UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO TECNOLÓGICO CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DAVIDSON DE ALMEIDA SANTOS ANÁLISE COMPARATIVA DAS HEURÍSTICAS DE UM SOFTWARE DE ROTEIRIZAÇÃO POR INTERMÉDIO DE PARÂMETROS DE PRODUTIVIDADE – Aplicação em uma empresa distribuidora de bebidas NITERÓI 2007 DAVIDSON DE ALMEIDA SANTOS ANÁLISE COMPARATIVA DAS HEURÍSTICAS DE UM SOFTWARE DE ROTEIRIZAÇÃO POR INTERMÉDIO DE PARÂMETROS DE PRODUTIVIDADE – Aplicação em uma empresa distribuidora de bebidas Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre. Área de Concentração: Apoio à Decisão Logística. Orientador: Prof. MARCO ANTÔNIO FARAH CALDAS, Ph. D. Niterói 2007 DAVIDSON DE ALMEIDA SANTOS ANÁLISE COMPARATIVA DAS HEURÍSTICAS DE UM SOFTWARE DE ROTEIRIZAÇÃO POR INTERMÉDIO DE PARÂMETROS DE PRODUTIVIDADE – Aplicação em uma empresa distribuidora de bebidas Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre. Área de Concentração: Apoio à Decisão Logística. Aprovada em 21 de Agosto de 2007 BANCA EXAMINADORA ____________________________________________________________ Prof. Marco Antônio Farah Caldas, PhD. Universidade Federal Fluminense ______________________________________________________________ Prof. Luiz Fleury Wanderley Soares, Ph.D. Universidade Federal Fluminense _____________________________________________________________ Prof. Hostilio Xavier Ratton Neto, D.sc. Universidade Federal do Rio de Janeiro Niterói 2007 AGRADECIMENTOS A Deus que me concedeu, com as suas bênçãos intermitentes, a determinação na medida necessária para concluir esse trabalho. A Sheila que se constitui como o grande amor da minha e a pessoa que desde o começo do mestrado, rezou, apoiou e ofereceu-me todo o amor e carinho que eu precisava para concluir esse trabalho. Meu amor essa vitória também é sua e você faz e fará parte dessa e de muitas outras vitórias. Com certeza sem o seu amor os obstáculos tornar-se-iam intransponíveis. Meu amor te amo muito e dedico esse trabalho a você. A minha família, um dos pilares importantes em minha vida, que participou de uma forma ou de outra para a conclusão desse trabalho. Aos professores e funcionários do mestrado em engenharia de produção que contribuíram com esse trabalho. Ao Prof. Marco Caldas com suas orientações valiosas para o presente trabalho. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Principais trabalhos na área de programação linear, f. 16 Figura 2 – Representação gráfica dos tipos de grafos, f. 20 Figura 3 – Representação gráfica do grau de vértice de um grafo, f. 23 Figura 4 – Representação da rede formada em um grafo, f. 23 Figura 5 – Representação gráfica do fecho transitivo direto de x, f. 25 Figura 6 – Redução polinomial, f. 44 Figura 7 – Provável configuração das classes, f. 46 Figura 8 – Representação gráfica do método de Clark e Wright, f. 47 Figura 9 – Representação gráfica do método r-opt da troca de nós na rota, f. 49 Figura 10 – Heurística de Bellmore e Nemhauser passo a passo, f. 51 Figura 11 – Exemplificação dos movimentos 2-opt e 3-opt, f. 55 Figura 12 – Demonstração gráfica da troca de vértices para mais de uma rota, f. 56 Figura 13 – Demonstração gráfica da inserção de vértices entre duas rotas, f. 57 Figura 14 – Representação gráfica da heurística de Gillet e Miller, f. 59 Figura 15 – Representação gráfica da heurística de Mole e Jameson, f. 63 Figura 16 – Área de roteirização 8, f. 69 Figura 17 – Área de roteirização 3, f. 69 Figura 18 – Área de atendimento antiga (antes de 14/08/2006) da central de distribuição de Jacarepaguá, f. 70 Figura 19 – Área de atendimento que passou a ser atendida pela central de distribuição de Campo Grande, f. 71 Figura 20 – Área de atendimento que passou a ser atendida pela central de distribuição de São Cristóvão, f. 71 Figura 21 – Área de atendimento atual da central de distribuição de Jacarepaguá, f. 72 Figura 22 – Organograma da área de logística da central de distribuição de Jacarepaguá, f. 73 Figura 23 – Representação gráfica do macro fluxo de operações, f. 75 Figura 24 – Representação gráfica da primeira etapa do Fluxo Entrega Rota, f. 76 Figura 25 – Representação gráfica da segunda etapa do Fluxo Entrega Rota, f. 77 Figura 26 – Representação gráfica da terceira etapa do Fluxo Entrega Rota, f. 77 Figura 27 – Representação gráfica da quarta etapa do Fluxo Entrega Rota, f. 78 Figura 28 – Descrição das etapas principais do fluxo entrega rota, f. 78 Figura 29 – Representação gráfica da primeira etapa do fluxo recebimento da puxada, f. 79 Figura 30 – Representação gráfica da segunda etapa do fluxo recebimento da puxada, f. 79 Figura 31 – Representação gráfica da primeira etapa do Fluxo do carregamento, f. 80 Figura 32 – Representação gráfica da segunda etapa do Fluxo do carregamento, f. 80 Figura 33 – Representação gráfica da primeira etapa do fluxo de retorno de rota, f. 81 Figura 34 – Representação gráfica da segunda etapa do fluxo de retorno de rota, f. 81 Figura 35 – Descrição do fluxo de roteirização, f. 82 Figura 36 – Ambiente de roteirização, f. 83 Figura 37 – Formação dos cenários simulados de roteirização, f. 96 Figura 38 – Fluxo relacionando as alternativas de roteamento características básicas de resolução, f. 98 em relação as suas LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Tabela de tamanho do problema em relação ao tempo estimado para a resolução, f. 40 Tabela 2 – Função complexidade tempo de algoritmos de tempo polinomial e exponencial, relacionado ao tamanho da instância do problema, f. 42 Tabela 3 – Perfil de veículos utilizados pela central de distribuição de Jacarepaguá, f. 85 Tabela 4 – Resultados do cenário (1) para pontos concentrados e próximos um dos outros no volume alto e com parâmetros obtidos da média dos dados reais consolidados, f. 99 Tabela 5 – Resultados do cenário (1) para pontos concentrados e próximos um dos outros no volume alto e com parâmetros obtidos do maior valor dos dados reais consolidados, f. 99 Tabela 6 – Resultados do cenário (2) para pontos concentrados e próximos um dos outros no volume médio e com parâmetros obtidos da média dos dados reais consolidados, f. 100 Tabela 7 – Resultados do cenário (2) para pontos concentrados e próximos um dos outros no volume médio e com parâmetros obtidos do maior valor dos dados reais consolidados, f. 101 Tabela 8 – Resultados do cenário (3) para pontos concentrados e próximos um dos outros no volume baixo e com parâmetros obtidos da média dos dados reais consolidados, f. 102 Tabela 9 – Resultados do cenário (3) para pontos concentrados e próximos um dos outros no volume baixo e com parâmetros obtidos do maior valor dos dados reais consolidados, f. 102 Tabela 10 – Resultados do cenário (4) para pontos concentrados e afastados um dos outros no volume alto e com parâmetros obtidos da média dos dados reais consolidados, f. 103 Tabela 11 – Resultados do cenário (4) para pontos concentrados e afastados um dos outros no volume alto e com parâmetros obtidos do maior valor dos dados reais consolidados, f. 103 Tabela 12 – Resultados do cenário (5) para pontos concentrados e afastados um dos outros no volume médio e com parâmetros obtidos da média dos dados reais consolidados, f. 104 Tabela 13 – Resultados do cenário (5) para pontos concentrados e afastados um dos outros no volume médio e com parâmetros obtidos do maior valor dos dados reais consolidados, f. 104 Tabela 14 – Resultados do cenário (6) para pontos concentrados e afastados um dos outros no volume baixo e com parâmetros obtidos da média dos dados reais consolidados, f. 105 Tabela 15 – Resultados do cenário (6) para pontos concentrados e afastados um dos outros no volume baixo e com parâmetros obtidos do maior valor dos dados reais consolidados, f. 105 Tabela 16 – Resultados do cenário (7) para pontos concentrados ao redor do CDD no volume alto e com parâmetros obtidos da média dos dados reais consolidados, f. 106 Tabela 17 – Resultados do cenário (7) para pontos concentrados ao redor do CDD no volume alto e com parâmetros obtidos do maior valor dos dados reais consolidados, f. 107 Tabela 18 – Resultados do cenário (8) para pontos concentrados ao redor do CDD no volume médio e com parâmetros obtidos da média dos dados reais consolidados, f. 107 Tabela 19 – Resultados do cenário (8) para pontos concentrados ao redor do CDD no volume médio e com parâmetros obtidos do maior valor dos dados reais consolidados, f. 108 Tabela 20 – Resultados do cenário (9) para pontos concentrados ao redor do CDD no volume baixo e com parâmetros obtidos da média dos dados reais consolidados, f. 108 Tabela 21 – Resultados do cenário (9) para pontos concentrados ao redor do CDD no volume baixo e com parâmetros obtidos do maior valor dos dados reais consolidados, f. 109 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO, p. 14 1.1 OBJETIVO DO ESTUDO, p. 17 1.2 METODOLOGIA, p.17 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA, p. 19 2.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM TEORIA DOS GRAFOS, p. 19 2.2 REPRESENTAÇÃO MATRICIAL DE UM GRAFO, p. 22 2.3 GRAUS DE UM VÉRTICE, p. 22 2.4 DEFINIÇÃO DE REDE, p. 23 2.5 OUTROS CONCEITOS BÁSICOS, p. 24 2.5.1 Vizinhança entre vértices, p. 24 2.5.2 Sucessores e Antecessores de um vértice, p. 24 2.5.3 Fechos transitivos, p. 24 2.6 O PROBLEMA DE ROTEAMENTO DE VEÍCULOS (PRV), p. 25 2.7 PROBLEMAS CLÁSSICOS DE ROTEAMENTO, p. 27 2.8 CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS DE ROTEAMENTO DE VEÍCULOS (PRV), p. 28 2.9 CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS DE ROTEAMENTO DE VEÍCULOS, p. 31 2.10 O PROBLEMA DE ROTEAMENTO DE VEÍCULOS (PRV) BÁSICO E SUAS EXTENSÕES, p. 32 2.11 DESCRIÇÃO DO MODELO MATEMÁTICO DO PROBLEMA DE ROTEAMENTO AMPLIADO, p. 35 2.11.1 Em relação à estrutura da rede, p. 36 2.11.2 Em relação aos veículos, p. 36 2.11.3 Em relação aos pedidos, p. 37 2.11.4 Em relação às variáveis de otimização, p. 37 2.11.5 Função objetivo, p. 38 2.11.6 Restrições de exclusividade, p. 38 2.11.7 Limitação no número de veículos, p. 39 2.11.8 Restrições de capacidade, p. 39 2.12 COMPLEXIDADE COMPUTACIONAL, p. 40 2.13 CLASSIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS DE DECISÃO, p. 45 2.14 ALTERNATIVAS DE ROTEIRIZAÇÃO PARA O PROBLEMA DE ROTEAMENTO DE VEÍCULOS (PRV), p. 46 2.14.1 Métodos heurísticos, p. 46 2.14.2 Heurística de Bellmore e Nemhauser, p. 50 2.14.3 Heurística de Clark e Wright (CW), p. 51 2.14.4 Procedimentos de melhoria, p. 54 2.14.5 Heurística de Gillet e Miller (Primeiro-agrupa e segundo-roteiriza), p. 58 2.14.6 Método de primeiro-roteiriza e segundo-clusteriza, p. 61 2.14.7 Algoritmo de Fisher e Jaikumar (1981), p. 61 2.14.8 Heurística de Mole e Jameson, p. 62 2.14.9 Heurística construtiva de Solomon (1987), p. 64 3 ESTUDO DE CASO, p. 65 3.1 VISÃO NO ÂMBITO BRASIL DA EMPRESA DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS, p. 65 3.2 ESTRUTURA FUNCIONAL DAS UNIDADES PERTENCENTES À GEOGRAFIA RIO DE JANEIRO DA EMPRESA DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS, p. 66 3.3 ÁREA DE ATENDIMENTO DA CENTRAL DE DISTRIBUIÇÃO DE JACAREPAGUÁ, p. 68 3.4 INFRA-ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E LOGÍSTICA DA CENTRAL DE DISTRIBUIÇÃO DE JACAREPAGUÁ, p. 72 3.5 MACRO FLUXO DE OPERAÇÕES, p. 73 3.5.1 Fluxo entrega rota, p. 75 3.5.2 Fluxo Recebimento de Puxada, p. 79 3.5.3 Fluxo do Carregamento, p. 80 3.5.4 Fluxo retorno de rota, p. 81 3.5.5 Fluxo de roteirização, p. 82 3.6 SOFTWARE DE ROTEIRIZAÇÃO, p. 82 3.6.1 Ambiente de roteirização, p. 83 3.6.2 Gerenciador de dados, p. 84 3.6.2.1 Cadastro de produtos, p. 84 3.6.2.2 Cadastro de veículos da empresa, p. 84 3.6.2.3 Cadastro de motoristas e ajudantes, p. 85 3.6.2.4 Perfil dos veículos cadastrados, p. 85 3.6.3 Parâmetros, p. 85 3.6.4 Regras de roteirização, p. 88 3.6.5 Roteirização dos pedidos, p. 89 4 ASPECTOS QUE PRECEDEM ALTERNATIVAS DE AS ANÁLISES COMPARATIVAS ROTEAMENTO PRESENTES DAS NO SOFTWARE DE ROTEIRIZAÇÃO, p. 91 5 ANÁLISES COMPARATIVAS DAS ALTERNATIVAS DE ROTEAMENTO PRESENTES NO SOFTWARE DE ROTEIRIZAÇÃO, p. 97 5.1 PONTOS CONCENTRADOS E PRÓXIMOS UM DOS OUTROS, p. 98 5.1.1 Cenário (1): Pontos concentrados e próximos um dos outros – Volume alto, p. 99 5.1.2 Cenário (2): Pontos concentrados e próximos um dos outros – Volume médio, p. 100 5.1.3 Cenário (3): Pontos concentrados e próximos um dos outros – Volume baixo, p. 101 5.2 PONTOS CONCENTRADOS E AFASTADOS UM DOS OUTROS, p. 102 5.2.1 Cenário (4): Pontos concentrados e afastados um dos outros – Volume alto, p. 103 5.2.2 Cenário (5): Pontos concentrados e afastados um dos outros – Volume médio, p. 104 5.2.3 Cenário (6): Pontos concentrados e afastados um dos outros – Volume baixo, p. 105 5.3 PONTOS CONCENTRADOS AO REDOR DO CDD, p. 106 5.3.1 Cenário (7): Pontos concentrados ao redor do CDD – Volume alto, p. 106 5.3.2 Cenário (8): Pontos concentrados e ao redor do CDD – Volume médio, p. 107 5.3.3 Cenário (9): Pontos concentrados ao redor da central de distribuição – Volume baixo, p. 107 5.4 ANÁLISES COMPLEMENTARES EM RELAÇÃO ROTEIRIZAÇÃO, p. 109 6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES, p. 112 7 REFERÊNCIAS, p. 114 ANEXOS, p. 117 ÀS ALTERNATIVAS DE RESUMO O roteamento de veículos em áreas urbanas coloca-se como um dos principais problemas da área de logística. Esse alto nível de complexidade deve-se a multiplicidade de restrições que devem ser consideradas para este tipo de problema e ao impacto gerado em custos no momento em que o roteamento de veículos mostra-se pouco eficiente. Esse estudo desenvolve uma análise comparativa em relação às alternativas de roteirização presentes em um software de roteirização de uma empresa distribuidora de bebidas. O estudo tem como objetivo contribuir com análises que permitirão uma melhor compreensão do problema de roteamento em áreas urbanas e verificar em que cenários as alternativas de roteirização adaptam-se melhor. Palavras-chave: Software de roteirização. Alternativas de roteirização. Problema de roteamento. Heurísticas. ABSTRACT The routing of vehicles in urban areas poses as a major problem in the area of logistics. This high level of complexity due to the multiplicity of restrictions to be considered for this kind of problem and the impact on costs generated at the time the routing of vehicles it is inefficient. This study develops a comparative analysis of the routing alternatives in a routing software of the company in a distributor of beverages. The study aims to contribute to analysis for better understanding of the problem of routing in urban areas and see where the scenarios routing alternative adapt itself better. Keywords: Software of Routing. Routing Alternatives. Routing Problem. Heuristical. 1 INTRODUÇÃO Segundo Eilon (1971) logística pode ser definida como a “provisão de bens e serviços de um ponto de oferta para um ponto de demanda”. Um sistema logístico completo congrega a movimentação da matéria-prima de fornecedores para a fábrica, a conversão desses insumos em produtos, a movimentação desses produtos para fábricas e armazéns e a entrega desses produtos ao consumidor final. Segundo Ballou (1993) a logística associa estudo e administração dos fluxos de bens e serviços e da informação que os põe em movimento. Caso fosse viável produzir todos os bens e serviços nas áreas onde estes serão consumidos ou se as pessoas vivessem onde os produtos são fabricados, a logística não seria tão importante. No entanto, isso não ocorre devido à tendência que as regiões têm em especializar-se na produção de determinado bem ou serviço. Essa tendência encontra-se diretamente relacionada às características naturais e econômicas que a região apresenta, fazendo com que esta venha a se especializar na produção do produto que lhe permitir obter uma maior vantagem econômica. Com isso a missão do profissional de logística é colocar as mercadorias ou os serviços no lugar, no instante correto e na condição desejada ao menor custo. As atividades de distribuição de empresa compreendem toda a movimentação e estocagem de bens. Segundo Christofides (1981) a última etapa nessa movimentação (da central de distribuição para os consumidores), constitui-se como o elo mais caro da cadeia de distribuição. Para Bodin (1983) o sucesso na realização dessa etapa depende do desenvolvimento racional do planejamento e execução da atividade de transporte. A relevância dos problemas de distribuição está relacionada à magnitude dos custos associados a essa atividade. Conseqüentemente torna-se evidente a relevância dos problemas de distribuição e, por conseguinte as questões referentes ao sistema de roteamento e programação de veículos, já que estas se constituem como os fatores que determinarão o quão 15 eficiente será a distribuição de determinado produto. O sistema de roteamento é definido como um conjunto organizado de meios que objetiva o atendimento de demandas localizadas nos arcos e/ou nos vértices de alguma rede de transportes. No caso de roteamento de veículos, o objetivo mais comum é utilizar-se de uma frota de veículos para atender a um conjunto de pedidos de entrega, cujas demandas estão localizadas nos nós da rede denominados destino. Para atender a esses pedidos, um conjunto de restrições deve ser respeitado. Essas restrições podem ser as mais diversas, como: capacidade limitada dos veículos; capacidade limitada dos arcos ou dos nós; tamanho da frota; quantidade de nós; tempo de entrega; etc. Na literatura, há inúmeros trabalhos publicados, os quais abordam os mais diversos temas, desde modelos simples (com frota homogênea, produtos de único tipo e sem janela de tempo) a modelos bem mais complexos (com frota não-homogênea, produtos de diferentes tipos, janela de tempo para a entrega da encomenda, com roteamento dinâmico, etc). Em 1987, por exemplo, a abordagem feita por Kolen, Kan e Trienekens em “Problemas de Roteamento de Veículos” (PRV), considerou o problema com janela de tempo (time Windows), uma frota fixa de veículos, com capacidade limitada e disponível em um único depósito. O objetivo era atender a um conjunto de clientes com uma dada demanda, que deveriam ser visitados dentro de um período específico de tempo. Em 1993, Taillard observou que PRV’s eram, na maioria das vezes, problemas de alta complexidade. Neste trabalho, o autor considerou o problema PRV formulado para veículos idênticos (quantidade não definida), possuindo capacidade de carga fixa, com as cargas concentradas em um único depósito. Posteriormente, Taillard considerou o mesmo problema formulado com restrição de janela de tempo. Em 1998, Savelsbergh e Sol apresentaram um software para planejamento de transporte a ser incorporado em um sistema de suporte de decisão para uma grande companhia de transporte rodoviário na região de “Benelux“ (Bélgica, Holanda e Luxemburgo), com cerca de 1400 veículos, transportando 160 mil encomendas para centenas de consumidores, para dezenas de centenas de endereços. O serviço dessa companhia era grosseiramente dividido em duas partes: o sistema de transporte regular e o sistema de transporte direto. As inúmeras pesquisas sobre a roteirização de veículos colocam essa área de estudo como um dos maiores sucessos da pesquisa operacional nas últimas décadas. Isso se deve a atuação conjunta entre teoria e prática. Por um lado a pesquisa operacional tem desenvolvido 16 cada vez mais algoritmos que tem um importante papel na implementação de sistemas de roteirização. Por um lado tem-se o desenvolvimento crescente de software e hardware que permitem a execução dos algoritmos estruturados pela área de pesquisa operacional. Este fato também é comprovado pelos inúmeros artigos que vêm sendo publicados ao longo dos anos na literatura especializada. O precursor desse estudo foi o problema de roteirização do caixeiro viajante (no inglês “traveling salesman problem” ou TSP) – Melamed (1990) e Campello e Maculan (1994), que tem como objetivo precípuo estabelecer o roteiro ou seqüência de cidades a serem visitadas por um caixeiro viajante, minimizando a distância total percorrida e assegure que cada cidade seja visitada exatamente uma vez. Abaixo é apresentada a cronologia dos eventos que permitiram o desenvolvimento de algoritmos mais eficientes para a resolução dos Problemas de Roteamento de Veículos (PRV). Devendo-se destacar que os recentes avanços nessa área foram propiciados em virtude dos grandes avanços verificados na área de computação, ou seja, com computadores mais eficientes e, por conseguinte capacidade de cálculo elevado os algoritmos mais específicos e complexos foram desenvolvidos em sua plenitude. Figura 1 – Principais trabalhos na área de programação linear. Fonte: Goldbarg e Luna (2005). 17 Com o crescente avanço nos estudos que envolvem o desenvolvimento de métodos de resolução mais eficientes para o Problema de Roteamento de Veículos (PRV) faz-se necessário, para que a implementação dos algoritmos ocorra de forma eficiente, uma compreensão maior dos cenários de roteirização em que esses métodos serão implementados. O processo de adequação entre método e cenário de roteirização é de fundamental importância, pois irá exercer um impacto considerável na qualidade do resultado obtido com a roteirização. Além disso, o tempo de roteirização será reduzido consideravelmente permitindo com que os processos subseqüentes a este sejam realizados com eficiência. Com base nos elementos destacados anteriormente serão definidos a seguir os objetivos delineados para o presente trabalho. 1.1 OBJETIVO DO ESTUDO O presente trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de análises comparativas entre as alternativas de roteamento nos cenários de roteirização simulados para o presente trabalho. Permitindo com isso estabelecimento da alternativa de roteamento que melhor se adapta a determinado cenário de roteirização. 1.2 METODOLOGIA O presente trabalho será dividido nos seguintes capítulos: • Capítulo 1: visão geral do problema de roteirização, o avanço nos métodos de resolução e como o trabalho foi estruturado; • Capítulo 2: revisão bibliográfica contendo o embasamento teórico que servirá de base para analisar as alternativas de roteirização relacionadas neste trabalho. Esse embasamento teórico é estruturado sob os seguintes alicerces: teoria dos grafos, visão ampla do problema de roteamento de veículos, complexidade do problema de roteamento de veículos e métodos de resolução; • Capítulo 3: visão ampla da empresa que será utilizada como base para análise dos cenários de roteirização e do software de roteamento que essa empresa utiliza; 18 • Capítulo 4: exposição das etapas que permitiram a estruturação das análises comparativas entre as alternativas de roteirização desenvolvidas nesse trabalho; e • Conclusões e recomendações: algumas conclusões extraídas das análises desenvolvidas no trabalho e recomendações para estudos futuros. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Este capítulo contemplará toda a fundamentação teórica utilizada como base para formação de análises em relação ao estudo de caso proposto para o presente trabalho. Mediante a isso serão abordadas questões referentes a grafos, definição e modelagem do problema de roteamento de veículos, métodos de resolução empregados para resolvê-lo e a complexidade computacional inerente ao Problema de Roteamento de Veículos (PRV). 2.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS EM TEORIA DOS GRAFOS Segundo Goldbarg e Luna (2005) o grafo pode ser definido como sendo uma representação gráfica de interdependência entre elementos que são representados por nós. Elementos que atendem à relação imaginada são simbolicamente unidos através de um traço denominado “aresta”. O modelo possui uma interpretação gráfica muito confortável. Contudo tal desenho não tem o poder, em várias situações reais, de formalizar completa e satisfatoriamente a estrutura imaginada. De forma geral grafo é uma estrutura de abstração que representa um conjunto de elementos denominados nós e suas relações de interdependência ou arestas. Mediante a isso o grafo pode ser definido e representado matematicamente conforme exposição abaixo. Definição de Grafo: segundo Goldbarg e Luna (2005) grafo é definido como uma estrutura de abstração que representa um conjunto de elementos denominados nós e suas relações de interdependências ou arestas. 20 Representação Matemática: denominando X o conjunto de vértices da estrutura e A o conjunto das arestas ou ligações o grafo pode ser representado por: G = (X, A), onde: X = conjunto de nós X = {x1, x2, ..., xn} A = conjunto de arcos A = {a1, a2, ..., am} Quanto às linhas, o gráfico pode ser direcionado, ou seja, as linhas possuem uma direção; não-direcionado, quando suas linhas não possuem uma direção ou misto com linhas direcionadas e não-direcionadas. As figuras a seguir ilustram os tipos de grafos: Grafo direcionado Grafo não-direcionado Grafo misto Figura 2 – Representação gráfica dos tipos de grafos. 21 Para uma melhor compreensão dos aspectos concernentes a grafos devem-se considerar os seguintes elementos: • Caminho (direcionado): qualquer seqüência de arcos onde o vértice final de um é o vértice inicial de outro; • Caminho simples: um arco não figura mais de uma vez; • Caminho elementar: o vértice não figura mais de uma vez; • Cadeia (não direcionado): qualquer seqüência de arestas na qual cada aresta é conectada com suas arestas adjacentes através dos seus dois vértices terminais; • Grafo conexo: se existir entre quaisquer pares de nós do grafo G pelo menos uma cadeia; • Custo (ou peso ou comprimento) de um caminho: se a cada arco for associado um custo; • Circuito: é um caminho no qual o vértice inicial coincide com o inicial; • Circuito elementar: um vértice só aparece uma vez (exceto o final e o inicial que são os mesmos); • Circuito Hamiltoniano: é um circuito elementar que contém todos os n vértices do grafo G; • Ciclo: é uma parte não direcionada do circuito; • Grafo ponderado: um grafo G = (N, M) é ponderado se existem valores numéricos associados a suas arestas ou nós; • Grafo rotulado: um grafo G = (N, M) é rotulado se existem atribuições associadas a seus nós (tanto numéricas como alfabéticas); • Multigrafo: um grafo G = (N, M) é um multigrafo se existem mais de uma aresta ligando o mesmo par de vértices; • Grafo bipartido: quando seu conjunto de nós, N, pode ser dividido em dois conjuntos N1 e N2 tais que N1 ∩ N2 = 0 e N1 N2 = N e somente existem arestas em G ligando algum nó de N1 com algum nó de N2 e vice-versa; • Ciclo Euleriano: Um ciclo que passa por todas as arestas; e • Ciclo Hamiltoniano: Um circuito que passa por todos os nós de G. 22 2.2 REPRESENTAÇÃO MATRICIAL DE UM GRAFO O grafo pode ser representado matricialmente da seguinte forma: • Matriz de Adjacência: Para um grafo G (X, A), sua matriz de adjacência, denotada por A= [aij] é definida como: aij = {1, se o arco (Xi, Xj) • em G / 0, se o arco (Xi, Xj) em G} Matriz de incidência: Para um grafo G (X, A), sua matriz de adjacência, denotada por B=[bij] é uma matriz n x m, onde m é o número de arcos, definida como: bij = {1, se xi é o vértice inicial de aj / -1, se se xi é o vértice final de aj / 0, se xi não é um vértice terminal de aj ou se a é um laço}. Se G (X, A) for um grafo não direcionado, a matriz de incidência é definida como acima, exceto trocando os “-1” por “1”. 2.3 GRAUS DE UM VÉRTICE O grau de entrada é representado pelo número de arcos que xi tem como seu vértice final, já o número de arcos que xi tem em seu vértice inicial representa o seu grau de saída. Segundo Goldbarg e Luna (2005) alguns autores fazem distinção entre o conceito de grau para grafos orientados e não orientados. No caso dos grafos orientados o grau pode ser decomposto em duas parcelas: o grau interno ou o número de arcos chegando ao nó, e o grau externo, ou o número de arcos partindo do nó. Essas parcelas do grau do nó são denominadas semigrau. No caso dos grafos direcionados a soma do semigrau interior d(i)+ e exterior d(i)- , conduz ao valor final do grau do nó. A expressão para obtenção do grau em grafos orientados é: d(i) = | d(i)- | + | d(i)+| O grau do vértice 4 é: d(4) = | d(4)-| + |d(4)+| = |-2| + |+2| = 4 23 1 6 3 4 2 5 7 Figura 3 – Representação gráfica do grau de vértice de um grafo. 2.4 DEFINIÇÃO DE REDE Define-se rede como sendo um grafo direcionado atravessado por um fluxo que circula em suas arestas. Na maioria das situações em uma rede temos dois nós que ganham um maior destaque, a saber: o nó “fonte” e o nó “sumidouro”. Deve-se destacar que os arcos da rede podem ser limitados em capacidade em relação ao fluxo. Além disso, esses mesmos arcos podem impor custos à circulação do fluxo. De uma maneira geral uma rede poderia ser representada conforme figura abaixo: Nós intermediários Nó fonte Nó semidouro Figura 4 – Representação da rede formada em um grafo. 24 2.5 OUTROS CONCEITOS BÁSICOS Um dos aspectos fundamentais em grafos refere-se a ligação entre vértices. Diante disso é essencial estabelecer vínculos ou ligações através das denominadas arestas ou arcos. Para a compreensão da vizinhança entre os nós e arestas deve diferenciar-se o caso para o grafo direcionado e não-direcionado. 2.5.1 Vizinhança entre vértices Dizemos que dois vértices Xi e Xj são vizinhos ou adjacentes quando existe uma aresta que liga Xi a Xj ou vice-versa. 2.5.2 Sucessores e Antecessores de um vértice Dizemos que um vértice Xj é sucessor de Xi se existe pelo menos um arco ligando Xi a Xj. 2.5.3 Fechos transitivos Denomina-se por fecho transitivo direto do vértice x Î+ (x) (x), ao conjunto de vértices que podem ser alcançados, a partir de x, através de sucessivas relações de vizinhança. A figura a seguir descreve as possíveis relações de vizinhança entre os nós de um grafo. Devendo-se destacar que as relações de vizinhança podem ocorrer em diferentes níveis, ou seja, a relação não ocorre necessariamente entre dois nós que estão ligados diretamente, podendo ocorrer entre um nó e outro que se encontra mais afastado deste. 25 11 5 2 6 12 7 1 13 8 3 9 10 4 Figura 5 – Representação gráfica do fecho transitivo direto de x Analisando o grafo acima se podem constatar as seguintes relações: em relação ao nó 1 este em um primeiro nível encontra-se relacionado aos nós 3 e 4; o nó 1 em um segundo nível encontra-se relacionado aos nós 7, 8, 9 e 10; o nó 6 encontra-se relacionado aos nós 1, 2, 3, 4, 5, 11, 12 e 13; o nó 3 encontra-se relacionado aos nós 1, 2, 5, 4, 7 e 8. 2.6 O PROBLEMA DE ROTEAMENTO DE VEÍCULOS (PRV) O termo roteamento de veículos constitui-se como o processo para a determinação de um ou mais roteiros ou seqüências de paradas a serem cumpridos por veículos de uma frota, objetivando visitar um conjunto de pontos geograficamente dispersos, em locais prédeterminados, que necessitam de atendimento. Além deste deve-se destacar o termo roteirização de veículos que também é utilizado alternativamente por alguns autores. Segundo Laporte (2000) o problema de roteirização de veículos consiste em definir roteiros de veículos que minimizem o custo total de atendimento, sendo que cada um dos quais deve iniciar e terminar no depósito ou base dos veículos, assegurando que cada ponto 26 seja visitado exatamente uma vez e a demanda em qualquer rota não exceda a capacidade do veículo que a atende. Em contrapartida segundo Cunha (1997) o Problema de Roteamento de Veículos (PRV) envolve não só aspectos espaciais ou geográficos, mas também temporais, tais como restrições de horários de atendimento nos pontos a serem visitados, os problemas são então denominados roteirização e programação de veículos. Para Christofides (1985) o problema de distribuição/roteamento de veículos é considerado como sendo aquele em que os veículos, localizados em um depósito central são requisitados para visitar – durante um dado período de tempo – clientes geograficamente dispersos, para cumprir suas exigências. Este tipo de problema encontra-se presente em inúmeras situações através das quais se têm as necessidades de distribuir determinada(s) mercadoria(s). Para alguns autores o Problema de Roteamento de Veículos (PRV) é conhecido como “Programação de Veículos” (CLARK & WRIGHT, 1964; GASKEL, 1967), “Despacho de caminhões” - “Trucks Dispatching” - (DANTZIG & RAMSER, 1959; CHRISTOFIDES & EILON, 1964; KROLAK, 1972). Coexiste uma série de variações do Problema de Roteamento de Veículos, nas quais as operações podem ser de coletas e/ou entregas e o nível de serviço e os veículos podem assumir muitas variedades. O roteamento de veículos constitui-se como um problema de otimização combinatória, que tem como pressuposto básico arranjar o conjunto ótimo de rotas para determinada frota de veículos de modo a servir um conjunto de clientes. Essa complexidade matemática dos problemas de roteirização, assim como a sua relevância no contexto logístico atual, justifica o constante interesse na busca de novas estratégias de solução. A importância dessa classe de problemas está correlacionada à dificuldade de resolução e sua considerável relevância prática. Uma alternativa para a resolução desses problemas é a utilização de métodos heurísticos que visam encontrar uma solução em tempo computacional aceitável. Com relação à relevância prática esta se deve a importância deste problema para empresas de bens e serviços que objetivam distribuir um ou alguns produtos para satisfazer uma determinada demanda que pode ser determinística (demanda conhecida) ou probabilística (demanda desconhecida). O Problema de Roteamento de Veículos (PRV) é considerado de natureza combinatória devido ao espaço de soluções ser construído através de um agrupamento, arranjo, seleção ou ordenação de objetos, normalmente finitos. 27 2.7 PROBLEMAS CLÁSSICOS DE ROTEAMENTO Os principais problemas de roteamento de veículos, segundo BODIN (1983), são: • Problema do Caixeiro Viajante (PCV): tem-se como objetivo a elaboração de rotas de mínimo custo que permitam ao caixeiro viajante visitar os nós (clientes) de uma rede; • Problema do Carteiro Chinês (PCC): deve-se determinar um ciclo de custo mínimo que permita ao carteiro passar ao menor uma vez por todos os arcos; • Problema dos Múltiplos Caixeiros Viajantes (PCVM): Vários caixeiros devem visitar todos os nós da rede; • Problema de Roteamento de Nós com um Único Depósito e múltiplos Veículos (PRDMV): Coexistem vários tipos de veículos, onde cada um desses deve atender uma determinada área. Para isso será elaborada a rota com o menor custo e que atenda a todos os clientes de uma determinada área; • Problema de Roteamento de Nós com Múltiplos Depósitos e múltiplos Veículos (PRMDMV): Para esta situação existem vários depósitos e vários perfis de veículos, ou seja, deve-se elaborar a rota com o menor custo e que atenda a todos os clientes e retorne ao depósito pré-estabelecido para seu retorno; • Problema de Roteamento de Nós com Depósito Único, múltiplos Veículos e Demanda Estocástica nos Vértices (PRDMVE): Para este caso temos vários veículos e a demanda é estática, ou seja, a demanda é conhecida e, por conseguinte teremos o número exato de veículo para atender a esta demanda; e • Problema do Carteiro Chinês Capacitado (PCCC): tem como objetivo definir rotas para um conjunto de carteiros a fim de atender à demanda despertada no grafo G = (V, E). Neste caso as restrições asseguram que o atendimento dos carteiros é considerado em apenas uma das suas passadas pelo arco. O carteiro deve atender os arcos que lhe forem designados a atender. Outras restrições devem garantir que o atendimento dos diversos carteiros não ultrapasse sua capacidade. 28 2.8 CRITÉRIOS PARA A CLASSIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS DE ROTEAMENTO DE VEÍCULOS (PRV) O output de qualquer sistema de roteirização e programação é basicamente estabelecer para cada motorista e veículo uma rota e uma programação de entrega associada à mesma. Neste caso a rota estabelece a seqüência de entregas a serem realizadas e a programação determinada os horários em que ocorrerão as atividades de entrega e/ou coleta na área de atendimento especificada. Uma das classificações clássicas é a proposta por Bodin e Golden (1981). Segundo esses autores o Problema de Roteamento de Veículos pode ser classificado segundo os seguintes critérios: • • • • • • • Tempo para servir um determinado nó ou arco: • Tempo especificado e prefixado. • Janela de tempo (Time Window). Número de domicílios: • Um domicílio. • Mais de um domicílio. Tamanho da frota de veículos: • Um veículo. • Mais de um veículo. Localização dos veículos: • Em um único depósito. • Em vários depósitos. Tipo de frota disponível: • Homogênea. • Heterogênea. Natureza da demanda e parâmetros: • Determinística. • Estocástica. Localização da demanda: • Nos vértices. • Nos arcos. • Arcos e nós. 29 • • • • • • • • Restrições junto aos clientes: • Necessidade ou não de atender toda a demanda. • Existência de clientes com prioridade. • Existência de janelas de tempo. • Tempo máximo permitido para carga/descarga. • Necessidade ou restrição de serviço em algum dia específico da semana. Grafo de substrato: • Direcionado. • Não direcionado. • Misto. Restrições dos veículos: • Com relação à autonomia de cada veículo. • Com relação ao tipo de carga. • Com relação à operação de carga e descarga. Restrições aos veículos: • Limite de peso do veículo. • Limite de altura, largura e comprimento do veículo. • Restrições de carga e descarga. • Número de rotas permitido por veículo. Restrições na capacidade de veículos: • Todos sujeitos as mesmas restrições. • Restrições diferentes. Jornada de trabalho: • Duração. • Horário de almoço e outras interrupções. • Permissão para viagens com mais de um dia de duração. Tempo de roteamento: • O mesmo para todos os veículos. • Tempos diversos. • Sem restrições de tempo. Estrutura de custos: • Variáveis (associados à rota escolhida). • Fixos. 30 • • • Pagamento dos tripulantes: • Por jornada de trabalho. • Por produtividade. • Jornada e horas extras. Operação: • De entrega. • De recolhimento. • Ambas. • Coleta (ou entrega) com carga de retorno. Tipo de carga: • • • • Única. Múltiplas cargas. Necessidade de veículo especial para efetuar o transporte. Objetivo: • Minimizar custos variáveis. • Minimizar custos fixos. • Minimizar soma de custos fixos e variáveis. • Minimizar duração das rotas. • Minimizar o número de veículos necessários. • Maximizar função de utilidade baseada no nível de serviço e/ou satisfação e/ou prioridades dos clientes. • • Balanceamento de rotas. • Minimizar o uso de frota fretada. Restrições na capacidade dos arcos: • Imposta a todos os arcos. • Impostas a um subconjunto de arcos. • Sem restrições. • Número de tripulantes por veículo • Outras: • Necessidade de balanceamento da rota. • Existência de pontos de parada (descanso). • Proibição de contornos à esquerda por questões de segurança. 31 Assad (1988) menciona que a maior dificuldade para encontrar um esquema de classificação adequado para problemas de roteirização deve-se a necessidade em se definir a base que será utilizada para a classificação, ou seja, os requisitos do problema ou a técnica de solução proposta. Outra possível classificação está baseada no tempo em que as informações de demanda estão disponíveis. Nos problemas tradicionais supõe-se que a demanda é conhecida (determinística), contrapondo-se a roteirização dinâmica na qual a demanda é estocástica, ocorre em tempo real e é inserida no roteamento em andamento. 2.9 CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS DE ROTEAMENTO DE VEÍCULOS Os problemas de roteamento de veículos podem ser subdivididos nas seguintes categorias: • Problemas de Roteamento de Veículos sem restrição de janela de tempo: para esta categoria não temos restrições temporais por parte dos clientes (ou seja, não há nenhum horário pré-estabelecido para início e término de atendimento), não existem relações de precedência entre os clientes (neste caso nenhum cliente precisa ser atendido especificamente antes ou depois de algum determinado cliente). Neste tipo de problema o objetivo é construir um conjunto de rotas viáveis e de menor custo. • Problemas de Programação de Veículos: quando a definição das rotas deve levar em consideração os horários pré-estabelecidos para cada atividade a ser executada (horário limite para chegada e saída dos pontos de demanda, ou também o instante programado para outras tarefas como, por exemplo, horário de saída do depósito, parada para reabastecimento, etc). Sendo assim o processo de elaboração das rotas levam em consideração, além dos aspectos espaciais dos problemas, também os aspectos temporais. • Problemas Combinados de Roteamento e Programação de Veículos: quando existe algum tipo de restrição de precedência e/ou janela de tempo. As relações de precedência ocorrem quando a entrega de uma mercadoria deve ser precedida pela sua coleta. Janelas de tempo são restrições horárias normalmente associadas ao 32 intervalo desejado para que um dado serviço seja executado num cliente. Podendo existir outros tipos de janela de tempo, como, por exemplo, o intervalo de tempo que um veículo fica disponível, ou o intervalo de tempo em que o depósito (ou depósitos) fica disponível aos veículos. Em problemas combinados tanto os aspectos espaciais quanto temporais são levados em consideração. Segundo Bodin e Golden (1981) os problemas que ocorrem na prática normalmente estão nessa categoria. • O Problema de Roteamento de Veículos (PRV) capacitado com demanda igual: para este modelo considera-se o volume demandado como sendo igual entre os pontos de demanda. Devendo-se destacar que os pontos de demanda são atendidos conforme a capacidade de carregamento dos veículos, ou seja, a soma de todos os pontos de demanda que estão sendo atendidos por um veículo deve ser inferior a sua capacidade de carregamento. • O Problema de Roteamento de Veículos (PRV) capacitado com demanda desigual: para este modelo considera-se que o volume demandado é desigual entre os pontos de demandados. Conforme o modelo exposto anteriormente este também apresenta restrição na capacidade dos veículos. • Problema de Roteamento de Veículos capacitado com restrição de janela de tempo: para este modelo tem-se a restrição de capacidade dos veículos e janelas de atendimento específicas para alguns consumidores. Para todos os modelos expostos anteriormente o objetivo básico é a construção de rotas que minimizem a distância percorrida, o tempo para a execução da operação de entrega e o custo geral da rota para atender aos pontos de demanda. 2.10 O PROBLEMA DE ROTEAMENTO DE VEÍCULOS (PRV) BÁSICO E SUAS EXTENSÕES O problema básico de roteirização desconsidera uma série de restrições freqüentemente encontradas em problemas ou situações reais. Algumas dessas restrições são listadas a seguir: 33 • Cada veículo pode estar presente em mais de uma rota, considerando que o tempo total gasto de viagem deve ser inferior a um tempo T pré-determinado para aqueles veículos; • Os clientes devem ser visitados durante seu horário de funcionamento (Janela de Horário ou tempo); • O problema pode envolver tanto entregas quanto coletas. Podendo-se misturar entregas e coletas em uma única rota ou pode ser estabelecido que o veículo deva realizar primeiro todas as suas entregas e depois todas as coletas; • Não são só os clientes que apresentam janela de horário, os motoristas, enfim, a equipe que trabalha nos veículos pode ter que cumprir uma janela de tempo de trabalho restrito; e • O tempo de entrega pode ser subdividido nos seguintes tempos: tempo de descarga (descarregar o produto do veículo), tempo de viagem, tempo de carregamento do veículo no depósito e tempo de espera (aguardando o cliente por algum motivo, como por exemplo, pagar pela mercadoria entregue). Adicionalmente as restrições destacadas anteriormente existem algumas outras considerações práticas que também ocorrem com certa freqüência, que não se ajustam adequadamente ao Problema de Roteamento Básico (PRV). Devendo-se considerar que as restrições consideradas no parágrafo anterior não alteram as características intrínsecas do PRV básico, já as que são consideradas posteriormente não se ajustam ao PRV básico. Algumas delas são: • Múltiplos depósitos: algumas empresas operam com mais de um depósito, ou seja, um veículo pode sair de um depósito entregar e/ou coletar os produtos em todos os clientes e retornar para outro depósito. Neste caso os depósitos não podem ser considerados isoladamente. No momento em que o depósito tem sua própria frota e área geográfica de atendimento, deve-se simplificar o problema de roteamento em vários problemas similares de roteirização. • Nível de Serviço: pode existir uma série de fatores para atender as exigências do consumidor, dentre eles: prazo de entrega curto (Janela de Horário de atendimento específica para cada cliente), comportamento da equipe de entrega em relação aos clientes, em que medida as solicitações do cliente são atendidas (dentro de quanto 34 tempo as solicitações são atendidas) e alguns incentivos promocionais (preços das mercadorias comercializadas pela empresa). • Múltiplas Mercadorias: este se refere à multiplicidade de mercadorias, ou seja, existem mercadorias que devem ser acondicionadas em uma determinada temperatura e outras apresentam diferentes formas de serem carregadas nos veículos. Este último aspecto deve-se aos diferentes tamanhos que as mercadorias apresentam e com isso ocuparão diferentes espaços tanto no veículo quanto no armazém ou central de distribuição. • Objetivos múltiplos e conflitantes: em algumas situações as empresas objetivam atingir uma determinada meta que confronta com outra (trade-off). Por exemplo, itens de produtividade estão diretamente relacionados à necessidade da equipe de entrega em cumprir uma determinada Janela de tempo de trabalho prédeterminada. Em outras situações pode ser necessário cumprir um determinado nível de serviço que pode ser obstruído por um pico na demanda, no qual a empresa não consegue atender plenamente todos os clientes. Em uma situação em que a frota fixa estabelecida não consegue atender a demanda pode ser necessário a contratação de veículos extra para atender a esta demanda. Diante do fato a necessidade pode ser em minimizar um dos seguintes fatores: • O número de veículos extras contratados. • A soma de clientes não servidos no dia de atendimento. • A distância total percorrida. As variáveis expostas anteriormente têm seu nível de complexidade aumentado de acordo com a natureza dinâmica do Problema de Roteamento de Veículos (PRV). Mediante a isso se podem mencionar dois tipos de problemas de roteirização de veículos quanto ao grau de dinamismo: o problema dinâmico de roteirização de veículos e o problema estático. Com relação ao primeiro este apresenta como características básicas: as informações para o planejamento das rotas não são totalmente conhecidas e a informação pode sofrer uma modificação após a roteirização. Em contrapartida no problema estático temos como características: todas as informações são conhecidas e não existe a possibilidade de uma informação ser modificada após a roteirização. Além desses aspectos coexistem outros que diferenciam esses dois tipos de problemas: 35 • Dimensão tempo é essencial: para problemas com características dinâmicas o tempo é uma dimensão essencial, já para problemas estáticos o tempo não é uma dimensão essencial. • A questão do retorno a uma central de distribuição ou depósito: para os problemas de característica dinâmica os veículos retornam a uma central de distribuição ou depósito, já no caso dinâmico essa hipótese nem sempre ocorrerá e o processo poderá ser ilimitado. • Informações futuras são imprecisas ou desconhecidas: uma parcela das informações com relação à roteirização é imprecisa ou desconhecida para os problemas de característica dinâmica, já para os problemas estáticos todas as informações são conhecidas. • Um mecanismo que forneça informação atualizada é essencial: Esse mecanismo, conforme exposto anteriormente, é essencial para problemas com características dinâmicas. • Rapidez no tempo de processamento computacional é essencial: para problemas com características dinâmicas, que se modificam conforme a inserção de informações novas e/ou modificação de informações pré-existentes, faz-se necessário um tempo de processamento computacional rápido, permitindo a formulação rápida de soluções para o problema em questão. • As restrições referentes a tempo podem ser diferentes: Com relação aos problemas de característica dinâmica estes podem ser mais frágeis com relação às restrições de tempo do que os problemas com característica estática. 2.11 DESCRIÇÃO DO MODELO MATEMÁTICO DO PROBLEMA DE ROTEAMENTO AMPLIADO Essa descrição tem como objetivo descrever matematicamente o problema de roteamento que será analisado no presente trabalho. 36 2.11.1 Em relação à estrutura da rede Com relação à estrutura de rede esta se refere à descrição das variáveis que comporão o grafo que representará as rotas do problema de roteamento. A seguir serão descritas as variáveis que fazem parte do grafo referente ao modelo matemático do problema de roteamento de veículos. • A: conjunto de arcos da malha viária. • S(i): conjunto de arcos que saem do nó i. • E(i): conjunto de arcos que chegam ao nó i. • I: conjunto de nós de transbordo (intermediários). • N: conjunto total de nós (localidades) existentes na malha. • CijF: custo de deslocamento do nó i para o nó j para veículos do tipo (A), (i, j U N). • Cijc: custo de deslocamento do nó i para o nó j para veículos do tipo (B), (i, j U N). • o(k): nó origem do pedido k. • d(k): nó destino do pedido k. Devendo-se destacar que para o problema de roteamento que será abordado no presente trabalho terá vários perfis de veículo, porém, para em nível de ilustração para o modelo matemático do problema de roteamento de veículos serão apresentados somente dois tipos de veículos. 2.11.2 Em relação aos veículos Este se refere as variáveis que caracterizam os dois perfis de veículo existentes nesse modelo matemático. • F: conjunto de veículos do tipo (A). • O: conjunto de veículos do tipo (B). • V: conjunto de veículos existentes, V = F ∪ O. • C: carga máxima de cada veículo do tipo F ou O. 37 2.11.3 Em relação aos pedidos Compõem as variáveis relacionadas aos pedidos realizados pelos clientes. As variáveis são as seguintes: • P: conjunto de requisições (pedidos) existentes a ser atendido. • Q: conjunto de cargas a ser entregue. 2.11.4 Em relação às variáveis de otimização Estas representam as variáveis que comporão a função objetivo, que tem como meta a minimização do custo. A seguir são descritas as duas variáveis. • xijkv = 1, se o pedido k P passa pelo arco (i,j) utilizando o veículo do tipo (A) v F e 0 caso contrário. • yijkv = 1, se o pedido k P passa pelo arco (i,j) utilizando o veículo do tipo (B) v O e 0 caso contrário. Cada pedido k (k U P) é caracterizado por um par de nós origem/destino e por uma commodity que deve ser transportada da origem até o destino através de arcos, utilizando-se um determinado veículo v (v U V), com um custo de deslocamento associado conforme o tipo de veículo utilizado. Tal pedido se enquadrará na seguinte possibilidade: uma carga qk U Q deverá ser transportada de i para j. 38 2.11.5 Função objetivo Minimize (1) (2) (1) – Custo de transporte para veículos do tipo (A). (2) - Custo de transporte para veículos do tipo (B). 2.11.6 Restrições de exclusividade Continuidade de fluxo Nó origem Para cada nó origem de um pedido k, sempre haverá um e somente um veículo, tipo (A) ou tipo (B), disponível para o seu atendimento. Logo, a diferença entre os somatórios de tudo que sai e tudo que entra no nó origem é igual a 1: Nó transbordo Para cada nó transbordo para um pedido k, a diferença entre os somatórios de tudo que sai e tudo que entra no nó transbordo é igual a 0: 39 Nó destino Para cada nó destino para um pedido k, sempre haverá um e somente um veículo tipo (A) ou tipo (B) chegando a esse nó, atendendo a esse pedido. Isto é, a diferença entre os somatórios de tudo que sai e tudo que entra no nó destino é igual a –1: 2.11.7 Limitação no número de veículos Sempre haverá um, e somente um, um veículo do tipo (A) ou tipo (B) atendendo ao pedido k. 2.11.8 Restrições de capacidade As restrições de capacidade são dadas pelas equações a seguir. Isto é, cada veículo do tipo (A) pode transportar no arco (i,j) uma carga máxima inferior ou igual à Qv: De forma semelhante, os veículos do tipo (B) também podem transportar no arco (i, j) uma carga máxima inferior ou igual à Qv: 40 2.12 COMPLEXIDADE COMPUTACIONAL O termo complexidade computacional relaciona-se com o estudo dos problemas e dos algoritmos capazes de resolvê-los. Segundo Ziviane (2002), um algoritmo pode ser definido como uma seqüência de ações executáveis para a obtenção de uma solução para um determinado tipo de problema. Podendo coexistir uma diversidade de algoritmos capazes de resolver um mesmo problema, com isso deve-se realizar a escolha do mais apropriado. Para a identificação do algoritmo mais apropriado na resolução de um determinado problema é necessário medir o custo de execução de cada candidato a resolução do problema. Mediante a isso, é comum definir uma função de custo, ou função de complexidade f, onde f(n) pode ser a medida de espaço de memória ou a medida de tempo, necessário para executar um algoritmo para uma instância de tamanho n. No primeiro caso, f é chamada de função de complexidade de espaço do algoritmo, enquanto que no segundo, f é chamada de função de complexidade de tempo do algoritmo. O custo para obter uma solução para um dado problema aumenta de acordo com o tamanho n do problema. Em outras palavras, o tempo necessário para resolver o problema cresce quando n cresce. Para visualizar este fato, considera-se o Problema do Caixeiro Viajante com n municípios apresentado na tabela abaixo. Como alternativa de resolução temse o método de enumeração completa, que simplesmente lista todas as possíveis soluções e escolhe a melhor delas. Como se pode constatar a partir de qualquer município, existe (n – 1)! / 2 possíveis soluções para o problema (simétrico – versão onde as distâncias entre os pares de municípios são as mesmas, independente do sentido viajado). Tabela 1 – Tabela de tamanho do problema em relação ao tempo estimado para a resolução. Fonte: Ziviane (2002). 41 Analisando-se os dados da tabela 1 pode-se notar que para uma pequena variação do número de municípios ocorre uma variação gritante no tempo de resolução do problema. Existem algoritmos melhores que o método de enumeração completa para a obtenção da solução ótima do Problema do Caixeiro Viajante e de outros problemas. Segundo Ziviane (2002) para valores pequenos de n, qualquer algoritmo custa pouco para ser executado, em outras palavras, a escolha do algoritmo não é tarefa crítica para problemas de tamanho pequeno. Sendo assim a análise de algoritmos é realizada para valores grandes de n, estudando o comportamento de suas funções de custo para tais valores. Em outras palavras, estuda-se o comportamento assintótico das funções de custo, que representa o limite do comportamento do custo quando n cresce. Para o estudo do comportamento assintótico utiliza-se a notação O que pode ser formalizada da seguinte maneira: coloca-se que g(n) = O(f(n)) se existirem duas constantes positivas c e uma inteira m tais que g(n) ≤ c • f(n) para n > m. Isto é, para valores de n suficientemente grandes, g(n) não cresce mais rapidamente que f(n). Pode-se ler também, g(n) é da ordem no máximo f(n). Dessa forma os algoritmos podem então, ser avaliados a partir da comparação dos seus comportamentos assintóticos. Um algoritmo com tempo de execução O(n) é melhor que um algoritmo com tempo de execução O(n²). Contudo, constantes de proporcionalidade podem gerar algumas exceções. Por exemplo, um algoritmo com tempo de execução 2n² pode ser mais eficiente do que um algoritmo com tempo de execução 100n; isso ocorre para instâncias de problemas com tamanho n < 50. Entretanto, para valores maiores de n o algoritmo de complexidade O(n²) é muito mais lento que o algoritmo de complexidade O(n). As principais funções de complexidade que definem o comportamento assintótico dos algoritmos são apresentadas por Ziviani (2002) da seguinte maneira: • f(n) = O(1) (complexidade constante): O uso do algoritmo não depende do tamanho de n suas instruções são executadas um número fixo de vezes. • f(n) = O(log n) (complexidade logarítmica): Este tipo de função ocorre em algoritmos que resolvem um problema dividindo-o em problemas menores. • f(n) = O(n) (complexidade linear): Esse tipo de comportamento aparece em algoritmos que realizam um pequeno trabalho em cada elemento de entrada. 42 • f(n) = O(n log n) (complexidade n log n): Esse tipo de comportamento ocorre em algoritmos que atacam um problema dividindo-o em problemas menores, resolvendo cada um deles independentemente, ajuntando em seguida as soluções. • f(n) = O(n²) (complexidade quadrática): Esse tipo de função ocorre em algoritmos em que os itens de dados são processados aos pares, muitas vezes em um laço dentro do outro. • f(n) = O(n³) (complexidade cúbica): Algoritmos desta ordem de complexidade são utilizados apenas para resolver pequenos problemas. • f(n) = O(2ⁿ) (complexidade exponencial): Esse tipo de função ocorre em algoritmos que utilizam força bruta para resolver o problema. • f(n) = O(n!) (complexidade fatorial): Esse tipo de comportamento aparece em algoritmos que listam todas as possíveis combinações para escolher a melhor, como o método de enumeração completa utilizado no exemplo anterior do Problema do Caixeiro Viajante. Observando a tabela seguinte, pode-se visualizar a diferença de tempo entre algumas funções de complexidade típicas para diferentes tamanhos de n, onde cada função expressa o tempo de execução em micro segundos. Função Complexidade 10 20 30 40 50 N 0,00001 s 0,00002 s 0,00003 s 0,00004 s 0,00005 s n2 0,0001 s 0,0004 s 0,0006 s 0,00016 s 0,00025 s n3 0,001 s 0,008 s 0,0027 s 0,0064 s 0,00125 s n5 0,1 s 3,2 s 24,3 s 1,7 (min.) 5,2 (min.) 2n 0,001 s 1 (min.) 17,2 (min.) 12,7 (dias) 35,7 (anos) 3n 0,059 s 58 (min.) 6,5 (anos) 3855 2 x 108 (séc.) tempo (séculos) Tabela 2 – Função complexidade tempo de algoritmos de tempo polinomial e exponencial, relacionado ao tamanho da instância do problema. Fonte: Garey e Johnson, 1979. 43 Um algoritmo polinomial é aquele que possui função de complexidade O(p(n)), onde p(n) é um polinômio. Já um algoritmo exponencial, é aquele que possui função de complexidade O(cⁿ), com c > 1. Devendo-se destacar também que a definição de algoritmo exponencial inclui também outras funções de complexidade de tempo não polinomiais, como por exemplo, n^log n, que normalmente não é considerada uma função exponencial. A partir da tabela anterior, pode-se perceber uma das razões que torna um algoritmo polinomial mais desejável que um algoritmo exponencial. Os algoritmos polinomiais são tidos como bons algoritmos, ou algoritmos eficientes, enquanto que, os algoritmos exponenciais são classificados como ineficientes. Contudo podem existir algumas exceções para tal classificação, que ocorrem geralmente para instâncias de tamanho limitado. Por exemplo, o algoritmo de complexidade 2ⁿ é mais rápido que o algoritmo para n ≤ 20 (ver tabela anterior). De qualquer forma, a distinção entre algoritmos eficientes e ineficientes torna-se mais significativa com o aumento do tamanho de n. Segundo Ziviane (2002) os algoritmos exponenciais são geralmente variações dos métodos exaustivos, enquanto que os algoritmos polinomiais são concebidos através de um entendimento maior das características do problema, fazendo com que eles sejam mais úteis na prática do que os exponenciais. Apesar disso, existem algoritmos exponenciais que são muito úteis na prática, como por exemplo, o Simplex, que possui complexidade exponencial para o pior caso, mas que em média executa muito rápido. Da mesma forma que um algoritmo pode ser classificado como bom ou ruim, dependendo se ele possui ou não função de complexidade polinomial, os problemas podem ser classificados como fáceis ou difíceis, dependendo se eles possuem ou não um algoritmo polinomial capaz de resolvê-los. Para o estudo da classificação dos problemas, a teoria da complexidade computacional se restringe aos problemas de decisão, ou seja, problemas cujas soluções requerem apenas sim ou não como resposta. Contudo, muitos problemas de otimização podem ser naturalmente expressos como problemas de decisão, tal que se existir um algoritmo de tempo polinomial para o problema de decisão, então existirá um também para a sua versão em problema de otimização. Como exemplo, pode-se gerar uma versão de problema de decisão para o Problema do Caixeiro Viajante acrescentando um limite numérico como parâmetro adicional. Sendo que ao 44 invés de se estabelecer como objetivo gerar uma rota que passa por todas as cidades percorrendo a menor distância, deve-se responder a seguinte questão: existe uma rota que passa por todas as cidades com distância total que não seja maior que D? Constatando-se com isso que a questão exige sim ou não como resposta, onde D é o nosso parâmetro adicional. Embora a teoria tenha sido desenvolvida para os problemas de decisão, suas implicações podem ser estendidas para os problemas de otimização. Lewis e Papadimitriou (2000) realizaram um estudo detalhado sobre a classificação dos problemas. Os referidos autores apresentam também o conceito de redução polinomial, necessário para o entendimento de tal classificação. Segundo Lewis e Papadimitriou (2000), o conceito de redução polinomial é importante por revelar interessantes afinidades entre problemas computacionais. Pode-se dizer que T é uma redução polinomial do problema V para o problema X quando T transforma, em tempo polinomial, instâncias do problema V em instâncias do problema X, de maneira que Vi é uma instância do problema V com resposta sim, se e somente se, T(Vi) for uma instância do problema X que fornece a resposta sim. A figura abaixo exemplifica o conceito de redução polinomial descrito por Lewis e Papadimitriou (2000). Figura 6 – Redução polinomial Fonte: Lewis e Papadimitriou (2000) Quando existe uma redução Polinomial de V para X, pode-se dizer que X é no mínimo mais complexo que V. Se existir um algoritmo polinomial para X, esse método também resolverá V em tempo polinomial. Se V exigir um tempo exponencial, então X exigirá um tempo pelo menos exponencial. 45 2.13 CLASSIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS DE DECISÃO Grande parte dos problemas de decisão associados a problemas de interesse prático, derivados ou não de problemas de otimização, pertencem às seguintes classes: • Classe P (Polynomial time): Um problema X pertence à classe P se ele pode ser resolvido por um algoritmo de tempo polinomial. • Classe NP: Um problema X pertence à classe NP quando ele admite, ou apresenta um certificado. Um certificado deve ser polinomialmente sucinto, ou seja, seu comprimento deve ser dado no máximo, pelo valor de um polinômio sobre o comprimento da cadeia de entrada; ele também deve ser verificável em tempo polinomial. • Classe NP-Completo: Um problema X pertence à classe NP-Completo se ele for pertencente classe NP e se qualquer outro problema V também pertencente à classe NP puder ser reduzido polinomialmente a X. Em outras palavras, X é NPCompleto quando está em NP, e para qualquer V em NP, um algoritmo para resolver X pode ser adaptado em tempo polinomial para resolver V (ver ilustração anterior). • Classe NP-Difícil (NP-Árduo ou NP-Hard): Um problema X pertence à classe NPDifícil se qualquer outro problema V pertencente à classe NP puder ser reduzido polinomialmente a X. Note que aqui, X não necessariamente pertence à classe NP. Um problema NP-Difícil é pelo menos tão difícil quanto qualquer problema em NP. A classe P está contida em NP. No entanto, existem muitos problemas em NP para os quais não são conhecidos algoritmos que os resolvam em tempo polinomial. Por isso não se sabe se P = NP; existe uma forte conjectura de que P ≠ NP, embora isso não tenha ainda sido provado. A figura a seguir expõe como ocorre a configuração das classes de problemas descritos anteriormente. 46 Figura 7 – Provável configuração das classes. Fonte: Garey e Johnson, 1979. 2.14 ALTERNATIVAS DE ROTEIRIZAÇÃO PARA O PROBLEMA DE ROTEAMENTO DE VEÍCULOS (PRV) Este capítulo tem como objetivo apresentar as alternativas de roteirização para o problema de roteamento de veículos (PRV). As heurísticas serão esmiuçadas em todas as suas etapas de resolução, permitindo com isso uma melhor compreensão das análises comparativas que serão realizadas em etapas subseqüentes. 2.14.1 Métodos heurísticos Heurísticas podem ser definidas como uma técnica que busca boas soluções, ou seja, próximo das ótimas, com um custo computacional (tempo) aceitável. Sendo que em muitos casos não declara o quão próximo uma solução encontra-se da ótima. A complexidade computacional de resolução dos problemas de roteamento de veículos exposta acima e a forma de modelar os problemas precisamente, uma vez que as heurísticas são mais flexíveis e aptas a operar com funções objetivo e restrições mais complicadas, faz com que as heurísticas coloquem-se como os métodos de resolução mais acertados para resolver os problemas de roteamento de veículos. Nesse caso tem-se um maior benefício com uma solução aproximada de um modelo exato. 47 Christofides (1985) classifica as heurísticas para problemas de roteamento de veículo da forma que será descrita abaixo. Nos métodos construtivos a solução é estruturada com base em algumas etapas na qual a rota é construída de forma seqüencial ou paralela. Esses métodos foram desenvolvidos, em sua maioria, por Clark e Wright (1964). Tendo em vista que este método é simples e flexível. No método de Clark e Wright (1964) supõe-se inicialmente que cada cliente seria atendido por um veículo, porém, esta configuração é inviável. Diante disso o algoritmo avalia a possibilidade, em termos de economia em distância, em se atender um par de clientes por intermédio de uma rota. Para uma melhor compreensão do método de Clark e Wright (1964) a seguir serão apresentados graficamente como esse processo de construção de rotas é realizado e a economia obtida a cada etapa. Rota 1 Rota 2 i j 0 Rota 1' i j 0 S – refere-se à distância total percorrida, ou seja, na rota um' temos a economia descrita acima. S = d(i,0) + d(0,i) + d(0,j) + d(j,0) S = d(i,0) + d(0,j) - d(i,j) Figura 8 – Representação gráfica do método de Clark e Wright. 48 Com a inserção de um cliente a rota temos a rota 1' que gerou a economia em distância verificada anteriormente. Neste caso é avaliada a possibilidade de inserção de um nó de acordo com a economia que esta inserção gerará. Outro método de construção de uma solução inicial é o do vizinho mais próximo que se baseia na escolha dos pontos de demanda mais próximo a ser atendido constituindo-se como uma heurística gulosa, já que busca a melhor inclusão local. Tem-se também o método da varredura no qual uma reta é traçada partindo-se de uma origem e a mesma gira em um determinado sentido formando grupo de pontos de demanda que serão futuramente roteirizados com base em um algoritmo que formará uma seqüência de atendimento tendo como base a proximidade entre os pontos de demanda. Como último exemplo pode-se mencionar a heurística seqüencial de inserção Push Forward de Solomon (1987), nesta é considerada as restrições de janela de tempo, calculando-se o efeito que determinado ponto de demanda teria ao ser inserido na rota. O método das duas-fases é baseado na lógica agrupa-roteiriza ou roteiriza-agrupa. Neste método temos os trabalhos de Tyagi (1968) e Christofides (1979). No caso do Tyagi (1968) os pontos de demanda são agrupados com base no conceito do vizinho mais próximo, ou seja, o cliente a ser adicionado é o mais próximo do último que foi adicionado. Com relação à Christofides (1979) tem-se a utilização de um algoritmo de melhoramento nas duas etapas (agrupamento dos clientes e formação da seqüência de atendimento). No método de otimização incompleta temos um algoritmo branch and bound, transformando em uma heurística através da fase prematura, ou seja, são utilizados algoritmos aproximativos que garantem uma solução viável sem garantia de otimalidade. Devendo-se destacar que de acordo com Fisher e Jaikumur (1981) as heurísticas que vem sendo desenvolvidas para a resolução do problema de roteamento de veículos são modificações de heurísticas para o problema do caixeiro viajante. Com isso é adicionada mais uma categoria as heurísticas para problema de roteamento de veículos, a saber: método de melhorias. Essa nova categoria tem como objetivo precípuo a redução gradativa do custo da rota. Para isso baseia-se em três conceitos fundamentais: mecanismo para alterar a solução inicial, estratégias de soluções alternativas e critério da parada. A solução é melhorada/aperfeiçoada por intermédio de trocas sucessivas de arestas visando à redução do custo da rota. Esses métodos são denominados como heurísticas de busca local. Para isso têm sido propostos vários mecanismos de melhoria das rotas, dentre esses o mais utilizado é o 49 r-opt, onde r é o número de arestas a serem trocadas. Nesse processo de geração de soluções por intermédio da troca de arestas o objetivo é encontrar uma solução superior a anterior, no momento que não houver mais possibilidade de melhorias tem-se a solução denominada r-ótima. Devendo-se destacar que quanto maior o valor de r melhor será a solução obtida, porém, maior será o tempo computacional empregado. Para uma melhor compreensão de como o mecanismo r-opt funciona temos a representação gráfica realizada posteriormente. Rota 1 Rota 2 a a b d c e 0 b d c e 0 Figura 9 – Representação gráfica do método r-opt da troca de nós na rota A aplicação do movimento 2-opt a rota 1 provoca a inserção de dois clientes a rota e a mudança ma seqüência da mesma, com isso esta solução foi aperfeiçoada comparativamente a primeira solução na qual a rota atendia os nós com um custo superior à segunda. Mediante a isso se tem a eliminação das arestas (a,0) e (d,c) e a adição das arestas (d,a) e (c,0). Contrapondo-se a heurística de trocas de arestas limitadas r-opt Dror e Levy (1986) desenvolveram um método que propõe operações de trocas e inserção de nós a sistemas com m rotas. Posteriormente a essas heurísticas de trocas e inserção de nós o conceito foi estendido para λ-troca (OSMAN, 1989; CHRISTOFIDES, 1994), onde são considerados movimentos 50 de um número, a princípio, arbitrário de nós que podem ser inseridos ou trocados entre quaisquer pares de rotas. Contudo essas múltiplas trocas que venham a ocorrer pode tornar o tempo computacional de resolução do problema impraticável. Além disso, coexiste a questão que refere-se ao ótimo local que é alcançado nesse tipo de heurística e que como é de conhecimento em problemas combinatoriais nem sempre o ótimo local é o ótimo global. A alternativa para lidar com esse tipo de problema está na utilização de metas-heurísticas que objetivam superar a otimalidade local e alcançar soluções de qualidade superior. 2.14.2 Heurística de Bellmore e Nemhauser No ano de 1968 foi publicado um estudo de Bellmore e Nemhauser sobre o Problema do Caixeiro Viajante. Dentre os teoremas, métodos e técnicas de solução, os autores apresentaram uma heurística construtiva que elege um vértice inicial de maneira arbitrária e na seqüência inclui outros vértices no circuito em formação, seguindo o critério de escolha do vértice ou vizinho mais próximo (Bellmore e Nemhauser). A complexidade dessa heurística é O(n²). Existindo uma variação elaborada para minimizar o efeito da influência da escolha do vértice inicial. Nela, o algoritmo é repetido para todos os possíveis vértices candidatos ao início do processo. Nesse caso, a heurística passa a ter complexidade O(n³). Devendo-se considerar que mesmo com algumas variações da regra de escolha do vizinho mais próximo, o algoritmo pode ser escrito da seguinte forma: • Etapa 1: um vértice inicial será selecionado, encontre o vértice mais próximo dele e inicie a construção do circuito por intermédio da ligação desses dois extremos; • Etapa 2: agora o objetivo é encontrar o vértice mais próximo de um dos vértices extremos incluídos na solução; este vértice deve ser inserido na rota em construção ligando-o com o seu vizinho mais próximo; • Etapa 3: caso todos os vértices tenham sido incluídos, complete com a aresta que liga os vértices extremos e o processo será finalizado; e • Etapa 4: caso contrário deve-se retornar ao passo 2. 51 Pode-se exemplificar a execução dos passos dessa heurística fazendo uso do cenário incluído na próxima figura, onde as distâncias entre os vértices são as seguintes: ab=15, ac=25, ad=36, ae=37, af=56, bc=13, bd=23, be=29, bf=45, cd=11, ce=17, cf=32, de=18, df=25, ef=20. Os valores apresentados correspondem à distância aproximada, em milímetros, entre os centros dos vértices que formam os pares relacionados. Figura 10 – Heurística de Bellmore e Nemhauser passo a passo. Observando a figura anterior, nota-se que a primeira etapa da heurística é executada com a escolha do vértice inicial c, seguido da ligação deste com o seu vizinho mais próximo d. A rota passa então a ser expandida a partir da execução do passo 2, aonde o vizinho mais próximo de um dos vértices extremos da solução vai sendo localizado e incluído no circuito em formação. Os passos 3 e 4 da heurística estão relacionados com a verificação da formação de um circuito hamiltoniano para prosseguir ou parar com a execução do algoritmo. No final do processo, encontra-se na figura presente no quadro F um circuito hamiltoniano de custo igual a 133 mm. 2.14.3 Heurística de Clark e Wright (CW) A heurística das economias de Clarke e Wright (CW) (1965), bastante conhecida e ainda muito utilizada como parte de outros procedimentos, foi originalmente desenvolvida 52 para resolver o problema clássico de roteamento de veículos. Essa heurística baseia-se na noção de economias, que pode ser definido como o custo da combinação, ou união, de duas sub rotas existentes. Inicialmente, cada cliente é servido por um veículo, constituindo rotas entre o depósito e cada cliente. Seja cij o custo de viagem partindo de um cliente i a um cliente j, podendo ser dado em distância percorrida ou tempo de deslocamento. Segundo definição de Liu e Shen (1999), duas rotas contendo os clientes i e j podem ser combinadas, respeitando-se as seguintes condições: desde que i e j estejam ou na primeira ou na última posição de suas respectivas rotas e que a demanda total das rotas combinadas não ultrapasse a capacidade do veículo. Em cada iteração, todas as combinações de rotas possíveis são analisadas através da fórmula sij = ci0 + c0j - cij, onde 0 representa o depósito. As duas rotas que obtiverem a maior economia de combinação são unidas. Como a cada nova combinação de sub-rotas as economias são novamente calculadas e atualizadas para a próxima combinação de sub-rotas, o método é considerado iterativo. Segundo Goldbarg e Luna (2005) a partir do momento em que as rotas vão sendo unidas, a distância total a ser percorrida pela frota vai diminuindo. No momento em que uma rota vai se expandindo, ou seja, vai sendo mesclada com outras, alguns vértices passam a ficar desligados do depósito; tais vértices são chamados de vértices internos e não são mais candidatos a melhoria na rota, uma vez que para união das rotas só são testados os vértices externos, ou seja, aqueles que possuem ligação com o depósito. Em alguns momentos, isso pode ser encarado como uma fragilidade do algoritmo. Segundo Cordeau (2002), o algoritmo se mostrou bastante simples e rápido, sendo fácil de codificar, principalmente pela ausência de parâmetros. Segundo Laporte e Semet (2002) um dos pontos fracos do algoritmo original de Clarke e Wright (1965) é que ele tende a produzir boas rotas de início, mas ao se aproximar do final, realiza uniões que podem produzir rotas menos interessantes. Além disso, para algumas instâncias o algoritmo pode consumir um perceptível tempo de processamento para calcular, ordenar e armazenar a lista de economias. Em contrapartida outros pesquisadores observaram que a solução construída apresentava baixa qualidade e um grande número de rotas longas circunferenciais. Por essa razão, a deficiência em flexibilidade é considerada a pior característica do algoritmo. 53 Com base nessas afirmações foram apresentadas algumas melhorias para o algoritmo CW, sendo uma delas a utilização de economias generalizadas na forma sij = ci0 + c0j - λcij, buscando produzir rotas mais compactas, sendo λ um parâmetro positivo. A aplicabilidade dessa heurística está associada à possibilidade em não se estabelecer o número de veículos, podendo ser utilizada em duas versões: tanto na versão seqüencial quanto na versão paralela. Conforme as rotas vão sendo expandidas rumo a uma solução de melhor qualidade, é possível realizar os testes relativos às restrições do problema. Os passos do algoritmo na sua versão seqüencial podem ser descritos da seguinte forma: • Etapa 1: inicie pelo depósito que corresponde ao vértice V0. • Etapa 2: para todos os demais vértices são criadas pequenas rotas saindo de V0, passando, por exemplo, por Va e retornando a origem V0. • Etapa 3: nessa etapa deve-se obter a lista de economias relacionando o vértice V0 (corresponde a origem) e todos os possíveis pares de vértices restantes do grafo. Como exemplo, tem-se o par de vértices Va e Vu onde a economia calculada fica da seguinte forma: E = Ca0 + C0u – Cau, onde E representa a economia realizada se o vértice Va for ligado ao vértice Vu sem passar pelo vértice origem V0. • Etapa 4: as listas de economias serão ordenadas de forma decrescente (da maior para a menor economia). • Etapa 5: estabeleça uma rota que pode ser expandida. • Etapa 6: a lista de economias será percorrida, iniciando pela primeira da lista, e selecione a primeira economia que pode ser usada para expandir a rota eleita no passo anterior, respeitando as restrições do problema. • Etapa 7: nessa etapa será efetuada a união das rotas, por exemplo, através da inserção da aresta (Va, Vu) e a remoção das arestas (Va, V0) e (V0,Vu), expandindose com isso a rota eleita no passo 5, por fim deve-se remover a economia utilizada da lista de economias. • Etapa 8: caso a rota possa ainda ser expandida deve-se repetir o passo 6. • Etapa 9: caso existam rotas a serem expandidas volte ao passo 5. A versão seqüencial percorre várias vezes as listas de economias na tentativa de expandir uma única rota antes de iniciar a expansão da próxima contraponham-se a versão paralela que percorre a lista de economias apenas uma vez, tentando realizar a expansão de 54 uma ou mais rotas até que a lista seja finalizada. Os passos do algoritmo da versão paralela podem ser descritos da seguinte forma: • Etapa 1: idêntico ao da versão seqüencial. • Etapa 2: idêntico ao da versão seqüencial. • Etapa 3: idêntico ao da versão seqüencial. • Etapa 4: idêntico ao da versão seqüencial. • Etapa 5: a lista de economias será percorrida da primeira posição e ocorrerá a tentativa de união das rotas, por exemplo, por intermédio da inserção da aresta (Va,Vu) e a remoção da aresta (Va,V0) e (V0,Vu), sendo que as restrições do problema devem ser respeitadas. • Etapa 6: caso não seja possível usar a economia selecionada para a união das rotas, deve-se tentar usar a próxima economia da lista. • Etapa 7: o procedimento deve ser repetido até que a lista seja percorrida até o final. 2.14.4 Procedimentos de melhoria Esses procedimentos de melhoria para o Problema de Roteamento de Veículos (PRV) operam em uma rota específica ou em várias rotas ao mesmo tempo. No primeiro caso será aplicada a heurística λ-Opt faz parte do grupo das heurísticas de melhoria, que são estratégias que partem de um circuito hamiltoniano inicial e tentam melhorá-lo a partir de trocas na ordem em que os vértices serão visitados pelo caixeiro viajante. Segundo Lin (1965) para a realização de tais trocas deveriam ser procuradas arestas no circuito inicial para serem retiradas e substituídas por outras que gerassem um circuito hamiltoniano de menor custo. Segundo Lin (1965) podem ser encontradas soluções que podem ser denominadas como de λ ótimas, para λ = 2, 3,..., n arestas ou arcos do grafo. Por exemplo, uma solução é considerada "2 ótima" (2-Opt) quando não conseguimos mais melhorá-la substituindo dois arcos do circuito por outros dois arcos. Já uma solução é considerada 3-Opt quando não conseguimos melhorá-la através da substituição de três ou duas arestas do circuito. Generalizando, uma solução é considerada λ-Opt quando não conseguimos melhorá-la substituindo λ arestas do circuito; uma solução λ-Opt é ainda uma solução λ-Opt, onde λ’ < λ. 55 Para uma melhor compreensão dos procedimentos de melhoria as etapas desse algoritmo são descritas a seguir: • Etapa 1: o circuito hamiltoniano será obtido a partir de uma heurística qualquer. • Etapa 2: devem ser removidas arestas do circuito inicial. • Etapa 3: todas as possibilidades de combinações de λ serão testadas para a reconstrução do circuito hamiltoniano. • Etapa 4: caso sejam encontradas um conjunto de λ arestas que remontam o circuito com tamanho menor em relação ao anterior, a troca será efetivada. • Etapa 5: deve-se agora retornar ao passo 2 até que não haja mais nenhuma melhora a ser obtida. Para casos em que λ é maior do que 3 são verificadas todas as possíveis substituições de λ arestas até não existir mais nenhuma troca que melhore a solução. Entretanto, o número de operações necessárias para esse procedimento cresce rapidamente com o aumento do número de vértices do grafo. Diante disso, valores de λ=2 e λ=3 são mais utilizados, sendo que soluções obtidas com λ=3 são geralmente melhores do que as obtidas com λ=2. Na figura seguinte podemos observar exemplos de movimentos de troca utilizados nas heurísticas 2-Opt e 3-Opt. Figura 11 – Exemplificação dos movimentos 2-opt e 3-opt. 56 Conforme apresentados anteriormente os procedimentos de melhoria para o problema de roteamento de veículos – PRV operam em uma rota específica ou em várias rotas ao mesmo tempo. No primeiro caso (rota específica), qualquer heurística de melhoria para o problema do caixeiro viajante – PCV pode ser aplicada, como por exemplo, a heurística λ-Opt de Lin (1965), demonstrada nas etapas anteriores. Já para o segundo caso (várias rotas), trabalhos como os de Dror e Levy (1986), Salhi e Rand (1987), Waters (1987), Fahrion e Wrede (1990), fornecem uma descrição de uma série de estratégias que utilizam combinações de métodos com algumas operações elementares de trocas de vértices entre rotas. Tais operações podem ser exemplificadas da seguinte forma: • Troca de vértices: dois grupos de k vértices são trocados entre duas rotas; no exemplo a seguir k=1 e a troca ocorre com o uso dos vértices w e e, sendo que as linhas claras correspondem aos arcos substituídos nas operações. Figura 12 – Demonstração gráfica da troca de vértices para mais de uma rota O algoritmo pode ser descrito da seguinte forma: Troca de vértices (k=1) • Etapa 1: uma solução inicial será gerada, devendo-se guardar em um vetor a identificação de cada rota. • Etapa 2: percorra o vetor de rotas da primeira até a penúltima posição. • Etapa 3: para cada incremento realizado do passo anterior, percorra o vetor de rotas do índice posterior ao obtido no passo 2 até a última posição. 57 • Etapa 4: percorra os vértices da rota indicada pelo passo 2. • Etapa 5: para cada incremento do passo 4, percorra os vértices da rota do passo 3. • Etapa 6: análise da possibilidade de troca de rotas para os vértices indicados nos passos 4 e 5 segundo ilustração anterior, se a troca for vantajosa e não ferir nenhuma restrição do problema, a operação será efetivada. • Inserção de vértices: um grupo de k vértices é movido de uma para outra rota; no exemplo seguinte k=1 e a rota (a, b, c, d, e, f) cedeu, ou doou o vértice e para a outra. Novamente, as linhas claras correspondem aos arcos substituídos. Figura 13 – Demonstração gráfica da inserção de vértices entre duas rotas Para a rotina de inserção de vértices identificamos as rotas como doadoras e receptoras. Cada rota terá o seu momento de doadora e tentará inserir um de seus vértices (com exceção do depósito) em uma das restantes rotas receptoras. O algoritmo pode ser descrito da seguinte forma: • Etapa 1: a solução inicial será gerada e guardada em um vetor apenas para a identificação de cada rota. • Etapa 2: percorra o vetor de rotas da primeira a última posição (rota doadora). • Etapa 3: para cada incremento realizado do passo anterior, percorra o vetor de rotas da primeira até a última posição (rota receptora). • Etapa 4: caso os índices dos contadores dos passos 2 e 3 sejam diferentes, deve-se executar os passos seguintes. 58 • Etapa 5: percorra os vértices da rota doadora. • Etapa 6: para cada incremento do passo 5 que ocorrer, percorra os vértices da rota receptora. • Etapa 7: para cada um dos vértices da rota doadora procure na rota receptora um par de vértices adjacentes que forneça a melhor posição para inserção do candidato, tendo como critérios a não violação de nenhuma restrição do problema e a consideração de quão vantajosa será essa inserção. Além das operações ilustradas anteriormente, foram utilizadas trocas de três vértices (um vértice de uma rota e um par de vértices adjacentes de outra), e quatro vértices (dois pares de vértices adjacentes de rotas diferentes). Os procedimentos foram combinados e ordenados, com base em resultados obtidos, da seguinte maneira: 1. 2-Opt; 2. Troca de dois pares adjacentes; 3. Troca de um vértice mais um par de adjacentes; 4. Troca de vértices; 5. Inserção ou doação de vértice. Analisando-se as ilustrações descritas anteriormente, nota-se que para realizar a troca de um vértice de uma rota com um de outra rota é necessário remover quatro arestas e incluir quatro novas arestas. Para a operação de doação de vértice é necessário remover três arestas e incluir três novas arestas. De uma forma geral, para efetivar a operação deve-se satisfazer a seguinte condição: Custo das arestas removidas – Custo das arestas incluídas > 0 2.14.5 Heurística de Gillet e Miller (Primeiro-agrupa e segundo-roteiriza) A Heurística de Gillett e Miller (1974) faz parte do grupo das heurísticas de duas fases, que utilizam a estratégia de dividir o problema em partes para resolvê-lo. Na primeira fase dessa heurística, os vértices são organizados em grupos segundo um critério de proximidade. Na segunda fase cada grupo é solucionado de forma independente, onde os grupos correspondem às rotas a serem construídas. Para agrupar os vértices, é realizada uma varredura circular a partir do depósito central, na qual os vértices vão sendo escolhidos de acordo com o ângulo de sua coordenada polar em relação ao depósito, respeitando as 59 restrições do problema. Em seguida, as rotas são obtidas através da solução do PCV para cada grupo de vértices. Os passos do algoritmo podem ser descritos da seguinte maneira: • Etapa 1: considere o depósito como a origem do sistema de coordenadas polares, para cada um dos vértices calcule suas coordenadas polares tomando como base o depósito e guarde-as em uma lista. • Etapa 2: ordene a lista contendo as coordenadas polares dos vértices em ordem crescente de ângulo. • Etapa 3: agora percorra essa lista iniciando pelo topo e siga agrupando os vértices até que alguma restrição, de capacidade, por exemplo, seja transgredida. • Etapa 4: o grupo formado será armazenado em um vetor e será iniciado um novo grupamento a partir do vértice que violou a restrição, siga com a varredura até o final da lista. • Etapa 5: no momento em que a lista for esgotada, obtenha as rotas resolvendo de maneira exata ou aproximada o referido problema para cada um dos grupos encontrados. A ilustração descrita abaixo demonstra as duas fases dessa estratégia. Na célula A, os grupos de vértices são organizados a partir da varredura circular. Na célula B, as rotas são construídas a partir da solução do Problema do Caixeiro Viajante (PCV) para cada um dos grupos escolhidos na primeira fase. Figura 14 – Representação gráfica da heurística de Gillet e Miller. 60 Para a formação do grupo de vértices (pontos de demanda) pode-se utilizar a noção do vértice-território, ou seja, os vértices podem pertencer a territórios específicos que serão agrupados a fim de serem roteirizados (seqüência de entregas) posteriormente. Com o objetivo de complementar os aspectos descritos anteriormente será descrito a seguir de forma matemática o algoritmo de Gillet e Miller (1974). Segundo Goldbarg e Luna (2005) o algoritmo de Gillet e Miller (1974) pode ser descrito matematicamente da seguinte forma: INÍCIO Ler G = (N, A), cij . {*Nó1 é o depósito central do roteamento} Obter as coordenadas polares dos clientes em relação ao depósito e ordená-las em ordem de crescimento de seu valor e Fazer: Início F: = N \ {x1} Ponta_Rota = {x1} Rota1 : = {x1} i: = 1 Fim Enquanto F ≠ 0 Faça {“Agrupar”} Início Enquanto xs F atendendo as condições de viabilidade para rotai Início Encontrar o vértice xs F de coordenada polar mais próxima da Ponta_Rota e Fazer Início Rotai: = Rotai {xs} Ponta_Rota: = {xs} F: = F \ {xs} j: = j + 1 Se Controle (j) = Verdadeiro então aplicar Procedimento kótimo (Rotai) {*Rotear*} Fim Fim 61 i:= i + 1 Ponta_Rota: = {x1} Rotai : = {x1} Fim Fim 2.14.6 Método de primeiro-roteiriza e segundo-clusteriza Segundo Goldbarg e Luna (2005) este método realiza a operação inversa da anterior. A primeira etapa da abordagem busca a identificação de uma rota (normalmente inviável) que englobe todos os pontos de demanda. Em uma segunda fase o circuito é particionado em pequenas rotas viáveis. Esse método é aplicado em problemas nos quais o número de veículos é livre. Os passos desse método serão descritos abaixo: • Etapa 1: na primeira etapa agrupam-se todos os pontos de demanda em uma rota, que é normalmente inviável. • Etapa 2: o circuito é particionado em pequenas rotas viáveis. • Etapa 3: as rotas viáveis que serão formadas devem respeitar as restrições impostas ao Problema de Roteamento de Veículos e em relação aos parâmetros impostos para o problema, como por exemplo: número de entregas, tempo máximo em rota, distância percorrida, tempo máximo de deslocamento demais fatores que colocarão limites para as rotas em formação. 2.14.7 Algoritmo de Fisher e Jaikumar (1981) O algoritmo de Fisher e Jaikumar pode ser descrito da seguinte forma: • Etapa 1: Escolha dos grupos de vértices jk em V para inicializar cada cluster k. • Etapa 2: (Alocação dos consumidores para os grupos). Registrar o custo dik de alocação de cada consumidor i para cada cluster k como dik = min (c0i + cijk + cjk0, c0jk + cjki + ci0) – (c0jk + cjk0). 62 • Etapa 3: (transferência generalizada). Resolver um Problema de Transferência Generalizada (GAP em inglês) com custo dij, demanda dos consumidores qi, e veículo de capacidade Q. • Etapa 4: (Solução do Problema do Caixeiro Viajante). Resolver um Problema do Caixeiro Viajante para cada cluster correspondente com a solução do Problema de Transferência Generalizada. Para este algoritmo o número de veículo é fixado a priori. Os autores propuseram um método geométrico baseado na partição do plano dentro de K cones de acordo com as demandas dos consumidores. Uma vez que os clusters tenham sido determinados, os problemas do caixeiro viajante são resolvidos otimamente usando uma abordagem baseada em relaxação da restrição. 2.14.8 Heurística de Mole e Jameson Em 1976, Mole e Jameson apresentaram uma heurística construtiva seqüencial, em que o critério utilizado para expandir uma rota pela inclusão de novos vértices conta com duas condições: • C1(i, k, j) = Dik + Dkj - µDij • C2(i, k, j) = λD0k - C1(i, k, j) A primeira condição é responsável por encontrar a melhor posição para inserção de cada vértice candidato ainda não roteado. A segunda condição é responsável pela seleção do vértice que será incluído pelo movimento de expansão. Nas condições existem dois parâmetros, µ e λ, que podem receber valores diferentes, fazendo com que sejam geradas rotas de diferentes formatos e composições. O algoritmo dessa estratégia pode ser descrito através dos seguintes passos: • Etapa 1: caso todos os vértices estejam incluídos nas rotas formadas o processo será finalizado, caso contrário inicie uma nova rota (0,k,0) onde k representa o vértice que não está contido nas rotas existentes. 63 • Etapa 2: para a expansão da rota, deve ser encontrado para cada vértice k não roteado o custo de inserção C1*(ik,k,jk) = min {C1(r,k,s)} para todo par adjacente de vértices r e s da rota em formação, onde ik e jk fornecem o mínimo custo para a primeira condição, caso não haja inserções possíveis retorne ao passo 1. • Etapa 3: com os valores mínimos de C1encontrados para cada vértice no passo anterior, procure o melhor vértice candidato K* para inserção, satisfazendo a expressão C2*(ik*,k*,jk*) = max {C2(ik,k,jk)}; o candidato k* será inserido entre os vértices ik* e jk*. • Etapa 4: como último passo será aplicada uma heurística λ- Opt na rota em formação e retorne ao passo 2. A figura seguinte mostra um exemplo de um movimento de expansão do algoritmo. Figura 15 – Representação gráfica da heurística de Mole e Jameson Com o objetivo de desenvolver os cálculos relacionados acima foram utilizados valores que representam as distâncias, em milímetros, entre os centros dos vértices do grafo. São eles: D0a=18, D0b=26, D0c=29, D0d=13, D0e=29, D0f=37, Dab=41, Dac=47, Dad=29, Dae=47, Daf=41, Dbc=13, Dbd=29, Dbe=29, Dbf=58, Dcd=26, Dce=18, Dcf=54, Dde=18, Ddf=29 e Def=39. 64 Analisando-se a célula B, nota-se que o vértice a, por exemplo, pode ser inserido entre os pares adjacentes 0c, 0f, cd e df. Contudo a melhor posição de inserção é obtida com o par de vértices que minimizará o custo da primeira condição, com isso para o vértice em questão, a melhor posição é entre os vértices 0 e f. Deve-se destacar que o vértice e foi escolhido para ser inserido entre o vértice c e o vértice interno d. Esse é um dos pontos positivos dessa heurística em relação à heurística de Clarke e Wright, onde a rota é expandida apenas a partir de um de seus vértices extremos. 2.14.9 Heurística construtiva de Solomon (1987) Marius Solomon (1987) desenvolveu uma heurística construtiva que inclui a restrição de janelas de tempo nas decisões de seleção de sementes e de posição de inserção dos clientes. Dentre a multiplicidade de variantes propostas por Solomon, descreve-se aquela que proporcionou o melhor resultado para os problemas teste: • Etapa 1: defina dois conjuntos, um conjunto de clientes inseridos (I) e outro conjunto de clientes não inseridos (NI) e coloque todos os clientes no conjunto NI. • Etapa 2: faça I = vazio. • Etapa 3: Ache o próximo cliente-semente (c_semente). Há duas opções: • Cliente mais distante do depósito: considera que clientes distantes do depósito são mais difíceis de serem inseridos. • Cliente com o menor tempo final da janela de tempo: prioriza clientes que devem ser atendidos com maior urgência. • Etapa 4: faça I = I c_semente e NI = NI – c_semente. • Etapa 5: procure em NI o cliente i que ao ser inserido na rota de c_semente proporciona o menor acréscimo de custo, respeitando as restrições de capacidade e de janela de tempo. Para tanto, teste todas as posições de inserção do cliente e selecione a melhor posição de inserção. • Etapa 6: insira o cliente i na rota de c_semente. • Etapa 7: faça I = I • Etapa 8: retorne ao passo 6 enquanto houver clientes a serem inseridos na rota de i e NI = NI – i. c_semente. • Etapa 9: volte ao passo 4 enquanto NI ≠ vazio. 3 ESTUDO DE CASO O capítulo referente ao estudo de caso visa descrever a infra-estrutura logística no âmbito brasileiro da empresa distribuidora de bebidas de forma geral e a estrutura funcional presente na geografia do Rio de Janeiro. Além disso, tem-se como objetivo a exposição dos resultados que foram obtidos por intermédio das análises que foram realizadas com base na revisão bibliográfica. 3.1 VISÃO NO ÂMBITO BRASIL DA EMPRESA DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS A empresa distribuidora de bebidas é subdivida no âmbito brasileiro com base na localização geográfica das áreas de atendimento. Para isso denominam-se cada região como sendo uma geografia que congrega áreas próximas de atendimento. Cada uma dessas geografias apresenta metas específicas, que se relacionam as características da sua operação. As geografias subdividem-se da seguinte forma: • Geografia Sul: Apresenta as seguintes centrais de distribuição: Porto Alegre, Sapucaia, Pelotas, Caxias do Sul e Florianópolis; • Geografia Rio de Janeiro: Apresenta as seguintes centrais de distribuição: Campos dos Goytacazes, Jacarepaguá, São Cristóvão e Campo Grande; • Geografia Norte: Apresenta as seguintes centrais de distribuição: Fortaleza, São Luís e Bacanal; • Geografia Minas Gerais e Espírito Santo: Apresenta as seguintes centrais de distribuição: Uberlândia, Uberaba, Vitória, Contagem e Belo Horizonte; 66 • Geografia São Paulo-Centro: Apresenta as seguintes centrais de distribuição: Mooca, Diadema, Paulínia e Oeste paulista; • Geografia do Centro-Oeste: Apresenta as seguintes centrais de distribuição: Manaus e Brasília; • Geografia Paraná e interior de São Paulo: Apresenta as seguintes centrais de distribuição: Agudos, Araraquara, Ribeirão Preto, Curitiba e Londrina; • Geografia nordeste: Apresenta as seguintes centrais de distribuição: Olinda, Caruaru, João Pessoa, Natal, Maceió e Aracaju; • Geografia Bahia: Apresenta as seguintes centrais de distribuição: Vitória da Conquista, Ilhéus, Feira de Santa, Salvador e Jequié. Dentre as geografias especificadas anteriormente as próximas considerações irão circunscrever-se a geografia Rio de Janeiro e posteriormente em relação a central de distribuição de Jacarepaguá. 3.2 ESTRUTURA FUNCIONAL DAS UNIDADES PERTENCENTES À GEOGRAFIA RIO DE JANEIRO DA EMPRESA DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS A geografia Rio de Janeiro é composta por: 1 fábrica de bebidas e quatro centrais de distribuição. A fábrica é localizada em Campo Grande e as quatro centrais de distribuição em: Jacarepaguá, São Cristóvão, Campo Grande e Campos dos Goytacazes. Com essas quatro centrais de distribuição tem-se o atendimento do estado do Rio de Janeiro. Cada central de distribuição apresenta a estrutura organizacional que será descrita a seguir: • Área de logística: Composta pelo coordenador de distribuição, o gerente de operações e distribuição, coordenador do armazém, supervisores de distribuição e do armazém, analistas de controle e do armazém e os técnicos em roteirização. Esta área tem como objetivo precípuo realizar com os menores custos e um elevado nível de serviço a entrega dos produtos comercializados pela empresa. Para isso tem-se a gestão das operações de armazenagem e compra dos produtos, gestão das rotas de entrega (identificando as 67 anomalias que vem ocorrendo, procurando corrigi-las) e o estabelecimento de uma relação de parceria com a empresa transportadora. • Área de vendas: Composta pelo gerente de distribuição direta, gerentes de vendas, os supervisores de vendas e os vendedores. A área de vendas tem como objetivo estar presente periodicamente em todos os pontos de venda para a comercialização dos produtos da empresa, visando compreender de forma clara quais são as necessidades dos clientes. Esta área também realiza a negociação de preços junto aos consumidores e promoções visando a alavancagem em suas vendas. Além disso, esta área desenvolve a previsão de vendas que se coloca como pilar principal para a estruturação de todas as metas da área de logística de uma forma geral. • Área de marketing: Com relação à área de marketing esta trata essencialmente de como a empresa é visualizada no mercado e de que forma os consumidores vêem os produtos comercializados pela empresa. Além disso, trata da questão de patrocínios a eventos realizados ou não pela empresa e como os produtos da empresa estão sento expostos nos pontos de venda, orientando os pontos de venda a posicionar todo o material de exposição da empresa em pontos estratégicos, permitindo com isso uma visualização clara e objetiva por parte dos consumidores em relação aos produtos comercializados pela empresa. • Área de Recursos Humanos: Suporte em recrutamento, seleção e treinamento de todos os funcionários da empresa. • Área Administrativo-Financeiro: Apuração de resultados, suporte em informática, faturamento, gestão de riscos e cadastro de clientes e análise das informações referentes à situação financeira dos mesmos. Essa área é subdividida da seguinte forma: tecnologia da informação – suporte na manutenção dos computadores e nos sistemas fornecedores de informações gerenciais, faturamento – emissão de notas fiscais e relação de entrega contendo a seqüência de clientes a serem atendidos e os produtos que cada cliente comprou e a área de riscos – trata essencialmente da estruturação de ações que visam a mensuração e a prevenção de prejuízos financeiros em relação a produtos que chegam avariados da fábrica e de produtos que se encontram avariados no armazém. Além disso, a área de riscos trata, juntamente com a 68 equipe de rastreamento, da mensuração e prevenção no roubo das cargas distribuídas pelos caminhões. • Centro de assistência técnica: realiza a manutenção dos equipamentos disponibilizados pela empresa ao cliente. • Central de monitoramento: realiza o monitoramento dos veículos que estão realizando as entregas na rua, enviando para os analistas de rota e supervisores de distribuição informações referentes a devolução de produtos, problemas de pagamento do cliente, quantas entregas faltam para a o término da rota e demais informações pertinentes a execução das entregas aos clientes. Dentre as áreas descritas anteriormente as considerações a seguir ficarão circunscritas à área de logística, em virtude do objetivo central do presente trabalho estar direcionado para a presente área, mas especificamente ao processo que permite a entrega dos produtos aos clientes. Com relação às centrais de distribuição o presente trabalho terá como foco a área de atendimento da central de distribuição de Jacarepaguá. Essa área e a infra-estrutura logística para atendê-la serão apresentadas nos tópicos subseqüentes a este. 3.3 ÁREAS DE ATENDIMENTO DA CENTRAL DE DISTRIBUIÇÃO DE JACAREPAGUÁ A central de distribuição de Jacarepaguá tem sua área de atendimento circunscrita a parte da Zona Norte e Oeste do Rio de Janeiro. Devido ao tamanho e complexidade quanto às características de atendimento da área da central de distribuição de Jacarepaguá, ocorre a subdivisão desta área no software de roteirização em duas sub-áreas: área de roteirização 8 e área de roteirização 3. Essas áreas encontram-se descritas na figura abaixo, posteriormente será apresentada uma visão geral da área de atendimento da central de distribuição de Jacarepaguá. Devendo-se considerar que os pontos em amarelo representam os pontos de venda e o ponto em vermelho a central de distribuição de Jacarepaguá. 69 Figura 16 – Área de roteirização 8. Figura 17 – Área de roteirização 3. 70 No entanto, deve-se destacar que essa área de atendimento sofreu uma modificação considerável a partir de 14/08/2006, quando foi efetivada a retirada de duas partes dessa área de atendimento. Essa mudança teve como objetivo desobstruir em termos logísticos a central de distribuição de Jacarepaguá. As áreas foram para a central de distribuição de Campo Grande e São Cristóvão. Abaixo é apresentada a área de atendimento geral antes dessa mudança. Posteriormente são apresentadas as áreas de atendimento que foram para a central de distribuição de Campo Grande e São Cristóvão respectivamente. Figura 18 – Área de atendimento antiga (antes de 14/08/2006) da central de distribuição de Jacarepaguá. 71 Figura 19 – Área de atendimento que passou a ser atendida pela central de distribuição de Campo Grande. Figura 20 – Área de atendimento que passou a ser atendida pela central de distribuição de São Cristóvão. 72 As áreas que foram para a central de distribuição de Campo Grande e São Cristóvão compreendem as seguintes regiões: entre o metrô da Pavuna e a Av. Nazaré – Campo Grande e o bairro de Sampaio e o morro do Jacarezinho – São Cristóvão. Com a mudança a área de atendimento da central de distribuição de Jacarepaguá ficou conforme a figura abaixo. Figura 21 – Área de atendimento atual da central de distribuição de Jacarepaguá. 3.4 INFRA-ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E LOGÍSTICA DA CENTRAL DE DISTRIBUIÇÃO DE JACAREPAGUÁ Atualmente, em termos de infra-estrutura logística, a central de distribuição de Jacarepaguá opera em sua área de logística com uma frota de 100 caminhões da frota fixa e 20 caminhões pertencentes à frota extra (freteiros – contratados por viagem de acordo com o volume de vendas). Esses 100 caminhões apresentam os seguintes perfis: 10 baias alto, 10 baias rebaixado, 8 baias alto, 8 baias rebaixado, 6 baias alto, 6 baias rebaixado, 12 baias aberto, carreta e 8 baias aberto. 73 Com relação a equipe de trabalho tem-se: 1 gerente de operações e distribuição GOD, 1 coordenador de distribuição, 1 supervisor de distribuição, 4 analistas de rota, 1 coordenador de armazém, 3 supervisores de armazém, 60 conferentes (realizam o carregamento do caminhão), 1 analista de armazém, dois controllers (registram e analisam a quantidade de produtos que entra e sai da central de distribuição) e dois técnicos em roteirização que utilizam o software de roteirização para realizar a seqüência de entregas de cada caminhão. GOD Coord. Armazém Sup. Armazém Sup. Armazém Coord. Distribuição Sup. Armazém Controller Conferentes 20 Confe rentes Conferentes 20 Supervisor Distrib. Analista Controller Controller Conferentes 20 Analista de Rota (I) Analista de Rota (II) Analista de Rota (III) Analista de Rota (IV) Analista de Rota (V) Analista de Rota (VI) Tec. Roteirização (I) Tec. Roteirização (II) Figura 22 – Organograma da área de logística da central de distribuição de Jacarepaguá. 3.5 MACRO FLUXO DE OPERAÇÕES O macro fluxo de operações congrega todas as etapas pertinentes ao processo de entrega de produtos da empresa distribuidora de bebidas, ou seja, desde o momento em que ocorre a venda do produto até a entrega deste ao cliente. Inicialmente será exposta uma visão ampla do macro fluxo de operações para que posteriormente sejam apresentados seus fluxos internos principais: fluxo entrega rota, recebimento puxada, carregamento e fluxo de roteirização. 74 Partindo de uma visão geral do macro fluxo de operações temos os seguintes fatores principais que o compõe e suas respectivas funções: • Vendas: processo através do qual o vendedor visita os pontos de venda e digita o pedido do cliente em seu palmtop. Após essa etapa o vendedor retorna a central de distribuição, comparece até a área de tecnologia de informação e descarrega as informações de vendas inseridas no palmtop no sistema integrado de gestão, com o objetivo de que essas informações de vendas sejam inseridas na grade que contemplará todos os pedidos realizados no dia da venda. • Financeiro: recebimento do arquivo contendo todos os pedidos de compra dos clientes e com isso é encerrado o processo de descarga de informações de venda do palmtop dos vendedores no sistema integrado de gestão (“corte do link”). Como etapa subseqüente efetua-se a crítica dos pedidos, ou seja, todos os clientes que apresentarem alguma pendência financeira com a empresa não terão sua compra efetuada. Além disso, o financeiro realiza a emissão das notas fiscais, boletos de pagamento e no momento em que o veículo retorna a central de distribuição após realizar as entregas ocorrem o processo de prestação de contas financeiras, que visa comparar o valor das mercadorias que o caminhão tinha de entregar aos clientes em relação ao dinheiro que a equipe de entrega trouxe. • Entrega: roteirização e escala de equipes. Após o processo de roteirização realiza- se a geração de uma série de relatórios gerenciais – planejamento e controle de distribuição – PCD que visam fornecer informações com relação à operação de entrega. • Armazém: Nas etapas iniciais do macro fluxo de operações o armazém realiza a gestão da grade de estoque que visa comparar quais foram os produtos vendidos e suas respectivas quantidades demandadas em relação aos que se encontram disponíveis no armazém. Esse processo de verificação está diretamente relacionado à programação de puxada, que se refere ao processo de abastecimento da central de distribuição. Nas etapas subseqüentes ocorre a separação das relações de entrega (mapas), contendo a seqüência de clientes a serem entregues no dia por caminhão, ou seja, cada relação de entrega contém a seqüência de clientes a serem atendidos por um caminhão no dia entrega. Além disso, deve-se destacar que no retorno dos caminhões a central de distribuição o armazém realiza a conferência física do caminhão que seria o processo de verificar se houve devolução de produtos e se os produtos que apresentam embalagens retornáveis não sofreram nenhum tipo de avaria durante o trajeto. 75 Para permitir uma melhor compreensão dos fatores mencionados acima e como estes interagem entre si tem-se a seguir a exposição gráfica do fluxo de macro operações da empresa distribuidora de bebidas. Nesse fluxo deve-se destacar que algumas etapas do processo de entrega e armazém são qualificadas como sendo críticas, ou seja, são etapas que exercem um impacto considerável na operação como um todo. Figura 23 – Representação gráfica do macro fluxo de operações Após a exposição do macro fluxo de operações devem-se descrever os principais fluxos que ocorrem no interior desse macro fluxo e que permitem a entrega dos produtos aos pontos de venda. 3.5.1 Fluxo entrega rota O fluxo entrega rota refere-se à etapa que congrega todo o processo diretamente relacionado à entrega dos produtos pela empresa distribuidora de bebidas, ou seja, todos os fatores e situações que se vinculam ao processo de entrega. Neste caso o processo inicia-se com a preparação para saída em rota que congrega a conferência da carga transportada e das notas fiscais e termina no retorno a central de distribuição para a prestação de contas físicas e 76 financeiras. Esse fluxo opera da seguinte forma: o motorista ao chegar ao PDV confere juntamente com o cliente a quantidade de produto demandada e o valor da nota fiscal, caso não haja nenhuma anomalia o PDV irá receber a mercadoria e a equipe de entrega irá conferir o vasilhame e apurar o refugo, ou seja, a equipe verificará se o PDV tem o mesmo número de vasilhames com a marca da bebida que a equipe estará entregando neste PDV e se as garrafas de bebidas não apresentam alguma avaria. No entanto, se houver alguma anomalia e o PDV não receber a mercadoria a equipe de entrega deve entrar em contato com o analista de rota e o supervisor da transportadora. A partir deste momento o fluxo pode ser direcionado para a possibilidade de o PDV aceitar em refugar as garrafas e do vasilhame ser suficiente para a realização da entrega. Por fim se não houver mais nenhuma anomalia equipe de entrega continuará a seqüência de entregas sem maiores problemas. A seguir o fluxo encontra-se graficamente esmiuçado, com o objetivo de permitir uma compreensão mais aprofundada em relação ao fluxo entrega rota. Figura 24 – Representação gráfica da primeira etapa do Fluxo Entrega Rota. 77 Figura 25 – Representação gráfica da segunda etapa do Fluxo Entrega Rota. Figura 26 – Representação gráfica da terceira etapa do Fluxo Entrega Rota. 78 Figura 27 – Representação gráfica da quarta etapa do Fluxo Entrega Rota. Com o objetivo de finalizar a exposição do fluxo entrega rota tem-se a tabela abaixo que coloca como o processo deve ser executado pela equipe de entrega. Figura 28 – Descrição das etapas principais do fluxo entrega rota. 79 3.5.2 Fluxo recebimento de Puxada Esta etapa refere-se ao recebimento da mercadoria proveniente da fábrica, conferência em termos de quantidade, se existem avarias nas mercadorias recebidas na central de distribuição e demais ações de registro de avarias/medidas a fim de que a transportadora venha a ressarcir a empresa distribuidora de bebidas. O fluxo encontra-se descrito graficamente abaixo em duas etapas: fluxo de recebimento da puxada e armazenagem. Figura 29 – Representação gráfica da primeira etapa do fluxo recebimento da puxada Figura 30 – Representação gráfica da segunda etapa do fluxo recebimento da puxada 80 3.5.3 Fluxo do carregamento Os fluxos referentes ao carregamento subdividiram-se em duas etapas: carregamento dos caminhões e blitz do carregamento. Figura 31 – Representação gráfica da primeira etapa do Fluxo do carregamento. Figura 32 – Representação gráfica da segunda etapa do Fluxo do carregamento. 81 3.5.4 Fluxo retorno de rota Este fluxo refere-se à etapa de prestação de contas físicas e financeiras que visam apurar as quantidades físicas e financeiras do caminhão no momento que este chega a central de distribuição. Abaixo se descreve graficamente a seqüência de etapas pertencentes a esse fluxo. Figura 33 – Representação gráfica da primeira etapa do fluxo de retorno de rota. Figura 34 – Representação gráfica da segunda etapa do fluxo de retorno de rota. 82 3.5.5 Fluxo de roteirização O fluxo de roteirização refere-se ao processo de importação do arquivo de pedidos e, por conseguinte geração automática de rotas, por intermédio do software de roteirização. Abaixo é descrito o fluxo de roteirização em todas as suas etapas e as eventuais decisões a serem tomadas com relação à produtividade das rotas. Figura 35 – Descrição do fluxo de roteirização 3.6 SOFTWARE DE ROTEIRIZAÇÃO O software de roteirização constitui-se como a ferramenta utilizada para a geração das rotas contendo um determinado número de clientes atendidos por um veículo específico. Além disso, por intermédio de determinadas alternativas de roteirização as rotas são geradas com o objetivo de atingir-se o menor custo total em quilometragem percorrida e tempo. O software de roteirização em questão apresenta algumas características específicas que serão descritas a seguir. 83 3.6.1 Ambiente de roteirização O software de roteirização que será analisado no presente trabalho apresenta como layout de roteirização o mapa da área de atendimento. Sobre as ruas e avenidas dessa área é criada a chamada malha viária que se refere à conexão do mapa com as características em relação a mãos de direção, velocidade de via e horário do rush pela manhã e pela tarde, ou seja, a malha viária permite a caracterização das ruas e avenidas no software, objetivando com isso a criação dos trajetos pelo mesmo. Abaixo é apresentado o ambiente de roteirização com a malha viária que, como foi colocado anteriormente, deve caracterizar fielmente as características de ruas e avenidas. Figura 36 – Ambiente de roteirização Deve-se destacar na figura exposta anteriormente que os pontos verdes representam pontos de venda e os amarelos representam pontos de conexão da malha viária, ou seja, são pontos indicativos de que o veículo deve passar por esse ponto para atender um outro grupo de clientes. Nesse caso esses pontos representam as esquinas das ruas e avenidas. Outro aspecto importante a ser destacado desse software é que o mesmo utiliza, como 84 uma das estratégias de roteirização, a associação e determinados números específicos (territórios) aos clientes. O objetivo de associarem-se territórios aos clientes tem como foco determinado qual perfil de caminhão irá atender determinado cliente. 3.6.2 Gerenciador de dados O gerenciador de dados representa todas as informações referentes ao cadastro dos produtos, frota de veículos da empresa, cadastro de motoristas/ajudantes e perfil dos veículos cadastrados. 3.6.2.1 Cadastro de produtos O cadastro de produtos apresenta todos os produtos inseridos na base de informações do software de roteirização. A unidade de produto utilizada pelo software de roteirização é a dúzia. As conversões de todos os produtos para uma unidade comum foram feitas com base no vasilhame de cerveja. As conversões foram realizadas da seguinte forma: foram mensurados durante vários dias quantos vasilhames de todos os produtos comercializados pela empresa cabem em 1 baia do caminhão, após essa mensuração foi constatado que 42 vasilhames cabem em 1 baia. Na conversão para dúzias foi realizado o seguinte: multiplicaram-se os 42 vasilhames por 2 e obteve-se 84 dúzias. Para os outros produtos a conversão seria feita da seguinte forma: quantidade de vasilhames de cerveja 600 ml que cabem em 1 baia dividido pela quantidade de vasilhames do outro produto que cabem em uma baia. Em seguida multiplica-se esse valor por dois e obtém-se a conversão em dúzias do referido produto. 3.6.2.2 Cadastro de veículos da empresa Informações referentes a todos os veículos da central de distribuição com os respectivos motoristas e ajudantes de cada veículo. 85 3.6.2.3 Cadastro de motoristas e ajudantes Contém a informação de todos os motoristas e ajudantes presentes na central de distribuição com suas respectivas remunerações. 3.6.2.4 Perfil dos veículos cadastrados Apresenta o perfil de todos os caminhões da central de distribuição, ou seja, quanto cada veículo pode transportar custo por hora e quilometragem e a capacidade volumétrica e de peso dos caminhões. Abaixo são apresentados todos os perfis de veículos existentes na central de distribuição e suas respectivas capacidades. Além disso, cada veículo apresenta uma denominação de tipo que é representada por uma letra do alfabeto. Considerando que todos os caminhões são de 3 eixos excetuando-se os tipos A, K, F e L, que são de dois eixos. Tipo Perfil Capacidade (dúzias) A A BAU 8 PALLETES 672 B B TRUCK DE CHOPP 1512 D D BAU 10 PALLETES 840 F F MB 914 ABERTA 360 H H TRUCK 10 PALLETS REBAIXADO SPOT 812 I I BAU 10 PALLETES REBAIXADO 784 J J BAU 8 PALLETES REBAIXADO 616 K K TOCO 8 PALLETS ABERTO 560 L L MB 914 BAU 420 Tabela 3 – Perfil de veículos utilizados pela central de distribuição de Jacarepaguá 3.6.3 Parâmetros São responsáveis por observar e respeitar características pré-estipuladas para as rotas. Sendo possível a criação de diferentes conjuntos de parâmetros de roteirização para diferentes situações de distribuição a cada dia da semana. 86 Os parâmetros congregam os seguintes fatores: • Fatores de ajustes: são determinados fatores registrados em percentual que permitem o ajuste da capacidade do veículo roteirizado (refere-se à capacidade cadastrada no gerenciador de dados), do tempo de espera no cliente (parâmetro de ajuste no tempo de espera do cliente), do tempo de deslocamento (parâmetro de ajuste da velocidade da malha viária, sendo que aumentando o tempo dirigindo, estaremos diminuindo a velocidade da malha viária), do tempo de entrega (parâmetro de ajuste do tempo entregando no cliente) e do tempo de entrega com ajudante (ajuste no tempo de entrega dos veículos com mais de um motorista cadastrado no gerenciador de dados). • Dados do horário de despacho: refere-se às informações relacionadas ao horário de saída das rotas da central de distribuição. Este grupo congrega os seguintes elementos: horário preferencial de despacho (determina o horário preferencial para a rota sair da central de distribuição), intervalo mínimo entre despachos (refere-se ao intervalo mínimo que deve existir entre os horários de saída das rotas) e retardo de despacho (estabelece um tempo mínimo entre o final da roteirização – horário configurado do equipamento – e o horário para o início do despacho das rotas). • Intervalos da equipe de entrega: refere-se aos intervalos que a equipe de entrega, pode realizar durante a sua jornada de trabalho. Este fator apresenta os seguintes elementos: número máximo de intervalos da equipe de entrega (número máximo de paradas que a equipe de entrega pode realizar), tempo máximo antes do intervalo (máximo de horas/minutos em rota antes da parada programada – almoço), tempo de deslocamento máximo antes do intervalo (máximo de horas/minutos que um motorista pode dirigir antes da parada programada), duração do intervalo (tempo em horas/minutos de duração da parada programada) e horário inicial do intervalo (horário preferido para a parada programada – almoço). • Custos da rota: referem-se aos custos gerados pelas rotas. Esses custos circunscrevem-se ao custo de despacho por hora (este apresenta uma faixa que vai de 0 a 650 e que quanto maior for esse fator de penalidade, maior será a prioridade para respeitar o horário de despacho determinado), ao custo da penalidade da janela de inconveniência por 87 hora (quanto maior for essa penalidade, maior será a prioridade para respeitar o horário de inconveniência), salário por hora (custo médio por hora de trabalho), salário por hora extra (custo médio por hora extra) veículo por hora (custo médio do veículo pro hora) e veículo pro quilometro (custo médio do veículo por quilometro). Deve-se acrescentar a questão de custos que os custos por hora alta fará com que o software de roteirização privilegie caminhos de velocidade maior. Da mesma forma, um custo por quilometro alto, fará com que o roteiro seja criado privilegiando caminhos de distâncias menores. • Limites da rota: este fator refere-se aos limites impostos as rotas geradas pelo software de roteirização. Este grupo congrega os seguintes elementos: número máximo de rotas (número máximo de rotas permitidas para a roteirização), distância máxima por rota (quilometragem máxima permitida por rota), número máximo de clientes por rota, tempo máximo por rota (número máximo de horas em rota, sem considerar o tempo para parada programada – almoço), tempo de deslocamento máximo (número máximo de horas/min que o motorista pode dirigir em rota), tempo máximo antes da hora extra (número máximo de horas/min em rota dirigindo e descarregando, antes da contagem da hora extra), espera máxima por cliente (número máximo de horas/min de espera para início do serviço de entrega no cliente, em relação ao horário de abertura do seu estabelecimento), tempo de atraso máximo por parada (número máximo de horas/min de atraso, por cliente, em relação ao horário de fechamento do estabelecimento dos clientes), tempo adiantado máximo por parada (número máximo de horas/min de antecedência por cliente em relação ao horário de abertura do estabelecimento dos clientes, com isso o software de roteirização poderá considerar o início do serviço antes do horário de abertura estipulado para o estabelecimento do cliente), média máxima de quilometro por hora, tempo mínimo entre clientes (intervalo mínimo entre dois clientes em horas/min, usado para especificar um tempo mínimo de deslocamento entre pontos) e limite da capacidade dos veículos que poderá ser realizada através de peso, volume ou ambos. • Hora do rush: informar os horários em que a velocidade da malha viária sofre uma degradação. Este grupo é composto pelos seguintes elementos: hora de rush da manhã (intervalo de horário do rush pela manhã), hora de rush da tarde (intervalo de horário do rush pela tarde) e degradação padrão (fator através do qual a velocidade será degradada nos horários de rush). 88 • Opções de rota: esse fator representa a possibilidade de serem inseridas algumas opções de roteirização. Esse grupo congrega os seguintes elementos: hiper-rota (algoritmo utilizado para obtenção de ligeiras melhorias no resultado final da roteirização), inventário de veículo (ao acionar essa opção o software utilizará o número de veículos disponíveis ao invés do número total), algoritmo de pedido grande (utilizado para dar prioridade aos maiores pedidos durante a roteirização), % interação da rota (usado para determinar uma porcentagem na interação do algoritmo), respeitar territórios (esta opção visa respeitar ou não os territórios criados para os clientes), conjunto de regras de roteirização (selecionar o conjunto de regras para roteirização). Esse elemento será mais bem esmiuçado no próximo tópico referente a regras de roteirização. 3.6.4 Regras de roteirização Para que a simulação e o planejamento da roteirização contemplem todas as situações que acontecem no atendimento diário ao cliente, o software de roteirzação possibilita o estabelecimento de algumas regras. As regras são utilizadas para impor associações entre elementos que compõem a roteirização, como veículos, depósitos, territórios, clientes, etc. Com isso é possível determinar, por exemplo, que determinado tipo de veículo não pode atender determinado cliente ou que determinado veículo só pode ser associado a determinado território, etc. As regras de roteirização são representadas por seis categorias principais: • Regras em relação a produtos: as regras relacionadas com produtos referem-se à possibilidade de um determinado produto ser ou não entregue por um veículo ou depósito. Sendo que ainda tem-se a possibilidade do estabelecimento de um horário de despacho específico para alguns produtos. • Regras em relação ao depósito: essas regras estabelecem a possibilidade de inserção de um horário de despacho para um depósito e fixar o número de rotas para determinado depósito. • Regras em relação aos motoristas: restringir que determinado motorista seja associado a determinados territórios e veículos. 89 • Regras referentes a custos: serve para especificar o limite de tempo usado para calcular o custo de trabalho e o custo de hora extra de trabalho. • Regras de grupos de território: esta regra representa a possibilidade das rotas atenderem clientes de diferentes territórios e que estejam inseridos no mesmo grupo de territórios. • Regras referentes a tipo de veículo: estabelece a possibilidade de um determinado tipo de veículo em atender um território específico, ou o inverso, um veículo que não poderá atender a um território específico. 3.6.5 Roteirização dos pedidos Após a descrição dos agentes que influenciam na roteirização dos pedidos tem-se a última etapa que se refere à roteirização propriamente dita dos pedidos. Para isso essa opção apresenta as seguintes alternativas: • Respeitar territórios por viagem: esta opção deve ser utilizada para roteirizações com territórios e múltiplas viagens. Acione essa opção para que todas as viagens dos veículos tenham o mesmo território como destino, caso contrário um veículo poderá realizar cada viagem em um território diferente. • Respeitar regras de produtos por viagem: essa opção deve ser utilizada para roteirizações com regras de produtos. Acione esta opção para que todas as viagens do veículo tenham o mesmo tipo de produto, caso contrário um veículo poderá realizar cada viagem com um tipo diferente de produto. • Inicializar inventário de veículos: Utilizado para deixar o número de veículos cadastrados igual ao número de veículos disponíveis no inventário de veículos. • Confirmar re-roteirizar todos os clientes: com essa opção acionada, toda a vez que os pedidos forem novamente roteirizados, uma mensagem será apresentada para confirmar a roteirização evitando que as rotas sejam substituídas acidentalmente. • Executar resequenciador após geração de rotas: o acionamento desta opção pode resultar em rotas com seqüência melhoradas, mas aumentará o tempo necessário para geração das rotas. 90 • Limites de rotas por território: ao roteirizar respeitando territórios (limites máximos de rota, dos parâmetros), pode-se definir o número máximo de rotas, por território. • Flexibilidade dos territórios: quando se roteiriza com territórios é possível mudar o grau de flexibilidade destes, permitindo que clientes que estejam próximos ao limite entre territórios possam ser atendidos por rotas do território vizinho. 4 ASPECTOS QUE PRECEDEM ALTERNATIVAS DE AS ANÁLISES COMPARATIVAS ROTEAMENTO PRESENTES NO SOFTWARE DAS DE ROTEIRIZAÇÃO As análises comparativas entre as alternativas de roteamento foram desenvolvidas por intermédio da formação de cenários simulados de roteirização que foram subdivididos nas seguintes categorias: pontos concentrados próximos um dos outros, pontos concentrados e afastados um dos outros e pontos concentrados ao redor da Central de Distribuição – CDD. Paralelamente a isso os cenários simulados apresentarão diferenciações de volume classificadas em três níveis: alto, médio e baixo. Com isso serão formados cenários com as três categorias (pontos concentrados próximos um dos outros, pontos concentrados e afastados um dos outros e pontos concentrados ao redor da Central de Distribuição – CDD) mencionadas anteriormente nos três níveis de volume citados. Outro aspecto importante na formação dos cenários simulados de roteirização referese aos itens que compõem os parâmetros de roteirização e que se colocarão como restrições a resolução das alternativas de roteamento. Dentre esses itens, mencionados no tópico 3.6.3, serão utilizados os seguintes: distância por rota, número de clientes por rota, tempo em rota, tempo de deslocamento, tempo de espera por rota e número de rotas, média máxima de quilômetros por hora, tempo máximo antes da hora extra e remuneração por hora e por hora extra da equipe de entrega, o custo por quilometragem percorrida e o custo por hora. Os demais itens não serão utilizados em virtude de sua difícil mensuração e de não estarem prontamente registrados em nenhuma fonte de informação da empresa distribuidora de bebidas. A mensuração dos itens que compõem os parâmetros de roteirização foi desenvolvida da seguinte forma: 92 • Os itens distância por rota, número de clientes por rota, tempo em rota, tempo de deslocamento, tempo de espera por rota serão calculados por intermédio da média e o maior valor registrado, em cada nível de volume, das rotas que realizam o atendimento das áreas (pontos concentrados próximos um dos outros, pontos concentrados e afastados um dos outros e pontos concentrados ao redor da Central de Distribuição – CDD) descritas no primeiro parágrafo. Para essa mensuração foram analisados cerca de 206 dias de entrega excetuando-se Domingo, após a separação de áreas de atendimento mencionadas no tópico 3.3, que foram classificados em três níveis: alto volume, médio volume e baixo volume. Com relação a essas faixas de volume estas foram determinadas tendo como base o maior volume vendido dentre todos os dias de entrega, ou seja, as faixas percentuais foram determinadas em relação ao maior volume, estabelecendo-se o quanto em termos percentuais o volume vendido em um dia corresponde ao maior volume vendido dentre todos os dias. Para isso tivemos as seguintes faixas de volume: volume vendido entre 100%-75% (alto volume) do maior volume, 75%-50 (médio volume) do maior volume e abaixo de 50% (baixo volume) do maior volume. Os itens destacados anteriormente foram então consolidados (reunião dos dados referentes as rotas que realizam o atendimento das áreas utilizadas para as simulações) e foi extraída uma média e o maior valor para cada nível de volume e em relação ao conjunto de rotas que realizam o atendimento das áreas (pontos concentrados próximos um dos outros, pontos concentrados e afastados um dos outros e pontos concentrados ao redor da Central de Distribuição – CDD) descritas no primeiro parágrafo. • Em contrapartida aos itens destacados anteriormente os demais serão fixos. Tendo em vista que esses itens foram obtidos por intermédio da transportadora, que os considera fixos por no mínimo seis meses. Devendo-se destacar que o número de rotas foi sensibilizado conforme o volume vendido, ou seja, a divisão do volume total vendido em relação a capacidade média dos veículos utilizados. • Para uma melhor compreensão dos itens referentes a custos da rota, remuneração da equipe de entrega e velocidade média utilizada, são apresentados alguns esclarecimentos importantes: • A média de quilômetros por hora é fornecida pela transportadora que a calcula por intermédio de acompanhamentos de consumo de combustível 93 realizados pela transportadora. Para o presente trabalho a velocidade média utilizada foi a de 40 Km/h. • A remuneração por hora (RH) e por hora extra (REX) é calculada da seguinte forma: • Horas de trabalho máxima por equipe de entrega (HTM): 10h20min. • Salário fixo mensal (equipe de entrega = motorista + 2 ajudantes) (SFM): R$3.270.25 (referentes a Abril de 2007). • Dias trabalhados (excetuando-se os Domingos) (DT): 25 dias. • A fórmula encontra-se descrita abaixo: RH = SFM (HTM*DT) • Considerando que: RH = REX Remuneração total (RT) = RH + RE • Com os dados descritos anteriormente a remuneração por hora e por hora extra é de R$ 12.70 (Referentes a Abril de 2007). • Com relação aos dados referentes a custo do veículo esses são calculados da seguinte forma: Custo da Rota (CR) = Custo Hora da Rota (CHR) + Custo Quilometragem da Rota (CQR) • O custo quilometragem da rota foi extraído do sistema de remuneração da transportadora (SRTRANS), sendo este custo igual a R$ 1,17/ Km (Reais de Abril de 2007). • Com objetivo de não priorizar o fator tempo ou quilometragem na formação das rotas o CHR foi igualado ao CQR. Isso se deve a possível escolha que as alternativas de roteamento fariam conciliando o fator tempo e quilometragem, ou 94 seja, conforme o tópico 3.6.3, no qual é colocado que os custos por hora alta farão com que o software de roteirização privilegie caminhos de velocidade maior. Da mesma forma, um custo por quilometro alto, fará com que o roteiro seja criado privilegiando caminhos de distâncias menores. Com isso o CHR será igual a R$ 1,17/ Hora. • O custo quilometragem da rota (CQR) apresenta os seguintes parâmetros: • Custo por litro de combustível. • Manutenção do veículo por quilometragem. • Manutenção da carroceria por quilometragem. • Pneus (custo por quilometragem). • Lavagem (custo por quilometragem). • Com os dados descritos anteriormente o custo por quilometragem da rota é calculado da seguinte forma: Custo Quilometragem da Rota (CQR): Quilometragem (Km) * Custo quilometragem (Rota) • Com os dados expostos anteriormente o custo total da rota é calculado da seguinte forma: Custo total da rota = CVR + RT Complementando as questões propostas anteriormente deve-se enaltecer que a formação dos cenários simulados de roteirização teve como base os 14 problemas de Christofides, Mingozzi e Toth (1979), que se encontram descritos no anexo deste trabalho, assim como a descrição do tamanho dos cenários simulados de roteirização e da demanda total dos clientes. No entanto, deve-se destacar que a estruturação desses cenários não seguiu os parâmetros impostos pelos 14 de problemas de Christofides, Mingozzi e Toth (1979), mas sim a característica básica desse tipo de teste, que pressupõe variações de volume, tamanho dos problemas teste e nos parâmetros que impõem restrições ao problema de roteamento de veículos. 95 A seguir é apresentado um esquema que simplifica as questões expostas anteriormente, permitindo uma melhor compreensão da formação dos cenários simulados de roteirização. Além disso, deve-se destacar que a descrição dos cenários simulados de roteirização em relação ao tamanho do cenário (número de clientes) e demanda total estão inseridos nos anexos desse trabalho. Categorias Níveis de volume Itens do parâmetro de roteirização Pontos concentrados Volume Itens calculados com próximos um dos outros Alto base na média Cenários simulados de roteirização Pontos concentrados próximos um dos outros nos três níveis de volume e para cada nível tem-se itens dos parâmetros de Pontos concentrados e Volume afastados um dos outros Médio roteirização calculados pela média e pelo maior valor Itens calculados com base no maior valor Pontos concentrados ao Volume redor da central de Baixo distribuição registrado Pontos concentrados afastados um dos outros nos três níveis de volume e para cada nível tem-se itens dos parâmetros de roteirização calculados pela média e pelo maior valor registrado Pontos concentrados afastados um dos outros nos três níveis de volume e para cada nível tem-se itens dos parâmetros de roteirização calculados pela média e pelo maior valor registrado 96 Figura 37 – Formação dos cenários simulados de roteirização. 5 ANÁLISES COMPARATIVAS DAS ALTERNATIVAS DE ROTEAMENTO PRESENTES NO SOFTWARE DE ROTEIRIZAÇÃO Para o desenvolvimento das análises comparativas serão consideradas 5 alternativas de roteirização: alternativa (1) – baseado no algoritmo de Fisher e Jaikumar priorizando a formação de grupos de pontos de venda (clusterização), fazendo com que as rotas sejam formadas com pontos de venda do mesmo território; alternativas (2), (3), (4) e (5) são baseadas em variações crescentes da possibilidade de inserção e redução de rotas (r-opt). Abaixo é apresentado um fluxo que relaciona as alternativas de roteamento em relação ao embasamento teórico que estrutura a forma de resolução das mesmas. A seguir serão apresentadas as análises que foram divididas de acordo com as características básicas dos cenários de roteirização: pontos de venda concentrados, pontos de venda concentrados e afastados um dos outros e pontos de venda ao redor do CDD. 98 Alternativas de roteamento Alternativa de roteamento (1) Embasamento teórico Fisher e Jaikumar (1981) – Baseia-se na formação de agrupamento de clientes, fazendo com que rotas de Alternativa de territórios diferentes roteamento (2) interação alguma. não tenham Alternativa de roteamento (3) Baseia-se em métodos r-opt nos quais ocorre interação entre as rotas, Alternativa de apresentando um grau crescente (3-4- roteamento (4) 5) de possibilidade de inserção de Alternativa de clientes de outra rota. roteamento (5) Figura 38 – Fluxo relacionando as alternativas de roteamento em relação as suas características básicas de resolução. 5.1 PONTOS CONCENTRADOS E PRÓXIMOS UM DOS OUTROS Esse cenário refere-se à situação na qual existem pontos concentrados em uma determinada área e que são muito próximos um dos outros, viabilizando a possibilidade de interação entre as rotas que realizarão o atendimento desta área. Posteriormente as alternativas de roteirização serão analisadas considerando variações de volume por cliente e o valor dos parâmetros de roteirização. Devendo-se destacar que os elementos a serem indicados no campo produtividade referem-se respectivamente a: Caixas/viagem e Caixas/Caminhão (conversão de caixas em dúzias). Com relação aos dois últimos itens, presentes nas colunas de todas as tabelas das análises dos cenários simulados de roteirização, estes são conceituados no anexo (terminologias específicas) deste trabalho. 99 5.1.1 Cenário (1): Pontos concentrados e próximos um dos outros – Volume alto Os resultados obtidos pelas alternativas de roteirização no cenário (1) encontram-se na tabela descrita abaixo respectivamente nas seguintes circunstâncias: parâmetros com os valores médios e o maior valor. Alternativas Média de Tempo (h: mm) Média de Km Nº Rotas Custo total (R$) Recarga (nº viagens) Produtividade (Dúzias) Alternativa (1) 4:46 53.70 8 841.91 2 (412) – (549) Alternativa (2) 5:10 53.43 7 774.44 1 (471) – (549) Alternativa (3) 5:09 54.17 7 776.63 2 (471) – (659) Alternativa (4) 5:46 55.91 6 724.25 1 (549) – (659) Alternativa (5) 5:46 55.91 6 724.25 1 (549) – (659) Tabela 4 – Resultados do cenário (1) para pontos concentrados e próximos um dos outros no volume alto e com parâmetros obtidos da média dos dados reais consolidados. Alternativas Média de Tempo (h: mm) Média de Km Nº Rotas Custo total (R$) Recarga (nº viagens) Produtividade (Dúzias) Alternativa (1) 6:34 55.48 5 657.54 1 (659) – (824) Alternativa (2) 6:32 54.78 5 652.91 1 (659) – (824) Alternativa (3) 6:32 54.83 5 653.10 1 (659) – (824) Alternativa (4) 6:32 54.83 5 653.10 1 (659) – (824) Alternativa (5) 6:32 54.83 5 653.10 1 (659) – (824) Tabela 5 – Resultados do cenário (1) para pontos concentrados e próximos um dos outros no volume alto e com parâmetros obtidos do maior valor dos dados reais consolidados. Analisando-se os resultados obtidos pelas alternativas de roteirização nessa situação específica constata-se que a alternativa (4) e (5) na tabela 4 obtiveram um resultado melhor na situação em que os parâmetros foram restringidos com a média, já a alternativa (2) na tabela 5 obteve um resultado melhor no momento em que os parâmetros foram consideravelmente flexibilizados por intermédio do maior valor registrado nos dados reais. Na tabela 5 com os parâmetros restringidos pelo maior valor o melhor desempenho foi alcançado pelas alternativas que apresentam como característica de resolução a forte interação com as áreas de atendimento próximas. Isso se deve ao volume vendido em determinadas áreas, que correspondiam a menos de 50% da capacidade do veículo que realiza o atendimento 100 desses pontos de venda, permitindo com isso a junção de determinadas rotas. Esse fato é comprovado pela redução no número de rotas das alternativas (4) e (5) na tabela 5 em relação às demais e conseqüentemente na redução do custo total. Outro aspecto a ser destacado refere-se aos valores médios de tempo e km, que nas alternativas (4) e (5) na tabela 4 foram superiores em relação às alternativas. Isso ocorre em virtude da característica de resolução das alternativas (4) e (5) que conforme os resultados da tabela 4 e por essas alternativas apresentarem como característica de resolução uma interação forte entre as rotas, provoca com isso um aumento no tamanho das mesmas e uma elevação nos níveis de produtividade da mesma. Na tabela 5 com os parâmetros restringidos pelo maior valor registrado nos dados reais o melhor desempenho foi alcançado pela alternativa (2). Nessa situação com os parâmetros bastante flexibilizados as alternativas (4) e (5) na tabela 5 não alcançaram um resultado satisfatório porque o aumento na quilometragem das rotas não foi contrabalanceado pela redução no número de rotas e, por conseguinte redução no custo total. Com isso a possibilidade de redução de uma rota na tabela 5 pela alternativa (2) não foi alcançada em virtude da limitação acentuada nos parâmetros de roteirização e da característica de interação entre rotas ser mínima nessa alternativa. 5.1.2 Cenário (2): Pontos concentrados e próximos um dos outros – Volume médio Os resultados obtidos pelas alternativas de roteirização no cenário (2) encontram-se na tabela descrita abaixo respectivamente nas seguintes circunstâncias: parâmetros com os valores médios e o maior valor. Alternativas Média de Tempo (h: mm) Média de Km Nº Rotas Custo total (R$) Recarga (nº viagens) Produtividade (Dúzias) Alternativa (1) 05:04 56.49 6 456.76 0 (307) – (307) Alternativa (2) 05:02 55.82 6 454.70 0 (307) – (307) Alternativa (3) 05:51 55.77 5 439.38 0 (369) – (369) Alternativa (4) 05:51 55.77 5 439.38 0 (369) – (369) Alternativa (5) 05:51 55.77 5 439.38 0 (369) – (369) Tabela 6 – Resultados do cenário (2) para pontos concentrados e próximos um dos outros no volume médio e com parâmetros obtidos da média dos dados reais consolidados. 101 Alternativas Média de Tempo (h: mm) Média de Km Nº Rotas Custo total (R$) Recarga (nº viagens) Produtividade (Dúzias) Alternativa (1) 6:43 57.77 4 401.66 1 (461) – (614) Alternativa (2) 8:13 61.61 3 368.52 0 (614) – (614) Alternativa (3) 8:29 60.41 3 380.48 0 (614) – (614) Alternativa (4) 8:29 60.41 3 380.48 0 (614) – (614) Alternativa (5) 8:29 60.41 3 380.48 0 (614) – (614) Tabela 7 – Resultados do cenário (2) para pontos concentrados e próximos um dos outros no volume médio e com parâmetros obtidos do maior valor dos dados reais consolidados. Na tabela 7 o melhor resultado alcançado em termos de custo total e produtividade foram alcançados pelas alternativas (3), (4) e (5). Isso se deve a característica de resolução dessas alternativas, que são baseadas em uma interação muito maior entre as rotas em relação às alternativas (1) e (2). Contrapondo-se a situação anterior a alternativa (3) também obteve um desempenho superior em virtude da composição do volume que permitiu a redução de uma rota em virtude do volume inferior a 50% do veículo que realiza o atendimento de determinada área estar localizado no perímetro de inserção característico dessa alternativa, ou seja, os pontos de venda estão localizados em uma área que dada a característica de resolução da alternativa (3) foi permitida a inserção desses pontos de venda. Na tabela 7 a situação assemelha-se a verificada na tabela 5, na qual a flexibilização ampla dos parâmetros de roteirização fizeram com que o aumento da quilometragem das rotas não fosse compensado pela redução de custo total. Conclui-se que a elevação na interação entre rotas é interessante no momento em que os parâmetros venham a sofrer determinado nível de interação que permita a redução de rotas e conseqüentemente redução do custo total. 5.1.3 Cenário (3): Pontos concentrados e próximos um dos outros – Volume baixo Os resultados obtidos pelas alternativas de roteirização no cenário (3) encontram-se na tabela descrita a seguir respectivamente nas seguintes circunstâncias: parâmetros com os valores médios e o maior valor. 102 Alternativas Média de Tempo (h: mm) Média de Km Nº Rotas Custo total (R$) Recarga (nº viagens) Produtividade (Dúzias) Alternativa (1) 4:19 56.53 6 606.26 2 (296) – (444) Alternativa (2) 4:19 56.53 6 606.26 2 (296) – (444) Alternativa (3) 4:19 56.53 6 606.26 2 (296) – (444) Alternativa (4) 4:48 58.80 5 546.63 1 (355) – (444) Alternativa (5) 4:48 58.80 5 546.63 1 (355) – (444) Tabela 8 – Resultados do cenário (3) para pontos concentrados e próximos um dos outros no volume baixo e com parâmetros obtidos da média dos dados reais consolidados. Alternativas Média de Tempo (h: mm) Média de Km Nº Rotas Custo total (R$) Recarga (nº viagens) Produtividade (Dúzias) Alternativa (1) 6:45 62.28 3 416.94 0 (592) – (592) Alternativa (2) 6:45 62.28 3 416.94 0 (592) – (592) Alternativa (3) 6:45 62.28 3 416.94 0 (592) – (592) Alternativa (4) 6:55 60.44 3 419.61 0 (592) – (592) Alternativa (5) 6:55 60.44 3 419.61 0 (592) – (592) Tabela 9 – Resultados do cenário (3) para pontos concentrados e próximos um dos outros no volume baixo e com parâmetros obtidos do maior valor dos dados reais consolidados. Na tabela 9 o fenômeno observado nas análises dos cenários (1) e (2), para parâmetros limitados pela média dos dados reais consolidados, é repetido no cenário (3). Nesse caso novamente as alternativas (4) e (5) obtiveram o melhor desempenho dentre as outras em virtude essencialmente da característica de resolução ser baseada na interação entre as rotas e do volume vendido no perímetro até o qual essas alternativas permitem a inserção de pontos de venda, ou seja, provavelmente esse perímetro obteve um volume de vendas abaixo de 50% do veículo que atende a área e com isso houve a junção de rotas e conseqüentemente redução do custo total. 5.2 PONTOS CONCENTRADOS E AFASTADOS UM DOS OUTROS Esse cenário refere-se à situação na qual se tem pontos concentrados em uma determinada área, porém, afastados um dos outros. Posteriormente as alternativas de roteirização serão analisadas considerando a faixa de volume e o valor dos parâmetros de roteirização. 103 5.2.1 Cenário (4): Pontos concentrados e afastados um dos outros – Volume alto Os resultados obtidos pelas alternativas de roteirização no cenário (4) encontram-se na tabela descrita abaixo respectivamente nas seguintes circunstâncias: parâmetros com os valores médios e o maior valor. Alternativas Média de Tempo (h: mm) Média de Km Nº Rotas Custo total (R$) Recarga (nº viagens) Produtividade (Dúzias) Alternativa (1) 4:35 62.62 7 763.91 1 (477) – (557) Alternativa (2) 4:33 62.05 7 757.51 1 (477) – (557) Alternativa (3) 5:07 63.52 6 703.80 1 (557) – (668) Alternativa (4) 5:12 65.18 6 717.04 1 (557) – (668) Alternativa (5) 5:12 65.18 6 717.04 1 (557) – (668) Tabela 10 – Resultados do cenário (4) para pontos concentrados e afastados um dos outros no volume alto e com parâmetros obtidos da média dos dados reais consolidados. Alternativas Média de Tempo (h: mm) Média de Km Nº Rotas Custo total (R$) Recarga (nº viagens) Produtividade (Dúzias) Alternativa (1) 5:06 62.93 6 700.06 0 (557) – (557) Alternativa (2) 5:06 63.03 6 700.29 0 (557) – (557) Alternativa (3) 5:06 62.73 6 698.72 0 (557) – (557) Alternativa (4) 5:55 65.03 5 647.62 0 (668) – (668) Alternativa (5) 5:55 65.03 5 647.62 0 (668) – (668) Tabela 11 – Resultados do cenário (4) para pontos concentrados e afastados um dos outros no volume alto e com parâmetros obtidos do maior valor dos dados reais consolidados. Na tabela 10 a alternativa (3) obteve o melhor desempenho dentre as demais, alcançando um custo total de 703.80 e uma produtividade equivalente as alternativas (4) e (5), porém, essas atingiram um custo total que foi 2% superior a alternativa (3). Neste caso têm-se pontos concentrados que estão afastados um dos outros, fazendo com que uma expansão maior da rota nas alternativas (4) e (5) tenha como contrapartida um custo total maior. Com isso a diferença em 2% no custo total da alternativa (3) em relação a (4) e (5) deve-se a como os pontos de venda foram selecionados e a seqüência de atendimento dos pontos de venda. Conclui-se com isso que nessa situação na qual os pontos estão concentrados, mas afastados um dos outros e os parâmetros de roteirização apresentam encontram-se consideravelmente 104 restringidos, vale a pena a expansão da rota até um determinado patamar que faça com que a elevação na quilometragem venha a ter como contrapartida uma redução no custo total. Na tabela 11 com o aumento dos parâmetros de roteirização o aumento da quilometragem por rota verificada nas alternativas (4) e (5) passam a valer a pena, pois ocorre o processo de redução de uma rota e a produtividade sofre uma elevação comparativamente as outras alternativas. 5.2.2 Cenário (5): Pontos concentrados e afastados um dos outros – Volume médio Os resultados obtidos pelas alternativas de roteirização no cenário (5) encontram-se na tabela descrita abaixo respectivamente nas seguintes circunstâncias: parâmetros com os valores médios e o maior valor. Alternativas Média de Tempo (h: mm) Média de Km Nº Rotas Custo total (R$) Recarga (nº viagens) Produtividade (Dúzias) Alternativa (1) 5:58 58.17 6 750.51 0 (460) – (460) Alternativa (2) 6:48 60.04 5 690.76 0 (551) – (551) Alternativa (3) 8:14 61.94 4 637.37 0 (689) – (689) Alternativa (4) 8:14 61.94 4 637.37 0 (689) – (689) Alternativa (5) 8:14 61.94 4 637.37 0 (689) – (689) Tabela 12 – Resultados do cenário (5) para pontos concentrados e afastados um dos outros no volume médio e com parâmetros obtidos da média dos dados reais consolidados. Alternativas Média de Tempo (h: mm) Média de Km Nº Rotas Custo total (R$) Recarga (nº viagens) Produtividade (Dúzias) Alternativa (1) 5:59 58.57 6 753.39 0 (460) – (460) Alternativa (2) 8:28 62.85 4 652.97 0 (689) – (689) Alternativa (3) 8:25 61.72 4 646.91 0 (689) – (689) Alternativa (4) 8:25 61.72 4 646.91 0 (689) – (689) Alternativa (5) 8:25 61.72 4 646.91 0 (689) – (689) Tabela 13 – Resultados do cenário (5) para pontos concentrados e afastados um dos outros no volume médio e com parâmetros obtidos do maior valor dos dados reais consolidados. 105 Conforme ocorreu nas análises anteriores as alternativas (3), (4) e (5) obtiveram os melhores resultados dentre as demais, alcançando o menor custo total e uma produtividade consideravelmente superior. Nessa situação essas alternativas foram favorecidas pelo volume vendido nas áreas que permitiu a redução de rotas (volumes abaixo de 50% do veículo que atende uma determinada área), fazendo com que houvesse a junção de rotas. Em contrapartida para a alternativa (1) que prioriza a clusterização, ou seja, formação das rotas com base em territórios iguais está é prejudicada porque o volume de venda em cada território não é superior a 50% da capacidade do veículo que atende os pontos de venda inseridos naquele território. Isso provoca a formação de rotas improdutivas e com um custo total alto. 5.2.3 Cenário (6): Pontos concentrados e afastados um dos outros – Volume baixo Os resultados obtidos pelas alternativas de roteirização no cenário (6) encontram-se na tabela descrita abaixo respectivamente nas seguintes circunstâncias: parâmetros com os valores médios e o maior valor. Alternativas Média de Tempo (h: mm) Média de Km Nº Rotas Custo total (R$) Recarga (nº viagens) Produtividade (Dúzias) Alternativa (1) 4:58 63.99 3 346.69 0 (429) – (429) Alternativa (2) 6:45 66.83 2 284.41 0 (644) – (644) Alternativa (3) 6:45 66.72 2 284.26 0 (644) – (644) Alternativa (4) 6:45 66.72 2 284.26 0 (644) – (644) Alternativa (5) 6:45 66.72 2 284.26 0 (644) – (644) Tabela 14 – Resultados do cenário (6) para pontos concentrados e afastados um dos outros no volume baixo e com parâmetros obtidos da média dos dados reais consolidados. Alternativas Média de Tempo (h: mm) Média de Km Nº Rotas Custo total (R$) Recarga (nº viagens) Produtividade (Dúzias) Alternativa (1) 6:47 67.33 2 286.06 0 (644) – (644) Alternativa (2) 6:44 66.34 2 283.47 0 (644) – (644) Alternativa (3) 6:43 65.67 2 281.80 0 (644) – (644) Alternativa (4) 6:43 65.67 2 281.80 0 (644) – (644) Alternativa (5) 6:43 65.67 2 281.80 0 (644) – (644) Tabela 15 – Resultados do cenário (6) para pontos concentrados e afastados um dos outros no volume baixo e com parâmetros obtidos do maior valor dos dados reais consolidados. 106 Com base nos resultados apresentados nas tabelas 14 e 15 constata-se que as alternativas (3), (4) e (5) atingiram o melhor desempenho em relação a custo total produtividade, isso se deve a formação de pequenas rotas improdutivas nas alternativas (1) e (2) e que são eliminadas nas alternativas (3), (4) e (5). No entanto, a tabela 17 apresenta resultados muito próximos entre as alternativas em relação tanto a custo total quanto a produtividade, com isso envolve também uma decisão gerencial em relação a qual alternativa será selecionada. Com isso caso seja priorizado a formação de rotas mais concentradas e que permitirão um atendimento mais eficiente por parte da equipe de entrega (que apresenta um conhecimento em termos de localização de pontos de venda maior da rota, já que existem poucos pontos de venda de outras rotas) serão privilegiadas as alternativas (1) e (2), caso contrário as demais alternativas ganham prioridade. 5.3 PONTOS CONCENTRADOS AO REDOR DO CDD Esse cenário refere-se à situação na qual se tem pontos concentrados ao redor da central de distribuição. Posteriormente as alternativas de roteirização serão analisadas considerando a faixa de volume e o valor dos parâmetros de roteirização. 5.3.1 Cenário (7): Pontos concentrados ao redor do CDD – Volume alto Os resultados obtidos pelas alternativas de roteirização no cenário (7) encontram-se na tabela descrita abaixo respectivamente nas seguintes circunstâncias: parâmetros com os valores médios e o maior valor. Alternativas Média de Tempo (h: mm) Média de Km Nº Rotas Custo total (R$) Recarga (nº viagens) Produtividade (Dúzias) Alternativa (1) 3:38 13.19 9 540.34 1 (405)- (456) Alternativa (2) 4:01 13.95 8 528.23 0 (456) – (456) Alternativa (3) 4:10 18.04 8 568.15 0 (456) – (456) Alternativa (4) 4:07 18.04 8 562.65 0 (456) – (456) Alternativa (5) 4:08 17.23 8 559.78 0 (456) – (456) Tabela 16 – Resultados do cenário (7) para pontos concentrados ao redor do CDD no volume alto e com parâmetros obtidos da média dos dados reais consolidados. 107 Alternativas Média de Tempo (h: mm) Média de Km Nº Rotas Custo total (R$) Recarga (nº viagens) Produtividade (Dúzias) Alternativa (1) Alternativa (2) 4:11 4:42 17.42 18.87 8 7 565.50 553.26 1 0 (456) – (521) (521) – (521) Alternativa (3) Alternativa (4) 4:42 4:42 18.87 18.87 7 7 553.26 553.26 0 0 (521) – (521) (521) – (521) Alternativa (5) 4:42 18.87 7 553.26 0 (521) – (521) Tabela 17 – Resultados do cenário (7) para pontos concentrados ao redor do CDD no volume alto e com parâmetros obtidos do maior valor dos dados reais consolidados. Com base nos resultados alcançados nas tabelas 16 e 17 constata-se que a alternativa (2) obteve o melhor desempenho em ambas as situações. Nesse caso não foi a redução no número de rotas que permitiu a redução no custo total, mas sim a forma como os pedidos foram selecionados e como ficaram as seqüências de atendimento dos pontos de venda. A alternativa (2) tem como característica essencial de resolução a interação entre as rotas por intermédio dos pontos de venda que fazem a fronteira entre as rotas. Em contrapartida as alternativas (3), (4) e (5) possuem como pressuposto básico uma interação maior entre as rotas, que não ficará circunscrita aos pontos de venda localizados nas fronteiras das rotas. Com isso e combinado a questão do volume vendido nas áreas de atendimento, para essa situação a alternativa (2) obteve o melhor desempenho nas duas circunstâncias propostas nas tabelas 17 e 18. 5.3.2 Cenário (8): Pontos concentrados e ao redor do CDD – Volume médio Os resultados obtidos pelas alternativas de roteirização no cenário (8) encontram-se na tabela descrita abaixo respectivamente nas seguintes circunstâncias: parâmetros com os valores médios e o maior valor. Alternativas Média de Tempo (h: mm) Média de Km Nº Rotas Custo total (R$) Recarga (nº viagens) Produtividade (Dúzias) Alternativa (1) 4:24 15.90 6 435.75 0 (449) – (449) Alternativa (2) Alternativa (3) 4:24 4:24 16.19 16.19 6 6 437.25 437.25 0 0 (449) – (449) (449) – (449) Alternativa (4) Alternativa (5) 4:24 4:24 16.19 16.19 6 6 437.25 437.25 0 0 (449) – (449) (449) – (449) Tabela 18 – Resultados do cenário (8) para pontos concentrados ao redor do CDD no volume médio e com parâmetros obtidos da média dos dados reais consolidados. 108 Alternativas Média de Tempo (h: mm) Média de Km Nº Rotas Custo total (R$) Recarga (nº viagens) Produtividade (Dúzias) Alternativa (1) 4:22 15.34 6 431.22 0 (449) – (449) Alternativa (2) 4:22 15.63 6 432.71 0 (449) – (449) Alternativa (3) 4:22 15.63 6 432.71 0 (449) – (449) Alternativa (4) 4:22 15.63 6 432.71 0 (449) – (449) Alternativa (5) 4:22 15.63 6 432.71 0 (449) – (449) Tabela 19 – Resultados do cenário (8) para pontos concentrados ao redor do CDD no volume médio e com parâmetros obtidos do maior valor dos dados reais consolidados. Analisando-se os resultados alcançados nas tabelas 18 e 19 a alternativa (1) obteve o melhor desempenho dentre as demais. Isso se deve a como o volume vendido ficou distribuído para essa situação específica, ou seja, nesse caso cada área de atendimento (dividida em territórios) alcançou um volume de vendas superior em 50% a capacidade do veículo que realiza o atendimento dessa área, fazendo com que a alternativa (1) que prioriza a clusterização (formação de rotas com pontos de venda dos mesmos territórios) viesse a levar certa vantagem em relação as demais, já que tende com isso a formar rotas mais concentradas e com uma média de quilometragem menor por rota e, por conseguinte um custo total menor. 5.3.3 Cenário (9): Pontos concentrados e ao redor da central de distribuição – Volume baixo Os resultados obtidos pelas alternativas de roteirização no cenário (9) encontram-se na tabela descrita abaixo respectivamente nas seguintes circunstâncias: parâmetros com os valores médios e o maior valor. Alternativas Média de Tempo (h: mm) Média de Km Nº Rotas Custo total (R$) Recarga (nº viagens) Produtividade (Dúzias) Alternativa (1) 2:37 89.36 6 239.18 1 (197) – (236) Alternativa (2) 2:31 78.30 6 230.26 0 (197) – (197) Alternativa (3) 3:01 78.30 5 225.15 0 (236) – (236) Alternativa (4) 3:01 78.30 5 225.15 0 (236) – (236) Alternativa (5) 3:01 78.30 5 225.15 0 (236) – (236) Tabela 20 – Resultados do cenário (9) para pontos concentrados ao redor do CDD no volume baixo e com parâmetros obtidos da média dos dados reais consolidados. 109 Alternativas Média de Tempo (h: mm) Média de Km Nº Rotas Custo total (R$) Recarga (nº viagens) Produtividade (Dúzias) Alternativa (1) 3:47 19.26 4 229.59 0 (295) – (295) Alternativa (2) 3:46 19.09 4 228.84 0 (295) – (295) Alternativa (3) 3:46 19.09 4 228.84 0 (295) – (295) Alternativa (4) 3:46 19.09 4 228.84 0 (295) – (295) Alternativa (5) 3:46 19.09 4 228.84 0 (295) – (295) Tabela 21 – Resultados do cenário (9) para pontos concentrados ao redor do CDD no volume baixo e com parâmetros obtidos do maior valor dos dados reais consolidados. Os resultados apresentados nas tabelas 20 e 21 colocam as alternativas (3), (4) e (5) como as melhores alternativas de roteirização dentre as demais, alcançando um custo total menor e uma produtividade maior em relação às demais. Novamente, como já ocorreu em outras análises a diferença entre o custo total obtido pelas alternativas é muito pequena, fazendo com que a decisão em adotar uma determinada alternativa em detrimento das demais esteja relacionada unicamente a uma decisão gerencial, como já mencionada no tópico 4.4.3.2. 5.4 ANÁLISES COMPLEMENTARES EM RELAÇÃO ÀS ALTERNATIVAS DE ROTEIRIZAÇÃO As análises desenvolvidas no tópico 4.4 demonstraram em grande parte dos cenários uma prevalência das alternativas (3), (4) e (5) dentre as demais e nas circunstâncias em que o aumento da média de quilometragem das rotas não era contrabalanceado pela redução no custo total, os métodos (1) e (2) passam a obter o melhor desempenho. Quando é considerada a questão do valor dos parâmetros de roteirização, conforme os mesmos são restringidos pelo valor médio obtido dos dados reais as alternativas (1) e (2) obtêm um desempenho melhor. Isso ocorre essencialmente nas situações em tem-se os pontos concentrados e afastados um dos outros e quando os pontos são concentrados ao redor da central de distribuição. Devendo-se destacar que mesmo nas situações em que as alternativas (3), (4) e (5) obtêm um desempenho melhor, isso pode ser alterado caso sejam consideradas outras variáveis como: 110 • Prioridade para a jornada líquida – os gestores da área de logística podem priorizar o retorno mais cedo a central de distribuição das equipes de entrega em virtude de altos custos trabalhistas ou possibilidade de absenteísmo no dia seguinte. Neste caso as alternativas (1) e (2) ganham prioridade em relação às demais, pois apresentam uma redução da quilometragem e tempo médio por rota, fazendo com que as equipes de entrega venham a retornar mais cedo para a central de distribuição. • Fidelização de freteiros – quando é previsto uma elevação no volume em determinado mês a empresa distribuidora de bebidas realiza a contratação de um determinado número de freteiros, que terão no mês previsto para alta de volume um determinado número de viagens garantidas. Nesse caso e essencialmente nos dias de queda de volume (SegundaFeira) ocorre a prioridade por uma roteirização de um número maior de rotas visando garantir o número de viagens acordado. Tendo em vista que nem sempre nos dias de pico de volume todos os freteiros serão utilizados, já que em alguns dias o volume vendido não ultrapassa a capacidade de atendimento da frota fixa. • Elevação no nível de serviço – a empresa distribuidora de bebidas, visando elevar a qualidade no atendimento dos pontos de venda, realizou o mapeamento de determinados pontos de venda que apresentam como característica básica o volume comprado pelos mesmos e com que freqüência compram os produtos comercializados pela empresa distribuidora de bebidas. Conseqüentemente todos esses pontos de venda devem ser atendidos por frota fixa e as rotas que realizam o atendimento dos mesmos deverão apresentar uma jornada líquida inferior as outras. Isso se deve a necessidade do pleno atendimento desses clientes sem maiores problemas. Mediante a isso essas rotas deverão apresentar uma média de quilometragem baixa e, por conseguinte as alternativas (1) e (2) obtêm prevalência em relação às demais. • Pontos de venda críticos em atendimento – Da mesma forma que ocorreu o mapeamento dos pontos de venda que devem ter uma prioridade na entrega de seus produtos, também houve uma identificação dos pontos de venda que dificultam de alguma forma (problemas no pagamento, antipatia com a equipe de entrega, horário específico de entrega, dentre outros fatores) a realização das entregas. Nesse caso as rotas que realizam o atendimento dos pontos de venda críticos devem apresentar um formato de rota mais 111 concentrado, para que todos os pontos de venda sejam atendidos com eficiência e conseqüentemente as alternativas (1) e (2) obtêm prevalência em relação às demais. • Nova equipe de entrega – Com a contratação de um nova equipe de entrega que realizará o atendimento de determinada área, normalmente essa equipe de entrega não conhece a rota e conseqüentemente para um atendimento eficiente de todos os pontos de venda da área faz-e necessário a formação de rotas mais concentradas, como as que são estruturadas nas alternativas (1) e (2). 6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES O trabalho teve como objetivo precípuo a adequação das alternativas de roteamento em relação a determinados cenários simulados que tiveram como característica básica o posicionamento dos pontos de venda em três situações específicas: pontos concentrados próximos um dos outros, pontos concentrados e afastados um dos outros e pontos ao redor da central de distribuição. Além disso, foram realizadas variações no volume vendido e no itens dos parâmetros de roteirização que restringem as formas de resolução das alternativas de roteamento. Com as análises obtidas dos cenários simulados de roteirização pode-se constatar uma prevalência das alternativas de roteamento (4) e (5) que apresentam um nível de interação entre as rotas consideravelmente superior as demais alternativas. No entanto, essa característica de forte interação pode se tornar pouco profícua em situações nas quais o volume vendido é superior a 50% da capacidade dos veículos que realizam o atendimento das áreas presentes nos cenários simulados, ou seja, constatou-se nas análises que nessas situações a elevação da média de quilometragem e do tempo em rota não é contrabalanceada por uma redução de custo. Sendo que essa redução seria proveniente da junção de duas rotas, reduzindo com isso a utilização de 1 veículo. Diante dessas situações em que o volume vendido é distribuído uniformemente entre as áreas de atendimento e que cada volume de um determinado território seja superior a 50% da capacidade do veículo as demais alternativas (1), (2) e (3) colocam-se como possibilidades para a resolução deste cenário simulado de roteirização. Paralelamente as questões colocadas anteriormente deve-se considerar, para a alternativa (1), as análises realizadas no tópico 5.4. Neste tópico foram apresentadas algumas possibilidades de utilização da alternativa (1) para a resolução dos cenários simulados de 113 roteirização. Isso se deve ao desempenho alcançado por essa alternativa de roteamento nos resultados obtidos nas análises comparativas das alternativas de roteamento, ou seja, esta alternativa alcançou um desempenho inferior em virtude de sua característica básica de resolução estar vinculada a necessidade de formação de pontos concentrados, em que as rotas de territórios diferentes não interagem umas com as outras. Outro aspecto importante refere-se o impacto na utilização da média ou do maior valor para itens que compõem os parâmetros de roteirização em relação aos resultados obtidos pelas alternativas de roteamento. Com base nas análises desenvolvidas no capítulo V constata-se que a utilização de valores dos itens dos parâmetros de roteirização provenientes do maior valor registrado, provoca no resultado final das alternativas de roteamento uma prevalência maior ainda das alternativas (4) e (5) do que quando são usadas as médias. Isso se deve ao nível de restrição imposto pelos valores obtidos através da média, ou seja, esses valores obviamente serão inferiores em relação aqueles obtidos pelo maior valor. A conclusão dessa elevação no nível da restrição está centrada na dificuldade que as alternativas de roteamento com maior possibilidade de interação entre as rotas tem em lidar com situações em que ocorre uma elevação no valor das restrições impostas aos cenários simulados de roteirização. Complementando os aspectos descritos anteriormente pode-se colocar como sugestão para estudos futuros a possibilidade de alternativas de roteamento mais modernas, como por exemplo, a metaheurística tabu ou a utilização de algum algoritmo genético. Além disso, pode-se procurar aprofundar os estudos com relação a interação existente entre os parâmetros de roteirização e em que níveis de restrição as alternativas de roteamento (1), (2), (3), (4), e (5) se comportam melhor. 7 REFERÊNCIAS ALTIKEMER, K; GAVISH, B. 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ANEXOS 118 TERMINOLOGIAS ESPECÍFICAS DA OPERAÇÃO DA EMPRESA DISTRIBUIDORA DE BEBIDAS Antes de se iniciar a descrição do macro fluxo de operações e seus principais fluxos internos devem-se definir algumas terminologias específicas que visam permitir uma melhor compreensão com relação aos fluxos que serão expostos em etapas subseqüentes a esta. As terminologias específicas são as seguintes: • Sistema de gestão empresarial da empresa distribuidora de bebidas: refere-se ao sistema que congrega todas as informações concernentes a cadastramento de produtos, controle de estoques, movimentação diária (administração de pedidos, notas fiscais, prestação de contas, relatórios diversos, fechamento e monitoramento de um determinado processo), financeiro e movimentação mensal (indicadores de desempenho e margem de contribuição PDV). • Equipe de entrega: formada pelo motorista e dois ajudantes. • Prestação de contas física e financeira – PCF e PCFin: referem-se respectivamente a comparação entre a quantidade transportada pelo caminhão no momento em que este saiu da central de distribuição em relação ao momento de retorno deste a central de distribuição e a comparação do valor financeiro da carga transportada em relação ao dinheiro que a equipe de entrega trouxe. • Rádio freqüência – RF: equipamento que tem como objetivo coletar informações de quilometragem rodada pelo caminhão, horário de chegada e saída da central de distribuição e coletar informações referentes ao carregamento do caminhão. • Coletor: ferramenta utilizada para coletar informações e transferi-las para o sistema de gestão empresarial. • Monitoramento do processo de distribuição – MPD: registro no sistema de gestão empresarial de todas as informações referentes à quantidade de produtos carregadas pelo caminhão, quilometragem inicial e final do caminhão, tempo inicial e final do caminhão, horário de prestação de contas física e financeira. • Análise do painel de produtividade operacional - PPO: monitoramento da produtividade interna da equipe, ou seja, monitorar o como e o tempo em que os caminhões estão sendo carregados, a duração da prestação de contas física e financeira e como está sendo programado o processo de abastecimento da central de distribuição. 119 • Pallet e chapatex: O pallet refere-se a um material feito de madeira que tem como objetivo servir de base para os produtos dentro caminhão, já o chapatex é um compensado de madeira que serve para proteger os produtos que podem sofrer avarias com maior facilidade. • Baia: refere-se ao espaço presente no caminhão para o carregamento dos produtos. Contudo este termo apresenta outra definição ao relacionarmos com o carregamento do caminhão, referindo-se assim ao espaço que o veículo ocupará no armazém no momento em que está sendo carregado. • Dúzias: unidade utilizada pelo software de roteirização. • Caixas: unidade de conversão de todos os produtos para caixas de inteira (vasilhame contendo 24 garrafas de 600ml). Para converter de dúzias para caixas basta multiplicar por 2. • Ordem de Carga Paletizada-OCP: representa um sistema que determina como o caminhão será carregado, ou seja, quais produtos ocuparão cada baia do caminhão. • Blitz do carregamento: refere-se à inspeção da quantidade transportada que ocorre antes do caminhão sair da central de distribuição. • Amarração: recobrir a carga com uma lona plástica visando protegê-la de possíveis tombamentos. • Refugo: refere-se à verificação de avarias de todo material (garrafas de vidro) que irá retornar para a companhia. • Ponto de venda - PDV: referem-se aos clientes a serem atendidos pela empresa distribuidora de bebidas, estes se constituem como sendo os estabelecimentos comerciais que vendem os produtos fabricados pela empresa. • Nota fiscal – NF: refere-se ao comprovante do valor financeiro do produto a ser entregue ao cliente. • Vasilhame: material feito à base de plástico onde entram as garrafas de bebida. • Padrão Técnico de Logística – PTL: estabelecer uma sistemática de auditoria na saída das linhas de produção, na armazenagem de produtos, no carregamento e amarração, através da definição de características de qualidade/processo, valores assegurados, freqüências de medição, métodos e itens de controle. • Tempo interno: representa o tempo em que o motorista e os ajudantes gastam para realizar a prestação de contas física e financeira. 120 • Jornada Líquida: representa o tempo total de jornada de trabalho da equipe de entrega, ou seja, congrega o somatório do tempo em rota com o tempo interno. • Perfis dos veículos: a base de classificação dos perfis dos veículos é o número de baias que estes apresentam. Nesse caso têm-se os seguintes perfis e suas respectivas capacidades: 10 baias alto (840 dúzias), 10 baias rebaixado (784 dúzias), 8 baias alto (672 dúzias), 8 baias rebaixado (616 dúzias), 6 baias alto fechado (420 dúzias), 6 baias rebaixado (360 dúzias), 12 baias aberto (1512 dúzias – somente chopp e 840 dúzias para outros produtos), carreta (2016 dúzias) e 8 baias aberto (560 dúzias). Além disso, deve-se destacar que afirmar que um veículo é aberto ou fechado está relacionado à carroceria do veículo que pode ser aberta, ou seja, os produtos ficam expostos ou fechada onde os produtos são ficam dentro de um quadrado de ferro, onde ficam os produtos da empresa em cada divisão (baia). • Custos: os custos para a realização das entregas dos produtos (os custos podem ser subdivididos nos custos relacionados a veículos e mão-de-obra). • Volume transportado relacionado com as viagens realizadas: representa a quantidade de volume transportado / quantidade de total de viagens realizadas, ou seja, denominado como dúzias/viagem. • Utilização: avalia dimensionamento da frota de veículos, representa a relação entre frota utilizada/frota total. Este parâmetro é apresentado de forma percentual • Tempo previsto: representa o tempo previsto pelo software de roteirização para a realização das entregas. • Número de entregas: número de entregas realizadas / número de viagens realizadas. • Capacidade total: representa o somatório de todas as capacidades dos veículos utilizados na roteirização. • Ocupação: representa a relação entre o volume total transportado pelos veículos / a capacidade total dos veículos. • Caixas por viagem: calculada por intermédio da divisão entre a quantidade de caixas carregadas por um determinado veículo em relação ao número de viagens realizadas pelo mesmo. • Caixa veículo/dia: calculada pela divisão entre a quantidade de caixas carregadas e o número de veículos necessários para carregá-las. • CDD: Central de Distribuição Direta. 121 Pontos concentrados próximos um dos outros Pontos concentrados e afastados um dos outros 122 Pontos concentrados ao redor do CDD Os 14 problemas teste de Christofides, Mingozzi e Toth (1979) Esses problemas teste foram explorados por inúmeros pesquisadores, que os utilizaram para avaliar as formas de resolução empregadas por uma diversidade de heurísticas. Dentre elas pode-se mencionar: Clarke e Wright (1964), o de Mole e Jameson (1976) e sobre o algoritmo de varredura de Gillett e Miller (1974). Posteriormente esses problemas teste foram aplicados nas novas heurísticas propostas por Fisher e Jaikumar (1981), Desrochers Verhoog (1989), Altinkemer e Gavish (1991), Pureza e França (1991), Taillard (1992), Osman (1993), Gendreau, Hertz e Laporte (1994) e Kelly e Xu (1999). Os problemas contêm entre 50 e 199 clientes mais o depósito. Dentre esses 14 problemas, 7 são problemas básicos de roteirização de veículos, já os 7 problemas restantes usam as mesmas localizações dos 7 primeiros, mas apresentam restrições de comprimento máximo das rotas. Além disso, é considerado um tempo de serviço constante, cobrado por visitar cada cliente. Com isso os problemas de 1 a 5, 11 e 12 possuem apenas restrição de capacidade. Em contrapartida os problemas de 6 a 10 são os mesmos de 1 a 5, porém, possuem restrição de comprimento máximo das rotas e tempo de serviço; os problemas 13 e 123 14 são iguais aos problemas 11 e 12, mas nestes últimos há restrição de comprimento de rota e é considerado o tempo de serviço aos clientes. Essas informações encontram-se resumidas na tabela abaixo. Características dos problemas teste de Christofides (1979) Número do Problema Tamanho (n) VRPNC1 50 VRPNC2 75 VRPNC3 100 VRPNC4 150 VRPNC5 199 VRPNC6 50 VRPNC7 75 VRPNC8 100 VRPNC9 150 VRPNC10 199 VRPNC11 120 VRPNC12 100 VRPNC13 120 VRPNC14 100 Capacidade do veículo 160 140 200 200 200 160 140 200 200 200 200 200 200 200 Comprimento máximo da rota Irrestrito Irrestrito Irrestrito Irrestrito Irrestrito 200 160 130 200 200 Irrestrito Irrestrito 720 1040 Tempo de Serviço 0 0 0 0 0 10 10 10 10 10 0 0 50 90 Razão da capacidade 0.97 0.97 0.91 0.93 0.98 0.80 0.88 0.81 0.80 0.88 0.98 0.90 0.62 0.82 Demanda Total 777 1364 1458 2235 3186 777 1364 1458 2235 3186 1375 1810 1375 1810 Número de veículos 5 10 8 12 17 6 11 9 14 18 7 10 11 11 Para os problemas de 1 a 10 os clientes encontram-se distribuídos uniformemente, enquanto os problemas de 1 a 14 estes aparecem em agrupamentos. As coordenadas dos clientes foram geradas randomicamente, extraídas de uma distribuição uniforme entre U [1,100], enquanto as coordenadas dos depósitos são escolhidas de U [45,55]. As demandas foram geradas em um intervalo U [1,41], enquanto a capacidade dos veículos é fixa, obedecendo a uma determinada razão, que refere-se a razão entre a demanda total requerida e a capacidade total disponível, variando com isso entre U [0.82; 0.97]. Os clientes e os depósitos são considerados pontos em um plano e as distâncias entre eles são dadas pela distância euclidiana entre dois pontos. Tipos de cenários simulados de roteirização Alto volume - Pontos concentrados próximos um dos outros Médio volume - Pontos concentrados próximos um dos outros Baixo volume - Pontos concentrados próximos um dos outros Alto volume - Pontos concentrados e afastados um dos outros Médio volume - Pontos concentrados e afastados um dos outros Baixo volume - Pontos concentrados e afastados um dos outros Alto volume - Pontos ao redor da central de distribuição Médio volume - Pontos ao redor da central de distribuição Baixo volume - Pontos ao redor da central de distribuição Tamanho do cenário (número de clientes) Demanda total 118 3296 90 1843 70 1777 125 3342 100 2757 60 1287 80 2275 70 1677 50 1104 124 Parâmetros de roteirização utilizados no presente trabalho (Média) Nº Rotas Máx Dist. Máx Nº de entregas Tempo em Rota Tempo de espera Tempo de deslocamento Alto volume - Pontos concentrados próximos um dos outros 8 59 36 9:40 2:40 2:22 Maior Nº Rotas Máx Dist. Máx Nº de entregas Tempo em Rota Tempo de espera Tempo de deslocamento Alto volume - Pontos concentrados próximos um dos outros 8 108 53 9:40 3:59 3:31 (Média) Nº Rotas Máx Dist. Máx Nº de entregas Tempo em Rota Tempo de espera Tempo de deslocamento Médio volume - Pontos concentrados próximos um dos outros 7 59 39 9:40 3:21 2:23 Maior Nº Rotas Máx Dist. Máx Nº de entregas Tempo em Rota Tempo de espera Tempo de deslocamento Médio volume - Pontos concentrados próximos um dos outros 7 88 53 9:40 5:30 4:02 (Média) Nº Rotas Máx Dist. Máx Nº de entregas Tempo em Rota Tempo de espera Tempo de deslocamento Baixo volume - Pontos concentrados próximos um dos outros 6 60 33 9:40 2:40 2:31 125 Maior Nº Rotas Máx Dist. Máx Nº de entregas Tempo em Rota Tempo de espera Tempo de deslocamento Baixo volume - Pontos concentrados próximos um dos outros 6 108 50 9:40 4:01 3:31 (Média) Nº Rotas Máx Dist. Máx Nº de entregas Tempo em Rota Tempo de espera Tempo de deslocamento Alto volume - Pontos concentrados e afastados um dos outros 9 67 28 9:40 2:18 2:16 Maior Nº Rotas Máx Dist. Máx Nº de entregas Tempo em Rota Tempo de espera Tempo de deslocamento Alto volume - Pontos concentrados e afastados um dos outros 9 99 42 9:40 4:23 3:36 (Média) Nº Rotas Máx Dist. Máx Nº de entregas Tempo em Rota Tempo de espera Tempo de deslocamento Médio volume - Pontos concentrados e afastados um dos outros 9 71 35 9:40 3:29 2:24 Maior Nº Rotas Máx Dist. Máx Nº de entregas Tempo em Rota Tempo de espera Tempo de deslocamento Médio volume - Pontos concentrados e afastados um dos outros 9 127 51 9:40 6:36 4:09 126 (Média) Nº Rotas Máx Dist. Máx Nº de entregas Tempo em Rota Tempo de espera Tempo de deslocamento Baixo volume - Pontos concentrados e afastados um dos outros 9 70 34 9:40 2:45 2:14 Maior Nº Rotas Máx Dist. Máx Nº de entregas Tempo em Rota Tempo de espera Tempo de deslocamento Baixo volume - Pontos concentrados e afastados um dos outros 9 136 48 9:40 4:34 3:36 (Média) Nº Rotas Máx Dist. Máx Nº de entregas Tempo em Rota Tempo de espera Tempo de deslocamento Alto volume - Pontos ao redor da central de distribuição 8 21 26 9:40 2:20 1:46 Maior Nº Rotas Máx Dist. Máx Nº de entregas Tempo em Rota Tempo de espera Tempo de deslocamento Alto volume - Pontos ao redor da central de distribuição 8 47 44 9:40 4:17 3:03 (Média) Nº Rotas Máx Dist. Máx Nº de entregas Tempo em Rota Tempo de espera Tempo de deslocamento Médio volume - Pontos ao redor da central de distribuição 7 26 31 9:40 2:38 2:20 127 Maior Nº Rotas Máx Dist. Máx Nº de entregas Tempo em Rota Tempo de espera Tempo de deslocamento Médio volume - Pontos ao redor da central de distribuição 7 81 52 9:40 5:11 3:43 (Média) Nº Rotas Máx Dist. Máx Nº de entregas Tempo em Rota Tempo de espera Tempo de deslocamento Baixo volume - Pontos ao redor da central de distribuição 6 22 32 9:40 2:53 1:59 Maior Nº Rotas Máx Dist. Máx Nº de entregas Tempo em Rota Tempo de espera Tempo de deslocamento Baixo volume - Pontos ao redor da central de distribuição 6 70 47 9:40 4:25 3:40