Literatura Memorial de Maria Moura “Naquele dia, na igreja, eu mesma nunca entendi por que fui me confessar. Talvez só para tomar coragem. De certa forma, quem sabe para ter Deus do meu lado. Era uma espécie de recurso desesperado, eu não sabia que fazer de mim. Só sabia que tinha de matar o Liberato.” Rachel de Queiroz 01. Sobre Memorial de Maria Moura, de Rachel de Queiroz, pode-se afirmar que: 0-0) o romance é ambientado na zona rural do Nordeste. Conta a trajetória de uma mulher que, perdendo os pais e tendo problemas com o padrasto, a quem manda matar, e com primos, que querem tomar-lhe a propriedade, foge, com alguns capangas e auxiliares, para o sertão. Lá na serra, constrói uma Casa Forte, de onde domina a região, transformando-se numa espécie de fora-da-lei, chefe de um bando que obedece às suas ordens cruéis e autoritárias. 1-1) os capítulos da obra dão voz a vários personagens; por isso, cada um deles tem suas diferenças de estilo. 2-2) o personagem que abre o romance é o padre, que ouve a confissão de Maria Moura, ainda jovem de 17 anos. Ao aderir ao bando, ele toma o nome de Beato Romano. 3-3) a narradora central é a própria Maria Moura. No entanto, também tem voz na narrativa, fazendo o contraponto, o Beato Romano, os primos Irineu, Tonho e Marialva, mulher de Valentim. João Rufo, o fiel empregado e protetor, não aparece como narrador em nenhum dos capítulos, não tendo, portanto, voz própria. 4-4) a linguagem do romance é forte, crua e descreve personagens bem delineados. Ao final, Maria Moura se envolve em luta com a polícia e morre cercada pelo bando. Resposta: VVVVF Justificativa: 0-0), 1-1), 2-2) e 3-3) Verdadeiros. Narram, em parte, a história do romance. 4-4) Falso. No fim da narrativa, Maria Moura não morre, mas parte para a luta com seu bando. 02. O Arcadismo foi um movimento literário que teve lugar em Vila Rica, Minas Gerais, acompanhando o ciclo do Ouro, no século XVIII. Sobre as semelhanças e diferenças com o movimento que o seguiu historicamente, o Romantismo, analise as proposições abaixo. 0-0) Ambos portam as marcas de submissão e servilismo aos padrões estéticos europeus. 1-1) Predominou, nestes movimentos, o plágio, a imitação e a cópia, sem nenhum traço de originalidade. 2-2) Ambos propõem um retorno à natureza: o Arcadismo, no sentido de uma natureza equilibrada e bucólica, harmoniosa e pacata; o Romantismo, no sentido de uma natureza exuberante, selvagem e tropical, identificada com os estados de espírito, a grandeza e as potencialidades físicas do país. 3-3) O indianismo, em ambos os movimentos, já surge como símbolo do povo brasileiro: o índio é o herói que paira acima dos valores dos colonizadores, feito à imagem e semelhança dos cavaleiros medievais. 4-4) A obra dos poetas arcádicos já ganha contornos românticos, expressando a subjetividade dos autores, quando descreve os amores arrebatados, em linguagem sentimental e emotiva. Resposta: FFVFF Justificativa: 0-0) e 1-1). Falsos. O Romantismo não foi uma cópia servil dos padrões europeus, pois buscou inspiração em temas locais, como o indianismo, e procurou criar uma língua de expressão brasileira (sobretudo José de Alencar). O Arcadismo, contudo, seguia modelos em voga nos países imperiais. 2-2) Verdadeiro. É diferente a forma como ambos os movimentos descrevem a natureza. 3-3) Falso. Apenas o Romantismo fez do índio um herói. No Arcadismo, o índio não foi alçado a essa condição. 4-4) Falso. Os poetas arcádicos seguiram a tradição clássica e não cultuaram o subjetivismo. Sua linguagem era contida. 03. Sobre o surgimento e as características do Romantismo, analise as seguintes afirmações. 0-0) O movimento coincide com a democratização da arte, gerada pelas mudanças sociais, políticas e econômicas do fim do século XVIII. Tornou-se a expressão artística de uma nova sociedade burguesa, em oposição à arte neoclássica da aristocracia. 1-1) O Romantismo literário absorveu tendências do liberalismo, que propiciou a liberdade nas artes e, conseqüentemente, a expressão fora dos rígidos modelos precedentes. 2-2) Foi inspirado pelas obras do francês Rousseau e pelo movimento alemão Sturm und Drag, que valorizava o folclórico, o popular e o nacional, em oposição ao universalismo clássico. 3-3) Consolidou-se junto ao público europeu, em fins do século XVIII, com o romance Werther, de Goethe. O sucesso do romance, que culmina com o suicídio, por amor, do jovem personagem, desencadeia uma onda de suicídios na Europa. 4-4) Apenas nos primeiros anos do século XIX é que o Romantismo se sedimenta na Europa, quando sua estética é introduzida no Brasil, coincidindo, portanto, com a nossa independência política. Resposta: VVVVV Justificativa: 0-0) Verdadeiro. O movimento corresponde à profunda transformação da sociedade européia, nos fins do século XVIII e início do século XIX. 1-1) Verdadeiro. Coincide o Romantismo com a democratização da arte, gerada pela Revolução francesa. 2-2) Verdadeiro. Estes são alguns fatos que determinam o surgimento do movimento. 3-3) e 4-4) Verdadeiros. Fazem referência a fatos literários e históricos da época. 04. Sobre o romance romântico no Brasil, analise as proposições abaixo. 0-0) Não houve influência dos autores europeus na criação de uma narrativa romântica no Brasil, pois, além dos temas e das linguagens diferirem muito, as obras estrangeiras não eram divulgadas, nem traduzidas no Brasil. 1-1) Em 1844, surgiu o primeiro romance brasileiro, A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, o qual ultrapassou a condição das narrativas européias, pela temática e pela adaptação a cenários brasileiros. 2-2) Inserido na linha nacionalista do Romantismo, José de Alencar lança, em 1856, seu primeiro romance, Cinco Minutos. Daí em diante, procurou construir uma obra romanesca que abrangesse todo o Brasil. Escreveu romances históricos, regionalistas e indianistas - a maioria situados na era colonial - e romances urbanos, em torno do cotidiano do Rio de Janeiro, entre os quais se situa Iracema (1865). 3-3) Manuel Antonio de Almeida, autor de Memórias de um Sargento de Milícias (1853), seguiu a tradição sentimental do tipo de narrativa praticado na época. Nos seus textos, adota a estética romântica na proposta de uma narrativa de costumes. 4-4) Entre os objetivos do movimento romântico no Brasil, estava o de revelar o país, pela criação de uma literatura de expressão nacional e pela valorização de uma língua brasileira. Resposta: FVVFV Justificativa: 0-0) Falso. Houve grande influência da literatura européia, sobretudo da literatura francesa, no Brasil. As obras estrangeiras eram traduzidas e divulgadas. 1-1) e 2-2) Verdadeiros. Procedem as referências feitas a Joaquim Manuel de Macedo e a José de Alencar. 3-3) Falso. Manuel Antônio de Almeida não escreveu dentro da estética romântica. 4-4) Verdadeiro. O Romantismo brasileiro teve os objetivos e as características descritos na proposição. 05. A estética anti-romântica iniciou-se na segunda metade do século XIX, com o Realismo e aprofundou-se com o Naturalismo. Sobre esses movimentos, analise as proposições abaixo. 0-0) As transformações econômicas, científicas e ideológicas possibilitaram a revolução industrial, na qual os valores burgueses e capitalistas suplantaram os valores românticos: a fantasia e o mito da natureza entram, assim, em crise. 1-1) Surge, na literatura, o Realismo, movimento em que o artista é, ao mesmo tempo, um participante e um observador do mundo. Esse aspecto conduz à representatividade históricosocial e à análise psicológica dos personagens, examinados à luz do racionalismo e da contemporaneidade. 2-2) Entre as características do Realismo brasileiro, estão a objetividade, a impessoalidade e o uso da linguagem regional. 3-3) O Naturalismo é um prolongamento do Realismo, pois acrescenta uma visão cientificista da existência, a qual inclui o determinismo do meio ambiente, do instinto e da hereditariedade. 4-4) O Realismo teve sua primeira manifestação importante com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e o Naturalismo, com Dom Casmurro, do mesmo autor, ambos em 1881. Resposta: VVFVF Justificativa: 0-0) e 1-1) Verdadeiros. Referem-se às características da época do Realismo e à nova atitude do artista diante da realidade. 2-2) Falso. O Realismo brasileiro não usou linguagem regional. 3-3) Verdadeiro. Apresenta características do Naturalismo. 4-4) Falso. Machado de Assis não pertenceu ao Naturalismo nem D. Casmurro segue os princípios de uma obra naturalista. 06. O Parnasianismo pode ser descrito como um movimento: 0-0) essencialmente poético, que reagiu ao sentimentalismo romântico. 1-1) cuja poesia é, sobretudo, forma que se sobrepõe ao conteúdo e às idéias. 2-2) cuja arte tinha um sentido utilitário e um compromisso social. 3-3) cuja verdade residia na beleza da obra, e essa, na sua perfeição formal. 4-4) que revela preferência pela objetividade, pelos temas greco-latinos e por formas fixas, como o soneto. Resposta: VVFVV Justificativa: 0-0) e 1-1) Verdadeiros. Relatam a estética do movimento. 2-2) Falso. A arte não tinha um sentido utilitário nem social: era a arte pela arte. 3-3) e 4-4). Verdadeiros. Correspondem ao ideário estético e rígido do movimento. 07. Como escola literária, o Simbolismo: 0-0) apresenta-se como uma estética oposta à poesia objetiva, plástica e descritiva, praticada pelo Parnasianismo, e como uma recusa aos valores burgueses. 1-1) define-se pelo antiintelectualismo e mergulha no irracional, descobrindo um mundo estranho de associações, de idéias e sensações. 2-2) propõe uma poesia pura, hermética e misteriosa, que usa imagens, e não conceitos. 3-3) foi um movimento de grande receptividade e repercussão junto ao público brasileiro. 4-4) revolucionou a poesia da época, com o uso de versos livres e de uma temática materialista. Resposta: VVVFF Justificativa: 0-0) , 1-1) e 2-2) Verdadeiros. Descrevem as linhas gerais do Simbolismo. 3-3) e 4-4). Falsos. O Simbolismo não teve grande repercussão no Brasil; usou versos rimados e uma temática etérea e espiritual. 08. Nas duas primeiras décadas do século XX, surgiu, no Brasil, o Pré-Modernismo. Sobre esse tema, analise as proposições abaixo. 0-0) Foi um movimento com ideário estético rígido, com linguagem altamente formal e cuja temática dominante era a defesa do regime republicano recém-instalado (1889). 1-1) Surgiu num período em que, em termos gerais, predominava a estética parnasiana na poesia, com sua valorização do mundo greco-latino e a concepção de literatura como elaboração formal. 2-2) Nesta época, início do século XX, foi contemporâneo de alguns simbolistas remanescentes, que sonhavam com sensações inefáveis, distantes da realidade. 3-3) Contrastando com os simbolistas e parnasianos, Euclides da Cunha escreveu Os Sertões, documento amargurado e realista, sobre a guerra de Canudos, da qual participou como enviado do jornal O Estado de São Paulo. Descreveu, numa mescla de romance e ensaio científico, uma epopéia às avessas, que foi publicada em 1902. 4-4) Lima Barreto, outro autor da época, tem como principal obra: O triste fim de Policarpo Quaresma. Em seu livro, abandonou o mundo helênico, perfeito e imaginário, descrevendo a tristeza dos subúrbios e revelando preocupação com fatos históricos e costumes socais. Seu estilo era semelhante ao de Machado de Assis, pelo refinamento lingüístico, pela forma trabalhada, limpa e perfeita. Resposta: FVVVF Justificativa: 0-0) Falso. O Pré-Modernismo não foi sequer um movimento literário. Reúne apenas vários autores de tendências bem diversas, numa determinada época. 1-1) e 2-2) Verdadeiros. Nesse início do século predominava a estética parnasiana, como também alguns simbolistas retardatários ainda versejavam, 3-3) Verdadeiro. Trazem informações corretas sobre Euclides da Cunha. 4-4) Falso. O estilo de Lima Barreto não tem nenhuma relação com o de Machado de Assis: não era refinado e, sim, descuidado. 09. O erotismo e o amor sensual podem estar presentes na poesia de vários movimentos literários, como se pode ver nos versos citados abaixo. 0-0) Ornemos nossas testas com as flores e façamos de feno um brando leito Prendamo-nos, Marília, em laço estreito, gozemos do prazer de sãos amores. (Tomás Antonio Gonzaga, árcade) 1-1) O amor é finalmente um embaraço de pernas um breve tremor de artérias uma união de barrigas Uma confusão de bocas um batalha de veias um reboliço de ancas quem diz outra coisa, é besta. (Gregório de Matos, barroco). 2-2) Enfim te vejo! - enfim posso, Curvado a teus pés dizer-te, que não cessei de querer-te Pesar de quanto sofri. (Gonçalves Dias, romântico). 3-3) Carnais, sejam carnais tantos desejos, carnais, sejam carnais tantos anseios, palpitações e frêmitos e enleios, das harpas da emoção tantos arpejos... (Cruz e Souza, simbolista) 4-4) Nua, de pé, solto o cabelo às costas, Sorri. Na alcova perfumada e quente. .......................................................... Sobe...cinge-lhe a perna a longamente; Sobe... e que volta sensual descreve Para abranger todo o quadril. (Olavo Bilac, parnasiano) Resposta: VVFVV Justificativa: 2-2) Falso. Os versos de Gonçalves Dias não estão impregnados de amor sensual e erotismo, mas de amor romântico que se compraz no sofrimento. 0-0) 1-1), 3-3) e 4-4): Verdadeiras, pois Gonzaga e Cruz e Souza, caracterizados por poemas bucólicos e espirituais, deixam entrever, nestes versos, expressões de sensualidade. O sensualismo também se revela na poesia de Olavo Bilac e Gregório de Matos, sendo neste último de forma grosseira. “Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa e fácil; Em que espelho ficou perdida a minha face?” (Cecília Meireles) “Vou-me embora pra Pasárgada, Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que quero na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada.” (Manuel Bandeira) 10. Sobre Cecília Meireles e Manuel Bandeira, podemos afirmar que: 0-0) ambos são poetas que aderiram ao Modernismo, embora tenham experimentado outras tendências estéticas anteriores. 1-1) Bandeira eliminou posteriormente os resíduos parnasianos e simbolistas de sua poesia, os quais podem ser observados em Cinza das Horas e Carnaval. Como se lê em sua poesia, predominam o lirismo do eu e o subjetivismo. 2-2) Bandeira empresta à sua poesia um caráter confidencial, mas, ao contrário dos poetas românticos, observa-se que ironiza seus próprios desejos, considerando-os ilusões. 3-3) Cecília Meireles, considerada uma neosimbolista, é, contudo, bastante objetiva na construção de sua temática poética. 4-4) apesar da delicadeza de suas imagens e da propriedade de seus símbolos, como no texto transcrito, a poesia de Cecília tem caráter inovador e futurista. Resposta: VVVFF Justificativa: 0-0) 1-1) e 2-2) Verdadeiros Estão corretas as informações sobre os dois poetas e sobre as tendências de Bandeira. 3-3) e 4-4) Falsos. Cecília Meireles fez uma poesia bem subjetiva, passadista e intimista. Jamais foi inovadora. “São Paulo é um palco de bailados russos, Sarabandam a tísica, a ambição, a inveja, os crimes, E também as apoteoses da ilusão”. (Mário de Andrade) “Alguns anos vivi em Itabira Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. ........................................................... Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói!” (Carlos Drummond de Andrade) 11. Algumas semelhanças e diferenças podem ser observadas entre Carlos Drummond de Andrade e Mário de Andrade. Analise-as. 0-0) Enquanto Mário de Andrade foi da geração de 22, que deu início ao Modernismo, Drummond é considerado como sendo da geração de 30, a qual, embora seguindo o que preconizava a geração anterior, consolidou a liberdade da forma poética e usou tanto temas universais como intimistas. 1-1) Ambos celebram sua cidade natal (São Paulo e Itabira), embora desencantados e sem o ufanismo dos parnasianos. 2-2) A obra de ambos abrange prosa e poesia: Drummond escreveu crônicas, contos e poemas, e Mário de Andrade escreveu poemas, contos, romances e uma rapsódia, como ele classificou, Macunaíma, o Herói Sem Nenhum Caráter. 3-3) Mário de Andrade, em Clã do Jabuti, inicia uma fase de nacionalismo estético e pitoresco, que reflete a busca do primitivismo, do ingênuo, do folclórico, da alma nacional. A mesma tendência pode-se verificar em Drummond, a partir de A Rosa do Povo. 4-4) Ambos, como última fase de sua poesia, apresentaram como novidade poemas de temas eróticos, reunidos em livros: O Amor Natural, de Drummond, e Amar, Verbo Intransitivo, de Mário de Andrade. Resposta: VVVFF Justificativa: 0-0) Verdadeiro. São coerentes as afirmações sobre Drummond e Mário. 1-1) Verdadeiro. Ambos são desencantados e realistas sobre a cidade natal. 2-2) Verdadeiro. São coerentes as afirmações sobre a obra de ambos. 3-3) e 4-4) Falsos. Drummond não teve as mesmas tendências de busca do primitivismo e do folclórico nem Amar, Verbo Intransitivo, de Mário Andrade, é um livro de poemas eróticos. 12. Acerca do Romance de 30, analise as proposições abaixo. 0-0) O ciclo do Romance Regional de 30 é um dos principais da prosa dessa geração. É o regionalismo nordestino, abordando a decadência da região, tendo como tema único o êxodo rural provocado pela seca. 1-1) Graciliano Ramos, alagoano, iniciou-se na literatura com Caetés. Tem como obras principais Vidas Secas, São Bernardo e Angústia, nas quais analisa a realidade da vida rural do nordeste, com aspereza, linguagem rigorosa, precisa e despojada, sem nenhuma concessão sentimental. 2-2) José Lins do Rego, paraibano, aborda, em seus livros do Ciclo da Cana-de-Açúcar, o esplendor e a decadência dos engenhos do Nordeste e do patriarcalismo rural. Em suas obras, mistura biografia com ficção. Nelas predomina a linguagem espontânea e repetitiva. 3-3) Rachel de Queiroz, cearense, escreveu como livro de estréia, O Quinze. Sua narrativa sintoniza-se com o regionalismo da geração de 30, em que se pode notar a pré–consciência do subdesenvolvimento. Nesta fase de sua obra, destaca-se, ainda, Caminho de Pedra. Mais tarde, a escritora abandonou os temas de denúncia social. 4-4) Jorge Amado, baiano, em um realismo precário, mas pitoresco, descreve, em Jubiabá, as agruras da seca do sertão baiano. Resposta: FVVVF Justificativa: 0-0) Falso. O Romance de 30 não teve como tema único a seca. Tratou de vários aspectos e problemas da região nordeste. 1-1) 2-2) e 3-3) Verdadeiros. Informam corretamente sobre os três autores. 4-4) Falso. Jubiabá não trata de problemas rurais, mas de problemas urbanos. 13. Moço: Toda saudade é uma espécie de velhice”. “Amar é reconhecer-se incompleto”. “Viver é muito perigoso”. (Guimarães Rosa) Os frases acima são de autoria de Guimarães Rosa. Sobre esse autor, podemos afirmar que: 0-0) fez parte da geração de 45, cujo diferencial foi a expansão do regionalismo, um regionalismo universal e cósmico. 1-1) em suas narrativas, retrata o sertão das Gerais, e a gente que lá vive: matutos, vaqueiros, crianças, velhos, feiticeiros e loucos, sem priorizar questões regionais. 2-2) como se vê nas frases acima, a sua linguagem incorpora o falar coloquial dos sertanejos, com o uso de aforismos. 3-3) não conseguiu atingir o objetivo de renovação da linguagem literária, tendo sua obra um caráter passadista e pouco inovador. 4-4) no conjunto de sua obra, destacam-se Sagarana, seu livro de estréia, Corpo de Baile, Tutaméia e um único romance, considerado sua obra-prima, Grande Sertão: Veredas. Resposta: VVVFV Justificativa: 0-0) 1-1) e 2-2) Verdadeiros. As informações sobre Guimarães Rosa estão corretas. 3-3) Falso. A obra de Guimarães Rosa foi altamente inovadora. 4-4) Verdadeiro As informações sobre a obra de Guimarães Rosa estão corretas. 14. “Vivo no quase, no nunca e no sempre. Quase, quase - e por um triz escapo.” (Clarice Lispector) Sobre a autora e sua obra, analise as proposições abaixo. 0-0) Clarice causou impacto pelas novas perspectivas em que desloca o olhar do leitor para novos ângulos de paisagens deslumbrantes e exóticas. 1-1) Escreveu romances, contos e crônicas, em linguagem límpida e clara, de fácil compreensão, pela ausência de conotações ou metáforas. 2-2) Descrevia os processos interiores do ser em relação consigo mesmo e com o mundo. Os personagens são compelidos a uma dolorosa viagem interior, que resultará numa transformação íntima radical, como observada no texto acima. 3-3) Em A Hora da Estrela, toma como personagem principal uma figura desprezada pela sociedade brasileira: a imigrante nordestina. 4-4) Influenciada pela obra de autores como Joyce e Faulkner, a autora guarda desses modelos o predomínio do monólogo interior e o fluxo da consciência. Resposta: FFVVV Justificativa: 0-0) Falso. Clarice não descreve paisagens exteriores. Seu interesse é pelo interior, pela íntimo dos personagens. 1-1) Falso. A linguagem de Clarice é hermética e introspectiva. 2-2) 3-3), e 4-4) Verdadeiros. Estão descritos corretamente a forma como Clarice apresenta sua linguagem, seus personagens, as influências que sofreu e o estilo que resultou disso. 15. Sobre o teatro brasileiro contemporâneo, examinemos três autores, em relação a algumas de suas obras e características. 0-0) João Cabral de Melo Neto tem como obra mais conhecida o auto de Natal, Morte e Vida Severina, narrando a trajetória de um sertanejo que abandona o agreste, rumo ao litoral. Ele encontra, nesta migração, somente morte. 1-1) O auto de João Cabral, cujo título denuncia a influência do teatro medieval, foi levado à cena com música de Chico Buarque. Está dividido em duas partes: a viagem para o litoral e a chegada ao Recife, onde o protagonista, Severino, encontra o mestre carpina José. 2-2) João Cabral também escreveu Auto do Frade, uma peça sobre frei Caneca, considerado herói de revoluções libertárias. 3-3) Ariano Suassuna foi buscar nas fontes populares o motivo de sua dramaturgia. A sua peça mais famosa é também um auto, Auto da Compadecida, que tem a dimensão de uma farsa, apresenta personagens burlescos e ambiente circense. 4-4) Dias Gomes, autor de O Pagador de Promessas, O Bem Amado e O Santo Inquérito, utiliza em suas obras um tom dramático e nacionalista; não concede espaço a tipos caricaturais nem a temas de denúncia social. Resposta: VVVVF Justificativa: 0-0) 1-1) e 2-2) Verdadeiro. Coincidem com dados sobre a vida e a obra de João Cabral. 3-3) Verdadeiro. Ariano Suassuna se inspirou em fontes e motivos populares. 4-4) Falso O tom das obras de Dias Gomes é farsesco e irônico, jamais nacionalista. Seus tipos são, com freqüência, caricaturais, e a denúncia social está presente. Enfunando os papos Saem da penumbra Aos pulos, os sapos A luz os deslumbra Em ronco que aterra Berra o sapo-boi -Meu pai foi à guerra! -Não foi!-Foi!-Não foi! O sapo-tanoeiro Parnasiano aguado Diz –Meu cancioneiro É bem martelado! Vede como primo Em comer os hiatos! Que arte! e nunca rimo Os termos cognatos Manuel Bandeira. Os Sapos 16. Leia o poema acima e analise as proposições inferidas do mesmo. 0-0) Faz parte da fase parnasiana do poeta e exalta o movimento no qual se iniciou. 1-1) A preocupação dos parnasianos com detalhes formais sem valor estético está afirmada na quarta estrofe. 2-2) A segunda estrofe procura repetir, com linguagem onomatopaica, o coaxar dos sapos, comparando-o à poesia parnasiana. 3-3) Os versos transformam os sapos em símbolo da natureza brasileira. 4-4) O poema marca o início da Semana de Arte Moderna, e por isso faz a apologia do Movimento Modernista. Resposta: FVVFF Justificativa: 0-0) Falso. Apesar de ter sido parnasiano no início, Bandeira adotou as tendências modernistas e ridicularizou os parnasianos em Os Sapos. 1-1) Verdadeiro. A estrofe fala dos detalhes sem importâncias estética, valorizados pelos parnasianos. 2-2) Verdadeiro. A liguagem imita o coaxar dos sapos (foi-não-foi) 3-3) Falso. Os versos são irônicos e não exaltam a natureza brasileira. 4-4) Falso. Embora o poema tenha sido enviado por Bandeira e lido na abertura da Semana de Arte Moderna de 22, não se refere ao Modernismo.