SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE GERÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS Av. Anhanguera, 5195 – Setor Coimbra – Goiânia – GO Fone: (62) 3201-4546 FAX: (62) 3201-4545 e-mail: [email protected] Boletim Mensal da Síndrome Respiratória Aguda Grave – Goiás 2013 Ano 1, nº 4 – Novembro de 2013. Até semana epidemiológica nº 44 de 2013 Após a pandemia de 2009, o Ministério da Saúde preconizou a notificação compulsória somente dos casos graves de influenza. A partir de 2012, a ficha de notificação foi modificada e a vigilância epidemiológica direcionou o monitoramento para a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A SRAG é um quadro clínico caracterizado pela presença da síndrome gripal 1 (SG), associada a pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas: dispneia, saturação de SpO2 < 95% em ar ambiente, desconforto respiratório ou aumento da frequência respiratória, piora nas condições clínicas das doenças de base e hipotensão. Em crianças, além do quadro clínico acima descrito podem ser observados batimentos de asa de nariz, cianose, tiragem intercostal, desidratação e inapetência. Situação epidemiológica em Goiás No estado de Goiás, da 1° até a semana epidemiológica 44 (02/11/2013) foram notificados 301 casos de SRAG com 66 óbitos sendo que 38 foram confirmados para influenza H1N1 com 15 óbitos. Esses dados representam uma redução de 6.5% no número de casos de SRAG e um aumento de 4.8% no número de óbitos.(Quadro 1) Quadro 1- SRAG no Estado de Goiás, entre 2011 a 2013. Ano Total de Casos Notificados 2011 95 2012 346 2013* 301 Comparativo de Casos 87 casos até a semana 44 322 casos até semana 44 aumento de 270,1% 301 casos até semana 44 redução de 6.5 % Total de óbitos 21 71 66 Casos Óbitos Comparativo de de de óbitos Influenza Influenza A/ H1N1 A/ H1N1 21 até a 0 0 semana 44 63 até a semana 44 31 14 aumento de 200% 66 até a semana 44 38 15 -aumento de 4,8% Fonte: SINAN/ Web/SUVISA/SES * Dados preliminares até a SE 44 (01/01/2013 a 02/11/2013) Dados sujeitos a alteração conforme investigação (1) Síndrome Gripal é o caso do indivíduo que apresente febre de início súbito, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e pelo menos um dos seguintes sintomas: cefaleia, mialgia ou artralgia, na ausência de outro diagnóstico específico. Figura 1 Fonte: SINAN/ Web/SUVISA/SES * Dados preliminares até a SE 44 (01/01/2013 a 02/ 11/2013) Dados sujeitos a alteração conforme investigação Os 301 casos de SRAG notificados em Goiás até a SE 44 foram encerrados como: SRAG por influenza (51 casos), SRAG por outros agentes etiológicos (4 casos), SRAG não especificada (202 casos) e ainda estão sob investigação 44 casos.(Figura 2) Figura 2 Fonte: SINAN/ Web/SUVISA/SES * Dados preliminares até a SE 44 (01/01/2013 a 02/11/2013) Dados sujeitos a alteração conforme investigação Dos 51 casos encerrados como SRAG por influenza, 74% (38 casos) foram provocados pelo vírus influenza A/H1N1 pandêmico, 4% (2 casos) pelo vírus influenza H1 sazonal, 6% (3 casos) influenza A/H3 sazonal, 8% (4 casos) influenza A não subtipado, 2% (1 caso) influenza B e em 6% (3 casos) a subtipagem foi ignorada. (Figura 3) Figura 3 Fonte: SINAN/ Web/SUVISA/SES * Dados preliminares até a SE 44 (01/01/2013 a 02/11/2013) Dados sujeitos a alteração conforme investigação No estado de Goiás os municípios com maior número de notificações e óbitos por SRAG foi Goiânia (108 notificações e 23 óbitos) e Aparecida de Goiânia (30 notificações e 07 óbitos). (Quadro 2) Quadro 2– Distribuição dos Casos e Óbitos de SRAG por Município de Residência no Estado de Goiás em 2013*. Municípios Abadia de Goiás Acreúna Águas Lindas de Goiás Anápolis Aparecida de Goiânia Barro Alto Bela Vista de Goiás Bom Jesus de Goiás Caçu Caiapônia Caldas Novas Campestre de Goiás Catalão Caturaí Cezarina Chapadão do Céu Cidade Ocidental Cristalina Firminópolis Flores de Goiás Formosa Goianápolis Goiandira Goianésia Casos SRAG 2 1 16 17 30 1 1 1 1 1 11 1 4 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 4 Óbitos 1 0 2 3 7 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 2 2 Goiânia Goiatuba Guapó Guarinos Hidrolândia Inaciolândia Inhumas Iporá Itumbiara Jataí Joviânia Luziânia Mimoso de Goiás Minaçu Mineiros Morrinhos Mozarlândia Nazário Nerópolis Nova Glória Novo Gama Pires do Rio Planaltina Porangatu Rialma Rio Verde Rubiataba Santo Antônio do Descoberto São Luís de Montes Belos São Luiz do Norte São Miguel do Passa Quatro Senador Canedo Simolândia Trindade Urutaí Valparaíso de Goiás Total 108 4 1 1 1 1 1 2 1 15 1 5 1 1 5 2 1 1 2 1 3 2 4 1 1 7 3 4 2 1 1 3 1 4 1 6 301 23 1 0 1 0 1 1 0 0 8 0 0 0 1 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 2 0 0 0 1 66 Fonte: SINAN/ Web/SUVISA/SES * Dados preliminares até a SE 44 (01/01/2013 a 02/11/2013) Dados sujeitos a alteração conforme investigação Quadro 3– Distribuição dos Casos e Óbitos de Influenza A/H1N1 por Município de Residência no Estado de Goiás em 2013*. Municípios Águas Lindas de Goiás Anápolis Aparecida de Goiânia Catalão Flores de Goiás Goiandira Goianésia Goiânia Luziânia Morrinhos Nazário Nerópolis Planaltina Rio Verde Santo Antônio do Descoberto Casos de Influenza A/H1N1 2 1 5 1 1 1 1 14 1 1 1 1 2 1 1 Óbitos 0 0 1 0 0 1 1 6 0 1 1 1 0 0 1 Senador Canedo Trindade Valparaíso de Goiás Total 1 1 3 39 1 0 1 15 Fonte: SINAN/ Web/SUVISA/SES * Dados preliminares até a SE 44 (01/01/2013 a 02/11/2013) Dados sujeitos a alteração conforme investigação Dos 66 óbitos por SRAG ocorridos até a SE 44 no estado de Goiás, 57,58% eram sexo masculino e 91% tinham algum fator de risco associado. Sendo que, a faixa etária mais acometida foi de indivíduos de 50 – 59 anos. Quadro 4. Perfil dos Óbitos de SRAG no Estado de Goiás em 2013*. Faixa Etária < 2 2 - 4 5 - 9 10 - 19 20 - 29 30 - 39 40 - 49 50 - 59 > 60 (anos) 5 2 2 5 7 11 9 14 11 Masculino Feminino Sexo 38 (57,58%) 28 (42,42%) SIM NÃO Fatores de Risco** 91% 9% Fonte: SINAN/ Web/SUVISA/SES * Dados preliminares até a SE 44 (01/01/2013 a 02/11/2013) Dados sujeitos a alteração conforme investigação **Fator de risco: Em números absolutos que aparecem nas fichas. Um paciente pode apresentar mais que um fator de risco. Os fatores de risco predominantes nos 66 óbitos de SRAG notificados no estado de Goiás foram as pneumopatias e o diabetes. Cada um com 8 e 6 casos respectivamente. Quadro 5. Fatores de risco dos Óbitos de SRAG no Estado de Goiás em 2013* Fatores de Risco** Sim Não Gestante*** 0 19 Pneumopatia Doença Neurológica Puérperio Doença Cardiovascular Doença Renal Obesidade Imunodeficiência Síndrome de Down Doença Hepática Diabetes Ignorado ou Branco Igr/Branco Não se aplica 1 8 Total 28 8 1 38 44 20 21 66 66 2 4 48 40 16 22 66 66 1 3 3 1 45 43 39 48 20 20 24 17 66 66 66 66 6 46 41 20 19 66 66 Fonte: SINAN/ Web/SUVISA/SES * Dados preliminares até a SE 44 (01/01/2013 a 02/11/2013) **Fator de risco: Em números absolutos que aparecem nas fichas. Um paciente pode apresentar mais que um fator de risco. ***Excluído os óbitos do sexo masculino. Um dos fatores fundamentais para a redução dos óbitos é o início precoce do tratamento. Existem vários estudos que comprovam a importância do uso precoce do Fosfato de Oseltamivir (Tamiflu), na redução de complicações que podem levar o paciente ao óbito. Portanto, é fundamental que este medicamento esteja acessível ao paciente de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde, conforme descrito no protocolo de tratamento da influenza: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/arquivos/pdf/2013/Mai/16/protocolo_manejo_influenza_miolo_f inal3.pdf Segundo o protocolo, o tratamento oportuno é aquele que deve ser iniciado dentro das 48 horas após o início dos sintomas. Ele deve ser instituído para todos os pacientes que pertencerem ao grupo de risco (idosos, gestantes, puérperas, crianças menores de dois anos, portadores doenças crônicas e população indígena) e apresentarem um quadro de SG. Para os pacientes com SG e que não são do grupo de risco, caberá ao médico fazer o julgamento clínico a respeito da necessidade de utilização do medicamento. Já nos casos de SRAG, o medicamento deve ser utilizado em todos os pacientes, independente de pertencerem ou não ao grupo de risco. Sendo a dose ajustada de acordo com as orientações preconizadas pelo Ministério da Saúde. Visando o aperfeiçoamento no manejo clínico da SG e SRAG, o Ministério da Saúde em parceria com o UNASUS, lançou em maio de 2013 um curso a distância, voltado preferencialmente para os médicos. Os demais profissionais que se interessarem poderão acessar todo o material didático somente para consulta. Na plataforma do curso está disponível a versão atualizada do protocolo de tratamento da influenza, as medidas de prevenção preconizadas, fluxogramas de atendimento, casos clínicos e links de interesse para os profissionais envolvidos no atendimento dos casos de SG e SRAG. http://unasus.gov.br/influenza Goiânia, 11 de Novembro de 2013.