INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - FUNORTE/SOEBRÁS PEDRO PAULO DE ALMEIDA SANTOS PERCEPÇÃO DO PACIENTE NA QUALIDADE DE VIDA APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESES IMPLANTOSSUPORTADAS E IMPLANTO RETIDAS: uma revisão de literatura CURITIBA 2013 PEDRO PAULO DE ALMEIDA SANTOS PERCEPÇÃO DO PACIENTE NA QUALIDADE DE VIDA APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESES IMPLANTOSSUPORTADAS E IMPLANTO RETIDAS: uma revisão de literatura Monografia apresentada ao programa de Pósgraduação do Instituto de Ciências da Saúde FUNORTE/SOEBRAS, Núcleo Curitiba/CNAPS, como pré-requisito à obtenção do título de Especialista em Implantodontia. Orientador: Prof. Prof. Gustavo Fornari Diez Co-orientadora: Profa. Yasmine Mendes Pupo CURITIBA 2013 PEDRO PAULO DE ALMEIDA SANTOS PERCEPÇÃO DO PACIENTE NA QUALIDADE DE VIDA APÓS TRATAMENTO COM PRÓTESES IMPLANTOSSUPORTADAS E IMPLANTO RETIDAS: uma revisão de literatura Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para obtenção do título de Especialista em Implantodontia no Instituto de Ciência da Saúde – FUNORTE/SOEBRAS. Curitiba, 31 de outubro de 2013 Orientador: Prof. Prof. Gustavo Fornari Diez Dedico àquela que tem sido a minha companheira, e meu amor maior, desde a minha graduação: Neide Gaffke. AGRADECIMENTO À Equipe que fez do CNAPS nosso segundo lar, aos pacientes pela confiança, aos professores pelo novo patamar de conhecimento, aos colegas pelo carinho e, a Deus pela oportunidade. O Natural não se substitui e nem se melhora: se disfarça! RESUMO O objetivo deste trabalho foi revisar na literatura sobre a percepção do paciente submetido a tratamento de reabilitação oral com próteses implantossuportadas e implanto retidas. É preciso dedicação ao tempo de consulta com o paciente para obter resultados ainda melhores. Psicologicamente pacientes são classificados em: receptivo, cético, indiferente e histérico. Traços de personalidade como neuroticismo, que é a tendência para experimentar emoções negativas, como raiva, ansiedade ou depressão, afetam a vida diária dos pacientes e a satisfação com próteses convencionais ou implantossuportadas. A pesquisa tem investigado o sucesso, já comprovado, ou o fracasso biológico do tratamento com o implante osseointegrado e relegado ao segundo plano fatores como: percepção do paciente, planejamento reverso e proservação. Questionários díspares têm sido utilizados e conduzem a resultados discrepantes quanto à satisfação dos pacientes e a alteração da sua qualidade de vida após tratamento com implantes e uso de próteses implantossuportadas. A literatura aponta a precariedade da pesquisa desses fatores pessoais dos pacientes, não inseridos nos prontuários dos mesmos de maneira constante dentro das instituições de ensino da técnica de implante osseointegrado. Proporcionar função adequada e conforto aos pacientes por meio de implantes osseointegrados, com ênfase no planejamento reverso e orientando ao paciente a necessidade de proservar o tratamento executado, pode alterar o resultado da percepção dos pacientes sobre a terapia e sobre a conduta do profissional. Palavras-chaves: qualidade de vida; próteses implantossuportadas; resultados do tratamento; questionários. ABSTRACT The aim of this study was to review the literature on the perception of the patient undergoing treatment for oral rehabilitation with implant-supported prostheses and implant retained. It takes dedication to the consultation time with the patient to get even better results. Psychologically, patients are classified into: receptive, skeptical, indifferent and hysterical. Personality traits such as neuroticism, which is the tendency to experience negative emotions such as anger, anxiety or depression, affect the daily lives of patients and satisfaction with conventional dentures or implant. The research has investigated the success, proven, biological or failure of treatment with osseointegrated implant relegated to the background and other factors such as the patient's perception, planning and follow-reverse. Disparate questionnaires have been used and lead to conflicting results regarding patient satisfaction and the change in their quality of life after treatment with implants and implant prostheses use. The literature points to the precariousness of researching these personal factors of patients not entered in the records of the same steadily within institutions teaching technique osseointegrated implant. Provide appropriate function and comfort to the patients through dental implants with emphasis on reverse planning and directing the patient the need to observe her treatment executed, may change the outcome of patients' perception of the therapy and the conduct of professional. Keywords: quality of life; prosthetic implant; treatment outcomes; questionnaires. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO..........................................................................................9 2. PROPOSIÇÃO........................................................................................12 3. REVISÃO DE LITERATURA...................................................................13 4. DISCUSSÃO............................................................................................24 5. CONCLUSÃO..........................................................................................29 6. REFERÊNCIAS.......................................................................................30 9 1 INTRODUÇÃO O conceito da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que qualidade de vida é a percepção do indivíduo a cerca de sua posição na vida, de acordo com o contexto cultural e os sistemas de valores nos quais está inserido, e em relação a seus objetivos, expectativa, padrões e preocupações (OMS, 1997). Os traços de personalidade, como o neuroticismo que é a tendência para experimentar emoções negativas, como raiva, ansiedade ou depressão, afetam a vida diária dos pacientes com relação a sua saúde bucal e a satisfação com sua dentição ou próteses: fixas, móveis parciais ou totais. A ausência de um ou mais dentes, principalmente na região estética, altera severamente a expressão facial e o psiquismo do indivíduo comprometendo negativamente sua relação com a sociedade, qualquer que seja o seu contexto cultural. Assim, perceber a variação positiva e contínua do crescimento da expectativa de vida do ser humano, como observou Siadiat et al. (2008), e a possibilidade do estudo e compreensão dos novos fatores que passam a pesar na necessidade e no resultado da intervenção do profissional é um aspecto que requer atenção sempre atualizada. A reabsorção do tecido ósseo em consequência da perda dentária e as alterações do tecido periodontal com a idade e o uso, modificam o comportamento de próteses totais convencionais uma vez que diminuem sua estabilidade sem a adequada retenção e desequilibram profundamente o estado psicológico do indivíduo. Nesses pacientes edêntulos é comum um leito ósseo remanescente discreto ou inadequado por configuração anatômica na maxila, mesmo inexistente particularmente na mandíbula, onde a ação dos músculos faciais aí inseridos tem interação intima e constante com as próteses dentárias e comprometem além da estabilidade e conforto, a qualidade de vida e a satisfação dos pacientes levando a repetidas intervenções de ajuste dessas próteses. Ominiri et al. citam Zarb (1998) na afirmação de que o uso bem sucedido da prótese total convencional é um procedimento exigente tanto para o dentista que deve ter habilidade clínica, como para o paciente que deve aprender a conviver com a prótese. Tratamento para indivíduos edêntulos até Branemark era a dentadura convencional visto o insucesso de tentativas de implante com outras técnicas e materiais. Pode-se afirmar que o restabelecimento do equilíbrio psicológico e da função mastigatória satisfatória, nos 10 edêntulos, atualmente passa necessariamente pelo implante osseointegrado desde a sua introdução em humanos no processo por Branemark na década de 60. Annibali et al. (2012) já afirmam que mesmo o uso de implantes menores, em região com menor quantidade óssea (atrófica) possibilita a reabilitação mastigatória, com índice de sucesso e tempo de duração desses implantes diretamente associado ao planejamento cirúrgico e protético. Guimarães et al. (2010) revisando a literatura afirmam que diversas pesquisas científicas demonstram que o estado hiperglicêmico é considerado a principal causa de complicações sistêmicas e locais advindas dessa condição quando da terapia de implante osseointegrado, porém não é uma contraindicação absoluta desde que devidamente controlada. Outras doenças sistêmicas como anemia, osteoporose, deficiência nutricional, uso de corticoide ou antiinflamatório não esteroide por longo período também são citados por Branemark como inibidores da cicatrização óssea desejada na terapia de implantes, mas não uma irrestrita contra indicação. Mahmoud AL-Omiri et al. (2005) afirmam que o maior interesse na pesquisa de implantes tem sido investigado na base do sucesso e fracasso de um ponto de vista biológico, apesar de relativamente pouco ter sido focada em fatores de prótese, avaliação continuada, planejamento reverso e de percepção do paciente que deseja tratamento com essa terapia. Harrison et al. (2009) propõem no seu trabalho um questionário simplificado para aferir o grau de satisfação do paciente com o tratamento de implante dentário por alunos de graduação e pós-graduação afirmando ser insipiente o ensino e o conhecimento da técnica de implante. Nesse estudo, os resultados revelaram que os pacientes exibem um elevado nível de satisfação geral com o tratamento com implantes, indicando que a disponibilidade de tal terapia em um ambiente de ensino pode ser oferecida com sucesso e de forma que os pacientes fiquem satisfeitos. Assim, como a demanda por tratamento com implantes dentários cresce, a importância da competência e conhecimento desta técnica aumenta e é benéfica sua incorporação em programas de ensino. Proporcionar função adequada e conforto aos pacientes por meio de implantes osseointegrados, com ênfase no planejamento reverso e orientando ao paciente a necessidade de proservar o tratamento executado, pode alterar o 11 resultado da percepção dos pacientes sobre a terapia e sobre a conduta do profissional. 12 2 PROPOSIÇÃO Diante deste contexto, o objetivo do presente estudo foi revisar na literatura trabalhos sobre a percepção do pacientes na qualidade de vida após tratamento com próteses implantossuportadas, revendo aspectos para a condução de melhor exame das condições prévias do paciente do ponto de vista clínico e psicológico, utilizando questionários adequados, dentro de protocolo que conduza a resultado técnico e funcional adequado dos implantes, da prótese e de satisfação para o paciente e para o profissional com essa terapia, que é a ferramenta e não o objetivo, além do acompanhamento posterior continuado. 13 3 REVISÃO DA LITERATURA Siadat et al. (2008) avaliaram o efeito da idade, sexo e experiência anterior com próteses (período de edentulismo, número de próteses totais antes do tratamento com implantes, e número de consultas de ajuste) aferindo a satisfação dos pacientes (conforto, higiene, conservação, aparência, fonética, mastigação e satisfação geral). Neste estudo retrospectivo, um grupo de 55 pacientes que foram tratados com sobredentadura mandibular retida por implantes ferulizados foi selecionado (1998-2004). Cada paciente foi convidado a preencher um questionário para avaliar sua satisfação geral com as próteses de implantes e outros aspectos de satisfação tais como conforto, estética, função e higiene. Os dados foram analisados usando um modelo para avaliar a relação entre os escores e a história do passado protético. Tempo de edentulismo antes do tratamento com implante mais prótese teve efeito direto sobre a satisfação geral e satisfação de conforto. Uma dentadura convencional usada antes do tratamento de implante era menos confortável e função inadequada. Idosos estavam mais satisfeitos com a estética e conforto. Número de consultas de ajuste teve uma correlação positiva com conforto e uma correlação negativa com satisfação estética. Concluíram que a satisfação foi correlacionada com a idade, sexo e passado histórico de prótese nos pacientes reabilitados com a overdenture implantossuportada. Emami et al. (2009) analisaram sistematicamente os dados publicados na eficácia da overdenture mandibular implanto retida a partir da expectativa do paciente. Medline, Embase, Cochrane Central Register of Controlled Trials e Cochrane de Revisões Sistemáticas foram pesquisados e complementados por busca manual. Todos os ensaios clínicos randomizados controlados publicados em Inglês ou Francês até abril 2007 foram incluídos em que as dentaduras convencionais e overdenture sobre implantes mandibulares em indivíduos desdentados adultos foram comparados. Os quesitos de interesse foram satisfação dos pacientes relacionada à saúde oral, geral e de qualidade de vida. Modelos de efeitos aleatórios foram usados para reunir os índices do efeito (ES) de todos os estudos incluídos. Quando comparado com dentadura convencional, na mandíbula, a overdenture sobre implante foi classificada clinicamente como mais satisfatória. 14 Houve uma falta de evidência para mostrar o impacto da overdenture sobre implante mandibular em percepção de saúde geral. Harrison et al. (2009) afirmam que a avaliação do grau de satisfação do paciente com a oferta de tratamento de implante dentário é escassa. Este estudo teve como objetivo avaliar a satisfação entre os pacientes atendidos pela prestação do tratamento com implantes por estudantes de graduação e pós-graduação em Dublin Odontologia e Hospital (DDSH). Um questionário foi elaborado e distribuído para 100 indivíduos selecionados aleatoriamente a partir de registros de pacientes que receberam tratamento com implantes através de clínicas de estudantes nos cinco anos anteriores. A taxa de resposta foi de 68%. Os resultados mostraram um alto nível geral de satisfação com o tratamento recebido. Schoichet et al. (2010) avaliaram a satisfação de indivíduos portadores de sobredentaduras mandibulares implanto retidas e muco suportadas relacionando numero de Implantes e tipos de retentores. Foram avaliados pacientes oriundos das clínicas dos Cursos de Pós-Graduação em Implantodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense, por meio de entrevistas e avaliação de seus prontuários, nos quais haviam sido instalados 140 implantes osseointegráveis e 40 sobredentaduras implanto retidas e muco suportadas. Cerca de 70% destes pacientes estavam no grupo etário acima de 60 anos e a maioria portava prótese total convencional. Foi feito um levantamento da quantidade de implantes e tipo de retentores utilizados nas reabilitações bucais destes pacientes, e avaliados as relações entre esta situação e a satisfação dos pacientes quanto à: função, retenção e satisfação geral. Como respostas possíveis variavam de muito insatisfeito ou muito satisfeito. Observaram em todas as situações avaliadas, que mais de 87% das respostas fornecidas pelos pacientes quanto à satisfação era de muito satisfeitos, sendo a retenção o de menor valor e a satisfação geral o de maior valor. Concluíram que independente da quantidade de implantes (2, 3 ou 4) e dos diferentes tipos de retentores utilizados (bola encaixe ou barra encaixe), não houve variação considerável na satisfação dos pacientes portadores de sobredentaduras mandibulares implanto retidas ou muco suportadas, visto que a maioria deles se declarou satisfeito ou muito satisfeito com todas as categorias incluídas neste estudo. 15 Coró (2010) avaliou o efeito que a instalação de uma prótese fixa sobre implantes mandibular causaria no desempenho mastigatório, na força de mordida, na habilidade mastigatória e no índice de satisfação dos pacientes desdentados totais. Participaram da pesquisa 15 indivíduos, três homens e 12 mulheres, não fumantes, com boa saúde geral, desdentados totais portadores, ou não, de próteses totais muco suportadas (PTMS) bi maxilares. Em cada paciente foram instalados cinco implantes interforaminais, e carga imediata por meio da instalação de prótese fixa tipo protocolo. Os pacientes foram submetidos a testes de desempenho mastigatórios e força de mordida em quatro momentos: pré (inicial) e pósreabilitação, após quatro e oito meses. Também responderam a questionários de habilidade mastigatória e satisfação com a prótese nos momentos inicial, pósreabilitação e após quatro meses. O teste de desempenho foi realizado com alimento-teste Optocal em 20 e 40 golpes de mordida. Diante dos resultados obtidos, os autores concluíram que as reabilitações executadas ofereceram uma melhora estatisticamente significante no desempenho mastigatório dos pacientes, quando comparada a desempenho inicial. A habilidade mastigatória e o índice de satisfação dos pacientes, avaliados por meio de questionário e escala visual respectivamente, apresentaram melhora para todos os itens abordados. Não foi observada diferença estatisticamente significante entre os períodos de quatro e oito meses após a instalação dos implantes, para o índice de desempenho mastigatório. A reabilitação mastigatória, com próteses fixas implanto retidas mandibulares e PTMS maxilares, aumentou significativamente e progressivamente os valores médios de força máxima de mordida dos pacientes até o período de avaliação de oito meses. Pommer et al. (2010) afirmam que as investigações generalizadas a cerca da sobrevivência do implante dentário, parâmetros biológicos e informações do paciente com base em implantes dentários têm sido negligenciados por anos e agora estão se tornando comum. O objetivo desta pesquisa de opinião foi importante para avaliar a visão recente dos pacientes em implantes dentários e estabelecer comparações com os resultados publicados em 2003. Mil adultos da população austríaca foram submetidos a um questionário com um total de 16 itens sobre a aceitação e custos subjetivamente percebidos no tratamento com implante dentário, bem como a satisfação do paciente com reabilitação implantossuportada. A taxa de aceitação do implante foi de 56%, enquanto 23% dos entrevistados rejeitaram 16 decididamente tratamento com implante (mesma taxa que em 2003), especialmente aqueles com mais de 50 anos de idade Apenas 5% haviam se submetido a tratamento com implantes e 22% relataram saber de alguém usando implante dentário. Os custos estimados de tratamento com implantes foram significativamente superiores aos de 2003, e três quartos sentiu que o custo era alto demais e que os organismos de segurança social devem suportá-los. Índices de satisfação foram significativamente maiores entre os entrevistados usando reabilitações implantossuportadas em comparação com aqueles com próteses fixas ou removíveis convencionais. Concluiu-se que pouca coisa mudou na atitude dos pacientes para implantes dentários em comparação com a sondagem de opinião em 2003. Nem a aceitação do implante, nem a prevalência do implante na população austríaca demonstraram tendências ascendentes. Esforço público e profissional de relacionamento é indicado para deixar os ressentimentos e aumentar a aceitação do paciente aos implantes dentários como uma modalidade de tratamento. Bezerra et al. (2011) avaliaram o impacto da reabilitação bucal com próteses fixas suportadas por implantes em pacientes edêntulos totais mandibulares. A amostra foi formada por doze pacientes do Instituto Nacional de Experimentos e Pesquisas Odontológicas (INEPO, São Paulo, Brasil), com média de idade de 59 anos, que se submeteram a cirurgia para instalação de quatro implantes na região mandibular seguida pela instalação de prótese fixa em protocolo de carga imediata funcional. Os pacientes responderam a um questionário contendo quatorze perguntas objetivas de múltipla escolha (OHIP-14 - Oral Health Impact Profile) em duas ocasiões: previamente à cirurgia de implantes e seis meses após a instalação da reabilitação protética. A análise estatística dos dados obtidos demonstrou que a qualidade de vida dos pacientes melhorou significativamente após a substituição da prótese total removível pela prótese fixa sobre implantes. Krennmair et al. (2011) fizeram um estudo retrospectivo para avaliar a sobrevivência do implante e taxas de sucesso, bem como a satisfação do paciente com prótese maxilar anterior implantossuportada ou próteses parciais fixas mandibulares. Um estudo retrospectivo foi realizado em pacientes com edentulismo parcial anterior maxilar ou mandibular (falta de todos os incisivos) tratados entre 2002 e 2006. Todas as próteses eram do mesmo tipo: dois implantes pilares nas posições dos incisivos laterais e dois pônticos ovais nas posições centrais incisivos. As taxas de sobrevivência de implantes e condições peri implantar (perda óssea 17 marginal, profundidade de bolsa, índice de placa, gengival Índex, índice de sangramento), bem como a incidência e o tipo de manutenção protética foram avaliados. O índice de satisfação subjetiva dos pacientes foi pesquisado usando vários questionários com sistema de pontuação de 10 pontos (0 = não satisfeito a 10 = muito satisfeito). Trinta e seis dos 38 pacientes (abandono: 5%) com 72 implantes (50 maxilares e 22 implantes mandibulares, 25 próteses superiores e 11 mandibulares) foram disponíveis para acompanhamento após um período de observação médio de 56,2 ± 10,3 meses. Implante com alta taxa de sobrevivência e de sucesso (100%) e os parâmetros peri implantes saudáveis (média de reabsorção óssea marginal: 1,8 ± 0,3 mm; profundidade média de bolso: 2,5 ± 1,0 mm, valor Periotest: -4,5 ± 1,1, e Índices de placa / sangramento gengival de zero em 70% dos locais [com resultados significativamente melhores do que na maxila na mandíbula]) foram realizados. Os esforços de manutenção protética necessários mais frequentes foram recimentação maxilar (3/25, 12%) mandibular e realocação (2/11, 18,2%). A pontuação mais alta de satisfação foi obtida, embora ligeiramente melhor resultado fosse obtido no maxilar do que para próteses mandibulares. Concluíram que para todos os parâmetros avaliados, essas próteses demonstraram ser um processo viável de tratamento para o edentulismo parcial anterior, com boa evolução clínica e resultados estéticos. De Kok et al. (2011) em um estudo retrospectivo avaliaram se a overdenture mandibular sobre dois implantes tem se mostrado um tratamento altamente bem sucedido. No entanto, os pacientes com sobredentadura que desejam uma prótese fixa podem não estarem satisfeitos com uma overdenture removível. Este estudo prospectivo procurou comparar os resultados da prótese, a satisfação do paciente e as taxas de sobrevivência de implantes entre overdentures suportadas sobre dois implantes e próteses fixas sobre três implantes. Vinte pacientes completamente desdentados foram igualmente e, aleatoriamente, divididos em dois grupos. Novas próteses totais convencionais foram feitas, e os dentes inferiores foram utilizados como um guia cirúrgico. Implantes foram colocados, seguido de carregamento provisório. Pilares com forma de bola foram inseridos em 8 semanas, e ISFDs foram entregues em 16 semanas. IODs estavam ligadas a anexos em 8 semanas, utilizando recursos existentes na dentadura de cada paciente. Os ISFDs definitivos foram fabricados usando programas de computador e fabricação de estruturas de titânio moído, base de resina acrílica e dentes. A satisfação dos pacientes foi 18 investigada e radiografias panorâmicas em 6 e 12 meses realizadas. Como resultado verificou-se que ambos os tratamentos tiveram efeitos significativos e positivos sobre a satisfação do paciente e qualidade de vida. Nenhum dos 50 implantes colocados teve falha após 12 meses, portanto, a taxa de sobrevivência do implante foi 100%. Complicações protéticas foram facilmente reparadas. Concluíram que ambas as modalidades de tratamento ISFD suportada por três implantes e o IOD apoiada por dois implantes, igualmente melhoraram significativamente a satisfação do paciente e qualidade relacionada com a vida e saúde bucal e complicações protéticas foram relativamente incomuns para ambos os tratamentos. Três implantes podem ser utilizados para fixar prótese mandibular, no entanto, um período de observação mais longo é necessário para validar esta modalidade de tratamento. Luo et al. (2011) afirmam que a aparência dos tecidos moles peri-implante é um fator crucial para o sucesso da implanto terapia. No entanto, nenhum método objetivo eficaz existe para observar e documentar esse fator em mais longo prazo. O objetivo deste ensaio clínico foi determinar se as fotografias orais podem ser usadas para a coleta de dados de tecidos moles periimplantares, observando alterações de tecidos moles após a colocação de um implante de um único dente na zona estética e para determinar se a cor de rosa estético reflete a satisfação do paciente com o resultado estético do tecido peri implantar. Vinte e oito pacientes receberam implantes unitários na zona estética. Fotografias clínicas foram usadas para coletar dados sobre o tecido mole peri implantar no início do estudo (colocação da coroa) e novamente três meses mais tarde. Dois observadores atribuíram valores de PSA para o tecido mole peri implante nas fotografias. Mudanças no valor PES desde o início até três meses de seguimento dos pacientes foram calculados. A satisfação do paciente foi medida utilizando uma escala visual analógica (VAS) nos três meses. Foi calculada a correlação entre os escores da EVA e PES. Verificaram que o valor PES média (± DP) foi 8,68 ± 2,69 no início e 10,37 ± 2,13 no seguimento (p<0,01). Valores de VAS variaram de 72,5-100. Foi encontrada uma correlação significativa entre os valores de VAS e PES. A regressão linear de satisfação do paciente e os valores de PSA foram significativos. Concluíram que as fotografias orais podem ser usadas para coletar dados de PSA em tecidos moles peri implantes. O resultado estético do tecido mole de peri-implante é marcadamente melhorado três meses após a restauração do implante com uma porcelana fundida a coroa de metal. O 19 valor PES geralmente reflete o grau de satisfação do paciente com o resultado estético do tecido perimplantar. Geckili et al. (2011) avaliaram três overdenture mandibulares implanto retidas após três anos em termos de taxas de sucesso, força (MOF), a perda óssea marginal oclusal máxima em torno de implantes (MBL), a satisfação do paciente e qualidade de vida (QV). Neste estudo, vinte e três adultos desdentados portadores de próteses totais maxilares que receberam três overdenture mandibulares implanto retidas com anexo bola ou barra, durante um período de um ano, foram avaliados três anos após a instalação da overdenture pelo mesmo cirurgião. MBL foi avaliada através de radiografia panorâmica. MOF com e sem o apoio do implante foi gravado utilizando um medidor de tensão. Sucesso global foi medido pela ausência de mobilidade peri implantar, área radiolúcida, dor, parestesia e MBL progressiva. A taxa geral de sucesso dos implantes foi de 100%. MBL em torno de implantes centro foi inferior ao redor de implantes nos lados direito e esquerdo (p = 0, 001 e p = 0,03, respectivamente). MOF sem apoio do implante foi menor do que com o suporte de implante (p = 0, 001). Não houve associação entre o tipo de acessório e MBL, MOF, satisfação, ou QV (p> 0,05). Verificaram excelentes resultados para as três overdentures mandibulares implanto-retidas indicando que, independentemente do tipo de anexo, três implantes com overdentures mandibulares e próteses totais antagônicas é uma opção de tratamento bem-sucedido para adultos desdentados. Papaspyridakos et al. (2011) conduziram um estudo para examinar mais critérios utilizados para definir o sucesso do tratamento em implantodontia. Uma pesquisa no MEDLINE/PubMed foi realizada para identificar ensaios clínicos randomizados e estudos prospectivos na elaboração de relatórios sobre os resultados de implantes dentários. Apenas estudos conduzidos com os implantes de superfície rugosa e pelo menos cinco anos de acompanhamento foram incluídos. Dados foram analisados para o sucesso no nível do implante, tecidos moles peri implantares, próteses, e satisfação do paciente. Critérios mais frequentemente relatados para o sucesso no nível do implante foi mobilidade, dor, radiolucidez, e perda óssea peri implantar (> 1,5 mm), e para o sucesso no nível do tecido mole peri implantar, supuração e sangramento. Os critérios para o sucesso ao nível da prótese estavam à ocorrência de complicações técnicas, manutenção de prótese, função e estéticas adequadas durante o período de cinco anos. Os critérios em nível de satisfação do paciente foram desconforto e parestesia, a satisfação com a 20 aparência, e capacidade de mastigar e paladar. Afirmaram que o sucesso no implante odontológico deve idealmente avaliar um resultado primário de longo prazo de todo um complexo de implante protético. Al-Omiri et al. (2011) investigaram a associação entre a satisfação com a dentição e próteses dentárias e perfis de personalidade entre os pacientes que receberam próteses implanto-suportada. Um questionário validado foi usado para avaliar a satisfação dental e os efeitos do implante e das próteses apoiadas sobre os implantes e a vida diária. O NEO Five Fator Inventory (NEO-FFI) foi utilizado para avaliar perfis de personalidade dos participantes. Os participantes preencheram os questionários antes da inserção do implante e três meses após a reabilitação com próteses implanto-suportada. Oitenta pacientes (42 homens e 38 mulheres, com idade média de 40,99 anos) participaram. Pacientes estavam mais satisfeitos com a sua dentição após tratamento com implantes. Neuroticismo e consciência tinham relações significativas com a satisfação do paciente e impacto na vida diária, tanto antes como após o tratamento com implantes. Abertura e afabilidade tiveram relações significativas com a satisfação do paciente e impacto na vida diária somente após tratamento com implantes. Extroversão teve uma significativa relação com a satisfação do paciente e impacto na vida diária apenas antes do tratamento. Após o tratamento com implantes, neuroticismo foi útil para predizer a satisfação total, bem como a satisfação com a aparência, dor, conforto oral, desempenho e comer. Conscientização foi útil para previsão de satisfação com a aparência, enquanto que a abertura foi útil para predizer a satisfação com dor. Antes do tratamento com implantes, neuroticismo foi útil para predizer a satisfação total do paciente bem como a satisfação com a aparência, conforto oral, e desempenho. Como conclusão aponta que próteses implantossuportadas tiveram impactos positivos sobre a vida diária dos participantes e satisfação com a dentição. Traços de personalidade (como neuroticismo, abertura, afabilidade e consciência) afetam vida diária dos pacientes e satisfação com próteses implantossuportadas. Traços de personalidade selecionados podem prever a satisfação dos pacientes com próteses implantossuportadas antes do tratamento. Erkapers et al. (2011) avaliaram a satisfação do paciente com o questionário Impacto da Saúde Oral 49 (OHIP-49) para os pacientes que receberam seis implantes na maxila severamente reabsorvida e uma prótese implantossuportada que foi entregue dentro de 24 horas após a cirurgia. Cinquenta e um pacientes 21 edêntulos, com atrofia severa na maxila foram incluídos no estudo, que foi realizado em dois centros. Seis implantes foram colocados no maxilar e carregados dentro de 24 horas, com uma prótese provisória. A prótese definitiva foi entregue de 20 a 24 semanas mais tarde. Os pacientes foram convidados a preencher o questionário OHIP-49 (que inclui sete domínios que representam limitação funcional, dor física, desconforto psicológico, deficiência física, deficiência psicológica, deficiência social e desempenho) antes da colocação do implante e em três ocasiões subsequentes. Os dados foram coletados e analisados e os escores do OHIP foram comparados ao longo do tempo. O tratamento resultou em melhores pontuações totais OHIP-49 em ambos os centros, com nenhuma diferença significativa entre os centros. Além disso, não foram observadas diferenças significativas em qualquer um dos quesitos (OHIP-49) no pré-tratamento e pós-tratamento entre os centros. Todos sete requisitos pós-tratamento mostraram uma melhora estatisticamente significativa. Dos sete domínios, incapacidade social e deficiência apresentaram a menor melhoria e teve a menor pontuação de pré-tratamento, indicando menor importância para estes domínios em relação aos outros domínios durante tratamento com implantes. Este estudo também indica que os quesitos (limitação funcional, dor física, desconforto psicológico, deficiência física e deficiência psicológica) são os mais importantes na satisfação do paciente com o tratamento com implantes. Concluíram que a medição com o questionário OHIP-49 mostra que aumenta a satisfação do paciente após o tratamento com uma prótese fixa em implantes carregados dentro de 24 horas. Mumcu et al. (2012) compararam a qualidade de vida do paciente e os resultados de satisfação dos dois sistemas de fixação em overdenture mandibular com diferentes números de implantes suporte. Materiais e Métodos: Sessenta e dois pacientes desdentados totais quer com anexos ferulizados ou único, em overdenture com implantes mandibulares, com diferente número de implantes suporte interforaminal, foram investigados para aferir a satisfação do paciente e qualidade de vida neste estudo retrospectivo. Comparações entre grupos foram estabelecidas pelo teste de Mann-Whitney. As relações entre os parâmetros foram investigadas por análise de correlação de Spearman. Não houve associação estatisticamente significativa encontrada entre as pontuações das escalas visuais e analógicas, tipo de anexo, bem como o número de implantes (p> 0,05), enquanto escores da Saúde Oral Impact Profile (OHIP) -14 total para pacientes com barras suportadas com 4 implantes foram significativamente menores do que todo o outro tipo de acessório. 22 Além disso, a (taxa = 32,2%) negativa, associação estatisticamente significativa entre período de edentulismo e OHIP-14 pontos totais foi detectada (p <0,05). A overdenture implante retida mandibular suportada com quatro implantes e barra anexo apresenta a maior pontuação. Para estes autores, a qualidade de vida e satisfação do paciente não é influenciada pelo número de implantes ou tipo de retenção. Compagnoni et al. (2012) avaliaram o impacto da substituição de próteses totais convencionais mandibulares por próteses totais implantossuportadas sobre a qualidade de vida e os parâmetros cinesiográficos em pacientes desdentados totais bimaxilares. Indivíduos desdentados totais bimaxilares receberam próteses totais novas e após um período de adaptação (30 dias), a versão brasileira do Oral Healt Impact Profile para indivíduos desdentados (OHIP-Edent) foi usada para avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde oral dos participantes. Além disso, o cinesiógrafo K6-I foi utilizado para realizar o registro dos movimentos máximo de abertura e de fechamento e movimentação da prótese total superior durante a mastigação. Posteriormente os indivíduos tiveram as suas próteses totais convencionais mandibulares substituídas por próteses totais implantossuportadas e o mesmo protocolo de avaliação foram realizados após três e seis meses. Os resultados do OHIP foram avaliados utilizando os testes de Wilcoxon (< = 0,05) e os dados cinesiográficos avaliados por meio do teste Student (< = 0,05). Os participantes apresentaram uma melhora significativa na qualidade de vida relacionada à saúde oral após três e seis meses de tratamento com próteses totais implantossuportadas. Os registros cinesiográficos demonstraram aumento significativo no movimento de abertura máxima vertical e nenhuma diferença significante foi encontrada no movimento da prótese total superior durante a mastigação após o tratamento com próteses totais implantossuportadas. A instalação de próteses totais implantossuportadas melhora a qualidade de vida dos pacientes e promove aumento na amplitude de abertura mandibular vertical. As próteses totais sobre implantes vêm mostrando-se eficazes para reabilitar funcional e esteticamente os indivíduos edêntulos, fato comprovado pelos relatos dos usuários na melhora do desempenho mastigatório e fonético, com consequente restabelecimento de suas relações psicossociais. Sendo assim, concluíram que as próteses totais implantos retidas são consideradas uma conduta já estabelecida em prótese dentária. 23 Toscano (2012) afirma que o objetivo de sua pesquisa foi avaliar aspectos da reabilitação de pacientes edêntulos por meio de próteses fixas implantossuportadas considerando: a estabilidade em longo prazo de implantes instalados em região interforaminal mandibular submetidos à carga imediata, e avaliar a eficácia do planejamento reverso como controle da dissonância cognitiva no resultado final em paciente reabilitado com prótese implantossuportada em arco superior. O estudo constou da avaliação de duas amostras distintas. A primeira composta por 11 pacientes, reabilitados com 4 implantes inferiores de acordo com o protocolo Neopronto (Neodent, Curitiba, Brasil). Foi realizado acompanhamento da estabilidade dos implantes, por meio de frequência de ressonância, imediatamente após a instalação e 1, 2 e 6 anos após aplicação de carga funcional. No segundo grupo de 7 pacientes, reabilitados com próteses fixas sobre implantes superiores, foram aplicados questionários. Os pacientes foram aleatoriamente alocados em dois subgrupos, sendo que no subgrupo I, foram aplicados três questionários, o primeiro na consulta inicial, para identificação da expectativa do paciente em relação ao tratamento e o quanto a perda dos dentes afetou sua vida. O segundo questionário foi aplicado após explicar ao paciente detalhes do planejamento realizado, e por fim um terceiro questionário foi aplicado dois meses após a resolução protética. No subgrupo II, o segundo questionário não foi aplicado, contudo todos os procedimentos de planejamento foram realizados da mesma forma. Quanto ao estudo com questionários, foi observado que na maioria dos casos a expectativa do paciente com o tratamento foi atingida, independente da aplicação ou não do questionário sobre o planejamento proposto. Dessa forma, concluíram que a reabilitação com implantes dentários é uma técnica segura e bem sucedida tanto no aspecto funcional da reabilitação como na satisfação do paciente com o tratamento. 24 4 DISCUSSÃO Discorrendo sobre a influência dos fatores individuais na satisfação com implantes orais Al-Omiri et al. (2005) afirmam que a primeira vista aquilo que o público pensa sobre os implantes dentários tem sido claramente negligenciado. Diz que fatores pessoais parecem ser cruciais na determinação do grau de satisfação com o tratamento odontológico baseado em implantes. Nesse trabalho a literatura aponta que homens e mais jovens estão mais satisfeitos do que mulheres e mais idosos segundo algumas fontes citadas enquanto outras divergem afirmando não haver associação significativa no impacto sobre o perfil da saúde oral, sexo, idade e história do uso da prótese. O mesmo pesquisador Al-Omiri et al. (2011) voltou a investigar a associação entre a satisfação com a dentição e próteses dentárias e perfis de personalidade entre os pacientes que receberam prótese implantossuportada. O NEO Five Fator Inventory (NEO-FFI) foi utilizado para avaliar perfis de personalidade dos participantes. Concluíram que neuroticismo e consciência tinham relações significativas com a satisfação do paciente e impacto na vida diária, tanto antes como após o tratamento com implantes. Siadat et al. (2008) também avaliaram o efeito da idade, sexo e experiência anterior com próteses, período de edentulismo, número de próteses totais antes do tratamento com implantes e consultas de ajuste em avaliações de satisfação dos pacientes (conforto, higiene, conservação, aparência, fala mastigação e satisfação geral). Também afirmam que pacientes com problemas emocionais podem rejeitar próteses por motivos alheios aos aspectos técnicos do tratamento. Concluíram que a satisfação foi correlacionada com o psiquismo, a idade, sexo e passado histórico de prótese nos pacientes reabilitados com a overdenture implantossuportada. Harrison et al. (2009) asseveram que a avaliação do grau de satisfação do paciente com a oferta de tratamento de implante dentário é escassa. Este estudo avaliou a satisfação entre os pacientes atendidos por estudantes de graduação e pós-graduação em Dublin Odontologia e Hospital (DDSH). Os resultados mostraram um alto nível geral de satisfação com o tratamento recebido. 25 Emami et al. (2009) analisaram sistematicamente os dados publicados na eficácia das overdentures mandibulares implanto-retidas a partir da expectativa do paciente. Todos os ensaios clínicos randomizados controlados publicados em Inglês ou Francês, até abril 2007 foram incluídos. Concluíram que quando comparado com dentadura convencional, na mandíbula, a overdenture sobre implante foi classificada clinicamente como mais satisfatória, mas, há falta de evidência para mostrar o impacto da overdenture sobre implante mandibular em percepção de saúde geral. Coró (2010) avaliou o efeito que a instalação de uma prótese fixa sobre implantes mandibular causaria no desempenho mastigatório, na força de mordida, na habilidade mastigatória e no índice de satisfação dos pacientes desdentados totais. Também responderam a questionários de habilidade mastigatória e satisfação com a prótese nos momentos inicial, pós-reabilitação e após quatro meses. A habilidade mastigatória e o índice de satisfação dos pacientes, avaliados por meio de questionário e escala visual respectivamente, apresentaram melhora para todos os itens abordados. Papaspyridakos et al. (2011) conduziram um estudo para examinar mais critérios utilizados para definir o sucesso do tratamento em implantodontia. Dados foram analisados para aferir o sucesso a nível do implante, tecido mole Periimplantar, próteses, e satisfação do paciente. Critérios mais frequentemente relatados para o sucesso no nível do implante foi mobilidade, dor, radiolucidez, e perda óssea peri-implantar e para o sucesso no nível do tecido mole peri-implantar, supuração e sangramento. Neste estudo afirmam que sucesso no implante odontológico deve idealmente avaliar um resultado primário de longo prazo de todo um complexo de implante e prótese não mencionam o aspecto percepção do paciente. Pommer et al. (2010) afirmam que as investigações generalizadas a cerca da sobrevivência do implante dentário, parâmetros biológicos e informações do paciente com base em implantes dentários foram negligenciados por anos e agora estão se tornando comum. O objetivo desta pesquisa de opinião foi importante para avaliar a visão recente dos pacientes em implantes dentários e estabelecer comparações com os resultados publicados em 2003. Mil adultos - da população austríaca - foram submetidos a um questionário com um total de 16 itens sobre a aceitação e custos subjetivamente percebidos no tratamento com implante dentário, bem como a satisfação do paciente com reabilitação implanto-suportada. A taxa de 26 aceitação do implante foi de 56%, enquanto 23% dos entrevistados rejeitaram decididamente tratamento com implante (mesma taxa que em 2003), especialmente aqueles com mais de 50 anos de idade. Concluiu-se que pouca coisa mudou na atitude dos pacientes para implantes dentários em comparação com a sondagem de opinião em 2003. Nem a aceitação do implante, nem a prevalência do implante na população austríaca demonstraram tendências ascendentes. De Kok et al. (2011) no seu estudo prospectivo procurou comparar os resultados da prótese, a satisfação do paciente e as taxas de sobrevivência de implantes entre overdentures suportadas sobre dois implantes e próteses fixas sobre três implantes. Concluíram que ambas as modalidades de tratamento ISFD suportada por três implantes e o IOD apoiados por dois implantes, igualmente melhoraram significativamente a satisfação do paciente e qualidade relacionada com a vida e saúde bucal e complicações protéticas foram relativamente incomuns para ambos os tratamentos. Schoichet et al. (2010) avaliaram a satisfação de indivíduos portadores de sobredentaduras mandibulares implanto retidas e muco suportadas relacionando numero de Implantes e tipos de retentores. Concluíram que independente da quantidade de implantes (2, 3 ou 4) e dos diferentes tipos de retentores utilizados (bola encaixe ou barra encaixe), não houve variação considerável na satisfação dos pacientes portadores de sobredentaduras mandibulares implanto retidas ou muco suportadas, visto que a maioria deles se declarou satisfeito ou muito satisfeito com todas as categorias incluídas neste estudo. Bezerra et al. (2011) avaliaram o impacto da reabilitação bucal com próteses fixas suportadas por implantes em pacientes edêntulos totais mandibulares com média de idade de 59 anos, que se submeteram a cirurgia para instalação de quatro implantes na região mandibular seguida pela instalação de prótese fixa em protocolo de carga imediata funcional. Os pacientes responderam a um questionário contendo quatorze perguntas objetivas de múltipla escolha (OHIP-14 - Oral Health Impact Profile) em duas ocasiões: previamente à cirurgia de implantes e seis meses após a instalação da reabilitação protética. A análise estatística dos dados obtidos demonstrou que a qualidade de vida dos pacientes melhorou significativamente após a substituição da prótese total removível pela prótese fixa sobre implantes. 27 Guimarães et al. (2010) revisaram na literatura e concordam que alterações no processo de reparação tecidual representam um dos efeitos prejudiciais do diabetes mellitus de maior interesse na área da implantodontia. O objetivo do presente estudo foi revisar o conhecimento sobre os efeitos adversos da diabetes mellitus no processo de reparo ósseo peri-implantar. A busca foi limitada a estudos da língua inglesa. Foram selecionados estudos experimentais, clínicos e revisões literárias. Embora vários estudos demonstrem efeitos prejudiciais da diabetes no processo de osseointegração, ainda é insuficiente a quantidade de informações disponíveis para determinar correlação entre avaliação laboratorial e o impacto no processo de cicatrização peri-implantar. Na atualidade, ainda não existe um protocolo que leve em consideração o estabelecimento de critérios objetivos para a indicação de tratamento com implantes osseointegráveis nos indivíduos diabéticos. Os dados de estudos que abordam essa linha de investigação são conflitantes e novas pesquisas devem ser desenvolvidas em busca de melhor entendimento do processo cicatricial peri-implantar em diabéticos. Pacientes que receberam seis implantes em maxila severamente reabsorvida e uma prótese implantossuportada entregue em 24 horas após a cirurgia foram avaliados por Erkapers et al. (2011). Os pacientes foram convidados a preencher o questionário OHIP-49 antes da colocação do implante e em três ocasiões subsequentes. Este estudo também indica que os quesitos (limitação funcional, dor física, desconforto psicológico, deficiência física e deficiência psicológica) são os mais importantes na satisfação do paciente com o tratamento com implantes. E concluíram que a medição com o questionário OHIP-49 demonstra que aumenta a satisfação do paciente após o tratamento com uma prótese fixa em implantes carregados dentro de 24 horas. Compagnoni et al. (2012) em seu trabalho avaliaram o impacto da substituição de próteses totais convencionais mandibulares por próteses totais implanto suportadas sobre a qualidade de vida e os parâmetros cinesiográficos em pacientes edêntulos. Os pacientes receberam próteses totais novas e a versão brasileira do Oral Healt Impact Profile para indivíduos desdentados (OHIP-Edent). As próteses totais sobre implante vêm mostrando-se eficazes para reabilitar funcional e esteticamente os indivíduos edêntulos, fato comprovado pelos relatos 28 dos usuários na melhora do desempenho mastigatório e fonético, com consequente restabelecimento de suas relações psicossociais. Concluíram que a instalação dessas próteses melhora a qualidade de vida dos pacientes e promove aumento na amplitude de abertura mandibular vertical. Pacientes que receberam seis implantes em maxila severamente reabsorvida e uma prótese implanto-suportada entregue em 24 horas após a cirurgia foram avaliados por Erkapers et al. (2011). O tratamento resultou em melhores pontuações totais do OHIP-49. Este estudo também indica que os quesitos (limitação funcional, dor física, desconforto psicológico, deficiência física e deficiência psicológica) são os mais importantes na satisfação do paciente com o tratamento com implantes. Concluíram que a medição com o questionário OHIP-49 mostrou que aumenta a satisfação do paciente após o tratamento com uma prótese fixa em implantes carregados dentro de 24 horas. Toscano (2012) avaliou aspectos da reabilitação de pacientes edêntulos por meio de próteses fixas implantossuportadas considerando: a estabilidade em longo prazo de implantes instalados em região interforaminal mandibular submetidos à carga imediata, e a eficácia do planejamento reverso como controle da dissonância cognitiva no resultado final em paciente reabilitado com prótese implantossuportada. Nos pacientes foram aplicados três questionários, o primeiro na consulta inicial, para identificação da expectativa do paciente em relação ao tratamento e o quanto a perda dos dentes afetou sua vida. O segundo questionário foi aplicado após explicar ao paciente os detalhes do planejamento realizado, e por fim um terceiro questionário foi aplicado 2 meses após a resolução protética. No subgrupo II, o segundo questionário não foi aplicado, contudo todos os procedimentos de planejamento foram realizados da mesma forma. Quanto ao estudo com questionários, foi observado que na maioria dos casos a expectativa do paciente com o tratamento foi atingida, independente da aplicação ou não do questionário sobre o planejamento proposto. Dessa forma pode ser concluído que a reabilitação com implantes dentários é uma técnica segura e bem sucedida tanto no aspecto funcional da reabilitação como na satisfação do paciente com o tratamento. O autor sugere que a satisfação não depende do conhecimento do paciente sobre o planejamento proposto para o tratamento. 29 5 CONCLUSÃO O número de estudos e publicações que ratifica o conceito de sucesso do implante ósseo integrado do ponto de vista biológico, ainda que na presença de moléstias sistêmicas que interferem no processo de cicatrização óssea, é conclusivo e vasto. O planejamento reverso de todo o procedimento cirúrgico e protético para que a técnica de reabilitação oral atinja a expectativa do paciente e o propósito do profissional deve ser transmitido, durante o ensino da técnica como quesito fundamental. O OHIP 49 deu origem ao OHIP-Edent que foi adaptado culturalmente para o Brasil. No entanto, esse e outros questionários aqui citados devem ser moldados à era dos implantes ósseointegrados. A revisão de literatura entre 2008 e 2012 permite concluir que o ensino da técnica de implante não é apresentado de forma singular nos centros de ensino e a manutenção posterior desse procedimento é aleatória e insuficiente. Além disso, os quesitos (limitação funcional, dor física, desconforto psicológico, deficiência física e deficiência psicológica) são os mais importantes na satisfação do paciente com o tratamento com implantes. Os pacientes submetidos à técnica do implante osseointegrado têm sido de forma rotineira subavaliados com relação ao seu perfil psicológico, experiência com sua dentição e as suas expectativas, produzindo índices significativos de efeitos indesejáveis, posteriormente, mesmo quando recebem tratamento tecnicamente adequado de profissionais habilitados. Existe um grande hiato entre a satisfação que o profissional oferece com a terapia de implantes e aquilo que o paciente deseja na ausência de um adequado e minucioso planejamento reverso cirúrgico e protético. 30 REFERÊNCIAS 1. Bezerra F, Lenharo A, Pessoa RS, Duarte LRS, Granjeiro JM. Avaliação do impacto do edentulismo total mandibular e da reabilitação fixa sobre implantes com carga imediata na qualidade de vida de pacientes idosos. Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2011; 5(3): 101-10. 2. Schoichet JJ, Soares EL, Pinheiro AR, Schoichet MFOS, Rangel BC, Gouvêas CVD. Satisfação de Pacientes Portadores de Sobredentaduras Mandibulares Implanto-Retidas e Muco-Suportadas. Pesq Bras Odontoped Clin Integr.2010; 10(1):67-71. 3. Krennmair G, Seemann R, Weinländer M, Wegscheider W, Piehslinger E. Implant-Prosthodontic Rehabilitation of Anterior Partial Edentulism: A Clinical Review. J Oral Maxillofac Implants. 2011; 26:1043–1050. 4. De Kok IJ, Chang KH, Lu TS, Cooper LF. 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