TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 MENSAGEM DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO No período que neste Relatório se reporta foi continuado um caminho já traçado por este Conselho de Administração desde o início das suas funções, em 2007 - um ano muito justamente considerado “de viragem” na actividade e na estratégia da Tratolixo. Pode, por isso, dizer-se que em 2009, por força de uma constante atenção e respeito das linhas estratégicas definidas anteriormente, a actividade da Tratolixo fluiu no único sentido que lhe interessa e cuja direcção foi delineada há três anos, estávamos então em Março de 2007: a de se transformar numa empresa de referência, afirmativa e coerente, com uma visão de futuro para o sector a que pertence. E convém recordar, permanentemente, que este é um sector com extrema e crescente visibilidade, uma vez que são também cada vez maiores a sensibilização, a atenção e a exigência da generalidade das pessoas e das instituições para a temática do Ambiente. A actividade da Tratolixo em 2009 alinhou, então, a estratégia própria da empresa com a estratégia nacional e as expectativas do mercado. Graças a uma excelente relação com o accionista e os municípios por ele representados, por um lado; e com os trabalhadores que, no dia-a-dia, dão o seu melhor para a prossecução dos objectivos que lhes são confiados, conseguimos cumprir 2009 com índices de qualidade apreciáveis e factores de sucesso que muito nos apraz registar. Um deles é, sem dúvida, o aparecimento do CDR Premium, em condições de comercialização. Trata-se de uma realidade que, estando carregada de novidade e sendo uma assinalável melhoria tecnológica que muitas outras coisas positivas nos trará ainda no futuro, foi preparada com cuidado e é fruto de uma investigação contínua e obstinada. Outro momento a fazer História é o do início, em Agosto de 2009, do aproveitamento energético do Biogás produzido no aterro de Trajouce, uma realidade que vem colocando na rede, desde então, electricidade consumível no nosso dia-a-dia. A chegada à fase final de construção do Ecoparque da Abrunheira e a implementação do novo Plano Director do Ecoparque de Trajouce, desenvolvido também em 2009, são mais medidas estruturantes que não podemos deixar passar sem referência. Bem como, é evidente, a circunstância de termos conseguido regularizar licenciamentos fundamentais à prossecução, em boas condições, da actividade da empresa. Chegamos, assim, ao fim de 2009 com a sensação de que fizemos algo mais do que gerir o presente da empresa. Temos, antes, consciência de que apontámos novos desafios e erguemos novas fasquias que vão levar a Tratolixo, nos próximos anos, ainda mais longe no cumprimento das funções que lhe estão cometidas. Temos, também, consciência de que este é um trabalho de todos, um trabalho que só se vem conseguindo e pode continuar a almejar se for assumido em equipa. Por isso aqui deixamos, juntamente com o nosso agradecimento a todos quantos connosco vêm colaborando, a declaração formal do nosso empenho em continuar a trabalhar para enriquecer a acção e a imagem da Tratolixo. 1 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 ÍNDICE Mensagem do Conselho de Administração 1 Índice 3 Apresentação da Empresa 4 Composição dos Órgãos Sociais 5 Organização da Empresa 5 Curriculum Vitae dos Administradores 6 Actividade da Empresa 10 Recepção de Resíduos 10 Tratamento e Valorização 12 Manutenção 13 Novas Infra-estruturas e Novos Investimentos 14 Inovação e Tecnologia 23 Sistema Integrado de Gestão 27 Gestão de Pessoas 28 Comunicação e Imagem 30 Situação Económico-financeira 32 Perspectivas para 2010 41 Propostas de aplicação de resultados 43 Demonstrações Financeiras 44 Balanço, demonstrações de resultados e dos fluxos de caixa 46 Anexo à demonstração dos fluxos de caixa 53 Anexo ao balanço e à demonstração de resultados 54 Certificação legal das contas 68 Relatório e parecer do Fiscal Único 73 3 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 A EMPRESA A TRATOLIXO, EIM, SA A TRATOLIXO - Tratamento de Resíduos Sólidos, EIM, SA desenvolve a sua actividade desde 1991, sendo responsável pela gestão integrada dos RSU produzidos na área da AMTRES, a qual detém o capital social da empresa. Nas suas instalações de Trajouce são tratadas anualmente mais de 480 mil toneladas de RSU, produzidas pelos cerca de 877 mil habitantes da área de intervenção. Tendo alcançado a certificação segundo a norma NP EN ISO 9001:2008 - Sistema de Gestão da Qualidade e, posteriormente, pela OHSAS 18001 / NP 4397:2008 Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho, a TRATOLIXO tem vindo a realizar um conjunto de acções e investimentos de modo a desenvolver as melhores soluções para o tratamento dos RSU. ÁREA DE INTERVENÇÃO DO SISTEMA Concelho Cascais Mafra Oeiras Sintra População* 188 244 70 867 172 021 445 872 * Estimativa INE 2008 ** Dados de produção de 2009 4 Capitação (kg/hab.dia)** 1,534 1,421 1,175 0,951 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 COMPOSIÇÃO DOS ÓRGÃOS SOCIAIS Os órgãos sociais da TRATOLIXO- Tratamento de Resíduos Sólidos, EIM - Empresa Intermunicipal, SA, apresentam a seguinte composição, sendo que o membro do Conselho de Administração, Dr. João Carlos da Silva Bastos Dias Coelho, assina o presente Relatório de Gestão e Contas do Exercício de 2009, tendo no entanto iniciado o seu mandato em 1 de Janeiro de 2010: CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO ASSEMBLEIA GERAL Domingos José Calado Saraiva Rui Carlos de Oliveira Libório Armindo Carlos Cortez de Azevedo José Manuel Alves Crespo Afonso Presidente Vogal Presidente da Mesa Secretário João Carlos da Silva Bastos Dias Coelho Vogal José Lino Fonseca Ramos Vogal Luis Manuel Rodrigues Realista dos Santos Vogal FISCAL ÚNICO Hélder Palma Veiga ORGANIZAÇÃO DA EMPRESA A estrutura funcional da empresa é apresentada no organigrama seguinte. 5 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 CURRICULUM VITAE DOS ADMINISTRADORES DOMINGOS JOSÉ CALADO SARAIVA Experiência Profissional Desde 2007 Data de Nascimento: 8 de Outubro de 1949 TRATOLIXO, EIM, SA. Presidente do Conselho de Administração 2007/2009 COLEU Serviços de Limpeza SA. Presidente do Conselho de Administração Habilitações Literárias 2005/2007 • Licenciatura em Gestão e Administração de Empresas Escola Superior de Organização Científica do Trabalho (ISLA) SAPEC / CITRI (Junho 2005/2007) Consultor na Área Ambiental Inovação e Desenvolvimento Coordenador do Plano Estratégico para a área do Ambiente 2007 2002/2005 GRUPO ÁGUAS DE PORTUGAL, SGPS, S.A. Vogal do Conselho de Administração da Empresa Geral do Fomento, S.A. Presidente do Conselho de Administração da VALNOR, S.A. Presidente do Conselho de Administração da AMARSUL, S.A. Presidente do Conselho de Administração da RESIDOURO, S.A. Presidente do Conselho de Administração da RESAT, S.A. Presidente do Conselho de Administração da REBAT, S.A. Vogal do Conselho de Administração da RECIGROUP, SGPS, S.A. Vogal do Conselho de Administração das ÁGUAS DO ZÊZERE E CÔA Presidente do Conselho de Administração da RIBTEJO, S.A. 1996/2002 Grupo TECMED, PORTUGAL Técnicas do Meio Ambiente, S.A. Administrador Delegado/Gerente Executivo • Curso de Gestão Financeira Escola Superior de Gestão de Barcelona 2001/2002 NOVA BEIRA Gestão de Resíduos S.A. Administrador Delegado • Curso de Gestão de Marketing Escola Superior de Gestão de Barcelona 2001/2002 REAL VERDE S.A. Administrador Delegado 1999/2001 RUMOFLEX Tratamento de Resíduos Sólidos Lda. Gerente Executivo 1998/2002 RESIGES Gestão de Resíduos Hospitalares, S.A. Gerente Executivo 1999/2001 CITRI Centro Integrado de Tratamento de Resíduos Industriais, S.A. Vogal da Comissão Administrativa 1998/2002 Grupo TECMED Delegação de Portugal Administrador 1995/2002 NOVAFLEX Técnicas do Ambiente, S.A Administrador Delegado, 1992/1995 J.L.BARROS, S.A. Vogal da Mesa da Assembleia Geral 1990/1994 CONTENUR PORTUGAL, S.A. Director Geral 1990/1993 LUSOCERAM do Grupo Uralita/Contenur Vice presidente do Conselho Fiscal 1975/1980 1984/1990 GRUPO CENTRAL DE CERVEJAS Assessor do Conselho de Gerência 1986/1990 PLÁSTICOS SINTEX, S.A. Vice presidente do Conselho de Administração 1984/1986 CENTRAL DE CERVEJAS Assessor do Director Geral de Aprovisionamento 1980/1984 SOCINCA Director do Gabinete de Planeamento e Coordenação 1975/1980 Sociedade CENTRAL DE CERVEJAS Director do Gabinete de Planeam. de Produção e Distribuição Fabrica nº. 3 1973/1975 SERTE Técnico de Estudos de Mercado • Curso de Analista de Sistema NCR • Curso de Planeamento e Distribuição COPRAI • Curso de Planeamento e Controlo de Gestão UNITED BREWRIES • Programa Avançado de Economia e Gestão de Empresas de Serviços de Águas Universidade Católica de Lisboa 6 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 ARMINDO CARLOS CORTEZ DE AZEVEDO Experiência Profissional Desde 2008 Data de Nascimento: 10 de Outubro de 1953 TRATOLIXO, EIM, SA. Vogal do Conselho de Administração 2005/2008 SANEST Saneamento da Costa do Estoril, S.A. Vogal do Conselho de Administração Habilitações Literárias 2002/2005 • Licenciatura em Economia Instituto Superior de Economia EPAL Empresa Portuguesa das Águas Livres, S.A., Grupo AdP Vogal do Conselho de Administração 2000/2002 • Pós Graduação em Recursos Humanos Instituto Superior de Gestão Parques Tejo, Empresa Municipal. Director Geral, Administrador Delegado e Vogal do Conselho de Administração 2001/2002 TRATOLIXO, EIM. Presidente do Conselho de Administração 1997/2000 TRATOLIXO, EIM. Vogal do Conselho de Administração 1996/2002 EIA, SA Entidade Instituidora da Universidade Atlântica Administrador 1992/1999 Câmara Municipal de Oeiras Adjunto do Presidente da Câmara 1979 TAP Air Portugal Quadro Superior (Economista) na Direcção de Recursos Humanos. JOÃO CARLOS DA SILVA BASTOS DIAS COELHO Data de Nascimento: 26 de Janeiro de 1963 Experiência Profissional Jurista, exercendo consultoria na área do Ambiente (Água, Saneamento e Resíduos) e Ordenamento do Território Desde 2010 TRATOLIXO, EIM, SA. Vogal do Conselho de Administração Habilitações Literárias 2008/2009 • Licenciado em Direito Universidade de Lisboa Agência Municipal de Energia “Agência Cascais Energia” Administrador 2007/2009 • Diploma Avançado em Ambiente e Ordenamento do Território Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa Comissão de Acompanhamento da Nova ETAR, a construir pela SANEST, SA: Coordenador 2003/2007 SANEST, SA Saneamento da Costa do Estoril, SA, Grupo AdP Administrador 2002/2005 Comissão de Acompanhamento e Fiscalização dos Contratos de Concessão e prestação de serviços respeitantes à SUMA, SA e Águas de Cascais, SA Município de Cascais Coordenador 2000/2003 Comissão Intergovernamental Mista para a Revisão do Plano de Ordenamento do Parque Natural Sintra Cascais Membro • Mestrado em Direito Público Faculdade de Direito da Universidade Católica de Lisboa 1995/2002 Consultor e Assessor Técnico Parlamentar 1995/1998 Câmara Municipal de Cascais Vereador • Pós Graduação com especialização em Direito do Trabalho Universidade Lusíada de Lisboa 1994/1997 Serviços Municipais de Água e Saneamento do Município de Cascais Administrador 1995 Consultor do Secretário de Estado Adjunto da Ministra da Educação • Pós Graduação em Direito do Ordenamento, do Urbanismo e do Ambiente Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra 1993 Formador do Instituto de Emprego e Formação Profissional 1991/1992 Adjunto do Secretário de Estado da Presidência e da Juventude 1987/1991 Direcção Geral de Recursos Naturais Director de Projecto Nacional de Educação Ambiental 1986/1987 Consultor do Secretário de Estado do Ambiente e Recursos Naturais • Diploma de Gestão Avançada em Recursos Humanos Faculdade de Ciências Económicas e Empresarias da Universidade Católica de Lisboa 7 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 CURRICULUM VITAE DOS ADMINISTRADORES JOSÉ LINO FONSECA RAMOS Desde 2007 Data de Nascimento: 21 de Março de 1969 AMTRES Presidente do Conselho Directivo Desde 2007 TRATOLIXO, EIM, SA. Vogal do Conselho de Administração Habilitações Literárias Desde 2005 Câmara Municipal de Sintra Vereador a tempo inteiro 2003/2005 SANEST Saneamento da Costa do Estoril, SA Administrador 2003 Governador Civil do Distrito de Lisboa 2002 Câmara Municipal de Sintra Vereador a tempo inteiro 2001 Rislou Construções e Serviços, Lda. Consultor Jurídico 2001 O'Brien Kreitzberg Sucursal Portugal Consultor Jurídico 2000 Lubrasoft Serviços Informáticos, Lda. 1998 Amaral & Dias Empreiteiros de Construção, Lda. 1998/1999 Teprol Técnica e Projectos, Lda. Consultor Jurídico 1996 Associado de Escritório de Advogados 1994/1998 Scholz & Associados Construções e Serviços, Lda. Responsável pelo Departamento de Pessoal e Contencioso Consultor Jurídico 1994/1996 Estágio de Advocacia em Escritório de Advogados 1994/95 Unicre Cartão de Crédito S.A. Assessor Jurídico 1991/1994 Euro Ars Técnica Gestão de Participações, S.A. Responsável pelos Recursos Humanos e Gestão de Pessoal Responsável pelo Serviço de Contencioso do Gabinete Jurídico laboral 1988/1991 Biofranco Industria de Química Fina, Lda. Técnico do Departamento de Pessoal • Licenciatura em Direito, vertente de Ciências Jurídicas Faculdade de Direito da Universidade Autónoma de Lisboa • Pós graduação em Ciências Jurídicas, Departamento de Mestrados da Universidade Autónoma de Lisboa • Programa Avançado de Economia e Gestão de Empresas de Serviços de Águas Universidade Católica de Lisboa • MBA em Gestão 8 Experiência Profissional TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 LUÍS MANUEL RODRIGUES REALISTA DOS SANTOS Experiência Profissional Desde 2008 Data de Nascimento: 5 de Dezembro de 1968 ETSA Empresa de Transformação de Subprodutos Animais, S.A. Administrador Desde 2008 ITS Indústria Transformadora de Subprodutos Animais, S.A. Administrador Habilitações Literárias Desde 2008 • Licenciatura em Gestão de Empresas Instituto Superior de Gestão SEBOL Comércio e Industria de Sebo, S.A Administrador Desde 2008 ABAPOR Comércio e Industria de Carnes, S.A. Administrador Desde 2008 BIOLOGICAL Gestão de Resíduos Industriais, Lda. Gerente Desde 2003 TRATOLIXO, EIM, SA. Vogal do Conselho de Administração Desde 2002 AVE Ambiente e Valorização Energética, SA Administrador Desde 2001 Matadouro Regional de Mafra, SA Administrador 2003/2009 GIATUL, EM Parque Campismo da Ericeira Administrador 2004/2006 ENERFUEL Biodiesel, SA Grupo Enersis Administrador 2003/2004 Coleu Serviços de Limpeza Urbana, SA Administrador 2000/2005 Enerflora, Energia Eólica, Lda. GRUPO ENERSIS Gerente 1998/2005 Tapada Nacional de Mafra Administrador 1998/2005 Câmara Municipal de Mafra Vereador Pelouros de Turismo 1995/2003 Extra A Produção e Comércio de Suínos, SA Director Geral 1993/1994 Price Water House Auditor 1989/1991 Escola Secundária de Mafra Docente Grupo E Economia • Programa Avançado de Economia e Gestão de Empresas de Serviços de Águas Universidade Católica de Lisboa 9 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 ACTIVIDADE DA EMPRESA RECEPÇÃO DE RESÍDUOS Durante o ano de 2009 a TRATOLIXO recebeu 482.053 toneladas de RSU e equiparados, ou seja, menos 2.636 toneladas que em 2008 - fruto da desaceleração económica e consequente diminuição do consumo. Este decréscimo começou a verificar-se a partir do 2º semestre de 2008 e acentuou-se em 2009. A evolução das quantidades de resíduos sólidos urbanos e equiparados recebidos no Sistema, provenientes de recolhas municipais e particulares, é apresentada no quadro em baixo. Com excepção dos resíduos verdes, que aumentaram em 50% face a 2008, verificou-se um decréscimo da recepção de todos os outros resíduos face ao ano anterior. Também a recolha indiferenciada decresceu ligeiramente face aos valores registados em 2008, conforme se pode ver no quadro. RESÍDUOS EQUIPARADOS A URBANOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS RESÍDUOS RECEBIDOS NO SISTEMA 10 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 As recolhas selectivas multimaterial não foram excepção: decresceram em cerca de 5% face a 2008, contrariando a tendência de crescimento registada nos últimos anos. A fileira com maior decréscimo percentual foi a dos resíduos orgânicos, principalmente devido à alteração da estratégia de recolha, cujos alvos prioritários passaram a ser os grandes produtores deste tipo de resíduos: os restaurantes, principais vítimas da crise económica. A excepção foi a fileira das embalagens de plástico, metal e embalagens de cartão para alimentos líquidos (ECAL) em que o crescimento foi de 3%. 11 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 ACTIVIDADE DA EMPRESA TRATAMENTO E VALORIZAÇÃO Os volumes de produção alcançados reflectem o envolvimento dos colaboradores para a concretização dos objectivos traçados, facto ao qual não é alheio o incentivo encontrado para maximizar quantidades recuperadas, seja na triagem da Central Industrial de Tratamento de Resíduos Sólidos (CITRS), seja no Ecocentro. Dada a baixa capacidade de processamento da CITRS (150.000 toneladas/ano) face às necessidades do Sistema (cerca de 330.000 toneladas), a TRATOLIXO tem necessidade de gerir correctamente o encaminhamento dos seus resíduos. O aumento da capacidade da Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (CTRSU) da Valorsul e o início da expedição de resíduos indiferenciados para a Central de Compostagem da Valnor, no Centro Integrado de Valorização de Resíduos Sólidos de Avis/Fronteira, foram determinantes para minimizar o impacto de deposições em aterro. A CITRS apresentou um bom desempenho técnico ao longo do ano, fruto da forma de abordagem na manutenção ao parque de equipamentos e do empenho da estrutura. Uma importante reparação em equipamentos-chave foi levada a cabo, com uma paragem parcial da instalação durante 7 semanas, mas sem qualquer impacto negativo para a empresa. A contratação dos serviços de triagem dos resíduos de embalagens de plástico, metal e ECAL no Centro de triagem da Valorsul, iniciada em Julho de 2008, foi bastante frutuosa e, mesmo após as dificuldades pontuais tidas nos últimos meses com os plásticos mistos, atingiu-se um grau de eficiência bastante elevado: 70%. Este facto é comprovado pelo aumento da retoma de plásticos (+ 34% face a 2008). Retomas 2007 2008 2009 ∆ 2008/09 Vidro 11.559 12.072 11.334 -6% Papel cartão 7.712 9.024 7.504 17% Plástico 2.722 2.780 3.717 34% Metal 421 470 387 -18% Madeira 92 90 256 184% Total 22.506 24.436 23.198 -5% Face à diminuição das entradas selectivas de papel e cartão (menos 7%), e à revisão da percentagem de Resíduo de Embalagem (RE) presente nos fardos mistos de papel/cartão enviados para retoma (passou de 44% de RE, para 38%), a retoma de papel/cartão decresceu 17% comparativamente a 2008. A variação negativa na retoma do vidro é também explicada pelo decréscimo das recolhas selectivas deste material. Foi firmado um acordo contratual com uma entidade externa para processamento de Resíduos de Jardins e Parques e Resíduos de Limpeza, com valias operacionais e económicas importantes para a TRATOLIXO. 12 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 MANUTENÇÃO A manutenção preventiva faz já parte da filosofia da Empresa, o que se reflecte na evolução do tempo dispendido em actividades de rotina, para garantir uma abordagem sistemática, em detrimento das acções correctivas, cada vez em menor número. Este aperfeiçoamento está patente nas evoluções anual e mensal (gráfico abaixo), confirmadas pelos valores da disponibilidade técnica, que se tem mantido em valores muito aceitáveis, considerando a idade da instalação e o uso que teve num passado recente em que esteve a laborar ao dobro da sua capacidade nominal. 13 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 NOVAS INFRA-ESTRUTURAS E NOVOS INVESTIMENTOS ECOPARQUE DA ABRUNHEIRA As empreitadas do Ecoparque da Abrunheira - Central de Digestão Anaeróbia, Células de Confinamento Técnico e ETARI- assumem uma importância fulcral em toda a estratégia de gestão de resíduos da TRATOLIXO. Estas obras têm um papel fundamental para a redução dos custos actualmente suportados no tratamento dos resíduos e seu encaminhamento a destino final. CENTRAL DE DIGESTÃO ANAERÓBIA DA ABRUNHEIRA (CDA) A CDA, com uma capacidade de tratamento de 200 000 t/ano, foi objecto de comparticipação pelo Fundo de Coesão (QCA III) com um montante de 25 450 400,00 €. É uma instalação que vai permitir à TRATOLIXO efectuar o tratamento da totalidade dos resíduos do Sistema, respondendo à necessidade nacional de desviar de aterros sanitários os resíduos urbanos biodegradáveis e privilegiando a valorização orgânica e energética deste tipo de resíduos. Com a entrada em funcionamento desta Unidade, Portugal poderá contar com mais um contributo da TRATOLIXO na reciclagem de bioresíduos - 75 000 t/ano de RUB tratadas por digestão anaeróbia - a somar às já 60 000 t/ano recicladas no TMB de Trajouce. Na revisão do Projecto inicial desta Unidade foi efectuado um reforço do pré-tratamento de modo a recuperar grande parte da fracçãoreciclável presente nestes resíduos, contibuindo-se desta forma para os objectivos nacionais de reciclagem de embalagens. Os rejeitados deste pré-tratamento serão usados na produção de CDR, desviando assim ao máximo a quantidade de resíduos a depositar em aterro e promovendo a utilização de combustíveis renováveis. Esta empreitada teve início em Agosto de 2008, tendo os primeiros 5 meses de obra sido dedicados aos trabalhos de desmatação, movimentação de terras, início da construção dos biodigestores e execução de muros de gabiões. Em Janeiro de 2009, não havia nenhum outro edifício em construção para além dos 3 biodigestores, que são os elementos de maior dimensão e construção mais complexa. Com o passar dos meses foram sendo iniciados os trabalhos de construção dos restantes 11 edifícios que compõem a CDA, tendo-se chegado ao final do ano com os trabalhos de construção civil praticamente concluídos em todos os edifícios. Restam os trabalhos de acabamentos e execução de trabalhos das especialidades, nomeadamente montagem de redes de infra-estruturas (fracas e fortes), redes de abastecimento e drenagem de águas e montagem de equipamentos. Prosseguiu paralelamente a entrega e análise dos diversos projectos, que foram sendo discutidos e corrigidos ao longo do ano, com especial destaque para os projectos de processo, nos quais se registaram avanços no detalhe dos documentos principais (balanço de massas, tabela de fluxos, nota de cálculo geral e PID). Em 2009, foi também decidido avançar com o projecto do novo edifício social, que será construído onde actualmente se encontra o estaleiro da obra e que servirá todo o Ecoparque. Este projecto envolve ainda a reabilitação do caminho de acesso a partir da estrada da Abrunheira, utilizando a passagem superior à auto-estrada A21. Construção dos Biodigestores Janeiro de 2009 Aspecto geral da obra Janeiro de 2009 (foto aérea) 14 ABRUNHEIRA JANEIRO DE 2009 15 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 NOVAS INFRA-ESTRUTURAS E NOVOS INVESTIMENTOS ECOPARQUE DA ABRUNHEIRA As empreitadas do Ecoparque da Abrunheira - Central de Digestão Anaeróbia, Células de Confinamento Técnico e ETARI- assumem uma importância fulcral em toda a estratégia de gestão de resíduos da TRATOLIXO. Estas obras têm um papel fundamental para a redução dos custos actualmente suportados no tratamento dos resíduos e seu encaminhamento a destino final. CÉLULAS DE CONFINAMENTO TÉCNICO DA ABRUNHEIRA Com a desactivação do aterro sanitário de Trajouce, em 2003, tornou-se essencial para a sustentabilidade económica do Sistema a construção de CCT de apoio, de modo a receber os resíduos não passíveis de valorização. As CCT serão construídas no concelho de Mafra, junto à unidade de digestão anaeróbia, e o início da sua exploração coincidirá com o arranque do funcionamento da CDA. Face às linhas mestras pelas quais a TRATOLIXO se pauta - promoção da reciclagem, reaproveitamento de resíduos e a sua valorização com vista a uma efectiva redução de resíduos a encaminhar para aterro - prevemos prolongar o tempo de vida útil do aterro em 20 anos. Com um volume total de cerca de 2 400 000 m3, as células ocuparão uma área total de cerca de 11 ha. Planta virtual da Central de Digestão Anaeróbia O projecto de construção das CCT implicou um longo processo de resolução de condicionantes, legais e outras: - Aquisição de terrenos; - Autorização de utilização de solos em REN; - Autorização de utilização de solos em RAN; - Autorização para abate de sobreiros; - Atribuição de ponto de recepção de energia eléctrica; - Prorrogação da DIA. A empreitada foi adjudicada ao Consórcio Tomás de Oliveira / Tecnovia, com um prazo de execução de 12 meses, tendo o contrato de empreitada sido assinado no dia 19 de Junho de 2009. No mês de Agosto foram concluídas as obras das instalações sociais do estaleiro da empreitada e foram iniciados os trabalhos de desmatação, decapagem e movimentação de terras. No que se refere à execução de zonas de aterro, estas foram iniciadas na frente na plataforma da ETARI, que, em Dezembro, se encontrava pronta do ponto de vista da modelação, faltando apenas executar os acessórios de drenagem. O início da exploração das CCT coincidirá com o arranque do funcionamento da CDA. Construção dos Biodigestores Dezembro de 2009 Aspecto geral da obra Dezembro de 2009 (foto aérea) ABRUNHEIRA DEZEMBRO DE 2009 17 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 Pré-tratamento Dezembro de 2009 Vista exterior do edifício de Pré-tratamento Dezembro de 2009 Cabine de triagem secundária Dezembro de 2009 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 NOVAS INFRA-ESTRUTURAS E NOVOS INVESTIMENTOS Modelação da plataforma da ETAL - Frente 1 Dezembro de 2009 ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUAS LIXIVIANTES (ETAL) Esta instalação de tratamento visa a depuração das águas residuais provenientes da CDA, das CCT e, ainda, de águas residuais equiparadas a urbanas, provenientes das instalações de apoio ao EcoParque e Ecocentro da Abrunheira. A proposta de soluções de tratamento inclui uma elaborada sequência de operações unitárias que permitirá atingir um grau de qualidade de água tratada compatível com o seu reaproveitamento para a rega, lavagem e utilizações industriais, nomeadamente como água de processo para a Digestão Anaeróbia. Isto é fundamental, face à inexistência de um colector municipal na proximidade do EcoParque, para cumprir com os valores-limite de emissão de descarga de águas residuais nas linhas de água, constantes no DecretoLei n.º236/98 de 1 de Agosto. A empreitada de Concepção / Construção da ETARI foi adjudicada ao Consórcio Factor Ambiente / Espina & Delfin tendo sido assinado o auto de consignação parcial em Julho, apenas para a actividade de execução do projecto, dado que para se iniciar a empreitada era necessário estar concluída a plataforma onde seria implantada a estação, cuja execução está incluída na Empreitada das Células de Confinamento Técnico. O início da exploração da ETARI coincidirá com o arranque do funcionamento da CDA e das CCT. 20 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 ECOPARQUE DE TRAJOUCE No que diz respeito às empreitadas previstas para o Ecoparque de Trajouce, estas foram alvo de uma reanálise, de modo a integrar todas as alterações previstas para este pólo. Foi criado um Grupo de Trabalho Multidisciplinar tendo em vista o levantamento de todas as necessidades de requalificação e de novas infra-estruturas, para possibilitar a integração de todas as empreitadas a levar a cabo e a elaboração de um único projecto para este Ecoparque. Na sequência destes trabalhos foram detectadas situações que poderiam originar alguns problemas ambientais, nomeadamente contaminações ao nível dos solos e das linhas de água. Face à manifestação evidente de situações problemáticas nas suas instalações, a TRATOLIXO optou por suspender a elaboração do Plano Director das Novas Infraestruturas e Instalações do EcoParque de Trajouce, que estava a desenvolver, optando pela elaboração de um diagnóstico aprofundado dos diversos problemas detectados. A situação de potencial contaminação foi detectada pela TRATOLIXO e reportada à APA em Janeiro de 2009, tendo sido contactadas subsequentemente as respectivas instâncias, nomeadamente a CCDR-LVT e a Secretaria de Estado do Ambiente, no sentido de se iniciar um procedimento de análise conjunta. O diagnóstico sectorial efectuado entre o último trimestre de 2008 e o primeiro trimestre de 2009, incidiu nos aspectos respeitantes à instalação que foram reconhecidos como críticos ouque careciam de avaliação. As conclusões estão patentes no documento técnico “Plano de Reabilitação Ambiental das Instalações da TRATOLIXO em Trajouce”, salientando-se as seguintes medidas correctivas a desenvolver: - Requalificação das redes de drenagem superficial do aterro selado e da lixeira; - Avaliação do grau de saturação, em lixiviados, do aterro e drenagem eficiente dos mesmos; - Estabilização dos taludes do aterro e lixeira selados; - Desenvolvimento de estudos de avaliação da situação de contaminação no perímetro da instalação; - Construção de uma ETAR que permita o tratamento da totalidade das águas residuais produzidas nas instalações de Trajouce; - Eliminação do depósito de Resíduos em terrenos anexos à lixeira que tem uma área global de 5,7ha e cerca de 150.000 toneladas de resíduos de origem diversa. Para tal, será criada, anexa à lixeira, uma CCT para a devida deposição destes resíduos (para maior segurança, esta CCT será de Classe 1). Em Agosto, foi aberto um procedimento para elaboração dos estudos e projectos de execução, identificados no Plano de Reabilitação Ambiental das Instalações da TRATOLIXO, tendo o contrato relativo a esta prestação de serviços sido assinado em 18 de Dezembro. A elaboração do Plano Director foi reiniciada em Março de 2009, com o objectivo primordial de definir a proposta de actuação da TRATOLIXO nas instalações de Trajouce, tendo em vista a sua adaptação às novas opções estratégicas e a melhoria das condições logísticas e operacionais existentes, através da: - execução de novas infra-estruturas e instalações; - reformulação ou reabilitação de infra-estruturas e instalações existentes. 21 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 NOVAS INFRA-ESTRUTURAS E NOVOS INVESTIMENTOS A definição do lay-out e faseamento de intervenção propostos tiveram em consideração uma série de condicionalismos, entre os quais: - a necessidade de efectuar a segregação dos caudais pluviais e domésticos e a reformulação da ETAR, de forma a garantir o tratamento adequado das águas residuais geradas nas novas instalações; - a necessidade de proceder ao saneamento dos terrenos localizados a sul do ecocentro e biofiltro 4, antes da construção de qualquer infra-estrutura definitiva nesta área; - A necessidade de garantir a continuidade do funcionamento das instalações da TRATOLIXO durante a realização das obras. Em Novembro de 2009 foi lançado um procedimento para o concurso público da “Prestação de Serviços para Elaboração do Projecto de Execução do Plano Director das Novas Infra-Estruturas e Instalações do Ecoparque da TRATOLIXO em Trajouce”. A abertura das propostas só veio a acontecer, como previsto, em meados de Janeiro de 2010. NOVO LAYOUT DO ECOPARQUE DE TRAJOUCE 22 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 INOVAÇÃO E TECNOLOGIA No actual contexto de mercado, o crescimento orgânico de uma empresa é sempre efectuado em função da sua capacidade de inovar. A Inovação e a Tecnologia surgiram como factores integrantes da cultura empresarial da TRATOLIXO, tendo em conta os princípios de criação de valor. Neste sentido estão a ser desenvolvidos uma série de Projectos de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (I&DT) que passamos a descrever sucintamente. PROJECTO ECOCOMBUSTÍVEL O Projecto EcoCombustível pretende a consolidação de sinergias entre potenciais produtores, utilizadores finais e entidades do Sistema Científico e Tecnológico, para o aprofundamento tecnológico na área dos Combustíveis Sólidos Recuperados (CSR) a partir de fracções combustíveis de resíduos. O Consórcio, do qual a TRATOLIXO é promotor líder, é constituído ainda pela CIMPOR, SAPEC, CITRI, IST e INETI. Este projecto foi objecto de candidatura ao QREN, ao Sistema de Incentivos à I&DT do Programa Operacional “Factores de Competitividade”, do Programa Operacional Regional de Lisboa. O Projecto tem um investimento total elegível de 741.719,49€, tendo sido atribuído um financiamento global pelo órgão de gestão do Programa no valor de 472.847,84€. O Projecto teve início em Fevereiro de 2009 e terá uma duração de 36 meses. PROMOÇÃO DA PRODUÇÃO DE COMBUSTÍVEIS RENOVÁVEIS Pretende-se, paralelamente ao Projecto de I&DT Ecocombustível, avaliar a potencialidade de valorizar energeticamente os produtos resultantes das operações de triagem e tratamento dos resíduos, nomeadamente os refugos resultantes destas operações, produzindo várias formulações de CDR. A TRATOLIXO desenvolveu um projecto pioneiro a nível nacional, ao produzir e comercializar um novo tipo de combustível a partir de resíduos sólidos urbanos (RSU). Com o nome técnico de Combustíveis Derivados de Resíduos (CDR) Premium, este combustível possui uma dupla vantagem: ao substituir produtos derivados do petróleo, diminui a factura ambiental. Com a colaboração do actual consumidor deste combustível, a Cimpor, concretizou-se o objectivo de alcançar novos conhecimentos técnico-científicos nesta área. O CDR Premium apresenta-se como um produto exclusivo da TRATOLIXO e é já uma marca registada da empresa. Constituindo-se como solução alternativa à deposição em aterro de rejeitados, o CDR Premium possui um elevado potencial energético. Ou seja, a TRATOLIXO conseguiu, graças à criteriosa investigação realizada nos últimos anos, obter um produto que obedece a notáveis padrões de qualidade. Os principais impactos positivos dos CDR são a redução das emissões de CO2, uma melhor e maior utilização de energias renováveis (com consequente redução de consumo de combustíveis fósseis) e um aumento significativo do tempo de vida útil dos aterros. Isto irá contribuir para uma maior auto-suficiência energética nacional, ajudando assim ao cumprimento do Protocolo de Quioto e à diminuição dos custos de deposição. 23 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 INOVAÇÃO E TECNOLOGIA PROJECTO DE VALORIZAÇÃO ENERGÉTICA DO BIOGÁS DO ATERRO DE TRAJOUCE Em Setembro de 2005, e após a deposição de cerca 1 500 000 toneladas de resíduos, teve lugar a selagem do Aterro Sanitário de Trajouce,. Selado o aterro e de acordo com o Decreto-Lei n.º 152/2002, de 23 de Maio, o biogás gerado deveria ser objecto de drenagem e tratamento. Na sequência do contrato de concessão assinado entre a TRATOLIXO e a empresa Tomás de Oliviera, S.A., no final do ano de 2007, tiveram início, já em 2008, os trabalhos de melhoramento das condições do Aterro. Após uma série de intervenções com o intuito de optimizar o sistema de captação e drenagem do biogás, concluiu-se pela efectiva viabilidade do aproveitamento energético do aterro. Para a escolha da capacidade do motor mais adequada, o concessionário procedeu ao cálculo dos valores de produção teórica de biogás e energia que, suportados pelos bons resultados práticos patenteados no relatório efectuado, levaram a propor um motor de 716 kW. Isto representa uma injecção, na Rede Eléctrica Nacional, de aproximadamente 6 GW/ano. Centro electroprodutor do biogás do aterro de Trajouce 24 O sistema de valorização energética do biogás do Aterro de Trajouce entrou em funcionamento em Agosto de 2009, após obtenção das devidas licenças. TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 PROJECTO ECOVIA - ECOLOGICAL ROAD LIFE 05 ENV/P/000366 DURAÇÃO: 1/11/2005-30/4/2009 (42MESES) ORÇAMENTO TOTAL: 1.240.454 CONTRIBUIÇÃO DA CE: 617.727 ENTIDADE BENEFICIÁRIA: BRISA AE O Projecto ECOVIA, com uma duração de 42 meses, tem um orçamento global de 1.240.454,00€ e é co-financiado pela Comunidade Europeia através do Programa LIFE Ambiente, cujo principal objectivo é apoiar acções de demonstração inovadoras, dirigidas aos agentes económicos e às autoridades locais, assim como acções preparatórias de apoio à legislação e a politicas comunitárias. O Projecto conta com a participação de 8 parceiros: AFCAL - Associação dos Fabricantes de Embalagens de Cartão para Alimentos Líquidos; DECO - Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor; INR - Instituto dos Resíduos; PLASTVAL - Valorização de Resíduos Plásticos, S.A.; SPV - Sociedade Ponto Verde, Sociedade Gestora de Resíduos de Embalagens S.A.; TRATOLIXO - Tratamento de Resíduos Sólidos, EIM, S.A.; VALORPNEU - Sociedade de Gestão de Pneus, Lda.; VALORSUL - Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos da Área Metropolitana de Lisboa (Norte), S.A.. O projecto Ecovia, um dos dois projectos portugueses aprovados pelo programa comunitário LIFE Ambiente, propunha-se aumentar a percentagem de reciclagem de plásticos mistos, borrachas e embalagens de cartão para alimentos líquidos, através do desenvolvimento de novos materiais e linhas de produtos, como sinalética rodoviária, guardas de segurança ou barreiras acústicas. O objectivo final era construir “auto-estradas verdes” usando materiais que, pelas suas características, estão em condições de competir no mercado, ajudando a resolver um problema ambiental e promovendo um desenvolvimento sustentável. O projecto cumpriu com o planeado, apesar de alguns atrasos, que não o comprometeram na sua globalidade, permitindo: - Mútuo conhecimento das entidades envolvidas - Potencial redução de custos, para a fase da produção, de aproximadamente 10 %; - Diversos ganhos ambientais - Consumo de resíduos cujo destino era os aterros; - Disseminação dos conhecimentos pela sociedade; - Contribuir para a sustentabilidade empresarial e da sociedade. 25 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 INOVAÇÃO E TECNOLOGIA TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) Face ao actual crescimento orgânico da TRATOLIXO e ao facto de atravessar um processo de melhoria interna, sustentado numa política de inovação empresarial, os Sistemas de Informação e Comunicação têm desempenhado um papel crucial na criação de valor e na melhoria contínua e permanente. Neste segundo ano após a criação do Gabinete de Tecnologias de Informação e Comunicação, foi iniciado o processo de alinhamento dos Sistemas de Informação com as necessidades de negócio, seguindo os objectivos definidos no PERECMOS e no PERSU II, isto é, através da aplicação de um modelo organizacional centrado nas actividades principais que, de facto, criam valor. Como todas as casas se constroem a partir de uma base, foi implementado o primeiro processo de mudança através da renovação e modernização das infra-estruturas tecnológicas, nomeadamente a nível das comunicações, servidores e postos de trabalho. Adicionalmente, para assegurar o adequado manuseio e utilização de recursos de TIC, foi definido um conjunto de boas práticas de governação e de segurança que foi dado a conhecer a todos os utilizadores. Consolidada a actual base tecnológica, foi encetado, em conjunto com as diferentes áreas de negócio, o segundo desafio desta jornada: o desenvolvimento de aplicações de negócio facilitadoras dos processos organizacionais internos. Provas deste facto foram o início da última fase de selecção do sistema integrado de gestão e o culminar do processo de selecção do futuro Website e da futura Intranet Colaborativa. Ao nível operacional, a gestão de pedidos de suporte centra-se finalmente no cliente interno (utilizadores), tornando-se assim mais colaborativa e participativa, permitindo a obtenção de uma medida mais rigorosa dos níveis de satisfação gerados pelo serviço. Construção dos Biodigestores Setembro 2009 A TRATOLIXO encontra-se já a trabalhar no grande desafio para 2010, que será o arranque do Ecoparque da Abrunheira. A utilização dos Sistemas de Informação, como base para o processo de inovação, irá permitir a agilização dos actuais e dos novos processos internos a desenvolver, favorecendo as relações com os municípios do sistema e com os clientes e, portanto, servindo como facilitadora dos processos organizacionais. Com vista a responder às exigências cada vez maiores que se colocam na área da Gestão de Resíduos, a TRATOLIXO decidiu aderir, de forma voluntária, às normas internacionais de gestão de sistemas, com vista à implementação de um Sistema de Gestão Integrado na Qualidade, Ambiente, e Segurança e Saúde. O âmbito proposto contempla todos os processos da empresa envolvidos nas actividades de gestão e tratamento dos RSU. Com a implementação de um sistema de gestão, a empresa consolida a sua estrutura organizativa, através da melhoria da qualidade do serviço prestado, e fortalece a sua imagem perante as partes interessadas (colaboradores internos, clientes, fornecedores e sociedade em geral). Por este meio, a empresa compromete-se a respeitar os mais altos padrões de segurança na execução das suas actividades e a controlar e minimizar os impactes e a pressão ambiental inerente ao seu funcionamento. Os objectivos inerentes à implementação de um Sistema de Gestão Integrado começaram a ser implementados desde 2003, com a certificação da TRATOLIXO na Qualidade e, posteriormente, na Segurança, de acordo com a norma NP 4397:2001 (OHSAS 18001:1999), dando origem a um Sistema Integrado em duas componentes. Em Novembro de 2008 a TRATOLIXO decidiu, face à necessidade premente de reestruturação do Sistema Integrado de Gestão de modo a adequar-se à realidade da Empresa, proceder à suspensão da certificação do Sistema de Gestão da Qualidade e da Segurança e Saúde do Trabalho por um período de 6 meses. Durante este período foi desenvolvido um trabalho conjunto entre a BEL (Business Enhancement Lda) e a TRATOLIXO, para se redefinirem os processos da empresa que serviram de base à revisão do Sistema de Gestão Integrado, já de acordo com as versões NP EN ISO 9001:2008 (relativa aos requisitos dos sistemas de gestão da qualidade), e NP 4397:2008, (relativa aos requisitos dos sistemas de gestão da segurança e saúde do trabalho). Após a realização da auditoria externa, que teve lugar nos dias 13, 14 e 15 de Julho de 2009, obteve-se o levantamento da suspensão da Certificação. Para além dessas duas componentes, o sistema é hoje uma ferramenta de gestão flexível que comporta a integração de outras normas e desafios, como são a componente ambiental, a responsabilidade social e a sustentabilidade. TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 GESTÃO DE PESSOAS REPARTIÇÃO DO EFECTIVO NÍVEL ETÁRIO A 31 de Dezembro de 2009 a TRATOLIXO contava com o apoio de 187 colaboradores, mais 6 pessoas que no ano anterior. O nível etário médio da aproximadamente 41 anos. A área de produção representava 68% do total do efectivo da empresa. TRATOLIXO é de Observando os escalões etários segundo a idade predominante, verifica-se que há uma maior concentração na faixa etária dos 35 aos 39 anos. O índice de tecnicidade(1) que tinha descido, em 2008, de 25,2% para 24,3%, subiu, em 2009, para 25,7%, devido ao facto de o incremento do efectivo global ter tido maior incidência no grupo de pessoal ”Dirigentes” e “Quadros Superiores”. Verifica-se também a existência de 21 colaboradores com idade inferior a 30 anos. NÍVEIS HABILITACIONAIS FORMAÇÃO No que diz respeito à escolaridade, o nível habilitacional predominante, (cerca de 42% do total de colaboradores da empresa) é inferior ao 3º Ciclo do Ensino Básico (9º ano de escolaridade). Entre Janeiro e Dezembro de 2009 registaram-se 201 (mais 45 do que em 2008) participações em 44 acções de formação certificada, num total de cerca de 2 947 horas (mais 350 do que no ano transacto). No entanto verificou-se, de 2008 para 2009, um incremento dos níveis de habilitações. Para tal melhoria contribuiu o facto de se encontrarem cinco licenciados entre as admissões ocorridas em 2009. O investimento que a TRATOLIXO realizou com a participação dos seus colaboradores em acções de formação em 2008 ascendeu aos 69 306,92€. TRABALHO SUPLEMENTAR TAXA DE ABSENTISMO No que diz respeito ao trabalho suplementar, durante o ano de 2009 foi autorizada a realização de um total de 8 001,5 horas de trabalho suplementar, correspondentes a € 77 912,45. Em 2009, a taxa de absentismo registada (4,94%) foi superior em 0,36% à de 2008 (4,58%). Comparando os anos de 2007, de 2008 e de 2009, observa-se uma diminuição anual continuada e significativa, no número de horas extra realizadas (que já vinha de anos anteriores), na ordem dos 14%, entre 2006 e 2007, de 16,5%, entre 2007 e 2008, e de 24,9%, entre 2008 para 2009, o que significa que, no conjunto dos três anos mais recentes, foi operada uma redução de 55,4%. Este acréscimo deve-se à maior incidência de dias perdidos devido a baixas por acidentes de trabalho ocorridos ainda em 2008 (547 dias incluídos nos 878 de 2009) e a um maior número de ausências resultantes de parentalidade, registadas no ano de 2009. (1) O índice de tecnicidade é obtido através da fórmula (Dirigentes + Q. Superiores + Q. Médios) / Efectivo global * 100. 28 29 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 COMUNICAÇÃO E IMAGEM Anúncios’09 ANÚNCIOS 2009 PREPARAÇÃO DA PROMOÇÃO DA SEMANA DO AMBIENTE Parte do Plano de Comunicação da Tratolixo assenta na presença institucional em meios de comunicação social passando, neste ano de 2009, por uma série de 7 anúncios diferentes, todos em torno da actividade da empresa e dos seus resultados e benefícios. Preparação e elaboração da estratégia de promoção interna da semana do Ambiente. Campanha de sensibilização para a poupança de energia através da troca de lâmpadas incandescentes por lâmpadas economizadoras. VISITAS DE ESTUDO Foram efectuadas, durante o ano de 2009, quatro acções distintas de sensibilização ambiental e promoção da reciclagem dos resíduos domésticos. Estas acções contemplaram Seminários nas Escolas e a realização de visitas ao Ecocentro da Ericeira, ao Centro de Triagem e Ecocentro da Valorsul, ao Ecoparque de Trajouce. 30 Cartaz da Semana do Ambiente TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 Embalagem de divulgação contendo amostra de composto Campoverde. PARTICIPAÇÕES XXI FEXPOMALVEIRA 2009 A Tratolixo participou, entre 11 a 16 de Agosto, na XXI edição da Fexpomalveira, certame onde estiveram mais de 200 expositores. É a 2ª vez que participamos na Fexpomalveira e, na actual fase de construção do Ecoparque da Abrunheira, torna-se fundamental a presença na mais importante feira do concelho de Mafra, para divulgação do projecto junto da população. I FEIRA DO MILHO 2009 GREENFESTIVAL 2009/ 3ªS JORNADAS DA ENERGIA Na 1ª edição desta feira, num espaço de 200 ha (176 ocupados com plantações de milho), estiveram cerca de 120 expositores ligados, directa ou indirectamente, à agricultura. Na sua 2ª edição, este festival englobou várias vertentes temáticas. Uma delas, as 3ª Jornadas da Energia, contou com a participação da Tratolixo, que apresentou uma comunicação sobre Gestão e Valorização de Resíduos. A presença da Tratolixo, com o composto Campoverde, despertou bastante interesse junto de associações de agricultores e particulares, na maioria por desconhecerem este tipo de produto proveniente de um sistema de gestão de resíduos. A Tratolixo marcou também presença entre 70 expositores, com um pavilhão em que divulgou o Ecoparque da Abrunheira e a parceria para o Ecocombustível. 31 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 SITUAÇÃO ECONÓMICO-FINANCEIRA ANÁLISE DE RESULTADOS O ano de 2009 acentuou a tendência de agravamento do ambiente macroeconómico que se tinha verificado em 2008, com impacto directo ao nível do desempenho das empresas. Importa salientar no entanto que, embora não seja objectivo da empresa a obtenção de Resultado Líquido positivo, e apesar das condições adversas atrás descritas, a TRATOLIXO apresentou, em 2009, um Resultado Líquido no valor de 338.508 €. O resultado apresentado deve-se, essencialmente, à conjugação de Resultados Operacionais positivos, no valor de 2.328.270 € , Resultados Financeiros negativos, no montante de 1.724.647 € e Resultados Extraordinários negativos de 160.064 € , conforme se pode constatar no Quadro 1. valores expressos em euros Quadro 1 Conta de Resultados 2008/2009 RESULTADO LÍQUIDO O Resultado Líquido de 2009, no montante de 338.508 €, apresentou, relativamente a 2008, uma redução de € 559.160, explicada na sua maior parte, pela diminuição dos Resultados Operacionais. Este facto está directamente relacionado com o decréscimo verificado nas Prestações de Serviços, em resultado da ligeira diminuição verificada na recepção de resíduos e da diminuição da tarifa de 2009, face ao ano anterior (de 42,12 €/tonelada em 2008 para 38,63 €/tonelada em 2009). A este respeito, importa referir que, apesar da tarifa efectivamente praticada em 2009 ser de 42,29 €/tonelada, a mesma é aplicada apenas aos resíduos indiferenciados e equiparados, não sendo tarifados os resíduos da recolha selectiva. Assim, uma vez que, em 2008, todos os resíduos eram tarifados, para se poder comparar 2009 com 2008, é necessário ter em conta a tarifa de 38,63 € /tonelada, ou seja, a que seria praticada em 2009, caso fossem tarifados todos os resíduos. No Gráfico 1 é apresentada a evolução do Resultado Líquido nos últimos dois anos. valores expressos em euros Gráfico 1 - Evolução do Resultado Líquido 2008/2009 32 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 Gráfico 2 Distribuição dos Proveitos Totais em 2009 Gráfico 3 Distribuição dos Custos Totais em 2009 PROVEITOS TOTAIS CUSTOS TOTAIS Em 2009, os Proveitos Totais da TRATOLIXO foram de 24.800.710 €, representando uma diminuição de 4.025.447 € (cerca de 14%) face a 2008. Os desvios desfavoráveis verificados nos Proveitos Operacionais (-1.505.370 €) e nos Proveitos Financeiros (-2.293.087 €), justificam a maior parte desta diminuição. Os Custos Totais, no montante de 24.357.151 €, registaram, em 2009, uma diminuição de 3.294.797 € (cerca de 12%), face a 2008, devido, sobretudo, à redução dos Custos Financeiros (- 3.478.040 € ) e dos Custos Extraordinários (- 1.120.796 €), a seguir analisados. No Gráfico 2 encontra-se representada a contribuição de cada uma das diferentes rubricas para a formação dos Proveitos Totais da empresa, em 2009. Como se pode constatar, os Proveitos da TRATOLIXO são, fundamentalmente, constituídos pelas rubricas Vendas e Prestações de Serviços , as quais são responsáveis por cerca de 97% das receitas da empresa (21% e 76% respectivamente). Conforme se pode constatar no Gráfico 3, em 2009, as rubricas Fornecimentos e Serviços Externos (FSE), Custos com o Pessoal e Custos Financeiros, representam, em conjunto, cerca de 90% da estrutura de custos da empresa (60%, 22% e 8%, respectivamente), a que se seguem, em termos de importância relativa, as rubricas Amortizações, Ajustamentos e Provisões (9%) e Custos Extraordinários (1%). 33 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 SITUAÇÃO ECONÓMICO-FINANCEIRA ANÁLISE DE RESULTADOS RESULTADOS OPERACIONAIS No que respeita aos Resultados Operacionais, no valor de 2.328.270 €, os mesmos apresentam, comparativamente a 2008, um desvio favorável de aproximadamente 55%, analisado mais à frente no presente relatório. PROVEITOS OPERACIONAIS CUSTOS OPERACIONAIS Em 2009, os Proveitos Operacionais totalizaram 24.612.865 €, o que, em relação ao ano anterior, representa uma diminuição de cerca de 6%, equivalendo, em termos absolutos, a - 1.503.370 €. Em 2009, os Custos Operacionais totalizaram 22.284.595 €, o que comparativamente com o ano anterior, representa um acréscimo de cerca de 6%, ou, em termos absolutos, de 1.304.039 €. A variação verificada nos Proveitos Operacionais é explicada, essencialmente, pelo decréscimo na rubrica Prestações de Serviços, conforme se pode constatar no Quadro 2. Como já foi referido, este facto é justificado pela diminuição de cerca de 3,49 € /Tonelada verificada na Tarifa praticada em 2009 (A Tarifa passou de 42,12 €/ /tonelada em 2008 para 38,63 €/tonelada em 2009), bem como pela ligeira redução da quantidade de resíduos recebida pelo sistema. A variação positiva que os Custos Operacionais registam face a 2008, é explicada, na sua maior parte, pelo aumento registado na rubrica Fornecimentos e Serviços Externos (FSE). Este acréscimo está relacionado com o facto de o tratamento de embalagens constar nesta rubrica a partir de Julho de 2008, dado que passou a ser, a partir desta data, efectuado na Valorsul. Refira-se no entanto, que não se verificou uma redução na rubrica Custos com o Pessoal, já que os colaboradores afectos à Estação de Triagem permaneceram nos quadros da empresa, tendo sido absorvidos por outras áreas, como são os casos da equipa de limpeza, criada em 2008, afecta à Direcção Fabril; e o Transporte de Resíduos que, em 2008, passou a ser também efectuado com recursos internos. No que diz respeito à rubrica Vendas de Produtos, a mesma regista um acréscimo de 19.166 € (+0,36%) comparativamente a 2008, justificado, essencialmente, pelo aumento da produção de Plásticos Mistos, ECAL e PEBD Compostagem, apesar da queda acentuada no Volume de Vendas do Papel/Cartão. valores expressos em euros Quadro 2 Evolução de Proveitos Operacionais 2008/2009 valores expressos em euros Quadro 3 Evolução de Custos Operacionais 2008/2009 34 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 RESULTADOS FINANCEIROS No que diz respeito aos Resultados Financeiros, no montante de - 1.724.647 €, os mesmos apresentam, face a 2008, um desvio favorável de cerca de 41%, explicado pelo facto de a diminuição dos Proveitos Financeiros (- 2.293.087 €) ser mais do que compensada pela redução dos Custos Financeiros (- 3.478.040 €). Estas diminuições prendem-se com a circunstância de a média da taxa indexada ao crédito projecto (Euribor a 6 meses), ter sido significativamente inferior em 2009, face a 2008, diminuindo o proveito gerado pelo SWAP e os juros pagos pelo empréstimo. Refira-se no entanto que, devido à descida, a partir do mês de Junho, da taxa de juro de referência (Taxa Euribor a 6 meses), o SWAP deixou de gerar proveito e passou a gerar um custo, uma vez que a taxa de juro contratualizada (3,25%) esteve acima da taxa de juro de referência (1,49%). De referir ainda que, em 2009, a capitalização real de encargos financeiros (€ 3.980.056), foi significativamente superior à capitalização de 2008 (€ 530.267), o que originou igualmente uma redução, em termos líquidos, dos encargos financeiros. RESULTADOS EXTRAORDINÁRIOS Relativamente aos Resultados Extraordinários, no montante de - 160.064 €, o desvio favorável de 891.805 € (cerca de 85%) em relação ao ano anterior é, essencialmente, motivado pela diminuição dos Custos Extraordinários. Em 2008 houve lugar ao pagamento de uma compensação indemnizatória e a abates efectuados ao imobilizado no âmbito do projecto de gestão de activos realizado nesse ano. 35 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 Gráfico 4 Evolução das Principais rubricas do Balanço 2008-2009 Gráfico 5 Evolução da estrutura Balanço 2008-2009 36 do TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 SITUAÇÃO ECONÓMICO-FINANCEIRA ESTRUTURA PATRIMONIAL A evolução das principais rubricas do Balanço, nos últimos dois anos encontra-se evidenciada tanto no Quadro 4 como nos Gráficos 4 e 5. valores expressos em euros Quadro 4 Evolução das principais rubricas do Balanço 2008-2009 ACTIVO PASSIVO No final de 2009, o Activo Líquido total atingiu 141.877.511 €, o que representa um acréscimo de cerca de 20% face ao ano anterior, motivado pelo aumento do Imobilizado devido ao elevado Investimento em Curso. O Passivo Total registou um acréscimo de aproximadamente 21% face a 2008, passando de 112.429.432 € em 2008 para 135.984.556 € em 2009 (ver Quadro 4). Relativamente ao Activo Circulante, no montante de 37.170.110 €, o mesmo apresenta uma redução de cerca de 16% face a 2008, a qual se deve, essencialmente, à transferência efectuada em 2009, no âmbito da contribuição do Fundo de Coesão, para o projecto relativo à construção da Unidade de Digestão Anaeróbia da Abrunheira, no montante de 6.916.200 €. Esta variação fica a dever-se, na sua maior parte, ao aumento do Passivo de Médio e Longo Prazo, que apresenta um acréscimo, relativamente a 2008, de 19.111.354 € (cerca de 18%). Este último é consequência do aumento registado na rubrica “Dívidas a Instituições de Crédito” (+ 16.100.000 €), devido aos empréstimos bancários de médio e longo prazo contraídos em 2009; e na rubrica “Provisões” (+ 3.325.999 €), gerado pela constituição de uma Provisão no montante de 3.500.000 €, para recuperação do passivo ambiental relacionado com a contaminação de solos e de águas subterrâneas em Trajouce. Quanto ao Passivo de Curto Prazo, o mesmo registou um acréscimo de 4.443.771 € (aproximadamente 51%) face a 2008, justificado, essencialmente, pelo aumento da rubrica “Fornecedores de Imobilizado” (+ 3.719.699 €), devido aos Investimentos em Curso e pelo financiamento de curto prazo, no montante de 3.326.988 € em termos líquidos, obtido pela linha Crédito Intercalar (constituída no âmbito da concessão da contribuição do projecto relativo à construção da Unidade de Digestão Anaeróbia). CAPITAL PRÓPRIO O Capital Próprio apresenta um acréscimo de 338.509 € face a 2008, passando de 5.554.446 € para 5.895.955 €, obtido através do Resultado Líquido positivo do exercício. 37 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 SITUAÇÃO ECONÓMICO-FINANCEIRA ANÁLISE DOS PRINCIPAIS INDICADORES valores expressos em euros Quadro 5 Evolução dos Principais Indicadores 2008-2009 * Inclui Trabalho Temporário INDICADORES ECONÓMICOS valores expressos em euros Todos os Indicadores Económicos apresentam valores inferiores aos verificados em 2008. Este facto deve-se, essencialmente, ao decréscimo do Volume de Negócios e consequentemente, dos Resultados Operacionais e do Resultado Líquido, originando uma diminuição do EBIT, EBITDA, Margem do EBITDA e do Cash Flow. A descida do Volume de Negócios é explicada pela diminuição verificada na rubrica Prestações de Serviços (redução da Tarifa praticada) e pelo ligeiro decréscimo do número de toneladas de resíduos recebidas pela TRATOLIXO, em 2009, face a 2008. Gráfico 6 - Evolução do EBITDA 2008-2009 INDICADORES DE RENTABILIDADE Relativamente aos Indicadores de Rentabilidade, os mesmos registam um decréscimo face ao ano anterior, que se deve à diminuição do Resultado Líquido e, no caso da Rentabilidade do Activo em particular, também ao acréscimo do Activo, devido ao aumento dos Investimentos em Curso. 38 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 INDICADORES DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO Ambos os Indicadores de Equilíbrio Financeiro apresentados registam, em 2009, valores inferiores a 2008. O decréscimo registado na Autonomia Financeira está relacionado com o aumento do Activo que se deve, essencialmente, conforme referido anteriormente, ao elevado Investimento em Curso. Relativamente à Solvabilidade, a mesma apresenta um valor inferior ao de 2008, aqui devido ao aumento do Passivo Total que, conforme também já explicado, se relaciona com os Empréstimos Bancários contraídos em 2009 e com a Provisão constituída para recuperação do passivo ambiental relacionado com a contaminação de solos e de águas subterrâneas em Trajouce. Gráfico 7 - Evolução da Autonomia Financeira 2008-2009 INDICADORES DE LIQUIDEZ Comparativamente a 2008, os rácios de liquidez registam valores inferiores, em 2009, em resultado da diminuição do Activo Circulante e do aumento do Passivo Circulante. Conforme já referido anteriormente, a diminuição do Activo Circulante está relacionada com a transferência efectuada pelo Fundo de Coesão, em 2009, no âmbito da contribuição para o projecto relativo à construção da Unidade de Digestão Anaeróbia. No que respeita ao Passivo Circulante, o crescimento verificado está relacionado com o aumento da rubrica “Fornecedores de Imobilizado” devido aos Investimentos em Curso e com o financiamento de curto prazo obtido em 2009. Gráfico 8 - Evolução da Liquidez Geral 2008-2009 INDICADORES DE PRODUTIVIDADE valores expressos em euros O VAB, VAB por Trabalhador e o Volume de Negócios por Trabalhador, registam uma diminuição face a 2008, explicada, essencialmente, pela redução verificada no Volume de Negócios e pelo aumento dos FSE. GLOSSÁRIO FINANCEIRO Volume de Negócios = Vendas + Prestações de Serviços EB TDA = EB T + Amortizações + Provisões Margem do EB TDA = EB TDA/Volume de Negócios Rentabilidade do Volume de Negócios = Resultado Líquido/ Volume de Negócios Rentabilidade do Activo = Resultado Líquido/Activo Autonomia Financeira = Capital Próprio/Activo Solvabilidade = Capital Próprio/Passivo Activo Circulante = Existências + Dívidas de Terceiros Curto Prazo + Depósitos Bancários e Caixa + Acréscimos de Proveitos + Activos por Impostos Diferidos Passivo Circulante = Dívidas a Terceiros Curto Prazo + Acréscimos de Custos + Passivos por Impostos Diferidos Liquidez Geral = Activo Circulante/Passivo Circulante Gráfico 9 - Evolução do VAB por Trabalhador 2008-2009 Liquidez Reduzida = (Activo Circulante - Existências) / Passivo Circulante Cash-Flow = Resultado Líquido + Amortizações + Provisões Valor Acrescentado Bruto (VAB) = Volume de Negócios + Variação da Produção + Proveitos Suplementares + Trabalhos para Própria Empresa - Custo das Mercadorias Vendidas e Consumidas - Fornecimentos e Serviços Externos - Impostos Valor Acrescentado Bruto (VAB) por trabalhador = VAB/ Nº Médio de Trabalhadores Valor de Negócios por trabalhador = Volume de Negócios / Nº Médio de Trabalhadores 39 40 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 PERSPECTIVAS PARA 2010 O ano de 2010 será crucial para o futuro da empresa, destacando-se a execução de obras de fulcral importância para a estratégia e capacidade instalada de unidades de tratamento de resíduos na TRATOLIXO. São os casos do Ecoparque da Abrunheira (que inclui a Central de Digestão Anaeróbia e as novas Células de Confinamento Técnico) e, no Ecoparque de Trajouce, a execução do Plano de Reabilitação e do Plano Director de Trajouce. O Ecoparque da Abrunheira assume uma enorme importância para a estratégia da TRATOLIXO, nomeadamente ao nível tecnológico, organizativo e económico. A nível tecnológico, esta instalação colocará a TRATOLIXO na linha da frente, do que de mais pioneiro que se faz na Europa no sector dos resíduos. A nível organizativo representará um grande desafio para a empresa em termos da estruturação dos seus recursos. Por último, a nível económico, o aumento da capacidade instalada e a redução dos custos actualmente suportados com o tratamento de resíduos e seu encaminhamento a destino final, são elementos fundamentais na prossecução dos Princípios da Eficiência na Utilização de Recursos e Respeito pelo Ambiente. A implementação da solução daqui resultante representará um desafio a vários níveis, nomeadamente ao nível da organização dos processos de negócio internos, das pessoas e da gestão da informação. A este respeito, importa referir que, em 2010, a TRATOLIXO implementará uma solução informática (ERP), que permitirá, numa plataforma única e transversal, integrar os workflows de processos de actuação, controlo e tramitação de informação, o que terá uma importância acrescida face às exigências colocadas a este nível pelo novo pólo de Mafra. Por outro lado, torna-se de fulcral importância a continuação do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido para a regularização dos processos de licenciamento das actividades e das instalações. A evolução da relação da empresa com um conjunto de entidades, como sejam, entre outras, a APA (Agência Portuguesa do Ambiente), a Valorsul, num cenário de partilha de soluções, e a Empresa Geral de Fomento (EGF), com uma possível integração, é igualmente um dos objectivos para 2010. Em 2010, a TRATOLIXO continuará assim, a procurar o equilíbrio entre os aspectos económicos, ambientais e sociais, através da aplicação de todos os princípios atrás enunciados e no desenvolvimento de competências que dêem resposta aos grandes desafios que se colocam. 41 42 2009 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 PROPOSTA DE APLICAÇÃO DOS RESULTADOS Nos termos do artigo 23º dos estatutos, propõe-se que o Resultado Líquido do exercício, no valor de 338.508 €, seja levado à rubrica de Resultados Transitados. O Conselho de Administração Domingos José Calado Saraiva Armindo Carlos Cortez de Azevedo João Carlos da Silva Bastos Dias Coelho José Lino Fonseca Ramos Luís Manuel Realista dos Santos 43 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 46 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 O Técnico Oficial de Contas Teresa Alves Mateus O Conselho de Administração Domingos José Calado Saraiva Armindo Carlos Cortez Azevedo João Carlos da Silva Bastos Dias Coelho José Lino Fonseca Ramos Luís Manuel Realista dos Santos 47 48 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 O Técnico Oficial de Contas Teresa Alves Mateus O Conselho de Administração Domingos José Calado Saraiva Armindo Carlos Cortez Azevedo João Carlos da Silva Bastos Dias Coelho José Lino Fonseca Ramos Luís Manuel Realista dos Santos 49 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 O Técnico Oficial de Contas Teresa Alves Mateus O Conselho de Administração Domingos José Calado Saraiva Armindo Carlos Cortez Azevedo João Carlos da Silva Bastos Dias Coelho José Lino Fonseca Ramos Luís Manuel Realista dos Santos 50 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 O Técnico Oficial de Contas Teresa Alves Mateus O Conselho de Administração Domingos José Calado Saraiva Armindo Carlos Cortez Azevedo João Carlos da Silva Bastos Dias Coelho José Lino Fonseca Ramos Luís Manuel Realista dos Santos 51 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 ANEXO À DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 2 - DISCRIMINAÇÃO DOS COMPONENTES DE CAIXA E SEUS EQUIVALENTES Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2009 e 2008, a composição dos componentes de caixa e seus equivalentes era a seguinte: valores expressos em euros ANO 2009 Numerário Depósitos à ordem Depósitos a prazo Caixa e seus equivalentes 2.500 149.603 4.160.000 4.312.103 ANO 2008 2.500 333.513 1.235.000 1.571.013 3 - INFORMAÇÕES RESPEITANTES A ACTIVIDADES FINANCEIRAS NÃO MONETÁRIAS Em 31 de Dezembro de 2009 a quantia de créditos bancários concedidos e não sacados totalizava o montante de 64.453.508 €. Trajouce, 24 de Fevereiro de 2010 O Técnico Oficial de Contas Teresa Alves Mateus O Conselho de Administração Domingos José Calado Saraiva Armindo Carlos Cortez Azevedo João Carlos da Silva Bastos Dias Coelho José Lino Fonseca Ramos Luís Manuel Realista dos Santos 53 ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 valores expressos em euros NOTA INTRODUTÓRIA A Tratolixo é uma empresa intermunicipal de capitais integralmente públicos, detida a 100% pela AMTRES Associação de Municípios de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra para o Tratamento de Resíduos Sólidos. Tem por objecto social a gestão e exploração do Sistema de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos que inclui o tratamento, deposição final, recuperação e reciclagem de resíduos sólidos, a comercialização dos materiais transformados, bem como outras prestações de serviços no domínio dos resíduos sólidos. Foi constituída em 1990 com o objectivo principal de fazer a gestão e exploração das unidades de tratamento de resíduos existentes em Trajouce, nomeadamente da unidade de compostagem (central industrial de tratamento de resíduos sólidos - CITRS). Posteriormente, foi-lhe concessionada, pela AMTRES, a gestão e exploração da Central de Triagem e do Aterro Sanitário. Em 2000 o Município de Mafra aderiu à AMTRES, que passou então a contar com os municípios de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra, abrangendo uma área geográfica de 753 Km2 e servindo uma população de 877.004 habitantes. Em 2003, a Tratolixo elabora o Plano Estratégico de Resíduos para as áreas dos Municípios de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra (PERECMOS), plano esse que permitiu à Tratolixo definir as linhas de orientação para implementação da sua estratégia de gestão de resíduos sólidos, tendo por base um conjunto de novos investimentos em soluções de tratamento, prevista para um horizonte de 23 anos. 54 Atendendo a que o Plano Estratégico implicaria um investimento elevado a Tratolixo recorreu a um Project Finance para a realização dos investimentos necessários, tendo como contrapartida a concessão e a gestão do sistema por um período de 20 anos. Para este efeito, em Dezembro de 2004, foi celebrado um Contrato-Programa entre a Tratolixo e a AMTRES formalizado com aprovação nas Câmaras e Assembleias Municipais dos quatro Municípios. Actualmente o sistema centraliza as suas unidades de tratamento e valorização no Concelho de Cascais, em Trajouce, e no Concelho de Mafra, na Ericeira e na Abrunheira, sendo constituído por uma unidade de Tratamento Mecânico e Biológico por compostagem, com uma capacidade de recepção de resíduos de 150.000 t/ano e de 60 000 t/ano de tratamento biológico, 1 centro de triagem de papel e cartão e 2 ecocentros. Estão em construção outras infra-estruturas, localizadas no Ecoparque da Abrunheira, Concelho de Mafra, que serão essenciais para a sustentabilidade do sistema: A Central de Digestão Anaeróbia, cuja empreitada teve início a 31 de Julho de 2008, é, sem dúvida a infraestrutura fulcral de toda a estratégia de gestão de resíduos da Tratolixo. É também o investimento mais vultuoso e de maior importância para o efectivo aumento da capacidade de tratamento de resíduos instalada no sistema, permitindo à Tratolixo efectuar o tratamento dos resíduos do Sistema dando resposta à necessidade nacional de desviar de aterro sanitário os resíduos urbanos biodegradáveis, privilegiando a valorização orgânica e energética deste tipo de resíduos. Em 2009 a Tratolixo fez a gestão de 482.053 toneladas de resíduos sólidos urbanos e equiparados provenientes das recolhas municipais e de entregas particulares. As notas que se seguem respeitam a numeração sequencial definida no Plano Oficial de Contabilidade, e aquelas cuja numeração se encontra ausente deste anexo não são aplicáveis à Empresa, ou a sua apresentação não é relevante para a leitura das demonstrações financeiras anexas. - Unidade de Tratamento Mecânico e Biológico por Digestão Anaeróbia com uma capacidade nominal de recepção de resíduos de 200.000 t/ano; - Células de confinamento técnico, para deposição de resíduos não passíveis de valorização; - Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais (ETARI) para o tratamento dos efluentes das infraestruturas do ecoparque. 55 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 NOTA 3 BASES DE APRESENTAÇÃO, PRINCIPAIS PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS E CRITÉRIOS VALORIMÉTRICOS UTILIZADOS As demonstrações financeiras foram preparadas no pressuposto da continuidade das operações, a partir dos livros e registos contabilísticos da Empresa, de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceites em Portugal. Os principais princípios contabilísticos e critérios valorimétricos utilizados na preparação das demonstrações financeiras foram os seguintes: a) Especialização dos exercícios A Empresa regista as suas receitas e despesas de acordo com o princípio da especialização dos exercícios, pelo qual estas são reconhecidas à medida em que são geradas, independentemente do momento em que são recebidas ou pagas. As diferenças entre os montantes recebidos e pagos e as correspondentes receitas e despesas geradas são registadas nas rubricas de acréscimos e diferimentos. b) Imobilizações corpóreas As imobilizações corpóreas são registadas ao custo de aquisição. Os encargos de manutenção corrente são registados como custo no período em que são incorridos. As grandes reparações e beneficiações são capitalizadas. As reintegrações são calculadas pelo método das quotas constantes, utilizando-se para o efeito as taxas definidas no Decreto Regulamentar nº 2/90 de 12 de Janeiro. O processo de depreciação inicia-se no começo do exercício em que o respectivo bem entrou em funcionamento. As imobilizações em curso incluem os montantes gastos nos vários projectos em que a Tratolixo se encontra envolvida e que ainda se encontram em fase de construção. Estes bens são contabilizados ao custo de aquisição e incluem os encargos financeiros relacionados com o contrato de financiamento, bem como os custos da área técnica afecta aos respectivos projectos, em função das horas efectivamente dispendidas em cada projecto e custo horário de cada trabalhador. Os encargos financeiros, que correspondem essencialmente ao valor líquido dos custos e proveitos com juros, são calculados pela aplicação da taxa média do custo do financiamento às despesas verificadas no período compreendido entre 1 de Janeiro de 2009 e 31 de Dezembro de 2009. Consideram-se como despesas do período a média do valor contabilístico dos activos que se encontram em estudo e em construção durante o período findo em 31 de Dezembro de 2009. Os encargos financeiros calculados e incluídos conforme descrito no custo das imobilizações em curso, por contrapartida da rubrica de custos “Custos e Perdas Financeiros”, são transferidos para imobilizações corpóreas quando os respectivos investimentos se encontram aptos para entrar em funcionamento. 56 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 d) Locação financeira i) Acréscimos e diferimentos Os activos imobilizados adquiridos mediante contratos de locação financeira, bem como as respectivas responsabilidades são contabilizados pelo método financeiro. De acordo com este método, o custo do activo é registado no imobilizado corpóreo e a correspondente responsabilidade é registada no passivo. Os juros incluídos no valor das rendas e as reintegrações dos respectivos activos são registados como custo na demonstração dos resultados do exercício a que respeitam. A Empresa regista nestas rubricas os custos e os proveitos imputáveis ao exercício corrente e cujas receitas apenas ocorrerão em exercícios futuros, bem como as despesas e as receitas que já ocorreram mas que respeitam a exercícios futuros e que serão imputadas aos resultados de cada um desses exercícios pelo valor que lhes corresponde. O detalhe e a natureza destas rubricas encontram-se explicitados na Nota 48. e) Aluguer operacional de viaturas As viaturas utilizadas em regime de “aluguer operacional de veículos”, bem como as respectivas responsabilidades, não se encontram reflectidos no balanço por as respectivas rendas serem registadas como custos do exercício na demonstração dos resultados. f) Existências As existências de matérias-primas, subsidiárias e de consumo encontram-se valorizadas ao custo de aquisição. Os produtos acabados encontram-se valorizados ao custo de produção ou ao preço de mercado. Apenas se encontram valorizados ao preço de mercado os produtos acabados cujo respectivo custo de produção excede o seu valor de venda. g) Ajustamentos de dívidas a receber Os ajustamentos de dívidas a receber são calculados com base na estimativa de perdas pela não cobrança das contas a receber de clientes e de outros devedores. h) Provisões As provisões têm por objecto cobrir as responsabilidades cuja natureza esteja claramente definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa, mas incertas quanto ao seu valor ou data de ocorrência. Apenas são reconhecidas quando exista uma obrigação presente, resultante de um acontecimento passado, e quando seja provável que para a resolução dessa obrigação ocorra uma saída de recursos cujo montante possa ser razoavelmente estimado. j) Impostos diferidos Os impostos diferidos referem-se às diferenças temporárias entre os montantes dos activos e dos passivos para efeitos de registo contabilístico e os respectivos montantes para efeitos de tributação, bem como os resultantes do reporte de prejuízos fiscais. Os activos e passivos por impostos diferidos são calculados e avaliados utilizando-se, para o efeito, as taxas de tributação que se espera estarem em vigor à data da reversão das diferenças temporárias. Os activos por impostos diferidos são registados unicamente quando existem expectativas razoáveis de lucros fiscais futuros suficientes para os utilizar. l) Trabalhos para a própria empresa A Tratolixo regista, em “Trabalhos para a própria empresa” parte dos encargos suportados com o Gabinete de Investimentos e Novas Infraestrutura, visto a existência deste gabinete estar directamente relacionada com os projectos que se encontram em desenvolvimento e em fase de construção. O montante registado é efectuado em função das horas efectivamente dispendidas em cada projecto e custo horário de cada trabalhador do gabinete. Regista-se, ainda, em trabalhos para a própria empresa os custos de não instalação associados ao transporte efectuado com recurso a meios internos (nota 48 acréscimos e diferimentos). m) Instrumentos financeiros Os instrumentos financeiros dizem respeito a operações de “swap” de taxa de juro em empréstimos bancários, para reduzir o risco de perdas pela variação nestas taxas. Os proveitos ou encargos com operações “swap” são registados na demonstração dos resultados no exercício em que ocorrem. 57 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 NOTA 6 IMPOSTOS A Empresa é tributada em IRC - Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas à taxa de 12,5% para matéria colectável até 12.500€, e, quando superior a este limite, à taxa de 25%. Estas taxas são acrescidas de Derrama, cuja taxa máxima de incidência sobre o lucro tributável é de 1,5%. De acordo com o artigo 81º do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas, a Empresa encontrase sujeita a tributação autónoma sobre um conjunto de encargos, às taxas de 10% e 5% previstas no mencionado artigo. Nos termos da legislação em vigor, as declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correcção por parte das autoridades fiscais durante um período de quatro anos (dez anos para a Segurança Social até 2000, inclusive, e cinco anos a partir de 2001), excepto quando tenham existido prejuízos ou estejam em curso inspecções, reclamações ou impugnações, casos em que, dependendo das circunstâncias, os prazos são prolongados ou a) Movimentos nos activos por impostos diferidos: Activos por impostos diferidos Ajustamentos não dedutíveis Prejuízos fiscais reportáveis Soma b) Movimentos nos passivos por impostos diferidos: Passivos por impostos diferidos Reavaliação de activos imobilizados suspensos. Deste modo, as declarações fiscais da Empresa dos anos de 2006 a 2009 ainda poderão vir a ser sujeitas a revisão. O Conselho de Administração entende que eventuais correcções às declarações de impostos, resultantes de revisões/inspecções por parte das autoridades fiscais, não terão efeito significativo nas demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2009. Os prejuízos fiscais são reportáveis durante um período de seis anos após a sua ocorrência e susceptíveis de dedução a lucros fiscais gerados durante esse período. O IRC contabilizado como custo do exercício findo em 31 de Dezembro de 2009 encontra-se ajustado pelo efeito da contabilização de impostos diferidos, de acordo com a directriz contabilística nº 28. Os movimentos ocorridos no exercício, em resultado deste normativo, quanto à sua natureza e impacto nas demonstrações financeiras, são como segue: Saldo inicial Constituição 3.127 80.004 83.131 Saldo inicial 1.393 Constituição Reversão Saldo final 3.127 80.004 83.131 0 0 0 Reversão 333 Saldo final 1.060 c) Reconciliação do imposto do exercício e do imposto corrente: 31 12 2009 Resultado antes de imposto Taxa nominal de imposto Imposto esperado 443.559 26,15% 115.981 Diferenças permanentes Diferenças temporárias (14.854) 333 Outros (ajustamentos de taxa) Ajustamentos à colecta Tributação autónoma Derrama Benefício Fiscal SIFIDE Prejuízo fiscal reportável Outros ajustamentos não dedutíveis Imposto corrente Imposto diferido Imposto sobre o rendimento do exercício 58 1.824 16.421 5.831 (20.153) (80.004) (3.127) 22.252 82.798 105.051 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 NOTA 7 PESSOAL AO SERVIÇO DA EMPRESA Durante o exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, a Empresa teve ao seu serviço, em média, 185 empregados. NOTA 10 ACTIVO IMOBILIZADO Durante o exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, o movimento ocorrido no valor das imobilizações corpóreas e investimentos financeiros, bem como nas respectivas amortizações acumuladas e ajustamentos, foi o seguinte: Activo Bruto Imobilizações corpóreas: Terrenos e recursos naturais Edifícios e outras construções Equipamento básico Equipamento de transporte Ferramentas e utensílios Equipamento administrativo Outras imobilizações corpóreas Imobilizações em curso Adiantamentos por conta de imob. Corpóreas Amortizações e Ajustamentos Imobilizações corpóreas: Terrenos e recursos naturais Edifícios e outras construções Equipamento básico Equipamento de transporte Ferramentas e utensílios Equipamento admnistrativo Outras imobilizações corpóreas Saldo inicial Aumentos 62.900 12.008.273 10.920.474 1.394.837 1.939.594 943.819 594.601 22.322.827 6.458.566 167.881 45.821 81.190 427.823 58.619 15.741 26.685.919 1.917.844 56.645.892 29.400.838 Alienações 249.750 151.098 7.228 408.077 Transfª e Abates Saldo final 2.787.554 62.900 12.171.640 10.465.574 1.060.890 1.913.285 843.676 542.992 49.008.747 5.588.856 3.980.095 81.658.559 4.514 250.972 264.039 446.904 158.762 67.349 Saldo inicial Reforço Anulação/reversão Saldo final 2.197.954 4.495.223 827.991 842.687 756.188 345.279 9.465.322 625.472 1.069.978 123.730 229.139 72.434 48.743 2.169.495 4.514 355.307 334.577 308.861 151.910 67.151 1.222.321 2.818.912 5.209.893 617.145 762.965 676.711 326.870 10.412.496 NOTA 11 CUSTOS FINANCEIROS CAPITALIZADOS No decurso do exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, a Empresa incluiu na rubrica de “Imobilizações em Curso” o montante de 2.307.167 Euros (Nota 14), relativo a encargos financeiros de empréstimos que financiaram o imobilizado corpóreo durante o seu período de construção. Relativamente aos encargos financeiros associados aos custos de não instalação, incluiu-se na rubrica custos diferidos - custos de não instalação, o montante de 1.672.889 Euros, que financiou os custos do transporte de resíduos para aterros alheios pelo facto de o novo aterro situado na Abrunheira ainda não se encontrar em funcionamento. A taxa de juro média anual utilizada no cálculo desses encargos financeiros foi de 6,05%. 59 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 NOTA 13 REAVALIAÇÕES DE IMOBILIZAÇÕES CORPÓREAS O detalhe dos custos históricos das imobilizações corpóreas e correspondente reavaliação, líquido de amortizações, em 31 de Dezembro de 2009 é o seguinte: Rubricas Imobilizações corpóreas: Terrenos e recursos naturais Edifícios e outras construções Equipamento básico Equipamento de transporte Ferramentas e utensílios Equipamento administrativo Soma Custos Históricos (a) Reavaliações(a) (b) Valores contab. reavaliados(a) 117.078 3.561 11.075 107 128.153 3.668 11.182 131.821 120.639 (a) Líquidos de amortizações; (b) Englobam as sucessivas reavaliações NOTA 14 IMOBILIZAÇÕES CORPÓREAS E EM CURSO (INFORMAÇÃO ADICIONAL) Os encargos financeiros incluídos em imobilizações corpóreas e em curso, são como segue: Saldo Inicial Aumentos no exercício Saldo Final 1.530.506 2.307.167 3.837.673 Importa referir que se encontram registadas como imobilizados em curso, pelo montante de 17.240.000 Euros, as aquisições de terrenos subjacentes a infraestruturas que se encontram em fase de construção. As mesmas serão relevadas como imobilizado corpóreo assim que as respectivas construções estejam concluídas e em funcionamento. NOTA 15 BENS EM REGIME DE LOCAÇÃO FINANCEIRA Em 31 de Dezembro de 2009, o valor dos bens em regime de locação financeira pode resumir-se como segue: Bens em leasing Prensas Pá carregadora JCB 456HT Pá carregadora JCB 436HT 60 Conforme a alínea d) da Nota 3, os activos imobilizados mediante contratos de locação financeira são registados pelo método financeiro. Em 31 de Dezembro de 2009, na rubrica “Outros credores por fornecimento de imobilizado conta corrente” está incluído o montante de 590.048 Euros correspondente ao valor a pagar às locadoras. Contrato nº 190407 310830 310830 Valor aquisição 2.271.760 144.500 105.250 2.521.510 Am. Acumulada 1.817.408 90.313 52.625 1.960.345 Val. Líquido 454.352 54.188 52.625 561.164 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 NOTA 21 MOVIMENTOS OCORRIDOS NAS RUBRICAS DO ACTIVO CIRCULANTE Durante o exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, ocorreram os seguintes movimentos nas rubricas de ajustamentos: Ajustamentos Dívidas de terceiros: Outros devedores Clientes de cobrança duvidosa Total Saldo inicial Reforço 13.159 19.845 33.003 27.518 27.518 Reversão Saldo final 13.159 0 47.362 47.362 13.159 NOTA 23 NOTA 30 DÍVIDAS DE COBRANÇA DUVIDOSA GARANTIAS REAIS PRESTADAS Em 31 de Dezembro de 2009, existiam dívidas de clientes classificadas como de cobrança duvidosa de 47.362 Euros, relativamente às quais a Empresa registou ajustamentos pela totalidade (Nota 21). Como forma de garantir o cumprimento integral e atempado das obrigações emergentes do Contrato de Financiamento a Tratolixo, e a AMTRES, concordaram em constituir a favor dos bancos, que fazem parte do Sindicato Bancário, penhor de primeiro grau sobre a totalidade dos Activos Empenhados de que são titulares. NOTA 25 Por activos empenhados entendem-se todos e cada um dos bens móveis da Tratolixo, dos direitos da AMTRES e da Tratolixo e, em geral, todos os bens ou direitos que em cada momento sejam objecto dos Penhores ou das Hipotecas de Automóveis. DÍVIDAS ACTIVAS E PASSIVAS COM O PESSOAL Em 31 de Dezembro de 2009 a Empresa tinha as seguintes dívidas activas e passivas com empregados: Saldo devedores Saldo credores 29.306 0 NOTA 29 DÍVIDAS A TERCEIROS A MAIS DE CINCO ANOS Em 31 de Dezembro de 2009 o balanço da Tratolixo evidencia como dívidas de médio e longo prazo o montante de 93.650.000 Euros relativo às linhas Crédito de Projecto e Crédito Conta Corrente do Project Finance. Como bens móveis, entendem-se os bens móveis (incluindo, sem limitação, todos e quaisquer valores mobiliários) e os equipamentos susceptíveis de serem dados em penhor ou em hipoteca que a cada momento sejam propriedade da Tratolixo. NOTA 32 GARANTIAS PRESTADAS Em 31 de Dezembro de 2009, as garantais bancárias prestadas a terceiros, eram como segue: EDP Valorsul Repsol 60.463 412.500 6.700 479.663 61 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 NOTA 34 MOVIMENTO OCORRIDO NAS PROVISÕES No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, a rubrica de provisões apresenta-se como segue: Provisões Provisões para processos judiciais em curso Provisões para arborização de sobreiros (Mafra) Outras provisões Total Saldo inicial 1.590 1.590 Com a provisão para arborização de sobreiros, constituída por 42.815 Euros, pretendeu-se reconhecer nas demonstrações financeiras da Empresa a obrigação de implementar o projecto de compensação, e respectivo plano de gestão, de arborizar cerca de 12 hectares de terreno, na sequência do arranque de 346 sobreiros adultos. O arranque dos sobreiros foi autorizado nos termos do Decreto-Lei nº 169/2001, de 25 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei nº 155/2004, de 30 de Junho, a fim de permitir a implementação das obras de alargamento do Aterro Sanitário da Abrunheira e construção da Central de Digestão Anaeróbia de Resíduos, empreendimento considerado de imprescindível utilidade pública por Despacho nº 13881/2009. Aumento Redução Saldo final 14.631 42.815 3.500.000 3.557.445 1.590 17.325 212.531 231.446 14.631 25.490 3.287.469 3.327.589 A provisão para recuperação de terrenos, constituída por 3.500.000 Euros, refere-se à melhor estimativa para fazer face à responsabilidade assumida pela Tratolixo com a resolução do passivo ambiental relacionado com a contaminação de solos e de águas subterrâneas em Trajouce. Esta provisão foi reconhecida como um activo por a AMTRES ter aceite aquele valor como fazendo parte do plano de investimentos da Tratolixo. Deste modo, o montante agora provisionado será recuperado por intermédio de tarifas futuras. NOTA 36 COMPOSIÇÃO DO CAPITAL Em 31 de Dezembro de 2009, o capital da Tratolixo, no montante de 7.010.000 Euros, integralmente realizado, era composto por 1.402.000 acções com o valor nominal de cinco Euros cada. NOTA 37 PESSOAS COLECTIVAS COM PARTICIPAÇÃO IGUAL OU SUPERIOR A 20% NO CAPITAL DA EMPRESA Em 31 de Dezembro de 2009, a AMTRES - Associação de Municípios de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra para o Tratamento de Resíduos Sólidos, detinha 100% do capital da Empresa. NOTA 39 MOVIMENTOS NAS RESERVAS DE REAVALIAÇÃO Nos termos da Directriz Contabilística nº 16 quando o excedente obtido na sequência do processo da reavaliação, se encontrar realizado dever-se-á proceder à sua transferência para resultados transitados. Deste modo, o exercício de 2009 registou nesta rubrica a regularização do excedente no montante de 3.260 Euros. Esta rubrica registou, ainda, a reversão do passivo por impostos diferidos no montante de 333 Euros. 62 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 NOTA 40 MOVIMENTOS OCORRIDOS NAS RUBRICAS DE CAPITAL PRÓPRIO Durante o exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, os movimentos verificados nas rubricas do capital próprio foram como segue: Saldo inicial 7.010.000 120 Capital Prémios de emissões de acções Reservas: Reservas de reavaliação Reserva legal Reservas livres Resultados transitados Resultado líquido do exercício Aumento Redução 11.626 30.000 2.394.968 897.668 5.554.446 2.927 2.927 338.508 341.435 897.668 897.668 2.927 Saldo final 7.010.000 120 0 8.700 30.000 0 1.494.373 338.508 5.892.955 NOTA 41 CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS E DAS MATÉRIAS CONSUMIDAS O custo das matérias consumidas no exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, foi determinado como segue: Mercadoria Existências iniciais Compras Regularização de existências Existências finais Custos no exercício Matérias primas, subs. e de consumo 65.654 44.791 0 60.613 49.833 NOTA 42 VARIAÇÃO DA PRODUÇÃO A variação da produção no exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, foi determinada como segue: Existências iniciais Regularização de existências Existências finais Aumento/redução no exercício Produtos acabados e intermédios 32.620 7.854 89.676 -64.910 Subprod. desperdícios, resíduos e refugos Produtos e trabalhos em curso NOTA 43 REMUNERAÇÕES DOS MEMBROS DOS ORGÃOS SOCIAIS As remunerações atribuídas aos membros dos órgãos sociais no exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, foram como segue: Conselho de Administração Fiscal Único 361.302 14.058 375.360 63 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 NOTA 44 VENDAS E PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS POR ACTIVIDADE As vendas e prestações de serviços distribuem-se da seguinte forma no mercado interno: Vendas Prestações de serviços Composto 86.538 Recicláveis 5.186.419 86.538 5.186.419 Tratamento resíduos 18.788.828 18.788.828 NOTA 45 DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS FINANCEIROS Os resultados financeiros dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 apresentam a seguinte composição: ANO 2009 Custos e perdas: 681 Juros suportados 682 Perdas em empresas do grupo e associadas 686 Descontos de pronto pagamento concedidos 688 Outros custos e perdas financeiros Resultados financeiros Proveitos e ganhos: 781 Juros obtidos 785 Diferenças de câmbio favoráveis 786 Descontos de pronto pagamento obtidos 788 Reversões e outros proveitos e ganhos financeiros ANO 2008 1.419.346 4.861.637 463.305 1.724.647 499.054 2.909.600 158.004 2.451.091 158.004 2.451.091 158.004 2.451.091 NOTA 46 DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS EXTRAORDINÁRIOS Os resultados extraordinários dos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2009 e 2008 têm a seguinte composição: ANO 2009 Custos e perdas: 691 Donativos 692 Dívidas incobráveis 693 Perdas em existências 694 Perdas em imobilizações 695 Multas e penalidades 697 Correcções relativas a exercícios anteriores 698 Outros custos e perdas extraordinários Resultados extraordinários Proveitos e ganhos: 794 Ganhos em imobilizações 797 Correcções relativas a exercícios anteriores 798 Outros proveitos e ganhos extraordinários 64 ANO 2008 33.053 1.671 212 117.261 6.887 21.073 9.748 160.064 6.086 25.194 76.035 750.460 2.763 450.163 1.051.869 29.841 258.832 4.242 8.420 17.179 29.841 229.666 13.477 15.689 258.832 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 NOTA 48 OUTRAS INFORMAÇÕES ESTADO E OUTROS ENTES PÚBLICOS Do montante de 685.774 Euros de IVA a recuperar 321.139 Euros referem-se a pedidos de reembolsos já efectuados. É expectável que este montante seja reembolsado no final de Fevereiro do ano em curso. Estado e Outros Entes Públicos Saldos devedores: Pagamento especial por conta Retenções s/ rendimentos prediais IRC a recuperar IVA a recuperar Saldos credores: Retenções de IRS trab. dependente Retenções de IRS trab. independente Segurança social 153.047 112 2.839 685.774 841.772 35.650 4.005 84.111 123.766 OUTROS DEVEDORES O montante de 18.532.347 Euros diz respeito ao montante que ainda falta ser reembolsado pelo Fundo de Coesão referente à concessão da contribuição do projecto relativo à construção da Unidade de Digestão Anaeróbia para tratamento de resíduos orgânicos. A decisão, da concessão da contribuição, da Comissão das Comunidades Europeias é datada de 23 de Dezembro de 2004. Outros Devedores Operações c/ o pessoal Cauções diversas Fundo de Coesão Operações com seguradoras Adiantamentos Outros devedores Fornecedores 29.306 28.265 18.532.347 1.445 5.576 3.413 12.611 18.612.963 65 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS Quanto aos custos diferidos é de salientar o seguinte: - Relativamente aos custos com a elaboração do modelo financeiro, é de referir que os mesmos totalizaram em 2005 2.428.610 Euros, estando a ser diferidos por um período de 20 anos. No decorrer de 2009, a este montante foi adicionado o valor de 297.210 Euros que se refere a prestação de serviços e de despesas incorridas pelo sindicato bancário. Este montante foi diferido tendo em conta o restante período do diferimento anterior; - Com relação aos custos de não instalação, o montante acima de 31.219.316 Euros refere-se aos exercícios de 2004 a 2009 e diz respeito à diferença apurada entre os custos de transporte e deposição que a Tratolixo teria tido no caso de já ter o aterro da Abrunheira em funcionamento, e os custos efectivamente suportados de transporte e deposição de resíduos para aterros alheios. Este montante encontra-se diferido pelo facto de o aterro de Trajouce se encontrar encerrado, e pelo facto de o novo aterro situado na Abrunheira, se prever entrar em funcionamento em finais de 2010. Os custos de não instalação, deverão começar a ser imputados a custos do exercício, assim que o aterro da Abrunheira entrar em funcionamento. Relativamente aos proveitos diferidos, o montante de 25.448.548 Euros, já acima referido, refere-se à concessão da contribuição do Fundo de Coesão. Acréscimos e Diferimentos Acréscimos de proveitos: Juros a receber Facturação a emitir Outros acréscimos de proveitos 230 59.528 6.061 65.819 Custos diferidos: Seguros Gasóleo Outros custos diferidos Custos do Modelo Financeiro Custos de não instalação Acréscimos de custos: Remunerações a liquidar Telefone Electricidade Encargos de empréstimos Juros de suprimentos AMTRES Prémios Outros acréscimos de custos Proveitos diferidos: Fundo de Coesão 117.329 8.999 15.603 2.100.092 31.219.316 33.461.339 600.252 6.356 11.839 173.369 192.217 234.745 183.993 1.402.771 25.448.548 25.448.548 OUTROS CREDORES Do montante de 5.417.877 Euros, 590.048 Euros dizem respeito ao valor a pagar por contratos de locação financeira (Nota 15), sendo que, 323.969 Euros encontram-se evidenciados no balanço como dívidas a médio e longo prazo. Outros Credores Fornecedores de imob. c/c Diversos 5.417.877 19.259 5.437.136 EMPRÉSTIMOS No decurso do exercício de 2005 a Tratolixo reformulou todos os seus financiamentos, tendo em 17 de Agosto firmado o “Contrato de Financiamento”, com o Sindicato Bancário, constituído pelos bancos Caixa Geral de Depósitos, Caixa - Banco de Investimento, Banco BPI e Banco Comercial Português. Nos termos do contrato de financiamento é concedido à Tratolixo um crédito no montante global de 170. 850. 400 Euros repartido pelas seguintes facilidades: a) O Crédito de Projecto, na forma de crédito directo, no montante máximo de 125.000.000 Euros; b) O Crédito de IVA, na forma de conta corrente, no montante máximo de 7.900.000 Euros; 66 c) O Crédito Intercalar, na forma de crédito directo, no montante máximo de 25.450.400 Euros; d) O Crédito Conta Corrente, na forma de conta corrente, no montante máximo de 10.000.000 Euros; e) O Crédito de Garantia, na forma de garantia bancária, no montante máximo de 2.500.000 Euros. O Crédito vence juros a partir da data de cada utilização. A taxa de juro aplicável corresponde à que resulta da taxa Euribor que se encontrar em vigor no segundo dia útil anterior à data de cada utilização ou de cada período de contagem de juros, calculada numa base anual de trezentos e sessenta dias e do número efectivo de dias decorridos, adicionada da margem. TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 EMPRÉSTIMOS Os juros serão pagos no último dia de cada período de contagem de juros. Relativamente ao Credito de Projecto e ao Crédito Intercalar, os períodos de contagem de juros são semestrais e sucessivos, terminando em 15 de Junho e 15 de Dezembro de cada ano. Relativamente ao Crédito IVA e ao Crédito Conta Corrente, os períodos de contagem de juros são mensais e sucessivos, terminando no dia 15 de cada mês. Até ao final do período de disponibilidade, a Tratolixo pagará uma comissão de imobilização, liquidada e paga semestralmente e postecipadamente no último dia de cada período de contagem de juros e que incidirá sobre o montante do crédito respectivo por utilizar, calculada numa base diária a uma taxa de 0,5% ao ano. Associados a este empréstimo, foram contratados 4 swaps de taxa de juro, cujo valor global totaliza o montante do Crédito de Projecto, pelos quais a Empresa recebe semestralmente o equivalente à Euribor a seis meses, e paga juros a taxa fixa, também, semestralmente. Neste momento encontra-se em curso um projecto de refinanciamento para a Tratolixo, que irá modificar algumas cláusulas do contrato de financiamento, nomeadamente no que diz respeito aos planos de amortização do capital. No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, do Crédito de Projecto, a Tratolixo tinha utilizado o montante de 92.650.000 Euros, do crédito Conta Corrente 1.000.000 Euros. Estes montantes encontram-se evidenciados no balanço de médio e longo prazo. ESFORÇO EM INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO No exercício findo em 31 de Dezembro de 2009, o esforço total em Investigação e Desenvolvimento foi o discriminado no quadro abaixo. A Tratolixo formalizou uma candidatura ao SIFIDE na qual solicitou um benefício fiscal de 130.315 Euros. Despesas com o pessoal: Fornecimentos e serviços externos: Matérias primas: Investimento: Total: 354.425 O técnico Oficial de Contas Teresa Alves Mateus O Conselho de Administração 48.374 8.333 81.190 Domingos José Calado Saraiva 492.322 Trajouce, 24 de Fevereiro de 2010 Armindo Carlos Cortez de Azevedo João Carlos da Silva Bastos Dias Coelho José Lino Fonseca Ramos Luís Manuel Realista dos Santos 67 68 TRA IXO | Relatório e Contas | 2009 CERTIFICAÇÃO LEGAL DAS CONTAS 69 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 70 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 71 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 72 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 RELATÓRIO E PARECER DO FISCAL ÚNICO 74 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 75 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 TRATOLIXO | Relatório e Contas | 2009 Ficha Técnica Design Letra Design Créditos Fotográficos Aeroperspectiva Capa; pp. 2, 15, 17,18, 19, 20, 26, 40, 42, 44, 52, 54, 68, 73 José Pedro Santa Bárbara pp. 29, 35 Arquivo Tratolixo pp. 24, 30, 31 Arquiprojecta Imagem virtual p. 16 76