos poderes, apoiado pelo povo, acima do Congresso e dos partidos. c) Um preciosismo lingüístico, já que Jânio gabava-se do uso de um português corretíssimo, inquietando acadêmicos e gramáticos menos preparados do que ele no domínio da língua. d) Um gesto de covardia por acertar um golpe nos bastidores e permitir que o Exército pudesse dar as cartas no cenário político nacional e nesse caso, Jânio foi um mero joguete em mãos mais poderosas. e) Um eufemismo para abrandar a profunda depressão que tomava conta de sua vida pessoal, pois era comentada de modo público a dependência do então presidente com o consumo de álcool. 15) Ao assumir a presidência, Jânio procurou articular um plano de saneamento financeiro, fazendo jus a bandeira da honestidade por ele levantada na campanha. Dentre as medidas destacamos: forte desvalorização cambial do cruzeiro (moeda utilizada na época), contenção de gastos públicos, redução dos subsídios para a importação de trigo e petróleo, renegociação da dívida externa brasileira com os credores europeus, estadunidenses e pelo FMI. Ao analisarmos o cenário econômico e seus desdobramentos para o desenvolvimento nacional, a passagem do governo JK para a gestão de Jânio pode ser vista: a) Uma política que mantinha a dependência brasileira ao capital estrangeiro com o favorecimento de créditos internacionais. b) Austeridade e justiça eram uma marca pessoal da gestão de Jânio e o projeto era fazer um sacrifício inicial e depois colher os frutos da prosperidade. c) Nos anos 60, o setor de infra-estrutura (portos, rodovias, ferrovias e aeroportos) foi o que obteve o maior crescimento, possibilitando a transformação na atual economia emergente em expansão. d) Não há como relacionar as medidas adotadas por Jânio com seus impactos na política nacional de desenvolvimento, porque tiveram pouco impacto e seu curto governo foi inexpressivo. e) Foi durante o governo Jânio Quadros que surgiu o chamado “custo Brasil”, pois o governo federal repassou para o mercado interno todo o custo das dívidas externas, atrasando o país em um século. 16) Analise o gráfico abaixo: Ao pensarmos nos recentes reflexos da crise do sistema financeiro internacional de 2008-2009, seu impacto dentro do BRIC (ainda sem a África do Sul que ingressou em 2011), podemos afirmar que: a) A recessão da Rússia foi menor que o crescimento do Brasil b) O crescimento do Brasil superou o crescimento da Rússia e UE juntos. c) A diferença entre o crescimento indiano de 2009 e 2010 foi de 3%. d) A recessão da Rússia foi maior que o crescimento do Brasil e UE juntos. e) Comparado com os EUA, a EU se recuperou melhor da crise em 2010. 17) Sobre o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) é incorreto afirmar que: a) A idéia dos BRICS foi formulada pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O´Neil, em estudo de 2001, intitulado “Building Better Global Economic BRICs”. Fixou-se como categoria da análise nos meios econômicofinanceiros, empresariais, acadêmicos e de comunicação. Em 2006, o conceito deu origem a um agrupamento, propriamente dito, incorporado à política externa de Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, por ocasião da III Cúpula, a África do Sul passou a fazer parte do agrupamento, que adotou a sigla BRICS. b) O peso econômico dos BRICS é certamente considerável. Entre 2003 e 2007, o crescimento dos quatro países representou 65% da expansão do PIB mundial. Em paridade de poder de compra, o PIB dos BRICS já supera hoje o dos EUA ou o da União Européia. Para dar uma idéia do ritmo de crescimento desses países, em 2003 os BRICs respondiam por 9% do PIB mundial, e, em 2009, esse valor aumentou para 14%. Em 2010, o PIB conjunto dos cinco países (incluindo a África do Sul), totalizou US$ 11 trilhões, ou 18% da economia mundial. Considerando o PIB pela paridade de poder de compra, esse índice é ainda maior: US$ 19 trilhões, ou 25%. c) Até 2006, os BRICs não estavam reunidos em mecanismo que permitisse a articulação entre eles. O conceito expressava a existência de quatro países que individualmente tinham características que lhes permitiam ser considerados em conjunto, mas não como um mecanismo. Isso mudou a partir da Reunião de Chanceleres dos quatro países organizada à margem da 61ª. Assembléia Geral das Nações Unidas, em 23 de setembro de 2006. Este constituiu o primeiro passo para que Brasil, Rússia, Índia e China começassem a trabalhar coletivamente. Pode-se dizer que, então, em paralelo ao conceito “BRICs” passou a existir um grupo que passava a atuar no cenário internacional, o BRIC. d) Além da institucionalização vertical, o BRICS também se abriu para uma institucionalização horizontal, ao incluir em seu escopo diversas frentes de atuação. A mais desenvolvida, fazendo jus à origem do grupo, é a econômicofinanceira. Ministros encarregados da área de Finanças e Presidentes dos Bancos Centrais têm-se reunido com freqüência. Os Altos Funcionários Responsáveis por Temas de Segurança do BRICS já se reuniram duas vezes. Os temas segurança alimentar, agricultura e energia também já foram tratados no âmbito do agrupamento, em nível ministerial. e) Apesar de todo o otimismo que se manifesta entre os países participantes, já é visível a dificuldade de atuação dos BRICS no cenário internacional, ainda controlado pelas potências vencedoras da II Guerra Mundial e mesmo a Rússia, que não abrem mão de controlar as mais importantes decisões na política internacional. 18) são fatores que podem integrar melhor a ação do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul): a) distância geográfica e diferença lingüística b) extensão territorial e moeda diferenciada c) legislação discordante e crescimento comum d) aproximação diplomática e diálogo constante e) nacionalismo e competitividade intensa RESPOSTAS: 1-E; 2-C; 3-D; 4-A; 5-D; 6-D; 7-C; 8-B; 9-A; 10-E; 11-A; 12-D; 13-A; 14-B; 15-A; 16-D; 17-E; 18-D