UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM O ENSINO SUPERIOR NO BRASIL E A IMPORTÂNCIA DO AUTOCONHECIMENTO, IMPACTANDO NA ESCOLHA PROFISSIONAL E DE SUCESSO Por: Domingo Alevato de Natale Neto Orientador Profª. Mônica Ferreira de Melo Rio de Janeiro 2011 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM O ENSINO SUPERIOR NO BRASIL E A IMPORTÂNCIA DO AUTOCONHECIMENTO, IMPACTANDO NA ESCOLHA PROFISSIONAL E DE SUCESSO Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Docência do Ensino Superior. Por: Domingo Alevato de Natale Neto 2 AGRADECIMENTOS Aos professores, amigos e parentes, que me ensinaram, orientaram e mostraram a importância da especialização dentro da formação acadêmica. 3 DEDICATÓRIA Dedico à minha mãe – Izabel Aguiar e ao administrador e amigo Ricardo Menezes, que sempre me incentivaram e apoiaram. 4 RESUMO O objetivo deste trabalho é mostrar as mudanças sofridas pelo ensino superior no Brasil, no período de 1964 até o final dos anos de 1990 e, consequentemente, mostrar a relação entre o público e o privado na educação superior, setor estratégico, que apenas expõe os problemas desse processo contemporâneo de refuncionalização do estado para o capital, reafirmando o seu caráter intrinsecamente privado em uma sociedade de classes. As transformações da educação superior, ao longo dessas décadas, serve como parâmetro para a compreensão entre Estado e Sociedade e ainda, desta com a educação, que visa a emancipação da humanidade, formando profissionais capazes de exercer suas profissões, de acordo com cada perfil, respeitando os talentos e habilidades. Então, o que é Talento? Como reconhecê-lo? Neste sentido, será abordada a ferramenta DISC, uma moderna teoria que surgiu nos anos vinte, no livro As Emoções de Pessoas Normais, de William Moulton Marston, mais conhecido pela invenção do polígrafo (detector de mentiras). Esta metodologia avalia quatro fatores fundamentais do comportamento humano: Dominância, Influência, Estabilidade e Conformidade. 5 METODOLOGIA O modelo de estudo utilizado para a elaboração deste trabalho é o da pesquisa explicativa, pois aborda o tema sobre a educação superior no Brasil e uma ferramenta existente que serve como auxílio no auto-conhecimento. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica com base na consulta a livros e sites. Algumas obras ajudaram no enriquecimento desta pesquisa, destacando os autores: Anísio Teixeira, Lalo Watanabe Minto e Jorge Matos, A proposta é mostrar a relação entre a evolução do ensino superior no Brasil e a importância do auto-conhecimento, alinhada ao perfil pessoal, possibilitando o exercício de uma carreira de sucesso e feliz. O método de trabalho adotado para elaboração desta monografia foi, segundo o modelo proposto por Gil (2002 apud MATIAS e ALEXANDRE FILHO, 2008): o da pesquisa explicativa, pois aborda os aspectos comportamentais, como fator chave para uma vida pessoal e profissional plena e de sucesso, através da ferramenta DISC e a Pesquisa Bibliográfica, por utilizar dados encontrados em trabalhos científicos, relacionados ao tema e de domínio público, como: levantamento da literatura, incluindo um breve panorama das mais diversas teorias, e a partir dos livros clássicos disponíveis no Brasil, assim como levantamento dos artigos científicos disponíveis nas revistas científicas especializadas no tema. Além disso, foi feito uso dos sítios de busca na internet, especialmente o Google Acadêmico. 6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - O SISTEMA DE ENSINO BRASILEIRO 10 CAPÍTULO II – PERSPECTIVAS DE COMPORTAMENTOS 26 CAPÍTULO III – A ESCOLHA DE UMA CARREIRA ALINHADA AO PERFIL PESSOAL 33 CONCLUSÃO 39 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41 ÍNDICE 43 7 INTRODUÇÃO Ao fazer uma retrospectiva da atual realidade global, percebe-se, facilmente, que vive-se a era que traz um padrão inédito de competição entre as pessoas. Esta fase traz um grande desafio em termos de aprendizagem e capacidade efetiva de geração de resultados. Hoje, os profissionais precisam passar por reciclagens em períodos cada vez mais curtos, exige-se a obtenção de um grau de proficiência elevado, em menor espaço de tempo, para um maior número de competências, e a manutenção do nível de excelência, necessário à garantia da sobrevivência, é um desafio permanente. Em resumo, trabalha-se mais, por mais tempo e com um nível mais elevado de exigências. A competição ultrapassou países ou mesmo organizações, para chegar a cada uma das pessoas. Afinal de contas, tem-se que aprender mais e mais rápido, com uma velocidade que jamais foi experimentada por antepassados, precisando gerar resultados concretos e crescentes. Através da ferramenta DISC, um dos instrumentos de análise do comportamento humano mais validados e reconhecidos em nível mundial, segundo especialistas, apresenta de que forma as pessoas podem utilizá-la no sentido de se autoconhecer e potencializar seus pontos fortes e, inversamente, minimizar os pontos fracos e medos, para que, assim, tenham uma vida muito mais alinhada e coesa com a sua própria essência, com os talentos inerentes à sua personalidade e existência. Esta metodologia avalia quatro fatores fundamentais na avaliação do comportamento humano: D de dominância, I de influência, S de estabilidade e C de conformidade. O alto D indica uma pessoa objetiva, direta, assertiva, focada em resultados, pragmática e independente. O alto I sugere um indivíduo orientado ao social, comunicativo, persuasivo, empático e flexível. Já o alto S é encontrado 8 em pessoas pacientes, organizadas, ponderadas, estruturadas, amáveis e previsíveis. E, finalmente, o alto C especifica pessoas meticulosas, perfeccionistas, orientadas às regras e normas, cautelosas e lógicas. A partir do momento que são identificados os talentos individuais, os pontos fortes poderão ser analisados e maximizados, desenvolvendo, assim, as aptidões naturais. Da mesma forma, com o conhecimento das características não naturais, pode-se direcionar áreas de atuação e atividades profissionais às quais essas características tenham pouca importância, minimizando as possibilidades de frustrações, infelicidade e desmotivação. Será de grande valia abordar uma das principais barreiras para o sucesso das pessoas e empreendimentos: a falta do conhecimento sobre o comportamento do ser humano, que afeta negativamente o ambiente de trabalho e a vida pessoal de cada indivíduo. 9 CAPÍTULO I O SISTEMA DE ENSINO BRASILEIRO O Brasil, definitivamente, precisa avançar em diversos aspectos no tocante à política de ensino, principalmente no nível superior, e abordando fatores que vão desde a importância e remuneração dada ao corpo docente, passando pelo formato da seleção para ingresso nas universidades, até a metodologia de ensino, ainda muito focada em passar conhecimento aos alunos, ao invés de ensiná-los a pensar, além de dar um direcionamento adequado à carreira, de acordo com os talentos individuais de cada estudante. Matos e Portela (2006) evidenciam o grande déficit educacional brasileiro que, apesar de algumas ações pontuais, está muito aquém da complexidade individual e exigência do mercado competitivo global. Primeiro, porque as instituições que regulam o ensino e as que praticam são dirigidas por pessoas que têm por premissa somente disponibilizar o conhecimento. Elas esquecem que, para isso, já não é necessário praticamente grande esforço. Fruto dos avanços na tecnologia, hoje é possível ter fácil acesso ao computador, à televisão, ao rádio, jornais, livros e revistas. Logicamente que, quanto maior a disponibilidade, maior será o seu consumo. Dessa forma, o problema aqui deixou de ser estritamente educacional, mas de logística e de decisão política para levar toda a tecnologia disponível às escolas e lares. Segundo, porque existem fatores culturais impeditivos. Educação nunca foi levada realmente a sério no país. Terceiro, porque a situação dos empresários da indústria da educação é cômoda – grande parte das escolas e universidades tem pouca concorrência, cabendo a elas simplesmente colocar um quadro negro e um professor, freqüentemente mal preparado e pessimamente remunerado, para resolver o que se chama de sala de aula. Assim, na visão de Matos e Portela (2006), as escolas e universidades devem considerar que o mercado precisa de pessoas que façam e não de pessoas que somente saibam. Isso porque há um longo caminho entre um e outro. 10 As empresas e a sociedade estão dispostas a pagar pelo que as pessoas fazem e não simplesmente pelo que elas sabem. Assim, é vital criar o caminho da alta performance, onde as pessoas conheçam suas características comportamentais, descubram seu tipo de inteligência, corram atrás dos seus sonhos, escolham as formações acadêmicas que tenham a ver com o seu tipo de inteligência e seus sonhos, e venham a exercer funções que estejam alinhadas à sua formação acadêmica e aos seus comportamentos. Para tanto, segundo MATOS (2009) será necessário criar uma nova proposta pedagógica envolvendo: escolas, empresários, mestres e alunos que venha a: • Preparar os professores adequadamente para serem facilitadores do aprendizado. • Possibilitar que as pessoas conheçam os seus comportamentos e que talentos estarão mais aptas a desenvolver. • Ajudar aos alunos a entender que tipos de inteligência possuem. • Ajudá-las no encaminhamento de formações que sejam mais adequadas aos seus tipos de inteligência e alinhadas aos seus sonhos e expectativas. • Instrumentalizar as escolas para operarem, no sentido de fortalecer os alunos naquilo que sejam suas reais competências. • Alinhar os conteúdos das escolas frente à realidade de mercado e ao perfil dos seus alunos. • Implantar instrumentos que acelerem a ida dos alunos para o mercado de trabalho, através da criação de comunidades de alunos e ex-alunos, para testar o seu aprendizado e colocar na prática os seus talentos, desenvolvendo com isso mais rapidamente suas habilidades. • Trazer as empresas para dentro das escolas, como forma de diminuir a lacuna e dissociação existente entre o mundo educacional com o mundo corporativo. 11 • Criar bibliotecas especializadas nas diversas faculdades e cursos, possibilitando aos alunos uma base estruturada de conhecimentos voltados a criar sua empregabilidade. • Investir em pesquisas que acelerem o aprendizado para o trabalho, criando, mais rapidamente, riquezas que possam ser revertidas para a própria sociedade. • Compreender que os conhecimentos a serem aplicados exigem, idealmente, comportamentos que servirão como veículos, para levar o aprendizado obtido à geração de riquezas. Considerando as naturais resistências, incluir todos estes elementos no processo de ensino atual, será uma tarefa hercúlea. No entanto, não é possível permitir que o governo, os órgãos regulamentadores, as escolas e universidades deixem de cumprir, na plenitude, o seu papel junto à sociedade. É muito fácil ver as pessoas falharem e dizer-lhes, simplesmente, que são incompetentes. 1.1 - Consolidação e Expansão do Ensino Superior Ao considerarmos a expansão do ensino superior, afirma Teixeira (2005) que devemos ter em vista que a mesma se fez ao correr das circunstâncias, sem plano de previsão, ou mesmo propósito deliberado. Além disso, não decorreu de ato legal determinado, nem refletiu o longo debate educacional que se iniciou na década de 1920 e não mais se interrompeu até a votação da Lei de Diretrizes e Bases, em 1961. Afirma Teixeira (2005) que: “Registra-se, após esta lei, uma exacerbação do ritmo de crescimento, mas o mesmo obedecia à impulsão anterior pelo aumento de oportunidades de matrícula” (p.205). E ainda que, restabelecidas as condições democráticas com a constituição de 1946, surge, afinal, o projeto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, mas o mesmo não alcançou entrar em discussão na Câmara Federal 12 senão em 1961, sob a forma de um substitutivo em parte discordante do modelo inicial. Para Teixeira (2005) o ensino superior continuava a ser um serviço de distribuição de credenciais para certos cargos e profissões e não centros de estudos da cultura e do homem brasileiro e das pesquisas para a descoberta e o avanço do conhecimento humano. E, por isso mesmo, as escolas podiam se multiplicar, apesar das limitações do saber existente no tempo e lugar, e da imensa falta de recursos financeiros. Talvez tudo se prendesse à forma de constituição da escola pelo agrupamento de cátedras únicas (o mais alto posto da hierarquia do magistério), ficando a sua expansão impedida pelo fato de haver um único catedrático para cada matéria do currículo. Como a ampliação da matrícula importaria em multiplicar-se o número dos catedráticos, a escola resistia à ampliação, porque iria criar a competição entre as cátedras e retirar-lhes o tranqüilo sentimento de monopólio. Se a cátedra fosse organizada à maneira de um departamento, podia-se imaginar a ampliação pelo aumento dos professores adjuntos ou assistentes, mas a cátedra não era a mesma coisa que o departamento, e sim a responsabilidade do catedrático único pelo ensino da cadeira em um curso único, a ser dado por ele, com o auxílio de professoresassistentes: daí não poder a escola crescer sem atingir essa responsabilidade singular pelo ensino por parte de apenas um catedrático. O mesmo autor entende que a real concepção da escola superior no Brasil parece ter sido, desde o princípio, a de um organismo composto de cátedras de certas matérias, que constituíam o currículo do curso único oferecido pela escola. Vemos isto muito nitidamente nos cursos médicos, jurídicos, ou de engenharia, das escolas tradicionais. Como cada cátedra só podia ter um catedrático, a matrícula ou o crescimento da escola estava relacionada à quantidade de alunos de que poderia se ocupar o catedrático. Criado o catedrático e o currículo único do curso, cada escola não podia crescer além da capacidade individual do catedrático. Cita Teixeira (2005): “O numerus clausus não era tanto o da 13 capacidade da escola pelo seu espaço e equipamento, quanto o número de alunos de que podia se ocupar o professor” (p.207). Desta forma, Teixeira (2005) explica que o numerus clausus (número restrito), que se veio a adotar, não dependia da escola e seu prédio e instalações, mas do número de catedráticos. Daí ser fixado para cada curso e não pela escola como um todo, o que se podia ver nas faculdades de filosofia, em que o número de matrícula era fixado pelo professor principal do curso. Nas de medicina e direito o problema não chegou a existir, porque cada uma oferecia um curso único. Nas escolas de engenharia e nas de filosofia, o problema se resolveria com os professores catedráticos de cada curso, ressalvado sempre que o curso não podia crescer, pois era sempre único, embora de tipos diferentes. Com o crescimento corrente dos conhecimentos humanos, isso seria inevitável, pois nenhuma cabeça domina hoje todos os conhecimentos em sua matéria. Na concepção de Teixeira (2005) a essência do problema é a de oferta de múltiplas variedades de curso e a organização do currículo em parte pelo aluno, mediante escolha entre os cursos oferecidos, dentro das normas que fossem estabelecidas. Esses cursos seriam concebidos como o programa de ensino de cada professor (curso, entre nós, é currículo, ou seja, série de matérias para a formação de um tipo de profissional), o qual o organizaria dentro do vasto campo de sua matéria, conforme a sua especialidade e por níveis de estudo da matéria, podendo ser estudos básicos, ou propedêuticos, ou especializados, e estes, mais ou menos avançados, ou maiores e menores, acompanhando tudo isto a hierarquia de cursos de pré-graduação, de graduação e de pós-graduação. Tal organização não seria incompatível com a cátedra, que já não seria de toda a matéria, mas da especialidade do professor e do nível de ensino em que iria ministrar, havendo, por conseguinte, tantos catedráticos quanto pudesse ter a escola, sendo a sua distinção a de ser uma autoridade naquele campo de estudo e ensino, em seus diferentes níveis e em suas diversas especializações. 14 E, tais tipos de cursos uniformes e únicos somente são possíveis em nível propedêutico ou de cultura básica ou geral, passando, logo depois do primeiro grau, o de bacharel, a cursos especializados, e depois crescentemente mais avançados e mais especializados, e, no campo\profissional, diversificados pelas inúmeras ocupações existentes. Em 1930, essa expansão é moderada e relativamente lenta, afirma Teixeira (2005). Consideradas as escolas hoje existentes, o mesmo autor relembra que há 24 fundadas antes de 1900, as quais são hoje todas públicas, com exceção de uma, a Escola de Engenharia da Universidade de Mackenzie. Não quer isto dizer que todas tenham sido fundadas pelo poder público, mas que foram posteriormente federalizadas, outro aspecto do desenvolvimento escolar que está a pedir estudo e análise.Entre 1900 e 1910 criaram-se outras 13 escolas; de 1910 a 1920 criaram-se mais 34; e de 1920 a 1930 outras 15, sendo, o total, até 1930, de 86 escolas. De 1930 a 1945 foram criados 95 novos estabelecimentos, mais dos que nos trinta anos anteriores, passando o total a 181. Entre 1945 e 1960 foram criados 223 estabelecimentos, passando o total a 404. Também essa época multiplicam-se as universidades. Entre 1960 a 1968 surgem 375 novas escolas, ficando o total em 779, com cerca de 280 mil estudantes. Entre 1930 e 1968 o número de escolas cresce nove vezes, e o da matrícula mais quatorze vezes. Este crescimento, por certo espantoso, fez-se pela multiplicação dos estabelecimentos existentes, pela criação de estabelecimentos novos até então inexistentes e a sua imediata multiplicação, e pela diversificação de cursos nos estabelecimentos com currículos diferenciados, com a faculdade de engenharia, a de filosofia, a de economia e a de artes. Todo esse movimento, após 1960 é considerado como um surto para Teixeira (2005), ocasionado pela influência da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que acentuou a cooperação da atividade privada no campo da educação. Pode-se notar que o ensino superior privado é dominantemente de 15 preparo para as carreiras de serviços (inclusive o magistério secundário), sendo menor a sua contribuição nas carreiras de engenharia, medicina, altamente exigentes em professores e equipamento. 1.2 - A Problemática do Ensino Superior e a Reforma Conforme explica Minto (2006), o ensino superior surgiu já tardiamente no Brasil, nos moldes de umas poucas escolas superiores produzidas ao seu tempo e orientadas exclusivamente pelos interesses da elite, cuja existência se associava a sua dependência e subserviência no plano internacional, incapaz de realizar as tarefas mínimas das revoluções burguesas, sobretudo nos moldes europeu ocidental e norte-americano. Orientação, porém que, diante do movimento contraditório e complexo da história, seria, de certo modo, subvertida no processo de desenvolvimento do ensino superior e, posteriormente, da universidade brasileira, extrapolando seu caráter de “universidade das elites para as elites”. E ainda nos mostra que o período que se inicia com o Golpe de 1964 e a instauração da Ditadura Militar que se estende até 1985, não tem um caráter autoexplicativo. Contudo, em suas principais realizações referentes ao ensino superior, apresenta significativas indicações de um processo de longa duração, em termos das políticas educacionais no Brasil, que encontra, nos anos de 1990, momento decisivo. Minto (2006), então define que por essa mesma razão, não cabe aqui afirmar que os anos de 1990 “encerram” um período histórico em que tais ou quais mudanças foram processadas. Mas é significativo o fato de que as reformas para o ensino superior no Brasil dos anos de 1990 ocorrem num sentido muito particular, que parece arrefecer ainda mais (para não dizer eliminar) aquilo que já denominado de “interesse do desenvolvimento nacional”. As conseqüências trágicas desse processo de efetiva (re)colonização cultural, não raro, expõem as 16 próprias máculas das quais não pudemos nos libertar ao longo de cinco séculos de história. Entende Teixeira (2005), conforme sua citação que: A situação que procuramos descrever ressalta os problemas com que se defronta o ensino superior. Há, sem falar na reestruturação indispensável, duas necessidades que ainda não foram adequadamente atendidas: a da mudança do conteúdo dos cursos e a dos métodos de ensino, em virtude da transformação sofrida pelo conhecimento e saber humanos e pela sociedade em pleno processo de revolução industrial e tecnológica dos nossos dias (p. 223). Conforme relato de Teixeira (2005), surgem duas necessidades novas – a dos conteúdos e programas de ensino e a dos métodos e atitudes do professor – fizeram do ensino superior uma atividade especialmente difícil, profundamente ligada aos próprios problemas da sociedade, às suas condições de trabalho em transformação e às novas tecnologias, e voltadas para o futuro a não para o passado. Para Teixeira (2005) todo o saber foi transformado e está se transformando, e a necessidade de estar em dia com a cultura fez-se absorvente e, de certo modo, angustiosa. A aplicação do saber à vida de tal modo se ampliou, que em todos os setores do trabalho humano a necessidade de estar continuamente a aprender veio retirar qualquer sossego ao saber estabelecido. Desta forma, esse problema de reestruturação do ensino não foi, contudo, imediatamente pressentido, e toda a expansão se fez pela multiplicação de escolas, dentro dos moldes e pressupostos existentes, não havendo nenhuma idéia diretora, nem sentimento de plano ou crescimento orgânico. Enquanto as escolas eram estabelecimentos isolados, cada uma existia como entidade fechada, mergulhada em seus próprios problemas e sem sentir a sua repercussão no meio ambiente. 17 Entretanto, afirma Teixeira (2005), com a criação da universidade, já não seria tão fácil manter tal isolamento. A expansão puramente vegetativa começou a criar problemas, não somente quanto à admissão de alunos, mas também quanto as próprias dificuldades de funcionamento do novo complexo em que a universidade se vinha transformando. Explica Teixeira (2005) que quase simultaneamente com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases, que abrira certas perspectivas à mudança, mas não a prescrevera nem determinara, votou o Congresso a Lei de criação da Universidade de Brasília, instituindo estrutura para o desempenho de sua função radicalmente diversa da estrutura tradicional da escola superior brasileira. Ou seja, essa Universidade de Brasília nascera de um projeto em que colaborara a elite do magistério nacional, e seu modelo refletia soluções a que chegara a consciência crítica desse magistério, no que tinha de mais novo, o seu corpo de cientistas físicos e sociais. Teixeira (2005) relata que a reforma não se fez dentro da universidade, pelo debate e resultante consenso do magistério, mas por atos legislativos a princípio permissivos e depois coercitivos que impuseram a reestruturação dentro das grandes linhas do modelo da Universidade de Brasília. Este mesmo autor diz que a partir de 1996, quando teve início, o movimento de reorganização do ensino superior, promulgou-se 21 atos legislativos sobre a universidade e o ensino superior, fora 39 outros de legislação correlata. Daqueles primeiros 21, 12 são sobre a universidade e o ensino superior, 03 sobre o seu magistério, quatro sobre finanças e recursos e dois sobre estudantes e vida estudantil. Algumas das modificações, afirma Teixeira (2005), decorrentes de toda essa legislação, são radicais e importam em alterações profundas e de moldes anteriores estabelecidos, tais como a supressão da cátedra, a implantação dos departamentos, o estabelecimento de um sistema de órgãos ou autoridades de 18 coordenação e controle da universidade, acima do diretor da escola e da congregação, que anteriormente constituíam os órgãos fundamentais do poder no ensino superior, sob a supervisão do conselho universitário. Resta saber como se implantarão tais reformas e que resistência irão elas encontrar em velhos hábitos estabelecidos e resistentes. Compreendem a reorganização dos mecanismos de decisão na universidade, uma considerável divisão de áreas de trabalho no nível das autoridades centrais, uma nova composição das escolas, faculdades e institutos por departamentos, um novo status e uma nova carreira do professor, uma nova distribuição deles por departamento, uma nova composição dos cursos por disciplinas distribuídas por diferentes departamentos, possivelmente situados em diferentes escolas, faculdades e institutos, talvez uma matrícula dos alunos pela universidade, com frequência em diferentes departamentos, que poderão estar em diferentes escolas, faculdades e institutos. Teixeira (2005) comenta que os decretos-leis de reestruturação das universidades brasileiras, os planos de reestruturação, a aprovação dos planos pelo Conselho Federal, os novos estatutos a serem formulados, são uma revolução, sem dúvida, mas no gênero de declarações e afirmações de mudança. E ainda, que a verdadeira tripologia do estudante superior não é fácil de estabelecer: há o estudante com vocação real para o estudo, nas suas variantes de artista ou boêmio, de intelectual e de político ativista; o estudante sério, que quer passar nos exames; o estudante preocupado com a carreira; e o estudante desinteressado dos estudos, nos dois tipos – o esforçado, para cumprir as exigências da família, e o vadio. Continua Teixeira (2005), que a escola rarissimamente tem espaço para eles além da sala de aula. As bibliotecas são raras, pequenas e mal equipadas. Parece que têm de comprar seus livros e que o tempo de estudo será dominante em casa. 19 Como pode ser visto através do entendimento de Teixeira (2005), o modo pelo qual o ensino superior se instituiu no Brasil como fenômeno histórico não foi resultado de acidentes, como julgam alguns, mas adaptação consequente às condições e às possibilidades da sociedade então estabelecida. O professor de tempo parcial, os cursos como processos de familiarização superficial com a cultura fundamentalmente estrangeira, a ser transplantada para aqui, objetivando constituir um traço de união com a cultura européia suscetível de nos fazer compreendê-la, se não de aplicá-la propriamente – representam instituições concebidas e criadas por nós e adaptadas às condições existentes e ao que se tinha em vista conseguir. Para este mesmo autor, a pressão para a reforma da universidade vem-se fazendo cada vez mais forte em face dos novos conhecimentos humanos; em face da sociedade emprenhada em seu próprio processo de desenvolvimento, e não apenas em preparar uma elite ilustrada para representá-la perante o mundo; em face das mudanças concretas que ocorrem na sociedade, em virtude da transplantação inevitável de tecnologias que se vão fazendo universais e atingindo profundamente a vida corrente. Conforme Teixeira (2005) a idéia da reforma deveria partir do projeto de objetivar a nova cultura científica e tecnológica que temos de ministrar na universidade. Essa nova cultura é uma cultura operacional e altamente especializada, exigindo métodos de transmissão muito elaborados e precisos, em que as idéias não são apenas formas de compreensão e entendimento, mas planos e modos de ação, de prática, de operação. Sendo assim, afirma Teixeira (2005), a reforma consistia em dar aos cursos profissionais, no mínimo, o que já vinha conseguindo a escola de medicina, a escola superior de enfermagem, a escola de saúde pública e, em menor grau, a escola de engenharia; e quanto ao que se vem chamando de ensino básico, mas que prefiro chamar de ensino acadêmico das letras e das ciências, assim compreendendo o ensino desinteressado do saber pelo saber para formar os seus 20 cultores ou pesquisadores, que se farão ou produtores de letras e ciências, ou seus professores, o problema era o de organizar os cursos nesses setores com o sentido de profundidade e proficiência que requer o seu estudo em nível universitário. O exemplo também aí da escola de medicina não seria de desprezar. A organização de certos institutos criados em torno de cadeiras do ensino médico fornece modelos absolutamente respeitáveis, sendo que alguns se fizeram centros de pesquisa do saber pelo saber, que deve marcar as escolas acadêmicas (como oposto ao profissional) de letras e ciências. Toda essa reforma objetivava atender a problemas reais da nossa conjuntura universitária, conduzindo a uma melhor divisão de trabalho entre as diferentes categorias de professor, no sentido da competência e direção do seu espírito, e uma melhor divisão também dos estudantes, oferecendo-lhes no curso básico, ou melhor, no curso inicial de dois anos (ou três), uma oportunidade para se examinarem, se descobrirem e fazerem as suas opções: a do estudante que deixa a universidade por não ser feito para ela ou por achar que lhe bastam os conhecimentos adquiridos; e a do que escolhe uma das carreiras acadêmicas, ou uma das carreiras profissionais.; Graduado nestas, ainda poderia optar por continuar os estudos na escola pós-graduada, para os estudos avançados que o iriam preparar para a pesquisa ou magistério superior. Teixeira (2005) comunga da idéia de que a reforma resolveria, assim, o problema da admissão à universidade, abrindo seus portões para acolher a mocidade que terminasse o curso secundário e alimentasse o propósito de continuar os estudos, oferecendo um curso introdutório, de nível superior, destinado a: alarga-lhe a cultura geral recebida no nível secundário; dar-lhe uma cultura propedêutica para as carreiras acadêmicas ou profissionais; ou treiná-la em carreiras curtas de tipo técnico. Terminados estes cursos é que se iria proceder à seleção dos estudantes para os cursos regulares de graduação nas carreiras acadêmicas ou profissionais. Depois desta formação, nova seleção se faria, imediata ou posteriormente, para a escola pós-graduada. 21 Pode-se entender melhor a visão de Teixeira (2005), quando ele afirma: Para que a reforma planejada se processe, entretanto, torna-se necessário não apenas a mudança de organização ou estrutura da universidade, mas a mudança de funções do professor, o qual passa atuar em cursos diferentes e dar diversos programas de ensino em suas disciplinas, o que importa em novas virtualidades de seu trabalho e, naturalmente, em exigir dele tempo integral e devotamento exclusivo (p. 241). E ainda, que restaria lembrar que, para esta reforma se processar seria indispensável o exame da situação e qualificação do professorado e o esclarecimento ao corpo discente das novas oportunidades e limitações no novo plano universitário. 1.3 - Educação Superior: Nova Linguagem, Velhos Paradigmas Para Minta (2006) as transformações na educação superior ao longo das últimas décadas servem de parâmetro importante para o entendimento de relações entre Estado e sociedade e desta com a educação. As reformas educacionais, tanto no plano prático, como no ideológico, expressam a necessidade de o capital ampliar sua participação no campo educacional (em que suma, nos setores que não se constituíam como espaços próprios da acumulação), adequando-os aos seus desígnios. Cada uma das propostas de política educacional, ou das práticas pedagógicas, criou espaços para a aplicação paulatina das reformas, preparando, por assim dizer, o terreno para as reformas como um todo. Afirma Minta (2006), que por essa razão é que, no contexto da paradoxal “revolução silenciosa” do ensino superior (na versão mais recente, a “revolução gerenciada”) suposto feito atribuído pelos reformadores a si próprios, temas como a avaliação, a autonomia, a diversificação/diferenciação, a qualidade, a equidade, a eficiência/eficácia, a responsabilidade social, a empregabilidade e as competências/habilidades, entre muitos outros, ocupam um lugar privilegiado 22 dentro do arcabouço teórico-ideológico das reformas. Esta “nova” roupagem, que (re)funcionaliza conceitos, muitos deles indevidamente expropriados dos movimentos sociais em defesa da escola pública, esconde velhos paradigmas, escamoteando, com isso, as reais relações sociais das quais se constitui não só o modo capitalista de produção, mas também a forma específica de educação a ele relacionada. Faz-se da propalada “revolução” uma expressão tacanha e falseadora das reais intenções contidas nas propostas que transformaram o ensino superior naquilo que é hoje. O mesmo autor complementa que a história do capitalismo contemporâneo vem mostrando que as possibilidades de exercício desses mecanismos de controle social sobre o capital, a possibilidade de o “humanizar”, ainda que minimamente, estão cada vez mais longe dos horizontes dos capitalismos de origem tardia como o Brasil e o de inserção heterônoma no plano da mundialização. Nem por isso, as velhas bandeiras de defesa da escola pública, gratuita, laica e de qualidade, certamente, perdem sua importância histórica e política dentro dos movimentos sociais de luta contra esse quadro perverso do ensino superior. Mas é preciso ir muito além delas, colocando em questão as próprias bases que as definem, superando, para tanto, a relação público/privado pensada como sinônimo de estatal/não-estatal. Sendo assim, conforme Minta (2006), fica entendido que o mais importante é não perder de vista que o caráter público do Estado é um produto histórico do desenvolvimento das forças produtivas do capitalismo, dessa mesma base de relações materiais, objetivas, na qual se fundam as relações de classe e da qual se originou o próprio Estado moderno. Não há, portanto, a não ser na ideologia burguesa, um Estado ideal, espaço por excelência de realização do público. Se isso nos permite pensar e lutar pela consolidação de uma educação “pública” estatal, não serve, todavia, nos paralisar diante deste que é apenas um meio para a consecução do fim de uma educação efetivamente pública: sem capitalismo, sem Estado ou relações de exploração e desigualdade entre os homens. Uma educação, de fato, para a humanidade. 23 O autor, também nos faz refletir que sobre o pessimismo gerado com a constatação do atual quadro do ensino superior no Brasil e diante das possibilidades futuras de alterá-lo, possível contrapor e afirmar a permanência do otimismo quanto à necessidade de buscar essa mudança, não de forma parcial e restrita, mas centrada em uma nova concepção de mundo e de educação. Do ponto de vista de Minta (2006) na educação superior, a grande mudança em jogo é a das novas relações que se estabelecem entre as necessidades do capital em geral (setor produtivo e financeiro) e a organização do sistema de ensino e pesquisa para executar esse fim. A redefinição do público e do privado no plano desse estado máximo para o capital impõe a privatização como razão última de todos os apelos da sociedade capitalista pela reforma. No campo da educação, esse apelo legitima-se através de uma revitalização da teoria do capital humano, preconizadora de uma educação meramente voltada para a formação de mão-de-obra para o mercado de trabalho e para a satisfação, em geral, das necessidades do setor produtivo, nacional e estrangeiro. Outros conceitos expõe Minta (2006), produzidos no âmbito dessa revitalização da idéia de capital humano, são igualmente imprescindíveis para uma compreensão da linguagem utilizada para conferir legitimidade às políticas educacionais; dois deles em especial: as noções de competências e empregabilidade. Estas noções tornam-se centrais: trata-se da capacidade individual de adaptação ao mercado de trabalho. Uma adaptação que pressupõe formas diferenciadas de educação e de formação – a aquisição de competências individuais -, pressuposto do êxito ou fracasso do indivíduo, que é a capacidade de ser, ou não, “empregável” no mercado de trabalho. Essas formas de qualificação também se submetem à lógica do mercado, sendo elas próprias alvo da concorrência individual. Define-se, assim, um tipo de escola ao mesmo tempo unificadora e diferenciadora: o princípio (liberal) que fundamenta esse tipo de escola é o do oferecimento formal de oportunidades educacionais para todos, 24 permitindo que pela livre concorrência os talentos se manifestem de acordo com as aptidões individuais isoladas das condições materiais de sua produção. É, portanto, conclui Minta (2006), permeada pelas premissas da ideologia pós-moderna que se busca legitimar, nas ciências humanas em geral e na educação, as mudanças em jogo no plano da vida social e das sociedades capitalistas contemporâneas. A ela correspondem as mais diversas formulações teóricas, cuja característica é o singularismo, o subjetivismo, o efêmero, o imaginário e o microscópico e estão intrinsecamente relacionados ao neoliberalismo. Vale ainda, trazer para esta pesquisa, a citação de Minta (2006) sobre o processo de educação: Resta-nos, portanto, a tarefa de seguir pensando, debatendo, lutando e, claro, agindo, na medida de nossas possibilidades, para a transformação das condições vigentes e para a construção de novas bases históricas objetivas, ensejando assim a realização de uma educação pública efetiva, não apenas para o Brasil, mas acima de tudo, uma educação para a emancipação da humanidade; que cada talento possa ser exercitado e aprimorado dentro das possibilidades e oportunidades oferecidas pela educação superior (p. 282). É sinalizado por Minta (2006), que resta-nos seguir pensando, debatendo, lutando e, claro, agindo, na medida de nossas possibilidades, para a transformação das condições vigentes e para a construção de novas bases históricas e objetivas, ensejando assim a realização de uma educação pública efetiva, não apenas para o Brasil, mas acima de tudo, uma educação para emancipação da humanidade. 25 CAPÍTULO II PERSPECTIVAS DE COMPORTAMENTOS Segundo Marston (1989), a definição de comportamento está nas ideias de estímulo e resposta. É um conjunto de circunstâncias ou eventos que faz uma pessoa agir ou reagir de uma determinada maneira. No entanto, pessoas de temperamentos diferentes têm respostas diferentes a um mesmo estímulo. O comportamento é identificado pela conjugação dos diversos perfis de respostas de uma pessoa a estímulos variados. As pessoas apresentam uma grande variedade de comportamentos e formas diversas de ver o mundo. Para Jung (1991), o comportamento humano são padrões na forma como as pessoas percebem o ambiente e tomam decisões. Existem muitas teorias modernas de avaliação e definição dos comportamentos. Para alguns estudiosos, a mais influente de todas se deve a Jung (1991), que cataloga o comportamento individual em quatro tipos diferentes: Produtor, Sensitivo, Intuitivo e Analítico. As definições desses tipos estão baseadas no trabalho do autor sobre o funcionamento da mente inconsciente. Com efeito, Jung era da opinião de que pessoas vêem instintivamente o comportamento como um conjunto de quatro elementos. Os conjuntos, assim formados, têm sido usados em inúmeras técnicas de análise comportamental, de que se destaca a dos comportamentos de Dominância, Influência, estabilidade e Conformidade, identificados por Marston (1989) e conhecidos pela sigla das suas iniciais em inglês DISC. 26 2.1 – Identificação dos Comportamentos com a Ferramenta DISC Segundo Matos e Portela (2006), a preocupação com o comportamento humano, assim como seus efeitos na sociedade, surgiu na Antiguidade, e, até os dias atuais, muitas são as pesquisas e descobertas acrescidas ao conhecimento sobre o indivíduo. Principalmente a partir das pesquisas de Jung (1991), pesquisadores em todas as partes do mundo desenvolveram instrumentos para inventariar os tipos de comportamento das pessoas. Na década de 20, Marston (1989) desenvolveu uma teoria para explicar as respostas emocionais (comportamentos) das pessoas. Até a data, os trabalhos dessa natureza eram restritos apenas a pessoas mentalmente enfermas ou juridicamente insanas. Marston (1989) pretendia estender essas ideias, de modo a abranger o comportamento das pessoas em geral. Para testar suas teorias, necessitava, de algum modo, medir os estilos de comportamento que tentava descrever. A solução foi desenvolver sua própria técnica para medir os fatores comportamentais mais importantes, tendo a escolha recaído sobre os fatores de Dominância, Influência, Estabilidade e Conformidade, em que as iniciais em inglês das palavras Dominance, Influence, Steadiness e Compliance dão origem à designação DISC. Neste contexto, os fatores DISC representam modalidades básicas de reação comportamental dos indivíduos ao ambiente. Nesta terminologia, o comportamento é identificado pela conjugação dos diversos estilos de respostas de uma pessoa a estímulos variados. Ele percebeu que as pessoas expressam nas palavras a sua forma de perceber o mundo, e que as palavras, agrupadas, sugerem características peculiares que conduzem ao reconhecimento de uma forma natural de ser, que Marston (1989) denominou como perfil pessoal. Em seguida, trabalhou com 27 afinco durante muitos anos para sistematizar esse conhecimento de tal maneira que pudesse, através de um questionário de escolha de palavras, mapear o perfil comportamental do individuo, hoje denominado “Questionário DISC”. O questionário DISC foi estruturado com vinte e quatro grupos de quatro adjetivos cada. A pessoa que está preenchendo o formulário deve selecionar qual dos quatro adjetivos por grupo mais se aproxima do seu perfil e qual mais se distancia. Após coletar e processar as respostas do questionário DISC, é gerado um relatório que descreve as características de comportamento daquele indivíduo. Estas informações servirão de base para entender porque determinadas situações são naturalmente prazerosas e outras totalmente conflitantes, estressantes e desmotivadoras. O Gráfico apresentado na figura 1 descreve o estilo “íntimo” ou estrutural de uma pessoa, o tipo de comportamento esperado quando ela está completamente à vontade. Esse estilo pode também ser visto quando as pessoas são provocadas no seu verdadeiro “eu”, já que esse tipo de situação limita a capacidade de adaptação do estilo real. O Perfil Estrutural tende a permanecer mais constante ao longo do tempo do que os outros dois gráficos. Figura1 - Perfil Estrutural Fonte: (MATOS & PORTELA, 2006, p. 71) Ainda segundo Marston (1989), poucas pessoas conseguem manter sempre o mesmo comportamento. Normalmente, elas se adaptam às 28 circunstâncias e exigências de outros ou de determinados ambientes. O propósito do Perfil Adaptado é descrever o estilo de comportamento que o indivíduo considera apropriado no momento presente. Esse perfil, conforme pode ser visto no figura 2, pode mudar significativamente ao longo da vida, à medida que a situação da pessoa e seu meio ambiente mudam – tais modificações, com frequencia, acompanham os eventos importantes na vida da pessoa, como o início de um novo emprego, mudança de residência ou a perda de um parente próximo. Figura 2 -Perfil Adaptado Fonte: (MATOS & PORTELA, 2006, p. 71) Os perfis Estrutural e Adaptado fornecem informações valiosas sobre as atitudes e percepções de uma pessoa. No entanto, é raro que o comportamento real de uma pessoa seja totalmente baseado em um ou outro. O Perfil Resultante, demonstrado na figura 3, combina informações destes dois, de modo a apresentar uma visão geral do comportamento da pessoa. Figura 3 - Perfil Resultante Fonte: (MATOS & PORTELA, 2006, p. 72) 29 A partir do posicionamento que uma pessoa tenha nos seus gráficos DISC, é possível inferir qual o seu comportamento. Cada Fator DISC pode ser avaliado numa perspectiva de alto ou baixo. No centro do gráfico é possível identificar o quadrante superior e o quadrante inferior, ou como simplesmente denomina-se ALTO e BAIXO. Desse modo, é possível dizer que, a depender do quão alto ou baixo é o fator, mais o individuo possui determinadas características. Por exemplo, uma pessoa que tenha no seu gráfico uma alta dominância, representada por um ponto no gráfico da linha D, pode-se inferir que ela seja uma pessoa direta, agressiva, voltada para resultado e que aprecia e busque poder e coisas materiais. Na Tabela 2, a seguir, encontram-se os adjetivos altos, que caracterizam esse exemplo e os baixos que demonstram o inverso. Tabela 2 - Principais Características Gerais dos Fatores DISC ALTA DOMINÁNCIA Iniciativa própria Competitivo Voltado para resultados Elevada auto-estima Direto Objetivo Dotado de Garra ALTA INFLUÊNCIA BAIXA DOMINÂNCIA Conservador Reservado Moderado Não-agressivo Diplomático Despretensioso Cuidadoso BAIXA INFLUÊNCIA Empático Sério Confiante Lógico Otimista Cético Persuasivo Formal Participativo Reservado Sociável Reflexivo Positivo Racional 30 ALTA ESTABILIDADE Bom ouvinte Auto controlado Paciente Amável Previsível Tenaz Ponderado ALTA CONFORMIDADE Auto disciplinado Bom senso Preciso Detalhista Precavido Orientado para procedimentos Perfeccionista BAIXA ESTABILIDADE Ativo Inquieto Impetuoso Urgente Tem muita energia Gosta de diversidade Flexível BAIXA CONFORMIDADE Firme Persistente Audacioso Independente Espírito de aventura Capaz de assumir riscos Impulsivo Fonte: (MATOS, 2006, p. 75) 2.2 – Benefícios Oriundos do Conhecimento do Perfil Pessoal O comportamento, avaliado, sobretudo, através da ferramenta DISC, pode encurtar os caminhos para a melhor compreensão da própria essência, ajudando a conhecer suas forças, habilidades, dons e pontos fortes. Auxilia, assim, na construção do mapa que conduzirá a uma vida mais plena e feliz. Tal conhecimento, aplicado no gerenciamento e desenvolvimento das pessoas nas empresas, nas escolas, famílias e sociedade, propicia o desenvolvimento de novas formas de gestão, eficazes e humanizadas, que preparem mais objetivamente os seres humanos para os desafios que o ambiente contemporâneo apresenta. 31 Goleman (2001), considerando a importância do componente comportamental, e particularmente emocional, na vida e no trabalho, cita Gardner: Chegou a hora – disse – de ampliar nossa noção sobre o espectro de talentos. A maior contribuição que a educação pode dar ao desenvolvimento de uma criança é ajudá-la a escolher uma profissão onde possa melhor utilizar os seus talentos, onde ela será feliz e competente. Perdemos isso inteiramente de vista. Em vez disso, sujeitamos todos a uma educação em que quando a pessoa é bem sucedida, estará mais capacitado para ser professor universitário. E avaliamos todos, ao longo do percurso, conforme satisfaçam ou não a esse restrito padrão de sucesso. Deveríamos gastar menos tempo avaliando as crianças e mais tempo ajudandoas a identificar suas aptidões e dons naturais e a cultivá-los. Há centenas e centenas de maneiras de serem bem-sucedidas, e muitas, muitas aptidões diferentes que as ajudarão a chegar lá (p. 109). Segundo Gardner (2005), as pessoas que possuem um profundo entendimento de suas forças e necessidades estão em uma posição muito melhor do que aquelas com autoconhecimento limitado ou distorcido. Complementando, diz que um autoconhecimento acurado vale, no mínimo, de 15 a 20 pontos de QI (coeficiente de inteligência) – o que não é pouco. A partir deste contexto tem-se um rico conhecimento que permitirá planejar a vida e a carreira em linha com o que dá prazer, com o que a torna motivadora e estimulante, aumentando consideravelmente a possibilidade de se ter sucesso pessoal e profissional, pois o sentimento é de realizar algo para o qual nasceu para fazer. 32 CAPÍTULO III A ESCOLHA DE UMA CARREIRA ALINHADA AO PERFIL PESSOAL Segundo Matos e Portela (2006), em uma visão holística, é possível perceber que uma pessoa com característica comportamental tipicamente técnica faz uso dos seus conhecimentos de forma técnica. Por outro lado, uma pessoa com característica comportamental de empreendedor fará uso do conhecimento de forma empreendedora. O problema é que a maioria das pessoas não tem clareza quanto ao seu comportamento, e não buscam uma formação e/ou atividade profissional compatível com esses talentos. Dessa forma, frequentemente não conseguem potencializá-los, ou pior, trabalham em áreas inversas às suas competências comportamentais. É comum ouvir que “fulano é a pessoa errada no lugar certo”. Nesse caso, o que pode ser feito? É preciso quebrar o paradigma da existência de pessoas “erradas”. Cada pessoa traz consigo comportamentos e um tipo de inteligência (matemática, investigativa, social, artística, etc), que, se adequadamente desenvolvida e direcionada para funções afins, irá produzir, frequentemente, acima das expectativas. Matos e Portela (2006) afirmam: A decisão da escolha da formação acadêmica está baseada fundamentalmente no tipo de inteligência e no campo de interesse ou sonho. Exemplo: Alguém que tenha o tipo de inteligência lógica (ex. matemática) e goste de temas ligados à construção, provavelmente, uma das escolhas seja fazer Engenharia. Uma outra pessoa que goste de matemática, mas que tenha interesse em finanças, talvez recomendação mais adequada seja economia. Um dos principais problemas aqui é quando a pessoa tem inteligência múltipla e diversas áreas de interesse, dificultando naturalmente seu processo de escolha (p. 98). 33 Segundo eles, a identificação da função adequada dependerá principalmente de duas janelas: formação acadêmica, que determina o objeto de conhecimento (Engenharia, Medicina, Administração, etc) e o comportamento, que determina os talentos e, consequentemente, o grau de prazer com que será realizada uma tarefa por um longo período de tempo. Como exemplo, uma pessoa mais dominante e persuasiva tende a buscar funções mais gerenciais, enquanto as mais estruturadas e cautelosas tendem a buscar atividades de natureza mais técnica, independente da formação acadêmica que tenha escolhido. Escolher a função mais correta é de suma importância porque será nela que uma pessoa passará parte ou totalmente sua vida. Concluindo, Matos e Portela (2006) afirmam que no momento de escolher uma função – o que deveria ser feito muito antes de começar a trabalhar – uma pessoa deveria fazer as seguintes perguntas: • De que forma pretendo exercer minha formação? • Quais são as minhas principais características comportamentais? • Quais talentos são necessários para cada função? • Realizarei os meus sonhos? Se uma pessoa conseguir exercer uma função que lhe dê prazer, que tem a ver com o seu sonho, sua formação, seu tipo de inteligência e comportamento, provavelmente a palavra “trabalho” não terá para ela o sentido de tortura, normalmente presente para as pessoas, mas sim, prazer. Em resumo pode-se dizer que, antes mesmo da escolha de qual carreira seguir, deve-se primeiro conhecer o seu perfil pessoal e o que lhe dá prazer. Só então, buscar uma formação acadêmica que dará embasamento cognitivo, permitindo potencializar esses talentos. 34 3.1 – O Desenvolvimento de Atitudes de Alta Performance Segundo Matos e Portela (2006), todo ser humano possui três linhas básicas de desenvolvimento para ter uma vida plena e de sucesso. Quando todos os três fatores estão desenvolvidos e em linha com sua essência e área de atuação profissional, pode-se dizer que este indivíduo possui atitudes de alta performance. São eles: • Conhecimentos aplicados (saber) – isto é, cognição, conhecimentos técnicos, escolaridade, cursos. Segundo o Dicionário Houaiss (2001) “ato ou efeito de apreender intelectualmente, de perceber um fato ou uma verdade; cognição, percepção”. • Habilidades (saber fazer) – capacidade efetiva de, com o apoio dos conhecimentos e comportamentos, colocar em prática uma ação. Conforme Houaiss (2001) – “dotado de habilidade e rapidez; destro, ligeiro, ágil”. • Comportamentos (querer fazer) – tem a ver com o desejo expresso por um querer, prazer, possuir vontade interna. Segundo Houaiss (2001) “procedimento de alguém em face de estímulos sociais ou a sentimentos e necessidades íntimos ou uma combinação de ambos”. 35 Para Matos e Portela (2006), a modelagem a que se denomina C2H=A, é ilustrada na figura a seguir: Figura 1 – Modelo C2H=A Conhecimentos Conhecimentos Atitudes Atitudes de de Alta Alta Performance Performance Comportamentos Comportamentos Resultados Resultados Habilidades Habilidades Fonte: (MATOS & PORTELA, 2006, p. 92) O comportamento na modelagem permite ao individuo a oportunidade de conhecer suas preferências e, consequentemente, o direito de escolha. Incluir o desejo e o prazer na execução de uma tarefa possibilita que o profissional possa realizá-la não somente por obrigação, mas, principalmente, pela realização, pelo bem estar. Quando se faz algo que não dá prazer e satisfação, têm-se atitudes contrárias ao que seria adequado aos comportamentos, inversamente às atividades que inspiram, motivam e faz sentir como se não estivesse trabalhando. Então, quando algo é feito, pode-se ou não possuir as características comportamentais adequadas e que são apropriadamente diagnosticadas pela metodologia DISC. Ao possuir tais características, segundo a proposta de Marston (1989), pode-se comportamentais potencialização observar exercem das o na impacto positivo aquisição HABILIDADES. Ao de que as características CONHECIMENTOS alinhar, então, e na conhecimentos, comportamentos e habilidades de um indivíduo com um cargo ou função que seja extremamente adequado a ele, pode-se dizer que essa sintonia significa o que diz a expressão “é a pessoa certa, no lugar certo”. 36 Desse modo, a depender dos conhecimentos, habilidades e comportamentos que possui, uma pessoa terá uma maior ou menor competência para realizar uma tarefa. Como o interesse está voltado para as atitudes de alta performance, a conclusão que se chega, então, é que ela é a resultante da aderência e sinergia entre conhecimentos + comportamentos + habilidades. Dessa forma, quando estudada a modelagem C2H=A, é exigido que os 3 elementos estejam em equilíbrio com a função que o indivíduo vai exercer. Se um dos três elementos estiver desnivelado, provavelmente, a atitude de alta performance não ocorrerá. 3.2 – O Que Dificulta o Crescimento das Pessoas Ao saber que tipo de comportamento uma pessoa possui, também é possível identificar que tipos de medos mais comuns as rodeiam. Pelos estudos de Matos e Portela (2006), é possível inferir se uma pessoa, por exemplo, será mais aberta ou fechada a mudanças ou como ela reagirá quanto as suas próprias decisões. Investir no crescimento pessoal, desenvolvimento ou qualquer coisa que signifique mudanças nem sempre é fácil. Mandino (2003) afirmava que os toureiros testavam os touros aplicando o estilete nas suas testas. Quanto mais um touro avança contra o estilete, mais ele demonstrava a sua capacidade de ser um touro para se apresentar na arena. De alguma forma a vida faz algo semelhante, testando as pessoas a cada instante aplicando-as o estilete da vida, que pode desestimular e paralisar, ou despertar a vontade de continuar investindo contra o estilete. Essas “estiletadas” assumem a forma de impedimentos externos e internos, tornando-se entraves para o desenvolvimento dos talentos das pessoas. 37 Para Matos e Portela (2006), os impedimentos externos estão ali, à frente, são palpáveis, são as pedras no caminho. Por estarem na frente, são mais fáceis de serem percebidos. Os impedimentos ou medos internos são sombras que se situam nas costas e que, por serem nebulosas, não são vistas com muita facilidade. Estas são mais difíceis de serem enfrentadas. O medo ou sombra faz parte da natureza humana. O problema é quando elas passam a inibir, dificultar ou mesmo impossibilitar o desenvolvimento das pessoas. Quando as sombras assumem uma proporção maior do que é possível controlar, elas engolem e conduzem a comportamentos inadequados. As páginas de jornal e os programas de TV desfilam, a cada dia, histórias de pessoas cujas sombras dominaram os seus comportamentos. Só existe uma forma de lidar com as sombras: Acendendo a luz. Quando isso acontece, elas diminuem, ou desaparecem. Acender a luz significa iluminar a consciência a partir do conhecimento. Significa identificar, estar ciente do que está se passando, entender a situação e lidar adequadamente com os sentimentos. 38 CONCLUSÃO O que se pode concluir até aqui é que o Brasil ainda precisa avançar muito no que diz respeito às condições de poder dar conta de oferecer educação em nível superior para um contingente maior de sua população, em especial, aos que estão em idade de ingresso no ensino superior. Para isso, a expansão do número de instituições torna-se uma necessidade imediata. No entanto, a expansão não pode seguir ocorrendo de forma desorganizada, e superada expressivamente pelo aumento de instituições de caráter privado, uma vez que a sociedade não tem condições de absorver os altos custos que representa concluir um curso em nível superior. Da mesma forma, isso gera a necessidade de uma constante reflexão sobre a sistematização do sistema de Ensino Superior Brasileiro, a fim de que a oferta esteja de acordo com as necessidades apresentadas pela população, que se movimenta também de acordo com os novos cenários e com as novas demandas do mercado de trabalho. A escolha do curso universitário está atrelada não somente a uma instituição de renome, que atua com seriedade na capacitação e formação de novos profissionais, mas também na escolha da profissão de acordo com as habilidades, talentos e perfil de cada um. O entendimento e o manejo dos aspectos comportamentais potencializam as pessoas e organizações. Conhecer os próprios comportamentos leva as pessoas a tirarem enorme proveito, tais como potencializar os seus talentos, caminhar no sentido de suas motivações, procurar se aproximar de pessoas e ambientes que as estimulam, complementam e as alavancam. Melhora os relacionamentos com filhos, amigos, cônjuges e colegas de trabalho. Ajuda no gerenciamento e nas vendas, por exemplo, em que a pessoa, na medida em que entenda o seu comportamento e o das pessoas, possa ter uma atitude situacional 39 buscando, temporariamente, adaptar o seu comportamento ao da pessoa com a qual ela está se relacionando no momento. E, de certa forma, tudo, atualmente, é uma espécie de venda, de negócio, e destacar-se-á aquela que conseguir entender o comportamento por detrás das escolhas do seu “cliente”. Com base na metodologia DISC, torna-se bastante objetiva a avaliação de algo tão subjetivo, que são os comportamentos. São muitos os benefícios obtidos com as informações elaboradas a partir da metodologia. Talvez o mais importante deles possa ser expresso na medida em que as pessoas passam a se conhecer melhor e a entender os comportamentos das pessoas que o cercam, melhorando suas relações, ações e, até, reações. O segundo grande benefício está diretamente ligado à possibilidade de oferecer informações às pessoas que as ajudem a escolher e a trilhar caminhos que as façam mais motivadas e produtivas, sejam elas jovens ou adultos, direcionando carreiras e/ou ajudar profissionais a se re-orientar profissionalmente. E, finalmente, não seria possível encerrar sem falar no sistema educacional brasileiro. É absolutamente fundamental avançar em um projeto sério de educação, que contemple o indivíduo de forma holística, e as necessidades de um mercado competitivo de maneira plena. Esses são os desafios que deverão ser ultrapassados, se é que a sociedade e governos desejem um Brasil que não seja sempre o País do amanhã. 40 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA GARDNER, H. Art, Mind and Brain: a cognitive approach to creativity. New York: Harper Collins, 1982. ______. Mentes que Mudam – A Arte e a ciência de mudar as nossas idéias e as dos outros. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2005. GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que define o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. CD Rom Versão 1.0. Rio de Janeiro, 2001. JUNG, C. J. Tipos psicológicos. Petrópolis: Editora Vozes, 1991. MANDINO, Og. O Maior vendedor do mundo. Rio de Janeiro: Editora Record, 2003. MATOS, Jorge. Análise dos aspectos comportamentais, 2009. Dissertação (Mestrado em Gestão de Empresas). Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. Portugal. MARSTON, William Moultan. Emotions of normal people. Ormskirk: Thomas Lyster Ltd., 1989. MATIAS, Antonio; ALEXANDRE FILHO, Sylvio Moreira. Monografia: do projeto à execução. Rio de Janeiro: Ed. LTC, 2008 41 MATOS, Jorge e PORTELA, Vânia. Talento para a vida. Rio de Janeiro: Human Learning, 2006. MINTO, Lalo Watanabe. As Reformas do Ensino Superior no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Autores Associados, 2006. TEIXEIRA, Anísio. Ensino Superior no Brasil. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2005. 42 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTO 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I O SISTEMA DE ENSINO BRASILEIRO 10 1.1 – Consolidação e Expansão do Ensino Superior 12 1.2 – A Problemática do Ensino Superior e a Reforma 16 1.3 – Educação Superior: Nova Linguagem, Velhos Paradigmas 22 CAPÍTULO II PERSPECTIVAS DE COMPORTAMENTOS 26 2.1 – Identificação dos Comportamentos com a Ferramenta DISC 27 2.2 – Benefícios Oriundos do Conhecimento do Perfil Pessoal 31 CAPÍTULO III A ESCOLHA DE UMA CARREIRA ALINHADA AO PERFIL PESSOAL 33 3.1 – O Desenvolvimento de Atitudes de Alta Performance 35 3.2 – O Que dificulta o Crescimento das Pessoas 37 CONCLUSÃO 39 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41 ÍNDICE 43 43