UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
O Supervisor Escolar
Um desafio para o supervisor escolar
Glauce Almeida dos Santos
Apresentação
Candido
de
Mendes
monografia
como
à
requisito
obtenção do grau de especialista em....
Por: Glauce
Orientadora: Profª. Flavia
Rio de Janeiro
2011
AGRADECIMENTOS
Universidade
parcial
para
2
À Profª Flavia por ter lutado para
que eu conseguisse cursar a Pós Graduação e concluí-lo;
Aos dez professores entrevistados que
Me ajudaram, para que eu
pudesse dar andamento a esta pesquisa;
A minha família maravilhosa ( Mãe
e minha irmã);
que, não podendo produzir por mim, me deram
coragem para que eu o fizesse;
A Deus e ao meu Anjo da Guarda, que
estiveram sempre do meu lado.
3
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todas as pessoas que
ajudaram a construí-lo:
À Profª Flavia por acreditar que
eu conseguiria;
Aos meus pais pela capacidade que me
deram para superar as dificuldades;
A minha irmã pelo incentivo, apoio e por
não ter dúvidas de que no fim tudo daria certo;
4
RESUMO
O Supervisor é um dos responsáveis pelo planejamento, organização e
execução da proposta pedagógica da escola, e nesta relação está colocado em
situação hierarquicamente superior aos professores, a forma como essas
questões são conduzidas, interferem no resultado do trabalho da escola como
um todo. A liderança educacional, nesta perspectiva, coloca-se como desafio à
ação Supervisora, que além de dar conta das questões burocráticas e legais,
precisa contribuir com a formação dos professores em serviço e com suas
qualificações. Assim sendo, o presente trabalho apresenta o histórico do
Supervisor Escolar e as funções que lhe eram atribuídas inicialmente assim
como a evolução de suas atividades profissionais, percebendo-se nisso o seu
caráter de líder, fato inerente à função do Supervisor, são abordados conceitos,
princípios, teorias e exemplos e ao final, são colocadas questões quanto à
atuação do Supervisor e os desafios que estão postos a este profissional e a
liderança educacional.
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METODOLOGIA
Está pesquisa foi realizada com o objetivo de analisar a relação
estabelecida entre Supervisor Escolar e professores no cotidiano das escolas
particulares.
Seus problemas se iniciam muitas vezes com a não delimitação de seu
próprio local de trabalho, necessariamente móvel e variável conforme as
tarefas a desempenhar, e crescem com a ausência habitual da necessária
localização do trabalho de seus companheiros professores, obrigados a
fragmentar a sua jornada de trabalho e conseqüentemente multiplicação dos
locais em que ela se realiza; Estas,deverão ser de acordo com os princípios
pedagógicos, curriculares e organizacionais fundamentados no Projeto Político
Pedagógico de cada Unidade Escolar.
O objetivo é conhecer as principais funções de um Supervisor Escolar,
possibilitando a divulgação para outros educadores.
Esse trabalho foi feito com base em pesquisas bibliográficas, conversas
informais, observações feitas durante os estágios da disciplina de Prática
Pedagógica sobre o trabalho que desenvolvem os supervisores nas Instituição
de ensino.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
07
CAPÍTULO I - A origem e a evolução da função supervisora 09
CAPÍTULO II -A supervisão nos dias atuais
18
CAPÍTULO III – O papel do supervisor escolar
26
CONCLUSÃO
29
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
30
ANEXOS
32
7
INTRODUÇÃO
A educação brasileira passa por uma série de transformações e muitos valores
precisam ser repensados, partindo do conceito de que educar é construir, é
traçar os caminhos que conduzem à humanização do ser. Nesse contexto,
definir o papel do supervisor no espaço escolar significa definir parâmetros de
ação, perspectivas de que é possível alterar a situação em que se encontra o
sistema de ensino. Neste caso deve haver uma cumplicidade entre todas as
pessoas que participam do ambiente escolar, para que juntas possam efetuar
modificações. O presente artigo oportuniza um espaço de discussão do papel
do supervisor junto aos professores a fim de promover a qualidade
educacional.
A Educação nas últimas décadas vem sendo motivo para muitas discussões,
isto porque o modo como o ensino formal vinha sendo desenvolvido no Brasil
não atendia as perspectivas sociais; diante das necessidades, as mudanças
vêm sendo desenvolvidas mesmo que a passos lentos. Nesse caso, o trabalho
desenvolvido nas instituições escolares precisa de uma preparação, um
planejamento prévio, uma direção a ser delineada e de profissionais
competentes e compromissados com a tarefa de proporcionar uma educação
de qualidade. A escola é um sistema social, no qual os papéis estejam
claramente diferenciados e designados. Os indivíduos que desempenham
papéis devem ser adequadamente treinados e distribuídos entre as diferentes
posições.
Uma grande transformação atravessa a sociedade com conseqüências
profundas para todos os níveis de realidades sociais, econômicas e
educacionais. Novos tempos. Novos desafios. Novos limites científicos e, com
eles, a necessidade de mudança e de transformação. Esse rápido processo
exige constantes adaptações e readaptações, para as quais nem sempre se
está preparado.Ao tentar compreender esse mundo em mudança, a escola,
como organização social, se conscientiza do sentido das modificações sofridas
pela sociedade – as quais interferem diretamente no trabalho do professor, em
sala de aula, e dos coordenadores do processo didático-pedagógico:
supervisores e orientadores educacionais.
Refletir sobre a ação do orientador e do supervisor educacional, ou seja,
sobre o exercício de modelos de gestão de orientação e supervisão educativa,
é visualizar um profissional comprometido com processos de aprendizagem,
estimuladores da construção de conhecimentos e das competências
necessárias para pensar e agir com horizontes mais amplos. Funções de
planejamento, organização e reflexão fazem parte de suas competências e
para elas busca inovações que lhe permitam, partindo do real,criar/recriar sua
8
prática.Na gestão desses educadores, os projetos educativos e a organização
do trabalho escolar evidenciam-se como temas a serem aprofundados. Sem
desmerecer nenhum desses pontos, é relevante voltar o olhar para a sala de
aula e para o trabalho do professor. Na interação com este profissional e no
espaço da sala de aula, a supervisão escolar e a orientação educacional
encontrarão o caminho para deixarem de ser estáticas e tradicionais e
tornarem-se inovadoras e transformadoras.
9
CAPÍTULO I
O CONCEITO
A ORIGEM E A EVOLUÇÃO DA FUNÇÃO SUPERVISORA
Segundo Demersal Saviani (1999), a função supervisora já se fazia presente
desde as comunidades primitivas, onde o modo de produção era coletivo, ou
seja, os homens ainda não estavam divididos em classes e produziam tudo
em comum, assim se educavam e educavam as novas gerações. Desta
forma, a educação coincidia com a própria vida, onde já se fazia presente a
função supervisora, isto é, os adultos educavam os mais novos e por meio
de
uma
vigilância
discreta,
protegiam
e
orientavam
as
crianças,
supervisionando-as como simples ajuda as suas fraquezas.
Com a fixação do homem a terra, surgiram as propriedades privadas e a
divisão de classes: dominantes(proprietários) e dominados(servos ou
escravos), o que dividiu também a educação na antiguidade. Surge a
escola,que era chamada de lugar do ócio, onde só a classe dominante
dispunha de tempo livre para freqüentar, pois a classe menos favorecida era
educada pelo trabalho.
De acordo com Cambi (2000), foi na Grécia, (século V a.C.) que a
instituição-escola começou a se afirmar nos aspectos administrativos,
culturais e na vida social das pessoas. Essas escolas eram espaços que iam
desde os cenáculos (encontros para debates e orações) aos colégios, ou
seja, escolas propriamente ditas. Nesses colégios surge o “supervisor”,
claro, sem essa nomenclatura, era como um escravo, mas com funções que
o identificam como tal, uma espécie de acompanhante que estimula e
“controla” a criança auxiliando o trabalho dos mestres que eram tidos como
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os diretores da vida espiritual, o educador espiritualizado e ativo na vida do
indivíduo. Com o surgimento dessa instituição-escola na Grécia começou a
existir a figura do supervisor como “pedagogo” ou “paedagogus”, profissional
da Paidéia (de paidos - criança) que significava simplesmente "criação de
meninos", termo dado a educação das crianças da classe dominante, uma
educação que apenas doutrinava para obedecer e não para libertar. O
objetivo não era ensinar ofícios, mas sim treinar a liberdade e a nobreza,
desde que não fugisse aos ideiais do poder grego. Era a cultura construída a
partir da educação, o ideal dos gregos para os jovens. A instrução básica
era uma instrução do bem falar e do bem escrever, além do respeito às
regras rigorosamente estabelecidas. O pedagogo ,que era uma espécie de
escravo subordinado ao rei na época, conduzia o jovem até os cenáculos ou
assembléias, onde ocorriam as discussões que envolviam pensamentos
críticos, criativos, resgates de cultura, valorização da experiência dos
anciãos e outras atividades. O conhecimento era limitado por esse
“pedagogo”, que devia obediência ao seu superior, algo que saísse dos
padrões ideológicos deste, poderia ser barrado pelo pedagogo.
É visto que qualquer um escolhido pelo Rei, poderia se encarregar da
função supervisora. Não havia preocupação então com a formação desse
indivíduo. O ideal educativo grego aparece como parte da Paidéia, formação
geral que tem por tarefa construir o homem obediente a cultura de seu
povo,esse passou então a ser o ideal educativo grego e isso não podia sair
das régias dos dirigentes e por isso o ato de supervisionar já passava a
existir ali, para que esse ideal fosse alcançado.
Mas ainda nos séculos V e IV a.C. a cultura grega começa a sofrer grandes
modificações na sociedade e com isso a educação também sofre mudanças,
deixa-se de pensar no homem apenas como individual e a educação se
humaniza gradativamente. Então,no final desses séculos, nasce a
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Pedagogia como saber maior, rigoroso e sistemático, deixando o pragmático
de lado e passando a ser um saber mais teórico que dá ao pedagogosupervisor surgido da Paidéia uma função além de escravo que somente
acompanha, uma vez que este também se transformou. Ele agora poderia
exercer com mais vigor a sua função de “fiscal” e “vigia” do cumprimento
dessa sistematização e rigorosidade de regras, mas numa visão bem mais
humanística. Ele já instrui e pode cobrar porque já se socializou com as
novas transformações.
Com as grandes mudanças veio a intenção de mesclar as culturas gregas e
romanas, pois Roma ainda abordava a educação como uma preparação
apenas de homens para a guerra, para serem heróis e não se preocupava
com o lado humano. Pouco a pouco as culturas grega e romana foram se
fundindo e a idéia de formação humanística da Grécia foi se incorporando
aos costumes e a educação romana, valorizando as características próprias
do homem. Foi então que no século II a.C. foram criadas em Roma as
primeiras escolas seguindo o modelo grego, sistematizadas em graus e
dirigidas pelos Ludi magister(professor primário) onde as crianças iam
acompanhadas de seus paedagogus(pedagogos-supervisores) até os locais
onde funcionavam a escola,geralmente locais alugados ou casas de ricos
que eram cedidas, lá elas passavam a maior parte do dia e eram submetidas
a lições de obediência e rígida disciplina, até mesmo com punições físicas;
também havia o magister(professor secundário) que ensinava cultura e suas
diversas formas, retórica e textos literários ( CAMBI, 2000).
Os pedagogos (pedagogos-supervisores) tinham presença marcante e
atuante nessas escolas, pois auxiliavam nas atividades educativas bem
como “fiscalizavam” a metodologia empregada pelos magistério, pois estes
mesmo já tendo mais respaldo ainda não poderiam ir contra os ideais da
época.
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Saindo da Idade Antiga e chegando a Idade Moderna, com a formação da
sociedade capitalista e o aparecimento da burguesia e da indústria, surge a
necessidade da generalização da escola, de uma nova sistematização, bem
como sua institucionalização, com isso surge a idéia do supervisor
educacional, com o papel e denominação de inspetor ou bedel, que era
encarregado
pela
ordem
e
pelo
cumprimento
das
regras
dessa
sistematização.
Logo vieram as grandes transformações do século XIX, onde o pensamento
iluminista trazido da Europa ganhava seu espaço, uma época repleta de
mudanças na economia, política e na cultura provocadas pelas revoluções
industriais que estavam acontecendo.
A função supervisora ganha respaldo e o supervisor é tido como um
organizador do espaço da escola, uma organização baseada no sistema
estatal e nacional, este era o orientador que persuadia os alunos para se
adequarem ao modelo exigido pela classe privilegiada e dominante.
(GERALDO, 2001).
A FUNÇÃO SUPERVISORA NO CONTEXTO HISTORICO BRASILEIRO
No Brasil, em 1549, são iniciadas atividades educativas pelo jesuíta Manoel
da Nóbrega que formulou um plano de ensino em que se encontra a função
supervisora, sem se manifestar ainda a idéia de supervisão, surge uma
espécie de “vigia” da boa conduta e das regras da educação, como exemplo,
temos o Ratio Studiorium, um plano de regras sobre as atividades
educativas, que regia o reitor, o prefeito de estudos (supervisor), os
professores, as disciplinas, as provas escritas, o bedel (auxiliar do prefeito
de estudos, também com a mesma função), os alunos, enfim, tudo era
regido por este plano. No qual o diretor era o reitor e o prefeito de estudos
era seu assistente, a quem os professores e alunos deveriam obedecer. A
função de prefeito de estudos era regulada por trinta dessas regras, onde
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por diversas vezes ele assumia o papel de bedel e inspetor, pois assistia às
aulas dos professores e lia apontamentos dos alunos, e o que não
conseguisse resolver, deveria levar ao conhecimento do reitor. (SAVIANI,
1999).
Percebe-se então que o supervisor já tinha alguma autoridade, mas muito
longe de uma autonomia. Em 1759, com as Reformas Pombalinas, os
jesuítas foram expulsos do Brasil, pois se entendia que estes eram muito
conservadores, visto que as mudanças já estavam acontecendo e os
jesuítas insistiam em dominar o pensamento pedagógico da época.
Com essa expulsão, um alvará foi criado, este previa o cargo de diretor geral
dos estudos e a designação de comissários, que exerciam a supervisão
envolvendo aspectos de direção, fiscalização, coordenação, inspeção e
orientação de ensino, estes seriam os comissários do diretor. Nesse sentido,
a idéia de supervisão passa a englobar aspectos político-administrativos em
nível de sistema concentrado na figura do diretor geral (SAVIANI, 1999).
No período Imperial, mas precisamente em 15 de outubro de 1827, Dom
Pedro I em Assembléia Geral decretou a primeira lei da educação que
instituiu em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império,
que houvesse escolas de primeiras letras quantas fossem necessárias. Essa
lei determinou em seu artigo 5º que os estudos se realizassem seguindo um
método chamado de “Ensino Mútuo”, onde o professor atuava como docente
e supervisor, instruindo monitores (alunos mais avançados) para auxiliá-los
na supervisão das atividades dos demais alunos (SAVIANI, 1999).
Nesse período, todo o poder estava concentrado nas mãos do Imperador e
todos os mestres eram de sua escolha e só ele poderia nomear ou delegar
que a assembléia recrutasse, nomeasse e designasse seus ordenados e
atribuições, dentre elas a de aplicar um ensino de qualidade aos “augustos”
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(príncipes-discípulos) do Império. Esses mestres não recebiam nenhum
adjetivo, eram apenas homens que muito sabiam e eram remunerados ao
passar a diante seus conhecimentos.
Em 12 de agosto de 1834, foi promulgada a lei que chegou mais perto da
democracia durante o período imperial, o Ato Adicional de 34 – marcado
pela vinda da corte portuguesa para o Brasil e pela futura independência
política do Brasil, que tentou descentralizar o poder do Imperador, pois
pretendia dar mais autonomia às províncias, dar uma possibilidade de
intervenção no governo no campo primário e secundário, e não criar dois
sistemas paralelos de ensino, o que estava ocorrendo.
Como conseqüência das reformas do Ato Adicional, surgiram também as
Escolas Normais, que formavam e que iriam substituir o “velho” mestre pelo
“novo” professor de ensino primário, mas apenas na província, já que só
quarenta e seis anos depois é que foi criada a Escola Normal da Corte.
Ainda em 1834, o então ministro do Império, Chichorro da Gama, em
relatório sobre as reais condições da educação no sistema em vigor, afirmou
que precisava de medidas urgentes para remediar a situação em que a
escola se encontrava, uma vez que o sistema de ensino mútuo não havia
correspondido às expectativas. Uma dessas remediações seria a criação de
um cargo de Inspetor de Estudos, pois, segundo o ministro, essa supervisão
permanente realizada por esse inspetor tiraria das mãos dos ministros as
ações sobrecarregadas, como as de presidir eles mesmos o exames,
supervisionar as escolas e emitir relatórios e pareceres, ou seja, as tarefas
estariam melhores distribuídas.
Partindo disso, no âmbito de suas reformas em 1854, Couto Ferraz
estabeleceu em regulamento a missão de um inspetor geral, a função de
15
supervisionar todas as escolas (SAVIANI, 1999). Essa inspeção apresentava
grandes mecanismos de controle e vigilância sobre o professor por meio da
rigorosidade do regulamento, havia conferências das atividades e da
metodologia empregada várias vezes no ano. Podemos perceber a
ampliação da função supervisora, na qual além de presidir exames dos
professores, lhe conferia diplomas, podia autorizar a abertura de escolas,
rever livros e até mesmo corrigi-los ou substituí-los por outros que julgasse
convenientes.
No ano de 1881 quando a Escola Normal Oficial foi fundada na então
capital do Império, não havia a preocupação com a qualidade do ensino e
muito menos com a formação de quem o executaria. (GERALDO, 2001).
Houve mais uma vez em 1892 uma tentativa de implantar uma
desburocratização quanto a ação educativa, por haver uma preocupação
com o perfil do inspetor geral da escola, que apenas doutrinava e não
orientava os docentes, mas a resistência venceu e a reforma não se
concretizou. Mas em 1897, uma lei extinguiu o Conselho que regulamentava
as Escolas Normais e as inspetorias passaram a ter apenas um inspetor
geral para todo o estado, auxiliado por dez inspetores escolares, ou seja, um
supervisor para controlar todas as escolas da região e em cada uma dessas
escolas, um supervisor encarregado de deixá-lo informado sobre tudo o que
acontecia dentro dessa escola.
Pela primeira vez, percebe-se uma preocupação com a formação de uma
equipe com suas funções bem definidas. Mas mesmo com essa reforma,
ainda estava longe a concepção de um supervisor focado na aprendizagem,
mas apenas o encarregado de zelar pela função dada a escola que servia
aos interesses da fé e do Estado (PILETTI, 2000).
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Quanto à formação dos profissionais dessa escola, sabe-se que somente os
letrados da elite podiam formar essa equipe, pois estavam credenciados a
isso. E se nem mesmo os professores eram bem preparados, pode-se
perceber que a figura do supervisor não era tida como uma pessoa que se
preparou especificamente para a função.
Por muito tempo, essa função supervisora se deu desta forma, mas
chegando a década de 20, no ano de 1924, com o processo crescente de
industrialização e urbanização, aconteceram várias mudanças na sociedade
e na economia e passou a se exigir reformas na educação para que esta
pudesse acompanhar as mudanças. Surge então, uma nova categoria
profissional: os técnicos em escolarização, chamados de especialistas em
educação, dentre eles estava o supervisor. Essas mudanças permaneceram
por muito tempo somente no âmbito estadual, pois o poder nacional ainda
não havia demonstrado interesse, até que com uma reforma acontecida
após a revolução de 30, isso ganha proporção nacional e surge a
necessidade de se reestruturar o ensino brasileiro. Um decreto foi criado e
implantado nas Faculdades de Educação para formar professores de
diferentes disciplinas das escolas secundárias e com isso foi criado o curso
de pedagogia para formar professores de disciplinas do curso Normal e
formar “técnicos de educação”, a nova categoria que havia surgido, foram
então tomadas as primeiras medidas legais para a reforma do ensino
superior.
Em 1969, a Pedagogia ganha uma nova roupagem e se transforma em uma
abordagem tecnicista, os cursos de Pedagogia são reformulados pelo
parecer nº 252/69 do Conselho Federal de Educação, que nessas
circunstâncias ao invés de formar o técnico em educação com várias
funções, davam-nos habilitações dentro do curso, como: administração,
inspeção,
supervisão
e
orientação
e
o
magistério
de
disciplinas
17
profissionalizantes dos cursos normais e um mestrado com habilitação em
planejamento educacional. Esse parecer, até então, foi a forma mais radical
de profissionalizar a função do supervisor educacional, contribuindo para o
reconhecimento profissional da atividade do supervisor no sistema de
ensino, buscando dar a esse profissional uma identidade própria com
características que as distinguisse das demais. esse decreto também
provocou inovações no sistema educacional.
Daí por diante, vários movimentos foram criados primando por melhorias no
sistema e nos cursos de formação de educadores, se estendendo até o final
dos anos 70, e em outubro de 1979, acontece o encontro Nacional de
Supervisores de Educação, na ocasião defendia-se uma tese de que a
função do supervisor é uma função política e não apenas técnica (SAVIANI,
1999).
É chegada a conclusão a partir daí que o supervisor deveria assumir seu
papel político. A sua habilitação com a criação dos cursos de pedagogia os
tornavam pedagogos, que faziam o curso e se tornavam educadores que
seguiam ainda um modelo ideológico, embora mais moderno. Percebe-se
então que a concepção havia mudado, mas a sua formação não, e esse
profissional estava longe dele próprio se ver como político, com identidade
própria, já que desde a sua origem ele sempre defendeu apenas os
interesses dos dominantes e não tinha poder algum de decisão.
Nessa fase da história mesmo já sendo reconhecido de certa forma, o
supervisor teria que se integrar a essa nova idéia de ser um profissional que
exerceria funções políticas, com autonomia e que envolveriam a escola, a
comunidade, o sistema e os planejamentos.
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CAPÍTULO II
A Supervisão nos dias atuais
Hoje a função supervisora se mostra bem mais ampla e o profissional dessa
área entende a verdadeira essência desse termo: “supervisor”, aquele que
vê o geral, que vê além e articula ações entre os elementos que envolvem a
educação. O supervisor de hoje sabe que precisa ser um constante
pesquisador e com isso poderá contribuir para o trabalho docente, pois essa
equipe conta com a sua orientação e apoio.
O supervisor atual sabe que precisa se dividir em muitas habilidades e criar
elos
entre
as
atividades
de
supervisionar,
orientar
e
coordenar,
desenvolvendo relações verdadeiramente democráticas (FERREIRA, 2007).
A função supervisora nos dias atuais se mostra através de profissionais
maduros, capacitados para melhor executar propostas de resolução de
problemas e enfrentar os desafios na escola, e existem muitos desafios para
o profissional da Supervisão Escolar, já que hoje se especializa para exercer
essa função.
Apesar de ainda existir muita negatividade dentro das escolas e muitas
vezes o supervisor ter que se deparar com situações de descrédito por parte
da equipe escolar, resistências e banalização do seu trabalho, ele tende a
não desistir porque já entendeu que é capaz de transformar, já se vê como
político, como um articulador e extrapola a esfera pedagógica, criando uma
onda de relacionamento mais estreito com os docentes, as famílias, a
comunidade, o sistema e outros elementos que possam se integrar a escola.
Um grande desafio que ainda enfrentado, era o fato da função supervisora já
ser reconhecida e mesmo assim não ser regulamentada, é importante
19
salientar, pois é muito comum confundir regulamentação profissional com o
reconhecimento da profissão e a garantia de direitos, quando, na verdade,
regulamentar significa impor limites, ordenar competências, atribuições e
fixar responsabilidades.
Mas com o intuito de regulamentar essa profissão o Senado aprovou, no dia
18 de outubro de 2007, o projeto de lei oriundo da Câmara com o n° 132/05,
que regulamentou a profissão de supervisor educacional. Os profissionais
que atuam no ramo, normalmente como supervisores, coordenadores ou
orientadores pedagógicos, agora têm sua situação regulamentada através
desta lei.
Na sua justificação, o autor, o então deputado Federal Cezar Schirmer se
baseia e apresenta como razão para aprovação, a necessidade de
regulamentação das atividades de administração escolar, aos supervisores
educacionais, graduados em Pedagogia, com habilitação em Supervisão
Educacional ou Supervisão Escolar ou, ainda, pós-graduados nessas áreas,
no que dispõe a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº
9.394, de 1996), que, em seu art. 64, que estabelece que a formação de
profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção,
supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em
cursos de graduação em Pedagogia ou em nível de pós-graduação, a
critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum
nacional. (matéria extraída do site: www.senado.gov.br em dezembro de
2007).
Podem-se citar ainda que nos dias de hoje existem outros desafios como: a
falta de estrutura dos estabelecimentos de ensino, os recursos escassos, a
má vontade de alguns educadores, alguns alunos e até mesmo de alguns
funcionários administrativos, enfim, uma série de problemas que dificultam o
20
trabalho do supervisor, mas que não o impedem de criar, na sua atividade
profissional meios de mudar esta realidade e fazer com que a escola mude
sua cara, e se transforme na escola de nossos sonhos.
A INSTITUCIONALIZAÇÃO DESTA NOVA PROPOSTA
Conforme a justificação do Deputado Federal Cezar Schirmer para
aprovação do Projeto de Lei 4.412 de 2001 (ANEXO A), a LDB 9394/96, a
escola é reconhecida como instituição que precisa ajustar-se à realidade a
fim de cumprir seu papel social, porém, existem inúmeras dificuldades que
limitam as renovações em termos de ação educativa. Neste sentido, o
Deputado afirma que para reverter esta situação é necessário:
revisar e redefinir papéis até agora existentes, a fim de adaptar-se às novas
exigências sociais, transformando a educação escolar em um dos
instrumentos do desenvolvimento individual, social e econômico,
colaborando, decididamente, para a construção da própria cidadania.
Dando continuidade a esta justificação, Schirmer coloca que além de
estabelecer as responsabilidades dos sistemas de ensino e dos docentes, é
importante reconhecer o âmbito de atuação dos profissionais em educação,
entre eles, o Supervisor Escolar. Para tanto, o Deputado propôs a
regulamentação do exercício da profissão de Supervisor Escolar, tornandose parte da legislação com a publicação com o Projeto de Lei 4.412 de 2001,
da qual destaca-se:
Art. 2º O Supervisor Educacional tem como objetivo de trabalho articular
crítica e construtivamente o processo educacional, motivando a discussão
coletiva a fim de garantir o ingresso, a permanência e o sucesso dos alunos,
21
através de currículos que atendam às reais necessidades da clientela
escolar, atuando no âmbito dos sistemas educacionais federal, estadual e
municipal, em seus diferentes níveis e modalidades de ensino e em
instituições públicas ou privadas.
O texto acima reproduzido coloca o Supervisor Escolar como profissional
responsável pela ‘articulação’ do processo educacional, alguém que
possibilita o atendimento das necessidades dos alunos, seu ingresso e
permanência na escola. E para que isso se concretize, em sua continuidade,
dispõe sobre suas atribuições:
I – coordenar o processo de construção coletiva e execução da Proposta
Pedagógica, dos Planos de Estudo e dos Regimentos Escolares;
II – investigar, diagnosticar, planejar, implementar e avaliar o currículo em
integração com outros profissionais da Educação e integrantes da
Comunidade;
(...) VI – promover atividades de estudo e pesquisa na área educacional,
estimulando o espírito de investigação e a criatividade dos profissionais da
educação;
(...) IX – planejar e coordenar atividades de atualização no campo
educacional;
(...) X – propiciar condições para a formação permanente dos educadores
em serviço (...)
Estas atribuições remetem a uma prática dimensionada para além da
‘inspeção’, da ‘supervisão’ enquanto um ‘olhar superior sobre’, colocando o
Supervisor como alguém que coordena um trabalho coletivo, um líder que
viabiliza o planejamento, a formação continuada, de investigação acerca da
prática pedagógica.
As Leis estabelecem os parâmetros, mas a ação cotidiana se dá a partir das
22
atitudes, das relações, do convívio, da diversidade, não bastando que haja
regulamentação ou uma lista de atribuições para que o trabalho seja efetivo
ou tenha um resultado positivo. Neste sentido, Freitas (2001, p. 203-204) faz
refletir sobre a atuação de educador necessária ao Supervisor que deseje
romper com o paradigma tradicional:
Esta concepção de supervisor-educador, ao comprometer-se com a
democratização da escola, opõe-se às características restritivas da
supervisão tradicional, propondo que se supere: a neutralidade pelo
posicionamento crítico; o controle pelo comprometimento; as relações
hierárquicas pela responsabilidade partilhada; o individualismo pela
solidariedade; a separação do fazer e do pensar pela reflexão coletiva; a
ajuda pela problematização; a receita pela criação.
Sob esta perspectiva, Alonso (2003, p. 171) afirma que a ressignificação do
trabalho do Supervisor Escolar: “está na forma como esta relação se
estabelece, num ambiente próximo, de colaboração e respeito mútuo. Neste
espaço, o professor poderá receber a assistência e orientação para lidar
com as dificuldades do cotidiano escolar”.
Nesta teia de relações tecida pelos professores em conjunto com os
especialistas em educação e com todos os envolvidos no processo
pedagógico da escola é que se efetiva a ação do Supervisor Escolar, não
sendo possível que haja receita ou método a ser seguido, mas atitudes e
comportamentos necessários àquele que tem como objetivo a qualificação
do trabalho docente.
Com relação à formação do Supervisor Escolar, ao Projeto de Lei 4412 de
2001 determina, em seu
Art 2º, que:
o exercício da profissão de Supervisor Educacional é prerrogativa dos
portadores de diploma de curso de graduação obtido em instituição de
ensino superior devidamente autorizada e credenciada pela autoridade
competente do sistema de educação nacional.
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E, em parágrafo único do Art 2º, regulamenta, ainda, que a obtenção do
diploma dar-se-á em:
I – curso de Pedagogia, Habilitação em Supervisão Educacional ou
Supervisão Escolar;
II – instituição estrangeira de ensino superior, revalidado e registrado como
equivalente ao diploma mencionado no inciso I;
III – curso de pós-graduação em Supervisão Educacional ou Supervisão
Escolar.
Anteriormente, apenas a graduação em Supervisão Escolar habilitava
profissionalmente para a atuação nesta área, sendo que a partir deste
Projeto de Lei
o curso de pós-graduação é suficiente para o exercício da profissão.
Fica definido, também, em seu Art 3º que:
O campo de atuação do Supervisor Educacional abrange:
I – os órgãos centrais e regionais dos sistemas de ensino;
II – as instituições de ensino;
III – todas as áreas que desenvolvem ação de formação.
A atuação do Supervisor Escolar, portanto, pode ser ampliada para além
das instituições de ensino, desde que haja necessidade de organizar
espaços de formação.
O Projeto de Lei 4412/2001, apenas propõe a regulamentação da profissão
do Supervisor Escolar ou Supervisor Educacional e sugere de forma ampla
suas atribuições, ficando a cargo dos Sistemas de Ensino o detalhamento de
suas funções de acordo com suas necessidades e peculiaridades.
O voto da relatora Deputada Kelly Moraes, ao afirmar que a Comissão de
Educação, Cultura e Desporto não apresenta emendas e concorda com a
proposta em sua íntegra, incorpora três dimensões às atribuições do
profissional de Supervisão Educacional:
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uma voltada para o interior da escola, quando o supervisor coordena e
promove processos pedagógicos junto aos professores e alunos; outra
dimensão se dá em relação à comunidade escolar, principalmente às
famílias dos alunos, buscando promover sua integração com a escola; e a
terceira refere-se à articulação externa, seja com o sistema educacional,
seja com outros setores da comunidade.
Estas dimensões reafirmam a abrangência da ação Supervisora, que passa
a responsabilizar-se por um conjunto de ações para além da prática
pedagógica.
Libâneo e Pimenta (2002, p. 29), refletindo sobre a formação do Pedagogo,
trazem que: Não é possível mais afirmar que o trabalho pedagógico se reduz
ao trabalho docente nas escolas. A ação pedagógica não se resume a ações
docentes, de modo que, se todo trabalho docente é trabalho pedagógico,
nem todo trabalho pedagógico é trabalho docente.
Está abordagem rompe com o reducionismo que muitas vezes é relegado à
Pedagogia, pois é comum reduzir a ação pedagógica à docência, o que
seria um equívoco, uma forma estreita de defini-la (LIBÂNEO e PIMENTA,
2002).
Cabe destacar que a presente pesquisa pretende abordar exclusivamente as
relações existentes entre Supervisor Escolar e professores nas instituições
de ensino regulares, sendo que estas informações têm como objetivo expor
as possibilidades de atuação deste profissional.
A própria ação pedagógica transcende a simples transmissão de
conhecimento,
pois
envolvem
pessoas,
valores,
saberes,
culturas,
concepções e experiências diversas daqueles que as realizam. Libâneo e
Pimenta (2002, p. 43-44) destacam que:
Dada a natureza do trabalho docente, que é ensinar como contribuição ao
processo de humanização dos alunos historicamente situados, espera-se
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dos processos de formação que desenvolvam os conhecimentos e as
habilidades, as competências, atitudes e valores que possibilitem aos
professores irem construindo seus saberes fazeres docentes a partir das
necessidades e desafios que o ensino como prática social lhes coloca no
cotidiano.
Percebe-se que estão envolvidas inúmeras questões no espaço de ação do
Supervisor Escolar nos espaços institucionais de educação, demandas que
acabam por exigir dele próprio enquanto profissional,um desafiar-se
constante, uma busca de formação para contribuir com seus pares.
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CAPÍTULO III
O PAPEL DO SUPERVISOR ESCOLAR
O presente trabalho procura desmistificar a figura do supervisor escolar,
acentuando sua atuação e sua importância junto aos professores, na
seleção de conteúdos e a adoção de métodos de ensino no cotidiano da
escola, sobretudo, na abordagem de temas transversais.
A atuação do supervisor escolar, figura importante de mediação no sistema
escolar. A figura do supervisor e, também, do orientador educacional,
surgiram como representantes educacionais do sistema ditatorial que se
impunha.Eles assumem, numa ação coordenada, o reverso daquilo que se
pretendia que fossem. O supervisor, de mero controlador, passa a ser o
articulador do conhecimento veiculado na escola.
Neste trabalho, a proposta é analisar o papel do supervisor escolar no
processo educacional .
Sabendo-se que a observação favorece vivenciar, de perto, o sujeito
pesquisado. Vale ressaltar que a melhor ocasião para o registro é o local
onde o evento ocorre, evitando a deturpação.
Podemos salientar que a entrevista é um recurso que possibilita estabelecer
certa relação de confiança com o entrevistado, sendo instrumento para se
obter informações que, de outra maneira não seria possível.
A entrevista aplicada baseou-se no levantamento da percepção dos
professores em relação a ação supervisora e também a forma como o
supervisor participava na seleção de conteúdos na escola campo.
Foi importante, então, investigar se o que era proclamado era também a
prática pedagógica da escola. Percebeu-se que a escola analisada buscava
levar seus alunos a vivenciarem relações de cordialidade e respeito às
diferenças.
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Nos dias atuais faz-se necessário que haja um consenso entre direção,
supervisão e professores, pois é primordial a mobilização da escola para a
discussão política da prática pedagógica.
Na escola campo foi possível perceber o quanto é importante o papel do
supervisor na seleção de conteúdos e na busca incansável de sensibilizar
professores para que alguns temas atuais fossem discutidos nas salas de
aula.A inovação de conteúdos é um campo específico da atuação
profissional do supervisor, no qual também ele pode soltar sua criatividade.
O currículo é uma das áreas em que a escola esteve amarrada a um projeto
centralizador. Os supervisores e docentes precisam ter iniciativa, planejar
coletivamente a criação e seleção de novos conteúdos coerentes com o
contexto de vida dos alunos.
O supervisor é, pois aquele profissional que serve de apoio, para a ação dos
professores. Durante a pesquisa, vivenciei o quanto a supervisora “A” se
preocupa em sensibilizar e instigar a criatividade dos professores, pois, é a
partir dela que o docente motivado pode contribuir de forma qualitativa na
aprendizagem.Analisando as atividades de supervisão percebe-se o quanto
o planejamento é valorizado.
Considerando esta citação, percebo que trabalhar conteúdos relacionados à
vivência dos alunos proporciona uma aprendizagem coerente com o que o
aluno vivencia e, portanto acarreta uma facilidade para assimilar o
conhecimento proporcionado pela escola.
A realização deste trabalho proporcionou compreender que o papel do
supervisor deve estar sempre pautado numa postura ética numa prática
reflexiva para que, junto aos demais envolvidos com a educação escolar,
tenha como meta final a aprendizagem e a assimilação, por parte dos
alunos, de conteúdos relacionados com o mundo atual.
“O
papel
do
Supervisor
escolar”.
Desta
forma
ficaram
algumas
interrogações entre a teoria defendida durante o módulo e no curso com a
prática realizada dentro das escolas.
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Ficava muito atenta durante o curso nas opiniões e comentários dos meus
colegas e pensava:
Será que na prática realmente executam a função de supervisor?
Ou será só na teoria?
As dúvidas foram aumentando e imaginava como a teoria e prática poderia
caminhar sempre junta, fazendo-se presente no dia-a-dia do trabalho do
supervisor escolar.
Com base nisto, desenvolveu-se uma fundamentação teórica que traz as
reais funções do supervisor na atualidade e suas contribuições para uma
educação de qualidade. Assim teve-se a oportunidade de investigar, a teoria
e a prática, relacionando ambas com questões a respeito do papel do
supervisor escolar e como estes papéis estão sendo desempenhados na
prática
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CONCLUSÃO
De acordo com o exposto, surgem reflexões sobre a importância dispensada
hoje a figura do supervisor na escola e como ele próprio se valoriza. Foi
mostrado que na história surgiram várias transformações na educação com o
intuito de melhorar a qualificação do supervisor escolar, feita essa análise da
história da função supervisora, percebemos que muitos movimentos foram
feitos em prol de melhorias e que evoluímos bastante com todas essas
transformações ocorridas ao longo da história.
A história da Supervisão Educacional acompanha a história da educação e,
atualmente, busca fazer uma releitura da realidade a fim de oferecer subsídios
para a construção de uma educação mais democrática e eficiente.
Espera-se que este trabalho científico que aborda a função supervisora em um
contexto histórico, contribua para que o supervisor seja mais valorizado, assim
como ele próprio se valorize, que haja mais investimentos na sua formação
contínua e que ele também tenha a coragem, o espírito de liderança, a
segurança e a autonomia que a sua profissão requer, tendo a consciência de
que a trajetória foi árdua para chegar ao patamar atual.
Conclui-se que nossa sociedade vive em constante mudanças, então um
supervisor antenado com as transformações do mundo, com certeza, será um
supervisor mais ativo, mais participativo, empático e consciente do seu papel
nessa sociedade.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CARNEIRO, Moací Alves. LDB fácil: leitura crítico-compreensiva:
artigo a artigo. Petrópolis – RJ: Vozes, 2002.
CAMBI, Franco. História da Pedagogia. Tradução de Álvaro
Lorencini. São Paulo: Ed.:UNESP, 1999.
FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Gestão escolar in Supervisão
Escolar: Novos Desafios e Propostas. Ana Machado, web artigos, publicada
em12/10/2007. www.webartigos.com.br.
FILHO, Geraldo Francisco. A Educação Brasileira no contexto
histórico. Campinas, SP: Alínea, 2001.
PILETTI, Claudino; PILETTI, Nelson. Filosofia e História da
Educação. São Paulo: Ática, 1999.
ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Educação no Brasil.
Petrópolis-RJ: Vozes, 2003.
SAVIANI, Demerval. A supervisão educacional em perspectiva
histórica: da função à profissão pela mediação da idéia. In:____________
FERREIRA, Naura Syria Carapeto (org.). Supervisão Educacional para uma
escola de qualidade: da formação a ação. São Paulo: Cortez, 1999. cap. 1,
p.13-38.
A leitura de teóricos – ALARCÃO (1996, 2001, 2003), MORIN
(2001), PERRENOUD
(1999, 2000), DELLORS (1999), VASCONCELLOS (2002) –
aponta para a emergência de uma ação pedagógica
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comprometida/contextualizada, que resgate os valores, a compreensão de
mundo e as necessidades sociais.
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/28282/1/A-FUNCAOSUPERVISORA-NUMA-PERSPECTIVA-HISTORICA-/pagina1.html#ixzz14mxXUWBB
http://www.webartigos.com/articles/28282/1/A-FUNCAO-SUPERVISORANUMA-PERSPECTIVA-HISTORICA--/pagina1.html
http://www.webartigos.com/articles/30951/1/SUPERVISOR-EDUCACIONALARTICULADOR-DA-EDUCACAO-DE-QUALIDADE/pagina1.html#ixzz14yM53VKL
http://www.webartigos.com/articles/30951/1/SUPERVISOR-EDUCACIONALARTICULADOR-DA-EDUCACAO-DE-QUALIDADE-/pagina1.html
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Anexo
Questionário para professor
Qual a definição o professor tem do supervisor escolar?
Defina a função do supervisor escolar na sua Instituição?
A prática é realmente executada pela função do supervisor?
O trabalho do supervisor escolar dentro da instituição de ensino contribui para
qualidade do Processo de ensino?
Qual sua expectativa,sobre o supervisor escolar?
Como você percebe na prática?
Qual é o perfil do Supervisor escolar?
Você considera importante o Supervisor Escolar acompanhar o seu trabalho?
Por quê?
O que o Supervisor observa e o que pensa a respeito de sua ação na escola?
O Supervisor Escolar desempenha seu trabalho democraticamente ou
demonstra ausência de auto-crítica? Comente?
Como você percebe a relação do Supervisor com os demais membros da
equipe diretiva?
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Glauce Almeida dos Santos