Ana Cristina César: uma carta nem
sempre chega a seu destino
Claudia de Moraes Rego
Declaro inicialmente de qual ângulo ou perspectiva abordo o texto literário:
minha interrogação se centra sobre a função do escrito na sustentação de um sujeito. Para pensar esta questão, parto do seguinte: há sempre precariedade, déficit no momento em que o vivente é submetido ao significante: há uma carência
que função paterna alguma, que Nome do Pai nenhum pode suprir. O escrito,
para alguns sujeitos, tem como função ser paliativo deste defeito.
Marco também inicialmente uma distinção entre operação de cura e operação de leitura, ambas dirigidas por um analista. A cura é a psicanálise em intenção e a operação de leitura é a psicanálise em extensão. Na operação de cura, o
analista está em posição de sujeito; deixa-se avisadamente, prevenidamente causar pelo texto. Se há um analista lendo, o que se pode esperar deste deixar-se causar pelo texto, sem passar a analisando, é que o saber fracasse e o real seja apontado.
Diz Lacan1 que Stephen Dedalus é Joyce decifrando seu enigma. O enigma
de Joyce encontra sua solução na escritura de uma carta ou letra. Em inglês como
em francês também há esta fantástica homofonia: letter significa letra ou carta.
E de fato no Ulisses2 na página 24, Joyce lança uma adivinhação, uma charadinha, um enigma enfim. Mas apresenta apenas as duas primeiras linhas. Não
apresenta o resto. Segundo Godin3, é para fazer a gente perder a pista. Mas
Godin foi atrás e nos conta o resto da adivinhação.
A parte que Joyce mostra:
Riddle me, riddle me, randy TO
my fathergave me seeds to sow
Houaiss traduziu e eu modifico um pouco:
Adivinha, adivinha, adivinhão
Ganhei grão de semear do paizão
O resto que Joyce não mostra:
The seed was black and the ground was white
Riddlemethatandrilgiveyouapipe
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DO SINTOMA AO SINTHOMA
Solução da adivinhação: Writing a letter
Traduzo:
As sementes eram negras e a terra era branca
Adivinha essa pra ganhar uma tamanca
Solução: Escrever uma carta
Pretendo neste trabalho fazer uma operação de leitura sobre o texto da poeta Ana Cristina César pensando se sua escritura, se suas cartas letras foram suficientemente paliativas ou não. Se as cartas que escreveu são a decifração de seu
enigma ou não.
Mas antes algumas pontuações sobre a letra em Lacan.
Lacan, da mesma maneira que Freud, fez um percurso, cujos marcos eu situaria pondo de um lado "A instância da letra" 4 e o seminário da Carta Roubada5
e, no outro extremo, "Lituraterra"6 e o "Sinthoma"7 onde, repito, da mesma maneira que Freud, a letra começa a ser pensada como simbólica, como sintoma, e
passa ao real. O percurso de Freud nos seus aparelhos psíquicos também leva a
uma literalização crescente: em O Bloco Mágico, o inconsciente é uma máquina
de escrever letras.
Em Lacan, a letra de Poe não é a mesma letra de Joyce. A primeira é sintoma;
a segunda, movimento ortográfico não fonetizável, é sinthoma. Não devemos
fugir a isso, dizendo sinthoma com "h". A diferença é gráfica e não fonética.
A letra de Poe é carta, mensagem. Ela sempre chega a seu destino, pois, enquanto metáfora, retorna des-cifrada do leitor para o emissor. Neste tempo, a letra se dirige ao outro: o sintoma se endereça ao analista. Pode demorar, pode se
extraviar, mas sempre chega a seu destino que aqui é destinação.
A letra de Joyte é outro tempo. Fora do sentido, não é mais mensagem do inconsciente, não se trata mais de decifração. Tempo do sinthoma, a letra não é
mais carta, é litter, lixo, litura, lituraterra. Resta real. A interpretação retorna à cifra, àquilo que faz a cifra, a cifra mesmo.
No seminário da Identificação, Lacan8 distingue duas escrituras. Atenção:
ambas têm a mesma função: ligar significantes contra os quais podemos pensar.
Numa, que Lacan chama "a outra", a letra é obtida a partir do significante. É
um real, mas é construído a partir do simbólico. A outra escritura que Lacan chama L'une vem de outro lugar que não do significante. É um fazer que dá suporte
ao pensamento. Nesta escritura, a letra esperava lá, puro real, que o significante
chovesse sobre ela fonetizando-a. Foi o que Lacan fez com o nó borromeano, ele
estava lá à espera de seu leitor. Vem de outro lugar que não do significante — letras anteriores à escritura. Ora, letras anteriores a qualquer escritura só podem
ser traços, marcas, riscos.
Portanto esta escritura L'une se suporta pelo traço unário.
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Ora, quando ocorrer que o traço unário não se inscreva, ou que ocorram perturbações na sua inscrição, a escritura L'autre produzida a partir dos significantes
será convocada a suprir e ser paliativo deste defeito. Será sempre produzida a
partir dos significantes, mas sua função será mais dramática: deverá sustentar
um sujeito inconscistente demais.
Neste caso, a solução é escrever uma carta. Escrever a letraorta é a solução
do enigma deste sujeito prestes a cair.
Ana Cristina César se suicidou em 1983, jogando-se pela janela. Dez anos se
passaram e sua obra breve e veloz continua fazendo trabalhar.
Se Ana Cristina César não tivesse se suicidado, estaríamos assistindo hoje a
tantos eventos e debates em torno de sua obra? Sem dúvida nenhuma, o suicídio
faz um ponto final que causa toda uma releitura da obra. É um último ato que retroage sobre todo o texto anterior. Este trabalho se propõe a pensar o seu suicídio como um fracasso da suplência que o sinthoma deveria produzir. Não se trata
absolutamente de buscar na vida, no dado biográfico a decifração, a chave do
enigma do texto, mas sim de poder pensar o ato poético (texto) e a passagem ao
ato (suicídio) como atos, desconstruindo assim a dicotomia vida e texto. Como
disse antes, o analista lê não apenas aquilo que deviu literatura mas o próprio texto do mundo.
O texto de Ana Cristina César se faz exatamente como um questionamento
da dicotomia vida e texto. Trata-se de diários, cartas e "cadernos terapêuticos"
onde se misturam explicitamente personagens reais e fictícios, fatos reais e ficções. São portanto diários meio falsos, meio verdadeiros, cartas meio falsas,
meio verdadeiras. E aqui já começa a se produzir a estranheza de seu texto: o que
são, afinal, cartas "verdadeiras"? Note-se que aqui o verdadeiras já ganhou aspas. O eu da carta corresponderia ao eu verdadeiro? Sabemos que o autor não é
o sujeito nem mesmo quando escreve cartas verdadeiras. Mas a mistura que Ana
Cristina César faz de fatos de sua vida pessoal com a ficção propriamente dita lança o leitor de chof re no centro da questão: a verdade é f iccional. Cito Ana Cristina
César:9 "Autobiografia. Não, biografia." Neste verso, leio que seu texto não é
auto-biográfico. É ato biográfico. Construção de um eu que faria suplência, que
amarraria ou estabilizaria os três do nó borromeano. Ana Cristina César:10 "Preciso me atar ao velame com as próprias mãos."
Ana Cristina César publicou quatro livros em vida: Cenas de Abril, Correspondência Completa, Luvas de PelicaeA teus pés. Postumamente foram publicados
Inéditos e Dispersos, Escritos da Inglaterra e Escritos do Rio.
Ao longo deste percurso opera-se uma perigosa fusão entre vida e texto.
Este processo se evidencia no endereçamento do texto. Tanto as cartas como os
diários são endereçados ao outro. Há um interlocutor sempre presente: "é pra
você que eu escrevo, hipócrita."11 O leitor fica profundamente implicado. Cito o
poema intitulado "Este livro"12: "Meu filho. Não é automatismo. Juro. É jazz do
coração. É prosa que dá prêmio. Um tea for two total, tilintar de verdade que
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DO SINTOMA AO SINTHOMA
você seduz, charmeur volante pela pista a toda. Enfie a carapuça. E cante. Puro
açúcar branco e blue." Convidado a conduzir um tea for two total, perigoso, veloz, convidado a enfiar a carapuça, o leitor se vê privado da intimidade alheia
como se olhasse pelo buraco da fechadura como em "Arpejos"13: "Acordei com
coceira no hímen. No bidê, com espelhinho examinei o local. Não surpreendi indícios de moléstia. Meus olhos leigos na certa não percebem que um rouge a mais
tem significado a mais. Passei pomada branca até que a pele (rugosa e murcha) ficasse brilhante. Com essa murcharam igualmente meus projetos de ir de bicicleta
à ponta do Arpoador. O selim poderia reavivar a irritação. Em vez, decidi me dedica rà leitura."
Cito ainda "Fogo Final"14: "É pra você que escrevo, hipócrita. Pra você — sou
eu quem te segura os ombros e grita verdades nos ouvidos, no último momento.
Me jogo a teus pés inteiramente grata. Bofetada de estalo — decolagem lancinante —baque de fuzil. É só pra você e que letra tán hermosa. Pratos limpos atirados para o ar. Circo instantâneo, pano rápido mas exato descendo sobre a tua cabeleira de um só golpe e o teu espanto!"
Nesta tentativa de fazer sua carta chegar ao destino, Ana Cristina César usa
duas metáforas principais: as chaves e as luvas. As chaves (a interpretação, o sentido) estão com o leitor. No tempo do seminário sobre "A Carta Roubada" de
Poe, Lacan dizia que uma carta sempre chega a seu destino; depois de sofrer, de
circular, a letra-carta volta a seu lugar, ao emissor decifrada. Encontra sua significação. Ana Cristina César não se dá a devorar ou decifrar pelo leitor com facilidade. Apela a ele, grita por ele, mas faz um texto difícil que obriga o leitor a colocar
algo de seu. Silviano Santiago15 diz que Ana Cristina César desalimenta e desmistif ica os equívocos do leitor autoritário, não permitindo que o poema seja assassinado por uma compreensão que faz dele um simulacro menos ambíguo. A cartaletra de Ana Cristina César, extraviada, não chega nem com facilidade ao leitor
nem lhe retorna significada. Este endereçamento ao outro, esta entrega das chaves caracteriza o feminino. Ainda no seminário da Carta Roubada, Lacan diz que
o significante se desprende da mulher, da rainha, e circula, extraviado, para a ela
retornar. A feminilidade é a melhor figura da castração porque na lógica do significante sempre foi castrada e o que se desprende da mulher é, cito Lacan, "por
não tê-lo tido jamais: por isso a verdade sai do poço mas só meio corpo." 16 Diz
Ana Cristina César17: "Femininamente quer dizer falando sempre para alguém,
como uma carta imensa." Uma possibilidade de realização é no Édipo feminino a
catexia objetai ao pai. Comentando, numa resenha, o livro de Marilene Felinto
"As mulheres de Tijucopapo", onde a solução que a personagem feminina encontra é: "eu posso, no máximo, seguir Lampião", Ana Cristina César18 diz: "Como
não sucumbir ao a-mais de loucura das mulheres? Prefiro acreditar que esta trajetória que ainda não sabe bem de si tem sim uma direção própria: a direção do desejo por (um pouco) mais literatura." A saída são as letras. Onde amarrar-se? No
livro. Voltaremos a isso.
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A metáfora das luvas não é menos importante. Serve ao jogo de ocultamento/desvelamento, vestir e despir, fingir que o mágico revela seu segredo através
de uma nova mágica, como Lacan aponta na Carta Roubada. No livro Luvas de
Pelica, no epílogo, há uma exibição quase circense de cartões postais onde a
apresentadora-prestidigitadora calça luvas de pelica para expor o conteúdo de
sua "famosa" mala — sem truques — e acaba se retirando discretamente da cena
deixando apenas a mala, os cartões, a luva de pelica e... o enigma.
A carta está extraviada. A verdade da mensagem não pode ser decifrada.
Não chega nunca a seu destino. Uma interpretação des-cifrante é recusada. É o
tempo do sinthoma. Cito14: "hoje sou eu que estou te livrando da verdade" ou
ainda: "te livrando: castillo de alusiones, forest of mirrors, anjo que extermina a
dor." Ainda mais: "Não quero mais a fúria da verdade... E finalmente: "Em vez
dos rasgos da verdade, embarcar no olhar estetizante (foto muito oblíqua, de
lado, olheiras invisíveis na lua azul)."
Ana Cristina César substitui a fúria da verdade por uma velocidade que é o
traço mais distintivo de sua poética. Esta velocidade impede ativamente a decifração da mensagem da carta. A significação não se fecha senão vagamente ao final do poema. O leitor despenca pelo corpo do poema sem ter onde se segurar
para retornar alguma significação. Em um texto publicado em Inéditos e Dispersos, Ana Cristina César dá uma certa chave de seu sintoma e de como talvez o
transformou em sinthoma. Sua lucidez impressiona: é uma declaração de seu fazer poético. Cito:
Discurso fluente como ato de amor
incompatível com a tirania
do segredo
Ficar louca e inteiramente solta neste pântano marco para mim o limite da paixão e me tensiono na beira: tenho de meu (discurso) este resíduo.
Não tenho idéias, só o contorno de uma sintaxe (- ritmo)."
A literatura como c/é, forma cifrada de falar da paixão que não pode ser nomeada (como numa carta fluente e objetiva).
A chave, a origem da literatura
O "inconfessável" toma forma, deseja tomar forma, vira forma.
Mas acontece que este é também o meu sintoma, "não conseguir falar" Não ter posição marcada, idéias, opiniões, fala desvairada
Só de não-ditos ou de delicadezas se faz minha conversa e para não
Há falta. Há carência. A falta — de posição marcada, de idéias, de opiniões,
produz fala desvariada. Precariedade de inscrição do traço unário produz fala
desvairada, quase à deriva, veloz sem decif ração possível: só não-ditos.
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Para não ficar louca e inteiramente solta neste pântano, Ana Cristina César
se amarra ao velame com as próprias mãos que escrevem: "Me tensiono na beira
e tenho de meu este resíduo." A letra aqui resta real, apenas contorno e litter.
Esta opção pelo ficcional, pelo ato biográfico, marca a identificação com o
texto, com o livro real. Ana Cristina César quer ser um livro, hão aos pés, mas nas
mãos do leitor, ser objeto de desejo nas mãos do leitor. Cito20: "Amor, isto não é
um livro, sou eu que você segura e sou eu que te seguro (é de noite? Estivemos
juntos e sozinhos?) Caio das páginas nos teus braços, teus dedos me entorpecem, teu hálito, teu pulso, mergulho dos pés à cabeça, delícia e chega — Toma
este beijo só pra você e não me esquece mais... Lembre de minhas palavras uma a
uma. Eu poderei voltar. Te amo e parto eu incorpóreo triunfante e morto."
Um eu "incorpóreo, triunfante e morto" é uma diluição no literário. O eu é o
livro. Como Joyce, man ofletters, Ana Cristina César woman ofletters. Num depoimento em abril de 1983 (suicidou-se em outubro) comentando este trecho,
Ana Cristina César diz:"... infelizmente ou talvez felizmente, um texto é só texto,
ele nejp é pele, ele não é mãos tocando, ele não é hálito, ele não é dedos, ele
não... Existe de repente uma consciência trágica, texto é só texto, nada mais que
texto. Que tragédia!" 21
Na publicação póstuma "Inéditos e Dispersos", acompanhamos a tragédia.
Um longo poema intitulado "Contagem Regressiva" começa a desamarração:
"Não, amor, isto não é literatura." Há uma primeira tentativa de suicídio. A colagem com o texto insustentável: "Como terei orgulho do ridículo de passar bilhetes pela porta. Esta mesma porta hoje fecho com cuidado altivo. Como não repetirei a teus pés que o profissional esconde no índice onomástico os ladrões de
quem roubei os versos de amor com que te cerco..."
Surge a morte e a queda: "O que morre. Estou morrendo, ela disse devagar,
olhos fixos para cima... Caíam no canal as árvores do outono... Este céu ensurdecedor. Caem pedras de gelo... A luz se rompe através dos vidros... Não está morrendo, doçura. Barca engalanada adernando mas fixa: doçura não afoga... Preciso me atar ao velame com as próprias mãos. Sopra, fúria... Estou sirgando mas o
velame foge."
Segunda tentativa de suicídio: "Escrevo para você, sim. Da cama do hospital.
A lesma quando passa deixa um rastro prateado. Leiam se forem capazes."
Ana Cristina César, ato biográfico, fracasso do sinthoma.
NOTAS E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. LACAN, J., "Joyce le symptôme I", in Joyce Avec Lacan, Paris, Navarin Editeur,
1987.
2. JOYCE, J., Ulisses, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1982.
3. GODIN, J.-C, "Du symptôme à son épure: le sinthome", in Joyce Avec Lacan,
Paris, Navarin Editeur, 1987.
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4. LACAN, J., "L'instance de Ia lettre dans 1'inconscient ou Ia raison depuis Freud",
in Écríts, Paris, Seuil, 1966.
5.
Le Séminaire sur "La lettre volée", in Écríts, Paris, Seuil, 1966.
6.
"Lituraterre", in Litérature, ne3, Paris, Larousse, 1971.
7. FREUD, S., "Uma nota sobre o 'Bloco Mágico'", in Obras Completas, Rio de Janeiro,
Imago, 1925.
8. LACAN, J., Seminário sobre a Identificação, Inédito.
9. César, A. C , A Teus pés, Rio de Janeiro, Brasiliense, 1988.
10. Ibidem
11. César, A. C , Inéditos e Dispersos, Rio de Janeiro, Brasiliense, 1985.
12.
A Teus pés, op. cit.
13. Ibidem
14. Ibidem
15. SANTIAGO, S., "Singular e anônimo', in Nas Malhas da letra, Rio de Janeiro,
Companhia das Letras, 1989.
16. LACAN, J., Le Séminaire sur "La lettre Volée", op. cit.
17. CÉSAR, A. C , Escritos no Rio, Rio de Janeiro, Brasiliense.
18. Ibidem
19. CÉSAR, A. C , A Teus pés, op. cit.
20. Ibidem
21. CÉSAR, A. C , Escritos no Rio, op. cit.
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