Prof. Dr. Silvio Romero Martins Machado Professor de geografia e de direito; Prefeito de e Governador de São Paulo; Candidato pelo PDC (Democrata Cristão); Candidato à presidência da República por uma coligação de partidos de direita liderados pela UDN; A Alemanha Oriental ergue o Muro de Berlim, símbolo da guerra fria. Os Estados Unidos rompem com a Cuba revolucionária de Fidel Castro e incidente da Baía dos Porcos. O soviético Iuri Gagárin é o primeiro homem a fazer uma viagem espacial. Primeiro voo espacial de um astronauta americano (Alan Shepard); É criada em Londres a Anistia Internacional, para defender presos por motivos políticos, religiosos, étnicos, ideológicos ou raciais. Os Estados Unidos tentam conter a influência cubana na América Latina, representada por Che Guevara. Realizada a primeira cúpula americano-Soviética : KennedyKruschev em Viena; Inicio do engajamento dos EUA no Vietnam; Índia ocupa os enclaves portugueses de Goa, Damao e Diu – a ONU se recusa a condenar a ocupação; Divulgação da Encíclica Mater et Magistra (João XXIII) – aborda as transformações políticas, critica a concentração de renda e o poder econômico dentro do sistema de livre mercado; Jânio Quadros condecora Che Guevara com a Ordem do Cruzeiro, o que abre uma crise política: em protesto, vários militares devolvem suas condecorações. Governo ortodoxo no sentido econômico, porém imple menta uma política externa alter nativa. Mundialização das relações internacionais do Brasil, isto é, não restringi-las às Américas e à Europa Ocidental Atuação isenta de compromissos ideológicos, não obstante a afirmação de que o Brasil faz parte do Ocidente Ênfase na bissegmentação do mundo entre Norte-Sul, e não LesteOeste Busca da ampliação das relações internacionais do Brasil com OBJETIVOS COMERCIAIS, o que explica a procura da Europa Oriental e do Oriente Desejo de participação nas decisões internacionais Luta pelo desenvolvimento, pela paz e pelo desarmamento Posição claramente contrária à realização de experiências nucleares Adoção dos princípios de autodeterminação dos povos e da não intervenção Aproximação com a Argentina em nível mais elevado do que então já se encontrava •Com Afonso Arinos no MRE lança a PEI; •Busca reatar relações com a URSS; •Frieza no trato com os EUA e oposição à intervenção em Cuba; •Ajuste econômico: desvalorização do cruzeiro em 100% e corte de subsídios – gasolina e trigo; •Kennedy lança a Aliança para o Progresso (resposta a OPA) e funda a Escola das Américas (treinamento de militares para a guerra interna e revolucionária); •Restabelecimento das relações com a Hungria e a Romênia; visitas à RDA, Moscou e criação de legações na Bulgária e na Albânia; aumento das exportações de 3,3% (58) para 6,3% (61); •Encontro com Frondizi – distensão na fronteira com a Argentina; busca ampliar a cooperação científica, especialmente nuclear; Jânio propõe a crição de um bloco neutralista no Cone sul, mas Frondizi recusa , é contrario a um afastamento dos EUA; •Stand-by com o FMI de US$ 20 mi; Roberto Campos obtém créditos na Europa Ocidental junto a bancos de 8 países; •Na Conferencia de Ministros das Finanças do Hemisfério Ocidental, em Punta Del Este, é adotada a Carta da AlPro; pesadas críticas de Che Guevara, presidente do Banco Nacional de Cuba, (que no retorno é condecorado no Brasil); O vice João Goulart viaja à China – país com importância estratégica por seu peso no cenário internacional; Participação do Brasil como convidado/observador na I Conferencia dos Não-alinhados; Disposição anunciada de restabelecimento das relações diplomáticas com a URSS. Política africanista – Portugal pode perder Angola, o Brasil não ! (frase atribuída a Jânio Quadros); Novas embaixadas em Gana, Nigéria, e Senegal; Abstenção na ONU na votação contra o colonialismo português e francês, nas questões de Angola e Argélia; Interrupção das relações diplomáticas com a República Dominicana em virtude de interferência desta na política interna da Venezuela; Percepção da AlPro como reformista e contrarrevolucionaria; uma forma de imperialismo ilustrado ! Elementos conflitantes da administração Quadros: tentativa de utilizar a PEx para obter apoio junto à esquerda e grupos nacionalistas; As nações da AL eram fiéis ao sistema interamericano, e não sistematicamente não alinhadas; Não estavam interessadas em formar um terceiro bloco; Optaram pela democracia e pelo capitalismo; Fui vencido pela reação e, assim, deixo o Governo. Nestes sete meses, cumpri meu dever. Tenho-o cumprido, dia e noite, trabalhando infatigavelmente, sem prevenções nem rancores. Mas, baldaram-se os meus esforços para conduzir esta Nação pelo caminho de sua verdadeira libertação política e econômica, o único que possibilitaria o progresso efetivo e a justiça social, a que tem direito o seu generoso povo. Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando, nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou indivíduos, inclusive, do exterior. Forças terríveis levantam-se contra mim, e me intrigam ou infamam, até com a desculpa da colaboração. Se permanecesse, não manteria a confiança e a tranquilidade, ora quebradas, e indispensáveis ao exercício da minha autoridade. Creio mesmo, que não manteria a própria paz pública. Encerro, assim, com o pensamento voltado para a nossa gente, para os estudantes e para os operários, para a grande família do País, esta página de minha vida e da vida nacional. A mim, não falta a coragem da renúncia. Saio com um agradecimento, e um apelo. O agradecimento, é aos companheiros que, comigo, lutaram e me sustentaram, dentro e fora do Governo e, de forma especial, às Forças Armadas, cuja conduta exemplar, em todos os instantes, proclamo nesta oportunidade. O apelo, é no sentido da ordem, do congraçamento, do respeito e da estima de cada um dos meus patrícios para todos; de todos para cada um. Somente, assim, seremos dignos deste País, e do Mundo. Somente, assim, seremos dignos da nossa herança e da nossa predestinação cristã. Retorno, agora, a meu trabalho de advogado e professor. Trabalhemos todos. Há muitas formas de servir nossa pátria. Brasília, 25-8-61. Os presidentes Jânio Quadros, do Brasil, e Arturo Frondizi, da Argentina, caminham lado a lado pela cidade de Uruguaiana (RS), em plena performance política, acompanhada por jornalistas. Surpreendido por um ruído, Jânio se vira e é flagrado pela câmera atenta de Erno Schneider em uma pose inusitada: cada perna parece querer ir para um lado, os pés também indicam sentidos opostos, num desequilíbrio que sugere a iminência de uma queda, ou de um nó. Premio Esso 1962;