Atividades: Memórias póstumas de Brás Cubas
1. (Fuvest-SP) O romance Memórias póstumas de Brás Cubas publicou-se num momento significativo da literatura
brasileira, tanto para a carreira de Machado de Assis, como para o desenvolvimento da prosa no Brasil. Tornou-se um
divisor entre:
a) a prosa romântica e a realista-naturalista;
b) o romantismo e o cientificismo literário;
c) os remanescentes clássicos e a necessidade de modernização;
d) o espírito conservador e o espírito revolucionário;
e) a prosa finissecular e a imposição renovadora da época.
2. (PUC-SP)
“Gastei trinta dias para ir do Rocio Grande ao coração de Marcela...”
“Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos.”
As duas citações anteriores integram o romance Memórias póstumas de Brás Cubas, escrito por Machado de Assis.
Delas pode inferir-se que:
a) em ambas há igual manifestação da relação temporal e espacial.
b) apenas em uma há referência espacial geográfica e sentimental.
c) nenhuma apresenta discrepância semântica entre as relações espaciais.
d) ambas operam com a relação de tempo e de espaço.
e) nenhuma revela discrepância semântica entre as relações temporais.
3. (PUC-SP)
“Este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...”
Este trecho integra o capítulo “O senão do livro”, do romance Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de
Assis. Dele e do livro como um todo, é possível depreender que:
a) se marca pela função metalinguística, já que o narrador-autor reflete sobre o próprio ato de escrever e analisa criticamente seu estilo irregular e vagaroso.
b) afirma que o livro “cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica” porque foi escrito do além, é uma obra de
finado e trata apenas de fatos da eternidade.
c) é um capítulo desnecessário e o próprio narrador pensa em suprimi-lo por causa do despropósito que contém em
suas últimas linhas e porque viola a estrutura linear dessa narrativa.
d) foge do estilo geral do autor, uma vez que interrompe o fio da narrativa com inserções reflexivas.
e) julga o leitor, com quem excepcionalmente dialoga, o grande defeito do livro, já que o desconsidera ao longo do
romance.
4. (FGV-SP) Sobre o romance Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, é correto afirmar que:
a) marca o início do Romantismo na literatura brasileira.
b) o nascimento do filho do protagonista com Virgília redime a tristeza de Brás Cubas.
c) o contato de Brás Cubas com a filosofia do Humanismo é-lhe facultado pelo amigo Quincas Borba.
d) Marcela era realmente apaixonada por Brás Cubas.
e) as personagens femininas do romance têm a ingenuidade das heroínas românticas.
5. (UFMG) Considerando-se o narrador de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, é INCORRETO
afirmar que ele:
a) aborda, de forma humorística, os temas trágicos da morte e da loucura.
b) apresenta, por intermédio de Quincas Borba, o sistema filosófico denominado Humanitismo.
c) convoca frequentemente o leitor a envolver-se na narrativa.
d) relata suas memórias, tendo como ponto de partida fatos decisivos de sua infância.
6. (UFMG) Todas as alternativas sobre o narrador de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, estão
corretas, EXCETO:
a) Analisa o ser humano, focalizando o seu lado negativo, seus defeitos morais.
b) Conta a história de forma regular e fluente, preocupando-se com a compreensão do leitor.
c) Informa que a causa de sua morte foi uma ideia fixa, a obsessão com o emplastro Brás Cubas.
d) Não hesita em apontar seus próprios erros e imperfeições, pois está a salvo dos juízos alheios.
e) Não vê com bons olhos a figura do crítico, chegando mesmo a ridicularizá-lo.
7. (UFMG) Todos os trechos extraídos de Memórias póstumas de Brás Cubas expressam a ideia de que o ser humano
sempre se mira num espelho social, o olhar do público, EXCETO:
a) “Então, — e vejam até que ponto pode ir a imaginação de um homem, com sono, — então, pareceu-me ouvir de
um morcego encarapitado no tejadilho: Sr. Brás Cubas, a rejuvenescência estava na sala, nos cristais, nas luzes, nas
sedas, — enfim, nos ou­tros.”
b) “Minha mãe era uma senhora fraca, de pouco cérebro e muito coração, assaz crédula, sinceramente piedosa, — caseira, apesar de bonita, e modesta, apesar de abastada; temente às trovoadas e ao marido. O marido era na Terra o seu
deus. Da colaboração dessas duas criaturas nasceu a minha educação (...)”
c) “Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos,
a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da
obrigação é quando, à força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si mesmo...”
d) “O alienista notou então que ele escancarava as janelas todas desde longo tempo, que alçara as cortinas, que
devassara o mais possível a sala, ricamente alfaiada, para que a vissem de fora, e concluiu: — Este seu criado tem a
mania do ateniense: crê que todos os navios são dele; uma hora de ilusão que lhe dá a maior felicidade da terra.”
e) “Pareceu-me então (e peço perdão à crítica, se este meu juízo for temerário!) pareceu-me que ele tinha medo — não
de mim, nem de si, nem do código, nem da consciência; tinha medo da opinião. Supus que esse tribunal anônimo e
invisível, em que cada membro acusa e julga, era o limite posto à vontade do Lobo Neves.”
8. (UFPE-adaptada) Observe e responda V (verdadeiro) ou F (falso).
Começo a arrepender-me desse livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade.
ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas.
( ) Este fragmento é de um romance pretensamente biográfico, escrito por um “defunto-autor”.
( ) A ironia, o pessimismo e o desmascaramento das ilusões estão presentes no livro.
( ) “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria”. Frase de fim do romance, encerra o
desencanto do autor diante da vida.
( ) Memórias póstumas de Brás Cubas é seu primeiro romance, tendo sido escrito na fase romântica.
( ) O texto revela uma forma trabalhada, limpa e perfeita. Em sua obra, o rigor formal não exclui a clareza.
9. (Fuvest-SP)
Era uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha infância, nunca em toda a minha vida, achei um menino mais gracioso,
inventivo e travesso. Era a flor, e não já da escola, senão de toda a cidade. A mãe, viúva, com alguma cousa de seu,
adorava o filho e trazia-o amimado, asseado, enfeitado, com um vistoso pajem atrás, um pajem que nos deixava gazear
a escola, ir caçar ninhos de pássaros, ou perseguir lagartixas nos morros do Livramento e da Conceição, ou simplesmente arruar, à toa, como dous peraltas sem emprego. E de imperador! Era um gosto ver o Quincas Borba fazer de imperador nas festas do Espírito Santo. De resto, nos nossos jogos pueris, ele escolhia sempre um papel de rei, ministro,
general, uma supremacia, qualquer que fosse. Tinha garbo o traquinas, e gravidade, certa magnificência nas atitudes,
nos meneios. Quem diria que... Suspendamos a pena; não adiantemos os sucessos. Vamos de um salto a 1822, data da
nossa independência política, e do meu primeiro cativeiro pessoal.
ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas.
A busca de “uma supremacia, qualquer que fosse”, que nesse trecho caracteriza o comportamento de Quincas Borba,
tem como equivalente, na trajetória de Brás Cubas,
a) o projeto de tornar-se um grande dramaturgo.
b) a ideia fixa da invenção do emplastro.
c) a elaboração da filosofia do Humanitismo.
d) a ambição de obter o título de marquês.
e) a obsessão de conquistar Eugênia.
10. (PUC-SP) Considere as seguintes frases, extraídas de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
I. Agora, porém, que estou cá do outro lado da vida, posso confessar tudo.
II. Que me conste, ainda ninguém relatou seu próprio delírio; faço-o eu, e a ciência me agradecerá.
III. Entre a morte do Quincas Borba e a minha, mediaram os sucessos narrados na primeira parte do livro.
Identifique a afirmação que contextualiza corretamente uma das frases anteriores.
a) I = imaginando-se morto, Brás Cubas desobriga-se de ser fiel às verdades dos vivos.
b) II = em seu delírio, o protagonista tem a ideia de inventar um miraculoso emplastro.
c) III = aqui se revela, afinal, a extraordinária condição deste “defunto-autor”.
d) II = em sua corrida à origem dos tempos, o narrador encontra não o Paraíso, mas a gélida Natureza.
e) I = em situação privilegiada, o narrador propõe-se a investigar a significação oculta das tragédias humanas.
Gabarito
Machado de Assis
Atividades: Memórias póstumas de Brás Cubas
1 a
6 b
2 b
7 b
3 a
8 V-V-V-F-V
4 c
9 b
5 d
10 d
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