Escola Básica Guilherme Stephens 10º Concurso Literário Há muito tempo atrás existiu um senhor chamado Amizade. Esse senhor era pobre, mas tinha um defeito que nem todos tinham, esse 1º Escalão defeito era a solidariedade, pois apesar de gostar de receber qualquer coisa, gostava mais de dar. Esse senhor sempre teve um sonho, sonhava em que no mundo todos gostássemos uns dos outros. Mas nesse tempo, essa frase para os senhores ricos não era nada. Um dia, o senhor Amizade teve uma ideia, em vez de trabalhar para os ricos, deviam ser eles a trabalhar para os pobres. Ele sabia que isso era impossível, mas mesmo assim tentou fazê-lo. A tarefa que ele tinha era simples, era fazer com que se ajudassem uns aos outros, pois para as pessoas pobres isso não era uma prenda, era um presentão! Mas essa ideia não chegou da melhor maneira aos ouvidos do rei Ódio: - Mas que vem a ser isto?! Os pobres não têm vergonha na cara? Eles já deviam saber que trabalham para nós recebermos. Desta forma vão começar a pagar quarenta barras de ouro por mês, trabalhar vinte horas por dia e ainda só poderão ter à mesa, dois copos de água para beber e dois pães e uma morcela para comer! E façam o favor de me trazer o senhor Amizade, pois temos umas continhas a ajustar! - resmungou o rei. Já tinham passado oito meses e para espanto de todos, os homens ricos começara a oferecer muitas coisas aos pobres. Como os seus corações tinham mudado de preto para branco, mudaram o mundo com um simples gesto, a amizade e a união. Guilherme Serrão, nº 6 – 5º H Grupo de Língua Portuguesa 2010/2011 Escola Básica Guilherme Stephens 10º Concurso Literário Era sábado. João vivia numa grande casa com uma data de 2º Escalão brinquedos, desde carros telecomandados, que eram tão velozes como um relâmpago, até consolas tão recentes e modernas que faziam os pobres velhotes sentirem-se como homens da idade da pedra ao ouvirem falar delas. João era rico e, com tantos divertimentos, devia estar sempre feliz. Mas não, o rapaz, por mais brinquedos que lhe dessem, estava constantemente com um ar cabisbaixo. Nesse dia era fim-de-semana e, como de costume, João foi com os seus parentes mais chegados almoçar a um restaurante. Esses parentes eram o pai, a mãe e… e mais ninguém! João era filho único e, ao contrário do que todos pensavam, a razão pela qual ele não se sentia alegre era estar sempre sozinho. Ao saírem do restaurante passaram por um velho casebre com ar abandonado. Do velho casebre saiu um menino magricela, franzino, com ar singelo e simpático. João olhou-o nos olhos e viu alegria, amizade, gentileza. O olhar foi interrompido por um grito estridente. - Meu Deus! O nosso carro não está ali! – Era a mãe do João, preocupada. – Filho, fica aqui e espera por nós que vamos resolver o assunto. João era obediente e ficou lá enquanto a mãe e o pai se iam embora, alarmados. Chegou-se ao pé do rapaz e perguntou-lhe: - Menino, como te chamas? Que fazes aqui neste terreno alheio e isolado?! - Olá, - respondeu o menino – Chamo-me Afonso, Afonso Gentil! E este terreno é onde está a minha casa! Esta é a minha casa! e apontou para o casebre. - Ah! Então vives aqui – balbuciou João, incrédulo – Eu sou o João Artur! Então, queres brincar comigo na consola? Afonso respondeu-lhe que sim, mas logo de seguida disse que não tinha consola. - Então e se for jogar à bola ou ver televisão, alinhas? – interrogou João. E Afonso logo lhe declarou que se queria jogar à bola que estava bem, mas não podia ver televisão porque não tinha uma dessas caixas com ecrã. Passou-lhe uma bola quase vazia e com bastantes remendos. João apanhou-a com o pé e uma estranha sensação o paralisou. Era como se aquele menino lhe afectasse o coração que ficava mais quente. E que boa sensação! Com um remate a bola voou pelos ares e com um estrondo aterrou num molho de silvas. Tinha rebentado! João Grupo de Língua Portuguesa 2010/2011 Escola Básica Guilherme Stephens 10º Concurso Literário quase nem queria acreditar que tinha acabado com o único divertimento que tinha o menino pobre, o Afonso Gentil. - Desculpa! – gemeu o João uma lágrima. Era a primeira vez que sentia emoções tão fortes. - Não faz mal, posso ter perdido uma bola, mas ganhei uma coisa incomparavelmente melhor. Ganhei-te a ti, ganhei um amigo! – disse Afonso contente. “ Um A-M-I-G-O “ pensou João. E, de repente, esboçou um enorme sorriso. O coração dava pulos agradáveis que faziam o seu peito rir com cócegas Viu os seus pais ao longe, tinha de se ir embora. Então, tirou a sua consola de bolso de que gostava tanto de jogar e deu-a ao seu amigo. O Afonso, antes de ter tempo de agradecer, ouviu o João a dizer: - Muito obrigado! Deste-me a conhecer a amizade. – E, em troca, recebeu um sorriso inesquecível. Foi-se embora feliz com o pai e a mãe espantados do o verem assim. No dia seguinte não viu o casebre lá no terreno. Teria sido um sonho? Colocou a mão no bolso e não sentiu nada! João não soube o que aconteceu, mas até hoje tem feito muitos amigos e nunca mais voltou a estar triste. André Ferreira, nº 2 – 6º B Estava eu a caminhar pela estrada fora, a caminho de casa, 3º Escalão quando encontrei uma pessoa muito pequena. Estava pobremente vestida. Tinha as roupas esfarrapadas e sujas. Tinha remendos nos joelhos e nos cotovelos. Era uma menina. E parecia que estava triste, só e abandonada. Tinha o cabelo laranja como o pôr-do-sol. Pequenas lágrimas cor de pérola corriam pela sua face e os olhos cinzentos faziam lembrar o inverno. Grupo de Língua Portuguesa 2010/2011 Escola Básica Guilherme Stephens 10º Concurso Literário Senti pena dela. Estava junto a um caixote de lixo e vários garotos atiravam-lhe pedras e troçavam dela. Nunca antes eu vira uma pessoa tão infeliz. Queria ver mais de perto. Apetecia-me dar uma lição aos meninos. Queria ver de perto o sofrimento que aquela moça estava a ter e queria ajudá-la. Fui ter com os rapazinhos e disse-lhes: - Deixem-na em paz! Não vêem que ela está a chorar? - Ela é uma cigana, não vês? Os ciganos têm de ser tratados assim, para os meter na linha. Fiquei paralisada. Não de medo, mas sim, de raiva e pena deles. Mas não ia deixar que a dor se expandisse, por isso, mandei-os embora e fui falar com a rapariga e perguntei-lhe: - Estás bem? Fizeram-te muito mal? A rapariguinha estava de costas para mim, a chorar abundantemente. Lentamente virei-a e vi quanto a mocinha era bonita. Tinha a pele muito branca, mas a sujidade da sua face era tanta, que se tinha de olhar atentamente. E tornei a perguntar: - Estás bem? Magoaram-te muito? E, para minha surpresa, ela falou: - Estou bem. Só um bocado ferida. Mas nada de especial. Não te preocupes comigo, que eu fico bem sozinha. Mas não. Ela não estava bem. Tinha feridas profundas e parecia-me que iam infectar em breve. O sangue corria pelo seu joelho sujo e as suas calças ficaram ainda mais rotas do que estavam antes. O seu sangue era tão vermelho, que fazia lembrar pétalas de uma papoila. Quis levá-la para minha casa e, como ela era ainda uma garota pequena, não insistiu. Mal chegámos a minha casa, pousei logo a mochila e fui desinfectar as feridas da rapariga, ao mesmo tempo que lhe perguntava: - Então, como te chamas? - Chamo-me Camila e tenho sete anos. Fui abandonada pelos meus pais e agora vivo com o meu irmão mais velho. - Eu chamo-me Bianca e depois de te desinfectar as feridas, quero que vás tomar um banho e vestir roupas lavadas que eu tenho no meu quarto. Depois, vais para junto do teu irmão, ok? Grupo de Língua Portuguesa 2010/2011 Escola Básica Guilherme Stephens 10º Concurso Literário - Sim. Como posso recompensar-te? Tenho várias coisas. Uma bicicleta, um carrinho de brincar e também bilhetes para o cinema. E eu respondi: - Não quero nada. Apenas queria ajudar-te. Vá, temos de te levar para junto do teu irmão. - Não é preciso. Eu vou a pé. Adeus. - Adeus. E toma cuidado. E toma este urso de pelúcia como presente. Despedimo-nos e eu vi a mocinha a ir embora com um sorriso de alegria no seu rosto bonito e lavado. Fiquei muito feliz em ajudar aquela criança, porque afinal de contas, é sempre melhor dar do que receber. Beatrice Constantin, nº 2 – 7º C Dar é certamente mais gratificante que receber. 4º Escalão Dar um pouco de nós, do nosso tempo, da nossa ajuda a todos os que nos rodeiam, fá-los felizes, e a nós também. Não devemos perder tempo com actos egoístas, invejosos, perder tempo com o supérfluo. Não devemos apenas falar, julgar, mas nada fazer para mudar. Devemos agir, ter consciência que o que fazemos não nos afecta apenas a nós, mas também aos outros. Trabalhar para o bem de todos era aquilo que todos deveriam fazer. É mais fácil chegar ao fim do caminho com um companheiro de viagem do que sozinho, pois o caminho acaba por parecer mais curto e simples com alguém do nosso lado. Mas para que tenhamos alguém que nos acompanhe, temos que trabalhar para isso – dar, para mais tarde poder receber e partilhar da mesma alegria em conjunto. Não só na amizade devemos ser verdadeiros, compreensivos e pacientes. Devemos sempre ser honestos para que sejam honestos connosco. E assim se vai ouvindo: se fazes mal, mal te farão; se fazes bem, certamente te irão retribuir. Grupo de Língua Portuguesa 2010/2011 Escola Básica Guilherme Stephens 10º Concurso Literário Sorrir, ouvir, ajudar. Tudo pequenas coisas que podemos fazer para que alguém fique feliz, e para que também nós fiquemos felizes por fazê-lo. Precisamos uns dos outros. Pensa em ti e nos demais. Dá e certamente farás alguém sorrir, que um dia te fará sorrir também! Adriana Tavares, nº 1 – 8º B É inevitável, todos os dias nos deparamos com situações em que 5º Escalão necessitamos de estar rodeados de pessoas…Umas vezes para receber um abraço, um aconchego, e outras simplesmente para termos alguém que nos pareça compreender. Há alturas em que estamos bem sozinhos, e em que, à mínima agitação, o nosso mau humor atinge o auge, mas quer nos momentos de tristeza ou naqueles de alegria súbita, se tivermos alguém com quem partilhar, esse momento irá ser inesquecível! Existem pessoas que se sentem totalmente realizadas ao ajudar os outros. Todas as boas acções que praticam libertam-nas dos seus problemas e fazem aumentar a sua auto-estima. Por outro lado, existem pessoas que não gostam de partilhar e nem pensam em dar algo de “si” às pessoas que mais precisam. Isto não quer dizer que sejam, necessariamente, más pessoas ou que não se preocupem com os outros. Apenas acham que “dar” em nada contribui para a sua felicidade. Existe a tendência para muitas vezes se dizer que quem dá é muito boa pessoa e irá ser recompensado - é verdade? Não sei, e acho que nunca ninguém irá saber. No final de contas, os nossos dias são tão diferentes, num dia acontece algo de bom, noutro uma catástrofe, mas como vamos saber se é consequência do que demos ou não demos? Nos dias de hoje a palavra “dar” caiu em desuso, as pessoas só querem saber de si. Quando falamos em “dar”, não são só produtos materiais, mas também amor e boas sensações. Grupo de Língua Portuguesa 2010/2011 Escola Básica Guilherme Stephens 10º Concurso Literário Todos já fizemos algo por alguém, ajudamos numa situação constrangedora ou algo parecido…E a verdade é que nos sentimos bem melhor connosco próprios e com os que nos rodeiam. Os nossos dias passam tão rápido, com tanta agitação, mas se pararmos por um momento e apenas dissermos a quem mais gostamos um “amo-te”, ou uma palavra bonita iremos estar a dar algo bastante valioso e apenas se transmitiu com uma palavra… Nadine Neves, nº 16 – 9º A 2º Escalão Entrega de Prémio 1º Escalão 3º Escalão 4º Escalão 5º Escalão Grupo de Língua Portuguesa 2010/2011