Convibra 09 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NO ENSINO DE ADMINISTRAÇÃO: UM ESTUDO NOS CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO DE JOINVILLE – SC AUTORES CELI LUCIANO GONÇALVES, Mestrando Universidade Regional de Blumenau - FURB [email protected] CÉLIO LUIZ VALCANAIA, Mestrando Universidade Regional de Blumenau - FURB [email protected] MARIA JOSÉ CARVALHO DE SOUZA DOMINGUES, Dra. Universidade Regional de Blumenau - FURB [email protected] RESUMO A complexidade do mundo dos negócios globalizados tem exigido cada vez mais dos administradores das empresas. O objetivo deste artigo é fazer uma análise no que diz respeito ao ensino das disciplinas de tecnologia da informação aos graduandos em Administração de Empresas nas cinco instituições que fornecem este curso na região de Joinville. Os dados foram coletados através de pesquisa exploratória, com visitas aos sítios de cada instituição, e entrevistas para complementação dos mesmos. Os resultados apontam que as IES de Joinville aplicam aos seus currículos duas disciplinas de tecnologia da informação, uma com conteúdo básico e outra mais voltada à aplicação de tecnologia da informação aos negócios, com carga regular de horas para estas. Somente uma instituição aplica uma única disciplina para esta área, neste caso não oferecendo os conceitos básicos de tecnologia. A conclusão, de acordo com este trabalho, é que as instituições estão de acordo com as necessidades de mercado. PALAVRAS-CHAVE: Administração, Tecnologia da Informação, Ensino, Sistemas de Informações, Disciplina, Professor. ABSTRACT The complexity of the business today has demanded always more and more from the business men. This target of this paper is to make a partial analysis about what is going on in Joinville, the biggest Santa Catarina city, in terms of teaching information technology to the students of Business Management in the five institutions that offers this curse at the Joinville metropolitan area. The data has been collected by visiting their web sites or sometimes personal interviews, in order to complete the data. The results shows that the institutions apply it in two different disciplines, one only for the basics on technology and the other one for the use of technology for the business. They have a similar grade of hours for those disciplines. Only one institution applies just one discipline to cover this matter, and in this case not offering the technology basics. The conclusion, based on this paper, show that the institutions are giving this particular knowledge in the accordance with the market needs. VI CONVIBRA – Congresso Virtual Brasileiro de Administração Convibra 09 KEY-WORDS: Business, Management, Information Technology, Teaching, Information Systems, Discipline, Teacher. 1 INTRODUÇÃO A profissão de administrador, bem como todas as demais possibilitadas pelos cursos de administração, sofrem no seu dia-a-dia grande impacto das ferramentas de tecnologia da informação, quer sendo aquelas corporativas, cujo objetivo é fornecer dados a todos os níveis da organização, ou ainda, aquelas cujo objetivo é a construção de novas visões de informação, obtidas através de softwares operados pelo próprio usuário. Joinville vive intensamente os impactos da globalização, às vezes positivos, e outras nem tanto. Independente do momento econômico, a continuidade da evolução depende fundamentalmente da qualidade da mão de obra disponível para cada uma das atividades. Baseado nisto a finalidade deste trabalho é evidenciar como as instituições de ensino superior de Joinville têm implementado as disciplinas de sistemas de informação no currículo dos cursos de administração, e como os professores tem a composição de sua formação acadêmica preparada para tal finalidade nos cursos de graduação em administração de empresas pelas instituições de ensino superior de Joinville – SC. No mundo moderno, para ser um profissional de Administração, o qual deve preencher os mais exigidos requisitos de contratação pelas empresas, o aluno precisa deter, além dos conhecimentos de organização, estratégia, operação, processo, recursos humanos, finanças e marketing, também a tecnologia da informação. A tecnologia da informação é vista como uma das mais poderosas influências no planejamento das organizações e por este motivo, a pesquisa sobre a estruturação dos cursos de Administração, analisando a disciplina de tecnologia, procura entender melhor, como as IES estão preparadas para esta mudança. O plano de ensino, a ementa e os currículos dos professores das Instituições de Ensino Superior estão atualizados e compatíveis com a nova visão moderna de mundo. Na próxima seção, apresenta-se o referencial teórico da pesquisa, o qual descreve a evolução dos sistemas de informações, os sistemas de informações na administração, as disciplinas de sistemas de informações nos cursos de administração nas instituições de ensino superior e o perfil do professor para o curso de administração nas IES. Na seção seguinte, demonstram-se os procedimentos metodológicos adotados. Em seguida, apresentam-se os resultados alcançados na pesquisa explanatória documental e, por fim, as conclusões. Este artigo compara as IES de Joinville e tenta explicar a estruturação dos cursos e professores. 2 EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES Dominado pela velocidade das informações, as pessoas e as empresas dependem do uso incessante da tecnologia informatizada, o computador. Os sistemas de informações alteraram, de forma irreversível, os caminhos dos negócios e cria-se uma economia baseada em informações. Esta tecnologia é dominada por pessoas cada vez mais jovens, a qual as universidades, em suas atividades acadêmicas, focalizam o uso da computação, tecnologia da informação e sistema de informação em suas grades curriculares (Litto, 2005). Para Mcgee e Prusak (1994), a informação é um ativo, onde os administradores precisam administrar idêntico aos outros ativos, como: propriedades, bens materiais, capital VI CONVIBRA – Congresso Virtual Brasileiro de Administração Convibra 09 físico e capital humano, denominados de recursos. Conforme é definido por Mcgee e Prusak (1994): (...) informação são dados coletados, organizados, ordenados, aos quais são atribuídos significados e contexto. Informação deve informar, enquanto os dados absolutamente não têm essa missão. A informação deve ter limites, enquanto os dados podem ser ilimitados. Para que os dados se tornem úteis como informações a uma pessoa encarregada do processo decisório é preciso que sejam apresentados de tal forma que essa pessoa possa relacioná-los e atuar sobre eles. (grifo nosso). Moreira (2000, p. 138) descreve tecnologia como; “(...) qualquer meio de comunicação ou equipamento de reprodução audiovisual”. A tecnologia da informação, para Rezende (2005, p.62), é compreendida como um conjunto de recursos computacionais, com objetivos de processamento de dados e o seu resultado, geram-se informações e conseqüentemente, conhecimento. Os sistemas geradores de informações, os quais contam com os recursos da tecnologia da informação, estão cada vez mais avançados, provendo e auxiliando as tomadas de decisões e a capacidade de desenvolvimento das operações de uma organização. Esta evidência pode ser complementada com a descrição de Souza e Saccol (2003, p. 20), onde as tecnologias da informação, como sistema corporativo ERP (Enterprise Resource Planning) é a ferramenta mais utilizada no Brasil e no mundo, pelas pequenas, médias e grandes empresas, permitindo a operação das suas áreas de negócios, como administrativo, financeiro, comercial e manufatura em um único banco de dados. Conforme Torres (1995), as tecnologias da informação são classificadas em: tecnologia de hardwares, sistemas de informações, automação de escritórios, automação industrial, engenharia e projeto por computador, recursos multimídia e recursos específicos de automação (coletores de dados e leitura ótica). Principais ferramentas de Tecnologia da informação aplicada à geração de informações, (CARVALHO apud REZENDE; PEREIRA, 2002): • Automação de Escritórios; • Business Intelligence (BI); • Customer Relationship Management (CRM); • Data Mining (DM); • Data Warehouse (DW); • Database Marketing (DBM); • Enterprise Resource Planning (ERP); • Executive Information System (EIS); • Gestão eletrônica de documentos (GED); • Inteligência Artificial (IA); • Internet; • Intranet; • Manufacturing Execution System (MES); • On-Line Analytic Processing (OLAP); • On-Line Transaction Processing (OLTP); • Sistema de Apoio a Decisões (SAD); • Sistemas Especialistas (SE); • Sistemas Gerenciadores de Bancos de Dados (SGBD); VI CONVIBRA – Congresso Virtual Brasileiro de Administração Convibra 09 • • • Supply Chain; Warehouse Management System (WMS); Workflow. Conforme Castells (2003, p. 39, 40) a revolução informacional, revolução telemática ou terceira revolução industrial, chamadas de Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs) iniciou o processo de redefinição da base material da sociedade, portanto, em uma velocidade acelerada. O próprio capitalismo passa por um processo de profunda reestruturação caracterizado por maior flexibilidade de gerenciamento; descentralização das empresas e sua organização em redes tanto internamente quanto em suas relações com outras empresas; (...) aumento da concorrência econômica global em um contexto de progressiva diferenciação dos cenários geográficos e culturais para a acumulação e a gestão do capital. (...) testemunhamos a integração global dos mercados financeiros; o desenvolvimento da região do pacífico asiático como o novo centro industrial global dominante; a difícil unificação econômica da Europa. (...) observamos a liberação paralela de forças produtivas consideráveis da revolução informacional e a consolidação de buracos negros de miséria humana na economia global. Na organização, a tecnologia prove os recursos de integração, a nível macro, integrando as áreas internas de negócios e as áreas externas, como: filiais, clientes, fornecedores, governo, bancos e transportadoras. A tecnologia também permite um banco de dados estruturado e ilimitado, formando uma grande base de conhecimento. 3 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES NA ADMINISTRAÇÃO Os sistemas de informações podem ser considerados como ferramentas estratégicas e decisivas para o sucesso de uma organização, contribuindo para o alinhamento das áreas de negócios, tornando-a rápida na tomada de decisão, acuracidade na relação de custo dos produtos e visão forte do fluxo de caixa (Albertin, 2001) De acordo com Drucker (1980, p. 33): (...) nesses tempos uma empresa deve manter-se ágil, forte e sem gordura, capaz de suportar esforços e tensões e capaz também de se movimentar rapidamente para aproveitar as oportunidades. E, complementa Cleveland (1985, p.18): Haverá mais trabalhos de ‘informação e serviços’, e proporcionalmente menos trabalho de ‘produção’ a serem feitos. As máquinas irão consumir rotinas e tarefas repetitivas; os trabalhos deixados para as pessoas exigirão mais e mais trabalho mental, e mais habilidade em relações pessoais, para as quais as máquinas não servem. Durante as últimas décadas, sem os sistemas de informações, os processos departamentais eram processados de forma manual e em “ilhas”, ou seja, não integrados. As VI CONVIBRA – Congresso Virtual Brasileiro de Administração Convibra 09 informações eram centralizadas em pessoas e, quando estas não pertenciam mais a organização, a base de conhecimento ia embora com estas pessoas. Como argumentado por Albertin (2001), as empresas, em suas rotinas normais de trabalho, contam com operações e projetos. As operações têm como principal objetivo, serem seriais e seqüenciais. Em outras palavras, são infinitas e regulares. Às informações não normalizadas, em uma análise sem os sistemas de informações, faltavam acuracidades e o tempo de resposta para a alta direção era demasiadamente lento, ocasionando serias conseqüências para as organizações produtivas. No cenário atual, os sistemas de informações estão alinhados com a estratégia competitiva das organizações e passa a desempenhar um instrumento cada vez mais relevante nos relacionamentos comerciais, provocando uma mudança significante nas regras da economia (Leitão e Pitassi, 2002). Albertin (2001) descreve como a tecnologia da informação corrobora com a estratégia competitiva das organizações ao: • Permitir a entrada mais fácil em alguns mercados; • Possibilitar melhor relacionamento com clientes; • Auxiliar a inserção de novos produtos substitutos; • Proporcionar vantagens de custos; • Permitir a diferenciação de seus produtos e serviços; • Permitir novas estratégias competitivas com o uso de sua tecnologia; • Facilitar a eliminação de intermediários; • Facultar o surgimento de novos intermediários que adicionem valor por meio de informação. A organização com suas operações descentralizadas, porém, com a sua gestão centralizada, as tomadas de decisões passam a serem real time e on-line, através de métricas e cruzamentos de informações. Os sistemas de informações na administração proporciona uma redução drástica dos recursos da empresa envolvidos nas áreas administrativas, otimização e cumprimento dos processos, gerando qualidade, integridade das informações e agilidade nos processamentos. Resulta em uma equação, onde o aumento da produtividade e a redução de custo geram uma melhor rentabilidade na gestão da empresa. 4 AS DISCIPLINAS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÕES NOS CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR O ensino da administração no Brasil é recente, tendo iniciado com a aprovação dos currículos mínimos aprovados em 1966 e revistos em 1993. A reforma de 1966 foi bastante importante já que reduziu drasticamente a rigidez dos currículos iniciais, e se consolidou com a publicação pelo MEC das Diretrizes Curriculares em 2005. O Ministério da Educação, o Conselho Nacional de Educação e a Câmara de Educação Superior, através da resolução no. 4, de 13 de Julho de 2005, instituiu as (DCN) Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Administração, bacharelado, e entre outras coisas determinou que os Cursos de Administração devam ensejar a capacitação e aptidão para compreender as questões científicas, técnicas, sociais e econômicas, no processo de tomada de decisão e gerenciamento; possibilitar a formação profissional nas competências e habilidades inerentes ao exercício desta função; e preparar o aluno para o interrelacionamento com a realidade nacional e internacional. VI CONVIBRA – Congresso Virtual Brasileiro de Administração Convibra 09 O Ministério da Educação e Cultura, não impõem um currículo rígido, definindo apenas que a formação do administrador deve envolver um perfil que atenda as demandas em três níveis: Globalizado, nacional e regional, na região atendida pela respectiva IES. Cada IES tem autonomia para definir seu próprio projeto pedagógico, desde que mantenha alguma relação com o projeto geral acima. Também poderão definir livremente suas grades curriculares, respeitando as quatro linhas de formação obrigatórias: 1. Linha de formação ética e humanística - composta pelas disciplinas de cunho humanista (Filosofia, Sociologia, Economia, etc.); 2. Linha de formação científica e quantitativa - composta pelas disciplinas da área de exatas, disciplinas metodológicas e de informática; 3. Linha de formação profissional - composta pelas disciplinas que caracterizam o curso de Administração, como teoria administrativa, disciplinas funcionais (Recursos Humanos, Produção, Marketing, Finanças etc.) e as de suporte técnico-legal (Contabilidade, Direito etc.); 4. Linha de formação da habilitação - disciplinas relativas à ênfase que o curso pretende dar à formação profissional, de acordo com exposto no item 2. Vários autores citam que para haver uma formação adequada de um profissional faz-se necessário, entre outras coisas, de um currículo adequado. Fischer (1986) mostra que o pano de fundo dos problemas de ensino da administração, está na mistura de campo de conhecimento e matéria de ensino, ocasionando uma fragmentação do conteúdo, resultando em um rol de disciplinas agrupadas sem critérios visíveis, não gerando a instrumentalização para o exercício da profissão e nem uma visão pluralista das necessidades da sociedade. Castro (2001) coloca que o problema dos currículos de administração é a dissonância entre matérias profundas vistas de maneira superficial nos primeiros anos e matérias práticas ou de aplicação sem uma base teórica mais profunda que alimente os desafios dos alunos. 5 O PERFIL DO PROFESSOR PARA O CURSO DE ADMINISTRAÇÃO NAS IES O processo de aprendizagem requer um amplo envolvimento entre professor e aluno. Ao aluno requer-se o interesse, sem o qual todo o esforço do professor será inútil. Nóvoa (2002, p.23) afirma que: “um cirurgião opera com o doente anestesiado e o advogado pode defender um cliente silencioso, mas o sucesso do professor depende da cooperação ativa do aluno”. Fonseca, Magina, Braga e Oliveira (2007) citam que nos cursos de administração, é comum um quadro de professores que trate seus alunos como uma platéia, num monólogo, com a utilização de aulas discursivas. Kearsley (1993) coloca a crítica à qualidade do professor como um dos fatores que mais afetam a efetividade da tecnologia educacional, já que esta pode amplificar as habilidades humanas, permitindo melhores resultados, mas depende diretamente de professores capacitados e habilitados para tal, que precisam entender da necessidade de habilidades não desenvolvidas na escola. É um desafio grande para os professores manterem-se atualizados em tudo o que diz respeito ao mundo dos Sistemas de Informações, não só pela complexidade em si, mas também pela velocidade com que acontece e muda. Branson (1990) apresenta um modelo da evolução deste paradigma. VI CONVIBRA – Congresso Virtual Brasileiro de Administração Convibra 09 Figura 01 - Modelos de Ensino do Passado, Presente e Futuro Fonte: BRANSON, R.K. Issues in the Design of Schooling: Changing the Paradigm. Educational Technology, 30(4): 7-10, April 1990. Branson (1990) considera que passamos do paradigma da tradição oral, que tinha o professor no centro, para o paradigma atual onde ainda tem o professor no centro, mas já com intensa interação entre os alunos. Na época ele citou o paradigma baseado em tecnologia como o paradigma do futuro, mas que é o que vivenciamos hoje, onde o modelo de ensino é baseado na tecnologia e centrado no aluno. Kearley (1996) diz: “se queremos ver a tecnologia ter mais impacto nas escolas e nas organizações (.), precisamos ter como meta principal a preparação de bons professores”. Meira (1999) indica que os avanços nas tecnologias de informação mostram uma tendência de novas formas de produção de conhecimento, diferenciando do padrão escolar bancário e seguindo em direção aos novos cenários, atividades e conceitos do terceiro milênio. Chong (1999), por sua vez, afirma que: “Os avanços recentes nas tecnologias da informação fazem antever a emergência de formas novas extremamente plásticas de produção de conhecimentos, onde aprendizes e gestores da cultura escolar (alunos, professores, pais, pesquisadores e governos) podem escapar da educação bancária em direção aos novos cenários, atividades e conceitos do terceiro milênio.” 6 METODOLOGIA E TÉCNICAS DE PESQUISA A metodologia da pesquisa é exploratória documental. O material de análise foi através dos sítios oficiais das IES, solicitação de informações via e-mail e telefone e visitas presenciais às Instituições. O município de Joinville é o mais populoso e industrializado do Estado. Têm mais de 500 mil habitantes, segundo estimativas da Prefeitura. Ocupa o primeiro lugar do PIB per capita no Estado de Santa Catarina. Além de abrigar indústrias líderes em seus segmentos de atuação, destaca-se também pelo forte setor de serviços e pelo turismo. Hoje, o município possui 12 IES distribuídas geograficamente e, com o curso de Administração, estão classificadas somente 5 IES, conforme descrito abaixo e segundo INEP (2009) e MEC (2009): • Faculdade Cenecista de Joinville – FCJ; VI CONVIBRA – Congresso Virtual Brasileiro de Administração Convibra 09 Faculdade Anhanguera; Instituto de Ensino Superior Santo Antônio – INESA; Instituto Superior Tupy – SOCIESC; Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE; • • • • Segundo Beuren (2006, p.85) “os dados podem ser coletados com base em uma amostra retirada de determinada população ou universo que se deseja conhecer”. Os materiais solicitados foram: objetivo do curso, plano de ensino, ementa e currículo lattes dos professores. 7 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO Percebe-se que no quadro 01, até mesmo em função da liberdade que o MEC concede nestes casos, as IES de Joinville têm nomenclaturas diferentes para as disciplinas que dizem respeito ao ensino de tecnologia da informação. Duas instituições têm uma disciplina básica, Microinformática ou Informática básica. A disciplina de Tecnologia da Informação está presente em três IES, o mesmo ocorrendo com Administração de Sistemas de Informação. Quadro 01 – Demonstrativo dos Cursos e as respectivas Disciplinas nas IES de Joinville Instituição Curso A Administração B Administração de Empresas e Negócios C Administração D Administração - FGV E Administração com Ênfase em Administração de Empresas Disciplina Microinformática Tecnologia da Informação Administração de Sistemas de Informação Tecnologia da Informação Informática Básica Administração de Sistemas de Informação Tecnologia da Informação Administração de Sistemas da Informação Sistemas de Informações Empresariais Carga Horária 80 80 80 80 80 80 80 80 72 Fonte: Dados da pesquisa. Observa-se também no quadro 01, que a instituição E tem um posicionamento bastante diferenciado das demais IES da cidade. Enquanto as demais têm em seu currículo duas disciplinas para tratar de tecnologia da informação, a instituição E tem apenas a disciplina de Sistemas de Informações Empresariais. Ainda neste quadro nota-se que enquanto todas as disciplinas nas outras IES possuem uma carga horária de 80h, na instituição E, que possui somente uma disciplina relacionada à tecnologia da informação, esta carga é de apenas 72h. Quadro 02 – Demonstrativo dos Objetivos dos Cursos de Administração nas IES de Joinville VI CONVIBRA – Congresso Virtual Brasileiro de Administração Convibra 09 Instituição A B C D E Descrição O curso superior de Bacharelado em Administração objetiva a formação de profissionais dotados de conhecimentos, competências e habilidades necessários para atuação em diferentes contextos organizacionais e sociais de forma empreendedora, integrada e estratégica, aptos a: identificar, analisar e dimensionar informações e riscos para a tomada de decisão; reconhecer problemas e propor estratégias de ação; implementar e consolidar projetos em organizações e lidar com processos de gestão inovadores, sempre conscientes das implicações éticas do seu exercício profissional. O profissional de administração e negócios deve ter uma formação holística e generalista, com capacidade de compreender as questões tecno-cientificas e socioeconômicas, bem como identificar e solucionar problemas vivenciados nos diversos ambientes organizacionais e sociais, respeitando as diferenças regionais e locais. O egresso do curso tem como responsabilidade o planejamento, organização, controle, coordenação e avaliação das atividades administrativas da empresa. Deve também apresentar flexibilidade intelectual e adaptabilidade aos vários segmentos do campo de atuação do administrador. Formação de um profissional conhecedor das técnicas de gestão empresarial, financeira e econômica, com senso empreendedor aguçado, capaz de avaliar riscos, programar estratégias e tomar decisões que vão interferir significativamente no futuro dos negócios. O profissional administrador está apto a planejar, desenvolver, criar, implementar e assessorar com visão sistêmica. Seu campo de atuação são as empresas públicas e privadas de diversos setores de negócios, nos segmentos da indústria, comércio e prestação de serviços. Promover a formação de cidadãos com capacidade de análise crítica e postura ética, atuando como agentes de mudança com espírito empreendedor e solidariedade de classe, e que estejam aptos à criação, gestão e administração de sistemas organizacionais que propiciem às pessoas alternativas compromissadas com o desenvolvimento sustentável, em uma sociedade em constante transformação. Fonte: Dados da pesquisa. Observa-se no quadro 02 que os objetivos dos cursos de administração em Joinville, em pelo menos quatro das IES analisadas, estão relacionados com empreendedorismo, estratégia, tomada de decisão e riscos, enfim com a continuidade e com a sustentabilidade dos negócios. Apenas uma, no caso a instituição D, tem um objetivo mais técnico, voltado para o dia-a-dia da atuação de um administrador em uma organização. Quadro 03 – Conteúdo das Disciplinas dos Cursos de Administração nas IES de Joinville Instituição A Disciplina Microinformática Tecnologia da Informação Conteúdo da Disciplina A Instituição não forneceu as informações solicitadas. A Instituição não forneceu as informações solicitadas. VI CONVIBRA – Congresso Virtual Brasileiro de Administração Convibra 09 Administração de Sistemas da Informação B Tecnologia da Informação Informática Básica C Administração de Sistemas da Informação Tecnologia da Informação D Administração de Sistemas da Informação E Sistemas de Informações Empresariais Administração da Informação; Sistemas de Informação; Aplicações dos Sistemas de Informação (visão geral); Gerência por Processo (visão geral); Adaptação ás Necessidades da Empresa; Planejamento Estratégico de Tecnologia de Informação; Alinhamento entre Planejamento Estratégico e Planejamento Estratégico de Tecnologia de Informação; Conhecer conceitos gerais sobre informática e computadores; Compreender como a informática pode auxiliar nas tarefas de administração e gerenciamento; Dominar o uso (intermediário) de ferramentas de editoração de texto, planilhas e apresentações eletrônicas e software gráfico para desenvolver relatórios, tabelas, gráficos, organogramas, cálculos estatísticos; Compreender o fundamento/funcionamento dos sistemas de gestão empresariais (ERP, CRM); Compreender o fundamento/funcionamento dos sistemas de negócios através da internet (e-commerce, e-business, eservices). Conceitos Básicos de Informática; Sistemas Operacionais; Editor de Textos; Apresentações Gráficas; Planilhas; Internet (navegação, correio eletrônico e ferramentas de pesquisa). Teoria geral dos sistemas: o pensamento sistêmico; Informação nas organizações; O sistema de informações e o planejamento estratégico; Classificação de sistemas de informação; Modelos de sistemas de informação (CRM. ERP. SAD, BSC); Projeto e implementação de um sistema de informação; Perspectivas em sistemas de informações; Sistemas e funções organizacionais. Papel e conceitos básicos da tecnologia da informação; Conceitos de hardware; Conceitos de software; Sistemas operacionais; Uso de sistema operacional e ambiente gráfico (Windows); Uso de processador de texto (Word); Uso de software de apresentação (PowerPoint); Uso de planilha de cálculo (Excel); Internet; Correio Eletrônico e recursos avançados do pacote Microsoft Office; O papel do analista de negócios. Conceitos básicos; Hardware e software; Gerenciamento de dados; Telecomunicações e redes; Sistemas empresariais; A organização baseada em TI; Os sistemas e as organizações; Aquisição de Tecnologia da Informação; Segurança, controle e privacidade. Fatores comportamentais, técnicos e administrativos; Tecnologias da informação; Aplicações empresariais; Análise de problemas; Processo de desenvolvimento de sistemas de informação sob a ótica do usuário final; Administração de recursos de informática; Sistemas integrados de gestão (ERP); Segurança e ética da tecnologia da informação; Sistemas colaborativos; Negócios na internet. Fonte: Dados da pesquisa. Pela observação ao quadro 03, nota-se que todas as IES iniciam o processo de ensino da tecnologia da informação por algo bem básico, exceção feita a instituição E, que trata toda a disciplina sob a ótica de um usuário de negócio e não de tecnologia. As principais ferramentas de tecnologia da informação de apoio aos usuários, tais como: ERP – Sistemas de Gestão Empresarial Integrados, CRM – Sistemas de Gestão de Clientes, entre outros, são tratados em todas as IES. Dada a amplitude que a tecnologia da informação possui hoje no mundo dos negócios, é normal que a IES apresentem diferenças em seus currículos. Algumas se focam mais VI CONVIBRA – Congresso Virtual Brasileiro de Administração Convibra 09 próximas do lado técnico, outras do lado do usuário e, pelo menos uma delas, apresenta também foco no profissional de tecnologia da informação, mais precisamente conhecido como analista de negócios. Esta pessoa faz a ligação entre as disponibilidades tecnológicas e a aplicação destas aos negócios da organização. A formação dos professores das disciplinas relacionadas à tecnologia da informação, percebe-se que as formações são diversas, variando deste MBA até Pós Doutorado. Somente o professor da instituição E possui uma carreira desenvolvida diretamente na área de tecnologia da informação. Os demais professores têm em seu currículo formações relacionadas às áreas de administração ou gestão de empresas. Também se pode notar que alguns, além das atividades de docência, exercem atividades em outras empresas, o que contribui com experiências práticas de aplicação da tecnologia no mundo dos negócios. 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS A evolução e a velocidade da informação é a realidade no mundo atual e dos negócios. Hoje é considerado um diferencial, junto às organizações, para vencer o volume crescente da concorrência. Cada vez mais, as empresas buscam se atualizar através da tecnologia. A tecnologia da informação é crescente e estratégica, através dos sistemas de informações, para equacionar de forma positiva o aumento da produtividade e a redução de custo, no resultado da melhor rentabilidade. Por meio deste estudo, observa-se que os cursos de Administração, na região de Joinville, possuem de forma definitiva, em sua grade curricular, a disciplina básica de tecnologia da informação, ou seja, microinformática e também a disciplina de administração de sistemas de informação. Os objetivos das IES, no curso de Administração, demonstram claramente o foco no empreendedorismo e na estratégia, pelo qual reforça a necessidade das informações claras e objetivas para uma tomada de decisão. As nomenclaturas dos cursos de Administração das IES e o conteúdo programático de cada instituição, não seguem uma semelhança, visto a complexidade e a dimensão das tecnologias de informação disponível no meio das regras de negócios entre as organizações. Mas, as instituições visam objetivar a importância do aprendizado do curso junto aos alunos. A formação dos professores que ensinam nas IES, estudadas neste artigo, possuem formação relacionadas à área de Administração, com exceção de um professor. Ressalta-se a importância desta formação, para uma visão de negócio (sistemas de informações) e não para uma visão de técnica de sistema. O foco é a capacitação dos futuros administradores em conhecer os potenciais dos sistemas de informações. Para o aprofundamento da análise da tecnologia da informação no ensino de administração sugere-se, como continuidade deste estudo, a ampliação do número de IES a serem estudadas, analisando em nível de região norte do Estado de Santa Catarina ou comparando com outros Estados. REFERÊNCIAS ALBERTIN, A. L. Valor Estratégico dos Projetos de Tecnologia de Informação. RAE – Revista de Administração de Empresas, v. 41, n. 3, jul. / set. 2001. BEUREN, Ilse Maria (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2006. VI CONVIBRA – Congresso Virtual Brasileiro de Administração Convibra 09 BRANSON, R.K. Issues in the Design of Schooling: Changing the Paradigm. 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