REVIS TA S ABER ACADÊMICO N° 16 / IS S N 1980-5950 – GALDI DA S ILVA R. A., OLIVEIRA D. R. de,
GUIMARÃES C. M. 2014.
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Artigo original
O ESTÁGIO CURRICULAR NA CRECHE (0 A 3 ANOS) E AS
APRENDIZAGENS DOS ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA
GALDI DA SILVA R. A.1 , OLIVEIRA D. R. de 2 , GUIMARÃES C. M.3
Nome Completo:Rosangela Aparecida Galdi da
Silva
Artigo submetido em: 10/05/2015
Aceito em 20/05/2014
Correio eletrônico: [email protected]
RESUMO
Este texto apresenta resultados parciais de pesquisa em desenvolvimento, vinculada ao
Grupo de Pesquisa “Profissão Docente, Formação, Identidade e Representações
Sociais” - GPDFIRS (Subgrupo de educação infantil), da UNESP, de Presidente
Prudente/SP. O objetivo consiste em investigar as implicações do estágio desenvolvido
na creche (0 a 3 anos). A pesquisa de abordagem qualitativa tem como sujeitos os
alunos do 3º ano do curso de Pedagogia de uma universidade pública. Os dados foram
coletados por meio da aplicação de questionários durante o ano de 2013. Os resultados
demonstram a necessidade de enfrentamento dos desafios e a consolidação de um
estágio para a construção da profissionalidade do professor de Educação Infantil.
Palavras Chaves: Estágio Curricular. Creche. Curso de Pedagogia.
Doutoranda, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciência e
Tecnologia, Departamento de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação.
Supervisora de Ensino na Secretaria do Estado da Educação / SP.
2 Doutoranda, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciência e
Tecnologia, Departamento de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação.
Coordenadora na Secretaria Municipal de Educação de Presidente Prudente /SP.
3 Professora Doutora, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de
Ciência e Tecnologia, Departamento de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação.
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ABSTRACT
This paper presents results of a research still in development, linked to the Research
Group "Teaching Profession, Education, Identity and Social Representation" GPDFIRS (Subgroup childhood education), UNESP, Presidente Prudente / SP. The goal
is to investigate the implications of the internship developed in the nursery (0-3 years).
The qualitative research approach has as subject students of the 3rd year of Education at
a public university. Data were collected through questionnaires during the year of 2013.
Results demonstrate the need to confront the challenges and the consolidation of an
internship to build the professionalism of the teacher of Early Childhood Education.
Keywords: Internship. Nursey. Pedagogy Course.
INTRODUÇÃO
No Brasil, uma nova visão de criança encontra-se em construção nas últimas
décadas. No que diz respeito à educação, a reforma está expressa na legislação vigente,
embora ainda careça fortalecer sua prioridade nas políticas públicas. O enfrentamento
do desafio de garantir a efetivação do projeto educativo brasileiro, através do
planejamento de ações e estratégias para concretizar os direitos de todas as crianças é
urgente para a consolidação da educação das crianças pequenas, consideradas sujeito de
direitos pela Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), pelo Estatuto da Criança e
do Adolescente - Lei 8069/90 (BRASIL, 1990) e pela LDB 9394/96 (BRASIL, 1996).
Deste modo, temos o discurso proclamado de criança como sujeito de
direitos, que interage com o mundo através de diferentes linguagens e descobre novos
conhecimentos, que transforma e é, simultaneamente, transformada, construindo sua
identidade. Nesse contexto de discursos e práticas divergentes, a Educação Infantil traz
inúmeras contribuições para as crianças pequenas, mas existe a urgência na qualidade
das práticas educativas que ocorrem no cotidiano dessas instituições.
Nesse âmbito, entendemos que questões como a formação do professor para
atuação na Educação Infantil, tanto a inicial quanto a continuada, são aspectos salientes
na pesquisa educacional. Desse modo, ganham relevância estudos que abordem o
estágio realizado pelos alunos do Curso de Pedagogia durante a sua formação inicial,
uma vez que a formação inicial deverá colaborar para que a formação dos futuros
professores tenha significado pessoal e profissional. Para Roca (2012) discutir a
profissionalidade do professor de Educação Infantil contribui para repensarmos a
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formação inicial, atualizar os profissionais e repensar a relação teoria-prática. Além
disso, crianças na faixa etária de 0 a 3 anos possuem características específicas que
demandam formação específica de seus professores considerando a indissociabilidade
de cuidar-educar como função das instituições de Educação Infantil.
Acreditamos que o estágio é uma oportunidade para o professor de
educação infantil mergulhar no exercício de sua função, a
de cuidar e educar as
crianças pequenas, e construir um saber educativo especifico.
O saber educativo consiste na mobilização de todos esses
saberes em torno de cada situação educativa concreta no sentido
da consecução do objectivo definidor da acção profissional - a
aprendizagem do aluno. Desta mobilização reflectida e ajustada
de saberes prévios (gestão de saber), resulta, por sua vez, a
emergência de saber específico da profissão, que nasce do
exercício da mesma e da dialéctica saberes/situações que o acto
de ensinar envolve (produção de saber). (ROLDÃO, 1998, p.
84)
Com essa perspectiva, os resultados apresentados neste texto abrangem
dados de pesquisa em desenvolvimento do Grupo de Pesquisa “Profissão Docente,
Formação, Identidade e Representações Sociais” (GPDFIRS), da UNESP, câmpus de
Presidente Prudente/SP. O grupo de pesquisa GPDFIRS é constituído por dois
subgrupos e agrega um conjunto de pesquisadores e estudantes que há algum tempo
estudam e refletem sobre a questão da identidade profissional e da formação de
professores para Educação Infantil e Ensino Fundamental. Considerando a amplitude da
temática abordada, o grupo se divide em dois subgrupos: subgrupo de Educação
Infantil, o qual se propõe a investigar as implicações do estágio na Educação Infantil
para a formação inicial de professores em relação à profissionalidade, no que se refere à
construção da natureza da função e do conhecimento específico que se reconhece
contemporaneamente como necessário para exercer o trabalho neste nível de ensino; e
subgrupo de Ensino Fundamental que se propõe a investigar os aspectos específicos da
formação inicial de professores para as séries/anos iniciais do Ensino Fundamental, tais
como: saberes necessários para o exercício da docência; expectativas de futuros
professores quanto ao futuro profissional; a importância dos estágios supervisionados
para o futuro exercício da profissão e a inserção dos licenciados em Pedagogia no
cotidiano da escola básica.
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Os dados analisados neste texto compõem parte da pesquisa do subgrupo de
Educação Infantil que tem os seguintes objetivos específicos: identificar e caracterizar
como está recomendado o estágio para Educação Infantil no projeto pedagógico do
curso de Pedagogia investigado e na legislação referente a este; investigar as
implicações do estágio curricular obrigatório para Educação Infantil em relação a sua
constituição e consolidação como um possível mecanismo investigativo e reflexivo de
constituição da profissionalidade do professor de Educação Infantil e identificar o
interesse dos estudantes desse curso em relação ao futuro exercício profissional no
âmbito da Educação Infantil assim como suas percepções diante de seu processo de
estágio.
Como instrumentos metodológicos têm sido adotados: a análise documental,
a aplicação de questionários (questões abertas e fechadas) e adotar-se-á, numa próxima
etapa, entrevistas com uma amostra dos sujeitos que responderam ao questionário. A
pesquisa tem como sujeitos os alunos do 3º. ano do curso de Pedagogia de uma
universidade pública, que responderam ao questionário no ano de 2013.
A intenção desse texto é investigar as implicações do estágio curricular
obrigatório para Educação infantil, especificamente na creche (0 a 3 anos) identificando
o que os alunos do Curso de Pedagogia consideram que aprenderam e o que pensam que
lhes faltou aprender no estágio curricular desenvolvido em creche (0 a 3 anos), a partir
dos interesses e das percepções destes a respeito da proposta de formação inicial vigente
nesse curso.
O procedimento para a análise dos dados obtidos por meio de questionários
consistiu na análise de conteúdo, compreendida como um tratamento da informação
contida nas mensagens por meio da qual o pesquisador conhece o texto e deixa-se
invadir por impressões e orientações. Os textos de análise, que neste caso são as
respostas aos questionários, são compreendidos, conforme postula Bardin (2002, p. 99),
como “[...] uma manifestação contendo índices que a análise vai fazer falar. [...]”. Cabe
ressaltar ainda sobre a análise de conteúdo que esta
[...] pode ser quantitativa e qualitativa. Existe uma diferença
entre essas duas abordagens: na abordagem quantitativa se traça
uma frequência das características que se repetem no conteúdo
do texto. Na abordagem qualitativa se "considera a presença ou
a ausência de uma dada característica de conteúdo ou conjunto
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de características num determinado fragmento da mensagem".
(CAREGNATO, MUTTI, 2006, p.682)
Nesse sentido, buscamos uma abordagem qualitativa da análise de conteúdo
para realização da análise inicial apresentada na próxima seção.
OS ENTENDIMENTOS SOBRE OS DADOS
Constituíram-se como sujeitos da pesquisa, 67 alunos que compõem duas
turmas do curso de Pedagogia, sendo uma do período diurno (matutino e vespertino) e
outra do período noturno. Desse total, 60 alunos já tinham desenvolvido estágio na
creche (com crianças de até 3 anos de idade) até o momento de aplicação do
questionário. O tratamento dos dados desses 60 sujeitos possibilitou a imersão de temas
e a partir deles foram criadas as categorias que serão discutidas.
Em relação aos aspectos que os estudantes do curso de Pedagogia
investigados consideraram que aprenderam no estágio em creche (0 a 3 anos) foram
criadas 5 categorias, a saber: “profissão”, “saberes sobre a criança”, “ações e
estratégias/funcionamento da creche”, “críticas” e “respostas vagas”. Cabe destacar que
além das respostas agrupadas nessas categorias, dos 60 sujeitos que já tinham
desenvolvido estágio em creche, 6 optaram por não responder ao questionamento sobre
suas aprendizagens.
A categoria “profissão” teve uma frequência de 14 respostas e foi
distribuída em duas subcategorias: “importância da profissão” e “características
profissionais”.
No quadro 1 apresenta-se uma amostra das respostas agrupadas na categoria
“profissão”.
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Quadro 1. Distribuição de respostas representativas da categoria “profissão”
PROFISSÃO
Importância
da profissão
Suj.04-diurno: O quanto é importante à profissão que escolhi principalmente
aprendi a gostar ainda mais da educação infantil.
Suj.38-noturno: Aprendi que as crianças pequenas precisam de um olhar do
professor de modo mais cuidadoso, pois é uma fase muito valiosa na vida da
criança.
Suj.13-diurno: Aprendi que as crianças precisam muito de educadores
qualificados e comprometidos com eles.
Suj.26-diurno: Aprendi que as crianças precisam da participação dos
professores nas atividades para maior interação de todos.
Suj.49-noturno: Que precisamos estar atentos todas as horas de trabalho.
Suj.27-diurno: Aprendi que como educadora, devo ser atenciosa e amiga das
crianças.
Suj.42-noturno: Aprendi que é preciso gostar dessa profissão e buscar
atividades que os alunos gostam.
Suj.53-noturno: A ser mais humana.
Suj.60-noturno: Que se deve ser criativo.
Suj.66-noturno: Aprendi que devemos ser pacientes e carinhosos, pois as
crianças dessa idade são frágeis e muitas vezes sentem a falta dos pais
porque passam a maior parte do tempo na escola.
Características
profissionais
Na subcategoria “importância da profissão” foram distribuídas 5 respostas
que os sujeitos se referiam a identificação da importância dessa profissão para a
aprendizagem
e
desenvolvimento
da
criança.
Na
subcategoria
“características
profissionais” foram dispostas 9 respostas que abordavam a aprendizagem de
características que os sujeitos pareciam considerar específicas da profissão de professor
de creche, tais como ser atento, atencioso, participativo nas atividades, comprometido
de modo a buscar atividades que as crianças gostem, criativo, paciente e carinhoso.
Para os estudantes investigados, a profissão de professor de Educação
Infantil está sendo construída com base na experiência de profissionais que trabalham
com as crianças e com a família. Entretanto, o discurso contido nas diretrizes legais
ainda não ocorre na maior parte das instituições educacionais, uma vez que nas creches
existem profissionais sem qualificação específica para atendimento educacional de
crianças e ainda com denominações diversas. Apesar disso, a importância da profissão é
evidenciada pelo Sujeito 13: “Aprendi que as crianças precisam muito de educadores
qualificados e comprometidos com eles”. Além disso, as características necessárias a
esse profissional, como a ética e os valores estão presentes e precisam ser debatidos na
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formação inicial, conforme indicado pelo Sujeito 53: “A ser mais humana”. Dessa
forma, evidencia-se a necessidade de uma formação específica carregada de valores
humanos e éticos para atendimento às crianças de 0 a 3 anos em creches.
A categoria “saberes sobre a criança” foi criada com base numa frequência
de 18 respostas que se referem à manifestação de descobertas de características que os
estudantes consideram próprias da criança assim como de modos de relacionar-se com
elas.
No Quadro 2 são apresentadas amostras de respostas que considera-se como
representativas dessa categoria.
Quadro 2. Distribuição das respostas da categoria “saberes sobre as crianças”
SABERES SOBRE AS CRIANÇAS
Modos
de
lidar/
relacionar-se
com a criança
Características
das crianças
Suj.05-diurno: Aprendi a lidar melhor com elas, em uma atuação
diferente, dentro de uma ambiente de estudo.
Suj.08-diurno: O convívio com as crianças, como estas interagem
entre si, qual a melhor maneira de lidar com elas o que estas gostam
de fazer.
Suj.45-noturno: Aprendi que é preciso muita paciência, pois cada
criança tem sua maneira de fazer as coisas e isso tem que ser
respeitado.
Suj.23-diurno: A entender, observar e estar atento aos sinais da
criança.
Suj.24-diurno: Aprendi a me dedicar inteiramente, ter boa relação
com as crianças e propor algo sempre diferente.
Suj.36-noturno: Ouvir as crianças, interagir com elas, e que nessa
fase o lúdico deve fazer parte das tarefas e rotina.
Suj.37-noturno: A ouvir as crianças e contribuir para resolver suas
necessidades e aprendizagem.
Suj.39-noturno: Que as crianças se comportam de acordo com a
postura do professor.
Suj.59-noturno: A ter um cuidado mais especial com as crianças.
Suj.14-diurno: Aprendi que as crianças podem nos ensinar bastante.
Suj.54-noturno: Aprendi que as crianças são imprevisíveis.
Suj.44-noturno: Que mesmo as crianças sendo tão pequenas elas já
são capazes de realizar algumas atividades pedagógicas.
O Sujeito 05 apresenta indícios na descrição do que aprendeu com o estágio
em creche: “Aprendi a lidar melhor com elas, em uma atuação diferente, dentro de uma
ambiente de estudo”.
Já o Sujeito 44 revela que o estágio provocou alteração no
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entendimento de que as crianças pequenas não possuem saberes ou não realizam
atividades pedagógicas: “Que mesmo as crianças sendo tão pequenas elas já são capazes
de realizar algumas atividades pedagógicas”. No entanto, a construção de saberes
específicos a respeito das crianças e, principalmente dos bebês, não apareceu nos
depoimentos.
Dessa forma, para esse agrupamento de alunos, o estágio do curso de
Pedagogia analisado não contribui para a produção de saberes dos professores sobre as
crianças das creches, no sentido de rompimento com ideias arraigadas sobre o modo de
lidar com as crianças e de suas características.
A categoria “ações e estratégias” foi criada com base em 9 respostas que se
referem à aprendizagem no estágio de ações de cuidado, métodos de trabalho e de rotina
e organização do dia-a-dia pelos profissionais para crianças de creche.
O conhecimento da realidade é essencial para a formação do professor de
creche. No entanto, é preciso condições objetivas para discussão e reflexão acerca das
ações e estratégias de organização do trabalho pedagógico da creche, de modo que o
aluno não se limite apenas a conhecer esses aspectos, mas possa compreendê-los de
modo aprofundado. Pinheiro e Romanowski (2010, p. 140) propõem que os alunos
durante o estágio do Curso de Pedagogia tenham a “[...] possibilidade para aproximar
[...] da realidade educacional, da escola, da área de atuação, da prática docente,
ultrapassando a observação da prática para a reflexão da realidade, bem como
possibilitar aprender a planejar suas atividades docentes”. Nessa perspectiva os alunos
confrontam os conhecimentos teóricos do curso diante do conhecimento da realidade
para quem sabe ultrapassar os desafios encontrados.
No Quadro 3 são apresentadas todas as respostas dessa categoria.
Quadro
3.
Distribuição
das
respostas
estratégias/funcionamento da creche”
da
categoria
“ações
e
AÇÕES E ESTRATÉGIAS/FUNCIONAMENTO DA CRECHE
Suj.22-diurno: A cantar mais para as crianças
Suj.15-diurno: A organizar as salas, preparar os espaços, os horários e as atividades,
bem como as brincadeiras, hora de dormir.
Suj.18-diurno: Métodos de trabalho e convivência em sala.
Suj.29-diurno: Que a brincadeira é essencial.
Suj.35-noturno: Muitas coisas, como trocar fraldas de bebês, alimentá-los corretamente
e outros.
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Suj.46-noturno: Cuidar de crianças, cooperação, rotina, observar a conduta deles, o
brincar por exemplo. Limpar cocô, xixi, dar comida.
Suj.63-noturno: Aprendi como funcionam as rotinas, como podem ser elaboradas,
devendo levar em conta as necessidades das crianças.
Suj.16-diurno: Como realmente é o cotidiano das crianças.
Suj.31-noturno: Tudo. Como funciona uma creche em si.
Na categoria “críticas” foram dispostas 7 respostas que manifestavam como
aprendizagem do estágio críticas em relação a determinados aspectos: apostilamento,
precariedade de estrutura na rede pública, redução de práticas na creche a alimentação e
ao canto, ausência de projetos pedagógicos desenvolvidos com as crianças e de
professores “bem formados”.
No quadro 4 são apresentadas as respostas.
Quadro 4. Distribuição das respostas da categoria “críticas”
CRÍTICAS
Suj.11-diurno: Que crianças não devem sofrer com métodos de apostilamento.
Suj.19-diurno: poucas coisas na rede pública dada a sua precariedade e questões mais
amplas devido a estrutura do ensino privado
Suj.21-diurno: aprendi que devemos nos adequar de acordo com a realidade à qual
estamos vivenciando
Suj.32-noturno: aprendi que há muitas diferenças entre a idade que trabalho (Ens.
Fund. I), sendo que houve um contraste muito grande entre rede pública e particular
Suj.43-noturno: Sinceramente aprendi alimentar e canções do Patati e Patatá.
Suj.52-noturno: Não pude aprender tanto, pois se tratava de uma creche pequena onde
projetos não funcionam.
Suj.65-noturno: As creches públicas ainda estão sem professores formados e
adequados, as crianças mais ficam pelos cuidados e não pelo aprendizado.
Considerando tais respostas identificamos que as funções de cuidar-educar
das crianças pequenas, dispostas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil (BRASIL, 2009), ainda deixam a desejar, uma vez que o Sujeito 65 apresenta o
seguinte entendimento: “As creches públicas ainda estão sem professores formados e
adequados, as crianças mais ficam pelos cuidados e não pelo aprendizado”.
Diante dessa constatação, concluímos que é urgente uma revisão do projeto
educativo brasileiro, uma vez que para garantir os direitos das crianças de 0 a 3 anos em
creches precisamos mobilizar toda a sociedade e planejar políticas públicas coerentes
com a formação de Sujeitos de direitos, conforme prescrito nas legislações vigentes.
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Na categoria “respostas vagas” foram agrupadas as 6 respostas que não
mencionaram nenhuma aprendizagem específica no estágio curricular em creche,
conforme indicado pelos Sujeitos 57 e 67: “Muita coisa”. No quadro 5 são apresentadas
as respostas agrupadas nesta categoria.
Quadro 5. Distribuição das respostas da categoria “respostas vagas”
RESPOSTAS VAGAS
Suj.57-noturno: Muita coisa.
Suj.61-noturno: Ainda trabalho em uma creche e estou em um berçário e carrego
comigo uma bagagem enormes de experiências boas e também ruins.
Suj.64-noturno: Aprendi muitas coisas que se não tivesse a prática somente com a
teoria não seria possível.
Suj.67-noturno: Muita coisa.
Suj.03-diurno: Sobre currículo.
Suj.01-diurno: Os cargos de gestão, sala de aula (0 a 3 anos) e que contribuiu muito na
minha formação.
Em relação aos aspectos que os estudantes do curso de Pedagogia
investigados consideraram que lhes faltou aprender no estágio curricular desenvolvido
em creche, dos 60 sujeitos que afirmaram já ter realizado estágio nessa etapa, 24
optaram por não responder essa indagação. Isso significa que quase metade dos
respondentes não conseguiu fazer a crítica sobre quais aspectos precisavam ter
aprendido ou aprendido mais. Dado este bastante significativo para estudantes do
penúltimo ano de um curso de Pedagogia que pode indicar uma aprendizagem tão
genérica dos conhecimentos específicos para o exercício da função de professor de
creche e a tal ponto que os sujeitos nem tenham compreendido a amplitude de aspectos
que poderiam ter aprendido e por isso a grande dificuldade de se manifestar em relação
a esse quesito.
As demais respostas foram agrupadas em 4 categorias, a saber: “elementos
indefinidos”,
“elaboração
e desenvolvimento
de atividades”,
“como
interagir” e
“gestão”.
A categoria “elementos indefinidos” comporta todas as respostas que não
explicitam elementos significativos sobre o que os sujeitos consideram que precisariam
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ter aprendido no estágio para exercer a profissão, como descrito pelo Sujeito 40:
“Acredito que o que eu aprendi foi o essencial, não senti falta de aprender algo a mais
no momento. A categoria “elementos indefinidos” abrangeu as respostas de 8 sujeitos
distribuídas em três subcategorias. Na subcategoria “nada” os sujeitos afirmaram que
não houve nada que deixaram de aprender, na subcategoria “não sabe, não respondeu”
os sujeitos não sabiam responder a questão e na subcategoria “ausência de elementos”
deram respostas vagas, afirmando que faltou aprender muitas coisas, mas sem
especificar os elementos. O quadro 6 dispõem respostas consideradas representativas
dessa categoria.
Quadro 6. Distribuição das respostas da categoria “elementos indefinidos”
ELEMENTOS INDEFINIDOS
Nada
Suj.04-diurno: Nada.
Suj.40-noturno: Acredito que o que eu aprendi foi o essencial, não
senti falta de aprender algo a mais no momento. A aprendizagem
vai ocorrendo conforme a prática, a vivência.
Suj.66-noturno: Aprendi tudo que podia.
Suj.45-noturno: Sinto que meu estágio me deu boas experiências
Não sabe
Suj.46-noturno: Não sei responder essa questão.
Não respondeu Suj.53-noturno: Estou em processo de aprendizagem.
Ausência
de Suj.11-diurno: Muito! A infância, principalmente os primeiros anos
elementos
de vida, precisam ter um olhar em especial.
Suj.19-diurno: Muitas coisas, tantos nos aspectos teóricos e práticos.
Cabe ressaltar que além dos sujeitos que não responderam, somam-se a eles
as respostas agrupadas na categoria “elementos indefinidos”, uma vez que ambos não
conseguiram especificar quais aspectos lhes faltou aprender com base no estágio
curricular desenvolvido em creche. Diante disso, tem-se um total de mais da metade de
alunos (32 sujeitos) que não conseguem sequer identificar os conhecimentos necessários
para o exercício de sua profissão que poderiam ter sido aprendidos com base no estágio
curricular.
A categoria “elaboração e desenvolvimento de atividades” teve uma
frequência de 19 respostas e foi dividida nas subcategorias “atividades e planejamento”
e “tempo”.
Na subcategoria “atividades e planejamento” estão distribuídas as respostas
que manifestaram a falta de aprendizagem no estágio de atividades pedagógicas para
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serem desenvolvidas com crianças de creche assim como a falta de entendimentos sobre
o planejamento.
Já na subcategoria “tempo” foram agrupadas as respostas dos sujeitos que
consideram a causa do que faltou aprender no estágio. Os alunos do Curso de Pedagogia
citaram a falta de tempo, ou seja, a durabilidade do estágio curricular em termos de
horas.
A falta de tempo, do ponto de vista desses sujeitos, atrapalhou a execução
das atividades com as crianças pelos estagiários, com maior entrosamento e uma
observação mais aprofundada sobre a rotina e preparação das atividades.
No quadro 7 estão dispostas algumas respostas referentes a essa categoria e
as subcategorias “atividades e planejamento” e “tempo”.
Quadro 7. Distribuição das respostas da categoria “elaboração e desenvolvimento
de atividades”
ELABORAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES
Atividades e Suj.08-diurno: Dar banho, aplicar alguma atividade com as crianças.
planejamento Suj.21-diurno: Gostaria de poder ter presenciado mais momentos de
atividades manuais com as crianças (colagem, pontilhado...)
Suj.24-diurno: Como preparar os conteúdos às crianças, como propor
atividades diferentes que motivem as crianças.
Suj.34-noturno: Atividades diversificadas.
Suj.35-noturno: A musicalidade na creche: percebi que ficou muito
ausente, não pude aprender.
Suj.37-noturno: Quais atividades pedagógicas devam ser realmente
desenvolvidas para com essa faixa etária.
Suj.39-noturno: Como o professor planeja as aulas.
Suj.42-noturno: Saber mais da parte de fazer planejamento.
Suj.60-noturno: Muita coisa, como por exemplo, atividades lúdicas.
Suj.48-noturno: Sobre os estímulos aos movimentos, elas ficavam muito
presas nas carteiras, mesmo que fazendo atividades de recorte, era sempre
nas carteiras, muito limitadas.
Tempo
Suj.15-diurno: Deveria ter mais tempo nas creches.
Suj.64-noturno: Senti falta de um tempo maior de estágio, e de poder
contribuir mais na execução das atividades e no entrosamento com as
crianças.
Suj.32-noturno: O tempo observado não permitiu observar com maior
profundidade a rotina das crianças, bem como participar da preparação
dessas atividades.
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O Estágio supervisionado do curso de Pedagogia tem como um de seus
propósitos a aproximação com o campo de atuação do professor e a aprendizagem sobre
o planejamento de atividades que se ocorresse seria essencial, conforme descrito pelo
Sujeito 37: “Quais atividades pedagógicas devam ser realmente desenvolvidas para com
essa faixa etária”. Pinheiro e Romanowski (2010) recomendam a reflexão sobre o
espaço da sala de aula na construção do trabalho docente, contemplando a análise,
planejamento e atuação. Além disso, a questão do tempo também aparece na resposta do
Sujeito 32: “O tempo observado não permitiu observar com maior profundidade a rotina
das crianças, bem como participar da preparação dessas atividades”. André (2009, p. 51)
defende a ideia de que “[...] aproximar-se das práticas dos professores, adentrar o
cotidiano de seu trabalho é, sem dúvida, imprescindível para que se possa pensar, com
eles, as melhores formas de atuação na busca de uma educação de qualidade para
todos”, ao que acrescentamos que a duração do estágio e a sua organização inviabilizam
práticas formadoras consistentes, uma vez que o curso de Pedagogia investigado conta
com 300 horas para estágio, sendo apenas 100 horas destinadas a Educação Infantil.
No quadro 8 são trazidas todas respostas dos sujeitos para melhor
entendimento da categoria “como interagir” que teve uma frequência de 7 respostas e
foi organizada em duas subcategorias “com a criança” e “com os pais”.
Quadro 8. Distribuição das respostas da categoria “como interagir”
COMO INTERAGIR
Com a criança
Com os pais
Suj.13-diurno: senti falta de aprender como lidar com
situações como mal comportamento, timidez, medos.
Suj.14-diurno: Acredito que me faltou aprender como se lidar
com bebês no berçário.
Suj.22-diurno: a ter mais respeito e paciência pelas crianças
Suj.26-diurno: como trabalhar com a inclusão na Educação
Infantil
Suj.33-noturno: em algumas situações de conflito entre as
próprias crianças sentia dificuldade em como me posicionar,
as respostas das crianças são muito rápidas.
Suj.47-noturno: Estimular a criança, testar teorias, participar
mais do mundo da criança e não de que o adulto define como
sendo correto.
Suj.59-noturno: Senti falta de aprender o modo de se
comunicar com os pais.
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Na subcategoria “com a criança” foram dispostas as respostas dos sujeitos
que consideram que no estágio faltou aprender como lidar com a criança nos mais
diferentes aspectos: comportamento, faixa etária, inclusão, conflitos e interações
estimuladoras do desenvolvimento. Na subcategoria “com os pais” foi inserida uma
única resposta que fez menção a ausência de aprendizagem sobre a comunicação com os
pais das crianças.
Os alunos do curso de Pedagogia sentiram falta de conhecimentos relativos
à interação com os alunos e com a família destes, embora esses aspectos façam parte de
um processo de aprendizagem permanente que ocorre durante toda a profissionalização
dos professores de Educação Infantil. O Sujeito 14 afirma “Acredito que me faltou
aprender como se lidar com bebês no berçário”, o que pode ser caracterizado como uma
das necessidades formativas que demandam discussão reflexiva a respeito do
desenvolvimento de ações de cuidados e educação com as crianças pequenas, embasada
em teorias e a partir da prática sobre como, porque, pra quê possibilitar novas interações
sociais; mediação e interação cultural para crianças bem pequenas, de 0 a 3 anos.
Na categoria “gestão” encontra-se 2 respostas dos sujeitos que consideram
que no estágio faltaram aprendizagem sobre aspectos interligados à gestão, tal como o
projeto político pedagógico e o trabalho em equipe, conforme descrito pelo Sujeito 16
“Um pouco mais na parte de gestão, pois o projeto político pedagógico está sempre
vencido”, seguido pela resposta do Sujeito
61 “Na instituição que tive contato, senti
falta do apoio da direção e da união entre os professores e funcionários”. O quadro 9
traz o agrupamento de todas as respostas que foram dispostas nesta categoria.
Quadro 9. Distribuição das respostas da categoria “gestão”
GESTÃO
Suj.16-diurno: Um pouco mais na parte de gestão, pois o projeto político pedagógico
está sempre “vencido”.
Suj.61-noturno: Na instituição que tive contato, senti falta do apoio da direção e da
união entre os professores e funcionários.
Ressaltamos que o Parecer CNE/CEB nº. 20 (BRASIL, 2009) que dispõe
sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil tratou da proposta
pedagógica nos artigos 13 e 14 da LDB 9394/96, em que se atribuem aos educadores
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das instituições educacionais, a concepção, a elaboração, a avaliação da proposta
pedagógica, cujo desenvolvimento deve ser efetivado em parceria com as famílias e
numa perspectiva de trabalho coletivo guiado pela equipe gestora, o que poderia fazer
parte do estágio.
Portanto, o estágio como oportunidade de desenvolvimento do profissional
que atuará com crianças pequenas precisa articular a realidade escolar ao Curso de
Pedagogia, uma vez que para Pimenta e Lima (2004, p. 17) [...] o estágio [...] não é
atividade prática, mas teórica, instrumentalizadora da práxis docente, entendida essa
como atividade de transformação da realidade. Nesse sentido o estágio é atividade
teórica de conhecimento, fundamentação, diálogo e intervenção na realidade, esta, sim,
objeto da práxis. Tal conceito refere-se a uma atividade que articula teoria e prática, na
práxis docente.
Diante desse conceito e das percepções sobre as aprendizagens dos alunos e
da falha nessa direção percebida no estágio curricular do Curso de Pedagogia realizado
na creche (0 a 3 anos) apreendemos que não está manifesto qual o papel / perfil do
professor de Educação Infantil. Para Amorim e Dias (2013, p. 44) não há uma “[...]
definição clara do perfil e das funções que o profissional de creche vai exercer [...]”.
Destacamos ainda, que não há uma preocupação com a formação para o
desenvolvimento da profissionalidade docente, pois para Andrade (2013, p. 166) o
estágio curricular supervisionado não tem se caracterizado como um espaço para
reflexão da relação teoria e prática e afirma que “O estágio, no curso de Pedagogia, não
vem cumprindo o seu papel: o de ser um espaço efetivo para formação docente”. Nesse
processo de formação, o estágio ocupa um lugar marginal, quase sem importância.
Todavia, deveria ser diferente, uma vez que para Pimenta e Lima (2004) o estágio é um
aprimoramento para a futura atuação em sala de aula.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A profissão de professor de crianças pequenas carece de conhecimentos
específicos sobre educação-cuidado, assim como as demais profissões que possuem
campo de conhecimento próprio, cujos conteúdos e dimensão o profissional deve
dominar para o exercício competente de sua profissão.
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Assim, no contexto brasileiro, vislumbra-se uma nova Educação Infantil
como direito das crianças de 0 a 5 anos, o que exige mudanças nas políticas públicas,
nas concepções sobre crianças, nas instituições de formação inicial e nas de Educação
Infantil, no que se refere ao trabalho desenvolvido pelos profissionais. Os quais, por sua
vez, carecem de formação inicial sólida que esteja centrada nas especificidades da
Educação Infantil, no desenvolvimento de saberes docentes, na construção de sua
identidade profissional, na luta pela garantia dos direitos das crianças pequenas e, ainda,
pela constituição da democracia.
O estágio supervisionado no Curso de Pedagogia é uma possibilidade para
aproximar futuros profissionais do campo profissional, na área específica de sua futura
atuação para promover a articulação teoria e prática. No entanto, a carga horária
destinada ao estágio é insuficiente para atender as três dimensões (Anos iniciais do
Ensino Fundamental, Educação Infantil e Gestão) que este curso pretende formar e,
ainda para construção de identidades profissionais. O estágio pode representar uma préprofissionalização, a partir dos significados atribuídos as experiências vividas como
alunos e aos novos significados que atribuirão enquanto sujeitos responsáveis pela
formação de crianças pequenas. Mas, isso só é possível desde que os contextos sejam
propícios a consolidação de um estágio investigativo e reflexivo que contribua para a
construção da profissionalidade do professor de Educação infantil. Além disso,
perpassam essa discussão os interesses individuais presentes na sociedade brasileira,
bem como questões de organização interna das instituições e de condições de trabalho
dos formadores do curso de Pedagogia e dos professores de Educação Infantil.
Destacamos ainda, as exigências legais a serem cumpridas no que se refere as metas
nessas instituições. Cerisara et al. (2002, p. 1) propõem como alternativa para o
enfrentamento destes desafios que “[...] o estágio se consolide como espaço de
aproximação das crianças pequenas e de investigação e produção de saberes em torno
das crianças e da Pedagogia da Educação Infantil”.
Destarte, a formação inicial que ocorre no Curso de Pedagogia precisa ser
revista, mas necessita também de um projeto de estágio curricular que garanta os
requisitos básicos para o exercício da profissão, inclusive para o trabalho docente em
creches. Para isso, será imprescindível que a formação inicial e a formação continuada
sejam articuladas para além do discurso proclamado nas legislações, o que parece viável
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a partir de uma integração entre escolas e universidades, entre formadores e
supervisores, entre estagiários e professores, numa perspectiva de construção de um
projeto educativo brasileiro, tal como já proposto por Saviani (2009), mas que
contemple também a formação específica para professores de crianças pequenas,
conforme
destaca
Oliveira-Formosinho
(2002),
com
vista
ao
desenvolvimento
profissional e organizacional.
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