FERROVIA DE INTEGRAÇÃO OESTE LESTE PLANO BÁSICO AMBIENTAL ABRIL/2013 Índice 1. PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA ......................................................................... 1 1.1. RESGATE E MONITORAMENTO DE FLORA ................................................ 4 1.1.1. JUSTIFICATIVAS ................................................................................................ 4 1.1.2. OBJETIVOS DO RESGATE DE FLORA ........................................................... 5 1.1.2.1. Objetivo Geral ............................................................................................ 5 1.1.2.2 - Objetivos Específicos..................................................................................... 6 1.1.3. PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO .............................................................. 6 1.1.3.1. Planejamento do Salvamento da Flora .............................................. 7 1.1.3.2. Identificação e Marcação de Matrizes .............................................. 7 1.1.3.3 Coleta de Sementes/Material Vegetativo para o Banco de Germoplasma ............................................................................................................... 11 1.1.3.4 - Beneficiamento do Material Reprodutivo ............................................ 14 1.1.3.5 - Beneficiamento do Material Vegetativo .............................................. 14 1.1.3.6 - Plantas Inteiras .............................................................................................. 15 1.1.3.7 - Produção de Mudas ................................................................................... 15 1.1.3.8. Salvamento de Bromélias, Orquídeas e Cactos (transplante). ....... 17 1.1.3.9 - Monitoramento das Espécies Transplantadas ..................................... 22 1.1.4- EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO DO RESGATE E MONITORAMENTO DE FLORA ................................................................................... 23 1.1.4.1 - Identificação e Marcação de Matrizes ................................................ 24 1.1.4.2 - Coleta de Sementes/Material Vegetativo para o Banco de Germoplasma ............................................................................................................... 25 1.1.4.3 - Produção de Mudas ................................................................................... 25 1.1.4.4 - Salvamento de Bromélias, Orquídeas e Cactáceas......................... 25 1.1.4.5 - Monitoramento das Espécies Transplantadas ..................................... 26 1.2. CONTROLE E MINIMIZAÇÃO DE DESMATAMENTO ................................ 26 1.2.1 - JUSTIFICATIVAS .................................................................................................. 26 1.2.2 - OBJETIVO DO CONTROLE E MINIMIZAÇÃO DE DESMATAMENTO ...... 27 1.2.2.1 Objetivos específicos..................................................................................... 27 1.2.3 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO ............................................................... 28 1.2.3.1- Acompanhamento do Corte dos Indivíduos das Tipologias Florestais Nativas Diagnosticadas para Supressão ............................................ 30 1.2.3.2 - Fracionamento e Cubagem do Material Lenhoso Madeireiro ...... 32 1.2.3.3- Destinação Adequada do Material Lenhoso/Madeireiro Cubado ........................................................................................................................................... 34 1.2.3.4- Minimização do Desmatamento para a Instalação da Ferrovia ... 35 1.2.4 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO .................................................... 37 1.2.4.1- Acompanhamento do Corte dos Indivíduos das Tipologias Florestais Nativas Diagnosticadas para Supressão ............................................ 37 1.2.4.2- Fracionamento e Cubagem do Material Lenhoso Madeireiro ....... 38 1.2.4.3- Destinação Adequada do Material Lenhoso/Madeireiro Cubado ........................................................................................................................................... 38 1.2.4.4- Minimização do Desmatamento para a Instalação da Ferrovia ... 39 1.3. PLANTIOS COMPENSATÓRIOS................................................................ 39 1.3.1- JUSTIFICATIVAS ................................................................................................... 39 1.3.2- OBJETIVOS DOS PLANTIOS COMPENSATÓRIOS ........................................ 40 1.3.3- PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO ................................................................ 41 1.3.3.1- Seleção de Áreas.......................................................................................... 41 1.3.3.2 - Implantação da Recuperação com Espécies Nativas .................... 42 1.3.3.3 - Monitoramento e Manutenção............................................................... 44 1.4 - PLANTIOS PAISAGÍSTICOS ........................................................................ 46 1.4.1 – EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO ................................................... 54 1.4.2- INTER-RELAÇÃO COM OS OUTROS PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS AMBIENTAIS .................................................................................................................... 56 1.4.3 - RESPONSABILIDADE DE EXECUÇÃO............................................................ 56 1.4.4 – CRONOGRAMA............................................................................................... 57 1.4.5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 57 2. PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA ...................................................................... 60 2.1. SUBPROGRAMA DE SALVAMENTO DA FAUNA ...................................... 60 2.1.1 - Justificativas ...................................................................................................... 60 2.1.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA DE SALVAMENTO DA FAUNA ........... 62 2.1.2.1 - Objetivos Gerais ........................................................................................... 62 2.1.2.2 - Objetivos Específicos................................................................................... 62 2.1.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS ........................... 63 2.1.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO ............................................................... 64 2.1.5 - CAPTURA, CONTENÇÃO E TRANSPORTE ................................................... 66 2.1.5.1 - Ambulatório ................................................................................................... 66 2.1.6 - MÉTODOS DE REGISTRO E QUANTIFICAÇÃO DOS ATROPELAMENTOS ........................................................................................................................................... 71 2.1.7 - INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS AMBIENTAIS .................................................................................................................... 73 2.1.8 - RESPONSABILIDADE E EXECUÇÃO .............................................................. 73 2.1.9 - CRONOGRAMA ............................................................................................... 74 2.1.10 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO .................................................. 75 2.1.11 - MEDIDAS MITIGADORAS .............................................................................. 78 2.1.12 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................. 79 2.2. SUBPROGRAMA DE PASSAGEM DE FAUNA ........................................... 80 2.2.1 - Justificativas ...................................................................................................... 80 2.2.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA DE PASSAGEM DE FAUNA ................. 82 2.2.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS ........................... 82 2.2.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO ............................................................... 84 2.2.5 - UTILIZAÇÃO DE OUTRAS ESTRUTURAS .......................................................... 87 2.2.6 - MODELOS ........................................................................................................... 87 2.2.7 - PONTOS INDICADOS PARA A INSTALAÇÃO DE PASSAGENS DE FAUNA NA FIOL ............................................................................................................. 89 2.2.8 - INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS AMBIENTAIS .................................................................................................................... 90 2.2.9 - RESPONSABILIDADE E EXECUÇÃO .............................................................. 91 2.2.10 - CRONOGRAMA ............................................................................................. 92 2.2.12 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 94 2.3 - SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DE FAUNA ................................. 96 2.3.1 - Justificativas ...................................................................................................... 96 2.3.2 - OBJETIVOS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DE FAUNA........... 98 2.3.2.1 - Objetivo Geral .............................................................................................. 98 2.3.2.2 - Objetivos Específicos................................................................................... 98 2.3.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS.......................................................... 99 2.3.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO ............................................................. 100 2.3.4.1 - MASTOFAUNA .............................................................................................. 108 2.3.4.2 - AVIFAUNA ..................................................................................................... 114 2.3.4.3 - HERPETOFAUNA........................................................................................... 117 2.3.4.4 - ICTIOFAUNA ................................................................................................. 120 2.3.4.5 - INVERTEBRADOS AQUÁTICOS ................................................................. 123 2.3.5 - INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS AMBIENTAIS .................................................................................................................. 127 2.3.6 - RESPONSABILIDADE DE EXECUÇÃO.......................................................... 127 2.3.7 - CRONOGRAMA ............................................................................................. 128 2.3.8 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO .................................................. 128 2.3.9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 132 3. PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS .................................................... 138 3.1 - Justificativas ........................................................................................... 138 3.2 - OBJETIVOS DO PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS ..... 139 3.2.1 - Objetivo Geral ................................................................................................ 139 3.2.2 - Objetivos Específicos .................................................................................... 139 3.3. ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS ...................................................... 140 3.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO .......................................................... 145 3.4.1 - Mobilização e Instalação da Empreiteira na Área da Obra ........... 146 3.4.2 - Instalação do Canteiro de Obras, Acampamentos e Instalações de Apoio ............................................................................................................................. 146 3.4.3 Abastecimento D’água ................................................................................. 147 3.4.4 Geração de Efluentes Domésticos e Industriais ..................................... 148 3.4.5 Geração, Coleta e Disposição de Resíduos Sólidos ............................. 148 3.4.6 - Patrimônio Cultural. ...................................................................................... 149 3.4.7 Terraplanagem ................................................................................................. 149 3.4.8 - Áreas de Empréstimo e de Bota-fora....................................................... 150 3.4.9 Uso de explosivos ............................................................................................. 151 3.4.10 Dragagem ....................................................................................................... 152 3.4.11 Caminhos de Serviço e Vias de Acesso. ................................................ 153 3.4.12 Tráfego, Operação de Máquinas/Equipamentos e Sinalização .... 155 3.4.13 Abastecimento de Veículos e Máquinas ............................................... 156 3.4.14 Transporte de Produtos Perigosos ............................................................. 157 3.4.15 Vibrações e Poluição Sonora..................................................................... 157 3.4.16 Poluição Atmosférica ................................................................................... 157 3.4.17 - Mobilização da Mão-de-Obra................................................................ 158 3.4.18 - Proteção de Áreas de Preservação Permanente............................. 159 3.5 - INTER-RELAÇÕES COM OUTROS PROGRAMAS ..................................... 160 3.6 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO..................................................... 161 3.7 - CRONOGRAMA ...................................................................................... 162 3.8 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO ............................................... 162 3.9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 166 4 - PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS ..................................... 168 4.1 - RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS ............................................................... 168 4.1.1- Justificativas ..................................................................................................... 168 4.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO .......................................................... 172 4.4.1 Classificação e Métodos de Cadastramento de Passivos ................. 172 4.4.2 Orientação ........................................................................................................ 175 4.4.3 Atividades Iniciais............................................................................................. 177 4.4.4 Estabelecimento das Plantas ....................................................................... 182 4.4.5 Condições Específicas de Projeto .............................................................. 183 4.4.6 Plantio em Taludes de Cortes e Aterros .................................................... 184 4.4.7 Recomposição Vegetal em Superfícies Degradadas .......................... 185 4.5 - PLANTIOS PAISAGÍSTICOS ...................................................................... 188 4.5.1 Execução dos Serviços de Extração de Materiais de Construção ou Deposição de Materiais (BOTA-FORA) ................................................................ 188 4.5.2 Monitoramento e Conclusão ....................................................................... 189 4.6- INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS AMBIENTAIS ..................................................................................................... 190 4.7 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO..................................................... 190 4.8 - CRONOGRAMA ...................................................................................... 191 4.9 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO ............................................... 192 4.10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................ 200 5 – PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS............................................................ 202 5.1 - SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS ........................................................................................................ 202 5.1.1 - Justificativas .................................................................................................... 202 5.1.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS ....................................................................................... 203 5.1.2.1 - Objetivo Geral ............................................................................................ 203 5.1.2.2 - Objetivos Específicos................................................................................. 203 5.1.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS ......................... 204 5.1.4 - DIRETRIZES ......................................................................................................... 206 5.1.4.1 - Orientação .................................................................................................. 206 5.1.5 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO ............................................................. 214 5.1.6 - MÉTODOS ......................................................................................................... 216 5.1.6.1 - Dimensionamento de Drenagem Superficial .................................... 216 5.1.6.2 - Dimensionamento de Obras de Arte Correntes ............................... 216 5.1.6.3 - Dimensionamento de Descidas D’água............................................. 217 5.1.6.4 - Revegetação .............................................................................................. 217 5.1.7 - EXECUÇÃO DAS TAREFAS DE REVEGETAÇÃO ....................................... 220 5.1.8 - EXECUÇÃO DAS TAREFAS DE REVEGETAÇÃO POR HIDROSSEMEADURA .................................................................................................. 220 5.1.8.1 - Acompanhamento e Avaliação do Processo de Revegetação221 5.1.9 - CRONOGRAMA ............................................................................................. 222 5.1.10 – RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO ..................................................... 222 5.1.11 - INTER-RELAÇÃO ENTRE PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS ............... 223 5.1.12 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO ................................................ 223 5.1.13 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS ................................................................... 228 5.2 - SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES ........................................................................................................ 230 5.2.1 - Justificativas .................................................................................................... 230 5.2.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES ........................................................................................ 231 5.2.2.1 - Objetivo Geral ............................................................................................ 231 5.2.2.2 - Objetivos Específicos................................................................................. 231 5.2.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS ......................... 232 5.23.1 - Efluentes Líquidos ........................................................................................ 232 5.2.3.2 Resíduos Sólidos............................................................................................. 234 5.2.3.3 - Serviços de Saúde ..................................................................................... 237 5.2.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO ............................................................. 239 5.2.4.1 - Gerenciamento de Efluentes Líquidos................................................. 240 5.2.4.2 - Gerenciamento de Resíduos Sólidos ................................................... 246 5.2.4.3 Abastecimento de Veículos e Máquinas .............................................. 249 5.2.5- INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS ........................................ 250 5.2.6 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO........................................................ 250 5.2.7 - CRONOGRAMA ............................................................................................. 251 5.2.8 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO .................................................. 251 5.2.9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 256 5.3 - SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA ..... 260 5.3.1 - JUSTIFICATIVAS ................................................................................................ 260 5.3.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA .............................................................................................. 263 5.3.2.1 - Objetivo Geral ............................................................................................ 263 5.3.2.2 - Objetivos Específicos................................................................................. 263 5.3.3 - CONSIDERAÇÕES GERAIS ........................................................................... 264 5.3.4 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS ......................... 266 5.3.5 - PLANO DE TRABALHO ................................................................................... 266 5.3.5.1 - Análise Descritiva da Qualidade da Água ........................................ 266 5.3.5.2 - Monitoramento ........................................................................................... 269 5.3.6 - PONTOS DE AMOSTRAGEM DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS ....................... 269 5.3.7 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO........................................................ 277 5.3.8 - CRONOGRAMA ............................................................................................. 278 5.3.9 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO .................................................. 279 5.3.10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 284 5.4 - SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS ...................................................................................................... 286 5.4.1 Justificativas ....................................................................................................... 286 5.4.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS CONTRA CARGAS PERIGOSAS ........................................................... 295 5.4.2.1 - Objetivo Geral ............................................................................................ 295 5.4.2.2 - Objetivo Específico .................................................................................... 296 5.4.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS ......................... 296 5.4.4 - METAS EXECUTIVAS PARA IMPLANTAÇÃO DOS SISTEMAS DE PROTEÇÃO DOS MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS .................... 297 5.4.5 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO........................................................ 298 5.4.6 - CRONOGRAMA ............................................................................................. 298 5.4.7 – METODOLOGIA.............................................................................................. 299 5.4.8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 303 5.5 - SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS ............................................................................................... 305 5.5.1 - Justificativas .................................................................................................... 305 5.5.2 - OBJETIVO DO SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS .................................................................................. 306 5.5.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS ......................... 306 5.5.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO ............................................................. 307 5.5.4.1 - Atividades de Redução na Construção (Fase de Instalação) .... 307 5.5.5 – METODOLOGIA.............................................................................................. 311 5.5.6 – LOCAIS DE AMOSTRAGEM ......................................................................... 312 5.5.7 - INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS ....................................... 316 5.5.8 - RESPONSABILIDADE DE EXECUÇÃO.......................................................... 316 5.5.9 - CRONOGRAMA ............................................................................................. 317 5.5.10 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO ................................................ 317 5.5.11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 320 5.6 - SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES...................................................................................................... 322 5.6.1- Justificativas ..................................................................................................... 322 5.6.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES.......................................................................................... 324 5.6.3 - METAS E INDICADORES................................................................................. 325 5.6.3.1 - Metas em Relação aos Ruídos .............................................................. 325 5.6.3.2 - Metas em Relação às Vibrações .......................................................... 326 5.6.4 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS ......................... 327 5.6.4.1 - Definições Aplicáveis ................................................................................ 327 5.6.4.2 - Normas .......................................................................................................... 328 5.6.4.2.1 - Ruídos ......................................................................................................... 328 5.6.4.2.2 - Vibrações .................................................................................................. 331 5.6.5 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO ............................................................. 331 5.6.5.1 - Atividades de Medições de Ruídos ...................................................... 331 5.6.5.2 - Atividades de Medição de Vibrações ................................................ 334 5.6.6 - MEDIDAS MITIGATÓRIAS ............................................................................... 336 5.6.7 - MODELAGEM DE RUÍDOS ............................................................................ 337 5.6.8 - CRONOGRAMA ............................................................................................. 338 5.6.9 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO........................................................ 343 5.6.10 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO ................................................ 343 5.6.11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 345 6 - PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA. ........... 347 6.1- Justificativas ............................................................................................ 347 6.2 - OBJETIVOS DO PROGRAMA ................................................................... 348 6.2.1 - Objetivos Gerais ............................................................................................. 348 6.2.2 - Objetivos Específicos .................................................................................... 348 6.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS ......................... 350 6.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO .......................................................... 354 6.5 - PÚBLICO ALVO ........................................................................................ 355 6.5.1 - Integração ...................................................................................................... 357 6.5.2 - Reuniões Periódicas do Comitê de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente ..................................................................................................................... 358 6.5.3 - Módulo de Treinamento .............................................................................. 359 6.5.4. - Alimentação .................................................................................................. 360 6.5.5 - Atendimento Médico................................................................................... 360 6.5.6 - Vacinações ..................................................................................................... 362 6.5.7 - Relações com Comunidades Indígenas e Quilombolas ................... 362 6.5.8 - Inspeção .......................................................................................................... 363 6.6 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO..................................................... 363 6.7 - CRONOGRAMA ...................................................................................... 364 6.8 - INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS AMBIENTAIS ..................................................................................................... 365 6.9 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO ............................................... 365 6.10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 369 7 - PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ................................................................. 372 7.1- Justificativas ............................................................................................ 372 7.2 - OBJETIVOS DO PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL .................. 373 7.2.1 - Objetivos Gerais ............................................................................................. 373 7.2.2 - Objetivos Específicos .................................................................................... 374 7.3 - PÚBLICO-ALVO ....................................................................................... 375 7.5 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO .......................................................... 386 7.6- PROGRAMAS RELACIONADOS ............................................................... 398 7.7 - CRONOGRAMA ...................................................................................... 398 7.8 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO.................................................... 398 7.9- EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO ................................................ 399 7.10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 403 8 - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ................................................................... 404 8 .1 - Justificativas .......................................................................................... 404 8.1.2. - OBJETIVOS DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ................. 405 8.1.2.1 - Objetivos Gerais ......................................................................................... 405 8.1.2.2 - Objetivos Específicos................................................................................. 406 8.1.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS ......................... 408 8.1.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO ............................................................. 409 8.1.4.1 - Orientação .................................................................................................. 409 8.1.5 - DESCRIÇÃO DAS AÇÕES ............................................................................. 410 8.1.5.1 - Educação Ambiental Interna................................................................. 411 8.1.5.2 - Educação Ambiental Externa ................................................................ 413 8.1.6 - INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS AMBIENTAIS .................................................................................................................. 424 8.1.7 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO........................................................ 424 8.1.8 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO ................................................................ 425 8.1.9 - METAS ................................................................................................................ 426 8.1.9.1 - Metas da Educação Ambiental Interna ............................................. 426 8.1.9.2 - Metas da Educação Ambiental Externa ............................................ 427 8.1.10 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO ................................................ 433 8.1.10.1 - Indicadores da Educação Ambiental Interna ................................ 434 8.1.10.2 - Indicadores da Educação Ambiental Externa ............................... 434 8.2 - SUBPROGRAMA DE PREVENÇÃO CONTRA QUEIMADAS ...................... 435 8.2.1 - Justificativas .................................................................................................... 435 8.2.2 - OBJETIVO DO SUBPROGRAMA DE PREVENÇÃO CONTRA QUEIMADAS ................................................................................................................. 436 8.2.3 - METAS E INDICADORES................................................................................. 436 8.2.4 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS ......................... 437 8.2.5 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...................................................... 437 8.2.6 - INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS .. 439 8.2.7 - RESPONSABILIDADE DE EXECUÇÃO.......................................................... 439 8.2.8 - CRONOGRAMA ............................................................................................. 440 8.2.9 - AÇÕES A SEREM EXECUTADAS NO PERÍODO ........................................ 440 8.2.9.1 - Mobilização e Planejamento de Ações da Ação de Prevenção Contra Queimadas ................................................................................................... 440 8.2.9.2 - Palestras sobre Noções Básicas de Prevenção Contra Queimadas para Comunidade, Trabalhadores, Inclusive Engenheiros, Envolvidos na Construção da Ferrovia ........................................................................................... 441 8.2.9.3 - Público Alvo Atingido com Informações Qualitativas e Quantitativas (quando couber) ............................................................................ 441 8.2.10 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO ................................................ 442 8.2.11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 443 9- PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÕES E INDENIZAÇÕES .............................................. 445 9.1 - Justificativas ........................................................................................... 445 9.2 - OBJETIVOS DO PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO . 447 9.2.1 - Objetivo Geral ................................................................................................ 447 9.2.2 - Objetivos Específicos .................................................................................... 447 9.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS .................................................... 448 9.4 - DIRETRIZES................................................................................................ 451 9.4.1 - Orientação ...................................................................................................... 451 9.5 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO .......................................................... 451 9.5.1 - Identificação da Propriedade .................................................................. 452 9.5.2 - Cálculos das Áreas de Interferência da Ferrovia com a Propriedade ................................................................................................................ 452 9.5.3 - Contato com o Ocupante/Proprietário ................................................. 453 9.5.4 - Levantamento Documental ...................................................................... 453 9.5.5 - Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal ............. 454 9.5.6 - Negociação com o Ocupante/Proprietário ........................................ 456 9.5.7 - Registro no Cartório de Imóveis ................................................................ 456 9.5.8 - Comunidades Frágeis .................................................................................. 456 9.6 - CRONOGRAMA ...................................................................................... 457 9.7 - RESPONSABILIDADE E EXECUÇÃO ......................................................... 458 9.8 - METAS E INDICADORES .......................................................................... 459 9.9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 462 Figura 1: Exemplo de Apresentação de Localização Geográfica das Matrizes Selecionadas pelo Lote XX ............................................................................................... 10 Figura 2: Figura 02: Índice de Declínio Populacional por Tamanho Efetivo de População ............................................................................................................................. 20 Figura 3: Figura 03: Procedimento de Supressão de Vegetação - FIOL.............. 31 Figura 4: Exemplo de Visualização para a Localização Geográfica das Leiras de Madeira no Lote XX - FIOL .......................................................................................... 33 Figura 5: Esquema de Plantio Compensatório em Áreas de APP ......................... 44 Figura 6: Padrão Aterro ...................................................................................................... 50 Figura 7: Padrão Banquetas ............................................................................................. 51 Figura 8: Padrão Pátios e Desvios ................................................................................... 52 Figura 9: Padrão Pontes e Bueiros ................................................................................... 53 Figura 10: Ganchos para Captura de Serpentes ....................................................... 68 Figura 11: Cambão com Haste ....................................................................................... 68 Figura 12: Puçá Convencional Adquirido em Lojas de Caça e Pesca ............... 69 Figura 13: Caixa Confeccionada em Compensado Utilizada para o Transporte Seguro de Animais............................................................................................................... 69 Figura 14: Mesa Veterinária para Cirurgia com Regulagem de Altura e Inclinação .............................................................................................................................. 70 Figura 15: Jaulas para Confinamento Temporário de Mamíferos ........................ 70 Figura 16: Armário de Medicamentos de Epoxy ........................................................ 71 Figura 17: Estruturas que também serão usadas como pontos de travessia de Fauna. ..................................................................................................................................... 88 Figura 18: Armadilha de Sherman, Confeccionada em Material Resistente e Dobrável e Gambá (Didelphis marsupilis) Capturado em Armadilha de Queda................................................................................................................................... 109 Figura 19: Esquema do Transecto com Armadilhas Sherman e “Pitfalls”.......... 110 Figura 20: Esquema de Uma Linha de Armadilhas de Interceptação e Queda ................................................................................................................................................. 110 Figura 21: Trapa-câmera Vistoriada para Troca de Filme ou Reposição da Isca ................................................................................................................................................. 111 Figura 22: Morcego Capturado com Rede de Neblina ........................................ 112 Figura 23: Redes de Neblina Preparadas para Abertura nas de um Pequeno Lago Circundado por Área Florestada....................................................................... 113 Figura 24: Artibeus cinereus Localizado em Abrigo durante Censo em Transecto Efetuado Durante o Dia ............................................................................... 113 Figura 25: Mensuração do Comprimento do Antebraço de um Espécime .... 114 Figura 26: Gravador Marantz PMD 660 com Cartão de Memória Calibrado para Registrar Vocalizações de Aves e Gravador MD Sony MZ-NF 810 Apropriado para Registrar Vocalizações mais Agudas e Estridentes ................ 115 Figura 27: Gravação de Vocalizações das Aves em Campo Utilizando Microfone Direcional ........................................................................................................ 116 Figura 28: Tocador Digital de Áudio “Ipod” com Grande Capacidade de Armazenagem e Facilidade de Acesso aos Arquivos ........................................... 117 Figura 29: Busca Ativa de Espécimes da Herpetofauna Realizada a Noite .... 118 Figura 30: Armadilha de Queda e Detalhe de Linha de Armadilha de Queda (pitfall) ................................................................................................................................... 119 Figura 31: Inventário de Espécimes da Herpetofauna e Manipulação dos Animais será em Campo ................................................................................................. 119 Figura 32: Peneira Circular com Trama de Aço Fina e Tarrafa de Pesca Circular.................................................................................................................................. 120 Figura 33: Exemplos de Materiais e Artes de Pesca que Serão Utilizados Durante a Coleta de Dados: a) embarcação e propulsão; b) tarrafa; c) rede de espera; d) peneira; e) picaré; f) pesca elétrica; g) gerador utilizado na pesca elétrica ..................................................................................................................... 122 Figura 34: Amostrador Tipo Surber de Área Reduzida com 0.025 m2 de área e 500 µm de Abertura da Malha ...................................................................................... 123 Figura 35: Esquema do delineamento amostral de invertebrados aquáticos (EPT) para área de influência da ferrovia oeste-leste, de Figueirópolis (TO) a Ilhéus (BA)............................................................................................................................. 124 Figura 36: Heterogeneidade estrutural comumente encontrada em riachos e rios de pequeno porte. A) retenção de pacotes de folhas em trechos de corredeiras; B) cascalho e pedras em trechos de corredeiras; C) depósitos de areia em trechos de remanos; D) depósitos de ....................................................... 125 Figura 37: Bandeja Branca para Triagem de Invertebrados Aquáticos ........... 126 Figura 38: Sistema de Iluminação Utilizado sob Bandeja Branca para Triagem de Invertebrados Aquáticos........................................................................................... 126 Figura 39: Organograma para Destinação Final Adequada ................................ 245 Figura 40: Localização (esquemática) da Ferrovia de Integração Oeste-Leste ................................................................................................................................................. 261 Figura 41: Bacias Hidrográficas que serão Interceptadas pela Ferrovia de Integração Oeste-Leste ................................................................................................... 270 Figura 42: Exemplo de Detector de Descarrilamento ............................................ 293 Figura 43: Operação do Detector de Descarrilamento em Operação ........... 293 Figura 44: Divisão dos Lotes da FIOL ............................................................................ 297 Tabela 1: Acompanhamento de Marcação de Matrizes no LOTE XX................... 9 Tabela 2: Acompanhamento da Coleta de Sementes - Lote XX - FIOL ............. 10 Tabela 3: Controle da Localização das Matrizes e Quantidade de Sementes Coletadas por Espécie no Período - Lote XX - FIOL ................................................... 11 Tabela 4: Controle de Produção de Mudas - Lote XX .............................................. 17 Tabela 5: Exemplo de Registro da Localização das Matrizes e Quantidade de Epífitas (orquidaceae, bromeliaceae, cactaceae) Coletadas por Espécie no Período - Lote XX- FIOL ....................................................................................................... 22 Tabela 6: Exemplo de Registro do Monitoramento das Espécies Transplantadas (orquidaceae, bromeliaceae, cactaceae). ................................ 23 Tabela 7: Plantios compensatórios por categoria de intervenção ...................... 55 Tabela 8: Áreas selecionadas para a compensação .............................................. 55 Tabela 9: Resultados do Monitoramento dos Plantios Compensatórios ............. 56 Tabela 10: Resumo Geral das Ocorrências por Período .......................................... 77 Tabela 11: Resumo Geral dos Atropelamentos Ocorridos no Período ................ 77 Tabela 12: Dimensões de Passagens de Fauna ......................................................... 87 Tabela 13: Obras de Arte Correntes e Especiais Existentes no Trecho................. 93 Tabela 14: Passagens de Fauna Previstas no Trecho ................................................ 93 Tabela 15: Exemplo de Tabela para Coleta de Informações .............................. 131 Tabela 16: Identificação do Lote .................................................................................. 166 Tabela 17: Obras de Arte em Operação e Previstas para o Semestre ............. 166 Tabela 18: Classificação dos passivos com relação à localização e posição ................................................................................................................................................. 174 Tabela 19: Classificação dos Passivos com relação ao seu tipo ........................ 174 Tabela 20: Classificação quanto ao tipo material/solo e cobertura vegetal. 174 Tabela 21: Escala de risco à plataforma e terceiros ............................................... 175 Tabela 22: Classificação quanto ao status do passivo ambiental. .................... 175 Tabela 23: Cadastramento de Passivos Ambientais ............................................... 197 Tabela 24: Medidas Corretivas/Preventivas Adotadas para os Passivos Ambientais ........................................................................................................................... 199 Tabela 25: Levantamento dos Locais com Processos Erosivos Existentes, Assoreamentos e Potenciais de Ocorrência ............................................................. 226 Tabela 26: Resumo das Estruturas Implantadas no Trecho ................................... 227 Tabela 27: Medidas Corretivas e Mitigadoras Adotadas ...................................... 227 Tabela 28: Análises Realizadas nos Efluentes Oleosos. ........................................... 244 Tabela 29: Resumo da Geração de Resíduos Sólidos ............................................ 254 Tabela 30: Registros Quantitativos e Qualitativos de Resíduos Sólidos .............. 254 Tabela 31: Medidas Adotadas para Tornar Inertes os Resíduos Perigosos (quando houver) ................................................................................................................ 255 Tabela 32: Resumo da Geração de Efluentes Líquidos ......................................... 255 Tabela 33: Medidas Adotadas para Minimizar os Efluentes Líquidos ................. 256 Tabela 34: Parâmetros a serem Monitorados com suas Respectivas Técnicas de Analise. ........................................................................................................................... 267 Tabela 35: Pontos de Coleta Selecionados, Nomes dos Corpos Hídricos e Respectivas Localizações. .............................................................................................. 271 Tabela 36: Parâmetros a serem Monitorados com seus Respectivos Padrões de Qualidade de Água para as Diferentes Classes Adotadas para Águas Doces na Resolução CONAMA 357/2005 ............................................................................... 281 Tabela 37: Dados de Monitoramento.......................................................................... 283 Tabela 38: Medidas Corretivas e Mitigadoras Adotadas ...................................... 283 Tabela 39: Cronograma de Execução da Análise de Riscos ............................... 299 Tabela 40: Tabela de Monitoramento e Acompanhamento da Execução da Implantação dos Detectores de Descarrilamento nas Obras de Arte Especiais que Cruzam os Corpos Hídricos na FIOL. .................................................................... 303 Tabela 41: Locais de Monitoramento de Emissões Atmosféricas nos Lotes 01 e 02. ........................................................................................................................................... 312 Tabela 42: Locais de Monitoramento de Emissões atmosféricas nos lotes 03 e 04. ........................................................................................................................................... 313 Tabela 43: Locais de Monitoramento de Emissões atmosféricas nos lotes 05, 06 e 07. ....................................................................................................................................... 315 Tabela 44: Resumo das Gerações de Emissões Atmosféricas .............................. 319 Tabela 45: Resultados dos Monitoramentos Efetuados .......................................... 319 Tabela 46: Medidas Corretivas e Mitigadoras Adotadas ...................................... 320 Tabela 47: Nível de Critério de Avaliação NCA para Ambientes Externos, em dB............................................................................................................................................ 326 Tabela 48: Resumo das Informações das Medições de Ruídos no Trecho xx da FIOL ........................................................................................................................................ 333 Tabela 49: Resumo das Informações das Medições de Vibrações no Trecho xx da FIOL .................................................................................................................................. 335 Tabela 50: Resumo das Informações das Medições de Vibrações no Trecho xx da FIOL .................................................................................................................................. 337 Tabela 51: Níveis de Ruídos Previstos ........................................................................... 338 Tabela 52: Locais de Monitoramento de Ruídos e Vibrações nos Lotes 01 e 02. ................................................................................................................................................. 339 Tabela 53: Locais de Monitoramento de Ruídos e Vibrações nos Lotes 03 e 04. ................................................................................................................................................. 340 Tabela 54: Locais de Monitoramento de Ruídos e Vibrações nos Lotes 05, 06 e 07. ........................................................................................................................................... 342 Tabela 55: Cronograma de Treinamento de Trabalhadores................................ 364 Tabela 56: Demanda de Capacitação de Trabalhadores .................................. 368 Tabela 57: Ações Previstas no Programa de Comunicação Social ................... 391 Tabela 58: Resumo dos Canais de Comunicação do Empreendimento com a Sociedade ........................................................................................................................... 402 Tabela 59: Detalhamento das Atividades Realizadas ............................................ 402 Tabela 60: Ações Educativas Previstas na Fase de Instalação da Ferrovia..... 428 Tabela 61: Exemplo de Informações sobre as Atividades de Educação Ambiental Desenvolvidas no Período ......................................................................... 435 Tabela 62: Detalhamento do Treinamento da Brigada de Incêndio ................ 442 Tabela 63: Medidas Adotadas para a Prevenção de Incêndios ........................ 442 Tabela 64: Levantamento das Propriedades Interceptadas pelo Empreendimento e seus Ocupantes ........................................................................... 461 Tabela 65: Dados de indenizações .............................................................................. 462 Quadro 1: Planejamento de Salvamento de Flora ................................................... 11 Quadro 2: Planejamento das Áreas com Necessidade de Supressão de Vegetação ............................................................................................................................ 30 Quadro 3: Planilha de Controle de Cubagem de Material Lenhoso - LOTE XX 33 Quadro 4: Tabela de Aproveitamento Madeireiro – Lote XX ................................. 34 Quadro 5: Planilha Controle de Doação de Material Lenhoso – Lote XX .......... 35 Quadro 6: Área Preservada na Atividade de Supressão em Faixa de Domínio no Lote XX da FIOL (m²) ..................................................................................................... 36 Quadro 7: Área de APP Suprimida e Preservada na Atividade de Supressão em Faixa de Domínio no Lote XX da FIOL (m²) ........................................................... 36 Quadro 8: Treinamento de Trabalhadores Envolvidos na Atividade de Supressão de Vegetação ................................................................................................. 37 Quadro 9: Pontos Propostos para Localização das Passagens Inferiores de Fauna na FIOL, com Indicação das Coordenadas UTM e Geográficas entre os lotes 1 a 7. .............................................................................................................................. 89 Quadro 10: Áreas de Amostragem Selecionadas para Monitoramento da Fauna Terrestre com Indicação de Localização e Fitofisionomia ...................... 101 Quadro 11: Áreas de Amostragem Selecionadas para Monitoramento da Fauna de Peixes com Indicação de Localização e Bacia Hidrográfica.......... 102 Quadro 12: Áreas de Amostragem Selecionadas para Monitoramento da Fauna de Invertebrados Aquáticos com Indicação de Localização e Bacia Hidrográfica. ....................................................................................................................... 105 Quadro 13: Subprograma de Gerenciamento de Resíduos - Destinação Final por Tipo de Resíduo .......................................................................................................... 248 Quadro 14: Níveis de Ruído x Exposição Máxima Diária Permissível (NR15) .... 330 Quadro 15: Levantamento de Grupos sociais afetados pelo empreendimento, Organizações da sociedade civil, Órgãos governamentais e Escolas por cidade .................................................................................................................................. 376 Quadro 16: : Levantamento de Grupos sociais afetados pelo empreendimento, Organizações da sociedade civil, Órgãos governamentais e Escolas por cidade ........................................................................................................ 415 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA 1. PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA No processo de implantação de linhas férreas, é natural o cruzamento de grandes extensões geográficas e realidades ambientais as mais variadas. Dentre os impactos causados pela implantação deste tipo de empreendimento, a supressão de vegetação é uma atividade inserida na abertura destas áreas ao longo do traçado planejado. A sua execução corresponde a uma das primeiras ações a serem efetivadas, no início das obras. A supressão de vegetação entre tantos impactos causa a alteração de habitats, ocasionando a perda de ambientes e também promove o surgimento de novos habitats as margens da ferrovia, portanto é importante a implantação do programa de proteção de flora em consonância com outros programas ambientais como resgate de fauna e comunicação social. Além disso, outros impactos indiretos podem ser relacionados à remoção da cobertura vegetal, como o aumento da incidência de processos erosivos e afugentamento de fauna e, no caso de vegetação de matas ciliares, o risco de assoreamento dos cursos hídricos. Dessa forma torna-se necessário o estabelecimento de diretrizes e procedimentos para a supressão de vegetação a fim de minimizar os impactos ambientais decorrentes desta atividade. O Programa de Proteção da Flora, que será realizado durante a fase de implantação do empreendimento, terá como diretrizes a redução dos impactos através de atividades preventivas, a realização do desmatamento em áreas estritamente necessárias à implementação do projeto e a recuperação com plantios compensatórios e paisagísticos. Dentro deste contexto, o projeto da construção prevê uma série de medidas para controle da execução e minimização destes impactos, entre 1 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA elas, três etapas específicas e um subprograma, todos promovendo a proteção da flora durante a implantação da ferrovia, sendo: ETAPA 1.1- RESGATE E MONITORAMENTO DA FLORA; ETAPA 1.2- CONTROLE E MINIMIZAÇÃO DE DESMATAMENTOS; ETAPA 1.3- PLANTIOS COMPENSATÓRIOS E PAISAGÍSTICOS e SUBPROGRAMA DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS. O Subprograma de Prevenção de Incêndios está apresentado no Programa de Educação Ambiental. ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS Os requisitos legais e normativos cabíveis ao Programa de Proteção da Flora são: ETAPA 01: Resgate e Monitoramento da Flora: A Lei Federal nº 12.651 de 25 de maio de 2012, que Institui o novo Código Florestal. A Lei Federal nº 11.428 de 22 de dezembro de 2006 que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências. O Decreto Federal n° 6.660 de 21 de novembro de 2008, que regulamenta dispositivos da Lei nº 11.428, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica. 2 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA A Resolução nº 303/2002 de 20 de março de 2002, que dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. A Resolução nº 369/2006 de 29 de março de 2006, que dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente-APP. A Instrução Normativa nº 06 de 23 de setembro de 2008. Que lista das espécies de flora ameaçada no Brasil. ETAPA 02: Controle e Minimização de Desmatamentos: O artigo 225 da Constituição Federal de 1988 determinou como incumbência do Poder Público, a definição, em todas as unidades da Federação, de espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos (§1º, III). As florestas e demais formas de vegetação são protegidas de acordo com os dispositivos do Código Florestal, Lei nº 12.651/12, e de normas que apresentam as formas de proteção e limites de desmatamentos estabelecidos para florestas ou formas de vegetação específicas. O Código Florestal estabelece as Áreas de Preservação Permanente (APP), que são definidas como sendo áreas protegidas, cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas (art 3° II). A Resolução CONAMA nº 303/02, em complemento, amplia o conceito de áreas consideradas como APP, dispondo sobre parâmetros, definições e limites delas. Entretanto, sendo o empreendimento em questão uma obra de utilidade pública, registra-se que a Resolução CONAMA 303/02, nos temos do disposto em seu art. 4º, estabelece que sua supressão possa ser autorizada. A Resolução CONAMA nº 369/06 dispõe, também, sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em APP. Por outro lado, a Lei nº 12.651/12, instituiu a obrigatoriedade da autorização ambiental para exploração de florestas e formações 3 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA sucessoras (art. 26), e a criação da chamada Reserva Legal, que resguarda pelo menos 20%, e até 80%, de cada propriedade rural do corte raso da vegetação (art. 12). A Lei nº 11.284/06, que dispõe sobre a gestão de florestas públicas para a produção sustentável, instituiu ainda o Serviço Florestal Brasileiro - SFB e criou o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal FNDF. Em relação à Mata Atlântica, vegetação original de áreas que serão servidas pelas Ferrovias Norte-Sul e Ferrovia de Integração Oeste, destaca-se que ela é protegida pela Lei nº 11.428/06, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica. A INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº6, DE 7 DE ABRIL DE 2009, regulamenta a obtenção da Autorização para Supressão da Vegetação, cuja emissão, é feita pelo IBAMA. ETAPA 03: Plantios Compensatórios e Paisagísticos: A Lei 12651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. A Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de Agosto de 2000. A Resolução CONAMA nº 369/2006. A Instrução Normativa MMA nº 6/2008. A Resolução CONAMA 429/2011, Dispõe sobre a metodologia de recuperação das Áreas de Preservação Permanente - APPs. 1.1. RESGATE E MONITORAMENTO DE FLORA 1.1.1. JUSTIFICATIVAS É de conhecimento que as obras de instalação da FIOL já estão em andamento, sendo que a supressão da vegetação já afeta e afetará nos 4 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA demais lotes da construção, algumas espécies vegetais com valor ecológico, econômico ou de uso tradicional (medicinais, comestíveis e paisagísticos), bem como espécies ameaçadas e imunes ao corte conforme legislação vigente. Este programa apresentará as atividades, que serão realizadas no âmbito do resgate de germoplasma em todos os lotes da obra de instalação da FIOL, em apoio às atividades de controle da supressão da vegetação. Assim, são previstas as atividades de controle e de planejamento da supressão, que incluem vistorias prévias para resgate e liberação de áreas para a supressão; atividades concomitantes à supressão para resgate de sementes, resgate de bromélias e orquídeas epífitas presentes em copas de árvores, além de espécies raras de bromeliáceae e orquidaceae de hábitos terrestres e rupículas (rupestres) e seu replantio em remanescentes de vegetação do entorno (enriquecimento); plantio e manutenção de sementes em viveiro para o enriquecimento de remanescentes no entorno da região. 1.1.2. OBJETIVOS DO RESGATE DE FLORA 1.1.2.1. Objetivo Geral O objetivo desta etapa é minimizar os impactos sobre a flora local, garantindo o resgate de sementes, plântulas e produção de mudas de espécies de interesse biológico, econômico, cultural, garantindo a manutenção de parte da diversidade genética de espécies da flora afetadas nas áreas de interferência das obras de implantação da ferrovia e suas áreas de apoio. 5 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA 1.1.2.2 - Objetivos Específicos Minimizar impactos sobre a flora ameaçada de extinção, endêmica, e/ou com algum tipo de aproveitamento tradicional/econômico. Vistoriar e cadastrar previamente todas as áreas a serem suprimidas. Favorecer a variabilidade genética de espécies vegetais da flora local afetadas pelo empreendimento. Representar nas amostras de germoplasma, todas as espéciesalvo (ameaçadas e endêmicas). Colher e transplantar espécies epífitas (bromélias e orquídeas) para substrato vegetal adjacente à área de extração. Monitorar e acompanhar o desenvolvimento das espécies transplantadas. Conscientizar as equipes das empreiteiras, construtoras e demais empresas contratadas pela VALEC, responsáveis pela implantação do empreendimento sobre a importância da conservação do material genético das espécies vegetais. 1.1.3. PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO Este item irá determinar as diretrizes para o resgate de sementes, epífitas e cactáceas, tendo como foco as espécies raras, endêmicas e/ou ameaçadas, prevendo as seguintes atividades: 1.1.3.1 – Planejamento do Salvamento da Flora 1.1.3.2- Identificação e Marcação de Matrizes; 1.1.3.3 - Coleta de Sementes/Material Vegetativo para o Banco de Germoplasma; 1.1.3.4 - Produção de Mudas; 1.1.3.4 - Salvamento de Bromélias, Orquídeas e Cactáceas; 6 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA 1.1.3.6 - Monitoramento das Espécies Transplantadas. 1.1.3.1. Planejamento do Salvamento da Flora Antes de iniciar o processo de salvamento, deve ser realizado o mapeamento caracterizando toda a vegetação nativa na área de influência direta do empreendimento, de modo que se possa coletar material reprodutivo do maior número possível de espécies. Deve haver o acompanhamento e monitoramento dos trabalhos de abertura de “off-sets”, acessos e canteiros, bem como os desmatamentos necessários a outras instalações de apoio da ferrovia. As construtoras contratadas para as obras da ferrovia deverão avisar a VALEC, com no mínimo 10 (dez) dias de antecedências, os locais onde serão realizados os desmatamentos, para que o empreendedor possa mobilizar a equipe que fará o Salvamento da Flora e também de Fauna, logo após a demarcação da área a ser desmatada e antes de ser executado qualquer serviço voltado à supressão da vegetação. Nesta ocasião, a VALEC, ou a empresa de consultoria contratada para supervisão do trecho em questão, mobilizará sua equipe de especialistas em flora para que seja efetuada a supervisão da coleta do germoplasma na área em que a vegetação será suprimida, tarefa que será realizada pela construtora e atestada pela supervisora ou pela VALEC, conforme o caso. A priorização obedece a uma ordem de avanço das frentes de obras e devem ser relacionadas ao estado de conservação das formações vegetais ao longo da ferrovia. Recomenda-se que formações vegetais mais antropizadas e matas ripárias (APPs) sejam objeto de coleta antes dos demais locais. 1.1.3.2. Identificação e Marcação de Matrizes A identificação e marcação de matrizes deverá ser uma atividade contínua executada pela equipe de meio ambiente da supervisora 7 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA obrigatoriamente antes do início das obras e durante sua execução, que deverá ser composta ao menos de 1 profissional conhecer do meio biótico (biólogo/Eng. Florestal). Em cada população há uma variabilidade de características genéticas que se apresentam diferentemente em cada indivíduo. Essas características fenotípicas representam a resposta genética do indivíduo ao meio ambiente. Como a maioria destas características é passada de geração em geração, é de se esperar que uma árvore fenotipicamente superior apresente boa resposta genética às condições do meio ambiente e que repasse isso aos seus descendentes. Essas árvores são denominadas matrizes. Segundo Santarelli (2000), o número mínimo de árvores matrizes deve ser 12 (doze), baseado no fato de que, teoricamente, a amostragem de 1 (um) indivíduo representa 4 (quatro) indivíduos em populações naturais e, coletando frutos de 12 árvores, alcançaremos um número efetivo (tamanho efetivo de populações) de aproximadamente 48, ou seja, próximo de 50, representando assim uma população natural. Recentemente, tem-se ampliado a discussão sobre a necessidade de se aumentar o número de matrizes para colheita de sementes, além de se determinar, também, a distância mínima entre os fragmentos florestais. Contudo, é preciso lembrar que, do ponto de vista operacional, muitas vezes a colheita de diversas matrizes, principalmente para as espécies secundárias e climáticas, é muito dificultada. Já para as espécies pioneiras, a dificuldade é bem menor. Este número mínimo acima citado de indivíduos para se efetuar a colheita é generalista e não contempla as variações que efetivamente ocorrem que, segundo Raven et al. (2001), são principalmente de acordo com o perfil floral da espécie, além do seu comportamento ecológico. O número de indivíduos de cada espécie é muito variável, entre outros em função do grupo sucessional a que eles pertencem. Deve-se levar em conta, por exemplo, que as espécies dos estágios sucessionais iniciais, possuem maior produtividade e maior número de plantas em uma dada região, que as espécies dos estágios finais. Outro fator a ser considerado é que, como geralmente a proporção de espécies em um reflorestamento é de 70% de 8 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA espécies pioneiras e 30% de espécies não-pioneiras, a demanda de sementes/frutos do primeiro grupo é maior (BARBOSA, 2000). A equipe responsável ao percorrer o trecho tanto na faixa de domínio, como em áreas lindeiras, deve identificar e marcar as coordenadas geográficas destes indivíduos que apresentam características fenotípicas consideradas superiores, como por exemplo, abertura e formação da copa, porte avantajado em relação aos seus pares, diâmetro do tronco, boa ramificação com galhos inseridos o mais perpendicularmente possível no tronco, abundante floração, produção de frutos, ausência de deformidades nas raízes e tronco, sanidade entre outras que indiquem boa resposta genética às condições do meio ambiente as quais são desejáveis para a perpetuação das espécies. Sendo assim, para cada lote, as equipes devem marcar a quantidade de indivíduos para cada espécie, de modo a demonstrar que a proporção é adequada para a manutenção da variabilidade genética. Esta proporção deve levar em conta o estágio sucessional, de maneira a contemplar as proporções recomendadas para a execução de plantios, sendo 70 % de pioneiras e 30% de não pioneiras. As informações referentes à identificação destas matrizes, por lote, deverão ser contempladas no quadro de acompanhamento de marcação de matrizes (Tabela 01). Tabela 1: Acompanhamento de Marcação de Matrizes no LOTE XX Períodos META Total 1ª semestre 2º semestre ACUMULADO Quantidade Quantidade Quantidade Nº de espécies Nº de Matrizes 9 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Os registros de coleta de sementes devem apresentar o número de sementes coletadas por lote considerando a necessidade de produção de mudas para recuperação do trecho, conforme exemplo na Tabela 02. Tabela 2: Acompanhamento da Coleta de Sementes - Lote XX - FIOL PERÍODO Nº DE SEMENTES COLETADAS 1º SEMESTRE 2º SEMESTRE TOTAL As informações referentes à identificação das matrizes dos lotes devem ser contempladas no quadro de coleta de sementes (exemplo na Tabela 03) e a visualização das localizações geográficas das matrizes selecionadas sobre a imagem de satélite pode ser exemplificada como na Figura 01. Figura 1: Exemplo de Apresentação de Localização Geográfica das Matrizes Selecionadas pelo Lote XX 10 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Tabela 3: Controle da Localização das Matrizes e Quantidade de Sementes Coletadas por Espécie no Período - Lote XX - FIOL Nº Lote xx – Controle de Coleta de Sementes em Material Vegetativo Nome Nome Data Lote Coordenada Km Unidade QTDE Popular Científico de Resgate Y X 1.1.3.3 Coleta de Sementes/Material Vegetativo para o Banco de Germoplasma A execução desta etapa deverá estar relacionada com a atividade de desmatamento. Portanto, deverá ser apresentado um quadro informando o planejamento das áreas que serão desmatadas, a fim de planejar, e executar o salvamento da flora, conforme exemplo do quadro 01. Quadro 1: Planejamento de Salvamento de Flora Trecho a ser desmatado (Km) Coordenadas geográficas X Caracterização vegetacional da área Bioma Y As construtoras contratadas para realizar as obras da ferrovia deverão comunicar a equipe de gerenciamento ambiental da VALEC, com no mínimo 10 (dez) dias de antecedência, os locais onde serão realizados os desmatamentos, para que as equipes de salvamento de flora possam ser mobilizadas. Algumas variáveis são imprescindíveis para determinar os procedimentos de coleta de sementes florestais. A priori, são consideradas 11 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA como principais: a altura das árvores, época de dispersão, as estratégias de dispersão das espécies (vento, fauna, etc.) e os tipos morfológicos de sementes. A definição do método deve-se em primeira instância se os frutos são deiscentes, ou seja, que se abrem espontaneamente na maturação, ou se indeiscentes, ou seja, aqueles que não se abrem espontaneamente na maturação. Num segundo momento, é avaliado se as sementes apresentam alguma estratégia de dispersão que dificultasse a coleta, como é o caso das sementes aladas ou envoltas por algodão ou plumas que são carregadas facilmente pelo vento. Por fim, avalia-se o tamanho da árvore e a forma como os frutos estão presos a ela. A partir do cruzamento destas variáveis, e observando as características do clima e topografia, serão escolhidos os métodos de coleta, sendo que estes são classificados em coleta direta ou coleta indireta. A coleta direta é aquela onde há interação ativa com a árvore, como escalada e uso de podões e cutelos para derrubada dos frutos. A coleta indireta é aquela que pode ser feita sem interação ativa com a árvore, como por exemplo, a coleta dos frutos no chão. De forma geral, os frutos deiscentes coletados pouco antes do período de maturação, pois ainda não estão abertos, garantem grande aproveitamento de sementes frente ao esforço de coleta. Nesses casos a coleta é executada utilizando-se podões ou cutelos derrubando-os um a um. No caso dos frutos que já se encontram abertos, ou quando são muito pequenos para serem derrubados, é utilizada uma lona estendida sob a árvore e o chacoalhamento dos galhos onde eles se encontram. 12 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Os frutos indeiscentes são coletados no chão quando estiverem maduros, dispensando-se os que se encontrarem brocados, doentes ou com qualidade inferior. A cada lote, deve-se registrar em planilha a quantidade de sementes, identificando-se as espécies e total de indivíduos coletados. Ainda em campo, as sementes devem ser identificadas e passar por um pré-beneficiamento que consiste da retirada de resíduos indesejáveis que acompanham as mesmas, como galhos, folhas, frutos podres ou imaturos e outros que devem ser eliminados como primeira etapa antes de seguir para o viveiro. Ao seguirem para o viveiro, as sementes precisam passar pelo beneficiamento propriamente dito que consiste na remoção de sementes brocadas, doentes, quebradas ou menores que o padrão, bem como o descarte de restos de matéria orgânica, terra, pó ou qualquer outro resíduo indesejado que ainda permaneçam. Após o beneficiamento, as sementes devem ser armazenadas em prateleiras forradas com tela para permitir a aeração e diminuir a ocorrência de fungos. As campanhas de coleta resultarão em materiais reprodutivos (frutos e sementes) e materiais vegetativos (estacas, raízes, tubérculos, bulbos e plantas inteiras), sendo que cada um deles passará pelo tratamento necessário à conservação até seu destino final. 13 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA 1.1.3.4 - Beneficiamento do Material Reprodutivo No caso de frutos carnosos ou secos, o primeiro procedimento no beneficiamento é retirar as sementes de seu interior de acordo com as exigências de cada espécie. Para algumas espécies o material coletado já está praticamente pronto para ser plantado, seja ele fruto ou semente. No caso das sementes deve ser feita uma limpeza para a retirada de terra, folhas e outros materiais que porventura tenham se misturado, além da remoção daquelas mal formadas, imaturas, danificadas e doentes. Também nesta fase são adotadas as medidas profiláticas visando o combate de doenças e pragas através da aplicação de fungicidas e inseticidas, principalmente no material a ser armazenado para plantio posterior. A condição ideal para armazenamento de sementes é de baixa temperatura e umidade. Os locais de armazenagem devem ser ventilados, evitando o contato direto dos recipientes das sementes com o piso. Por serem higroscópicas, as sementes absorvem umidade do ar atmosférico, por isso, em locais de clima úmido, sua armazenagem deve ser mais cuidadosa. Em caso de infestação por insetos de armazenamento, deve-se fazer o expurgo com produtos à base de fosfina que não interferem na germinação das sementes. As sementes de cada espécie, limpas e prontas para plantio, formarão um lote que poderá ser então semeado imediatamente no viveiro da ferrovia. 1.1.3.5 - Beneficiamento do Material Vegetativo No caso de estacas ou outras estruturas de propagação vegetativa como rizomas, bulbos ou raízes, elas deverão ser limpas e se não forem imediatamente plantadas, deverão permanecer pelo menor prazo possível em estruturas de armazenagem próprias, aguardando seu destino final que pode ser o próprio viveiro da ferrovia ou outro viveiro conveniado. Esta deverá ser a forma de coleta e propagação menos utilizada, pois seu uso intenso exige a presença de uma estrutura de armazenagem com 14 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA câmaras frias e outros equipamentos com custos de implantação e manutenção elevados. Além disso, para a maioria das espécies nativas da região simplesmente não existem informações sobre a reprodução vegetativa das mesmas, sendo grande o risco de insucesso. 1.1.3.6 - Plantas Inteiras A coleta de plantas vivas e inteiras será utilizada apenas para as orchidaceae, bromeliaceae e cactaceae. Estas deverão ser coletadas preferencialmente com o seu suporte, ou pelo menos parte dele, de modo a reduzir o trauma sobre o sistema radicular da planta, melhorando assim as chances de sobrevivência da mesma. As plantas coletadas devem receber tratos de cultivos o mais parecido possível com o seu habitat natural, como temperatura, umidade e substrato. O salvamento da flora será feito através da coleta de material de propagação das espécies de interesse, seja ele material reprodutivo (frutos e sementes) e/ou vegetativo (estacas) e também através da coleta e transplante de plantas inteiras, o que será feito apenas para as bromeliaceae, orchidaceae e cactaceae. Em campo o resultado de cada coleta terá sua identificação e localização anotada formando um lote de material de uma única espécie para cada localidade percorrida. A localização deverá ser feita com uso de GPS, anotando-se as coordenadas UTM com erro máximo de 8 metros. 1.1.3.7 - Produção de Mudas Existem vários métodos que podem ser utilizados para a semeadura, a metodologia utilizada para a produção das mudas será a semeadura direta em saquinhos ou nas sementeiras. A semeadura será feita em sementeiras nas seguintes ocasiões: quando as sementes forem muito pequenas ou excessivamente grandes, se a taxa de germinação da espécie for muito irregular ou desconhecida e por fim quando 15 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA as mudas apresentarem capacidade de aguentar o trauma do repique. A semeadura se dará a lanço e as sementes devem ser cobertas com fina camada de areia. O repique das plântulas das sementeiras para os recipientes definitivos devem ser feitos entre 3 e 5 cm de tamanho, através do arranque, pegando as mesmas pela base do caulículo e suspendendo-as suavemente, evitando traumas à raiz. Depois, os propágulos devem ser depositados em um balde com água limpa e imediatamente transplantados para os recipientes definitivos que já devem estar previamente preparados com as cavidades prontas. As mudas são então plantadas evitando torções na raiz principal e apertando-se a terra ao redor, tomando o cuidado para evitar que se deixem bolsões de ar ao redor das raízes, o que pode matar os propágulos. A semeadura diretamente nos saquinhos deve ser realizada quando as sementes forem de tamanho médio e suas taxas de germinação bem conhecidas. O número de sementes semeadas por saquinho pode ser de 2 a 4 unidades. A profundidade, em geral, de 01 a 03 vezes o diâmetro da semente, sendo colocadas de lado (ou deitadas). No caso da germinação de mais de uma das sementes plantadas, procede-se a eliminação dos indivíduos mais fracos, ou o repique (ou transplante) para outros saquinhos, no caso de indivíduos que foram avaliadas com condições de se tornarem mudas saudáveis. Para ganhar rendimento em razão do tempo, os tratamentos prégerminativos utilizados para a quebra de dormência nas sementes coletadas, pode ser a escarificação e imersão em água culminando na produção de mudas. O Controle deste processo deve ser registrado conforme o exemplo da Tabela 04. 16 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Tabela 4: Controle de Produção de Mudas - Lote XX Controle de Mudas em Viveiro Nº Nome Popular Nome Científico QTDE. TOTAL É importante destacar que, em virtude da demanda dos plantios compensatórios, as mudas vegetais também podem ser adquiridas em viveiros comerciais da região. Estes viveiros devem ser licenciados pelos órgãos ambientais. 1.1.3.8. Salvamento de Bromélias, Orquídeas e Cactos (transplante). O salvamento de bromélias e orquídeas deve ser realizado antes e durante o processo de supressão de vegetação nos lotes da FIOL. De forma geral, as equipes responsáveis, compostas de ao menos um profissional conhecedor do meio biótico, devem vasculhar as frentes de obras nos diversos habitats interceptados, assegurando uma varredura que cubra todas as características ecológicas de ocorrência dessas famílias, sendo os hábitos epifíticos (plantas sobre outras plantas), terrestres (ocorrentes no solo) e rupículas (plantas sobre rochas). As plantas epífitas são responsáveis por grande parte da diversidade florística das florestas tropicais úmidas, incluindo a Mata Atlântica. Cerca de dez por cento (10%) de todas as plantas vasculares são epífitas. Estas pertencem, geralmente, a famílias consideradas avançadas em termos morfológicos, como por exemplo, a família Orchidaceae que possui setenta por cento de seus membros epífitos e a família Bromeliaceae em torno de cinquenta por cento. 17 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Em termos fisiológicos, tem se verificado que as epífitas apresentam várias adaptações que as capacitam a ocupar o dossel da floresta. Este contém uma variedade muito grande de microhabitats, desde os que possuem disponibilidade contínua de nutrientes e de umidade, até os mais instáveis, oligotróficos e secos. Neste último caso, as epífitas que o habitam necessitam ter mecanismos fisiológico-bioquímicos eficientes para aquisição de nutrientes e de água. Vários estudos têm mostrado que grande parte das epífitas está sujeita a períodos extensos de seca nos dosséis das florestas tropicais. Há, portanto adaptações importantes que permitem com que as epífitas sejam capazes de sobreviver em condições de estresse hídrico, como a existência de mecanismo de ajuste osmótico celular (acúmulo de sais, ácidos orgânicos e/ou açúcares), mudança na condutância estomática, fixação noturna do CO2 e aumento da elasticidade da parede celular, o qual permite um maior ajuste dessa parede ao volume do protoplasma, à medida que ocorre perda d’água, evitando a plasmólise irreversível e a consequente morte celular, condição esta promovida pela abertura de clareiras no dossel causa pelas atividades de supressão da FIOL. As epífitas têm sido pouco estudadas, em termos fisiológicos, relativamente às plantas agriculturáveis, entretanto nota-se, atualmente, um crescente interesse. À medida que o volume de dados aumenta a respeito da flora epífita, mais são relatadas estratégias peculiares e importantes de sobrevivência. Assim, salienta-se, também, o potencial genético das epífitas como possíveis doadoras de genes para espécies de interesse econômico (Mercier H.) A VALEC, mediante os dados coletados pelo programa de resgate de flora da FIOL almeja, ao final da atividade, disponibilizar toda a importante base de dados que será angariada durante a implantação do empreendimento ao meio científico e aos órgãos governamentais como o ICMBio e IBAMA objetivando contribuir para a definição de futuras ações de conservação para grupo botânico. Quanto ao número de indivíduos que precisam ser resgatados visando resguardar a viabilidade das populações impactadas, a VALEC assumiu o N18 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA referência de 400 indivíduos por quilômetro como aceitável para as espécies mais comuns. Para as espécies raras ou de baixa densidade o resgate abrangeu todos os indivíduos identificados na área suprimida. Pode-se pensar que, considerando a grande ocorrência das famílias Bromeliaceae e Orchidaceae no bioma mata atlântica, a quantidade 400 indivíduos por lote, podem ser insuficientes para garantir a manutenção de uma população viável mínima (PVM) e a preservação do patrimônio genético das populações impactadas, no entanto, segundo Shaffer (1981): “Uma população viável mínima (PVM) para qualquer espécie em um determinado habitat é a menor população isolada que tenha 99% de chance de continuar existindo por 1.000 anos, a despeito dos efeitos previsíveis de aleatoriedade genética, ambiental, demográfica e de catástrofes naturais”. Ou, em outras palavras, a PVM é menor população que tenha uma grande chance de sobrevivência no futuro. Como para se ter um número preciso da PVM de uma determinada espécie é necessário um estudo demográfico detalhado da população e uma análise ambiental da área, o que por sua vez pode custar muito e exigir meses ou até mesmo anos de pesquisa (Thomas, 1990), utilizou-se a equação de Wright (1931) como parâmetro para balizar um N aceitável visando assegurar a manutenção da variabilidade genética e evitar o declínio da heterozigozidade que poderia levar a diminuição do tamanho efetivo da população a um patamar tal que culminaria na extinção da mesma devido a fatores como a deriva genética, depressão endogâmica e perda da flexibilidade evolucionária (Ellstrand e Elam 1993; Thornhill 1993; Loeschcke et al 1994). A variabilidade genética é importante na medida em que permite que as populações se adaptem a um ambiente em transformação (como a ADA e a AID da FIOL). Indivíduos com certos alelos ou combinações de alelos podem ter exatamente as características necessárias para sobreviver e reproduzir em situações novas (como a nova configuração do ambiente após as obras da FIOL). Quando a frequência de um alelo em uma população pequena é baixa, estes têm grande possibilidade de se perder a cada geração que passa. Considerando, teoricamente, uma população isolada (o que não é o caso da FIOL) Wright (1931) propôs uma fórmula para expressar a expectativa 19 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA de declínio de heterozigozidade por geração (ΔF) em função de determinado tamanho efetivo de população (Ne): De acordo com essa equação, uma população de 50 indivíduos demonstraria um declínio em heterozigozidade de 1% (1/100) a cada geração, devido à perda de alelos raros. Uma população de 10 indivíduos teria um declínio de 5% (1/20, ou 5/100) por geração (Figura 02). Figura 2: Figura 02: Índice de Declínio Populacional por Tamanho Efetivo de População Fonte: Biologia da Conservação, 3ª ed., 2002. 20 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Essa fórmula demonstra que perdas significativas de variabilidade genética podem ocorrer em populações pequenas isoladas (novamente, o que não é o caso da FIOL). Entretanto a migração de indivíduos entre populações e a mutação regular de genes tendem a aumentar a variabilidade genética de uma população e a equilibrar os efeitos da deriva genética. Mesmo uma baixa frequência de movimento entre populações minimiza a perda de variabilidade genética associada ao pequeno tamanho de população (Lacey, 1987). Assim, se apenas um novo imigrante chegar, a cada geração, em uma população isolada a cerca de 100 indivíduos, a deriva genética será mínima (Primack e Rodrigues 2002). Ressalta-se ainda que o índice de minimização de desmatamento aferido pelo respectivo programa assegurará a conservação de toda a flora nativa e suas interações ecológicas, bem como as populações e metapopulações ali presentes, garantindo assim uma manutenção mínima da dinâmica ecológica mesmo após a interferência do empreendimento. Há de se considerar ainda que as áreas não se encontrem isoladas, o que permite a dispersão e interação entre as populações. Desta forma, fica patente que o N-referência para resgate e transplante de 400 indivíduos por quilômetro assumido pela VALEC para as espécies mais comuns, e o N máximo possível para as espécies mais raras ou com menor densidade populacional, é mais do que suficiente para assegurar a viabilidade das populações mesmo após a supressão e implantação da ferrovia. Os registros de resgates, para cada lote, devem contemplar a quantidade de indivíduos, por espécie, conforme exemplo apresentado na Tabela 05, além de registros em fichas de campo. 21 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Tabela 5: Exemplo de Registro da Localização das Matrizes e Quantidade de Epífitas (orquidaceae, bromeliaceae, cactaceae) Coletadas por Espécie no Período - Lote XX- FIOL Lote xx – Resgate de Flora – BROMELIACEAE, ORCHIDACEAE e CACTACEAE Nome Nome Data Lote Coordenada Km Unidade QTDE Coordenada Nº Popular Científico de Resgate de Transplante Y X Y X Caso as áreas selecionadas para transplante ou plantio das sementes seja particular ou Unidades de Conservação, deve ser apresentado a autorização dos proprietários ou órgão gestor. 1.1.3.9 - Monitoramento das Espécies Transplantadas Para o monitoramento das espécies transplantadas, deverão ser consideradas as características fisiológicas e morfológicas das plantas, sendo importante verificar o estado do sistema radicular, que garante o “pegamento” das epífitas nos estratos onde foram realocadas e as características e desenvolvimento do sistema foliar. Também deve ser observado se as plantas também estão servindo de abrigo para animais como anfíbios, pequenos répteis, mamíferos e aves. Registros de mortalidade também deverão ser realizados durante as campanhas. Os resultados das avaliações fitossociológicas serão comparados no decorrer das campanhas para detecção de alterações nas condições naturais do estrato arbóreo e do estrato herbáceo, decorrente do transplante. Os parâmetros de campo também envolverão o monitoramento fotográfico das áreas identificadas como passíveis de sofrerem mudanças em decorrência das intervenções do empreendimento. Serão estabelecidos 22 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA pontos de observação que deverão ser fotografadas a cada campanha de monitoramento. Os parâmetros de campo serão avaliados semestralmente, em períodos de seca e chuvas, a fim de acompanhar possíveis alterações na estrutura e composição da vegetação. O monitoramento fotográfico obedecerá à mesma frequência das campanhas de amostragem dos parâmetros fitossociológicos. Todos os registros integrarão um banco de dados georreferenciado, que integrará os levantamentos de campo. Os registros devem conter as informações que permitam o acompanhamento durante os estágios de coleta de dados. Importante à identificação (nome popular e científico), data da amostragem, lote, coordenadas e a descrição do estado qualitativo do vegetal. Tabela 6: Exemplo de Registro do Monitoramento das Espécies Transplantadas (orquidaceae, bromeliaceae, cactaceae). Lote xx – Resgate de Flora – BROMELIACEAE, ORCHIDACEAE e CACTACEAE. Nome Nome Data Lote Coordenada Descrição Nº Popular Científico de Resgate fisiomorfológica da planta Y X 1.1.4- EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO DO RESGATE E MONITORAMENTO DE FLORA A avaliação do desempenho é um conceito moderno que vem sendo cada dia mais adotado como forma de se aperfeiçoar a gestão pautando-se sobre os resultados alcançados. Pode ser definida como a identificação e mensuração das ações que os colaboradores de uma organização realizaram durante determinado período, e tem como objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual e coletivo dos 23 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA funcionários e processos, promovendo o crescimento aperfeiçoamento buscando-se sempre um melhor desempenho. e Através da avaliação de desempenho é mais fácil fornecer feedback aos gestores e colaboradores, baseado em informações sólidas e tangíveis, bem como auxiliá-las no caminho da melhoria contínua, buscando retroalimentar os processos de forma a subsidiar a revisão de estratégias e métodos de trabalho, minimizando os efeitos da tendência à entropia e melhorando as práticas, reciclando e fornecendo condições de sobrevivência em ambientes turbulentos e mutáveis. A atual gestão do desempenho calcada sobre resultados pressupõe a atribuição de métricas para transformar quaisquer informações possíveis em dados tangíveis visando facilitar a avaliação e acompanhamento do desempenho do avaliado. Ao discorrer sobre o quesito “Eficiência”, considerou-se a definição do termo de que eficiência diz respeito a “como fazer” e está relacionada às ações a serem realizadas ao nível operacional em relação ao tempo, ou seja, de acordo com um plano ou programa préelaborado como parte do planejamento estratégico, seu cronograma e tudo mais que o compõe. Ao discorrer sobre o quesito “Eficácia”, considerou-se a definição do termo de que eficácia diz respeito ao “objetivo ou resultado” e está relacionado à capacidade de realizar efetivamente o que foi proposto, indicando resultados sob métricas que indicassem desempenho. Diante do exposto, seguem abaixo como devem ser apresentadas as avaliações de eficiência/eficácia do subprograma de monitoramento e controle da flora, ação por ação: 1.1.4.1 - Identificação e Marcação de Matrizes Considerando que a marcação de matrizes florestais seguirá o cronograma previsto para o período, bem como, os preceitos de 24 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA seleção amplamente utilizados pela literatura específica quanto à escolha de indivíduos com características fenotípicas que expressam melhores condições genéticas, assume-se que a ação foi executada, bem como sua eficiência, devendo ser registradas, identificadas e marcadas as quantidades de matrizes e espécies de cada lote. 1.1.4.2 - Coleta de Sementes/Material Vegetativo para o Banco de Germoplasma Deve-se informar se as coletas foram realizadas durante o acompanhamento das frentes de supressão e nas áreas lindeiras à faixa de domínio conforme o previsto no programa, confirmando a eficácia no cumprimento desta ação. Esta confirmação pode ser baseada na quantidade de sementes e material vegetativo coletados, indicando também as espécies. Com estes dados, será possível estimar se para a plena cobertura das áreas trabalhadas durante a obra de cada lote, a quantidade de mudas produzidas será suficiente, considerando-se também a taxa de germinação, atestando a eficiência no cumprimento desta ação. 1.1.4.3 - Produção de Mudas Identificar qual foi a produção de mudas no período, de acordo com a execução dos plantios compensatórios, doação de mudas e etc., seguindo os métodos e procedimentos constantes no Programa, assegurando a eficiência no cumprimento desta ação. 1.1.4.4 - Salvamento de Bromélias, Orquídeas e Cactáceas. Informar se o salvamento de bromélias, orquídeas e cactáceas deve ser realizado antes e durante o acompanhamento das frentes de 25 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA supressão conforme previsto no programa, confirmando a eficácia no cumprimento desta ação. A eficácia do programa, para cada lote, poderá ser demonstrada pela quantidade de indivíduos e espécies que serão resgatados e transplantados. Também deve ser informado se o número de indivíduos resgatados atende os requisitos para viabilidade genética das populações conforme a equação de Wright (1931). 1.1.4.5 - Monitoramento das Espécies Transplantadas Identificar se as espécies transplantadas obtiveram êxito durante o processo de reposição para outros substratos, bem como avaliar se os substratos que receberam as plantas não foram afetados. Comparar o número de espécies transplantadas com o número de espécies sobreviventes. 1.2. CONTROLE E MINIMIZAÇÃO DE DESMATAMENTO 1.2.1 - JUSTIFICATIVAS A faixa de domínio das ferrovias concessionadas para a VALEC tem, em geral, 80 m de largura, superando este valor apenas em áreas de plataformas intermodais e em locais muito acidentados, onde os cortes e aterros podem exigir espaços maiores, o que é pouco comum. Na maior parte da ferrovia, os 80,0m da faixa de domínio superam largamente as necessidades da obra que será realizada para construir e operar o empreendimento, não exigindo que as faixas sejam inteiramente desmatadas. 26 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA A minimização da supressão, entre outros motivos ambientais, também ajuda a evitar as consequências degradadoras da ausência da vegetação, especialmente as erosões e os assoreamentos, seja dos terrenos da ferrovia, ameaçando o próprio empreendimento, sejam os terrenos lindeiros, ameaçando o patrimônio de terceiros. 1.2.2 - OBJETIVO DO CONTROLE E MINIMIZAÇÃO DE DESMATAMENTO O objetivo é o de estabelecer as diretrizes técnicas para a supressão vegetação que serão realizadas pelas construtoras das obras ferroviárias responsabilidade da VALEC, fornecendo subsídios para que a supressão vegetação seja realizada de forma a minimizar os impactos inerentes empreendimento. da de da ao 1.2.2.1 Objetivos específicos Minimizar os impactos relacionados à supressão da vegetação nas áreas de interferência das obras de implantação da FIOL e suas áreas de apoio, promovendo o controle desta atividade. Estabelecer as diretrizes técnicas que irão orientar os procedimentos de supressão da vegetação necessários para a implantação da ferrovia. Acompanhar e supervisionar a atividade de supressão, orientando os trabalhadores. Garantir o armazenamento e destino adequado da madeira/lenha suprimida. 27 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Atenuar os efeitos adversos da atividade sobre os recursos naturais da AID do empreendimento. 1.2.3 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO Como pré-requisito para iniciar qualquer supressão de vegetação, deverá ser obtida a Autorização de Supressão de Vegetação (ASV) junto ao IBAMA, baseado no Levantamento Fitossociológico / Inventário Florestal específico que contemplando toda a área do empreendimento, com laudos de caracterização e quantificação da vegetação a ser suprimida, conforme estabelece a INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 6, DE 7 DE ABRIL DE 2009 emitida pelo IBAMA. Sendo o controle da supressão vegetal associado à obra das ferrovias de responsabilidade da VALEC será fundamentado nas informações do Levantamento Fitossociológico/Inventário Florestal. A equipe deve ser composta ao menos de um profissional conhecedor do meio biótico, preferencialmente especialista botânico (Eng. Florestal/Biólogo) As frentes de supressão deverão manter uma distância mínima de 02 (dois) quilômetros à frente das frentes de terraplanagem e nunca deverão exceder 10 (dez) quilômetros. As APPs somente poderão ser desmatadas no momento da construção das OACs e OAEs de forma a manter sua função ecológica e evitar a formação de passivos ambientais até o momento da execução da obra. No caso da necessidade de transposição de talvegues, intermitentes ou não, só será permitida a supressão de largura de off-set suficiente para viabilizar a construção de travessia de veículos e máquinas em mão única. 28 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA A equipe de meio ambiente da supervisora de obras deverá promover ou aprovar a contagem dos indivíduos de diâmetros de 0 a 15 cm e acima de 30 a serem abatidos para efeitos de medição do serviço de desmatamento, destocamento e limpeza. A Supressão da Vegetação deve ser executada em conjunto com a conservação do Material Genético. Todas as tarefas devem ser orientadas por profissional capacitado, o qual será responsável pela delegação de competências às equipes, sendo elas: Equipes de Geoprocessamento, Equipes de Campo e Equipes de Escritório. O Controle das ações da supressão deve ser realizado pelos profissionais da área ambiental das supervisoras de obras e supervisores ambientais a serviço do empreendedor (VALEC). A execução deverá estar relacionada com a atividade de desmatamento. Portanto, deverá ser apresentado um quadro informando o planejamento das áreas que serão desmatadas no próximo mês, a fim de planejar, e executar o salvamento da flora, conforme Quadro 02. Esta atividade deve ser desenvolvida concomitante as atividades de salvamento de fauna. Deverá ser feita uma pesquisa na área a ser suprimida pelos supervisores ambientais em busca de espécies em estágio de reprodução, ou seja, com sementes, no intuito de se montar um banco de germoplasma ou para serem utilizadas na produção de mudas nos viveiros para recomposição paisagística, bem como resgatar as Bromélias, orquídeas e cactáceas, conforme previsto no subprograma de resgate e transplante de flora. 29 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Quadro 2: Planejamento das Áreas com Necessidade de Supressão de Vegetação Trecho a ser desmatado (Km) Coordenadas geográficas X Caracterização vegetacional da área Bioma Y As construtoras contratadas para as obras da ferrovia deverão comunicar a VALEC, com no mínimo 10 (dez) dias de antecedências, os locais onde serão realizados os desmatamentos, para que o empreendedor possa mobilizar a equipe que fará o salvamento da flora. A supressão só pode ser executada por operadores de motosserras ou maquinários, equipados adequadamente com uso de equipamento de proteção individual (EPI), para garantir o direcionamento da queda, de modo que não ocorram acidentes como obstrução da ferrovia e queda sobre árvores não cotadas para remoção. Não serão permitidas outras formas para a remoção da vegetação, ficando terminantemente proibido o uso do fogo (conforme Decreto 2.661/1998) e produtos químicos (herbicidas) para tal finalidade. 1.2.3.1- Acompanhamento do Corte dos Indivíduos das Tipologias Florestais Nativas Diagnosticadas para Supressão A supressão deve ser feita primeiramente através da entrada de equipes com motosserras para abater os indivíduos de maior porte. A seguir, a equipe de meio ambiente autorizarão a entrada dos tratores de esteira para fazer a abertura de pista afastando e/ou removendo os troncos para as laterais do off-set no sentido eixo → bordo, realizando a limpeza e destocamento do terreno (Figura 03). 30 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Figura 3: Figura 03: Procedimento de Supressão de Vegetação - FIOL Fonte: Rodrigo Novaes Fonte: oikos 31 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Por fim, deve-se fazer o beneficiamento do material lenhoso de aproveitamento econômico montando em leiras e procedendo a cubagem e volumetria. Para facilitar o manuseio, as toras devem ser cortadas em pedaços de 1 metro. O restante do material inservível deve ser quebrado e espalhado nas áreas adjacentes juntamente com o solo orgânico como forma de promover a recuperação de áreas degradadas através da utilização do próprio banco de sementes nativo presente no mesmo. A supressão ocorrerá com a utilização de motosserras seguindo as diretrizes da Circular Técnica nº 16 – “Abate de Árvores em Floresta Tropical” da Embrapa Florestas e observando todas as restrições impostas pela Lei 11.428/06 (Lei da Mata Atlântica). Os procedimentos de segurança adotados na supressão de vegetação dos lotes 01 a 04, bem como os EPIs indicados, devem seguir os preceitos da NR 12 – Máquinas e Equipamentos, Anexo I – Motosserras. Todas as motosserras precisam ter seus registros no IBAMA. 1.2.3.2 - Fracionamento e Cubagem do Material Lenhoso Madeireiro O beneficiamento do material lenhoso de aproveitamento econômico deve ocorrer concomitantemente à atividade de desmatamento, onde as toras vão ser fracionadas no formato de lenha e montadas em leiras uniformes para ter sua volumetria registrada. O restante do material inservível deve ser quebrado e espalhado nas áreas adjacentes juntamente com o solo orgânico como forma de promover a recuperação de áreas degradadas através da utilização do próprio banco de sementes nativo. Todo o material lenhoso utilizado ou doado também deve passar pela cubagem e volumetria para a quantificação e controle. Os registros, leira a 32 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA leira, devem ser anotados nas fichas de campo de cubagem, que farão parte dos relatórios de acompanhamento e deverão ser apresentados conforme Quadro 03 e Figura 04. Quadro 3: Planilha de Controle de Cubagem de Material Lenhoso - LOTE XX CONTROLE DE CUBAGEM DE MATERIAL LENHOSO Nº Data Coordenada Y X Km Lado Volume (m³) TOTAL Figura 4: Exemplo de Visualização para a Localização Geográfica das Leiras de Madeira no Lote XX - FIOL 33 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA 1.2.3.3- Destinação Adequada do Material Lenhoso/Madeireiro Cubado A orientação deste subprograma e da VALEC quanto ao uso do material lenhoso é de, preferencialmente, sua utilização na obra e havendo excedentes os expropriados serão contatados para receberem o material referente à extensão de suas propriedades. Caso estes não demonstrem interesse, será procurada a prefeitura ou empresários que queiram utilizar essa lenha mediante a obtenção do Termo de Doação de Produtos Florestais. Os documentos serão encaminhados ao órgão licenciador. A madeira proveniente de supressão que puder ser utilizada na obra será beneficiada e aproveitada em formas para concreto, passadiços, caixas, placas, postes, mourões, cancelas, mata-burros ou qualquer outra utilização que for possível ou necessária, proporcionando a diminuição de custos dentro dos limites da faixa de domínio e diminuindo a compra de madeira comercial pelo consórcio construtor. A madeira proveniente da supressão, que for utilizada na própria obra de instalação da ferrovia deverá ser monitorada e ter seu registro apresentado conforme exemplo do Quadro 04. Quadro 4: Tabela de Aproveitamento Madeireiro – Lote XX TABELA DE APROVEITAMENTO MADEIREIRO N° Data Descrição do Material Aplicação do Material Quantidade (m3) TOTAL A madeira proveniente da supressão, que for doada deverá ser monitorada e ter seu registro apresentado conforme exemplo do Quadro 05. 34 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Quadro 5: Planilha Controle de Doação de Material Lenhoso – Lote XX CONTROLE DE DOAÇÃO DE MATERIAL LENHOSO DATA ESTACA PROPRIETÁRIO PROPRIEDADE MUNICÍPIO DISTRITO COORD. VOL. (m³) X Y TOTAL 1.2.3.4- Minimização do Desmatamento para a Instalação da Ferrovia As supressões de vegetação nos lotes da FIOL devem seguir as diretrizes da VALEC quanto ao controle e minimização da supressão de vegetação, que determina a abertura da frente de terraplanagem apenas nos limites do off-set + 8 metros do lado do caminho de serviço (4 metros para acesso e 4 para instalação de drenagem superficial) e + 4 metros do lado sem caminho de serviço (4 metros para a instalação da drenagem superficial). Quando da necessidade de abertura de áreas de empréstimos ou áreas para bota-fora, essas devem ser demarcadas topograficamente e a solicitação de abertura é feita ao setor de meio ambiente da supervisão de obras que autoriza ou não conforme a verificação de restrições in loco, como por exemplo, se a área ocorrer em APP - Área de Preservação Permanente, onde é vedado qualquer tipo de intervenção para extração de materiais de construção. A obediência aos procedimentos preconizados pelas normas internas da VALEC resultará na preservação de vegetação nativa e terão 35 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA suas espécies vegetais e animais (e suas interações ecológicas intrínsecas), resguardadas. Os dados em metros quadrados e percentuais de “Área Suprimida x Área Preservada” do período devem ser apresentadas conforme exemplo do Quadro 06, a seguir. Quadro 6: Área Preservada na Atividade de Supressão em Faixa de Domínio no Lote XX da FIOL (m²) Programa de Minimização de Desmatamentos Mês Ano Referência Estaca Início Fim Área Faixa de Domínio (m²) Área Área Desmatada Preservada (m²) (m²) TOTAIS Os dados em metros quadrados e percentuais de “Área Suprimida em APP x Área Preservada em APP” no período, devem ser apresentadas conforme exemplo do Quadro 07, a seguir. Quadro 7: Área de APP Suprimida e Preservada na Atividade de Supressão em Faixa de Domínio no Lote XX da FIOL (m²) Programa de Minimização de Desmatamentos em APP Mês Ano Referência Estaca Início Fim Área Faixa de Domínio (m²) Área Área Desmatada Preservada (m²) (m²) TOTAIS Todos os trabalhadores próprios ou terceiros envolvidos na supressão de vegetação devem passar por treinamento antes do início das atividades, sendo necessário constar a quantidade de pessoas treinadas, o tipo de treinamento e a data em que foi realizado, conforme Quadro 08. 36 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Quadro 8: Treinamento de Trabalhadores Envolvidos na Atividade de Supressão de Vegetação Treinamento realizado Nº de pessoas treinadas Data (assunto) 1.2.4 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO Seguem abaixo as avaliações de eficiência/eficácia do Subprograma de Minimização de Desmatamento, ação por ação: 1.2.4.1- Acompanhamento do Corte dos Indivíduos das Tipologias Florestais Nativas Diagnosticadas para Supressão Informar se o acompanhamento do corte dos indivíduos das tipologias florestais nativas diagnosticadas para supressão ocorreu com a utilização de motosserras licenciadas no IBAMA, seguindo as diretrizes da Circular Técnica n 16 – “Abate de Árvores em Floresta Tropical” da Embrapa Florestas e observando todas as restrições impostas pela Lei 11.428/06 (Lei da Mata Atlântica), não sendo registradas irregularidades na execução da ação. Informar se todo o desmatamento e acompanhamento dos abates foram executados balizados pelas equipes de supervisão de obras que orientaram os motosserristas e tratoristas quanto aos limites de desmatamentos permitidos pelo procedimento da FIOL não havendo nenhuma área desmatada em excesso. 37 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA 1.2.4.2- Fracionamento e Cubagem do Material Lenhoso Madeireiro Informar se o material lenhoso de aproveitamento econômico foi fracionado e cubado de acordo com os preceitos da NAVA 20 - Controle e minimização da supressão de vegetação, a qual orienta os procedimentos a serem utilizados para essa ação, concluindo-se que a ação foi executada de modo eficiente. Descrever a quantidade de leiras de madeira, a cubagem e a volumetria atestando a eficácia no cumprimento da ação. 1.2.4.3- Destinação Adequada do Material Lenhoso/Madeireiro Cubado Informar se o procedimento para destinação adequada do material lenhoso foi executado conforme as diretrizes, sendo que primeiramente se utiliza o maior volume possível na própria obra, depois procura os proprietários interessados e por fim outros interessados mediante apresentação do Termo de Aceite de Doação, atestando a eficiência na execução da ação. Descrever se a madeira proveniente de supressão que pôde ser utilizada na obra foi beneficiada e aproveitada (em formas para concreto, passadiços, caixas, placas, postes, mourões, cancelas, mata-burros ou qualquer outra utilização que foi possível ou necessária, proporcionando a diminuição de custos dentro dos limites da faixa de domínio e diminuindo a compra de madeira comercial pelo consórcio construtor), quantificando o volume em m³ e a quem foi destinado, atestando a eficácia no cumprimento desta ação. 38 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA 1.2.4.4- Minimização do Desmatamento para a Instalação da Ferrovia Atestar se toda a atividade de desmatamento seguiu os procedimentos previstos na NAVA 20 – Controle e minimização da supressão de vegetação, sempre buscando atingir os indicadores e metas previstos pelo PBA e que, não foram observados desmatamentos excessivos durante o período, considera-se se essa ação foi executada de modo eficiente. Quantificar o índice de preservação de vegetação natural (em porcentagem) em relação à área autorizada para a supressão, comprovando a eficácia da ação durante o período para a preservação do bioma. 1.3. PLANTIOS COMPENSATÓRIOS 1.3.1- JUSTIFICATIVAS A Resolução CONAMA 369/2006, trata das compensações pela ocupação de matas ripárias (Áreas de Preservação Permanente - APP) e áreas compreendidas e registradas como reservas legais de propriedades rurais. Já o decreto federal nº 5975/06, abrange o plantio compensatório por corte de espécies protegidas, bem como a recomposição florestal. Nesse caso é tratada ainda a compensação pela supressão permanente da vegetação nativa dentro da faixa construída, impacto que não pode ser evitado e nem mitigado. Este subprograma é complementado pelos subprogramas de Salvamento da Flora, contendo a produção de mudas em viveiros e Recuperação de Áreas Degradadas. A primeira medida de mitigação dos impactos negativos sobre a flora já foi executada durante o estudo do traçado definitivo, o qual, sempre que possível, buscou minimizar as interferências com áreas de vegetação nativa. 39 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Para efetuar o salvamento da flora devem ser realizadas, antes do desmatamento, as tarefas de coleta de sementes, estacas e mudas da flora local, trecho por trecho e bioma por bioma, para viabilizar sua produção nos viveiros da ferrovia. A VALEC contratará, junto com a obra, a implantação de um viveiro em cada lote de obras (intervalos entre 100 e 150 km), nos quais serão produzidas pelo menos o dobro das mudas necessárias para o recobrimento das áreas desmatadas durante a construção e necessárias à compensação. O excesso de mudas será doado a prefeituras e proprietários rurais interessados em executar ações de recuperação de áreas degradadas, sobretudo em matas ripárias (Áreas de Preservação Permanente). 1.3.2- OBJETIVOS DOS PLANTIOS COMPENSATÓRIOS Atender a compensação prevista na Resolução CONAMA 369/2006, garantindo a produção de mudas necessárias para a revegetação das áreas afetadas pelas obras. O excedente, até o limite estabelecido, deverá ser obrigatoriamente doado às prefeituras municipais da Área de Influência e/ou outras organizações governamentais ou não que dele necessitem. Parte do excedente também pode ser doada a proprietários rurais interessados em recuperar matas ripárias (Áreas de Preservação Permanente). Atender ao Decreto nº 5975/06, que abrange o plantio compensatório por corte de espécies protegidas, bem como a reposição florestal exigida. Salvar espécies de bromeliáceas, orquidáceas e epífitas em geral, propondo medidas para sua preservação, sempre que possível. Recuperar, antes da supressão de vegetação, uma quantidade significativa de germoplasma da maior quantidade de espécies possível de cada ecossistema a ser atravessado pela ferrovia. Com isto espera-se preservar, mesmo que seja “ex-situ”, boa parte da herança genética das 40 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA espécies da flora, o que também poderá subsidiar futuros trabalhos de pesquisa aplicada. Proporcionar a oferta de material genético para implantação de um Banco de Germoplasma e também a destinação das coletas de material botânico para herbários de instituições credenciadas, as quais têm melhores condições de manter e pesquisar tais materiais. 1.3.3- PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO A equipe técnica deve ser composta por profissionais conhecimento técnico sobre o meio biótico (Biólogo, Eng. Florestal, Etc). com 1.3.3.1- Seleção de Áreas A seleção das áreas para execução dos plantios compensatórios seguiu a seguinte prioridade: Corredores de Fauna propostos no EIA; Alargamento da Faixa de domínio; Unidades de Conservação (incluindo Reservas Particulares do Patrimônio Natural – RPPN); Áreas Protegidas ou Especiais em nível estadual e municipal (exclusas do SNUC); APP de declividade, APP de curso d’água e Reserva Legal averbada dentro de propriedade rural da Área de Influencia Direta; APP de curso d’água dentro da Faixa de Domínio da ferrovia (largura média de 80m, 40m para cada lado do eixo da ferrovia). Caso as áreas selecionadas plantio seja particular ou UC, deve ser apresentada a autorização dos proprietários ou órgão gestor. 41 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA 1.3.3.2 - Implantação da Recuperação com Espécies Nativas Na implantação da recuperação com espécies nativas, principalmente as espécies ameaçadas de extinção deverão ser utilizadas 1/3 de espécies nativas clímax ou secundárias e 2/3 de espécies nativas pioneiras. A definição do espaçamento das mudas depende das condições encontradas em cada área pré-definida, contudo os mais utilizadas são: 2mX2m, 2,5mX2,0m, 2mX3m, 3mX2m, 3mX3m e 4mX4m. A título de exemplo, utilizando-se um espaçamento 3mx2m (Modelo Quincôncio: arranjo de plantio em que cada muda de espécie não pioneira se encontra posicionada no centro de quatro mudas de espécies pioneiras), ou seja, 2m entre plantas e 3m entre linhas, uma área de 2.4 ha, irá comportar 4.000 mudas. Com o intuito de evitar a competição aérea e radicular entre invasoras e a muda, deverá ser realizado o coroamento ao redor das covas, com um raio mínimo de 60 cm a partir das bordas de cada cova, com uso de enxada ou ferramenta similar e apropriada. Para a abertura de covas, caso seja manual, será utilizado enxadão ou cavadeira, nos locais previamente determinados. As covas serão abertas com as medidas horizontais de 20x20 cm, e 25 cm de profundidade para mudas novas em tubetes. Para mudas maiores com tamanho superior a 1m de altura recomenda-se medidas horizontais de 50x50 cm, e 50 cm de profundidade, aproximadamente. A limpeza do terreno deve ser conduzida de forma mecanizada e manual, com foice ou ferramentas similares, assegurando o corte da vegetação o mais rente possível do solo, de forma a fazer apenas o coroamento, tomando-se cuidados para evitar danos às mudas. A adubação de cobertura deverá seguir as recomendações técnicas baseadas na análise do solo. Ao redor de cada muda plantada deve ser aberto um sulco com enxada, a uma profundidade de 10 cm e distância mínima de 20 cm entre um sulco e a muda. Após a 42 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA distribuição do fertilizante nesse sulco, o mesmo deverá ser incorporado ao solo. Quando há risco de incêndio, recomenda-se a construção de aceiro e controle de gramíneas invasoras, para reduzir o material combustível. Se a pecuária for a atividade circunvizinha, deve-se cercar a área para evitar o pisoteio das mudas, compactação do solo e formação de carreadores que favorecem a erosão. Corredores devem ser resguardados para o acesso dos animais às aguadas. Em áreas de Preservação Permanente, a restauração dependerá de um plantio misto com o máximo de diversidade de espécies nativas possível, garantindo a recuperação da estrutura e dinâmica da floresta. A combinação entre os grupos de espécies que fará parte da área a ser recuperada é muito importante no sentido de implementar a dinâmica de sucessão dos povoamentos. Podemos classificar as espécies em 4 grupos ecológicos, que combinadas entre si, compõem uma Mata Ciliar, bem como as outras formações, sendo elas: Pioneiras: caracterizam-se por apresentarem um crescimento muito rápido, não tolerantes a sombra, idade de reprodução prematura (1 a 5 anos), baixa dependência de polinizadores e tempo de vida muito curto. Secundárias Iniciais: possuem um crescimento rápido, intolerantes a sombra, se reproduzem a partir dos 5 anos, têm alta dependência de polinizadores. Secundárias Tardias: crescem mais lentamente preferindo sombreamento quando bem jovens e clarões entre as copas das árvores já adultas, atingindo as porções mais altas da floresta (o dossel). Climax: aparecem no estágio avançado da sucessão, são tolerantes ao sombreamento intenso e se desenvolvem bem nessa condição. Podem ser árvores de grande porte ou arvoretas do interior 43 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA da floresta, que se crescem devagar e geralmente produzem frutos carnosos, muito dispersados pelos animais. Deverá ser utilizado um sistema de plantio em quicôncio, onde o arranjo de plantio em que cada muda de espécie não pioneira se encontra posicionada, no centro de quatro mudas de espécies pioneiras O plantio poderá ser efetuado utilizando-se um adensamento médio, com espaçamento de 2,5 x 2,0 ou 3,0 x 3,0, principalmente em APP, para acelerar a recuperação, conforme demonstrado na Figura 05. Figura 5: Esquema de Plantio Compensatório em Áreas de APP As proporções a serem combinadas devem ser 50% de pioneiras, 40% de Secundárias e 10% de espécies Clímax, conforme lista de espécies ameaçadas de extinção identificadas no Levantamento Fitossociológico/Inventário Florestal. 1.3.3.3 - Monitoramento e Manutenção Uma vez executados os plantios, serão feitas vistorias quinzenais até completar 60 dias, passando estas a uma periodicidade mensal até 44 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA completar um ano de realização dos plantios. Durante esses primeiros 60 dias, verificar-se-á a “pega” das mudas através da observação de crescimento das plantas. Nessa fase, deverá ser registrada a existência de mudas mortas ou em estado irrecuperável, a ocorrência de pragas, norteando-se as práticas de manutenção e a reposição das perdas. Passado este período, as vistorias deverão ser realizadas com periodicidade trimestral. As áreas plantadas deverão ser monitoradas por um período mínimo de 3 (três) anos, com a apresentação de relatórios descritivos e fotográficos a cada 12 meses. Neste monitoramento, deverá ser observada a adaptação das plantas, registrando-se aspectos relacionados ao desenvolvimento das mudas, estado fitossanitário e a evolução da sucessão secundária. As práticas de manutenção, como capina, coroamento, combate as formigas e irrigação, deverão ser feitas sempre que necessário após o plantio. Constatando-se a morte de indivíduos ou ataque severo de pragas e doenças dentro dos primeiros 90 dias pós-plantio, as mudas com injúria serão substituídas sem a necessidade de nova adubação na cova. No final do primeiro ano do plantio, deverá ser verificada a necessidade de adubação de cobertura e a reposição das mudas que não tenham resistido. De acordo com o esquema de plantio, obedecendo ao sistema de sucessão ecológica, cronograma de implantação de operações técnicas e as restrições legais, pode e ser utilizado o controle químico de eventuais infestações de formigas cortadeiras, cupins e ervas daninhas. Quanto ao controle das ervas daninhas vale destacar que, mesmo podendo diminuir o ritmo de crescimento da muda, as gramíneas invasoras contribuem na incorporação de matéria-orgânica e protegem o solo contra erosão, insolação e perda de umidade. A partir de avaliações das informações geradas pelo monitoramento, pode-se redefinir as ações a serem executadas, a avaliação do sucesso de determinadas espécies, etc. 45 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA 1.4 - PLANTIOS PAISAGÍSTICOS Praticamente todas as áreas degradadas pela construção, ou pelas obras de conservação, das ferrovias cuja concessão é de responsabilidade da VALEC serão recuperadas através da cobertura com vegetação que represente a vegetação do bioma onde cada trecho do empreendimento estiver inserido. Nestes casos, a intenção primeira é o de instaurar processos de regeneração da vegetação natural dentro do processo de recuperação de áreas degradadas. Existem outras áreas, entretanto, em que a vegetação natural não é suficiente, pois existe o desejo de usar a cobertura vegetal com outras finalidades, tais como, proteger edificações da propagação de ruídos das ferrovias, permitir novos usos para as áreas em questão, ou mesmo, apenas mitigar a intrusão visual nas proximidades de áreas de uso humano mais intenso, como áreas urbanas, balneários, belvederes, e assim por diante. Em todas estas situações os plantios paisagísticos se tornam prioritários na recuperação de áreas degradadas. A implantação da ferrovia será gerador de intrusão visual, resultante da introdução de novos elementos, provisórios ou permanentes, que alteram o equilíbrio visual pré-existente. Em consequência, o Projeto de Paisagismo deve indicar soluções que não apenas mitiguem as degradações decorrentes das obras, mas que o faça através da implantação de elementos esteticamente adequados à paisagem regional. Os Projetos dos diversos trechos (lotes de obras) devem prever soluções tanto para áreas rurais como urbanas, assim como devem servir como proteção contra a poluição das variadas tipologias de ocupação lindeiras à Ferrovia. Os parâmetros para o tratamento paisagístico são: • Existir coerência nas soluções de paisagismo ao longo da Ferrovia; • Obediência às características ambientais e paisagísticas regionais; • Considerar as alterações acarretadas pelas obras em relação às características preexistentes do solo e topografia; 46 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA • Contribuir para a minimização da poluição em geral e da propagação de ruídos em particular; • Proteger as áreas de interesse específico; • Ampliar e dar continuidade às áreas com vegetação nativa ou pioneira contíguas à faixa de domino; • Manter ou melhorar as condições de sobrevivência da fauna silvestre nas áreas lindeiras à ferrovia. O detalhamento das atividades a serem desenvolvidas para cada trecho liberado para paisagismo estará pautado pelos seguintes parâmetros complementares: • Disponibilidade de mudas e sementes oriundas da cobertura vegetal nativa, se possível, usando material oriundo do resgate de germoplasma, conforme está estabelecido Subprograma de Salvamento da Flora e Produção de Mudas em Viveiros. • Utilização de espécies frutíferas apenas nas faixas de revegetação mais afastadas da ferrovia, reduzindo as possibilidades de atropelamentos dos animais que delas se servem. • Disponibilidade de especificações técnicas para plantio, próprias para cada espécie vegetal fornecida (incluindo adubação, correção de acidez e tratos culturais para manutenção). • Sempre que possível este Subprograma deverá ser aplicado em consórcio com o Subprograma de Recuperação de Áreas Degradadas. Os padrões paisagísticos relacionados adiante e cujos desenhos são apresentados no final deste, compreendem módulos de vegetação específicos para os variados casos encontrados na faixa de domínio e em áreas de apoio às obras. A seleção das espécies será feita para cada um dos trechos da Ferrovia obedecendo à tipologia da vegetação original e a 47 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA relação entre distância ao leito ferroviário e as alturas máximas esperadas para os exemplares adultos, como descrito a seguir: • Até 10m do leito ferroviário, selecionar arbustos e arvoretas com altura máxima de 7m; • Entre 10m e 20m do leito ferroviário, incluir árvores com alturas máximas esperadas de até 15m; • Além de 20m do eixo ferroviário, até o limite da faixa de domínio, incluir árvores com alturas máximas de 25m. Ressalve-se que as soluções não estão limitadas aos padrões apresentados aqui, podendo ser objeto de acréscimos, complementações e alterações, devidamente justificados pelos proponentes e autorizados pela VALEC. Padrão Aterro. Será composto por vegetação arbustiva consorciada a gramíneas, a partir do bordo da plataforma até o pé do aterro. A partir deste ponto, em uma faixa com pelo menos 2 metros de largura, serão acrescentadas arbóreas de espécies nativas da flora regional, adequadas aos tipos de solos encontrados nos locais onde as mudas serão plantadas (Figura 06). Padrão Banquetas. Composto por consórcio de trepadeiras, arbustivas e gramíneas, adaptadas à baixa fertilidade do solo exposto pela terraplanagem do corte (Figura 07). Padrão Pátios e Desvios. Composto por consórcio de gramíneas e arbustivas de baixo porte, limitados às áreas de desvios (Figura 08). 48 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Padrão Pontes e Bueiros. Composto por consórcio de gramíneas e arbustivas nativas, com a finalidade principal de facilitar início da recolonização para recompor matas ciliares e oferecer barreira a efluentes na eventual ocorrência de acidentes (Figura 09). Padrão Corte. Composto por gramíneas, leguminosas rasteiras e arbustivas, a partir do pé do talude até a crista do corte. Revegetação da Faixa de Domínio. Em conformidade com a distribuição transversal apresentada nos desenhos de cada um dos padrões acima relacionados. A área remanescente entre a crista do corte ou do pé do aterro e a cerca delimitadora da faixa de domínio deverá ser rearborizada, utilizando seletivamente as espécies segundo suas alturas máximas esperadas: • Até 10m de distância do leito ferroviário, com espécies de porte baixo (até 7m de altura); • Entre 10 e 20m de distância do leito ferroviário, com espécies de porte médio (até 15m de altura); • Mais de 20m de distância do leito ferroviário, com espécies de grande porte (mais de 15m). 49 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Figura 6: Padrão Aterro 50 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Figura 7: Padrão Banquetas 51 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Figura 8: Padrão Pátios e Desvios 52 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Figura 9: Padrão Pontes e Bueiros 53 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA 1.4.1 – EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO Os indicadores de resultados desta ação são: i) ii) iii) iv) A composição e a riqueza de espécies resgatadas para o banco de germoplasma; Número de mudas de árvores nativas produzidas nos viveiros da VALEC; Número de mudas doadas a terceiros Número de mudas plantadas nas áreas diretamente afetadas pela obra. Estes indicadores acima mencionados, já estão contemplados no item de Resgate e Transplante de Flora. Devem ser indicados para este programa de Plantios Compensatórios, quais foram as áreas que sofreram interferência, especificando se foram áreas de intervenção em APP – Área de preservação Permanente, corte de espécies protegidas ou reposição florestal, conforme exemplo da tabela 07. 54 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Tabela 7: Plantios compensatórios por categoria de intervenção Coordenadas: X: Categoria de intervenção Supressã o vegetal Y: Plantio compensatório Área de Preservação Permanente (ha) Espécies protegidas (nº de indivíduos/ espécie) Reposição florestal (ha) Também devem ser indicados para este programa de Plantios Compensatórios, as áreas selecionadas para a compensação, indicando o quilômetro ferroviário (quando possível), a coordenada geográfica, descrever se a área selecionada possui potencial para servir como corredor ecológico, fazer uma caracterização da área e o uso e ocupação do solo circunvizinho, conforme exemplo da Tabela 08. Tabela 8: Áreas selecionadas para a compensação Km: Coordenadas: Potencial para corredor ecológico: ( ) sim ( ) não Caracterização: Uso e ocupação do solo circunvizinho: Devem ser contemplados os resultados dos monitoramentos realizados até 3 anos após o plantio nas áreas. Neste, deverão ser observadas a adaptação das plantas, registrando-se aspectos relacionados ao desenvolvimento das mudas, estado fitossanitário, a evolução da sucessão secundária e quando necessário, as medidas que devem serão tomadas em caso do não desenvolvimento satisfatório deste plantio, conforme exemplo da Tabela 09. 55 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Tabela 9: Resultados do Monitoramento dos Plantios Compensatórios Km: Coordenadas: Desenvolvimento das plantas: Estado fitossanitário: Evolução da sucessão secundária: Medidas de recuperação propostas: 1.4.2- INTER-RELAÇÃO COM OS OUTROS PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS AMBIENTAIS Este Programa interage e é complementado pelos seguintes programas e subprogramas ambientais: Programa de Contratação e Treinamento do Pessoal, Programa de Gerenciamento de Resíduos, Capacitação dos Trabalhadores, Educação Ambiental, Resgate de Fauna e Recuperação de Áreas Degradadas. 1.4.3 - RESPONSABILIDADE DE EXECUÇÃO VALEC. A VALEC é o empreendedor e responsável pela execução e manutenção dos serviços obedecendo este programa, bem como todos os outros que fazem parte dos projetos voltados à implantação da Ferrovia Oeste - Leste. É o órgão contratante e principal fiscal da aplicação deste. Ela também poderá contratar consultores para serviços especializados e de apoio, visando à boa execução de seus Planos, Projetos e Obras, e a eles delegar a responsabilidade de projetar e de acompanhar a execução dos serviços, bem como de atestar a conformidade com a qualidade ambiental esperada. 56 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA Empreiteiras Contratadas. O contratado é responsável, perante a legislação ambiental aplicável, por todas as obras e instalações de apoio que estiver realizando e utilizando, bem como pelas consequências legais das omissões e/ou das ações empreendidas pelos seus empregados, prepostos, subempreiteiros e supervisora da obra. A inobservância e/ou inexigência da aplicação destas especificações por parte da fiscalização da VALEC não exime a contratada da responsabilidade pelas suas ações e omissões. 1.4.4 – CRONOGRAMA Este programa será iniciado pelo menos um mês antes do início das obras e será concluído seis meses após o plantio da última muda. Com exceção dos acompanhamentos de monitoramento dos plantios paisagísticos que obrigatoriamente, serão executados por mais 3 (três) anos após a execução. As empreiteiras contratadas deverão contemplar o salvamento da flora no planejamento dos serviços, de modo que esta atividade esteja concluída antes do início de qualquer desmatamento na faixa de domínio. 1.4.5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Anais XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Goiânia, Brasil, INPE, p. 2339- 2346 2005. BIOMIX – Manual de Jardinagem – disponível em www.biomix.com.br – acesso em mai/2010. BELLIA, Vitor et. al.: Introdução à Gestão Ambiental de Estradas – Coleção Disseminar – IME-DNIT, 2005 BELLIA, Vitor; BIDONE, Edson D. Rodovias, Recursos Naturais e Meio ambiente. Niterói: Ed. UFF; Brasília: DNER, 1993. BRASIL/ DNIT: Manual para atividades ambientais rodoviárias. Rio de Janeiro, 2007. BRASIL/DNIT: Diretrizes básicas para elaboração de estudos e programas ambientais rodoviários: escopos básicos/instruções de serviço. - Rio de Janeiro, 2006. 57 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA BRASIL/IBAMA: INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº6, DE 7 DE ABRIL DE 2009 Ellstrand, N. C. e Elam D. R. 1993. Population genetic consequences of small population size: Implications for plant conservation. Annual Review of Ecology and Systematics 24:217-242. Lacey, R. C. 1987. Loss of genetic diversity diversity from managed populations: Interacting facts of drift, mutation, immigration, selection, and population subdivision. Conservation Biology 1: 143-158: Loeschcke, V. J. Tomiuk e Jain S. K. 1994. Conservation Genetics. Birkhauser Verlag, Basel, Switzerland. NUNES, Y.R.F.; PEDRALLI, G. Desenvolvimento de metodologia para adensamento e recomposição da vegetação na EPDA-Peti, MG. BIOS, Belo Horizonte, 2 (1): 53-51, 1995. OIKOS. EIA/RIMA das obras de adequação da capacidade da BR101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro, 2007. OIKOS/DNIT: EIA/RIMA da BR101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro, 2007. OIKOS/VALEC: EIA-RIMA da Extensão Sul da Ferrovia Norte-Sul, 2009. OIKOS/VALEC: EIA-RIMA da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, 2010. OLIVEIRA, Fabiana de - Avaliação de diferentes métodos regeneração na recuperação de nascentes - Inconfidentes/MG, 2009 de PELLICO NETO, S.; BRENA, D. A.: Inventário Florestal. Vol. 1. Curitiba, Ed. Pellico Neto & Brenda, 1997. 316 p. PINTO, M. N. (Org.): Cerrado - Caracterização, perspectivas. 2ª ed. Brasília: Ed da UnB, 1993. 681p. ocupação e Primack, R. B. e Rodrigues, E. 2002. Biologia da Conservação, 140150; Shaffer, M.L. 1981. Minimum conservation. Bioscience 31: 131-134; population sizes for species Thomas, C. D. 1990. What do real population dynamics tell us about minimum viable population sizes? Conservation Biology 4: 324-327 Thornhill, N. W. 1993. The Natural History of Inbreeding and Outbreeding. University of Chicago Press, Chicago, IL. Universidade de Taubaté - NORMAS TÉCNICAS PARA TRANSPLANTE DE ARVORES. Taubaté, SP. Sem data. 58 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FLORA VALEC (OIKOS). Normas Ambientais da VALEC (NAVAs). Rio de Janeiro, 2004 (3ª revisão, 2007). VALEC/OIKOS – (revisado 2010) - Normas Ambientais da VALEC Nº 16_2010 – Resgate da Flora. VALEC/OIKOS – (revisado 2010) - Normas Ambientais da VALEC Nº 17_2010 - Reprodução e Multiplicação de Mudas em Viveiros. 59 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA 2. PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA 2.1. SUBPROGRAMA DE SALVAMENTO DA FAUNA 2.1.1 - Justificativas Na medida em que o Brasil é um dos líderes mundiais de biodiversidade, abrigando grande quantidade de habitats com características peculiares, o impacto dos empreendimentos rurais terá grande variação a depender dos ambientes implicados. A dimensão do impacto depende também das características do empreendimento e do ambiente, como a composição, estrutura e o estado de conservação da fauna e da vegetação na área direta e indiretamente afetada. O principal impacto sobre a fauna terrestre a partir dos empreendimentos lineares - tais como rodovias, ferrovias, linhas de transmissão, gasodutos e afins - está relacionado com o efeito barreira. Este efeito consiste nas decorrências deletérias sobre as comunidades animais provocadas pela instalação de estruturas que impedem ou dificultam o deslocamento dos espécimes da fauna no espaço natural, interferindo nos processos vitais e, sobretudo, no fluxo gênico. Uma vez que a supressão linear de ambientes é permanente e inevitável, o impacto sobre os indivíduos da fauna é também permanente e inevitável, podendo, no entanto, ser mitigado. A consequência mais preocupante desse impacto é a perda da biodiversidade no nível das espécies, ambientes e patrimônio genético e cujo alcance extrapola os limites de qualquer empreendimento. Ao formar uma barreira contínua, as obras lineares, como o são as ferrovias, exigem que seus projetos prevejam estruturas que permitam ou, ao menos, facilitem a travessia da fauna pelo espaço ocupado 60 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA pelas novas estradas. Aí se enquadram as passagens de fauna de diversos tipos, dirigidos a espécies variadas, incluindo as passagens transversais inferiores feitas com pré-moldados de concreto, as passagens superiores feitas com redes para a passagem de primatas, mudanças na extensão de pontes e viadutos para ampliar o espaço disponível de circulação da fauna; falsos túneis para preservar passagens superiores, e assim por diante. Tais projetos têm eficácia variável e ela é motivo de estudos na fase de monitoramento da fauna. Entretanto, fauna local já esteja sofrendo impactos antes de serem construídas as estruturas de passagem de fauna. Nesta fase, uma medida de mitigação usualmente adotada quando da implantação do empreendimento tem sido a retirada dos animais encontrados à frente das obras através de programas frequentemente denominados “salvamento”, “resgate”, “aproveitamento científico” ou “resgate seletivo”. Neste subprograma serão abordados os temas salvamento e resgate de fauna durante os trabalhos de supressão de vegetação e o salvamento e coleta de animais que possam ser vítimas de atropelamento durante a locomoção dos veículos nas vias de acesso à obra. Este subprograma será aplicado durante todo o período das obras das FIOL, sendo encerrada a sua aplicação somente após estarem concluídas todas as recuperações de áreas degradadas, inclusive aquelas ocupadas pelas empreiteiras, quando for o caso. Voltará a ser aplicada no período de operação da ferrovia sempre que forem contratados serviços de ampliação da via ou de suas instalações de apoio e que pressuponham a necessidade de salvamento de animais silvestres. 61 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA 2.1.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA DE SALVAMENTO DA FAUNA 2.1.2.1 - Objetivos Gerais O presente subprograma tem por objetivo o resgate e a soltura imediata, quando possível, de espécimes da fauna silvestre encontrados em situação de risco nas frentes de serviço das ferrovias cujas concessões são da responsabilidade da VALEC. Não sendo possível a soltura imediata, seja por apresentarem ferimentos, ou em condição de acentuado stress, os espécimes assim encontrados serão encaminhados para tratamento clínico ou para áreas de contenção. O resgate se dirigirá a todo e qualquer espécime da fauna, vedando-se os resgates seletivos nas atividades regidas pelo presente subprograma. Monitorar o atropelamento da fauna terrestre na implantação da ferrovia, assim como direcionar medidas que visem mitigar e/ou evitar o aumento do número dos atropelamentos sofridos durante sua implantação. 2.1.2.2 - Objetivos Específicos Tratando-se de um empreendimento linear, é esperado que o resgate de espécimes, seja concentrado nos grupos da herpetofauna (répteis e anfíbios) e da mastofauna (mamíferos). Eventualmente, ninhegos e ovos de aves poderão ser encontrados e resgatados. É esperado, também, que uma grande parcela dos vertebrados (sobretudo mamíferos e aves) se evada de moto-próprio, das proximidades 62 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA das frentes de serviço tão logo o ruído e a vibração das máquinas seja suficientemente perturbador. Em caso de animais vítimas de atropelamento nas vias de acesso, estes poderão ser encaminhados (quando encontrados com vida) aos centros de atendimento conveniados ou em caso de encontrados mortos, serão ser identificados. Será criado um registro e mapeamento dos locais de atropelamento para futura tomada de decisão quanto ao tipo de mitigação que deve ser adotada (placas de alerta aos motoristas, limitadores de velocidade ou passagens de fauna), conforme tabela 02. Será quantificada a mortalidade de animais silvestres por atropelamento, associado à implantação da ferrovia; identificar pontos críticos que concentrem atropelamentos e os fatores associados a um maior número de ocorrências. Com base nos dados obtidos, serão propostas e aplicadas medidas mitigadoras adequadas à redução ou eliminação da mortalidade dos animais silvestres por atropelamento. 2.1.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS A LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS - Lei Nº 9605 de 12 de fevereiro de 1998 estabelece como Crimes contra a Fauna: “Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: 63 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa. § 1º Incorre nas mesmas penas: I – quem impede a procriação da fauna... II – quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;...” Isto significa que os trabalhos de Coleta, Captura e Transporte de Material Biológico só podem ser iniciados após a autorização competente do IBAMA. Para receber a autorização de captura e transporte, um profissional habilitado, que será o responsável técnico, deve submeter ao IBAMA a documentação exigida nos procedimentos de obtenção da Abio em tempo hábil, com especial enfoque no detalhamento das metodologias a serem aplicadas e respectivos esforços amostrais. 2.1.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO Os procedimentos serão realizados a partir de levantamentos sistemáticos, concomitantes a qualquer tipo de supressão de vegetação, ou a partir de chamados oriundos das frentes de serviço (emergência). Portanto, assim como estipulado no Programa de Supressão de Vegetação, as equipes da obra devem comunicar o avanço da supressão de vegetação para a VALEC, com antecedência mínima de 10 dias, para que seja providenciado o recrutamento das equipes de salvamento de animais. Considerando que este subprograma em questão, contempla ocorrências durante as atividades de supressão vegetal e atropelamentos, é importante que os dados sejam tratados em dois grupos diferentes e que 64 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA sejam discutidos separadamente nos relatórios, com indicação e aplicação de medidas mitigadoras específicas para as duas situações em pauta. Nos levantamentos sistemáticos, batedores percorrerão, diariamente e em pelo menos dois turnos, as áreas de vegetação nativa, situadas à jusante das frentes de serviço/desmatamento, nos limites da área diretamente afetada. Sempre que os batedores se depararem com algum animal silvestre no solo ou em situação de risco, este é recolhido, utilizando-se de instrumentos adequados para captura daquele determinado tipo de animal. Após o recolhimento do espécime, o responsável pela equipe gera uma ocorrência que registra informações sobre o local, data e hora do resgate. É recomendável o registro fotográfico da captura em todos os casos, se possível, imediatamente após a captura, exibindo as condições de saúde do exemplar. Em seguida, o exemplar é encaminhado para soltura numa área situada a, pelo menos, 1 km de distância, com características ambientais semelhantes e compatíveis com a sobrevivência da espécie resgatada. Não se recomendam áreas de soltura muito distantes do local da captura para não interferir no equilíbrio existente nas áreas de destino. Estas áreas de soltura devem ser individualizadas e plotadas em imagem de satélite. No caso dos batedores serem mobilizados por chamados das frentes de serviço, será dado prioridade aos exemplares da fauna que estarão em risco iminente, senão já feridos. Ao chegar ao local do evento, os batedores agirão tal como está estabelecido nos itens anteriores. Caso o espécime resgatado apresente algum ferimento, ou demonstre debilitação, este será encaminhado aos cuidados de um médico veterinário (clínica ou universidade). Caso o animal apresente nítidos sinais de estresse, ele 65 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA será mantido na área de contenção de apoio até que volte a se alimentar, defecar e urinar normalmente, sendo então reintroduzido em ambiente natural, a salvo das frentes de serviço. O fator determinante para a destinação é o estado vital do espécime. Para tanto, será obrigatório o convênio com hospitais veterinários ou centros de triagem, os quais devem ser indicados com documentos comprobatórios, juntamente com dados sobre o tempo de resposta a emergências. 2.1.5 - CAPTURA, CONTENÇÃO E TRANSPORTE Cada equipe de resgate de animais deve dispor de um veículo 4X4, com caçamba, para que o tempo de resgate, transporte e soltura seja o menor possível. Ela deve estar equipada com um conjunto de instrumentos específicos à captura e contenção física da fauna alvo do subprograma de resgate. Esse conjunto é composto por um gancho para serpentes (Figura 10), um cambão para mamíferos e répteis de grande porte (Figura 11), um puçá para aves e pequenos vertebrados (Figura 12), uma caixa de madeira (Figura 13) e um saco de tecido de algodão para transporte dos animais. 2.1.5.1 - Ambulatório Um ambulatório de campanha deve ser montado nas proximidades das frentes de serviço de cada um dos lotes de obra de instalação da ferrovia. Cada uma dessas unidades deve conter como estrutura mínima: uma mesa cirúrgica (Figura 14), jaulas para confinamento temporário de mamíferos 66 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA (Figura 15), caixas de plástico para herpetofauna, gaiolas para avifauna, armário (Figura 16) e, fundamentalmente, uma pia de campanha. Essas unidades ambulatoriais também devem ser equipadas com material cirúrgico essencial, tais como pinças de diferentes tamanhos, tesouras cirúrgicas, cabo de bisturis, porta-agulha, pinças hemostáticas, estojos, cubas, compressas cirúrgicas. As unidades devem estar providas, permanentemente, de material de consumo para cumprir com suas funções. Estes compreendem, dentre outros, luvas estéreis, agulhas, seringas, fios cirúrgicos, gaze, anestésicos, Plasil injetável, anti-inflamatórios, antibióticos, lidocaína, carvão mineral, óleo mineral, ectoparasiticida, atropina, colírio de ciprofloxacina. A equipe autorizada pelo IBAMA deverá contar com acesso a consultores externos, de forma permanente, especializados nos diversos grupos da fauna (especialmente de aves, mamíferos, répteis, anfíbios e peixes), os quais possam ser consultados em casos de dúvidas quanto à identificação correta, ao manejo, tratamento de ferimentos, ou outra qualquer. 67 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Figura 10: Ganchos para Captura de Serpentes Obs.: Esse instrumento, confeccionado em alumínio (haste) e aço inoxidável (gancho propriamente dito), permite o manuseio seguro de serpentes sem que haja necessidade da aproximação excessiva do coletor. Fonte: ® Igapó Captura e Manejo Figura 11: Cambão com Haste Esse cambão é composto por uma haste telescópica de alumínio que pode ser travada por uma borboleta, e um laço de cabo aço revestido em polietileno que reduz sua circunferência à medida que a haste é alongada, permitindo um ajuste preciso ao diâmetro do pescoço do animal que estiver sendo manejado. Fonte: ® Igapó Captura e Manejo 68 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Figura 12: Puçá Convencional Adquirido em Lojas de Caça e Pesca Fonte: ® Apolo Industrial Figura 13: Caixa Confeccionada em Compensado Utilizada para o Transporte Seguro de Animais Fonte: ® Conadi Artefatos para animais 69 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Figura 14: Mesa Veterinária para Cirurgia com Regulagem de Altura e Inclinação Obs.: Toda em inox e travas para arrumação. Acompanha balde e suporte de soro. Fonte: ® Med-Sinal Equipamentos Figura 15: Jaulas para Confinamento Temporário de Mamíferos Obs.: Varetas de inox com hastes de 8 e 4 mm Fonte: ® SoloJaulas Industria 70 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Figura 16: Armário de Medicamentos de Epoxy Fonte: ® MGT - Produtos Hospitalares 2.1.6 - MÉTODOS ATROPELAMENTOS DE REGISTRO E QUANTIFICAÇÃO DOS O final da tarde e o inicio da manhã são períodos do dia em que há maior probabilidade de atropelar animais de hábito diurno. Isso porque nesses horários há maior facilidade de observação humana, em relação à noite, e também porque os animais estão se movimentando mais do que se fosse pleno dia. Por esse motivo os períodos escolhidos para realizar as vistorias nos locais pré-selecionados são o fim da tarde e o início da manhã. 71 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA As vistorias devem ser realizadas de forma a identificar, registrar e quantificar os atropelamentos de fauna nos trechos escolhidos. As áreas devem ser monitoradas através da varredura visual da extensão das vias de acessos da ferrovia que cruzem determinados corredores de vegetação. Para tal pode ser usado um veículo que deverá cruzar a área em baixa velocidade. O monitoramento deverá ser realizado para os grupos faunísticos. Todos os espécimes atropelados cujo estado de decomposição indicar um acidente recente deverão ser fotografados e registrados em GPS, para registrar sua localização geográfica. Espécimes serão identificados em campo ou a partir de evidências materiais recolhidas (exemplar, fragmento, fotografia, por especialistas dos grupos faunísticos principais implicados). Os arquivos das fotos deverão indicar a data e hora do registro para que possam ser feitos o cruzamento de informações com os dados do GPS. Uma vez feito o registro, a carcaça deverá ser removida para um ponto conveniente a fim de evitar registros duplicados. No caso de animais considerados como registros biologicamente relevantes, a carcaça deverá ser marcada com etiqueta plástica e encaminhada a uma coleção científica. Os arquivos de imagens e de pontos referentes aos atropelamentos, juntamente com um breve relatório informativo indicando trechos vistoriados, datas, espécies e número encontrado irão alimentar um banco de dados de forma contínua. Desta forma será possível identificar trechos onde há maior incidência de animais atropelados, espécies mais envolvidas e variáveis associadas. O banco de dados permitirá indicar as medidas mitigadoras mais adequadas para cada trecho. Será feita uma hierarquização das espécies atropeladas para eleição de espécies indicadoras de impacto significativo por atropelamentos. Essa escolha deve ser feita considerando tanto a incidência de atropelamentos como a relevância das espécies nos ecossistemas locais, uma vez que podem constituir elos especialmente frágeis (ameaçadas de extinção e as endêmicas) nas comunidades animais. É importante ressaltar que, mesmo sendo possível determinar grupos faunísticos mais frequentemente atropelados (mamíferos terrícolas, anfíbios paludícolas, répteis paludícolas; répteis terrícolas 72 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA e aves vadeadoras), é necessário conhecimento detalhado sobre as espécies afetadas para determinar um sistema de proteção adequado. 2.1.7 - INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS AMBIENTAIS Este subprograma é complementado por outros subprogramas, são eles: Subprograma de Passagens de Fauna; Programa de Capacitação de Trabalhadores, Programa de Educação Ambiental; Subprograma de Supressão de Vegetação e Minimização de Desmatamento; Subprograma de Monitoramento da Fauna e Subprograma de Monitoramento e Controle de Atropelamento da Fauna. 2.1.8 - RESPONSABILIDADE E EXECUÇÃO VALEC. A VALEC é o empreendedor e responsável pela execução das atividades deste subprograma. É o órgão contratante e principal fiscal da aplicação/realização dos Subprogramas Ambientais. A VALEC poderá contratar consultores para serviços especializados e de apoio, visando à boa execução de seus projetos. IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambiental dos Estados. O IBAMA e os organismos estaduais de licenciamento ambiental são os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97 e, assim, pela fiscalização do atendimento das condições estabelecidas nas licenças concedidas, sob os pontos de vista tempestivo, quantitativo e qualitativo. 73 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Empreiteiras de Obras. Em virtude do pessoal alocado nas frentes de serviços serem praticamente todos vinculados à construtora contratada para as obras de cada lote, caberá às construtoras contratadas pela VALEC oferecer treinamentos ao seu pessoal, tanto advertindo para a necessidade de preservar a vida selvagem, como coibindo maus tratos a animais, pois a Lei de Crimes Ambientais reza: • “Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes prevista nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.” • “Art.3º... Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.” 2.1.9 - CRONOGRAMA Este subprograma será aplicado durante todo o período das obras das FIOL, sendo encerrada a sua aplicação somente após estarem concluídas todas as recuperações de áreas degradadas, inclusive aquelas ocupadas pelas empreiteiras, quando for o caso. Voltará a ser aplicada no período de operação da ferrovia sempre que forem contratados serviços de ampliação da via ou de suas instalações de apoio e que pressuponham a necessidade de salvamento de animais silvestres. 74 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA 2.1.10 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO A avaliação do desempenho é um conceito moderno que vem sendo cada dia mais adotado como forma de se aperfeiçoar a gestão pautando-se sobre os resultados alcançados. Pode ser definida como a identificação e mensuração das ações que os colaboradores de uma organização realizaram durante determinado período, e tem como objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual e coletivo dos funcionários e processos, promovendo o crescimento e aperfeiçoamento buscando-se sempre um melhor desempenho. Através da avaliação de desempenho é mais fácil fornecer feedback aos gestores e colaboradores, baseado em informações sólidas e tangíveis, bem como auxiliá-las no caminho da melhoria contínua, buscando retroalimentar os processos de forma a subsidiar a revisão de estratégias e métodos de trabalho, minimizando os efeitos da tendência à entropia e melhorando as práticas, reciclando e fornecendo condições de sobrevivência em ambientes turbulentos e mutáveis. A atual gestão do desempenho calcada sobre resultados pressupõe a atribuição de métricas para transformar quaisquer informações possíveis em dados tangíveis visando facilitar a avaliação e acompanhamento do desempenho do avaliado. Ao discorrer sobre o quesito “Eficiência”, considerou-se a definição do termo de que eficiência diz respeito a “como fazer” e está relacionada às ações a serem realizadas ao nível operacional em relação ao tempo, ou seja, de acordo com um plano ou programa préelaborado como parte do planejamento estratégico, seu cronograma e tudo mais que o compõe. Ao discorrer sobre o quesito “Eficácia”, considerou-se a definição do termo de que eficácia diz respeito ao “objetivo ou resultado” e está relacionado à capacidade de realizar efetivamente o que foi proposto, indicando resultados sob métricas que indicassem desempenho. 75 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Para tanto, a aplicação deste subprograma deve ter como meta recuperar e soltar vivos e saudáveis 100% dos exemplares da fauna que forem capturados segundo os procedimentos estabelecidos neste subprograma. Os Indicadores estão descritos seguir: • Quantidade total de eventos (encontro com exemplares da fauna silvestre); • Quantidade de capturas nos levantamentos sistemáticos; • Quantidade de capturas nos chamados de emergência; • Número de animais soltos imediatamente por grupo; • Número de animais submetidos a tratamento médico no ambulatório do lote, por grupo faunístico; • Número de animais mortos durante ou após o atendimento no ambulatório; • Número de animais mortos, por grupo, encontrados nos levantamentos sistemáticos; • Número de animais mortos, por grupo, encontrados nas frentes de obra. Para cada ocorrência de avistamento de fauna, utilizar o formulário e descrever os resultados informando a metodologia de afugentamento e salvamento utilizado, quais as estruturas disponíveis para a contenção, transporte e tratamento dos indivíduos capturados. Os dados de ocorrências observadas devem ser classificados em dois grupos distintos, o primeiro nas atividades relacionadas a supressão de vegetação e a segunda, com animais vítimas de atropelamentos. As informações contendo o total de ocorrências, os animais debilitados submetidos a tratamento, o local do tratamento, a lista de animais encontrados mortos e os animais que foram soltos devem ser elaborados conforme Tabela 10. 76 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Tabela 10: Resumo Geral das Ocorrências por Período Total de ocorrências Animais debilitados submetidos a tratamento Local do tratamento Animais encontrados mortos Animais soltos Os indicadores de controle de atropelamentos ocorridos nas vias de acesso e nas frentes de obra da ferrovia serão os seguintes: resultados, análise, conclusões e recomendações do relatório de monitoramento e controle de atropelamento. Os resultados devem ser apresentados em forma de tabela, contendo informações que permitam fazer uma análise futura para tomada de decisões quanto às medidas mitigadoras que deverão ser tomadas quando necessário, sendo: lote, coordenadas geográficas, espécie (nome científico e popular), se o animal foi encontrado vivo ou morto, data, encaminhamento dado ao animal e medidas mitigadoras (quando couber), conforme modelo da Tabela 11. Tabela 11: Resumo Geral dos Atropelamentos Ocorridos no Período Lote Coordenada geográfica KM ferroviário Nome científico Nome popular Animal foi encontrad o vivo ou morto? Data Medidas mitigadoras Os resultados devem ser apresentados em relatórios semestrais, separando as ocorrências oriundas da supressão de vegetação e os atropelamentos. 77 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Em caso de convênios com hospitais veterinários ou centros de triagem, devem ser apresentados documentos comprobatórios. As áreas de soltura devem ser individualizadas e plotadas em imagem de satélite. Os relatórios semestrais devem conter o número de equipes destinadas ao salvamento e sua composição, bem como indicar o avanço das frentes de serviço. A discução dos resultados deve contemplar uma análise crítica do tempo de resposta para as ocorrências registradas. 2.1.11 - MEDIDAS MITIGADORAS Usualmente as principais ações recomendadas para evitar atropelamentos de animais silvestres (BRUINDERINK & HAZEBROEK, 1996) em empreendimentos lineares, são: • Instalação de mecanismos alternativos de transposição da ferrovia para a fauna. Passagens de fauna podem ser construídas tanto sob o leito (conforme já discutido no subprograma específico) como sobre o leito de ferrovias (os chamados “mergulhões”). A passagem sobre o leito de ferrovias tem sido muito utilizada na Europa e são interessantes para locais onde há vegetação em ambos os lados das pistas, sendo utilizadas principalmente por aves e mamíferos grandes que não utilizam passagens sob o leito; • Instalação de barreiras que impeçam o acesso dos animais ao leito da ferrovia (em trechos onde a mesma atravessa habitats naturais) para direcionar os animais para as passagens de fauna; • Implantação de programas educativos, como sinalização e panfletos, destinados aos maquinistas que conduzem composições ferroviárias nas rotas que possuem trechos críticos; 78 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA • Poda da vegetação da beira da estrada, aumentando o campo de visão do motorista. Isso permitirá que o motorista enxergue um animal a maiores distâncias, aumentando seu tempo de resposta para diminuir a velocidade do veículo. 2.1.12 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BELLUOMINI H.E; AUTUORI, M.P. Methodology applied in the elaboration of faunal salvage in the region of “Água Vermelha” hydroleletric power plant. Companhia Energética de São Paulo – CESP. Memórias Instituto Butantan 46:119-138, 1982. CALLEFFO, M. E. V. Herpetofaunal survey in the area of influence of the LajeadoHydroelectric plant, Palmas - TO. Memórias Instituto Butantan, Relatório Bienal 59:150, 2001. FURTADO, M. F. D.; CALLEFFO, M.E.V. A atuação do Instituto Butantan na Amazônia no século XX. Cadernos de História da Ciência, São Paulo, v.4,n.2, p.51-87, 2008. 79 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA 2.2. SUBPROGRAMA DE PASSAGEM DE FAUNA 2.2.1 - Justificativas Ferrovias, rodovias e outros empreendimentos lineares têm sido apontados como importantes fontes de impacto antrópico à conservação da biodiversidade (GOOSEM, 1997). A construção de ferrovias afeta a vegetação nativa, incluindo a fauna a ela associada, de diversas maneiras. Estes efeitos estão ligados, principalmente: (I) (II) (III) (IV) (V) A supressão da vegetação nativa existente na faixa de domínio; A fragmentação de habitats; A criação de uma barreira física que impede ou dificulta a circulação da fauna de um lado para outro da estrada; O estabelecimento de novas bordas nos remanescentes florestais cortados pela estrada e A probabilidade de atropelamento de animais. ROMANINI (2000) detalha três tipos de impactos empreendimentos lineares sobre vertebrados terrestres: diretos de • O efeito barreira. Rodovias ou ferrovias constituem importante obstáculo à movimentação de vertebrados, sendo a principal causa de fragmentação de habitats (GOOSEM, 1997; LYREN, 2001). Com isso, pode ocorrer isolamento de populações ou criação de metapopulações. A genética das populações também é alterada por uma barreira que persiste por muitas gerações. Pequenas populações isoladas tendem a apresentar baixa heterozigose, o que leva ao baixo polimorfismo. Em outras palavras, o polimorfismo garante resistência a mudanças ambientais nas populações, evitando ou minimizando a ação de eventos de extinção (FORMAN & ALEXANDER, 1998; GOLDSTEIN et al., 2000). Os efeitos de barreira criados por ferrovias são especialmente significativos em áreas de floresta, onde além da perda direta de habitat resultante da ocupação, a fragmentação afeta negativamente o tamanho efetivo das populações de algumas espécies, 80 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA alterando parâmetros demográficos e aumentando a probabilidade de extinção local. • O efeito de evitação. Várias espécies de mamíferos apresentam densidade de população muito baixa em áreas distando de 100m a 200m de ferrovias. Dentre os fatores causadores da evitação em mamíferos estão o forte ruído, vibração e deslocamento de ar. Estes fatores podem ser mais efetivos a depender do volume de tráfego e da velocidade média de deslocamento das composições. • O atropelamento. O impacto da perda de indivíduos da fauna por atropelamento em ferrovias pode ser grave quando atinge espécies que existem em baixas densidades e ameaçadas de extinção (SCHONEWALDCOX & BUECHNER, 1992; PRADA, 2004) e as que possuem área de vida relativamente grande e taxas reprodutivas baixas como carnívoros (PRADA, 2004). Outros autores também citam como impactos ocasionados por vias de transporte: alterações na drenagem (JONES et al., 2000); poluição sonora (REIJNEN et al.,1996); interferências nos padrões de movimentação e facilitação da introdução de espécies exóticas (FORMAN et al., 2002). Como se observa em corredores naturais estreitos ou com distúrbios que se inserem dentro da matriz de paisagens em geral, espécies ditas como de borda e ou generalistas compõem o arranjo faunístico dominante observado a partir de ferrovias e rodovias (FORMAN, 1995). Algumas espécies mostram-se particularmente conspícuas nas faixas laterais de vias de transporte em geral, um aspecto comportamental que indica o uso preferencial deste habitat. Como exemplo tem se aves como Rupornis magnirostris, um gavião comum na maior parte das áreas antropizadas das Américas, designado popularmente entre observadores de pássaros como Roadside Hawk, em referência ao hábito relatado (PANASCI & WHITACRE, 2002). Trabalhos realizados nos Estados Unidos estimam que as perturbações diretas ocasionadas por vias de transporte (não considerando desmatamentos e mudanças no uso do solo como o chamado efeito espinha de peixe) 81 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA estendem-se por entre 100m e 1 km transversalmente a partir destas (HASKELL, 2000; FORMAN & DEBLINGER, 2000) e que só se consegue conhecer totalmente seus efeitos décadas depois de sua construção (FINDLAY & BOURDAGES, 2000). SCOSS (2002) mostrou que a presença de estrada (como exemplo de empreendimento linear) altera a forma de utilização da área para muitas espécies de mamíferos, formando um gradiente, de uso do espaço entre a borda da estrada até 152 metros para o interior da floresta. São estes problemas que motivam o estabelecimento de medidas mitigadoras dos impactos descritos, se destacando construção de passagens para a fauna sob e sobre o leito da ferrovia. 2.2.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA DE PASSAGEM DE FAUNA O objetivo deste subprograma é o de estabelecer as características e as instalações mínimas a serem construídas para propiciar a passagem da fauna sob o leito da ferrovia, permitindo o fluxo de indivíduos e de grupos de indivíduos minimizando o efeito barreira e o eventual atropelamento de animais. As medidas aqui indicadas visam atender o inciso III do artigo 6º da RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001, de 23 de janeiro de 1986, publicada no Diário Oficial da União em 17 de fevereiro de 1986. Os atropelamentos da fauna e as medidas mitigadoras relacionadas são abordados no Subprograma de Salvamento da Fauna. 2.2.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS 82 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA A Constituição Federal de 1988, no art. 225, caput, §1º, VII, inclui a proteção à fauna, junto com a flora, como meio de assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente equilibrado, estando vedadas, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade. Os crimes contra a fauna previstos nos Códigos de Pesca e de Caça foram consolidados na Lei de Crimes Ambientais, lei 9.605/98, cujos efeitos foram regulamentados pelo Decreto 3.179/99 que estabelece as sanções a várias condutas lesivas à fauna. O Ministério do Meio Ambiente, considerando os compromissos assumidos pelo Brasil junto à Convenção sobre Diversidade Biológica e à Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção, e considerando o disposto na Lei de Crimes Ambientais, no Código de Caça, no Código Florestal e no Decreto nº 3.179/99; e considerando os princípios e as diretrizes para a implementação da Política Nacional de Biodiversidade, constantes do Decreto nº 4.339, de 22 de agosto de 2002, promulgou a Instrução Normativa MMA nº 03, de 27/05/2003, seguida pela Instrução Normativa MMA nº 05, de 21/05/2004, e pela Instrução Normativa MMA nº 52, de 08/11/2005, dispondo sobre as Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção. As espécies constantes da lista, anexa à mencionada Instrução Normativa, ficam protegidas de modo integral, de acordo com o estabelecido na legislação vigente. A inobservância desta Instrução Normativa sujeitará o infrator às penalidades previstas no Código de Caça, na Lei de Crimes Ambientais e no Decreto nº 3.179/99. Mais recentemente, destaca-se a recente publicação pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) da Instrução Normativa nº 05, de 02 de setembro de 2009, que estabelece procedimentos para a análise dos pedidos e concessão da autorização para o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos que afetem as unidades de conservação federais, suas zonas de amortecimento ou áreas circundantes. 83 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA 2.2.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO As passagens de fauna devem ser implantadas nos trechos em que áreas de vegetação nativa são cortadas pela Ferrovia. As passagens deverão sofrer manutenção regular a fim de assegurar sua permanente desobstrução. O plano de implantação das passagens de fauna deverá definir a sistemática geral de monitoramento a ser adotada, considerando que as atividades pertinentes, basicamente, terão como finalidades: • Verificação da adequada execução dos dispositivos, conforme está previsto no projeto de engenharia e que atendem ao subprograma ambiental em foco; • Verificação da conformidade ambiental, no que diz respeito à observância das condicionantes instituídas e que interferem com os procedimentos relacionados com a programação das obras e processos construtivos; • O Subprograma de Monitoramento e Controle de Atropelamentos de Fauna deverá verificar o uso das passagens construídas pela fauna silvestre. O monitoramento, para verificação de uso, pela fauna silvestre, das passagens construídas ocorrerá em dois momentos. Inicialmente, após a instalação das passagens e antes do início da operação da ferrovia, pelo Subprograma de Passagens de Fauna e, após o início das operações, pelo Subprograma de Monitoramento e Controle de Atropelamentos de Fauna, usando sempre duas metodologias para o registro de espécies da fauna de vertebrados: (i) (ii) Instalação de caixas de areia e Instalação de armadilhas fotográficas (trapa câmera) na entrada de cada passagem de fauna. 84 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA As atividades de Monitoramento implicam em visitas mensais dos técnicos encarregados da atividade durante o período de construção, estimando-se em uma semana por mês o período de trabalho necessário para cumpri-lá a contento. As estruturas de passagem ou travessia da fauna sob o leito da ferrovia devem ser instaladas nas áreas nas quais há cobertura florestal em ambos os lados do traçado da ferrovia. Considerando que a fauna associada ao interior do ambiente florestado é justamente aquela com menor propensão a transpor áreas abertas e a menos adaptada a orientar-se fora da sombra protetora dos remanescentes. A experiência mostra que poucos animais maiores se dispõem a passar por um túnel de 1,5m de diâmetro (com certeza nenhuma ave), fazendo com que esta norma preveja exclusivamente passagens retangulares, em tudo semelhantes a bueiros celulares. Para tanto, os pontos de travessia da fauna que receberão passagens inferiores para fauna e que formarão o Plano de Implantação das Passagens de Fauna devem ser selecionados observando os seguintes critérios: • Priorizar trechos nos quais a ferrovia corta remanescentes florestais e cujas parcelas (fragmentos) permanecerão em ambos os lados; • Dotar de passagens inferiores de fauna todos os fragmentos cujo tamanho de área da mancha florestal a ser transposta for consideravelmente grande; • Continuidade do fragmento florestal para além da Área de Influência Direta (AID - em geral 5 km para qualquer lado da ferrovia), o que torna o ponto selecionado uma área esperada de travessia da fauna proveniente de áreas mais distantes; • Proximidade com dessedentação da fauna; cursos d’água, por formarem locais de 85 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA • Melhor qualidade estrutural do estrato arbóreo da vegetação existente em torno da faixa de domínio. A importância regional do remanescente florestal também deve ser considerada. Devem ser priorizados ambientes testemunhos de formações vegetais atualmente rarefeitas, localizados em região cuja matriz está muito descaracterizada. Nos casos em que os critérios acima indicarem a necessidade de uma passagem de fauna e o relevo não permitir a instalação de uma passagem inferior, será estudada a possibilidade de instalação de uma passagem superior, cujo tipo e projeto serão escolhidos de acordo com o relevo e a fauna presente nos fragmentos de vegetação. Os pontos devem ser selecionados por intermédio de consulta e análise a imagens de satélite e bases cartográficas digitais recentes. Os dados oriundos desta análise cartográfica devem ser cruzados com as informações derivadas das atividades realizadas em campo pelas equipes de especialistas em Flora e Fauna ao longo do traçado da ferrovia, em inspeção especificamente dirigida para a seleção de locais favoráveis para a implantação de passagens inferiores de fauna. Os pontos propostos para receber passagens inferiores devem ser validados em campo durante vistorias, observando os critérios apontados. A escolha e validação dos pontos de passagens de fauna devem ser embasadas também com os resultados do monitoramento de fauna prévio ao início das obras, considerando os animais identificados como residentes e sua área de vida. Estruturas como pontes sobre corpos hídricos deverão necessariamente ser adaptadas de forma que sejam deixados vão livres transitáveis entre o encabeçamento da obra de arte e o corpo hídrico. Ainda, bueiros celulares, quando interligando remanescentes de vegetação, deverão ser adaptados com plataformas permanentemente secas. 86 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA 2.2.5 - UTILIZAÇÃO DE OUTRAS ESTRUTURAS Algumas outras estruturas previstas, tais como bueiros celulares; pontes; viadutos e passagens de gado podem servir, pontualmente, como pontos adicionais de passagem ou travessia inferior da fauna nativa. Essas estruturas, apesar de permitirem o deslocamento da fauna, não serão consideradas passagens de fauna em senso estrito, por terem localização determinada por critério diversos daqueles usados para escolher os pontos de instalação das passagens de fauna propriamente ditas. Rampas secas podem ser instaladas na lateral de bueiros celulares maiores ou sob o vão de pontes para permitir a passagem de animais sobre a água. 2.2.6 - MODELOS A construção de passagens inferiores para animais deverão ser projetadas de forma a deixarem um vão livre ideal de 2,0m de altura por 2,5m de largura. Outras dimensões podem ser adotadas, quando a geometria do aterro a ser transposto exige ou possibilita, de forma mais econômica. Entretanto elas devem manter a forma retangular ou quadrada, e atender ao dimensionamento previsto na Tabela 12 a seguir. Tabela 12: Dimensões de Passagens de Fauna Altura (em metros) Largura (em metros) 1,5 2,0 2,0 2,5 2,5 3,0 3,0 3,0 Fonte OIKOS 2004 87 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA As passagens devem ser dotadas de cercas de telas de arame galvanizado, colocadas lateralmente em cada uma das entradas das passagens (bocas) de modo a auxiliar no direcionamento da fauna que busca transpor o obstáculo. No anexo deste subprograma são apresentadas os projetos tipo de passagens de fauna inferiores e superiores, bem como uma listagem de onde estão previstas a instalação de outras obras de arte que podem servir para deslocamentos de fauna, tais como, pontes, passagens de gado e obras de arte especiais. Cabe destacar que esses projetos-tipo poderão ser objeto de adaptações pelo projetista, em virtude dos seguintes aspectos: A topografia e o uso antrópico dos locais onde deverá ser implantada; Pelas limitações dos processos construtivos; Para atender solicitações do IBAMA nas inspeções realizadas na fase de implantação; As fotos apresentadas a seguir ilustram soluções adotadas em obras da VALEC, inclusive onde não cabem as soluções usando os projetos-tipo. Figura 17: Estruturas que também serão usadas como pontos de travessia de Fauna. 88 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA FNS - km 661+700 – PG 3,0x3,0m FNS - km 667+84 Corredor Córrego Gameleira FNS - km 615+620 – BSCC 2,0x1, 5m (Corredor ECO - Córrego Sucuri) FNS – Passagem de gado ou fauna em tubo corrugado – h=2.27Xl=1,70m 2.2.7 - PONTOS INDICADOS PARA A INSTALAÇÃO DE PASSAGENS DE FAUNA NA FIOL As passagens de fauna da FIOL deverão ser projetadas e construídas aproximadamente nos pontos indicados no Quadro 09. Quadro 9: Pontos Propostos para Localização das Passagens Inferiores de Fauna na FIOL, com Indicação das Coordenadas UTM e Geográficas entre os lotes 1 a 7. Coordenadas Passagem (grau, min, seg.) (PIF) Latitude 1 ao 17 Km Lote Longitude Correspondem passagens de fauna dos lotes 8 a 11 18 12° 30' 03''S 45°12'53''O 554+860 7F 19 13° 17' 56''S 43°50'18''O 756+189 6F 20 13° 16' 56''S 43°46'22''O 763+800 6F 21 13° 28' 36''S 43°28'51''O 805+020 6F 22 13° 28' 43''S 43°28'00''O 806+580 6F 23 14° 15' 33''S 42°39'55''O 943+620 5F 89 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Coordenadas Passagem (grau, min, seg.) (PIF) Km Lote Latitude Longitude 24 14° 18' 23''S 42°20'17''O 998+320 4F 25 13° 54' 49''S 40°32'19''O 1253+820 2F 26 13° 55' 47''S 40°01'34''O 1329+760 2F 27 13° 58' 29''S 40°02'07''O 1335+020 2F 28 14° 00' 10''S 40°02'29''O 1339+160 2F 29 14° 02' 26''S 39°59'54''O 1346+680 2F 30 14° 05' 12''S 39°56'16''O 1355+540 2F 31 14° 14' 55''S 39°30'21''O 1425+700 1F 32 14° 15' 38''S 39°28'53''O 1418+960 1F 33 14° 17' 56''S 39°27'04''O 1424+560 1F 34 14° 18' 57''S 39°26'43''O 1426+900 1F 35 14° 19' 16''S 39°26'04''O 1428+460 1F 36 14° 20' 25''S 39°26'02''O 1430+660 1F 37 14° 22' 38''S 39°23'57''O 1436+780 1F 38 14° 38' 46''S 39°19'42''O 1471+820 1F 39 14° 38' 44''S 39°18'14''O 1474+560 1F 40 14° 38' 38''S 39°15'43''O 1479+820 1F 2.2.8 - INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS AMBIENTAIS Este subprograma é complementado pelos seguintes programas e subprogramas: de Indenização e Relocação da População (se necessário); de Corredores de Fauna e efetivação das RPPN; Áreas de Pesquisa de Fauna (RPPN e compensação de ARL); de Educação Ambiental; de Qualidade Ambiental da Construção; de Salvamento da Fauna; de Plantios Paisagísticos; de Monitoramento da Fauna e de Monitoramento e Controle de Atropelamentos da Fauna. 90 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA 2.2.9 - RESPONSABILIDADE E EXECUÇÃO VALEC. A VALEC é o empreendedor e responsável pela execução Subprograma. É o órgão contratante e principal fiscal da aplicação desta especificação. A VALEC poderá contratar consultores para serviços especializados e de apoio, visando à boa execução das atividades aqui descritas. Empresas Projetistas. As empresas projetistas deverão estabelecer a localização exata das passagens de fauna, dimensionando as estruturas segundo as cargas a que estarão sujeitas e, finalmente, incluindo os quantitativos e os custos destas obras no orçamento para licitação e construção. O deslocamento que se fizer necessário, com relação aos pontos especificados (quilometragem e coordenadas em UTM) deverá: • Ser justificado e, • Manter a passagem na mesma área do remanescente de vegetação nativa indicado. Empresas de monitoramento. As empresas de monitoramento farão o trabalho especializado de monitoramento da fauna, inclusive o monitoramento da fauna previsto para a fase de operação das ferrovias. O monitoramento da fauna dependerá da autorização competente da Coordenação Geral de Uso e Gestão da Fauna e Recursos Pesqueiros do IBAMA. Construtoras. As empreiteiras serão as responsáveis pela construção das passagens de fauna, nos locais preestabelecidos pela VALEC, conforme as exigências legais pertinentes e o estabelecido no Projeto de Engenharia. IBAMA. O IBAMA, como órgão responsável pelo licenciamento e fiscalização ambiental é legalmente responsável pela emissão da autorização para o monitoramento da fauna e pela fiscalização da boa execução do Plano de Implantação das Passagens de Fauna. Nesta segunda atividade o IBAMA poderá contar com o concurso dos Órgãos Estaduais de Controle Ambiental. 91 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA 2.2.10 - CRONOGRAMA Este subprograma deve ser aplicado pelas equipes de Projeto Básico de Engenharia selecionando a localização das passagens, eventos que são prévios à licitação das obras. As estruturas das passagens deverão ter seus projetos detalhados pelas equipes de projeto de engenharia e supervisão de obras. O monitoramento de execução deverá ser feito durante todo o período de obras e o monitoramento do uso das passagens pela fauna deverá ser feito através de vistorias aos locais especificados a partir do momento em que as passagens forem instaladas e se estender pelo mesmo período do monitoramento de atropelamentos da fauna. 2.2.11 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO A aplicação deste subprograma deve ter como meta, minimizar os impactos gerados durante e depois da implantação do empreendimento, visto que este tem a característica de seccionar a paisagem com uma faixa, normalmente intransponível (ou acentuadamente letal) para muitas espécies de vertebrados. Assim, estas passagens devem propiciar a locomoção de parte da fauna sob o leito do empreendimento em questão, viabilizando o fluxo dos organismos (focalmente, vertebrados) e diminuindo os efeitos incidentes sob a fauna. Deve ser apresentada uma tabela com contendo as informações das obras de arte correntes e especiais que serão construídas no trecho, contendo informações tais como: o tipo de estrutura, sua extensão, suas dimensões, quilômetro ferroviárias e coordenadas geográficas indicadas na Tabela 13: 92 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Tabela 13: Obras de Arte Correntes e Especiais Existentes no Trecho Nº Tipo de estrutura Extensão (m) Dimensões km Coordenadas Também devem ser apresentadas as passagens de fauna previstas para o trecho, contendo informações tais como: tipo de estrutura, sua extensão, suas dimensões, quilômetro ferroviário e coordenadas geográficas, como indicado na Tabela 14: Tabela 14: Passagens de Fauna Previstas no Trecho Nº Tipo de estrutura Extensão (m) Dimensões km Coordenadas Deverão constar ainda, a metodologia de monitoramento das passagens de fauna utilizada, a periodicidade destes levantamentos, a metodologia de análise dos dados, os resultados e discussões sobre a eficiência, comparadas com o número de atropelamentos na fase de operação da ferrovia. As passagens de fauna deverão ser plotadas em imagens de satélite. Logo após a completa instalação de uma passagem de fauna, deve-se iniciar seu monitoramento, ainda que na fase de instalação, de modo a estabelecer um ponto inicial de comparação de analise da eficiência e eficácia do ponto e estrutura escolhidos. AS discussões devem ser individualizadas com relação à estrutura monitorada quanto ao conjunto das passagens, inter-relacionada com a paisagem em estudo. A metodologia 93 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA utilizada e os resultados devem ser apresentados nos relatórios, bem como as medidas adotadas. 2.2.12 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FINDLAY, C. S.; BOURDAGES, J. Response time of wetland biodiversity to road construction on adjacent lands. Conservation Biology, n.14, p. 86-94, 2000. FORMAN, R. T. T. Land Mosaics: The Ecology of Landscapes and Regions. Cambridge University Press, New York, 1995. FORMAN, R. T. T., REINEKING, B.; HERSPERGER, A. M. Road traffic and nearby grassland bird patterns in a suburbanizing landscape. Environmental Management, n. 29: 782-800. 2002. FORMAN, R. T. T.; ALEXANDER, L. E. Roads and their major ecological effects. Annual Review of Ecology and Systematics, n.29, p. 207-231, 1998. FORMAN, R. T. T.; DEBLINGER, R. D. The ecological road-effect zone of a Massachusetts (USA) suburban highway. Conservation Biology, n.14, p.36-46, 2000. GOLDSTEIN, P. Z.; DESALLE, R.; AMATO, G.; VOGLER, A. Conservation genetics at the species boundary. Conservation Biology, n.14, p.120-131, 2000. GOOSEM, M. Internal fragmentation: the effects of roads, highways, and powerline clearings on movements and mortality of rainforest vertebrates. In: LAURANCE, W. F. & BIERREGAARD, R. O. Jr. (Eds.). Tropical forest remnants: ecology, management, and conservation of fragmented communities. Chicago: University of Chicago Press, 1997. p. 241-255. HASKELL, D. G. Effects of forest roads on macroinvertebrate soil fauna of the Southern Appalachian Mountains. Conservation Biology, n.14, p.57-63., 2000. JONES, M. E. Road upgrade, road mortality and remedial measures: impacts on a population of eastern quoolls and Tasmanian devils. Wildlife Research, v. 27, p. 289- 296, 2000. LYREN, L. M. Movement patterns of coyotes and bobcats relative to roads and underpasses in the Chino Hills area of southern California. 2001. 96 f. Thesis (Phylosopher Doctor) presented to the California State Polytechnic University, Pomona, USA. 94 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA OIKOS. 2004. Norma Ambiental VALEC Nº 15. Passagens inferiores de fauna. Oikos Pesquisa Ambiental, Rio de Janeiro, 2004. PANASCI, T. A.; WHITACRE, D. F. Roadside hawk breeding ecology in forest and farming landscapes. Willson Bulletin , v.114, p.114-121, 2002. PRADA, C. de S. Atropelamento de vertebrados silvestres em uma região fragmentada do nordeste do estado de São Paulo: quantificação do impacto e análise dos fatores envolvidos. 2004. 147 f. Dissertação de mestrado, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. REIJNEN, R.; FOPPEN, R.; MEEUWSEN, H. The effects of traffic on the density of breeding birds in dutch agricultural grasslands. Biological conservation, n. 75, p. 255- 260, 1996. ROMANINI, P. H. Rodovias e meio ambiente: principais impactos ambientais, incorporação da variável ambiental em projetos rodoviários e sistema de gestão ambiental. 2000. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, São Paulo. SCHONEWALD-COX, C. M.; BUECHNER, M. Park protection and public roads. In Conservation Biology: The Theory and Practice of Nature Conservation, Preservation and Management (FIEDLER, P. L.; JAIN, S. eds), Chapman and Hall, New York, 1992, p. 373–396. SCOSS, L. M. Efeito dos Impactos Ambientais provocados por estradas sobre a composição de guildas de mamíferos terrestres. 2002. Dissertação de mestrado, Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE; Campos II. Minas Gerais. 95 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA 2.3 - SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DE FAUNA 2.3.1 - Justificativas As rodovias e ferrovias que cruzam áreas de ecossistemas naturais causam impactos relevantes sobre a biota, com reflexos que afetam negativamente, e de maneira significativa, a diversidade biológica da área. Além da óbvia destruição física de parcelas de habitat natural, os impactos imediatamente notados são a fragmentação de habitats naturais e criação de uma barreira entre os fragmentos, e a morte de animais por atropelamento. No caso das ferrovias a menor frequência de veículos, sua velocidade e ruído fazem com que os atropelamentos sejam muito raros, mas permanece a questão da destruição de habitat e da barreira formada pelo leito da ferrovia e sua faixa de domínio. Segundo Jackson (2000), Seiler (2003) e Taylor & Goldingay (2004), as ferrovias, e os meios de transporte em geral, podem causar vários tipos de impactos sobre a vida silvestre. A perda direta de habitat e a fragmentação de áreas naturais outrora contínuas devido à construção de rodovias e ferrovias resultam em alteração, diminuição e descontinuidade dos habitats, aumento do efeito de borda e podem servir como facilitadores para invasão de fogo, plantas e animais exóticos. Juntamente, as alterações no sistema hidrológico, emissões de gases e a presença de espécies exóticas levam a degradação da qualidade desse habitat remanescente. Algumas espécies da fauna silvestre podem evitar ou restringir o uso de áreas adjacentes aos trilhos e estradas devido ao ruído e a presença de pessoas. Tais acessos próximos de áreas silvestres facilitam a exploração antrópica com o incremento da pressão de caça e extração de recursos naturais. 96 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Para as espécies que veem os trilhos como uma barreira, alterações de comportamento e estrutura social são esperadas. A barreira pode ainda reduzir os acessos a habitat vitais e interromper processos de manutenção da população regional como a dispersão. A impossibilidade de migração dos indivíduos pode levar a fragmentação das populações, ao isolamento e a diminuição do fluxo gênico. Para dirimir os efeitos negativos dos empreendimentos sobre o meio ambiente, todas as variáveis bióticas devem ser consideradas, para que ações mitigadoras e compensatórias possam ser executadas. No caso das ferrovias essas alterações são pouco discutidas na literatura, mas especialmente sobre a fauna aquática pesam três fatores preponderantes que desempenham importante papel na manutenção das comunidades: a qualidade da água, que deve ter suas características e propriedades físico-químicas adequadas; a vegetação ciliar, que constitui o início da cadeia alimentar para a maioria dos organismos de água doce; e o regime hidrológico, o qual condiciona os mais variados comportamentos da fauna aquática (Beaumord 1991). A implementação e a operação do empreendimento irá gerar mudança no fluxo das águas (seja pelo desmatamento ou construção de pequenos barramentos), e alteração da qualidade da água (seja por aumento da descarga de sedimentos ou pela contaminação por resíduos sólidos/líquidos). Além disso, pode ocorrer um aumento na pressão sobre os estoques pesqueiros durante a implementação do empreendimento, devido ao aumento populacional. Organismo bioindicador é aquele cuja presença em determinado ambiente pode ser utilizada como indicação da situação de conservação/poluição do sistema/ambiente (Merritt & Cummins, 1996). Organismos bioindicadores vivem preferencialmente em determinadas condições ambientais, assim sua presença está relacionada a estas condições ambientais. 97 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA 2.3.2 - OBJETIVOS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DE FAUNA 2.3.2.1 - Objetivo Geral Estabelecer atividades necessárias para implementar o monitoramento dos impactos decorrentes das obras de implantação da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, entre Figueirópolis (TO) e Ilhéus (BA,) sobre a fauna terrestre e aquática selecionada para servir como bioindicadora. 2.3.2.2 - Objetivos Específicos Identificar alterações nos efetivos populacionais e nos padrões de uso do espaço por parte de: • Mamíferos; • Aves; • Anfíbios e Répteis; • Ictiofauna; • Invertebrados aquáticos. Gerar informações adicionais às já propostas. que permitam sugerir medidas mitigadoras 98 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA 2.3.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS A Constituição Federal de 1988, no art. 225, caput, §1º, VII, inclui a proteção à fauna, junto com a flora, como meio de assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente equilibrado, estando vedadas, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade. Em consonância com as bases estabelecidas pela Constituição Federal, a Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), define como um dos objetivos da PNMA a divulgação de dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico. Lei n° 5.197, de 03/01/67, Código de Proteção da Fauna. Lei específica para a fauna no Brasil. dispõe sobre a proteção jurídica da fauna silvestre brasileira. Decreto Federal nº. 4.339/2002 instituindo os princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional da Biodiversidade. Onde contam no inciso III - as nações são responsáveis pela conservação da biodiversidade e por assegurar que atividades sob sua jurisdição ou controle não causem dano ao meio ambiente e à biodiversidade de outras nações ou de áreas além dos limites da jurisdição nacional. Decreto nº 3.179/99; e considerando os princípios e as diretrizes para a implementação da Política Nacional de Biodiversidade, constantes do Decreto nº 4.339, de 22 de agosto de 2002, promulgou a Instrução Normativa MMA nº 03, de 27/05/2003. As Resoluções do CONAMA que tratam do licenciamento ambiental (Resoluções 001/86 e 237/97); das audiências públicas (009/87) e da divulgação dos eventos (006/86, reforçada com a Resolução 281/2001). 99 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Da Política Nacional da Biodiversidade: Item 4 – Monitoramento, Avaliação, Prevenção e Mitigação de Impactos sobre a Biodiversidade: engloba diretrizes para fortalecer os sistemas de monitoramento, de prevenção e de mitigação de impactos sobre a biodiversidade, bem como para promover a recuperação de ecossistemas degradados e de componentes da biodiversidade sobre explorados. 2.3.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO Para a etapa de monitoramento da fauna terrestre, foram selecionadas 13 das 19 áreas amostradas inicialmente, conforme Quadro 02. A seleção destas áreas obedeceu aos seguintes critérios verificados in loco durante os levantamentos prévios: a) fragmento de maior área; b) fragmento com melhor conectividade remanescentes fora da área de influência direta; a ambientes nativos c) áreas com faunas distintas e, portanto, alta diversidade β e d) bom a médio estado de conservação. Para o biomonitoramento da fauna aquática foram selecionados 70 cursos d’água para a amostragem dos invertebrados aquáticos e 71 para a ictiofauna. Estas estações de coleta foram divididas nas três bacias, pelas características estruturais, e principalmente pela participação em cada uma das bacias a que pertencem a fim de comparação entre as localidades de cada um dos subtrechos, conforme, Quadro 10 e Quadro 11. Estas estações foram selecionadas como pontos de amostragem, utilizando critérios tais como fisionomia da vegetação circundante, cobertura espacial em relação ao traçado e acessibilidade. 100 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Quadro 10: Áreas de Amostragem Selecionadas para Monitoramento da Fauna Terrestre com Indicação de Localização e Fitofisionomia N Latitude Longitude Município – Estado Fitofisionomia 1 12° 9'33.25"S 48°28'10.23"O Peixe – TO Savana Arbórea Aberta 2 12°29'9.51"S 47°48'55.60"O Paranã – TO Savana Parque 3 12°48'31.57"S 46°28'40.94"O Combinado – BA Floresta Estacional Decidual 4 12°48'6.99"S 45°56'59.74"O Roda velha – BA Savana Parque 5 12°37'54.01"S 45° 6'26.63"O São Desidério – BA Savana Arbórea Aberta 6 13°21'12.33"S 43°59'19.09"O Coribe – BA Floresta Estacional Decidual 7 13°28'50.02"S 43°29'40.86"O Serra do Ramalho – BA Estepe Arbórea Aberta 8 14°16'6.37"S 42°31'52.02"O Caetité – BA Estepe Arbórea Densa 9 14° 3'42.50"S 41°50'57.32"O Brumado – BA Estepe Arbórea Densa 10 13°51'24.90"S 40°47'23.71"O Manoel Vitorino – BA Estepe Arbórea Aberta 11 13°59'31.55"S 40° 2'3.78"O Jequié – BA Floresta Estacional Semidecidual 12 14°36'31.81"S 39°21'32.69"O Uruçuca – BA Floresta Ombrófila 13 14°39'28.69"S 39°13'12.00"O Ilhéus – BA Floresta Ombrófila 101 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Quadro 11: Áreas de Amostragem Selecionadas para Monitoramento da Fauna de Peixes com Indicação de Localização e Bacia Hidrográfica BACIA LOCAL DE AMOSTRAGEM COORDENADAS GEOGRÁFICAS Tocantins AA2008101001 12º 25’ 07,0”S 47º 11’ 51,1”W Tocantins AA2008101002 12º 25’ 06,1”S 46º 53’ 41,3”W Tocantins AA2008101003 12º 47’ 37,0”S 46º 30’ 28,0”W Tocantins AA2008101103 12º 31’ 51,5”S 46º 47’ 04,5”W Tocantins AA2008101102 12º 48’ 02,0”S 46º 35’ 46,9”W Tocantins AA2008101201 13º 00’ 12,2”S 46º 25’ 11,8”W Tocantins AA2008101202 13º 00’ 12,0”S 46º 21’ 26,64”W Tocantins AA2008101203 12º 59’ 16,13”S 46º 18’ 03,4”W Tocantins AA2008101204 12º 59’ 03,1”S 46º 15’ 30,3”W Tocantins AA2008101205 12º 57’ 53,5”S 46º 12’ 30,1”W São Francisco AA2008101206 12º 47’ 15,0”S 45º 57’ 02,0”W São Francisco AA2008101301 12º 29’ 29,4”S 45º 12’ 06,7”W São Francisco AA2008101302 12º 25’ 52,95”S 45º 05’ 08,08”W São Francisco AA2008102401 13º 20’ 27,7”S 44º 38’ 29,7”W São Francisco AA2008102501 12º 58’ 30,9”S 44º 39’ 10,4”W São Francisco AA2008102502 13º 00’ 10,3”S 44º 37’ 20,7”W São Francisco AA2008102503 13º 03’ 15,3”S 44º 37’ 12,2”W São Francisco AA2008102504 13º 11’ 06,8”S 44º 37’ 17,4”W São Francisco AA2008102505 13º 23’ 03,1”S 44º 24’ 39,7”W São Francisco AA2008102601 13º 23’ 52,3”S 44º 20’ 11,4”W São Francisco AA 2008102701 13º 34’ 40,9”S 43º 31’ 11,2”W São Francisco AA2008102702 13º 34’ 48,4”S 43º 31’ 17,5”W São Francisco AA2008102703 12º 41’ 21,2”S 45º 51’ 18,5”W 102 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA BACIA LOCAL DE AMOSTRAGEM COORDENADAS GEOGRÁFICAS Tocantins AA2008103101 12º 15’ 05,5”S 48º 10’ 55,3”W Tocantins AA2008103102 12º 19’ 34,0”S 48º 08’ 49,2”W Tocantins AA2008110101 12º 26’ 46,3”S 47º 56’ 03,2”W Tocantins AA2008110102 12º 09’ 56,0”S 48º 38’ 36,6”W Tocantins AA2008110201 12º 12’ 40,6”S 48º 47’ 44,9”W Tocantins AA2008110202 12º 15’ 00,0”S 48º 41’ 01,8”W São Francisco Estação nova sugerida 13 22' 53,93990''S 43 27' 45,43121''W São Francisco Estação nova sugerida 13 28' 08,95072''S 43 28' 48,61859''W São Francisco Estação nova sugerida 13 35' 00,16613''S 43 21' 44,45376''W São Francisco Estação nova sugerida 13 48' 18,51926''S 43 21' 28,40740''W São Francisco Estação nova sugerida 13 58' 20,88797''S 43 09' 40,48866''W São Francisco Estação nova sugerida 14 00' 59,40808''S 43 08' 29,22768''W São Francisco Estação nova sugerida 14 06' 14,42910''S 42 55' 13,71228''W Bacia do Leste AA2009011503 14º 13' 50,29''S 42º 34' 59,76''W Bacia do Leste AA2009011504 14º 13' 50,29''S 42º 34' 59,76''W Bacia do Leste AA2009011601 14º 10' 50,49''S 42º 13' 31,33''W Bacia do Leste AA2009011602 14 04' 17,86''S, 42 00' 43,95''W Bacia do Leste AA2009011603 14º 02' 13,29''S 41º 38' 32,49''W Bacia do Leste AA2009011604 14º 01' 48,17''S 41º 39' 53,05''W Bacia do Leste AA2009011701 14º 06' 11,62''S 41º 30' 51,10''W Bacia do Leste AA2009011702 14º 05' 42,43''S 41º 32' 02,59''W Bacia do Leste AA2009011703 14º 05' 05,20''S 41º 28' 30,02''W Bacia do Leste AA2009011704 14º 08' 49,26''S 41º 28' 22,04''W Bacia do Leste AA2009011705 14º 06' 44,39''S 41º 25' 43,09''W Bacia do Leste AA2009011706 14º 09' 22,42''S 41º 15' 53,11''W Bacia do Leste AA2009011801 14º 09' 34,76''S 41º 10' 46,96''W 103 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA BACIA LOCAL DE AMOSTRAGEM COORDENADAS GEOGRÁFICAS Bacia do Leste AA2009011802 14º 10' 58,34''S 41º 00' 55,45''W Bacia do Leste AA2009011803 14º 06' 47,23''S 41º 00' 31,76''W Bacia do Leste AA2009011804 14º 01' 16,91''S 40º 46' 59,39''W Bacia do Leste AA2009011901 14º 08' 26,46''S 39º 53' 09,95''W Bacia do Leste AA2009011902 14º 02' 58,29''S 39º 59' 25,91''W Bacia do Leste AA2009011903 14º 04' 35,58''S 39º 56' 29,96''W Bacia do Leste AA2009012001 14º 13' 07,14''S 39º 43' 22,17''W Bacia do Leste AA2009012002 14º 20' 01,06''S 39º 27' 51,88''W Bacia do Leste AA2009012003 14º 21' 29,35''S 39º 25' 20,77''W Bacia do Leste AA2009012004 14º 22' 01,22''S 39º 24' 55,45''W Bacia do Leste Estação nova sugerida 14 17' 51,98631''S 39 26' 23,52032''W Bacia do Leste Estação nova sugerida 14 19' 38,47373''S 39 24' 20,30084''W Bacia do Leste AA2009012103 14º 37' 40,01''S 39º 14' 34,50''W Bacia do Leste AA2009012104 14º 39' 25,18''S 39º 11' 17,66''W Bacia do Leste Estação nova sugerida 14 24' 40,44380''S 39 20' 02,16721''W Bacia do Leste AA2009012106 14º 39' 27,85''S 39º 07' 14,81''W Bacia do Leste AA2009012201 14º 39' 33,33''S 39º 13' 26,14''W Bacia do Leste AA2009012202 14º 41' 23,83''S 39º 11' 35,32''W Bacia do Leste Estação nova sugerida 14 34' 26,52204''S 39 17' 48,81675''W Bacia do Leste Estação nova sugerida 14 36' 01,19777''S 39 15' 21,90761''W Bacia do Leste Estação nova sugerida 14 36' 38,06422''S 39 11' 45,37007''W Bacia do Leste Estação nova sugerida 14 38' 27,19491''S 39 08' 14,85513''W 104 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Quadro 12: Áreas de Amostragem Selecionadas para Monitoramento da Fauna de Invertebrados Aquáticos com Indicação de Localização e Bacia Hidrográfica. Ponto Latitude Longitude Bacia do Rio Tocantins-Araguaia Ponto 1 12°10'48.31" 49°03'15" Ponto 2 12°11'43.82" 48°54'26" Ponto 3 12°11'47.14" 48°46'49.57" Ponto 4 12°11'15.75" 48°39'16.32" Ponto 5 12°10'22.14" 48°31'38.78" Ponto 6 12°12'13.51" 48°23'22.83" Ponto 7 12°16'16.15" 48°13'30.17" Ponto 8 12°20'07.39" 48°09'42.11" Ponto 9 12°22'21.17" 48°06'14.56" Ponto 10 12°25'17.43" 48°01'01" Ponto 11 12°28'37.66" 47°53'25" Ponto 12 12°28'26.12" 47°49'13.37" Ponto 13 12°24'42.27" 47°43'29.18" Ponto 14 12°25'20.53" 47°40'50.72" Ponto 15 12°23'34.81" 47°37'29.22" Ponto 16 12°23'18.43" 47°31'19" Ponto 17 12°22'11.73" 47°23'20" Ponto 18 12°24'31.60" 47°15'31.19" Ponto 19 12°27'31.38" 47°04'28.35" Ponto 20 12°27'29.36" 46°54'00.30" Ponto 21 12°35'16.37" 46°43'44.23" Ponto 22 12°45'06" 46°34'16.27" 105 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Ponto Latitude Longitude Ponto 23 12°50'03" 46°25'35.27" Ponto 24 12°59'16" 46°21'07.63" Ponto 25 12°57'02.70" 46°10'55.48" Bacia do Rio São Francisco Ponto 26 12°46'06.76" 45°52'16" Ponto 27 12°38'30" 45°52'16" Ponto 28 12°28'21" 45°15'03.47" Ponto 29 12°30'04.37" 45°12'52.57" Ponto 30 12°36'15.24" 45°05'01" Ponto 31 12°45'23.64" 44°57'51.38" Ponto 32 12°56'40.26" 44°47'20" Ponto 33 13°00'38" 44°45'13" Ponto 34 13°04'28" 44°42'16" Ponto 35 13°10'20" 44°37'02" Ponto 36 13°11'26" 44°36'32" Ponto 37 13°12'53" 44°35'17" Ponto 38 13°22'42" 44°26'05" Ponto 39 13°24'07" 44°19'54" Ponto 40 13°25'53" 44°13'44.69" Ponto 41 13°24'25" 44°07'54" Ponto 42 13°18'10.66" 43°51'43.77" Ponto 43 13°35'13.44" 43°21'40" Ponto 44 13°56'13.14" 43°06'25.25" Ponto 45 13°58'27.27" 43°04'51.49" Ponto 46 14°12'15" 42°42'39.46" 106 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Ponto Latitude Longitude Bacia do Atlântico Leste Ponto 47 14°14'59.19" 42°35'59" Ponto 48 14°15'27.16" 42°32'43" Ponto 49 14°16'52.85" 42°31'34" Ponto 50 14°19'09.30" 42°24'56.15" Ponto 51 14°18'31.26" 42°18'40.34" Ponto 52 14°05'28.49" 42°07'23.83" Ponto 53 14°03'31.62" 41°57'30" Ponto 54 14°05'10.44" 41°32'54.16" Ponto 55 14°05'37" 41°27' 37.16" Ponto 56 14°06'07" 41°24'21.59" Ponto 57 14°08'11.49" 41°14'16.22" Ponto 58 14°06'50.35" 41°014'51.56" Ponto 59 14°02'49.39" 41°00'30.42" Ponto 60 13°56'28.71" 40°55'22.81" Ponto 61 13°50'29.65" 40°45'14.03" Ponto 62 13°51'31.46" 40°34'14.40" Ponto 63 13°52'12.45" 40°20'56.31" Ponto 64 13°53'58.33" 40°03'33" Ponto 65 13°59'56" 40°02'53.57" Ponto 66 14°04'45.76" 39°56'27.72" Ponto 67 14°06'33.43" 39°49'27.11" Ponto 68 14°11'23.06" 39°40'49.38" Ponto 69 14°21'20.71" 39°24'37.51" Ponto 70 14°31'22" 39°21'38" 107 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Ponto Latitude Longitude Ponto 71 14°38'54.88" 39°10'37" Latitude Longitude 2.3.4.1 - MASTOFAUNA Por ser composta por espécies com hábitos e características físicas distintas, a amostragem da mastofauna demanda o emprego de uma série de metodologias diferentes. Pequenos mamíferos: Entre as metodologias usualmente empregadas para amostragem dos pequenos mamíferos, as armadilhas do tipo gaiolas e as de interceptação e queda são as mais recomendadas. As armadilhas de queda grandes são mais eficientes, capturam um maior número de espécies, incluindo espécies raras, além de um maior número de indivíduos em comparação a armadilhas tradicionais (Umetsu et al., 2006). Ainda assim, algumas espécies são mais capturadas por armadilhas com isca (obs. pessoal) e por isso, ambos os métodos serão utilizados neste monitoramento. Portanto, os mamíferos não voadores de pequeno porte serão monitorados com o uso de armadilhas tradicionais (Figura 18), instaladas nos remanescentes nativos previamente selecionados e amostrados durante o EIA. 108 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Figura 18: Armadilha de Sherman, Confeccionada em Material Resistente e Dobrável e Gambá (Didelphis marsupilis) Capturado em Armadilha de Queda Serão utilizados baldes de 60L, enterrados a cada 10 m com sua abertura no nível da superfície do solo, e interligados por cerca guia de lona plástica com 50 cm de altura. As armadilhas serão dispostas de forma paralela ao longo do transecto principal de 2 km e a 10 m de distância do mesmo. Em cada um dos sítios de amostragem, serão instaladas duas linhas, resultando em duas séries de 70 m de extensão. As linhas serão instaladas a 500 m e 1500 m da borda (Figuras 19 e 20). As armadilhas Sherman, serão dispostas a cada 20 m, evitando-se as bordas. As armadilhas serão colocadas no chão e no sub-bosque alternadamente (para cobrir os diferentes estratos da vegetação) e em trilha paralela e a 10 m do transecto principal. Para isca nas armadilhas shermans, será utilizada uma mistura de pasta de amendoim, fubá de milho, sardinha e banana. 109 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Figura 19: Esquema do Transecto com Armadilhas Sherman e “Pitfalls” Figura 20: Esquema de Uma Linha de Armadilhas de Interceptação e Queda Grandes e médios mamíferos: Para monitorar a presença de animais de médio-grande porte, armadilhas-fotográficas ou trapa-câmeras serão dispostas nas estações de amostragem (Figura 21). Este método fornece um registro confiável da presença das espécies no local, além de, algumas vezes, 110 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA permitir a individualização dos animais por meio de cicatrizes, manchas, listras e a contabilização do número de indivíduos. Figura 21: Trapa-câmera Vistoriada para Troca de Filme ou Reposição da Isca A fim de atrair os animais será usada uma mistura de iscas com abacaxi, manga, mamão, banana, mandioca, milho e bacon ou ração para gatos/cachorros domésticos. As armadilhas serão checadas a cada dois dias para reposição de iscas e/ou troca de filme fotográfico. De acordo com Espartosa (2009), armadilhas fotográficas e parcelas de areia são métodos adequados para o estudo dos mamíferos de maior porte, inclusive de espécies de menor tamanho e hábitos noturnos, difíceis de serem visualizados durante censos em transectos lineares. Devido à dificuldade de observação direta de mamíferos de médio e grande porte, serão feitas observações qualitativas complementares. Moradores locais, residentes há alguns anos na área e conhecedores do ambiente, serão entrevistados sobre a presença de mamíferos no fragmento de estudo para auxiliar na elaboração de uma lista de fauna presente na área. Os morcegos serão amostrados essencialmente com redes de neblina (com malha de 35 mm) armadas ao nível do solo, método que pela eficiência 111 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA e facilidade de implementação (Kunz et al., 1996) é o mais indicado para estudos de caracterização da quiropterofauna como o aqui proposto. A amostragem com redes de neblina será efetuada ao longo de sessões noturnas de captura (Figura 13), nas quais serão exploradas possíveis rotas de voo (e.g., trilhas, riachos) e áreas de forrageio e/ou dessedentação (Figura 22). Busca por abrigos será realizada durante os censos no transecto (Figura 23). Figura 22: Morcego Capturado com Rede de Neblina Obs.: Uso de luvas de raspa para prevenção, pois esses animais transmitem a raiva. 112 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Figura 23: Redes de Neblina Preparadas para Abertura nas de um Pequeno Lago Circundado por Área Florestada Obs.: Local favorável à captura de morcegos. Figura 24: Artibeus cinereus Localizado em Abrigo durante Censo em Transecto Efetuado Durante o Dia 113 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Uma vez capturados, os espécimes de morcegos serão acondicionados individualmente em saco de pano e transportados até um local de triagem onde serão computados dados biométricos como comprimento do antebraço (Figura 255), além de peso (em gramas), sexo, categoria etária, condição reprodutiva das fêmeas. Os indivíduos serão marcados e soltos. Figura 25: Mensuração do Comprimento do Antebraço de um Espécime Obs.: Caracter importante na taxonomia dos morcegos. 2.3.4.2 - AVIFAUNA Com o propósito de monitorar a fauna de aves na região a ser amostrada serão utilizadas as seguintes metodologias: Detecção, coleta e registro de informações: Todo o processo de inventário da avifauna em campo é precedido pela tarefa de detectar/localizar, visual ou auditivamente, as espécies ocorrentes (Bart & Schoultz, 1984; Bibby et al., 1998; Boulinier et al., 1998). Cada indivíduo detectado é, quando possível, identificado de pronto; ou ainda, descrito ou documentado para posterior verificação. 114 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Identificação específica: Para permitir a positiva identificação das aves no nível de espécie, serão utilizados binóculos de aumento entre 8 e 10 x. Manifestações sonoras das aves serão registradas (Parker, 1991) com um gravador digital Marantz PMD 660 ou MD Sony MZ-NF810 (Figura 26), equipados com microfone Sennheiser ME66 (Figura 8.5.11), previamente calibrados para trabalhos dessa natureza. Descrições das características observadas (textuaisou sketches) e documentações (imagens ou sons gravados) obtidas em campo podem servir a tarefa de identificar espécies a posteriori. Esta é factível por meio de consulta à bibliografia especializada (Sick, 1997), bancos de dados e consulta a outros ornitólogos. Figura 26: Gravador Marantz PMD 660 com Cartão de Memória Calibrado para Registrar Vocalizações de Aves e Gravador MD Sony MZ-NF 810 Apropriado para Registrar Vocalizações mais Agudas e Estridentes Amostragem quantitativa: em cada uma das áreas de amostragem, serão realizadas amostragens por meio de um levantamento quantitativo padronizado nas transeções, o qual permitirá a obtenção de uma estimativa da riqueza e da abundância relativa da maioria das espécies. Técnica do playback: Em algumas situações será utilizada a denominada “técnica do Playback” (Johnson et al., 1981; Marion et al., 1981) para atrair algumas espécies mais elusivas, tanto para facilitar a observação como para realizar registro de vocalizações (Figura 27). Em alguns casos, essa técnica induz com sucesso algumas espécies a manifestarem-se, mesmo nos períodos do ano de menor atividade, relacionados ao descanso reprodutivo. 115 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Figura 27: Gravação de Vocalizações das Aves em Campo Utilizando Microfone Direcional Atualmente, com o advento de tocadores digitais de áudio – Ipod (Figura 28), é possível levar a campo um número expressivo de vocalizações – organizadas e facilmente acessíveis – para serem utilizadas nesta prática. Essa é uma técnica eficiente para detecção de algumas espécies essencialmente florestais (Boscolo et al. 2006). Documentação de vocalizações em regiões neotropicais é importante como evidência comprobatória de ocorrência e é uma informação cada vez mais utilizada em estudos de biogeografia e sistemática (Parker, 1991; Isler et al., 1997, 1998; Whitney et al., 2000). 116 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Figura 28: Tocador Digital de Áudio “Ipod” com Grande Capacidade de Armazenagem e Facilidade de Acesso aos Arquivos 2.3.4.3 - HERPETOFAUNA Serão utilizados três métodos diretos complementares de amostragem: a) a procura visual e acústica (sensu Crump & Scott, 1994); b) armadilhas de interceptação e queda (e.g. Greenberg et al., 1994) e c) monitoramento em sítio de reprodução. Segue abaixo uma descrição de cada método. Procura visual e acústica – em cada sítio de amostragem será utilizado o transecto principal e os transectos secundários, totalizando 4 km. O método de procura visual e acústica consiste no deslocamento lento do pesquisador por um transecto, anotando todos os indivíduos avistados e/ou ouvidos em uma faixa de até 1,0 m de cada lado da transeção. Ao longo da inspeção todos os microambientes (e.g. em meio à serrapilheira, sob troncos, sobre a vegetação e rochas) serão vistoriados com atenção. Este método será utilizado tanto para os anfíbios quanto para os répteis. O transecto principal e perpendiculares deverão ser percorridos uma vez a cada campanha (preferencialmente à noite - Figura 20, ou crepúsculo). O transecto deverá ser vistoriado por dois pesquisadores, um olhando para cada lado do transecto, em um tempo de 4-5 horas. Desta maneira, os dados registrados (riqueza em 117 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA espécies e abundância relativa), entre áreas de amostragem e também entre campanhas serão comparáveis. Figura 29: Busca Ativa de Espécimes da Herpetofauna Realizada a Noite Armadilhas de interceptação e queda – Serão utilizadas as mesmas armadilhas para a captura da mastofauna (Figura 30). As armadilhas serão inspecionadas diariamente pela manhã. Os indivíduos capturados serão identificados, fotografados e soltos a não menos que 10 m das linhas de armadilhas. Indivíduos de espécies de anfíbios com problemas de identificação serão coletados. As vantagens deste método é a captura de animais terrestres pequenos (difíceis de serem registrados a olho nu), também espécies fossoriais e principalmente espécies raras (e.g. Ribeiro-Júnior et al., 2008). No entanto, estas armadilhas são muito seletivas, pois capturam apenas animais terrestres de grande mobilidade. As espécies arborícolas, sedentárias ou com pouca mobilidade não serão registradas por este método. Por este motivo, será também realizado levantamento de herpetofauna em sítios de reprodução. 118 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Figura 30: Armadilha de Queda e Detalhe de Linha de Armadilha de Queda (pitfall) Monitoramento em sítio de reprodução - A maioria dos anfíbios, por apresentarem ciclo de vida bifásico, depende diretamente de ambientes aquáticos. Muitos deles somente utilizam poças temporárias e efêmeras para a reprodução, que se formam em áreas planas, isto é, áreas preferencialmente desmatadas na ocasião da implantação de atividades econômicas (Becker et al., 2007). O método de monitoramento nos sítios de reprodução consiste em localizar e percorrer o perímetro ou as margens de corpos d’água (brejos, córregos, lagoas e poças) disponíveis no interior e entorno das áreas florestais da região durante o período crepuscular e noturno. Durante a realização do percurso, deverão ser consideradas todas as espécies registradas por visualização ou pela emissão de vocalização (Figura 31). Figura 31: Inventário de Espécimes da Herpetofauna e Manipulação dos Animais será em Campo 119 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA 2.3.4.4 - ICTIOFAUNA As amostragens padronizadas em corpos de águas principais (ex.: grandes rios e reservatórios) e maiores tributários (rios acima de 4ª ordem na classificação de Sthraler, 1957) serão realizadas com auxílio de barco de alumínio (Figura 8.5.19a, até 5 m de comprimento) e motor de popa. A amostragem padronizada para esses corpos de água será realizada por meio de metodologia de redes de espera (25 m de comprimento, 2,5 m de altura e malha de 30, 50 e 100 mm entre nós opostos: Figura 19c). Amostragem complementar, não padronizada, para fins de inventário será realizada através do uso de peneiras (diâmetro de 800 mm e malha de 1 mm e outras menores: Figura 32), e tarrafas (3 m de diâmetro e malha de 40 mm entre nós opostos: Figura 32 e 33). Além disso, a rede de arrasto (tipo picaré, com 6 m de comprimento e 2,6 m de altura) será utilizada nas margens em locais com vegetação marginal abundante e/ou praias. Figura 32: Peneira Circular com Trama de Aço Fina e Tarrafa de Pesca Circular A amostragem padronizada realizada em riachos tentará seguir o protocolo padrão do PELD (Programa Ecológico de Longa Duração). O protocolo aqui adotado consiste basicamente de redes de cerco fechando um trecho de 50 metros do leito, onde se buscará obter os mais diversos habitats presentes em um riacho de pequeno porte. Nesse trecho serão realizadas coletas com puçás para amostrar as margens e o leito do riacho, 120 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA sendo realizadas duas passagens com dois coletores. Serão anotadas as características estruturais, tais como vegetação marginal, cobertura vegetal, velocidade da correnteza, estrutura do riacho, transectos em quatro pontos, e se possível, dados abióticos. Amostragens não padronizadas em riachos de pequeno porte incluem: a) redes de emalhar, que serão dispostas ao longo das margens dos riachos que apresentavam volume de água ou profundidade nas quais as outras artes de pesca não podem ser utilizadas. A rede de arrasto (tipo picaré, com 3 m de comprimento e 1,5 m de altura; Figura 24e) será utilizada nas margens dos riachos e córregos, e em locais com vegetação marginal abundante, local tipicamente utilizado por peixes em busca de abrigo. Se possível, amostragens serão realizadas através da pesca elétrica (Mazzoni et al., 2000) com gerador de corrente elétrica alternada (1000 w, 220 v; Figura 24 f - g). Os peixes coletados serão devidamente acondicionados em sacos plásticos e etiquetados, anestesiados com cloridrato de benzocaína, fixados em formalina 10% durante 48 horas e posteriormente transferidos para álcool 70% (Malabarba & Reis, 1987; Martins, 1994). Os exemplares com mais de 15 cm de comprimento serão injetados com formol dentro da cavidade abdominal e na musculatura, com o auxílio de uma seringa. Cada indivíduo será identificado, medido o comprimento total (mm) e pesado (g). A identificação dos espécimes terá como base a compilação de Reis et al. (2003), além da literatura específica para peixes neotropicais (Bristski, 1972; Buckup et al., 2007) e eventualmente, a consulta de especialistas. Material testemunho será incorporado à coleção ictiológica de para fins científicos. 121 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Figura 33: Exemplos de Materiais e Artes de Pesca que Serão Utilizados Durante a Coleta de Dados: a) embarcação e propulsão; b) tarrafa; c) rede de espera; d) peneira; e) picaré; f) pesca elétrica; g) gerador utilizado na pesca elétrica 122 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA 2.3.4.5 - INVERTEBRADOS AQUÁTICOS Invertebrados Aquáticos - A amostragem será realizada com um amostrador tipo Surber de área reduzida (área de 0,0225 m², malha 500 μm) (Figura 34). A utilização de um amostrador tipo Surber de tamanho convencional (0.093 m2) levaria a necessidade de utilizar subamostragem (comumente utilizada em programas de biomonitoramento) e descarte do restante da amostra, devido ao grande volume de material coletado através deste tipo de amostrador. Entretanto, utilizando-se um amostrador de área reduzida evita-se a coleta desnecessária e o descarte de material biológico. Além disso, amostradores de tamanho reduzido têm sido utilizados com êxito (Mazurkiewicz & Fleituch, 2000; Boyero, 2003; Pedersen & Friberg, 2007), sem perdas na capacidade de amostragem de espécies raras, tão pouco influenciando a riqueza e abundância de espécies coletadas (Brosse et al., 2003). Figura 34: Amostrador Tipo Surber de Área Reduzida com 0.025 m2 de área e 500 µm de Abertura da Malha Fonte: Spies & Froehlich - 2009 123 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Em cada ponto de amostragem serão tomadas três réplicas em habitat de corredeiras/corredores e três em remansos a montante da intersecção e a mesma metodologia repetida em um trecho à jusante da provável intersecção do curso d’água pela ferrovia, totalizando 12 réplicas de habitat em cada ponto de amostragem (vide esquema na Figura 35). Figura 35: Esquema do delineamento amostral de invertebrados aquáticos (EPT) para área de influência da ferrovia oeste-leste, de Figueirópolis (TO) a Ilhéus (BA) Obs.: Os quadros vermelhos representam amostras em trechos de remanso e os quadrados amarelos, amostras em trechos de corredeira/corredor, dispostas a montante e a jusante do trecho de um riacho hipotético (em azul) seccionado pelo eixo da ferrovia e área de empréstimo (ambas em preto). O delineamento supracitado é necessário devido à heterogeneidade estrutural comumente encontrada em riachos e rios de pequeno porte (Figura 36). No presente estudo, essa heterogeneidade será representada por trechos de corredeiras/corredores e remansos. Esta metodologia será adotada para a correta identificação e monitoramento dos possíveis impactos causados pela instalação e operação da ferrovia. 124 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Figura 36: Heterogeneidade estrutural comumente encontrada em riachos e rios de pequeno porte. A) retenção de pacotes de folhas em trechos de corredeiras; B) cascalho e pedras em trechos de corredeiras; C) depósitos de areia em trechos de remanos; D) depósitos de Fonte: Spies & Froehlich - 2009. O material coletado será triado em campo, in vivo, a olho nu com auxílio de bandejas brancas (Figura 37) sobre um sistema de iluminação (Figura 38). Esse procedimento permite a rápida triagem do material e menor dificuldade de visualização dos espécimes, pois os animais são facilmente detectados através do movimento. 125 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Figura 37: Bandeja Branca para Triagem de Invertebrados Aquáticos Figura 38: Sistema de Iluminação Utilizado sob Bandeja Branca para Triagem de Invertebrados Aquáticos Fonte: Site Limnotec - http://www.limnotec.com.br 126 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Os espécimes de Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera (EPT) serão fixados em etanol 80% e o restante do material será devolvido aos riachos, evitando a fixação de material biológico desnecessário. Os espécimes serão identificados no nível de gênero, em laboratório, com auxílio de chaves de identificação específicas para cada grupo. Este nível de resolução é recomendado para o biomonitoramento com base na fauna de EPT, pois o nível de família pode ser utilizado apenas quando a comunidade toda é utilizada para detectar as diferenças na comunidade em função dos impactos antrópicos (MELO, 2005). 2.3.5 - INTER-RELAÇÃO SUBPROGRAMAS AMBIENTAIS COM OUTROS PROGRAMAS E Este subprograma é complementado pelos seguintes PBAs: Subprograma de Resgate e Salvamento de Flora, Subprograma de Controle e Supressão de Vegetação, Subprograma de Salvamento de Fauna, Subprograma de Passagens de Fauna, Programa de Comunicação Social, Programa de Capacitação de Trabalhadores, Programa de Recuperação de Áreas Degradadas e Programa de Educação Ambiental. 2.3.6 - RESPONSABILIDADE DE EXECUÇÃO VALEC. A VALEC é o empreendedor e responsável pela execução das atividades que fazem parte dos Projetos Ferroviários cujas concessões são de responsabilidade do empreendedor. É o órgão contratante e principal fiscal da aplicação/realização dos PBA’s. A VALEC poderá contratar consultores para serviços especializados e de apoio, visando à boa execução de seus projetos. IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambiental dos Estados. O IBAMA e os organismos estaduais de licenciamento ambiental são os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97 e, assim, pela fiscalização do atendimento das condições estabelecidas nas licenças concedidas, sob os pontos de vista tempestivo, quantitativo e qualitativo. 127 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Empresas de monitoramento. As empresas de monitoramento farão o trabalho especializado de monitoramento da fauna especificado na seção 5, inclusive o monitoramento da fauna previsto para a fase de operação da ferrovia. O monitoramento da fauna dependerá da autorização competente da Coordenação Geral de Uso e Gestão da Fauna e Recursos Pesqueiros do IBAMA. 2.3.7 - CRONOGRAMA Este subprograma deve ser aplicado selecionando a localização dos pontos de controle do monitoramento, eventos que são prévios à licitação das obras. O monitoramento de execução deverá ser feito durante todo o período de obras e deverá se estender por toda a vida útil da ferrovia. 2.3.8 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO A aplicação deste subprograma deve ter como meta obter informações quantificadas de grupos selecionados da fauna terrestre e aquática que permitam cotejar as flutuações populacionais encontradas após a implantação e operação do empreendimento com o conjunto de dados levantados da mesma fauna antes destas etapas. Estas informações serão ponderadas com variáveis de cunho sazonal e com outras não relacionáveis com os impactos associados ao empreendimento. Os indicadores da eficácia das ações serão medidas através de relatórios de monitoramento da fauna terrestre serão emitidos com as seguintes informações: • Comparativo qualitativo e quantitativo entre espécies encontradas nesta fase e nas campanhas prévias; 128 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA • Avaliação sobre novas ocorrências e significado acerca desta notificação tardia; • Sucesso de captura dos grupos que empregam armadilhamento; • Abundância relativa, status de conservação e nível de endemismo das espécies registradas; • Atualização das formas de registros das diferentes espécies ocorrentes por área de amostragem; • Curva de acúmulo de espécies e riqueza observada por cada campanha; • Registro fotográfico e, quando envolvendo grupos de difícil classificação, a partir de evidência material; • Eventuais recomendações de caráter mitigatório que considerem impactos provenientes das atividades de implantação e operação da ferrovia. Relatórios de monitoramento da fauna aquática serão emitidos com as seguintes informações: • Comparativo qualitativo e quantitativo entre resultados encontrados nesta fase e nas campanhas prévias; • Estimativas de Riqueza, Equitabilidade e Abundância; • Descrição e avaliação ponderada dos resultados da ictiofauna e dos invertebrados aquáticos por 70/71 pontos de coleta selecionados nas três diferentes bacias; • Considerando os invertebrados aquáticos: a riqueza, proporção, abundância de cada gênero de Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera (EPT); • A estrutura espacial das comunidades de larvas de EPT será testada através de uma análise de MANOVA (PERMANOVA) para cada métrica supracitada. Os resultados devem ser transcritos em forma de tabelas, contendo informações como: as áreas selecionadas para o monitoramento, as coordenadas geográficas, o quilômetro ferroviário, a justificativa da escolha, informar se a área foi utilizada na fase de diagnóstico, se a área coincide com o monitoramento da fauna. 129 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA A caracterização dos pontos em ecossistemas terrestres devem conter informações como: descrição da fitofisionomia ou paisagem, seu estado de conservação, o tamanho da área do fragmento, o perímetro, a distância do eixo da ferrovia, as coordenadas geográficas, a topografia e os corpos hídricos presentes. A caracterização dos pontos de ecossistemas aquáticos deve conter informações que permitam conhecer os tipos do corpo hídrico, o seu estado de conservação, o enquadramento de acordo com a Resolução CONAMA 357/05, a profundidade, largura/área, a sua vazão, o tipo de substrato a distância do eixo ferroviário e as suas coordenadas. Também devem ser descritos a metodologia de monitoramento adotada, o esforço amostral, com curva de acumulação de espécies, a periodicidade do monitoramento, a metodologia de análise dos dados utilizada, bem como os resultados e discussões. As áreas devem ser plotadas sobre imagens de satélite. 130 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Tabela 15: Exemplo de Tabela para Coleta de Informações Coordenadas km Área utilizada na fase de diagnóstico ( ) sim ( ) não Coincide com o monitoramento de fauna? ( ) sim ( ) não Justificativa Caracterização dos pontos de ecossistemas terrestres Fitofisionomia ou Estado de Paisagem: Conservação: Área do fragmento: Perímetro: Distância do eixo da ferrovia: Coordenadas: Topografia: Corpos hídricos presentes: Caracterização dos pontos de ecossistemas aquáticos Tipo do corpo hídrico: Estado de Conservação: Enquadramento: Vazão: Profundidade: Largura: Distância do eixo da ferrovia: Substrato: Coordenadas: As análises estatísticas, em particular, devem ser realizadas por grupo faunístico, por campanha e cumulativamente ao longo da duração do subprograma. 131 PROGRAMA DE PROTEÇÃO DA FAUNA Deve ser designada uma área controle, na região do empreendimento, que supostamente não sofrerá com os impactos da implantação da ferrovia, a título comparativo. Os dados coletados nesta área, devem ser comparados com os resultados encontrados na área do empreendimento. Os resultados deste subprograma deverão fornecer subsídios necessários para nortear a aplicação principalmente do subprograma de Passagens de Fauna, devendo haver uma análise integrada dos subprogramas de proteção de fauna. Os relatórios devem ser apresentados semestralmente. Ao final da fase de instalação, deve ser realizada para o relatório final, uma análise geral considerando todas as atividades executadas no Programa de Proteção de Fauna em busca de espécies-alvo ou de espécies de especial interesse, que necessitem de um plano de manejo especifico em razão dos impactos sofridos na implantação e previstos para a operação do empreendimento. Os resultados colhidos na fase de instalação, deverão ser utilizados para subsidiar a estrutura do programa de atropelamento de fauna durante a fase de operação da ferrovia. 2.3.9- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, L. C. P. S & ANDRIOLO, A. 2005. Cameras traps used on the mastofaunal survey of Araras Biological Reserve, IEF-RJ. 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PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS 3.1 - Justificativas O Programa de Controle Ambiental de Obras têm a função de indicar as metodologias ambientais necessárias para o controle de potenciais impactos ambientais previamente identificados no EIA, a serem seguidas pela VALEC e pelas empresas responsáveis pela execução da instalação da ferrovia. A elaboração deste programa também considerou as medidas condicionantes a ele pertinentes constantes na Licença Prévia (LP) emitida pelo IBAMA e foi desenvolvida em consonância com as recomendações ou procedimentos técnicos de construção de ferrovias, que definem os procedimentos para o desenvolvimento de atividades pertinentes a execução de obras ferroviárias com vistas ao atendimento ambiental nas chamadas áreas de uso de obras. A principal justificativa para este programa reside no fato das obras de engenharia em geral, particularmente as ferrovias, interferirem significativamente no meio ambiente, requerendo, desta forma, a elaboração de critérios técnicos e procedimentos operacionais que definam medidas de controle e ações para prevenir e reduzir os impactos ambientais decorrentes. Assim, o objetivo geral deste Programa é o de assegurar que as obras sejam implantadas em condições de segurança, evitando danos ambientais às áreas de trabalho e seus entornos. O presente programa está interligado a outros programas e subdividido em subprogramas que apresentam ações de controle ambiental agrupadas em oito aspectos pertinentes à construção do empreendimento, assim identificados: Programa de Treinamento, Saúde, Segurança da Mão de Obra. Subprograma de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos; Subprograma de Controle e Monitoramento de Resíduos e Efluentes; 138 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS Subprograma de Controle e Monitoramento da Qualidade da Água; Subprograma de Controle e Monitoramento das Emissões Atmosféricas; Subprograma de Controle e Monitoramento dos Ruídos e Vibrações Ambientais; Subprograma de Proteção dos Recursos Hídricos Contra Cargas Perigosas; 3.2 - OBJETIVOS DO PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS 3.2.1 - Objetivo Geral Esse programa apresenta os critérios, as condições e as obrigações de caráter ambiental a que estarão submetidos os empreiteiros contratados para as obras de construção da FIOL. 3.2.2 - Objetivos Específicos Os objetivos específicos deste programa são os seguintes: • Minimizar as perdas de recursos seja humanos, naturais; materiais ou financeiros; Estabelece os procedimentos exigíveis pela VALEC na instalação e na operação de acampamentos de empresas contratadas ou para a construção da ferrovia; • Controlar a supressão da vegetação e contribuir para a expansão da vegetação natural; 139 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS • Evitar perdas de patrimônios culturais, tangíveis e intangíveis; • Evitar acidentes com perdas de recursos humanos, ambientais ou materiais; • Minimizar as alterações na qualidade das águas superficiais a jusante de obras e canteiros; • Minimizar a presença de insetos, ratos e outros animais indesejáveis, bem como a emanação de odores desagradáveis e a poluição física e química do solo e das águas subterrâneas; • Manter um relacionamento agradável, saudável e ético com as populações afetadas pela obra em qualquer nível, mantendo a transparência necessária para atingir este objetivo; • Controlar o nível dos ruídos, das vibrações e da poluição do ar gerados pelas obras principalmente nas proximidades de áreas de ocupação urbana; • Treinar e qualificar permanentemente a mão de obra utilizada nas construções, com aplicação de processos de Melhoria Contínua. 3.3. ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS Os principais diplomas legais aplicáveis para o Controle Ambiental das Obras são os seguintes: 140 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS • Decreto Lei 12.651/2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 571, DE 25 DE MAIO DE 2012, altera a Lei 12651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001. • Decreto Lei 2.063/83, que dispõe sobre o transporte de produtos perigosos. • Decreto 96.044/88, que aprova o regulamento do transporte rodoviário de produtos perigosos. • Decreto 2.4643/34, Código de águas. • Decreto 3551/2000, que institui o registro de bens culturais de natureza imaterial que constituem o patrimônio cultural brasileiro, cria o programa nacional do patrimônio imaterial e dá outras providências. • Decreto Lei 025/1937, organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. • Lei 3924/61, Dispõe sobre os Monumentos Arqueológicos e Préhistóricos. 141 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS • Lei 9433/97, institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de recursos hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. • Lei 7803/89, Altera a redação da Lei n° 4.771, de 15 de setembro de 1965, e revoga as Leis n° 6.535, de 15 de julho de 1978 e 7.511, de 7 de julho de 1986. • Lei 9.795/99, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental. • Portaria 3214 de 08/06/78 do Ministério do Trabalho, que trata sobre as Normas Regulamentadoras (NR) sobre Segurança e Medicina do Trabalho. • Portaria 07/88 do IPHAN regulamenta os pedidos de permissão e autorização e a comunicação prévia quando do desenvolvimento de pesquisas de campo e escavações arqueológicas do País. • Resolução CONAMA 005/93. Dispõe sobre a destinação final de resíduos sólidos. • Resolução CONAMA 258/99. Determina que as empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final ambientalmente adequada aos pneus inservíveis. • Resolução CONAMA 001/90, Estabelece critérios e padrões para a emissão de ruídos, em decorrência de atividades industriais. • Resolução CONAMA 003/90, Estabelece os padrões primários e secundários de qualidade do ar e ainda os critérios para episódios agudos de poluição do ar. 142 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS • Resolução CONAMA 002/96, Determina a implantação de Unidade de Conservação de domínio público a ser exigida em licenciamento de empreendimento de relevante impacto ambiental, em montante não inferior a 0,5% dos custos totais do empreendimento. • Resolução CONAMA 009/93, Estabelece definições e torna obrigatório o recolhimento e destinação adequada de todo o óleo lubrificante usado ou contaminado. • Resolução CONAMA 020/86, Dispõe sobre classificação das águas doces, salobras e salinas do território nacional. • Resolução CONAMA 010/89, Dispõe sobre Mecanismos de Controle de Emissão de Gases de Escapamento por Veículos com Motor ciclo Otto. • Resolução CONAMA 007/93, Define as diretrizes básicas e padrões de emissão para o estabelecimento de Programas de Inspeção e Manutenção de Veículos em Uso - I/M. • Resolução CONAMA 226/97, Estabelece limites máximos de emissão de fuligem de veículos automotores. • Resolução CONAMA 251/99. Estabelece critérios, procedimentos e limites máximos de opacidade da emissão de escapamento para avaliação do estado de manutenção dos veículos automotores do ciclo Diesel. • Resolução CONAMA 252/99. Estabelece, para os veículos rodoviários automotores, inclusive veículos encarroçados, complementados e modificados, nacionais ou importados, limites máximos de ruído nas proximidades do escapamento, para fins de inspeção obrigatória e fiscalização de veículos em uso. 143 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS • Resolução CONAMA 237/97, revê aspectos do licenciamento ambiental, estabelecendo competência para o órgão ambiental municipal no que se refere a atividades e empreendimentos de impacto ambiental local. • Resolução CONAMA 303/02. • Resolução CONAMA 357/05, Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. • Lei 9605/1998 – Lei de Crimes Ambientais. • 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que altera o Capítulo V do Título II da CLT (consolidação das Leis do trabalho), relativo à Segurança e Medicina do Trabalho. • Normas Regulamentadoras de Saúde e Segurança do Trabalho de números: 01; 02; 03; 04; 05; 06; 07; 09; 11; 12; 15; 16; 17; 18; 19; 20; 21; 23; 24 e 26. • RDC ANVISA 306 de 2004 – Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde. As Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde do Trabalho que serão observadas pela fiscalização nas instalações e na operação dos acampamentos da FIOL são as seguintes: NR 01 - Disposições Gerais NR 02 - Inspeção Prévia NR 03 - Embargo ou Interdição NR 04 - Serviços Especializados de Seg. e Medicina do Trabalho SESMT 144 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA + Anexos NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI NR 07 - Programas de Controle Médico e Saúde Ocupacional PCMSO NR 07 - Anexo I Despacho da Secretaria de Segurança do Trabalho NR 08 - Edificações NR 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais NR 11 - Anexo I Regulamento técnico NR 12 - Máquinas e Equipamentos NR 15 - Atividades e Operações Insalubridade NR 16 - Atividades e Operações Perigosas NR 17 - Ergonomia NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil NR 19 - Explosivos NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis NR 21 - Trabalho a Céu Aberto NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração NR 23 - Proteção Contra Incêndios NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho NR 25 - Resíduos Industriais NR 26 - Sinalização de Segurança NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados 3.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO A execução deste programa é intimamente relacionada com a execução dos demais Programas e Subprogramas de Controle Ambiental, ficando a construtora contratada para a execução da obra como responsável principal pela construção ambientalmente adequada da ferrovia. A observância dos 145 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS procedimentos aqui registrados é obrigatória e não dará direito a pagamentos em separado dos serviços e dos preços unitários propostos e contratados. O provável custo incorrido na obediência a estes procedimentos deverá estar diluído nos preços unitários dos serviços oferecidos na licitação. A equipe técnica deve ser composta ao mínimo por um profissional das áreas de engenharia civil e ambiental. Este será parte dos Editais de Concorrência para as obras, de tal modo que, conhecendo-o antecipadamente, os licitantes levem em conta os custos envolvidos no controle da poluição e da degradação ambiental geradas pelas obras para, então, estabelecerem suas propostas de preço. 3.4.1 - Mobilização e Instalação da Empreiteira na Área da Obra Antes de iniciar a ocupação efetiva do lote de obras para o qual foi contratada, a Empreiteira deverá selecionar a equipe que dirigirá os serviços no campo e treiná-los devidamente quanto ao presente PBA. Somente após garantir que toda a equipe dirigente está treinada e informada é que ela deverá se dirigir para o local das obras e iniciar os serviços de instalação do acampamento e recrutamento da mão de obra. Antes de iniciar os serviços propriamente ditos, os trabalhadores constituirão público alvo dos subprogramas de Capacitação dos Trabalhadores; Educação Ambiental e Prevenção contra Incêndios 3.4.2 - Instalação do Canteiro de Obras, Acampamentos e Instalações de Apoio As instalações de acampamentos e a operação disciplinada, observando as regras estabelecidas para um ambiente saudável, geram, como consequência natural, a obediência também às regras de convivência não escritas, especialmente à moral e à ética, essenciais para a qualidade e a produtividade almejadas pela VALEC nas obras sob sua direção. 146 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS Caberá às Construtoras, de acordo com o dimensionamento por elas realizado e aprovado pela fiscalização, a implantação, a operação e desmobilização dos acampamentos, não sendo os seus custos objeto de medição ou pagamento em separado. A definição das áreas de acampamentos, assim como a obtenção do licenciamento ambiental para a sua construção e operação, será de inteira responsabilidade das Construtoras, não sendo os seus custos objeto de medição ou pagamento em separado. As Construtoras poderão optar por locação de imóveis em núcleos urbanos ou áreas rurais locais, desde que satisfeitas às condições de apoio logístico requeridas. Não serão permitidas instalações de áreas industriais em núcleos urbanos. Não serão permitidas instalações de qualquer tipo em áreas de preservação permanente (APP), assim definidas pelo Código Florestal em vigor. Não serão permitidas instalações de qualquer tipo em áreas de Reserva Legal averbadas pelos seus proprietários segundo a legislação em vigor. A drenagem das águas superficiais deverá ser executada de modo a evitar os riscos de carreamento dos solos expostos durante as épocas de construção e de desmobilização. 3.4.3 Abastecimento D’água Devem ser tomados cuidados especiais visando ao adequado abastecimento de água e ao controle contra a contaminação em todos os canteiros de obras, acampamentos e outras instalações de apoio (Decreto 24643/34; Lei 9433/97 e Resolução CONAMA 020/96). A água destinada ao uso humano deve ter sua potabilidade controlada periodicamente e qualidade atestada por instituição idônea. No caso da utilização de produto(s) químico(s) para tratamento e/ou desinfecção, seus armazenamento e manipulação deverão ser efetuados de forma segura, evitando riscos às pessoas, aos animais e ao meio ambiente. 147 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS Os efluentes resultantes de um eventual processo de tratamento devem ser direcionados ao sistema de esgoto industrial, que será considerado obrigatório neste caso, seguindo o preconizado no Subprograma de Controle e Monitoramento de Resíduos e Efluentes da FIOL. Todo sistema de abastecimento deve estar protegido contra contaminação, especialmente caixas d'água e poços, através da escolha adequada de sua localização, uso de cercas, fechamentos e coberturas, sobre elevações e obras similares. Caso o abastecimento d’água vier a ser feito diretamente (poços artesianos ou outros tipo de captação), sem utilizar o sistema de fornecimento público (Companhias de Água e Esgoto concessionárias), a captação deverá ser registrada pela própria construtora na Agência Nacional de Águas (ANA) ou no órgão estadual ou municipal que, através de convênio com a ANA, seja responsável pela outorga na área de instalação do canteiro. 3.4.4 Geração de Efluentes Domésticos e Industriais Os efluentes líquidos gerados no canteiro de obras devem ser tratados conforme descrito no Subprograma de Controle e Monitoramento de Resíduos e Efluentes. 3.4.5 Geração, Coleta e Disposição de Resíduos Sólidos A coleta, o transporte e a disposição final de resíduos sólidos devem ser realizados conforme previsto do Subprograma de Controle e Monitoramento de Resíduos e Efluentes. 148 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS 3.4.6 - Patrimônio Cultural. A preservação de sítios (paleontológicos, arqueológicos, históricos, etc.) e monumentos do patrimônio cultural, cuja preservação total é garantida pela legislação (Decreto Lei 025/1937; Lei 3924/61, Portaria 07/88 do IPHAN e Decreto 3551/2000), deverá receber cuidados especiais, que devem ser tomados já durante os serviços de desmatamento, até os de escavação em solo ou rocha, especialmente quanto se tornar necessário o desmonte a fogo. Entretanto, sempre existirá o risco de ser atingido algum bem protegido que, apesar das pesquisas, não tenha sido localizado previamente. Neste caso, ao detectar e identificar um sítio nestas condições, o contratado deverá parar imediatamente as atividades de construção neste local, isolá-lo e, logo após, comunicar o fato ao gestor ambiental, para que seja providenciada a pesquisa especializada e, se necessário e possível, providenciar modificações no projeto. 3.4.7 Terraplanagem Nos serviços de terraplanagem das áreas destinadas às instalações dos acampamentos e das instalações de apoio devem ser observadas as especificações de obras estabelecidas pela VALEC para os caminhos de serviço e vias de acesso. Também os acessos internos de circulação entre os diversos elementos dos acampamentos e instalações de apoio deverão ser mantidos em boas condições de tráfego para os equipamentos e veículos da construção e da fiscalização, até o encerramento da obra. As obras de terraplanagem devem seguir as recomendações exigidas no Subprograma de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos da FIOL. 149 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS 3.4.8 - Áreas de Empréstimo e de Bota-fora Os serviços de terraplenagem para instalação e extração de solos de áreas de empréstimo também devem ser planejados visando, ao longo de sua utilização, evitar processos erosivos. As áreas limpas e destocadas devem ser regularizadas de forma a manter o terreno drenado, particularmente nos locais onde não sejam requeridas escavações adicionais ou quando a realização das escavações for postergada. As cavas resultantes da exploração em áreas de empréstimo e em áreas de extração de outros materiais de construção (cascalho, areia, brita, etc.) devem receber tratamento paisagístico que as recuperem, exceção feita aos casos de aquisições de materiais em empreendimentos comerciais já instalados e legalizados. Na exploração e controle dessas áreas devem ser adotadas, obrigatoriamente, técnicas que envolvam a obtenção de declividades suaves, a execução de terraceamento entre bancadas no caso de escavação de taludes altos e a revegetação dos taludes após a conclusão dos serviços. Nas áreas de bota-fora devem ser espalhados e compactados todos os materiais escavados e não utilizados. Separadamente devem ser estocados os materiais provenientes da camada superficial, rica em matéria orgânica. O solo da camada superficial, ou horizonte A, deverá ser aramazenado separadamente e protegio da ação das chuvas. Posteriormente, este solo deverá ser utilizado na recuperação das áreas alteradas pelas obras, considerando a sua fertilidade natural e o “banco de sementes exstente nesse horizonte”. 150 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS As frentes de obra deverão avançar paralelamente à execução completa das atividades de terraplanagem e da implantação do sistema de drenagem definitivo e dimensionado. Os solos expostos revegetados e estabilizados, com aproveitamento do solo proveniente da camada superficial do solo (horizonte A), utilização de leivas, placas, de grama ou hidrossemeadura. Nos casos especiais, também, como aqueles com solos fisicamente frágeis ou que apresentem instabilidade, deverá ser utilizado outras técnicas para contenção, como enroncamento, uso de gabião, cortina atirantada, ou outras técnicas efetivas para conter as massas de solos. Tanto as áreas de empréstimo, assim como aquelas destinadas para o bota-fora, durante a sua utilização deverão ser realizadas ações para prevenir processos erosivos e instalados sistemas de drenagem. Após sua utilização, deverão ser reconformadas, compactadas, revegetadas e reincorporadas à paisagem. As áreas de empréstimo e bota-fora devem seguir as recomendações exigidas no Subprograma de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos da FIOL. 3.4.9 Uso de explosivos O desmonte a fogo deve ser executado sob supervisão de pessoal habilitado e técnicos experientes para essas atividades, devendo ser rigorosamente observadas às normas de segurança, de acordo com legislação vigente (NR 19 do Ministério do Trabalho). Nenhum serviço de escavação a fogo será iniciado antes de ter sido assegurada a proteção das pessoas, das instalações, dos equipamentos e das propriedades lindeiras. Logo após a detonação os blocos soltos devem ser removidos com alavancas, evitando colocar em risco as pessoas e equipamentos. Os depósitos de explosivos e de detonadores devem ser separados, em condições ambientais que minimizem os riscos de acidentes, e de segurança que evite roubos ou desvios (NR 11 e NR 19 do Ministério do Trabalho). 151 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS As obras envolvendo uso de explosivos devem seguir as recomendações exigidas no Subprograma de Controle e Monitoramento de Ruídos e Vibrações Ambientais da FIOL. 3.4.10 Dragagem Nas escavações por dragagem deve ser atendido o Subprograma de Gerenciamento de Resíduos e as seguintes condições: Não será permitida a descarga do material dragado nos corpos de água naturais (Decreto 24643/34; Lei 9433/97 e Resolução CONAMA 020/96); A água proveniente das dragagens deve ser conduzida a uma bacia de decantação, antes de ser devolvida à coleção hídrica superficial; As operações executadas em cursos de água, inclusive as destinadas à obtenção de areia para construção, devem ser planejadas de modo que as instalações de beneficiamento, administração, manutenção e armazenagem obedeção às distâncias mínimas permitidas pelo Código Florestal (Lei 4771/65 e suas modificações posteriores); Para evitar o desbarrancamento das margens dos cursos de água por efeito da dragagem, esta só deve ser efetuada em bancos de areia ou, no mínimo, a cinco metros das margens. As obras de dragagem devem seguir as recomendações exigidas no Subprograma de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos da FIOL. 152 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS 3.4.11 Caminhos de Serviço e Vias de Acesso. Sempre que possível os caminhos de serviço e vias de acesso devem evitar traçados que resultem na necessidade de desmatamento. Esta mesma regra deverá ser respeitada na seleção de áreas para acampamentos e para instalações industriais de apoio. Qualquer execução de nova via de acesso ou modificação de vias existentes deverá ser acompanhada de obras de drenagem suficientes para garantir a não ocorrência de processos erosivos. Todos os taludes produzidos por corte ou aterro devem ser drenados através de canaletas, com utilização de degraus e caixas de dissipação de energia, onde necessário. Caso as vias de acesso, ou os caminhos de serviço, exigirem a remodelação de pontes e a transposição de cursos de água em geral, tais obras devem ser realizadas com base no dimensionamento da vazão na seção em questão, e as obras realizadas deverão garantir o livre escoamento das águas. Nos casos em que o nível do lençol freático possa comprometer o suporte do leito da estrada, o lençol deverá ser rebaixado mediante drenagem subterrânea, por drenos interceptantes. Toda obra situada em áreas alagáveis ou sujeitas a inundações deverá receber proteção adequada através de revestimentos, enrocamento ou providências similares, garantindo sua estabilidade e evitando erosão. Qualquer via de acesso, trilha ou caminho de serviço deve ser executada preferencialmente com as condições técnicas necessárias para atender a finalidade específica a que se destina no apoio à execução das obras. No entanto, essas vias podem ser compartilhadas, inclusive e se 153 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS necessário reprojetadas, mediante acordo, como medida compensatória às comunidades que, eventualmente, sejam diretamente afetadas, bastando que sejam atendidas as medidas de segurança pertinentes. Todas as precauções e estruturas necessárias ao controle e segurança do uso das vias e caminhos de serviço devem ser executadas e previstas nos quantitativos da obra. O projeto vertical e horizontal das vias deve ser regido pela mínima interferência com o meio ambiente, buscando facilitar a execução da drenagem e garantindo a não ocorrência de processos erosivos ou realizando desmatamentos excessivos ou desnecessários (Lei 7803/89 e MPV 2080). As vias e caminhos de serviço devem, tanto quanto possível, acompanhar as curvas de nível transpondo-as de forma suave, onde necessário. Nos casos em que não seja possível evitar rampas acentuadas, deverá ser previsto revestimento com pedra e/ou cascalho (revestimento primário), facilitando o tráfego e evitando erosão. Os serviços de terraplenagem para construção e/ou ajuste de caminhos de serviço e vias de acesso, se constituem numa das principais fontes de degradação ambiental, decorrentes da ação de chuvas sobre taludes de cortes e aterros, pois frequentemente não são protegidos adequadamente. No planejamento da execução destes serviços devem ser considerados, em função das características geológicas e geotécnicas dos solos da região (bastante variados lote a lote de construção, em virtude da extensão da FIOL) e de suas suscetibilidades a processos erosivos, os aspectos listados a seguir: Observar, rigorosamente, os critérios e as especificações de projeto no que diz respeito à drenagem de estradas de acesso e aos tipos de cortes e aterros que devem ser evitados. Todos os taludes de cortes e/ou aterros serão dimensionados considerando os critérios de estabilidade adotados no projeto, e deverão ser protegidos por meio de plantio de grama 154 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS imediatamente após a conclusão dos serviços de terraplenagem. Os acessos previamente existentes que atravessam terrenos sujeitos as inundações – baixadas litorâneas, por exemplo – e que tenham sido executados inadequadamente, deverão ser ajustados visando o restabelecimento das condições naturais da rede de drenagem, por exemplo, por meio da substituição ou implantação de bueiros, galerias, ou pontilhões. As plataformas de rolamento das estradas de acesso e de caminhos de serviço deverão ser mantidas em boas condições de tráfego para os equipamentos e veículos da construção e da fiscalização, até o encerramento da obra. 3.4.12 Tráfego, Sinalização Operação de Máquinas/Equipamentos e Durante a fase de construção, devem ser sinalizados todos os locais que possam estar sujeitos ao acesso de pessoas e/ou veículos alheios às obras, garantindo os bloqueios ao tráfego onde necessário e a segurança de transeuntes quanto ao trânsito de máquinas, carretas, etc. Obrigatoriamente devem ser tomadas medidas de segurança redobradas em relação ao tráfego de veículos e pessoas nas áreas urbanas ou suburbanas situadas nas proximidades dos pontos de apoio logístico do empreendimento. As equipes de operadores de máquinas e equipamentos devem ser adequadamente orientadas para os cuidados relativos ao trânsito em áreas que envolvam riscos para animais e pessoas. A construtora deverá estabelecer normas próprias que garantam a não agressão ao meio ambiente pelo tráfego de máquinas, evitando destruição desnecessária de vegetação às margens das vias e proibindo a descarga no ambiente natural de quaisquer materiais, como combustível, graxa, partes ou peças de máquinas, equipamentos e veículos. 155 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS Qualquer dano causado pelo tráfego de pessoal, veículos, etc. pertencentes ao contratado, às vias, pontilhões e outros recursos existentes, como cercas e culturas, deverá ser reparado a expensas do empreiteiro. A reparação deverá ser imediata nos casos de danos acidentais, ou durante a manutenção regular dos acessos, nos casos de danos às vias e outros recursos necessários às atividades construtivas. As velocidades máximas admissíveis devem ser estipuladas pelo contratante e estar adequadas às áreas atravessadas, de modo a evitar acidentes de qualquer tipo. O plano de velocidades admissíveis deve ser apresentado à fiscalização, que poderá apresentar objeções se as julgar necessárias. A inexistência de objeções não exime a contratada da responsabilidade por eventuais acidentes. Consequentemente, a adoção de medidas de segurança é de responsabilidade do empreiteiro e sua deficiência é suficiente para que a fiscalização determine a interrupção das obras. Eventuais interferências com vias e/ou serviços de utilidade pública deverão ser comunicados com antecedência à fiscalização, para providências quanto ao remanejamento, ou adequação do projeto, ou realização de obras complementares. 3.4.13 Abastecimento de Veículos e Máquinas Nas instalações de apoio ou canteiros de obras, as ações relacionadas com o transporte, armazenamento e abastecimento com óleos e graxas merecem atenção especial quanto ao potencial contaminante que estes produtos representam ao meio ambiente. Portanto o armazenamento de combustível, óleos e graxas, ou outros hidrocarbonetos deve ser realizado atendendo as normas técnicas estabelecidas pelas NRBs e Resolução CONAMA pertinentes. Os locais de abastecimento de veículos e caminhões devem ser construídos com o piso impermeabilizado, com a presença de canaletas de coleta do material que porventura seja despejado, bem como o separador de água e óleo. Quando o abastecimento ocorrer nas frentes de obras através de caminhões tanque, devem ser utilizadas bandejas de coleta de derramamentos. Nos casos de eventuais 156 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS derramamentos que possam ocorrer no solo, este deverá ser removido, segregado, enviado para disposição final adequada e a área atingida recuperada, conforme previsto do Subprograma de Controle e Monitoramento de Resíduos e Efluentes. 3.4.14 Transporte de Produtos Perigosos As atividades de construção exigem o constante transporte de produtos classificados como perigosos e/ou poluentes, tais como: combustíveis e lubrificantes, explosivos, agrotóxicos e fertilizantes. Estas atividades somente podem ser realizadas pela contratada mediante estrita observância do Decreto Lei 2063/83 e do Decreto 96044/88, que estabelecem os critérios que classificam e regulamentam o transporte de produtos perigosos. A estes diplomas legais se somam as NR 15; NR 16; NR 19 e NR 20 do Ministério do Trabalho. Será necessário comprovar o treinamento do pessoal envolvido no transporte segundo os Programas de Treinamento, Segurança e Saúde da Mão de Obra, de Educação Ambiental, de Proteção de Mananciais Contra Cargas Perigosas e de Respostas a Emergências. 3.4.15 Vibrações e Poluição Sonora As obras devem seguir as recomendações exigidas no Subprograma de Controle e Monitoramento de Ruídos e Vibrações da FIOL. 3.4.16 Poluição Atmosférica As obras que tenham movimentação de solo (áreas de empréstimo e botafora) e intensa movimentação de veículos devem seguir as recomendações 157 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS exigidas no Subprograma de Controle e Monitoramento de Emissões Atmosférica da FIOL. 3.4.17 - Mobilização da Mão-de-Obra Devem ser oferecidas orientações e meios aos empregados para seu alojamento, deslocamento, consumo, saúde e lazer, principalmente no sentido de minimizar impactos sobre as populações locais (NR’s 18 e 21 do Ministério do Trabalho). A contratação de mão de obra deve dar prioridade a pessoas que tenham suas raízes na região. Devem ser previstas adequadas alternativas de transporte residência - trabalho - residência para cada grupo de empregados - frentes de serviço, acampamento, usinas, etc. (NR 18 do Ministério do Trabalho). Deve ser evitado conflito na utilização de serviços públicos, tais como serviços de saúde e educação, pela mão de obra transferida para a região. Devem ser estabelecidos convênios médicos para tratamento de casos complexos. As atitudes dos funcionários em relação ao meio natural e ao meio socioeconômico devem ser objeto de programas de treinamento em educação ambiental (Lei 9795/99) e de acompanhamento das atividades dos empregados, visando coibir práticas que danifiquem o meio ambiente ou que impactem negativamente o tecido social existente. Deverá ser dada especial atenção no que se refere à prevenção de acidentes do trabalho, inclusive com animais peçonhentos e ao seu adequado tratamento, bem como à NR 21 do Ministério do Trabalho, referente ao Trabalho a Céu Aberto. 158 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS Além do serviço médico - ambulatorial do canteiro de obras, devem ser observadas as determinações contidas na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) relativas à segurança e medicina do trabalho, que exigem a execução de serviços especializados em engenharia e segurança do trabalho (SESMT), de acordo com a NR-4, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de suas atividades. O profissional médico do trabalho deverá ser responsável pelo Controle Médico de Saúde Ocupacional, de forma a satisfazer as exigências da NR-7. É obrigatório o cumprimento das medidas relacionadas à saúde e segurança do trabalhador determinadas no Programa de Capacitação da Mão de Obra. 3.4.18 - Proteção de Áreas de Preservação Permanente Assim como as obras de construção de pontes, a abertura e implantação de vias de acesso em terrenos de mesma natureza que os da área de influência direta do empreendimento ferroviário podem provocar problemas erosivos que por sua vez desencadeiam efeitos negativos nas próprias vias de acesso, bem como em cursos d’água que estiverem próximos. Sabendo-se que o traçado da ferrovia também atravessa áreas consideradas sensíveis, o cuidado na adoção e manutenção de medidas preventivas e corretivas (no caso de obras em áreas de preservação permanente - APP ou o surgimento de sulcos, ravinas e escorregamentos) garantirá o empreendimento em si, além de evitar danos materiais e ambientais às áreas vizinhas. Quando envolve a implantação de travessias, obras hidráulicas e de arte, estes fenômenos se processam junto a cursos d'água e corpos hídricos, que podem ser afetados diretamente pelas consequências de suas ocorrências, causando principalmente um aumento no aporte de sólidos, turbidez das águas e assoreamento. 159 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS Quando identificados em seu início, os processos erosivos permitem reparos, apenas localizados, sem necessidade de maiores intervenções. As melhores soluções diante da ocorrência destes fenômenos, portanto, são as de caráter preventivo, seja por meio de alternativas tecnológicas que evitem a sua formação ou pela identificação das suas ocorrências ainda no início: deve-se tanto estabelecer diretrizes para a execução das obras, quanto monitorar a sua execução e operação. Portanto, obras de qualquer natureza, próximas de áreas de preservação permanente, a serem implantadas pelas empreiteiras, devem ser obrigatoriamente realizadas somente após a emissão da licença ambiental e previamente comunicadas (com antecedência mínima de 20 dias) às equipes responsáveis pela gestão ambiental do empreendimento, para acompanhamento e orientação dos trabalhos de controle de erosão e assoreamento, por meio de um plano de monitoramento das condições de estabilidade da dinâmica superficial, relacionadas às alterações nos processos do meio físico provocadas pelas obras de implantação da Ferrovia. A adoção destas medidas preventivas contra esses processos de degradação e de medidas de recuperação das áreas afetadas pelas obras visam, a um só tempo, garantir a integridade, estabilidade e segurança das obras civis da Ferrovia e a qualidade ambiental do entorno. As obras devem seguir as recomendações exigidas no Subprograma de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos da FIOL. 3.5 - INTER-RELAÇÕES COM OUTROS PROGRAMAS Este programa interage e é complementado pelos seguintes Programas e Subprogramas Ambientais: Programa de Educação Ambiental; Subprograma de Prospecção e Salvamento Arqueológico; Programa de Treinamento Segurança e Saúde da Mão de Obra; Subprograma de Controle e Monitoramento de Resíduos e Efluentes; Subprograma de Prevenção Contra 160 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS Queimadas; Programa de Proteção da Flora (Minimização de Desmatamentos, Plantios Paisagísticos, Salvamento da Flora e Produção de Mudas em Viveiros), Subprograma de Recuperação de Passivos Ambientais; Subprograma de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos; Programa de Recuperação de àreas Degradadas, Monitoramento e Controle da Qualidade da Água; Subprograma de Monitoramento e Controle de Emissões Atmosféricas; e Subprograma de Monitoramento e Controle da Emissão de Ruídos e Vibrações e Programa de Comunicação Social. 3.6 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO VALEC. É o empreendedor e responsável pela execução das obras. É o órgão contratante e principal fiscal da aplicação deste Programa. A VALEC poderá contratar consultores para serviços especializados, de supervisão e de apoio, visando à boa execução das obras. IBAMA. É o órgão licenciador do empreendimento e responsável pela fiscalização do atendimento das condições estabelecidas nas licenças concedidas. Ministério do Trabalho. É o órgão responsável pela fiscalização das condições a que estarão submetidos os trabalhadores da obra. Empreiteiras Contratadas. O contratado é responsável, perante a legislação ambiental aplicável, por todas as obras e instalações de apoio que estiver realizando e utilizando, bem como pelas conseqüências legais das omissões e/ou das ações empreendidas pelos seus empregados, prepostos e subempreiteiros. Neste sentido, o contratado deverá eximir judicialmente a VALEC e seus dirigentes, prepostos e empregados da responsabilidade por tais omissões e/ou ações. A inobservância e/ou a não exigência da aplicação destas especificações por parte da fiscalização da VALEC não exime a contratada da responsabilidade pelas suas ações e omissões. É de responsabilidade da contratada a obtenção das licenças ambientais de instalação e de operação de acampamentos e de instalações de apoio, bem 161 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS como das permissões para extração de materiais naturais de construção (pedreiras, cascalheiras, portos de areia, etc.) e de desmatamento, quando estiverem fora da faixa de domínio da FIOL. Tais licenças devem ser obtidas previamente pela contratada junto aos órgãos ambientais competentes, antes de qualquer atividade construtiva. A não apresentação destas licenças formalmente para a fiscalização impossibilitará a medição e o pagamento dos serviços realizados. 3.7 - CRONOGRAMA Este Programa será aplicado durante todo o período das obras da FIOL, sendo encerrada a sua aplicação somente após estarem concluídas todas as recuperações de áreas degradadas, inclusive aquelas que forem ocupadas pelas empreiteiras, quando for o caso. Voltará a ser aplicado no período de operação da FIOL, sempre que forem contratados serviços de conservação, de restauração e/ou de ampliação da estrada ou de suas instalações de apoio. O cronograma de execução prevê a construção completa do acampamento como evento inicial das obras (mobilização) e a reabilitação da área por ele ocupada como evento final das obras (desmobilização). 3.8 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO A avaliação do desempenho é um conceito moderno que vem sendo cada dia mais adotado como forma de se aperfeiçoar a gestão pautando-se sobre os resultados alcançados. Pode ser definida como a identificação e mensuração das ações que os colaboradores de uma organização realizaram durante determinado período, e tem como objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual e coletivo dos funcionários e processos, promovendo o crescimento e aperfeiçoamento buscando-se sempre um melhor desempenho. Através da avaliação de desempenho é mais fácil fornecer opinião aos gestores e colaboradores, baseado em informações sólidas 162 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS e tangíveis, bem como auxiliá-las no caminho da melhoria contínua, buscando retroalimentar os processos de forma a subsidiar a revisão de estratégias e métodos de trabalho, minimizando os efeitos da tendência à entropia e melhorando as práticas, reciclando e fornecendo condições de sobrevivência em ambientes turbulentos e mutáveis. A atual gestão do desempenho calcada sobre resultados pressupõe a atribuição de métricas para transformar quaisquer informações possíveis em dados tangíveis visando facilitar a avaliação e acompanhamento do desempenho do avaliado. Ao discorrer sobre o quesito “Eficiência”, considerou-se a definição do termo de que eficiência diz respeito a “como fazer” e está relacionada às ações a serem realizadas ao nível operacional em relação ao tempo, ou seja, de acordo com um plano ou programa préelaborado como parte do planejamento estratégico, seu cronograma e tudo mais que o compõe. Ao discorrer sobre o quesito “Eficácia”, considerou-se a definição do termo de que eficácia diz respeito ao “objetivo ou resultado” e está relacionado à capacidade de realizar efetivamente o que foi proposto, indicando resultados sob métricas que indicassem desempenho. O monitoramento da qualidade ambiental da construção será executado pela VALEC, diretamente ou através de empresa contratada, perseguindo as seguintes metas: Garantir que todas as atividades e/ou fornecedores de serviços, materiais, equipamentos etc.; estejam operando em conformidade com os procedimentos exigidos neste programa; • Práticas de consumo sustentável implantadas em todos os canteiros de obra da FIOL; • Todas as equipes de desmatamento devidamente orientadas quanto à importância da redução da supressão vegetal; 163 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS • Todos os sítios arqueológicos prospectados e salvos (quando aplicável); • Comissões internas de prevenção contra acidentes (CIPAs) instalados e operando em todos os canteiros centrais dos lotes de construção da FIOL; • Controle da qualidade das águas superficiais realizado à jusante de todos os canteiros, bueiros celulares e pontes; • Boas práticas de gerenciamento de resíduos e efluentes implantadas em todos os canteiros de obra da FIOL; • Ouvidorias implantadas em todos os lotes de construção da FIOL; • Controle dos níveis de ruídos, vibrações e de poluição do ar realizado em todas as aproximações com núcleos urbanos; • Pelo menos dois treinamentos de mão de obra realizados em cada lote de construção da FIOL. Nesse indicadores: sentido serão levantados periodicamente os seguintes • Acessibilidade dos operários a recipientes de descarte seletivo de resíduos sólidos e descarte adequado de pilhas usadas; • Levantamento das extensões dos lotes de construção com larguras das faixas desmatadas inferiores a 80m; 164 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS • Identificação dos trechos oficialmente liberados pela equipe de arqueologia; • Cópias dos documentos de criação das CIPAs e listagem de ações desenvolvidas no período; • Pareceres de análise da qualidade das águas; • Registros das alternativas utilizadas para a destinação final dos resíduos e efluentes em todos os lotes de construção; • Levantamento das formas de contato com as ouvidorias de cada lote de construção e listagem dos contatos no período; • Pareceres de análise dos níveis de ruídos, vibrações e de poluição do ar nas proximidades dos núcleos urbanos; • Descrição dos treinamentos realizados e agenda de treinamentos. Além destes indicadores, deverão ser apresentadas neste programa de gerenciamento de obras, a identificação dos lotes, contendo as estacas do lote (início, fim e total e metros), a quilometragem do trecho, descrevendo a quantidade em obras, o quanto foi liberdado e a quantidade que ainda está em disputa, conforme Tabela 01. 165 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS Tabela 16: Identificação do Lote Estacas do lote Início Fim Quilometragem de trecho Total (m) Em obras Liberado Em disputa As obras de arte em operação e previstas para o semestre devem ser descritas e apresentadas em tabela, especificando o tipo de obra corrente e a estaca, conforme Tabela 02. Tabela 17: Obras de Arte em Operação e Previstas para o Semestre Corrente Estaca Especial Estaca 3.9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELLIA, Vitor et alii : Introdução à Gestão Ambiental de Estradas Coleção Disseminar - IME-VALEC, 2005. BELLIA, Vitor; BIDONE, Edson D. Ferrovias, recursos naturais e meio ambiente. Niterói: EdUFF; Brasília: DNER, 1993. BRASIL. DNIT/IPR. Manual para atividades ambientais rodoviárias. Rio de Janeiro, 2006. BRASIL. VALEC/IPR. Instruções de proteção ambiental das faixas de domínio e lindeiras das ferrovias federais. 2. ed. Rio de Janeiro, 2005. BRASIL. VALEC/IPR. Manual de acesso de propriedades. Rio de Janeiro, 2006. 166 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DE OBRAS BRASIL. VALEC/IPR. Manual para ordenamento do uso do solo nas faixas de domínio e lindeiras das ferrovias federais. 2. ed. Rio de Janeiro, 2005. BRASIL/VALEC. Diretrizes básicas para elaboração de estudos e programas ambientais rodoviários: escopos básicos/instruções de serviço. - Rio de Janeiro, 2006. MARIANI, Édio João - AS NORMAS ISO - REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE ADMINISTRAÇÃO - ISSN: 1676-6822; Ano VI - Número 10 - Junho de 2 MARQUES, Prof. ALEXANDRE B. - ISO série 9000 - Evolução histórica e importância. Notas de Aula, 2006 OIKOS. EIA/RIMA das obras de implantação da FIOL. Rio de Janeiro, 2010. OIKOS. EIA/RIMA das obras de adequação da capacidade da BR101 AL/SE/BA. Rio de Janeiro, 2007. VALEC (OIKOS). Normas ambientais da VALEC (NAVAs). Rio de Janeiro, 2004 (3ª revisão, 2007). VALEC (OIKOS). Normas ambientais da VALEC (NAVAs). Rio de Janeiro, 2010 (4ª revisão). 167 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS 4 - PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS O Programa de Recuperação de Áreas Degradadas visa estabelecer as ações a serem realizadas para a recuperação do uso original do solo, ou para permitir novos usos, de áreas cujas características sofreram alterações em consequência das obras de implantação ferroviária com base na Norma Ambiental da Valec – NAVA nº 03/2010 e para a recuperação de Passivos Ambientais, efeitos externos negativos, ou seja, externalidades com prejuízo gerados pela existência e/ou operação da ferrovia, com base na NAVA nº11. Define também os procedimentos e ações a serem aplicados quando da mobilização, execução e desmobilização dos acessos temporários, das áreas e estruturas de apoio ao empreendimento, além de elencar as medidas necessárias para recuperação da faixa de domínio e, adjacentes afetadas pela construção da ferrovia. 4.1 - RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS 4.1.1- Justificativas A utilização de áreas para apoio às obras (acampamentos, áreas industriais, áreas de extração de materiais de construção) acarretam alterações significativas no uso original do solo pela cumulatividade e pelo sinergismo dos seguintes fatores impactantes: Execução da limpeza do terreno (com eliminação da vegetação porventura existente e do nível de solo orgânico e fértil); Cortes e aterros, implicando na modificação do sistema de drenagem natural (superficial e/ou subterrânea). Entretanto, a cobertura vegetal tem papel importante na estabilidade do solo, pois amortece o impacto da chuva e contém a energia (dissipa 168 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS parcialmente a energia) do escoamento superficial ("run-off"). Em consequência, aumenta o tempo disponível para absorção da água pelos solos, ao mesmo tempo em que minimiza a instalação de processos erosivos e as instabilidades dos maciços de terra daí decorrentes. A revegetação das áreas sujeitas aos fenômenos antes descritos, logo ao encerrar o uso provisório evitará o surgimento ou, ao menos, minimizará as consequências dos processos de degradação. Certamente, durante o detalhamento do Projeto de Engenharia do empreendimento serão identificadas áreas que serão usadas provisoriamente, seja porque serão fornecedoras de materiais de construção (areais; pedreiras; empréstimos e ocorrências de material granular), ou porque servirão para apoio às obras (caminhos de serviço; usinas de concreto; fábricas de prémoldados; oficinas; acampamentos), ou mesmo que poderão servir para despejo de materiais inservíveis, mas inertes, (bota-foras de materiais de terraplenagem escavados em excesso; expurgo de argilas hidromórficas da fundação dos aterros, etc.). Outro fator relacionado com a execução das obras é a alteração da atual infraestrutura viária em função da movimentação de veículos, máquinas e equipamentos, que poderão exigir intervenções e readequação das estradas locais, as quais também podem exigir restauração ambiental após o período construtivo. As modificações do solo, mesmo provisórias, sempre alteram as condições preexistentes, por isto, todas estas áreas, ao final de seus serviços, serão consideradas como degradadas e merecedoras de atenções e investimentos que, se não puderem restaurar o uso original, também não permitam que se tornem áreas inservíveis, focos de doenças, origem de erosões, riscos aos transeuntes e assim por diante, fazendo com que as atividades envolvidas na construção e na conservação das linhas ferroviárias da VALEC se integrem na tarefa de não permitir o surgimento de áreas degradadas. 169 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS 4.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS Orientar e especificar as soluções que deverão ser adotadas para executar a recuperação do uso original do solo, ou para permitir novos usos de áreas cujas características sofreram alterações em consequência da execução das obras de implantação ferroviária de responsabilidade da VALEC, intervindo para obter a reintegração à paisagem natural e, assim, contribuindo para o resgate da qualidade ambiental. Orientar e especificar as ações que devem ser planejadas e executadas para dispor soluções paisagísticas para a Recuperação de Áreas Degradadas em áreas de uso humano intenso. As áreas beneficiadas compreendem aquelas que foram utilizadas para instalações industriais, apoio às obras, ou para obtenção de materiais de construção, tais como: Áreas usadas para acampamentos e canteiros de obras provisórios; Áreas usadas para instalações industriais (pedreiras, centrais de concreto, fábricas de pré-moldados, outros); Áreas usadas para extração e para estoque de materiais de construção; Caixas de empréstimo e bota-foras; Acessos e corta-rios para construção de bueiros; Caminhos de Serviço desnecessários na fase de operação do empreendimento; Áreas no entorno de obras de arte especiais; e, Outras, conforme determinação da fiscalização. 170 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS 4.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS Os requisitos legais que embasam os Programas de Recuperação de Áreas Degradadas realizados segundo o presente Subprograma são os seguintes: Lei de 10711 de 05.08.2003 e Decreto nº 5.153 de 23.07.2004, que institui e regulamenta o Sistema Nacional de Sementes e Mudas SNSM. Atender os pré-requisitos da RESOLUÇÃO CONAMA Nº 429/2011 que dispõe sobre a metodologia de recuperação das Áreas de Preservação Permanente - APPs. Instrução Normativa nº 09 de 02.06.2005, da Superintendência Federal de Agricultura - SEFAG, que estabelece o Registro Nacional de Sementes e Mudas -RENASEM. Resolução CONAMA 303/2002, que dispõe sobre parâmetros, definições e limites de APPs. A Lei Nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto Nº 99.274/90, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Em seu Art. 4º, afirma que a Política Nacional do Meio Ambiente visará: ...VII - (..) obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. O Decreto Nº 97.632, de 10 de abril de 1989, que dispõe sobre a regulamentação do artigo 2º, inciso VIII, da Lei Nº 6.938, determina: Art. 1º - Os empreendimentos que se destinem à exploração de recursos minerais deverão, quando da apresentação do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e do Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, submeter à aprovação do órgão ambiental competente um plano de recuperação de áreas degradadas. Em seu Art. 2º, o mesmo decreto define o conceito de degradação: (...) são considerados como degradação os processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como, a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais. Por fim, em seu Art. 3º, o 171 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS decreto estabelece a finalidade dos PRAD: “A recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo, visando à obtenção de uma estabilidade do meio ambiente.” As florestas e demais formas de vegetação são protegidas de acordo com os dispositivos do código florestal, lei nº 12.651 regulamentado pela medida provisória 571/12, além das normas que apresentam as formas de proteção e limites estabelecidos para florestas ou formas de vegetação específicas. A Resolução CONAMA nº 369/06 dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em APP, determinando, também, a necessidade de compensação da vegetação suprimida. Esta Norma atende também o cumprimento de dispositivos legais de proteção aos recursos naturais, como a Lei 4.771/1965, a Lei 11.428/2006, o Decreto 6.514/2008, a Resolução CONAMA nº 302/2002 e o art. 255 da Constituição Federal de 1988. 4.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO A equipe necessária para este programa ambiental deverá ser composta ao mínimo por profissionais das seguintes áreas de atuação: Eng. Agrônomo, Biólogo, Geólogo e Tec. Ambiental 4.4.1 Classificação e Métodos de Cadastramento de Passivos Para o cadastramento e recuperação de passivos ambientais devem ser consideradas atualizações de status dos efeitos negativos existentes nos meios físico e biótico (flora), bem como o registro e ação 172 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS sobre os novos passivos provenientes da atividade de construção, ambos somente na área da faixa de domínio e dentro do segmento que venham a ser solicitados pelo órgão responsável pelo licenciamento da obra. Para o cadastramento dos passivos ambientais pré-existentes devem ser considerados os efeitos negativos nos meios físico e biótico (flora) presentes na área da futura faixa de domínio e adjacências antes do início das obras, com o objetivo de mapear e cadastrar ocorrências já existentes que possam vir a ser herdadas no momento da desapropriação, ou mesmo aquelas que possam apresentar algum futuro risco à faixa de domínio ou plataforma na fase de operação, como voçorocas ao lado do leito ferroviário provocadas por erosões, por exemplo. As ações de recuperação devem ser contempladas no cronograma de obras dentro da previsão de execução dos avanços físicos de terraplanagem, drenagens e OACs/OAEs, uma vez que as mesmas estão estritamente ligadas à condição de conclusão destes serviços. Para melhor controle dos processos de identificação e tratamento dos passivos encontrados, desenvolveu-se uma forma de classificação para poder mensurar graus de risco e prioridades na correção destes de acordo com o prejuízo ocorrente ou eminente, baseadas pela classificação do tipo de solo, cobertura vegetal, localização (dentro ou fora da faixa) e ameaça à plataforma ou a terceiros. Os critérios são apresentados a seguir nas tabelas 18, 19, 20, 21 e 22: 173 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS Tabela 18: Classificação dos passivos com relação à localização e posição LOCALIZAÇÃO E POSIÇÃO (em relação ao eixo) Km Estaca de referência PL Propriedade Lindeira LE Lado Esquerdo M Montante LD Lado Direito J Jusante FD Faixa de Domínio A Ambos Tabela 19: Classificação dos Passivos com relação ao seu tipo Tipo do passivo ET Escorregamento de Talude SA Surgência ou acúmulo de água DE Deslizamento de Encosta AS Assoreamento RC Recalque IN Invasão QB Queda de Blocos OU Outros VG Veg. degradada/Desmatamento Tabela 20: Classificação quanto ao tipo material/solo e cobertura vegetal. MATERIAL/SOLO COBERTURA RO Rocha CA Caatinga SR Solo Arenoso CE Cerrado SG Solo Argiloso MA Mata Atlântica SS Solo Siltoso PA Pastagem SO Solo Orgânico e/ou Hidromórfico SC Sem Cobertura SC Solo Calcário OU Outros (Definir) 174 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS Tabela 21: Escala de risco à plataforma e terceiros ESCALA DE RISCO À PLATAFORMA E TERCEIROS 1 Já interfere com perigo 2 Com perigo eminente 3 Sem perigo Tabela 22: Classificação quanto ao status do passivo ambiental. STATUS DO PASSIVO AMBIENTAL Não Recuperado Sem aplicação de nenhum dos métodos indicados. Em Recuperação Passivos que estejam sendo afetados/alterados pelas obras de infraestrutura e que se encontram em fase de reconstrução de sua nova situação/lay-out, com a aplicação de ao menos um método previsto, considerando a presença da linha férrea. Recuperado Passivos que após a instalação da infraestrutura apresentem características próximas ou mesmo melhores que as naturais, assegurando as suas funções estruturais ou ecológicas precípuas. Os quesitos devem ser registrados nas fichas de campo, para posterior elaboração de um Plano de Recuperação de Passivos operacional a ser aplicado. 4.4.2 Orientação Em termos gerais, qualquer alteração causada pelo Homem no ambiente gera, em última análise, algum tipo de degradação ambiental. Entretanto, as definições de área degradada e degradação ambiental variam muito de acordo com o referencial. O Guia de Recuperação de Áreas 175 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS Degradadas, publicado pela SABESP (2003), define degradação ambiental como sendo “as modificações impostas pela sociedade aos ecossistemas naturais, alterando (degradando) as suas características físicas, químicas e biológicas, comprometendo, assim, a qualidade de vida dos ecossistemas.” É esta definição que norteia as ações preconizadas neste subprograma. O licenciamento ambiental das Ferrovias cujas concessões são de responsabilidade da VALEC abrange as obras situadas dentro da faixa de domínio, onde se situará a via permanente e as instalações de apoio adjacentes. O licenciamento ambiental das atividades de apoio e a das atividades de obtenção de materiais de construção fora da faixa de domínio é de responsabilidade das construtoras contratadas, ficando a critério das mesmas tanto as localizações dos canteiros principais e secundários, como a seleção entre aquisição ou a produção de materiais de construção e de peças pré-moldadas. Evidentemente, os requerimentos de autorizações e licenças específicas, bem como autorgas, deverão ser acompanhados dos respectivos projetos das instalações, contendo as medidas, dispositivos e especificações técnicas a serem empregados no controle ambiental, em conformidade com a legislação em vigor e com as normas dos organismos de controle ambiental, da VALEC, da ABNT e do DNPM, conforme a pertinência de aplicação. Também deverão ser encaminhados para a VALEC, os PRADS – Planos de Recuperação de Áreas Degradadas desenvolvidos pelas construtoras. Previamente à elaboração dos projetos das instalações de apoio, as empreiteiras deverão contatar o IMA/BA e o INSTITUTO NATUREZA DO TOCANTINS – NATURATINS, visando obter orientações, sobre os documentos técnicos exigidos nos requerimentos de licenciamento ambiental. No caso de inexistirem regulamentações próprias para a condução da regularidade ambiental dessas áreas, deverá ser estabelecido, de comum acordo com os órgãos licenciadores, um Termo de Referência para orientar a sua elaboração. 176 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS 4.4.3 Atividades Iniciais Na execução dos trabalhos de recuperação florestal, deverão ser priorizadas as seguintes áreas: • Aquelas consideradas de preservação permanente - APP, em especial aquelas localizadas em nascentes e olhos d’água; • Aquelas cobertas com vegetação nativa e que conectam remanescentes na paisagem regional (possíveis corredores locais de fauna); • Aquelas mais suscetíveis à erosão. A camada vegetal oriunda da operação de limpeza do terreno será removida obrigatoriamente para áreas de estocagem previamente escolhidas, dispostas, operadas e protegidas de modo a evitar o carregamento do material pelas águas. A superfície das áreas de estocagem deverá ser protegida contra erosão e lixiviação pelas águas pluviais, bem como contra a insolação direta, usando a cobertura por camada de material vegetal morto (“mulching”). Este cuidado tem por objetivo conservar os solos orgânicos para posterior utilização na recuperação ambiental das áreas degradadas pelas obras. São vedadas as estocagens e/ou os descartes de materiais oriundos da limpeza considerados inservíveis, estéreis, ou pedregosos em áreas de interesse ecológico, ou em áreas de preservação permanente. As áreas em recuperação devem ser isoladas para evitar a entrada de animais como bovinos, equinos e caprinos. Detalhamento do Projeto O projeto da recuperação de cada área degradada pelas atividades de construção deverá ser composto por: 177 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS • Reconhecimento da geometria e das condições das drenagens naturais e construídas, existentes na área, seguindo o MANUAL TÉCNICO DE PEDOLOGIA DO IBGE; • Identificação da vegetação regional e endêmica, principalmente quanto ao reconhecimento das espécies nativas de caráter pioneiro; • Obtenção de sementes e mudas, preferencialmente nos viveiros da própria VALEC; • Usar plantas nativas quando houver: Adaptabilidade às condições locais da área a recuperar; Ausência de toxinas; Germinação e crescimento confiáveis; Objetivo de reproduzir o ambiente original; Houver disponibilidade de sementes e mudas nos prazos requeridos pelas obras; o Tolerância ao ambiente (seca; frio; alagamento); o Tolerância ao solo (pH; salinidade; toxidade; fertilidade). o o o o o • Seleção das espécies para recuperação e proteção ambiental, avaliando os fatores: o Edáficos. Avaliar a adaptação das espécies às condições do local onde será realizada a recuperação ambiental, usando informações como: pH; fertilidade natural; salinidade; toxidez; textura; drenagem e disponibilidade de matéria orgânica; o Climáticos. Pode ser o fator mais importante, devendo ser avaliada a tolerância às secas e ao excesso de chuvas; e a tolerância às variações de temperatura e unidade relativa do ar; o Ambientais. São fatores relacionados à rapidez e à segurança da recuperação ambiental, tais como: Longevidade. Ligada ao objetivo da recuperação, selecionam-se entre espécies anuais; bianuais; perenes; ciclo curto ou ciclo longo; Produção de biomassa. Verifica-se a disponibilidade de matéria orgânica no solo e a extensão média das raízes; Rapidez de crescimento e efeitos paisagísticos. Onde serão avaliadas a necessidade de altas taxas de crescimento, confrontadas com as necessidades de manutenção; Palatabilidade para a fauna. Podem ser selecionadas espécies que irão, ou não favorecer a fauna, em função do 178 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS potencial suprimento de frutos, de sementes, pastagens, e assim por diante; Biodiversidade. A utilização de um grande número de espécies para a revegetação contribui para aumentar a biodiversidade, com a atração de animais silvestres; Dormência de sementes. A utilização de sementes que apresentam dormência, vigor e resistência a pragas são interessantes, pois podem ser programadas germinações para épocas diferentes do ano, reduzindo a competitividade inicial entre os exemplares usados na recuperação da área degradada. • Disponibilidade de especificações técnicas para plantio, próprias para cada espécie vegetal fornecida (incluindo adubação, correção de acidez e tratos culturais para manutenção); • Especificações de melhoria da qualidade do solo superficial, prevendo: o Escarificação profunda, paralelamente às curvas de nível do terreno (para atenuar a compactação dos solos, melhorar as condições de infiltração das águas e possibilitar o enraizamento da futura cobertura vegetal); o Disposição de solo fértil, na espessura mínima de 15 cm, proveniente da estocagem obrigatória da camada vegetal oriunda das atividades de limpeza do terreno; o Aplicação de corretivos e fertilizantes (calagem, adubação NPK, inoculação com bactérias "Rhizobium" para garantir o crescimento satisfatório das leguminosas); Para as áreas de extração de materiais de construção é indispensável à obediência ao Código de Mineração, com a preparação prévia do Plano de Exploração, que deverá definir: • Volume de material a ser movimentado, discriminando: camada vegetal, material estéril e material a ser extraído para ser utilizado nas obras; • Quando as escavações previstas exigirem taludes maiores do que oito metros (8m), o projeto deverá apresentar avaliação sobre a necessidade, ou não, de contar com estudos geomecânicos dos solos para estabelecer as 179 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS declividades dos taludes, considerando a NBR 9061 - Segurança de Escavação a Céu Aberto; assim como a NBR 11682 - Estabilidade de encostas. • Proposta de reconformação topográfica do terreno após a utilização da área; • Proposta de revegetação, com implantação e manejo até que seja garantido o recobrimento; • No caso de areais, indicar monitoramentos a executar e procedimentos para fiscalização das áreas de extração, exigindo que sejam resguardadas as margens dos cursos d'água, evitando o desbarrancamento e a perda das formações ciliares. Considerando que a perda da diversidade biológica significa a redução de recursos genéticos úteis e disponíveis ao desenvolvimento sustentável, na forma de madeira, frutos, forragem, plantas ornamentais e produtos de interesse alimentar, industrial e farmacológico, e tendo constatado que os plantios realizados podem apresentar resultados mais satisfatórios quando promovido o reflorestamento heterogêneo de áreas degradadas, especialmente nas matas ciliares, consideradas as peculiaridades locais e regionais e, tanto quanto possível, do uso de espécies nativas, recomenda-se que, sempre que possível, as áreas degradadas sejam recobertas com vegetação diversificada conforme segue: • A diversidade deve obedecer a seguintes proporções: o o o o 30 espécies distintas para projetos de até 1 hectare; 50 espécies distintas para projetos de até 20 hectares; 60 espécies distintas para projetos de até 50 hectares; 80 espécies distintas para projetos com mais de 50 hectares. • Priorizando a utilização de espécies ameaçadas de extinção, respeitando-se as regiões ou formações de ocorrência, na seguinte proporção: o 5% (cinco por cento) das mudas, com pelo menos 5 espécies distintas, para projetos de até 1 hectare; o 10% (dez por cento) das mudas, com pelo menos 10 espécies distintas, para projetos de até 20 hectares; o 10% (dez por cento) das mudas, com pelo menos 12 espécies distintas, para projetos de até 50 hectares; 180 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS o 10% (dez por cento) das mudas, com pelo menos 15 espécies distintas para projetos com mais de 50 hectares. Com relação ao número de indivíduos por espécie, é recomendável que nenhuma espécie ultrapasse o limite máximo de 20% do total do plantio. Deverão ser usadas sementes que, testadas, apresentem valor cultural elevado para a média de suas espécies. O valor cultural VC é calculado segundo a fórmula: As técnicas de cobertura convergem para o ponto de que um projeto de restauração bem sucedido não deve se concentrar no plantio de árvores de grande porte, mas, sim, em facilitar os processos naturais de revegetação (gatilhos ecológicos) e a integração destes com organismos - não árvores e não vegetais. Estudos recentes indicam que se deve buscar a introdução de espécies nativas que atraem a fauna, serrapilheiras retiradas de áreas vizinhas que contem sementes, microrganismos, nutrientes e a diversidade da microfauna. Outra técnica consiste na instalação de objetos que atraiam zoodispersores para a área degradada. 181 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS 4.4.4 Estabelecimento das Plantas O estabelecimento das plantas depende do valor cultural das sementes fornecidas; da taxa de sementes a ser aplicada; das condições existentes nos locais de aplicação e do manejo oferecido à área em recuperação. • Pode ocorrer necessidade de aumentar a taxa de sementes a ser aplicada quando: o O preparo do solo e/ou o coveamento forem insuficientes; o O talude for inclinado, especialmente se acima de 3H:2V; o Houver grande quantidade de pássaros e/ou outros predadores de sementes; o A região apresentar deficiência hídrica; o O Valor Cultural do lote de fornecimento for baixo; o Ocorrerem ventos fortes; o Os materiais dos taludes forem arenosos e/ou siltosos; o Houver baixa fertilidade da área a ser recoberta; o Houver baixa utilização de técnicas de proteção do solo, ou elas forem rudimentares. • A taxa de sementes poderá ser reduzida quando: o A área a recobrir apresentar boa fertilidade natural; o Houver aplicação de quantidades ideais de fertilizantes; o Houver disponibilidade e aplicação de grande quantidade de mulch orgânico; o Houver facilidade/investimento na preparação e no coveamento do solo, com trabalho eficiente; o Forem utilizadas técnicas de proteção do solo modernas e eficientes. • Será necessário ressemear quando: o A taxa de plantas fracas for elevada; 182 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS o A taxa de sobrevivência for baixa; o O índice de enraizamento for baixo; o Houver baixa tolerância ao pastoreio; o Redução significativa da sobrevivência na época da estiagem; o Houver baixa tolerância a pragas e doenças; o O recobrimento do solo for pequeno. 4.4.5 Condições Específicas de Projeto Remoção e Armazenamento Prévio da Camada Superficial de Solo A remoção e o armazenamento da camada superficial do solo seguirão as seguintes etapas: • As áreas de apoio e demais áreas que venham a sofrer terraplenagem terão a remoção da camada superficial de solo orgânico, realizado juntamente com a remoção da vegetação do mesmo local. O material removido será misturado mecanicamente para ser convertido em material para cobertura morta (“mulch”), que será incorporado à superfície do terreno no final dos trabalhos de reabilitação; • Após a remoção, será necessário depositar o solo em camadas de aproximadamente 1,5 m de espessura e 3 a 4 m de largura, em locais planos e protegidos das "enxurradas" e erosão, evitando a compactação do “mulch” durante a operação de armazenagem. O solo estocado deverá ser protegido por uma cobertura morta (produto de podas, restos de capim, folhas etc.); • O solo orgânico misturado com os restos de vegetação não usado como produto florestal será mantido em estoque durante o período de utilização das áreas que, no futuro, serão consideradas como degradadas. O tempo de estocagem deverá ser o menor possível em virtude da potencial queda na qualidade do solo orgânico com o passar dos anos; 183 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS • Quando for utilizado, o solo orgânico (“mulch”) deve ser transferido diretamente para a área preparada previamente para a recuperação. Normalmente a transferência direta minimiza as perdas microbiais de nutrientes e maximiza o número de sementes que sobrevivem a esta ruptura provocada. 4.4.6 Plantio em Taludes de Cortes e Aterros Tendo em vista que os taludes de cortes e aterros normalmente são compostos pelas camadas inferiores dos solos, sempre de baixa fertilidade, devem ser adotadas soluções que, em curto prazo, venham a compor uma cobertura vegetal eficiente e duradoura. Priorizar a indicação dos processos de hidrossemeadura e/ou a gramagem em placas, por serem as formas de plantio mais indicadas para proteção destas superfícies. Em taludes com maior potencial para instabilidades deverão ser usadas gramíneas com sistemas radiculares profundos. Notas: • A hidrossemeadura tem as vantagens da rapidez e da facilidade de execução, notadamente em taludes muito inclinados e/ou altos, permitindo uma composição de espécies diferenciadas de gramíneas e leguminosas. • O plantio de grama em placas, com fixação por estacas ou por telas (metálicas ou vegetais), propicia imediata proteção superficial do solo, desde que seja superada a descontinuidade física entre o talude e a placa. A grama em placas será obrigatoriamente adquirida em produtores credenciados, evitando a extração e a exploração de jazidas vegetais a esmo, o que proporcionaria a degradação de novas áreas para obtenção de matéria prima; 184 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS • Complementando a cobertura vegetal feita por hidrossemeadura e/ou por gramagem em placas, serão introduzidas mudas de árvores, de arbustos e de trepadeiras alastrantes, resistentes à acidez comum dos solos tropicais, com o objetivo de promover a recolonização. O plantio terá continuidade pelo terreno natural, inclusive ultrapassando os limites da área degradada, visando a assegurar proteção eficiente nesta interface com a vegetação lindeira. Deverá ser Identificada a necessidade de usar dissipadores de energia nos locais de descarga dos dispositivos de drenagem, especialmente nas interfaces entre a drenagem implantada e a drenagem ou terreno natural. Deve ser previsto o melhoramento do solo sempre que forem detectadas deficiências na fertilidade, estabelecendo os critérios para correção da acidez, para a adubação primária, e para o manejo. É obrigatório o acompanhamento sistemático da evolução da cobertura vegetal desde a implantação até a total consolidação. Mudas que não se desenvolverem serão substituídas e será feita a complementação de áreas não recobertas pela grama, inclusive com o enriquecimento da adubação, até a obtenção da cobertura da superfície final desejada. 4.4.7 Recomposição Vegetal em Superfícies Degradadas Antes do plantio serão efetuadas: • A remoção de todas as instalações, equipamentos e materiais inservíveis; • Raspagem das áreas contaminadas com resíduos de depósitos e pátios; • A remoção dos materiais acima descritos será feita para locais de descarte previamente selecionados; • Reconformação topográfica; e 185 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS • Implantação do sistema de drenagem. A seleção da vegetação priorizará espécies nativas da flora regional com: • Capacidade de promover melhorias na disponibilidade de nutrientes no solo; • Grande capacidade de cobertura; • Sistemas radiculares, superficial e profundo; • Facilidade na formação de dossel; • Possibilidade de crescimento rápido para produção de biomassa, gerando matéria orgânica e fertilizando o solo, por meio da formação de folhedo ou serrapilheira (“litter”) e processos de decomposição. Sempre será avaliada a viabilidade do transplante de espécimes vegetais adultos, especialmente selecionados, que devam ser removidos por necessidade das obras. O transplante será feito de acordo com o Subprograma de Transplante de Espécimes da Flora. Em situações com baixa probabilidade de ocorrência de processos erosivos acelerados, será executada exclusivamente a proteção superficial dos solos, propiciando condições para a sucessão vegetal natural. Serão priorizadas espécies com desenvolvimento dos sistemas radiculares tanto superficiais (gramíneas e leguminosas), como profundos (árvores e arbustos de médio porte). Em situações com potencialidade para ocorrência de processos erosivos acelerados e/ou onde se tornarem necessárias recuperações ambientais e controles de processos erosivos já instalados, ou quando for necessária a constituição de maciças populações (bordas de matas parcialmente atingidas, conexão de matas remanescentes etc.), serão usadas espécies de crescimento rápido, sendo observada a dominância nas associações vegetais que ocorrem na região, maximizando a utilização de espécies autóctones, mesmo que de caráter pioneiro, visando à recolonização da flora e da fauna. Nas situações de restauração de matas 186 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS ciliares devem ser adotadas soluções para a contenção de processos erosivos e para a continuidade da formação vegetal, com sua diversidade florística específica. É obrigatório o acompanhamento sistemático do processo de recuperação da vegetação desde a implantação da cobertura vegetal até sua total consolidação. Deve ser feita a substituição ou complementação de áreas de gramagem com baixa germinação, bem como a substituição de mudas doentes ou mortas e, ainda, o enriquecimento da adubação, até que esteja garantida a efetiva cobertura da superfície plantada. A manutenção das áreas restauradas deve ser executada por, no mínimo, 18 meses após o plantio, incluindo o controle de formigas, capinas e/ou coroamentos, adubação e outros, conforme avaliação técnica do responsável pelo projeto. Tendo como objetivo final a recuperação da floresta, será admitida a ocupação das entrelinhas, com espécies para adubação verde e/ou de interesse econômico, por até dois anos, desde que o projeto utilize princípios agroecológicos, e o preconizado na Resolução CONAMA nº 429/2011. • Para recuperação de áreas com algum tipo de cobertura florestal nativa remanescente, recomenda-se: o A proteção da área de qualquer ação de degradação; o O controle de espécies exóticas ou nativas em desequilíbrio; o O adensamento na borda da área, usando espécies de rápido crescimento e boa cobertura; e o O enriquecimento dessas áreas com espécies finais da sucessão. 187 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS 4.5 - PLANTIOS PAISAGÍSTICOS Praticamente todas as áreas degradadas pela construção, ou pelas obras de conservação, das ferrovias cuja concessão é de responsabilidade da VALEC serão recuperadas através da cobertura com vegetação que represente a vegetação do bioma onde cada trecho do empreendimento estiver inserido. Nestes casos, a intenção primeira é o de instaurar processos de regeneração da vegetação natural dentro do processo de recuperação de áreas degradadas. O plantio paisagístico é tratado no Programa de Proteção da Flora. 4.5.1 Execução dos Serviços de Extração de Materiais de Construção ou Deposição de Materiais (BOTA-FORA) Tanto os trabalhos de extração de materiais de construção, como o descarte em áreas de bota-fora (exclusivo de materiais de terraplenagem) devem: • Obedecer ao plano de recuperação aprovado pelo órgão ambiental com jurisdição sobre a área; • Justificar as eventuais alterações necessárias introduzidas. Nas atividades de desmobilização de áreas de canteiros de obras, jazidas, caixas de empréstimo e bota-foras, além de áreas de instalações, etc., o preparo definitivo das áreas deve ser realizado por meio das seguintes atividades: o Remoção de todos os prédios, pisos e bases de concreto; o Vedação satisfatória ou enchimento de fossas e sumidouros; o Remoção de cercas; o Preparação do substrato através da correção físico-química; 188 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS o Erradicação de áreas propícias ao acúmulo de águas pluviais; o Remoção de quaisquer barramentos ou obstáculos decorrentes das obras; o Desobstrução da rede de drenagem natural; o Implantação de um sistema de drenagem superficial; o Remoção de bueiros provisórios. As terras de baixa capacidade de produção ou que devam ser recuperadas e que, ao mesmo tempo, sejam muito suscetíveis à erosão, deverão ser recobertas com vegetação permanente densa, capaz de exercer o controle dos processos erosivos e de recuperar o aspecto cênico dessas áreas. 4.5.2 Monitoramento e Conclusão Após o início da operação da ferrovia e pelos 4 (quatro) anos seguintes, as áreas alvo recuperadas deverão sofrer vistorias semestrais exclusivamente para avaliação do desenvolvimento da vegetação reintroduzida. Para este monitoramento deverão ser implantadas parcelas permanentes ao longo dos trechos de revegetação. É recomendável que, depois de concluídos os serviços de recuperação ambiental conforme recomendações anteriormente explicitadas, e garantida à comprovação da total recuperação ambiental dessas áreas, deva ser formalizado o encerramento do processo de licenciamento das mesmas. Esta formalização, passível de aplicação no caso das áreas utilizadas externamente à faixa de domínio, não cabe às áreas utilizadas dentro da faixa de domínio, onde a VALEC se manterá responsável pela qualidade ambiental. 189 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS 4.6- INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS AMBIENTAIS Este subprograma interage e possui atividades complementares com os seguintes programas: Controle Ambiental da Obra, Proteção da Flora, Plano de Controle Ambiental da Obra, Controle de Processos Erosivos, Controle e Monitoramento de Resíduos e Efluentes, Treinamento, Segurança e Saúde da Mão de Obra, Gerenciamento de Resíduos; Plantios Paisagísticos e Recuperação de Passivos Ambientais. 4.7 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO VALEC. A VALEC é o empreendedor e principal fiscal a aplicação deste subprograma. A VALEC poderá contratar consultores para serviços especializados e de apoio, visando à boa execução de seus subprogramas ambientais e a eles delegar a responsabilidade de projetar e de acompanhar a execução dos serviços, bem como de atestar a conformidade com a qualidade ambiental esperada. IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambiental Estadual. O IBAMA e os organismos estaduais de licenciamento ambiental são os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97, e pela fiscalização dos atendimentos das condições estabelecidas nas licenças concedidas (Licenças Prévia; de Instalação e de Operação), bem como pelas suas renovações. IMA/BA e NATURATINS/TO. São os órgãos ambientais responsáveis pelos licenciamentos ambientais das instalações de apoio à FIOL, localizadas fora da sua faixa de domínio. Construtoras Contratadas. São as responsáveis técnicas e civis pelas obras e pela recuperação das áreas degradadas pelas atividades de 190 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS construção. Elas têm conhecimento prévio deste subprograma e não podem alegar desconhecimento das orientações nele contidas. Supervisoras Contratadas. Em nome da VALEC, são as responsáveis pela fiscalização da execução do presente subprograma. A recuperação das áreas degradadas é obrigação legal do autor da degradação e, por isto, em todos os casos de degradações localizados dentro da faixa de domínio FIOL ou contígua a ela, os recursos necessários serão providos pelo orçamento da obra. Os quantitativos de serviços para estas recuperações ou reabilitações serão previstos nos quantitativos das obras e assim serão medidos e pagos pela VALEC. As construtoras, por sua vez, serão inteiramente responsáveis pelas degradações que causarem em função das suas instalações localizadas fora da faixa de domínio da FIOL, mesmo que as origens das degradações estejam na necessidade de se estabelecer e/ou de fornecer materiais de construção para cumprir seu(s) contrato(s) com a VALEC. Em ambos os casos a VALEC terá direito de fiscalizar a efetiva realização das reabilitações e restaurações pelas empreiteiras contratadas e de reter os pagamentos que forem julgados necessários para garantir a plena recuperação das áreas degradadas. 4.8 - CRONOGRAMA Este programa terá validade durante toda a vida útil da FIOL, desde a fase de projeto até a de conservação da via permanente. Devendo ser implantado após a supressão de vegetação para o avanço das frentes de obra, até o momento da adequada desmobilização total dos canteiros e todas as instalações de apoio às obras, localizados na faixa de domínio ou em terrenos de terceiros, cuja origem da degradação tenha relação direta com a implantação da ferrovia. 191 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS 4.9 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO A avaliação do desempenho é um conceito moderno que vem sendo cada dia mais adotado como forma de se aperfeiçoar a gestão pautando-se sobre os resultados alcançados. Pode ser definida como a identificação e mensuração das ações que os colaboradores de uma organização realizaram durante determinado período, e tem como objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual e coletivo dos funcionários e processos, promovendo o crescimento e aperfeiçoamento buscando-se sempre um melhor desempenho. Através da avaliação de desempenho é mais fácil fornecer feedback aos gestores e colaboradores, baseado em informações sólidas e tangíveis, bem como auxiliá-las no caminho da melhoria contínua, buscando retroalimentar os processos de forma a subsidiar a revisão de estratégias e métodos de trabalho, minimizando os efeitos da tendência à entropia e melhorando as práticas, reciclando e fornecendo condições de sobrevivência em ambientes turbulentos e mutáveis. A atual gestão do desempenho calcada sobre resultados pressupõe a atribuição de métricas para transformar quaisquer informações possíveis em dados tangíveis visando facilitar a avaliação e acompanhamento do desempenho do avaliado. Ao discorrer sobre o quesito “Eficiência”, considerou-se a definição do termo de que eficiência diz respeito a “como fazer” e está relacionada às ações a serem realizadas ao nível operacional em relação ao tempo, ou seja, de acordo com um plano ou programa préelaborado como parte do planejamento estratégico, seu cronograma e tudo mais que o compõe. Ao discorrer sobre o quesito “Eficácia”, considerou-se a definição do termo de que eficácia diz respeito ao “objetivo ou resultado” e está relacionado à capacidade de realizar efetivamente o que foi proposto, indicando resultados sob métricas que indicassem desempenho. 192 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS As metas deste programa são definidas conforme a seguir: Recuperar todas as áreas degradadas pelas obras capitaneadas pela VALEC; Impedir a instalação de processos de degradação de difícil controle, atuando pari-passu com as obras; e com intenso acompanhamento para evitar que ocorram grandes lapsos de tempo entre a liberação da área e as ações de recuperação. Emitir relatórios periódicos por lote de obras, que deve contemplar, de forma simples, um “check-list” das ações desenvolvidas em função do cronograma de obras e da perspectiva das precipitações pluviométricas, para subsidiar o acompanhamento a ser realizado pela gestão/fiscalização do subprograma; Estabelecer projetos de recuperação de áreas degradadas (PRADs) individualizados, a partir da elaboração de planos de uso ou de lavra de locais específicos, conforme o caso; Estocar, reservar e utilizar os solos e os restos vegetais oriundos do desmatamento e limpeza do terreno nos PRADs; Integrar as demandas de recomposição vegetal de áreas degradadas com as necessidades de conservação da flora e da fauna; Integrar as demandas de recomposição vegetal com a necessidade de atender à compensação determinada pela Resolução CONAMA Nº 369/2006, associando os PRADs com as medidas compensatórias; Impedir o estabelecimento e/ou a intensificação de processos erosivos de uma maneira geral; 193 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS Implantar ações destinadas ao monitoramento e à manutenção das áreas recuperadas; Estabelecer padrões de plantios paisagísticos para os casos mais comuns, onde são feitas a seleção e localização de espécies vegetais a serem utilizadas no corpo estradal, para a faixa de domínio, a região lindeira da estrada, as áreas de uso para apoio às obras (acampamentos e áreas industriais) e outras, conforme determinação da fiscalização. Os indicadores da eficácia das ações serão medidas através de relatórios de monitoramento e serão emitidos com as seguintes informações: Número de áreas abertas com desmatamento e/ou limpeza para extração de materiais de construção; Número de áreas completamente recuperadas após a extração de materiais de construção; Área total objeto de desmatamento e limpeza para a instalação de espaços de uso e equipamentos destinados à extração de materiais de construção; Área total recuperada após o uso para a instalação de espaços de uso e equipamentos destinados à extração de materiais de construção; Número de áreas abertas com desmatamento e/ou limpeza para uso como instalações de apoio às obras; Número de áreas recuperadas após o uso como instalações de apoio às obras; Área total objeto de desmatamento e limpeza para a instalação de acampamentos e equipamentos, destinados a canteiros de obras e instalações industriais; 194 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS Área total recuperada após o uso na instalação de acampamentos e equipamentos, destinados a canteiros de obras e instalações industriais; Extensão total de caminhos de serviço construídos que não serão mantidos na fase operacional; Extensão total de caminhos de serviço recuperados após o uso na obra; Área total objeto de desmatamento e limpeza para a instalação de caminhos de serviço que não serão mantidos na fase operacional; Área total objeto de recuperação após o uso como caminhos de serviço; A implantação de vegetação rasteira (gramíneas e leguminosas) será medida em área (metros quadrados) efetivamente recoberta por vegetação viva. As árvores, arvoretas e arbustos serão medidas por unidade plantada (ou por muda) cuja pega estiver garantida, em três etapas: (a) Após o término do plantio, contando o total de espécimes transplantados; (b) Noventa dias após o plantio, contando apenas os espécimes comprovadamente vivos; (c) Duzentos e dez dias após o plantio, contando apenas os exemplares comprovadamente estabelecidos através da brotação. 195 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS Além destes indicadores, o levantamento dos passivos ambientais deve ser apresentado demostrando onde estes foram identificados, através do segmento, lote, quilômetro ferroviário (quando na faixa de domínio), as coordenadas quando fora da faixa de domínio, a descrição do passivo, sua classificação, fotos, a data do levantamento e as medidas específicas adotadas para sua mitigação, conforme descrito na Tabela 23. 196 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS Tabela 23: Cadastramento de Passivos Ambientais FERROVIA DE INTEGRAÇÃO OESTE-LESTE Cadastramento de Passivos Ambientais na Faixa de Domínio e Região Lindeira Localização Segmento: Região: ( ) Plana ( ) Montanhosa ( ) Ondulada ( ) Escarpada Faixa de Domínio: Prioridade: Região Lindeira: Ambos: Classificação de acordo com a tabela 04 Localização: (km) Discriminação do Problema: Lado: Classificação do Problema: Presença de Água: Material: Outras Indicações: D, E, A SD Posição: M, J, A Vegetação: Foto Coordenadas (UTM) – Fuso 24 L X: Y: Registro Fotográfico ou croqui: Ações Ambientais Recomendadas: 197 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS Todas as medidas corretivas e mitigadoras adotadas devem ser resumidas em forma de tabela, apresentando quais foram estas medidas e seus objetivos específicos, conforme Tabela 24. 198 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS Tabela 24: Medidas Corretivas/Preventivas Adotadas para os Passivos Ambientais FIOL – LOTE 02 – PLANILHA DE CONTROLE DE PASSIVOS AMBIENTAIS DATA: LOTE 02: Lev. Prévio 1º Lev. Anual DATA DATA Nº Localização Coord. UTM – Z 24L KM Ref. Lado Classificação Posição Local Tipo Material Cobertura 199 Risco Status Atual Medida Corretiva/Preventiva PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS 4.10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Araújo Filho, J. O. Erodibilidade. Disponível em: Acessado em: Maio, 2008. Bechara, F. C. 2006. Unidades Demonstrativas de Restauração Ecológica Através de Técnicas Nucleadoras: Floresta Estacional Semidecidual, Cerrado e Restinga. Tese (Recursos Florestais). Piracicaba: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 249p. Bellia, Vitor et allii – Introdução à Gestão Ambiental de Rodovias DNIT/IME – Fundação Ricardo Franco, 2006. Carvalho, J. C., Lima, M. C. & Mortari, D. Considerações sobre controle e prevenção de voçorocas. 7º Simpósio Nacional de Controle de Erosão, ABGE, Goiânia, GO, 2001. Carvalho, J. C. Processos erosivos no centro-oeste Brasileiro. Brasília: Universidade de Brasília: FINATEC, 2006. Carvalho, L.M.T. Mapping and monitoring forest remnants: a multiscale analysis of spatio-temporal data. 2001. 150p. Tese (Doutorado em Sensoriamento Remoto)Wageningen University, Wageningen, The Netherlands. CONAMA. Resolução n. 303, de 20 de mar de 2002. Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de áreas de Preservação Permanente. Davide, Antônio C. Seleção de Espécies Vegetais para Recuperação de Arcas Degradadas. Simpósio Nacional de Recuperação de Áreas Degradadas - SINRAD, 1999. Davide, A.C.; Carvalho, L.M.T.; Botelho, S.A. Identificação de áreas com potencial para regeneração natural no entorno do reservatório da UHE-Funil. Lavras: CEMAC/UFLA, 2003. 352p. (Relatório Técnico). Davide, A. C. et al. Restauração de matas Agropecuário, Belo Horizonte, v.21, n.207, p.65- 74, 2000. ciliares. Informe Dutra,G.C; Carvalho, L.M.T, Davide, A.C. Mapeamento do uso e ocupação do solo na bacia de influência da Usina Hidrelétrica do Funil, em Minas Gerais. In: Seminário de Atualização em Sensoriamento Remoto e Sistemas de Informações Geográficas Aplicados à Engenharia Florestal, 7., 2006. Curitiba. Anais... Curitiba: 2006. CD-ROM Fonseca, C. E. L.; Ribeiro, J. F.; Souza, C.C.; Rezende, R. P.; Balbino, V. K. 2001. Recuperação da vegetação de Matas de Galeria: estudos 200 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE PASSIVOS AMBIENTAIS de caso no Distrito Federal e entorno. Pp. 815-867. In: J. F. Ribeiro, C. E. L. Fonseca & J.C. Souza Silva (Org.). Cerrado: caracterização e recuperação de Matas de Galeria. Planaltina: Embrapa - CPAC. Glufke, Clarice. Espécies Florestais Recomendadas para Recuperação de Arcas Degradadas. Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1999. Gonçalves, R. M. G.; Giannotti, E.; Giannotti, J.G. Silva, A.A. 2005. Aplicação de modelo de revegetação em áreas degradadas, visando à restauração ecológica da microbacia do córrego da Fazenda Itaqui, no Município de Santa Gertrudes, SP. Revista do Instituto Florestal 17 (1):73-95. IBAMA. Manual de Reabilitação de Arcas Degradadas. 1990. Instituto Brasileiro de Mineração - IBRAM. Comissão Técnica de Meio Ambiente. Grupo de Trabalho de redação. Brasília, 1992. Landis, J.; Koch, G.G. The measurements of agreement for categorical data. Biometrics, v.33, n.3, p.159-179, mar. 1977. Kageyama, P. Y. Gandara, F. B. 2004. Recuperação de áreas ciliares. Pp. 249-270. In: R.R Rodrigues & H. F. L. Filho (eds). Matas Ciliares: conservação e recuperação. São Paulo USP/FAPESP. Kageyama, Paulo et al. Revegetação de Arcas Degradadas: Modelos de Consorciação com Alta Diversidade. Simpósio Nacional de Recuperação de Áreas Degradadas - SINRAD, 1994. Kopezinski, Isaac. Mineração X Meio Ambiente: Considerações Legais, Principais Impactos Ambientais e Seus Processos Modificadores. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ed. da Universidade. Porto Alegre, 2000. Quinlan, J.R. Induction of decision trees. Machine Learning, v.1, p.81-106, 1986. 201 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS 5 – PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS 5.1 - SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS 5.1.1 - Justificativas O Subprograma de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos enfocará as condições ambientais dos terrenos expostos, que sofram alterações no relevo ou no sistema natural de drenagem ao longo da Faixa de Domínio (FD), áreas de apoio às obras, além das atividades que promovem estas alterações. Tais atividades resultam em alterações dos processos do meio físico, sobretudo em áreas sensíveis, que podem provocar erosões, ravinamentos, voçorocamentos, assim como instabilização de encostas e maciços, levando há cenários de degradação ambiental. Assim, o controle de processos erosivos configura-se de fundamental importância para evitar focos de degradação no contexto da execução das obras. A erosão é um processo natural que tem como agentes principais, nas regiões tropicais, a água e o vento, este especialmente nas áreas onde ocorrem solos francamente arenosos. Os processos erosivos podem ser favorecidos em razão do comprimento e forma dos gradientes, a movimentação do relevo, as características e a composição dos solos e o tipo de uso e cota do lençol freático. A erosão acontece, principalmente, através de escoamento superficial concentrado, provocando o aparecimento de sulcos e ravinas nas encostas mais inclinadas, onde podem ocorrer, também, deslizamentos de terra (quedas de barreiras). Os processos erosivos também são frequentemente acelerados pelas ações humanas, tanto nos casos em que eles suprimem, ou tornam mais ralas, as coberturas dos terrenos pela vegetação, como nas alterações que introduz na topografia, seja pela construção de obras e benfeitorias, seja pela 202 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS extração de materiais de construção. Estas modificações, associadas à necessária conformação do terreno para lhe dar um aproveitamento impossível nas condições naturais, alteram as características da formação dos caudais e provocam impactos que podem ser agravados em determinados locais, dependendo da conjunção do trio: drenagem - declividade e composição do solo - cobertura pela vegetação, e a resistência que apresentam contra a chuva e o fluxo da água em superfície. Este subprograma, esta diretamente, relacionado com o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, onde será apresentado nos Subprogramas de Passivos Ambientais e Subprograma de Plantio Compensatório. 5.1.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS 5.1.2.1 - Objetivo Geral Este Subprograma tem por objetivo estabelecer e padronizar os projetos das obras preventivas e corretivas destinadas a promover o controle da água superficial e profunda, visando evitar os processos erosivos que podem ocorrer a partir da instalação da ferrovia, bem como estabelecer as rotinas de ações destinadas a evitar problemas de instabilização de encostas e maciços, enfocando as áreas de taludes de contenção e aterros, as áreas de extração de materiais de construção e bota-foras, áreas de canteiros de obras e de caminhos de serviço, dentre outras, que pelo manejo inadequado, o subdimensionamento da drenagem superficial, ou chuvas intensas que superem a chuva de projeto, acarretem riscos ao empreendimento. 5.1.2.2 - Objetivos Específicos Os objetivos específicos desta Norma são os seguintes: • Estabelecer projetos padronizados para a drenagem superficial e profunda associada com a proteção contra a ação erosiva das águas em superfície, 203 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS incluindo aquelas captadas pela drenagem profunda (captação do lençol freático), indicando os critérios técnicos para seleção dos métodos de cálculo de velocidades e vazões, permitindo a seleção dos projetos generalizações. a aplicar caso a caso quando passíveis de • Estabelecer um elenco de ações corretivas destinadas a promover o controle dos processos erosivos instalados e decorrentes da obra, bem como evitar problemas de instabilização de encostas e maciços de terra. • Estabelecer uma rotina de inspeções periódicas voltadas a detectar o mais cedo possível os processos erosivos, evitando que se instalem (caráter preventivo) ou que evoluam para uma situação desastrosa. Dentre os elementos preventivos, destacam-se como componentes dos objetivos específicos: • Monitorar e acompanhar os processos de recomposição das áreas até a reconformação do terreno e o reestabelecimento da vegetação; • Estabelecer um sistema de inspeção e acompanhamento da evolução das condições ambientais do empreendimento; • Estabelecer ou reestabelecer a cobertura vegetal nas superfícies expostas. 5.1.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS A Lei Nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto Nº 99.274/90, dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Em seu Art. 4º, afirma que a Política 204 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS Nacional do Meio Ambiente visará: ...VII - (..) obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. O Decreto Nº 97.632, de 10 de abril de 1989, que dispõe sobre a regulamentação do artigo 2º, inciso VIII, da Lei Nº 6.938, determina: Art. 1º - Os empreendimentos que se destinem à exploração de recursos minerais deverão, quando da apresentação do Estudo de Impacto Ambiental – EIA e do Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, submeter à aprovação do órgão ambiental competente um plano de recuperação de áreas degradadas. Em seu Art. 2º, o mesmo decreto define o conceito de degradação: (...) são considerados como degradação os processos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como, a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais. Por fim, em seu Art. 3º, o decreto estabelece a finalidade dos PRAD: “A recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido para o uso do solo, visando à obtenção de uma estabilidade do meio ambiente.” Lei de 10.711 de 05 de agosto de 2003 e Decreto nº 5.153 de 23 de julho de 2004, que institui e regulamenta o Sistema Nacional de Sementes e Mudas – SNSM. Considear a NBR 9061 sobre segurança de escavações a céu aberto e a NBR 11682 sobre estabilidade de encostas. Instrução Normativa nº 09 de 02 de junho de 2005, da Superintendência Federal de Agricultura – SEFAG, que estabelece o Registro Nacional de Sementes e Mudas – RENASEM. Resolução CONAMA 303/2002, que dispõe sobre parâmetros, definições e limites de APPs. 205 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS VALEC. Norma ambiental nº 19 da VALEC (NAVAs) - DRENAGEM SUPERFICIAL E PROTEÇÃO CONTRA EROSÃO, Rio de Janeiro, 2010 5.1.4 - DIRETRIZES 5.1.4.1 - Orientação Os processos erosivos tendem a ser intensificados e favorecidos na medida em que ocorrem o uso e a ocupação humana. O mesmo sucede com a implantação de obras com insuficiência de medidas preventivas e/ou de conservação periodicamente necessárias. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do empreendimento identifica impactos potenciais associados à erosão e ao assoreamento, especialmente nos terrenos expostos em virtude das obras, cuja execução sempre ocasiona alterações no relevo e na configuração natural das drenagens. Entre os agentes impactantes se destacam: • Supressão da vegetação para execução de cortes e aterros, bueiros, galerias e pontes; e obtenção de materiais de construção e caminhos de serviço; • Modificação na topografia, construindo taludes com declividades muito superiores à declividade natural; • Disposição de bota-foras; • Disposição final de resíduos; • Modificação da posição de talvegues, aumentando (erosões potenciais) ou diminuindo a velocidade das águas (assoreamentos potenciais). Tais riscos justificam a implantação do Programa de Prevenção Erosão e Assoreamento, com vistas a evitar danos aos solos, ao sistema hidrográfico, aos mananciais, aos ecossistemas e consequentemente aos seres humanos. 206 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS O controle e a minimização dos danos causados por processos erosivos devem considerar o correto dimensionamento do sistema de drenagem, a implantação e a conclusão de todas as obras de arte correntes – OAC, as obras de terraplanagem, obras de drenagem superficial e dos sistemas de drenagem. Além da implantação das Obras de arte correntes – OAC e as obras de drenagem superficial, a responsável em executar as obras deve prever a compactação do solo suficientemente para evitar os escorregamento e sustentar o desenvolvimento da cobertura vegetal dos aterros, áreas de deposição de material e demais movimentações de solo. O processo de gestão das atividades deve identificar, em cada lote de obras, os elementos caracterizadores do clima da região, do elevo, dos solos e da vegetação. É da análise destes elementos que se identificam as principais causas geradoras ou intensificadoras dos processos erosivos, descritos a seguir: Chuva - No tocante ao elemento do clima a precipitação pluviométrica atua na aceleração da erosão, com maiores ou menores consequências, que dependem da sua distribuição, duração e intensidade. A chuva atua por desagregação do solo, causado pelo impacto das gotas no terreno descoberto e, a seguir, pelo carreamento dos grãos pela correnteza (runoff). Ao instalar sistemas de drenagem superficial para controlar as águas que precipitam sobre a via permanente, a água que, antes, escoava de modo disseminado pela superfície do terreno, muitas vezes com seu fluxo retido pela vegetação, passa a ser conduzida por sarjetas, valetas, banquetas, bueiros e outros dispositivos, concentrando os caudais e aumentando as suas velocidades, com energia suficiente, para gerar processos erosivos destruidores se, não forem adequadamente controlados. Relevo - As características do relevo estão diretamente associadas à ocorrência e a potência dos processos erosivos. Maiores velocidades de runoff podem ser esperados em relevos mais acidentados do que em relevos suaves, e quanto maior a velocidade da água, maior a disponibilidade de energia para desagregar os solos e transportar os grãos. Neste caso, os trabalhos de 207 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS terraplenagem para nivelar as plataformas das vias permanentes sempre criam taludes de contenção e aterros bem mais íngremes do que os taludes naturais, na forma de cortes e aterros, fator que aumenta os processos erosivos. Solo - A natureza dos solos constitui um dos principais fatores indicativos da suscetibilidade dos terrenos à erosão. Quanto mais arenosa a textura do solo, menor o grau de coesão de suas partículas e maior o potencial de instalação e desenvolvimento de processos erosivos, comparativamente aos solos argilosos. Esses processos apresentam-se fundamentalmente associados a deficiências do sistema de drenagem e da proteção vegetal. Vegetação - A cobertura vegetal exerce importante papel na estabilidade dos solos frente à erosão, oferecendo proteção contra o impacto direto das gotas de chuva (reduzindo a potencial desagregação) e impondo barreiras ao deslocamento da água, diminuindo a velocidade do runoff. Destaca-se que, em áreas com grande declividade, a proteção será mais efetiva quando a vegetação fornece sistemas radiculares profundos. O projeto de drenagem superficial, com a condução segura das águas captadas em superfície e/ou em profundidade a locais de deságue seguro, e dos revestimentos de taludes e de plataformas, são um dos mais importantes projetos de proteção do capital investido na construção da infraestrutura ferroviária. A erosão da base de um talude, causando um escorregamento, ou mesmo a erosão profunda da plataforma atingindo os trilhos, pode causar prejuízos incalculáveis, pois à necessidade de correção soma-se a perda pela interrupção do tráfego. Por outro lado, a erosão resulta em assoreamentos à jusante (próximos ou longínquos) que podem representar mudanças significativas no meio ambiente - especialmente em várzeas e corpos hídricos compondo passivos ambientais de difícil mitigação. Como conseqüência, torna-se necessário estabelecer padrões mínimos seguros de projetos de controle da erosão derivada do escoamento superficial (“runoff”) aplicáveis nos casos passíveis de generalização, excetuando assim, evidentemente, os casos especiais, que devem ser objeto de projetos particulares aplicados especificamente em locais pré-selecionados. 208 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS Após a conclusão do sistema de drenagem e a reconformação mecânica dos taludes, ADME, bermas e outras, deverão ser realizadas a revegetação das mesmas. Terraplanagem - Nos serviços de terraplanagem das áreas destinadas às instalações dos acampamentos e das instalações de apoio deverão ser observadas as especificações de obras estabelecidas pela VALEC para os caminhos de serviço e vias de acesso. Também os acessos internos de circulação entre os diversos elementos dos acampamentos e instalações de apoio deverão ser mantidos em boas condições de tráfego para os equipamentos e veículos da construção e da fiscalização, até o encerramento da obra. Para proteger as plataformas onde serão construídas as instalações da empreiteira, devem ser tomados cuidados especiais na execução de desembocaduras do sistema de drenagem nos talvegues, por meio da proteção dos taludes e perfeita interface das obras de arte com o terreno natural, evitando erosão e/ou solapamento das estruturas. Deverá ser garantida a não ocorrência de erosão ou transporte de sedimentos para os talvegues receptores. Além disso, a drenagem dos canteiros e instalações deverá prever estruturas que comportem o tráfego de máquinas e equipamentos pesados durante todo o período da construção. Em todas as áreas onde forem realizadas obras de terraplanagem e que devam ser objeto de futura recuperação (tais como: acampamentos, áreas de empréstimos e de bota-fora, etc.), será necessário prever a remoção, transporte e apropriado armazenamento, em separado e visando a futura reutilização do material retirado, que corresponda à camada fértil do terreno. O contratado será responsável pela manutenção das características do material até o momento do reaproveitamento. Para a rápida e eficiente recuperação ambiental das áreas que houver revolvimento de solos, as ações de implantação do sistema de drenagem, reconformação e revegetação devem ser realizadas concomitantemente a execução da terraplanagem. 209 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS Limpeza e Preparo do Terreno - A limpeza e o preparo do terreno consistirão na remoção de todo material de origem orgânica presente na área de implantação das obras, áreas de empréstimo e outras que se fizerem necessárias. O preparo do terreno incluirá o desmatamento, o destocamento e a raspagem da camada vegetal (limpeza), até superfície livre de materiais indesejáveis, ou até o limite determinado pela equipe de fiscalização. É vedado o uso de agrotóxicos (herbicidas, desfolhantes, ou outros) em qualquer das tarefas de preparo do terreno. Antes de iniciar o processo de desmatamento a empreiteira deverá executar os procedimentos do Subprograma de Salvamento da Flora e Produção de Mudas em Viveiros. O material passível de multiplicação deverá ser encaminhado ao viveiro, construído e operado segundo indicado no referido subprograma. Como a etapa de desmatamento é aquela em que ocorrem encontros com a fauna em maior densidade, os envolvidos na atividade devem receber instruções específicas para demandar os serviços da equipe encarregada da execução do Subprograma de Salvamento da Fauna. Caso seja necessário transplantar indivíduos vegetais singulares (principalmente epífitas), a tarefa será realizada com base no Subprograma de Transplante de Espécimes da Flora. Deverão ser tomadas todas as providências para a preservação da paisagem natural, limitando-se o desmatamento às áreas estritamente necessárias à execução das obras e movimentação de veículos e máquinas, adotando técnicas que minimizem os impactos ambientais. A limitação do desmatamento deverá corresponder ao mínimo necessário para as obras em todas as áreas recobertas por matas ciliares (que são áreas de preservação permanente Os materiais oriundos da operação de limpeza e destocamento deverão ser removidos para as áreas de bota-fora e ali dispostos de modo a evitar a erosão. Posteriormente, se forem necessários, deverão ser passíveis de serem retomados para uso na recuperação de áreas degradadas, em conformidade com o Subprograma de Recuperação de Áreas Degradadas. Em hipótese alguma esses materiais serão lançados em rios, baixadas ou reservatórios, 210 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS sendo vedada também a eliminação destes materiais pelo fogo (Resolução CONAMA 020/86 e Decreto 2661/98). As áreas desmatadas, e/ou raspadas, e/ou limpas da vegetação que deixem o solo exposto deverão ser rapidamente revegetadas ou protegidas para minimizar a erosão durante todo o período das obras. Após o uso, fazendo parte da desmobilização, a área degradada será recuperada e mantida até que seja garantida a funcionalidade da recuperação. Caminhos de Serviço e Vias de Acesso Sempre que possível os caminhos de serviço e vias de acesso deverão evitar traçados que resultem na necessidade de desmatamento. Esta mesma regra deverá ser respeitada na seleção de áreas para acampamentos e para instalações industriais de apoio. Qualquer execução de nova via de acesso ou modificação de vias existentes deverá ser acompanhada de obras de drenagem suficientes para garantir a não ocorrência de processos erosivos. Todos os taludes produzidos por corte ou aterro deverão ser drenados através de canaletas, com utilização de degraus e caixas de dissipação de energia, onde necessário. • Caso as vias de acesso, ou os caminhos de serviço, exigirem a remodelação de pontes e a transposição de cursos de água em geral, tais obras deverão ser realizadas com base no dimensionamento da vazão na seção em questão, e as obras realizadas deverão garantir o livre escoamento das águas. • Nos casos em que o nível do lençol freático possa comprometer o suporte do leito da estrada, o lençol deverá ser rebaixado mediante drenagem subterrânea, por drenos interceptantes. 211 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS • Toda obra situada em áreas alagáveis ou sujeitas a inundações deverá receber proteção adequada através de revestimentos, enrocamento ou providências similares, garantindo sua estabilidade e evitando erosão. • Qualquer via de acesso, trilha ou caminho de serviço deverão ser executados preferencialmente com as condições técnicas necessárias para atender a finalidade específica a que se destina no apoio à execução das obras. No entanto, essas vias poderão ser compartilhadas, inclusive e se necessário reprojetadas, mediante acordo, como medida compensatória às comunidades que, eventualmente, sejam diretamente afetadas, bastando que sejam atendidas as medidas de segurança pertinentes. • Todas as precauções e estruturas necessárias ao controle e segurança do uso das vias e caminhos de serviço deverão ser executadas e previstas nos quantitativos da obra. • O projeto vertical e horizontal das vias deve ser regido pela mínima interferência com o meio ambiente, buscando facilitar a execução da drenagem e garantindo a não ocorrência de processos erosivos ou realizando desmatamentos excessivos ou desnecessários (Lei 7803/89 e MPV 2080). • As vias e caminhos de serviço deverão, tanto quanto possível, acompanhar as curvas de nível transpondo-as de forma suave, onde necessário. Nos casos em que não seja possível evitar rampas acentuadas, deverá ser previsto revestimento com pedra e/ou cascalho (revestimento primário), facilitando o tráfego e evitando erosão. Áreas de Empréstimo e de Bota-fora - Os serviços de terraplenagem para instalação e extração de solos de áreas de empréstimo também devem ser planejados visando, ao longo de sua utilização, evitar processos erosivos. Na exploração e controle dessas áreas deverão ser adotadas, obrigatoriamente, técnicas que envolvam a obtenção de declividades suaves, a execução de terraceamento entre bancadas no caso de 212 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS escavação de taludes altos e a revegetação dos taludes após a conclusão dos serviços. Todos os taludes gerados em áreas de empréstimo ou de bota-fora deverão ser protegidos contra a ação erosiva das águas pluviais, até que tais áreas sejam recuperadas em sua forma definitiva. Poderão ser utilizadas estruturas simples, adequadas a instalações temporárias, devendo-se, entretanto tomar as providências necessárias para evitar o carreamento de material para os cursos d’água e talvegues próximos. Nas áreas de bota-fora deverão ser espalhado e compactado todo o material escavado e não utilizado. Separadamente deverá ser estocado o material proveniente da camada superficial, rica em matéria orgânica, que deve ser reutilizado na recomposição das áreas alteradas. Drenagem das Águas Superficiais - deverá ser executada para evitar os riscos de carreamento dos solos expostos durante as épocas de construção e, após, de desmobilização. Todos os pontos de descarga das sarjetas e valetas no terreno natural deverão receber proteção contra erosão, através da disposição de brita, grama ou caixas de dissipação de energia. Nos casos em que houver risco de transporte de sedimentos, deverão ser previstas caixas de deposição de sólidos, as quais deverão receber manutenção periódica. Os projetos dos sistemas de drenagem superficial e profunda e o de proteção contra erosão deverão seguir os ditames do Subprograma de Drenagem e Proteção contra Erosão, observando: • Quando a declividade for muito acentuada, as canaletas deverão ser construídas na forma de escadas, com caixas de dissipação de energia intermediárias sempre que necessário; • Em nenhuma hipótese se admitirá a interligação dos sistemas de drenagem de águas pluviais com sistemas de esgotamento sanitário, que deverão estar contemplados por sistemas próprios. (Decreto 24643/34; Lei 9433/97 e Resolução CONAMA 020/96); 213 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS • Independentemente da exigência de sistema separador, a rede de drenagem deverá dispor de caixas separadoras de óleo e graxa, em pontos estratégicos do sistema, antes da disposição final, de modo a recolher e separar águas provenientes da lavagem de máquinas e veículos. (Resolução CONAMA 09/93; Decreto 24643/34; Lei 9433/97 e Resolução CONAMA 020/96). 5.1.5 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO O empreendedor deverá utilizar as mais eficientes técnicas construtivas, e que provoque a menor intervenção possível nos recursos naturais. Os processos erosivos excepcionalmente identificados, que fujam do controle proposto pelo projeto de engenharia devem ser controlados por outras técnicas, entre as quais a utilização de bacias de contenção, enleiramentos, murunduns, entre outras. A equipe técnica deve ser composta ao mínimo por um profissional da área de engenharia civil/agronomia. A partir das linhas de ação estabelecidas deverão ser desenvolvidas as atividades relacionadas a seguir, associadas às etapas do empreendimento: • Seleção da equipe técnica para realização do Subprograma de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos. • Orientação da equipe do Subprograma com relação aos aspectos referentes à obra, relacionados, com os projetos, básico e executivo, detalhes da conservação do meio ambiente, assoreamentos, cortes, aterros, bota-fora, cascalheiras e topografia. • Sistematização, junto com o empreendedor, das informações sobre as frentes de obras, dos cronogramas e dos prazos de execução, explicitando as áreas e ou pontos diretamente relacionados ao Subprograma de Controle e Monitoramento de Processos Erosivos. 214 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS • Definição, junto com a Equipe de Gestão Ambiental da Obra, das estratégias comuns entre este Subprograma e os outros Programas Ambientais. • Definição, junto com a equipe de Gestão Ambiental da Obra, das áreas prioritárias para desenvolvimento das ações relacionadas com a implantação das obras de drenagem superficial e de proteção contra erosão, com base nas informações de caracterização do clima, relevo, solos, geotecnia e hidrologia, bem como nos projetos de engenharia dos cortes e aterros. • Após realizar as tarefas previstas nos procedimentos antes relatados, a equipe responsável pela execução do Subprograma de Drenagem Superficial e Proteção Contra Erosão, deverá revisar o Plano de Trabalho existente, a fim de ajustá-lo à realidade local (por lote de obras), levando em conta o cronograma de investimentos e o cronograma das atividades aprovado pelo empreendedor. • Definição, elaboração e padronização de projetos de drenagem superficial e profunda associada com a proteção contra a ação erosiva das águas em superfície. • Indicação dos critérios técnicos para seleção dos métodos de cálculo de velocidades e vazões para melhor adequação dos projetos padronizados com as características do empreendimento, a fim de obter segurança e eficiência da drenagem superficial e profunda. • Listagem das ações de intervenção corretiva ou preventiva contra processos erosivos e problemas de instabilização em taludes de contenção, aterros e maciços de solos. • Instalação dos dispositivos de drenagem superficial e profunda, e de controle de erosão. 215 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS • Sistematização de procedimentos para acompanhamento da implantação das ações corretivas e monitoramento dos processos erosivos de modo a confirmar a eficiência das intervenções bem como antecipar correções em áreas com início de processo erosivo e corrigir áreas aonde um processo de contenção de erosão não foi eficiente. • Recomposição da vegetação nas áreas sujeitas a processos erosivos com superfície expostas as águas superficiais. 5.1.6 - MÉTODOS 5.1.6.1 - Dimensionamento de Drenagem Superficial Aqui se trata do dimensionamento de dispositivos capazes de captar e conduzir adequadamente as águas superficiais de modo a preservar a estrutura da via, bem como possibilitar sua operação durante a incidência de precipitações intensas. Desta forma, os dimensionamentos a serem obtidos devem abordar, basicamente, o dimensionamento dos seguintes dispositivos: sarjetas de aterro, valetas de proteção para cortes e aterros, sarjetas de corte e sarjeta das banquetas de corte e aterro. 5.1.6.2 - Dimensionamento de Obras de Arte Correntes Os projetos de obras de arte correntes tratam especificamente de bueiros que, dependendo da sua localização ou finalidade, são denominados de bueiro de grota ou bueiro de greide. Os bueiros de grota são condutos destinados à passagem de um lado para o outro, sob o corpo do aterro, das águas provenientes da bacia hidrográfica cujo talvegue cruza a ferrovia. Já os bueiros de greide são dispositivos destinados a conduzir para local seguro, as águas coletadas pela sarjeta de corte ou outro dispositivo de drenagem superficial. Os bueiros devem ser dimensionados adotando-se o conceito de vazão crítica, para uma descarga calculada para um período de retorno de 216 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS 25 anos e verificada a altura da carga hidráulica a montante, para uma descarga calculada para um período de retorno de 50 anos. 5.1.6.3 - Dimensionamento de Descidas D’água Serão utilizadas em cortes e aterros, sendo que nos cortes serão sempre em degraus, dimensionadas de acordo com a geometria do corte e a vazão contribuinte. Nos aterros terão como finalidade principal o esgotamento das águas da plataforma, coletadas pela sarjeta de bordo do aterro e poderão ser em degraus ou lisas (rápidos). 5.1.6.4 - Revegetação A revegetação é um processo de proteção vegetal que consiste na utilização de vegetais diversos com o fim de preservar áreas expostas (taludes, áreas de empréstimos, banquetas, descidas d'água, sarjetas, etc.), dando-lhes condições de resistência à erosão. A proteção vegetal deverá ser realizada de acordo com a Especificação Técnica para Revestimento Vegetal 80-ES00F-14-7004 e, no que couber, deve ser complementada pelo uso das Normas Ambientais da VALEC. De acordo com a exigência expressa nas licenças ambientais, as áreas cujas obras foram concluídas ou paralisadas não devem permanecer sem o lançamento da cobertura vegetal inicial, nos seguintes períodos: (i) 15 (quinze) dias no período chuvoso (novembro a abril) e (ii) 60 (sessenta) dias no período seco (maio a outubro). Os processos a serem empregados no revestimento vegetal de taludes, sarjetas, valetas áreas onde se pretenda obter efeitos paisagísticos, deverão ser: • Mudas. Processo manual empregado nos casos de terrenos planos ou de pouca declividade; 217 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS • Hidrossemeadura. Este processo mecânico poderá ser aplicado em qualquer tipo de terreno, desde que convenientemente preparado. Consiste na aplicação de uma mistura de sementes, adubos, material de enchimento, substâncias adesivas, em água e lançados na superfície da área, com a finalidade de pronto restabelecimento da vegetação. Deverão ser pesquisados os tipos e jazidas dos materiais que tecnicamente atendam as exigências de adaptabilidade à região, tais como: • Placas. As placas de grama deverão ter dimensões uniformes, com formatos retangulares ou quadrados. • Mudas. As mudas deverão apresentar ótimo desenvolvimento e aspecto fitossanitário a fim de garantir o pegamento das mesmas. Deverão também ser produzidas em áreas próprias e próximas dos pontos de trabalho. • Sementes. Serão utilizadas sementes de espécies de gramíneas e leguminosas, sempre consorciadas. Poderão ser utilizadas espécies de gramíneas e leguminosas perfeitamente adaptadas à região, tendo como principais características o forte enraizamento e excelente desenvolvimento de suas partes aéreas. Para as sementes haverá necessidade de apresentação de certificado garantido à pureza e poder germinativo, cujos percentuais nunca poderão ser inferiores a 92%. As sementes das leguminosas serão inoculadas com bactérias do gênero Rhizobium. Sempre que possível, deverão ser utilizadas preferencialmente espécies nativas. • Matéria Orgânica. Deverá ser utilizado de preferência o resíduo vegetal proveniente da limpeza da faixa estradal. Podendo ser utilizado ainda 218 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS à turfa, o esterco de curral, ou ainda qualquer resíduo orgânico, desde que bem curtidos, a fim de não prejudicarem o desenvolvimento das gramíneas. Deve-se priorizar a reutilização da camada superficial do solo (horizonte A), que foi movimentada durante os trabalhos de escavação e movimentação de solo. Este material possui fertilidade natural elevada e contém um banco natural de sementes nativas. Esse materialdeverá ser aramazenado em montes ou leiras protegidas das intempéries climáticas. Posteriormente, esta camada de solo deverá ser utilizada na recompasição das áreas alteradas, como, nas saias de aterros, cortes, pulmão de britas entre outras áreas. O solo da camada superficial (horizonte A), deverá ser aramazenad separadamente e protegido da ação das chuvas. Posteriormente, este solo deverá ser utilizado na recuperação das áreas alteradas pelas obras, considerando a sua fertilidade natural e o “banco de sementes” existente neste horizonte. • Material Protetor ou de Cobertura. Estes materiais destinam-se a proteger as sementes contra os raios solares e aumentam o poder de retenção da umidade. Para a formação de cobertura morta serão empregados papelões triturados, jornais triturados, detritos vegetais e casca de cereais. • Fertilizantes e Corretivos. Deverá ser apresentado o certificado de procedência, com todas as informações de origem, formulação química, pureza e compatibilidade dos fertilizantes e corretivos. • Defensivos. Será obrigatório o emprego de produtos de comprovado efeito, sempre de baixa toxidez e boa compatibilidade no combate e controle às pragas e doenças ou ainda preventivamente. 219 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS • Análise do Solo. A análise do solo poderá ser realizada durante a execução dos trabalhos de terraplenagem, a fim de estabelecer os quantitativos mínimos de macro e microelementos, bem como a determinação do PH do solo para conhecer a necessidade ou não de efetuar-se a calagem. No caso de solo com PH ácido serão utilizados como fonte reguladora de acidez o calcário dolomítico e cal hidratada, bem fina, cujos quantitativos serão determinados em conformidade com os resultados das análises. 5.1.7 - EXECUÇÃO DAS TAREFAS DE REVEGETAÇÃO • Mudas. Antes do plantio das mudas, alguns cuidados deverão ser observados como: correção dos pontos erodidos, além da regularização de toda a área e espalhamento da matéria orgânica. 5.1.8 - EXECUÇÃO DAS TAREFAS DE REVEGETAÇÃO POR HIDROSSEMEADURA • Utilização de Sementes. Nos trabalhos de hidrossemeadura serão utilizadas, as espécies gramíneas Hiparrhenia rufa, Brachiaria decumbes, Melinis minutiflora, Cynodon dactylon, como material obrigatório, misturadas, aplicando-se no mínimo, a um só momento, duas espécies, pois além de se completarem em desenvolvimento radicular e aéreo, são espécies perenes. As espécies gramíneas Lolium perene e Festuca rubra utilizadas em hidrossemeadura como material acessório, isto é, espécies que não apresentarão excelente desenvolvimento por não estarem em seu meio ótimo, mas que por apresentarem germinação muito rápida (3 dias) darão condições de retenção de toda mistura lançada nas áreas degradadas, e através desta retenção, permitirá a germinação das outras espécies, o que ocorrerá no prazo mínimo de sete dias. A execução do plantio das espécies leguminosas consorciadas às gramíneas será feita tendo em vista o tamanho das sementes, podendo ser utilizada uma ou mais espécies das relacionadas. As espécies cujas sementes apresentarem tamanho reduzido, poderão ser introduzidas, concomitantemente às gramíneas, sendo que, as que apresentarem de forma inversa, deverão ser plantadas anteriormente à aplicação da 220 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS hidrossemeadura, já que a outra causará problemas de entupimento das bombas de hidrossemeadura. • Preparo da área. O preparo da área consiste na melhoria de suas condições através de trabalhos de regularização de sulcos e erosões pronunciadas das superfícies, para posteriores aplicações de corretivos de solos, de matéria orgânica, plantio de leguminosas de tamanho grande e por fim a hidrossemeadura propriamente dita; condições para que as mesmas não venham a inibir a germinação e o desenvolvimento das gramíneas e leguminosas. • Testes de Adaptabilidade. Antes da escolha definitiva das espécies a serem utilizadas, deverão ser utilizados testes de campo que permitam uma avaliação do grau de adaptabilidade destas espécies às condições ecológicas da região, (quaisquer que sejam as espécies selecionadas). Tais testes deverão ser objeto de um cuidadoso planejamento, os quais deverão ser posteriormente submetidos, à apreciação da equipe de Gestão Ambiental do empreendimento. 5.1.8.1 - Acompanhamento e Avaliação do Processo de Revegetação Deverão ser realizadas ações de manutenção e de correção das soluções implantadas, sempre que necessário. Além disso, para o registro sistemático e avaliação do custo-efetividade das soluções projetadas, serão realizados registros fotográficos semanais e descrição mensal dos resultados obtidos, até um ano após a conclusão das obras. Como informação adicional para a avaliação do custo efetividade será considerado o resultado de análises dos solos onde foram instaladas as soluções, pelo menos granulometria, teor de umidade, limites de consistência e fertilidade. 221 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS 5.1.9 - CRONOGRAMA Este subprograma deve ser executado durante toda a vida útil da FIOL, desde a fase de projeto até a de conservação da via permanente, quando os processos erosivos serão gerenciados e recuperados como tarefa de conservação de rotina e como passivos ambientais segundo o Subprograma de Recuperação de Áreas Degradadas e o Programa de Recuperação de Passivos Ambientais. 5.1.10 – RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO VALEC. A VALEC é a responsável pela execução do presente Subprograma. A VALEC, só ou em conjunto com CONSULTORAS especificamente contratados, é responsável pelas ordens de serviço que indicam os locais e as quantidades em que deverão ser construídos ou implantados os projetos padrão. A VALEC, só ou em conjunto com CONSULTORAS especificamente contratadas, realizará a fiscalização dos serviços e obras, verificando a localização do trabalho realizado pelas CONSTRUTORAS e sua adequação quanto à qualidade e a quantidade dos dispositivos. IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambiental dos Estados. IBAMA e os organismos estaduais de licenciamento ambiental são os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97 e, assim, pela fiscalização do atendimento das condições estabelecidas nas licenças concedidas, sob os pontos de vista tempestivo, quantitativo e qualitativo. 222 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS Empreiteiras Contratadas. O contratado é responsável, perante a legislação ambiental aplicável, por todas as obras e instalações de apoio que estiver realizando e utilizando, bem como pelas conseqüências legais das omissões e/ou das ações empreendidas pelos seus empregados, prepostos e subempreiteiros. Neste sentido, o contratado deverá eximir judicialmente a VALEC e seus dirigentes, prepostos e empregados da responsabilidade por tais omissões e/ou ações. A inobservância e/ou a não exigência da aplicação destas especificações por parte da fiscalização da VALEC não exime a contratada da responsabilidade pelas suas ações e omissões. É de responsabilidade da contratada a obtenção das licenças ambientais de instalação e de operação de acampamentos e de instalações de apoio, bem como das permissões para extração de materiais naturais de construção (pedreiras, cascalheiras, portos de areia, etc.) e de desmatamento, quando estiverem fora da faixa de domínio da FIOL. Tais licenças devem ser obtidas previamente pela contratada junto aos órgãos ambientais competentes, antes de qualquer atividade construtiva. A não apresentação destas licenças formalmente para a fiscalização impossibilitará a medição e o pagamento dos serviços realizados 5.1.11 - INTER-RELAÇÃO ENTRE PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS Os programas e subprogramas que estão correlacionados com este Subprograma são: Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, Subprograma de Passivos Ambientais; Subprograma de Gerenciamento de Resíduos; Programa de Proteção da Flora (Resgate da Flora, Produção de Mudas em Viveiros, Minimização de Desmatamentos e Plantio Compensatório) e Subprograma de Monitoramento e Controle da Qualidade da Água. 5.1.12 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO A avaliação do desempenho é um conceito moderno que vem sendo cada dia mais adotado como forma de se aperfeiçoar a gestão pautando-se sobre os resultados alcançados. Pode ser definida como a identificação e mensuração das ações que os colaboradores de uma organização realizaram durante determinado período, e tem como objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual e coletivo dos 223 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS funcionários e processos, promovendo o crescimento aperfeiçoamento buscando-se sempre um melhor desempenho. e Através da avaliação de desempenho é mais fácil fornecer feedback aos gestores e colaboradores, baseado em informações sólidas e tangíveis, bem como auxiliá-las no caminho da melhoria contínua, buscando retroalimentar os processos de forma a subsidiar a revisão de estratégias e métodos de trabalho, minimizando os efeitos da tendência à entropia e melhorando as práticas, reciclando e fornecendo condições de sobrevivência em ambientes turbulentos e mutáveis. A atual gestão do desempenho calcada sobre resultados pressupõe a atribuição de métricas para transformar quaisquer informações possíveis em dados tangíveis visando facilitar a avaliação e acompanhamento do desempenho do avaliado. Ao discorrer sobre o quesito “Eficiência”, considera-se a definição do termo de que eficiência, diz respeito a “como fazer” e está relacionada às ações a serem realizadas ao nível operacional em relação ao tempo, ou seja, de acordo com um plano ou programa préelaborado como parte do planejamento estratégico, seu cronograma e tudo mais que o compõe. Ao discorrer sobre o quesito “Eficácia”, considera-se a definição do termo de que eficácia diz respeito ao “objetivo ou resultado” e está relacionado à capacidade de realizar efetivamente o que foi proposto, indicando resultados sob métricas que indicassem desempenho. Para tanto, a aplicação deste subprograma deve ter como metas: Conservar 100% os caminhos de serviço, acessos e drenagens, para evitar a instalação de processos erosivos; Instalar dispositivos de drenagem da água pluvial dotados de controle de processos erosivos em 100% das zonas com relevo movimentado e ocorrência de solos suscetíveis à erosão; 224 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS Construir 100% os taludes de acordo com as diretrizes das normas brasileiras e da VALEC, respeitando a inclinação das encostas, as características dos solos e do substrato rochoso; Compor ou recompor 100% das áreas expostas com vegetação de modo a protegê-las da ação erosiva das águas superficiais. Para avaliação da implantação do Programa são considerados os seguintes indicadores: • Registro (ficha de monitoramento) de escoamento superficial nas calhas de drenagem sem ocorrência de transbordamento; • Registro (ficha de monitoramento) da estabilidade dos processos (destacamento e arraste de solo ou material inerte), pelas águas das chuvas, nos taludes de contenção e aterros; • Registro (quantidade e conteúdo) das áreas recompostas por vegetação; • Registro (ficha de monitoramento) da eficiência das bacias de dissipação; • Registros (ficha de monitoramento) de taludes de contenção e aterros estabilizados; • Registro (quantidade e conteúdo) dos focos de erosão combatidos. O levantamento dos locais com processos erosivos existentes, assoreamentos e potenciais de ocorrência deve ser transcrito conforme a 225 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS Tabela 25, indicando o km ferroviário ou a coordenada geográfica, a descrição da situação encontrada, a classificação, a data da medição e as medidas específicas para cada ponto: Tabela 25: Levantamento dos Locais com Processos Erosivos Existentes, Assoreamentos e Potenciais de Ocorrência Km/Coordenadas Geográficas Descrição da Situação Data Medidas Específicas Devem ser descritas as metodologias do levantamento e da classificação dos processos erosivos e assoreamentos, bem como a periodicidade deste levantamento. Devem ser apresentados os modelos da disposição das medidas preventivas e corretivas adotadas. Todos os locais considerados mais críticos ou graves do ponto de vista ambiental, devem ser plotados em imagens de satélite. As estruturas implantadas no trecho devem ser apresentadas conforme a Tabela 26, indicando, a quantidade de bacias de contenção implantadas, a quantidade linear de canaletas definitivas, a quantidade de obras de arte, área de taludes com corte e aterros, áreas já hidrossemeadas e a extensão total dos caminhos de serviço. 226 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS Tabela 26: Resumo das Estruturas Implantadas no Trecho Quantidad e de Bacias de Contenção Quantidad e Linear de Canaletas Definitivas (m) Quantidad e de Obras de Arte Área de Talude s com Corte e Aterro Área já Hidrossemead a Extensão Total dos Caminho s de Serviço A composição da hidrossemeadura deve ser descrita para cada ponto em que foi utilizada. As medidas corretivas e mitigadoras adotadas para cada não conformidade devem ser apresentadas conforme a Tabela 27. Tabela 27: Medidas Corretivas e Mitigadoras Adotadas Medidas Objetivo Específico 227 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS 5.1.13 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS CEDERGREN, H. R. - SEEPAGE, DRAINAGE, AND FLOW NETS. JOHN WILEY & SONS. INC. U.S.A., 1967. CHOW, W. T. - HANDBOOK OF APPLIED HYDROLOGY. MCGRAW-HILL, 1975. DER - MANUAL DO PROJETO, PARTE III - ANEL RODOVIÁRIO DE SÃO PAULO. DNER – MANUAL DE DRENAGEM DE RODOVIAS -1990 - TOMO III - PÁGS 303 A 342 E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. DNIT - MANUAL DE DRENAGEM DE RODOVIAS. RIO DE JANEIRO, 2006. LOPES, M. “GEOTÊXTEIS EM VIAS DE COMUNICAÇÃO”. LABORATÓRIO NACIONAL DE ENGENHARIA CIVIL, ITG 25, LISBOA, 1997. LORENA, M. “DRENAGEM TRANSVERSAL E LONGITUDINAL DE CAMINHOS DE FERRO - MODERNIZAÇÃO DA LINHA DO NORTE”. COBA, 1990. MARTINS, F. “DIMENSIONAMENTO HIDROLÓGICO E HIDRÁULICO DE PASSAGENS INFERIORES RODOVIÁRIAS PARA ÁGUAS PLUVIAIS”. DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA F. C. T. DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA, MARÇO DE 2000. MOULTON, L. K. - HIGHWAY SUBDRAINAGE DESIGN - REPORT FHWA - TS 80 - 224. U.S. DEPARTMENT OF TRANSPORTATION, 1980. NATIONAL HIGHWAY INSTITUTE. PAVEMENT SUBSURFACE DRAINAGE DESIGN - COURSE NHI 13126. FEDERAL HIGHWAY ADMINISTRATION, 1998. SOUSA, E.; MONTEIRO, A. “DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL E IMPLANTAÇÃO DE COLECTORES”. INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO, LISBOA, PORTUGAL1990. VALEC/CONCREMAT - PROJETO DE ENGENHARIA DA FERROVIA NORTESUL, 2004. VALEC - SUPRO - ESPECIFICAÇÕES GERAIS PARA O PROJETO DE DRENAGEM E OBRAS DE ARTE CORRENTES - 80.EG.000F.10.7001 - ITEM 3.2. ESTUDO DE REBAIXAMENTO DO LENÇOL FREÁTICO, 2005. VALEC. Norma ambiental nº 19 da VALEC (NAVAs) - DRENAGEM SUPERFICIAL E PROTEÇÃO CONTRA EROSÃO, Rio de Janeiro, 2010 228 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE PROCESSOS EROSIVOS VERTEMATTI, J. C. - DRENAGEM SUBTERRÂNEA: ASPECTOS TEÓRICOS, CONSTRUTIVOS E ECONÔMICOS. CURITIBA, CASA DOS TENISTAS. 1998. VERTEMATTI, J. C. (COORD). MANUAL BRASILEIRO DE GEOSSINTÉTICOS. EDGARD BLÜCHER. SÃO PAULO, 2004. VERTEMATTI, J.; AGUIAR, P. “SISTEMAS DRENANTES - ASPECTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS”. EDIÇÃO DE AUTOR, 1977. VILLELA, S. M.; MATTOS, A. HIDROLOGIA APLICADA, SÃO PAULO: MCGRAW-HILL DO BRASIL, 1975. 229 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES 5.2 - SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES 5.2.1 - Justificativas As obras de instalação da ferrovia implicam na implantação de estruturas e na execução de diversas atividades que geram diferentes classes de resíduos, desde inertes até perigosos. Os resíduos sólidos gerados serão provenientes da supressão da vegetação (solo, poda e agregados), de materiais e equipamentos utilizados no empreendimento (papel, papelão, metais, madeiras e plásticos), dos acampamentos, canteiros de obras e instalações de apoio (hospitalar, escritório, domésticos) e da execução da instalação (entulhos da construção, pedaços metálicos, tintas, dormentes e etc). O Subprograma de Gerenciamento de Resíduos e Efluentes apresenta um conjunto de recomendações e procedimentos que visam reduzir a geração de resíduos, assim como estabelecer procedimentos que serão observados durante o manuseio e destinação final dos resíduos gerados nas obras de construção da ferrovia. Alem disso, estabelecerá diretrizes para a coleta, tratamento e disposição final dos efluentes líquidos provenientes dos canteiros de obras e frentes de trabalho, entre os quais incluem: efluentes sanitários gerados em escritórios, alojamentos e demais instalações de apoio; efluentes domésticos oriundos das cozinhas e refeitórios; e efluentes industriais gerados nas oficinas, pátios de estocagem de materiais e frentes de trabalho. Como consequência, se torna necessário estabelecer procedimentos rotineiros e controlados que também induzam as construtoras contratadas ao comportamento responsável, neste caso, reduzindo a produção de resíduos, reciclando-os quando possível e dispondo-os adequadamente quando a única opção for o descarte, reduzindo a possibilidade de gerar impactos e garantir a manutenção de padrões ambientais qualificados no mínimo como aceitáveis. 230 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES A correta e disciplinada implantação deste subprograma tem a finalidade de garantir a mitigação e minimização de impactos adversos e a plena conformidade com as melhores práticas no que concerne a produção e disposição final de efluentes líquidos e resíduos sólidos, seja durante a fase de implantação, sejam durante a fase de operação. 5.2.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES DE CONTROLE E 5.2.2.1 - Objetivo Geral Este subprograma visa a estabelecer as medidas e as técnicas mínimas a serem adotadas pelas empreiteiras contratadas pela VALEC para o correto gerenciamento de resíduos e efluentes na construção e na operação das ferrovias cujas concessões são de responsabilidade da contratante, necessário à eliminação e/ou redução dos impactos negativos gerados pela produção de efluentes líquidos e de resíduos sólidos, quando comparado com a disposição destes materiais indesejáveis na natureza. 5.2.2.2 - Objetivos Específicos Neste sentido, visando minimizar os riscos envolvendo o meio ambiente, saúde e segurança este subprograma tem como objetivos proporcionar: • O gerenciamento de efluentes líquidos desde os sistemas de coleta de efluentes sanitários e efluentes contaminados com hidrocarbonetos, contemplando a administração de pessoas, equipamentos e processos relacionados às atividades de geração, recuperação, reaproveitamento, reciclagem, minimização, coleta, drenagem, tratamento e disposição final dos efluentes; 231 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES • O gerenciamento de resíduos sólidos contemplando tanto o manuseio quanto a classificação, segregação, quantificação, armazenamento temporário, transporte (interno e externo) e disposição final; • O gerenciamento de resíduos oriundos das instalações dos serviços de saúde. 5.2.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS Neste subprograma serão considerados aspectos da legislação pertinente aos resíduos sólidos, efluentes e também ao serviço de saúde, sendo eles: 5.23.1 - Efluentes Líquidos • A NBR 7.229 - Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos, fixa as condições exigíveis para projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos, incluindo tratamento e disposição de efluentes e lodo sedimentado, com o objetivo de preservar a saúde pública e ambiental, a higiene, o conforto e a segurança dos habitantes de áreas servidas por estes sistemas. O tanque séptico é uma unidade cilíndrica ou prismática retangular de fluxo horizontal, para tratamento de esgotos por processos de sedimentação, flotação e digestão. O sistema de tanque séptico é o conjunto de unidades destinadas ao tratamento e à disposição de esgotos, mediante utilização de tanque séptico e unidades complementares de tratamento e/ou disposição final de efluentes e lodo. Este sistema é aplicado primordialmente ao tratamento de esgoto doméstico e, em casos justificados, ao esgoto sanitário, sendo somente indicado para (ABNT, 1993): Áreas desprovidas de rede pública coletora de esgoto; Alternativa de tratamento de esgoto em áreas providas de rede coletora local; 232 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES Retenção prévia dos sólidos sedimentáveis, quando da utilização de rede coletora com diâmetro e/ou declividade reduzidos para transporte de efluente livre de sólidos sedimentáveis. • A NBR 13.969 - Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e operação, tem por objetivo fornecer alternativas de procedimentos técnicos para o projeto, construção e operação de unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos de tanque séptico, dentro do sistema de tanque séptico para o tratamento local de esgotos (ABNT, 1997). • Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos d’água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos d’água, após o devido tratamento e desde que obedeçam às condições, padrões e exigências dispostos nesta resolução e em outros Programas aplicáveis, de acordo com o Artigo 34 desta resolução (BRASIL, 2005). • A NBR 14.605 - Posto de serviço - Sistema de drenagem oleosa, estabelece os parâmetros para concepção, instalação e operação do sistema de drenagem oleosa para postos de serviço. O sistema de drenagem oleosa (SDO) é um sistema cujas funções são reter os resíduos sólidos sedimentáveis, coletar e conduzir o afluente oleoso para um separador de água e óleo (SAO), onde é feita a retenção da fração oleosa livre (ABNT, 2000). 233 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES 5.2.3.2 Resíduos Sólidos • NBR 10.004 - Resíduos Sólidos - Classificação, classifica os resíduos em: Resíduos Classe I - perigosos. Os resíduos perigosos são aqueles que apresentam características que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, podem apresentar risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices e riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada; Resíduos Classe II A - não inertes. Os resíduos não inertes são aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos perigosos ou inertes, apresentando propriedades, tais como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água; Resíduos Classe II B - inertes. Os resíduos inertes são aqueles que, quando amostrados de uma forma representativa e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. • NBR 11.174 - fixa os parâmetros exigíveis para obtenção das condições mínimas necessárias ao armazenamento de resíduos inertes e não inertes, de forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente. Este Programa estabelece as condições específicas de seleção do local de armazenamento, acondicionamento de resíduos, execução e operação das instalações (incluindo o isolamento e sinalização, acesso à área, controle da poluição do ar, controle da poluição do solo e das águas, treinamento, segurança da instalação e equipamentos de segurança), inspeção, procedimentos para registro da operação e para o encerramento das atividades (ABNT, 1990). • A NBR 12.235 - fixa as condições exigíveis para o armazenamento de resíduos sólidos perigosos de forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente. Este Programa estabelece as condições gerais de acondicionamento de resíduos (armazenamento de contêineres e/ou 234 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES tambores, armazenamento em tanques e armazenamento a granel), características dos resíduos, critérios de localização, isolamento e sinalização, iluminação e força, comunicação, acessos, treinamento, manuseio e controle da poluição. Este Programa também estabelece as condições específicas para armazenamento de resíduos sólidos perigosos quanto à segregação de resíduos ou substâncias que, ao se misturarem, provocam efeitos indesejáveis, assim como plano de emergência em caso de acidentes (ABNT, 1992). • Resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001, que estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. De acordo com esta resolução, os padrões de cores para coleta são: Azul - papel/papelão; Vermelho - plástico; Verde - vidro; Amarelo - metal; Preto- madeira; Laranja - resíduos perigosos; Branco - resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde; Roxo - resíduos radioativos; Marrom - resíduos orgânicos; Cinza - resíduo geral não reciclável contaminado não passível de separação. ou misturado, ou • A adoção do código de cores é recomendada para programas de coleta seletiva estabelecidos pela iniciativa privada, cooperativas, escolas, igrejas, organizações não governamentais e demais entidades interessadas (BRASIL, 2001). • Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002, que estabelece as diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil e, alterada pela Resolução CONAMA nº 348, de 16 de agosto de 2004, classifica os resíduos da construção civil da seguinte forma: 235 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplenagem, componentes cerâmicos, argamassa e concreto, de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto produzidas nos canteiros de obras; Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros; Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como produtos oriundos do gesso; Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde, oriundos de demolições, reformas e reparos/demolição de postos de saúde, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. • Esta resolução estabelece, em seu Artigo 4º, parágrafo 1º, que os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares ou em áreas de bota-fora, dentre outros. Seu Artigo 10 define as seguintes destinações para as diferentes classes de resíduos de construção civil (BRASIL, 2002): Classe A - deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura; Classe B - deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura; Classe C - deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as técnicas específicas; Classe D - deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as técnicas específicas. 236 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES • NBR 7500/2011 - identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos perigosos. 5.2.3.3 - Serviços de Saúde • Lei Federal nº 2.312, de 3 de setembro de 1954, conhecida como o Código Nacional de Saúde, que dispõe sobre as Programas gerais sobre defesa e proteção da saúde. O Artigo 12 desta lei estabelece que a coleta, transporte e destino final do lixo deverão processar-se em condições que não tragam inconveniente à saúde e ao bem estar público. • Decreto Federal nº 49.974-A, de 21 de janeiro de 1961, o qual regulamenta a lei supracitada (BRASIL, 1954; BRASIL, 1961). O Capítulo IV do referido decreto define as obrigações relativas ao saneamento, no qual estão inseridas as atividades relacionadas à coleta, transporte e destino dos resíduos sólidos. • A Lei Federal nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, conhecida como a Lei do Saneamento Básico, a qual estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, define em seu Artigo 6º que o lixo originário de atividades comerciais, industriais e de serviços, cuja responsabilidade pelo manejo não seja atribuída ao gerador pode, por decisão do poder público, ser considerado resíduo sólido urbano (BRASIL, 2007). • Decreto Federal n° 96.044, de 18 de maio de 1988 - Aprova o regulamento para o transporte rodoviário de produtos perigosos. • Resolução CONAMA n° 20, de 18 de junho de 1986 - Classifica as águas doces, salobras e salinas essencial à defesa de seus níveis de qualidade, avaliados por parâmetros e indicadores específicos, de modo a assegurar seus usos preponderantes. 237 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES • Resolução CONAMA n° 5, de 5 de agosto de 1993 - Define Programas mínimos para tratamento e disposição de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários. • Resolução CONAMA n° 283, de 12 de julho de 2001 - Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos de serviços de saúde. • Portaria do Ministério dos Transportes n° 204, de 20 de maio de 1997 Aprova as instruções complementares aos regulamentos dos transportes rodoviários e ferroviários de produtos perigosos. • Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, classifica estes resíduos como: Grupo A - resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção; Grupo B - resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade; Grupo C - quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados nos Programas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e para os quais a reutilização é imprópria, ou não prevista; Grupo D - resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares; Grupo E - materiais perfurocortantes ou escarificantes. Programas Técnicas da ABNT para gerenciamento de resíduos de serviços de saúde: 238 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES NBR 9191:2002 - Sacos plásticos para acondicionamento de lixo - Requisitos e métodos de ensaio. NBR 10004:1987 - Resíduos sólidos. NBR 12235:1992 - Armazenamento de resíduos sólidos perigosos. NBR 12807:1993 - Resíduos de serviços de saúde. NBR 12809:1993 - Manuseio de resíduos de serviço de saúde. Fixa os procedimentos exigíveis para garantir condições de higiene e segurança no processamento interno de resíduos infectantes, especiais e comuns, nos serviços de saúde. NBR 12810:1993 - Coleta de resíduos de serviços de saúde. Fixa os procedimentos exigíveis para coleta interna e externa de resíduos de serviços de saúde, sob condições de higiene e segurança. NBR 13221:2003 - Transporte terrestre de resíduos. NBR 12.808 - Resíduos de Serviços de Saúde. Classifica os resíduos de serviços de saúde quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que tenham o gerenciamento adequado. 5.2.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO A equipe técnica deve ser composta ao mínimo de um representante da área de engenharia sanitária/ambiental. Os Procedimentos Metodológicos visam discriminar as medidas e as técnicas necessárias, para o correto gerenciamento dos efluentes líquidos e dos resíduos sólidos, com a meta de dar o destino adequado aos resíduos gerados, separando-os por classes e reutilizando-os, quando possível. Os procedimentos especificados devem: 239 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES • Controlar o processo de gestão dos efluentes líquidos gerados durante as obras e, posteriormente, durante as ações de conservação e operação; • Utilizar contínua e apropriadamente os sistemas de coleta, armazenamento, tratamento e/ou destinação dos efluentes líquidos gerados pelo empreendimento; • Definir práticas que possibilitem a minimização da geração de resíduos, garantindo o manuseio, triagem, estocagem e disposição final da forma mais adequada, de acordo com a legislação vigente, evitando danos à saúde e segurança dos colaboradores, vizinhos e ao meio ambiente; • Difundir estas práticas entre todos os contratados da VALEC e aplicalas às principais fontes de geração de resíduos nos canteiros de obras e frentes de serviços, onde são e serão produzidos resíduos domésticos, de escritório, sucata, óleos e graxas, resíduos do posto de saúde e restos da construção civil, dentre outros; • Dar destino adequado aos resíduos sólidos gerados, separando-os por classes e reutilizando-os, quando possível. 5.2.4.1 - Gerenciamento de Efluentes Líquidos Os efluentes mais comuns e que precisam ser tratados quando despejados no sistema de efluentes gerados são: Efluentes provenientes de cozinhas onde são utilizados detergentes, óleos (vegetal e animal) e restos orgânicos. Efluentes proveninetes de banheiros, contendo coliformes fecais e podem estar associados a bactérias e parasitas humanos; 240 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES Efluentes oleosos provenientes das áreas manutenção e lavagens de peças, veículos e máquinas contendo detergentes, óleo diesel, solventes, tintas e graxas. Efluentes provenientes de áreas próximas a obras de construção civil, contendo cal, cimento, tintas e partículas ferrosas. Os efluentes líquidos domésticos e/ou sanitários deverão passar por tratamento aeróbico ou anaeróbico e a sedimentação da fração sólida. Os sólidos deverão ser encaminhados a aterro sanitário licenciado. A fração líquida poderá ser infiltrada no solo (sumidouro), desde que lançada em solo profundo (latossolo e nitossolos), afastados de APP e de forma que evite contaminação de águas subsuperficiais ou superficiais. Os efluentes tratados poderão ser utilizados para irrigação de viveiros, lavagem de veículos ou descargas de vasos sanitários, conforme proposto no PBA. Este procedimento de tratamento e destinação dos efluentes líquidos será adotado na fase de LI e aplicado apenas nos canteiros de obras. Todos os efluentes gerados com a presença de óleos e graxas deverão ser encaminhados para o tratamento pelo SEPARADOR DE ÁGUA E ÓLEO. Posteriormente, estes efluentes deverão ser encaminhados para a Estação de Tratamento de Efluentes Industrial – ETEi, para a remoção dos componentes químicos dispersos na solução e correção do pH. Subsequentemente, este efluente deverá ser destinado para a Estação de Tratamento de Efluentes Biológicos – ETBb, para tratamento aeróbico. Após o tratamento na ETEb, os efluentes deverão passar pelo processo de separação física da fração sólida da líquida, resultando na produção do lodo de ETEb. Este lodo será destinado para aterro sanitário licenciado para tal fim. A fração líquida poderá ser lançada em corpos hídricos outorgados, uma vez que comprovadamente estes efluentes apresentem características químicas, físicas, biológicas e organolépticas aceitáveis conforme Resolução CONAMA 357/2005. Assim, como os efluentes oleosos, aqueles gerados pelo sistema de lavagem de gases deverão ser encaminhados para o SAO, ETEi e posteriormente para o ETEb, para tratamento adequado. 241 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES Os efluentes isentos de óleos e graxas, constituídos por outros compostos industriais deverão ser encaminhados para a ETEi e posteriormente para a ETEb. Os efluentes isentos de óleos e graxas ou compostos industriais deverão ser encaminhados para a ETEb, como, os efluentes sanitários, etc. Desta forma, todos os efluentes deverão passar pela ETEb, sem exceção, conforme demostrado no organograma da Figura 01. Os locais de conexão para a transferência de combustível, para o armazenamento ou abastecimento de máquinas e equipamentos deverão ser realizados cobertos e protegidos de chuvas. As chuvas não poderão incidir sobre o piso impermeabilizado, sobre a bomba ou equipamento de abastecimento e os veículos em abastecimento. No caso da necessidade de instalação de tanque para armazenamento de combustível, este deverá possuir, além da bacia de contenção com capacidade de retenção superior à capacidade do respectivo tanque, bacia de contenção de eventuais derrames e piso impermeabilizado. A construção dos tanques aéreos de aramazenamento de combustível deverá seguir as normas técnicas. O armazenamento de óleo lubrificante e graxas deve ser em local protegido, sob piso impermeabilizado. Os efluentes deverão ser analisados, antes de entrarem na ETEb e na saída da ETEb. Deverão ser analisados os parâmetros químicos, físicos, microbiológicos e organolépticos dos efluentes, sendo que estes parâmetros deverão estar dentro dos níveis tolerados pela resolução CONAMA 357/2005. As águas contaminadas, inclusive da água de chuva que entra em contato com áreas provavelmente contaminadas, deverão ser tratadas em Separador API. Para o transporte rodoviário às empresas de reciclagem, recuperação, tratamento e/ou disposição final, os efluentes líquidos oleosos deverão ser encaminhados através de empresas responsáveis, devidamente licenciadas. Todas as empresas envolvidas nestes processos deverão estar habilitadas 242 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES ambientalmente para os serviços contratados e com suas respectivas licenças ambientais dentro do prazo de validade. Análises: Considerando que os óleos e combustíveis usados nos equipamentos, máquinas e veículos utlizados nas obras de implantação da ferrovia, são os produtos que podem ser considerados mais perigosos, as análises químicas/físicas dos efluentes quando tratados nas próprias unidades operacionais, são as especificadas na Tabela 28. Todas as empreiteras deverão fornecer a lista com os produtos químicos relacionados às oficinas e/ou efluentes gerados, para atestar a compatibilidade do produto lançado e a eficácio do processo de tratamento. 243 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES Tabela 28: Análises Realizadas nos Efluentes Oleosos. Parâmetros Local 4 VMP (1) Procedimento -- - 5,0 a 9,0 PR-LAB-096 Cádmio mg/L - 0,2 PR-LAB-052 Chumbo mg/L - 0,5 PR-LAB-053 Cobre mg/L - 1,0 PR-LAB-055 Cor PtCo - - PR-LAB-070 Cromo Total mg/L - 5,0 PR-LAB-056 DQO mg/L - - PR-LAB-072 DBO mg/L - - PR-LAB-072 Ferro Total mg/L - 15,0 PR-LAB-062 Níquel mg/L - 2,0 PR-LAB-060 Manganês mg/L - 1,0 PR-LAB-058 Óleos e graxas mg/L - 100 PR-LAB-092 Sólidos Sed. mg/L - 1,0 PR-LAB-102 Turbidez FAU - - PR-LAB-089 Zinco mg/L - 5,0 PR-LAB-061 pH Unid. Local 1 Local 2 Local 3 (1) VPM = Valor Máximo Permitido (2) Procedimentos analíticos de acordo com “Standard Methods for Examination of the Water and Wastewater” – 20º Edição. 244 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES Figura 39: Organograma para Destinação Final Adequada 245 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES 5.2.4.2 - Gerenciamento de Resíduos Sólidos Todos os resíduos sólidos gerados nesta fase de instalação e operação deverão ser recolhidos, segregados e destinados conforme a classificação do resíduo, inclusive aqueles oriundos da enfermaria e aqueles com resíduos de óleos e graxas, conforme previsto na legislação: NBR 10.004/2004, NBR 11.174/1990, NBR 12.235/1992, Resolução CONAMA 307/2002, NBR 13.221/2003 e NBR 7.500/2011, compreendendo as atualizações e as demais normas cabíveis para os resíduos sólidos. Os resíduos sólidos deverão ser armazenados por curto período em área segura e isolada, de preferência com piso ipermeabilizado. Em momento algum deverá ser formado chorume ou lixiviado deste material armazenado. Os relatórios semestrais de acompanhamento deverão vir acompanhados do manifesto de destinação de resíduos, assinado e com os respectivos volumes encaminhados. Armazenamento - Abrigo de Resíduo: é responsabilidade da empreiteira o cuidado para que os resíduos gerados nas frentes de obras sejam devidamente coletados, acondicionados e encaminhados para os locais de armazenamento temporário. Todos os resíduos deverão ser recolhidos. Não será admitida deposição de resíduos orgânicos nas frentes de trabalho. O abrigo de resíduo químico perigoso deve ser projetado, construído e operado de acordo com os seguintes requisitos: • ser construído em alvenaria, fechado, dotado apenas de aberturas teladas que possibilitem uma área de ventilação adequada; • ser revestido internamente (piso e parede) com acabamento liso, resistente, lavável, impermeável e de cor clara; • ter porta com abertura para fora, dotada de proteção inferior, dificultando o acesso de vetores; 246 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES • ter piso cônico com declividade preferencialmente para o centro e sistema de contenção, que permita o acúmulo de no mínimo 10% do volume total de líquidos armazenados; • ter localização tal que permita facilidade de acesso e operação das coletas interna e externa; • possuir placa de identificação, indicando: Abrigo de Resíduos Perigosos - Produtos Químicos, em local de fácil visualização e sinalização de segurança que identifique a instalação, quanto aos riscos de acesso ao local; • prever a blindagem dos pontos internos de energia elétrica, quando houver; • ter dispositivo de forma a evitar incidência direta de luz solar; • ter sistema de combate a princípio de incêndio por meio de extintores de CO2 e PQS (Pó Químico Seco); e • ter kit de emergência para os casos de derramamento ou vazamento, incluindo produtos absorventes. Coleta e Transporte: os resíduos serão encaminhados pelas empresas responsáveis para o transporte até as empresas de reciclagem, recuperação, tratamento e/ou aterros sanitários ou industriais. Todas as empresas envolvidas deverão estar habilitadas ambientalmente para os serviços contratados e com suas respectivas licenças ambientais dentro do prazo de validade. O manuseio dos resíduos deverá ser realizado de forma a não comprometer sua segregação, a não danificar os recipientes contendores, e a não permitir vazamentos e/ou derramamentos. Destinação Final: os resíduos domésticos não recicláveis deverão ser dispostos em aterro sanitário licenciado. Os resíduos perigosos deverão ser dispostos em aterro industrial licenciado. É responsabilidade da empreiteira a manutenção de cópias das licenças ambientais das áreas de destinação final. A empreiteira deverá manter os registros, quantitativos e qualitativos, dos resíduos gerados durante a fase de obras, dos resíduos encaminhados para a reciclagem e/ou reaproveitamento, dos serviços de coleta e transporte de resíduos, dos resíduos destinados e das áreas de destinação, das atividades 247 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES relacionadas ao gerenciamento dos resíduos sólidos, inclusive das não conformidades e das ações tomadas para tornar inertes os resíduos perigosos. Quadro 13: Subprograma de Gerenciamento de Resíduos - Destinação Final por Tipo de Resíduo O plano de gerenciamento de resíduos químicos deverá incluir: A identificação e quantificação da geração dos resíduos perigosos em cada área; Indicação da quantidade, forma de embalagem, armazenamento e destinação de cada resíduo; Programa de emergência; 248 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES Procedimentos para o transporte; e Programa de treinamento. Neste plano deverá constar expressamente: O nome do funcionário responsável pelo gerenciamento dos resíduos e de seu substituto (RG, profissão, nº do registro profissional); e A assinatura do(s) responsável (is) técnico(s) e o responsável pelo estabelecimento (Nome, RG, profissão, registro profissional). É de responsabilidade da empreiteira manter os registros das atividades de gerenciamento dos efluentes e os registros, quantitativo e qualitativo, dos efluentes lançados nos corpos hídricos, no caso de ocorrência de lançamento de efluentes em corpos d’água. Relatórios de Acompanhamento: é responsabilidade da empreiteira a elaboração de relatórios mensais de acompanhamento das ações de gerenciamento realizadas nos canteiros de obras e nas frentes de serviço. Estes relatórios deverão ser disponibilizados para a VALEC. 5.2.4.3 Abastecimento de Veículos e Máquinas Nas instalações de apoio ou canteiros de obras, as ações relacionadas com o transporte, armazenamento e abastecimento com óleos e graxas merecem atenção especial quanto ao potencial contaminante que estes produtos representam ao meio ambiente. Portanto o armazenamento de combustível, óleos e graxas, ou outros hidrocarbonetos deve ser realizado 249 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES atendendo as normas técnicas estabelecidas pelas NRBs e Resolução CONAMA pertinentes. O abastecimento de veículos pode ser realizado em postos de abastecimento comerciais, porém, quando o abastecimento ocorrer nas frentes de obras através de caminhões tanque, devem ser utilizadas bandejas de coleta de derramamentos. Nos casos de eventuais derramamentos que possam ocorrer no solo, este deverá ser removido, segregado, enviado para disposição final adequada e a área atingida recuperada, conforme previsto neste subprograma. Os locais de abastecimento de veículos e caminhões devem ser sinalizados e construídos com o piso impermeabilizado, com a presença de canaletas de coleta do material que porventura seja despejado, bem como o separador de água e óleo. 5.2.5- INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS Este Subprograma interage e é complementado pelos seguintes programas e subprogramas: Programa de Saúde, Segurança e Treinamento dos Trabalhadores; Programa de Educação Ambiental, Programa de Comunicação Social; Subprograma de Controle e Monitoramento de Qualidade da Água; Subprograma de Resgate e Salvamento da Flora e Subprograma de Controle de Supressão de vegetação. 5.2.6 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO VALEC. É o órgão contratante e principal fiscal da aplicação/realização deste Subprograma. A VALEC poderá contratar consultores para serviços especializados e de acompanhamento. 250 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambientais Estaduais. O IBAMA e os organismos estaduais de licenciamento ambiental são os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97, e pela fiscalização do atendimento tempestivo, quantitativo e qualitativo das condições estabelecidas nas licenças concedidas. Empreiteiras Contratadas. São as responsáveis pela execução das obras necessárias ao gerenciamento de Efluentes Líquidos e dos Resíduos Sólidos, pelo gerenciamento propriamente dito e pelos registros especificados no presente Subprograma. Cada construtora deverá preparar um Plano de Gerenciamento específico para o lote de serviços e obras que contratou. Tal Plano, que deverá ser aprovado pela VALEC e deve prever a participação de: Um técnico com conhecimento das instalações do canteiro de obras e de uso dos produtos; e Um técnico com experiência na área ambiental. 5.2.7 - CRONOGRAMA Este subprograma será aplicado durante todo o período da obra da FERROVIA sendo encerrada a sua aplicação somente após estarem concluídas todas as recuperações de áreas degradadas, inclusive aquelas ocupadas pelas empreiteiras, quando for o caso. Voltará a ser aplicada no período de operação da Ferrovia sempre que forem contratados serviços de conservação, de restauração e/ou de ampliação da estrada ou de suas instalações de apoio. Os serviços de Gestão dos Resíduos relacionados com a operação ferroviária e com o transporte propriamente dito não estão incluídos neste Programa. 5.2.8 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO A avaliação do desempenho é um conceito moderno que vem sendo cada dia mais adotado como forma de se aperfeiçoar a gestão pautando-se sobre os resultados alcançados. Pode ser definida como a 251 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES identificação e mensuração das ações que os colaboradores de uma organização realizaram durante determinado período, e tem como objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual e coletivo dos funcionários e processos, promovendo o crescimento e aperfeiçoamento buscando-se sempre um melhor desempenho. Através da avaliação de desempenho é mais fácil fornecer feedback aos gestores e colaboradores, baseado em informações sólidas e tangíveis, bem como auxiliá-las no caminho da melhoria contínua, buscando retroalimentar os processos de forma a subsidiar a revisão de estratégias e métodos de trabalho, minimizando os efeitos da tendência à entropia e melhorando as práticas, reciclando e fornecendo condições de sobrevivência em ambientes turbulentos e mutáveis. A atual gestão do desempenho calcada sobre resultados pressupõe a atribuição de métricas para transformar quaisquer informações possíveis em dados tangíveis visando facilitar a avaliação e acompanhamento do desempenho do avaliado. Ao discorrer sobre o quesito “Eficiência”, considerou-se a definição do termo de que eficiência diz respeito a “como fazer” e está relacionada às ações a serem realizadas ao nível operacional em relação ao tempo, ou seja, de acordo com um plano ou programa préelaborado como parte do planejamento estratégico, seu cronograma e tudo mais que o compõe. Ao discorrer sobre o quesito “Eficácia”, considerou-se a definição do termo de que eficácia diz respeito ao “objetivo ou resultado” e está relacionado à capacidade de realizar efetivamente o que foi proposto, indicando resultados sob métricas que indicassem desempenho. Para tanto, a aplicação deste subprograma deve ter como metas: • Redução da geração de efluentes líquidos, tratando-os e reciclandoos, quando for o caso, antes de serem lançados no ambiente; 252 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES • Redução da geração de resíduos sólidos; • Segregação dos resíduos perigosos dos não perigosos; • Segregação dos resíduos recicláveis dos não recicláveis; • Destinação dos resíduos em conformidade com legislação vigente e Programas técnicas aprovadas; • Garantia de segurança do homem e do meio ambiente, desde a geração dos resíduos até a disposição final. As evidências para monitorar os indicadores estabelecidos por este Programa são: • Registro sistemático das atividades de gerenciamento dos efluentes líquidos; • Registro sistemático da execução dos tratamentos nos efluentes líquidos gerados e de análises periódicas dos efluentes nos pontos de entrada e saída do sistema de tratamento, para avaliação da eficiência do(s) processo(s); • Registro, quantitativo e qualitativo, dos efluentes lançados nos corpos hídricos; • Registro, quantitativo e qualitativo, dos resíduos gerados durante cada contrato de empreitada; • Registro do volume dos resíduos gerados nas obras encaminhados para a reciclagem e/ou reaproveitamento; • Registro do volume dos resíduos gerados pelos serviços de saúde e registro dos resíduos perigosos encaminhados para destruição em instalações especializadas; • Registro, quantitativo e qualitativo, dos serviços de coleta e transporte de resíduos; • Registro das ações tomadas para tornar inertes os resíduos perigosos; • Registro das áreas e tratamentos na destinação dos resíduos sólidos; • Registro da qualidade das atividades relacionadas ao gerenciamento dos resíduos, inclusive das não conformidades. O resumo das ações deverá ser apresentado em forma de tabelas indicando as atividades geradoras, a estimativa de geração, as 253 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES caracterizações dos resíduos e a destinação final dada, conforme exemplo da Tabela 29. Tabela 29: Resumo da Geração de Resíduos Sólidos Atividade Geradora Estimativa de Geração Caracterização do Resíduo Destinação Em caso de convênios com prefeituras ou empresas privadas, para recebimento dos resíduos, deve-se apresentar o documento comprobatório. Importante registrar os volumes de resíduos gerados, o volume dos resíduos encaminhados para a reciclagem e o volume de resíduos encaminhados para a destinação final, conforme exemplo da Tabela 30. Tabela 30: Registros Quantitativos e Qualitativos de Resíduos Sólidos Volume total de resíduos gerados Volume de resíduos encaminhados para reciclagem Volume de Resíduos encaminhados para a destinação Devem ser apresentadas as licenças ambientais dos estabelecimentos que recebem os resíduos, bem como os projetos das estruturas de segregação, acondicionamento, armazenamento, coleta e transporte nas frentes de obras. Além dos projetos das estruturas de manuseio, acondicionamento e armazenamento de resíduos perigosos. Quando houver resíduos perigosos, descrever as medidas adotadas para tornar os resíduos perigosos inertes, incluindo medidas corretivas e 254 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES mitigadoras executadas, descrevendo as medidas adotas e os objetivos específicos, conforme exemplo da Tabela 31. Tabela 31: Medidas Adotadas para Tornar Inertes os Resíduos Perigosos (quando houver) Medidas Objetivo específico O resumo das gerações de efluentes líquidos deve informar as atividades geradoras, as estimativas de geração, a caracterização o resíduo e a destinação final dada, conforme Tabela 32. Tabela 32: Resumo da Geração de Efluentes Líquidos Atividade Geradora Estimativa de Geração Caracterização do Resíduo Destinação Em caso de convênios com prefeituras ou empresas privadas, apresentar documento comprobatório, licenças ambientais de estabelecimentos que recebem os efluentes, bem como a descrição, localização e dimensionamento dos sistemas de tratamento de efluentes, além do projeto das estruturas de coleta, acondicionamento, armazenamento, tratamento e transporte nas frentes de obras. Se houver ETE, apresentar os resultados de DQO, DBO e OD. As medidas adotadas para minimizar a geração dos efluentes líquidos devem ser apresentadas seguindo o modela da Tabela 33. 255 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES Tabela 33: Medidas Adotadas para Minimizar os Efluentes Líquidos Medidas Objetivo Específico 5.2.9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT. NBR 10.004: Resíduos Sólidos - Classificação. Rio de Janeiro, 2004. 77p. ABNT. NBR 11.174: Armazenamento de resíduos da classe II - não inertes e III - inertes. Rio de Janeiro, 1990. 7 p. ABNT. NBR 12.235: Armazenamento de resíduos sólidos perigosos. Rio de Janeiro, 1992. 14 p. ABNT. NBR 13.969: Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final de efluentes líquidos - Projeto, construção e operação. Rio de Janeiro, 1997. 60 p. ABNT. NBR 14.605: Posto de Serviço - Sistema de drenagem oleosa. Rio de Janeiro, 2000. 2 p. ABNT. NBR 7.229: Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos. Rio de Janeiro, 1993. 15 p. ANA - Agência Nacional de Águas - REUSO da ÁGUA - Abril, 2004. ANVISA. Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviço de saúde. 2004. Braga, Maria Cristina Borba, e Costa Dias, Natália GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS - Curitiba 2008. BRASIL. Decreto Federal nº 49.974-A, de 21 de janeiro de 1961. Regulamenta, sob a denominação de Código Nacional de Saúde, a Lei nº 2.312, de 3 de setembro de 1954, de Programas Gerais sobre Defesa e Proteção da Saúde. 1961. BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de 256 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei nº 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências. 2007. BRASIL. Lei nº 2.312, de 3 de setembro de 1954. Dispõe sobre as Programas Gerais sobre Defesa e Proteção da Saúde. 1954. BRASIL. Resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001. Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva. 2001. BRASIL. Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. 2002. BRASIL. Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. 2005. CETESB - Gerenciamento de Resíduos Químicos Provenientes de Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Procedimento) - dez/2003. CETESB - Plano simplificado de gerenciamento de resíduos de serviços da saúde para mínimos geradores - São Paulo, 2006. CRA - Bahia (Engº Carlos Medeiros), INSTRUÇOES PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PGRS – 2002. FEEMA. DZ-1.310. R-7 - Sistema de Manifesto de Resíduos. 2004. FEEMA. DZ-215. R-4 - Diretriz de controle de carga orgânica biodegradável em efluentes líquidos de origem sanitária. 2007. Grota, Alexandra Sofia - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Porto de Santos - PGRS - Superintendência de Qualidade, Meio Ambiente e Programalização - Santos, 2008. Grupo de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil - Cartilha de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil SINDUSCON/MG, Belo Horizonte, 2005. Irion, Prof. Carlos Alberto Oliveira e Prof. Silveira, Geraldo Lopes da - Projeto de Redes de Esgotos Sanitários - Projeto de Redes de Esgotos 257 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES Sanitários (Notas de Aula) – 2006. Jácomo, Maurício da Veiga Jardim - MANUAL DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE - GOIÁS, Julho de 2004 - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE. Magalhães, Adriano de - Manual de Esgotamento Sanitário Monte Santo de Minas, MG, 2004. Maroun, Christianne Arraes - Manual de Gerenciamento de Resíduos: Guia de procedimento passo a passo. SEBRAE/RJ - Sistema FIRJAN.Rio de Janeiro: GMA, 2006. Ministério das Cidades e Ministério do Meio Ambiente - MANEJO E GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - PROCEDIMENTOS PARA A SOLICITAÇÃO DE FINANCIAMENTO - 2005. Penido Monteiro, José Henrique - Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos - IBAM - Instituto Brasileiro de Administração Municipal, Rio de Janeiro, 2001. Penido Monteiro, José Henrique... [et al.]; Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos /coordenação técnica Victor Zular Zveibil. - Rio de Janeiro: IBAM, 2001. Pinto, Tarcisio de Paula (coordenador) - Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil - A experiência do SindusCon-SP - São Paulo, 2005. Pinto, Tarcísio de Paula e González, Juan Luís Rodrigo (coordenadores) - MANEJO E GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - Caixa Econômica Federal, Ministério do Meio Ambiente, Ministério das Cidades - Brasília, 2005. RIO DE JANEIRO. Lei nº 2.011, de 10 de julho de 1992. Dispõe sobre a obrigatoriedade da implementação de Programa de Redução de Resíduos. 1992. Shell Exploração & Produção Procedimento para Gerenciamento de Resíduos gerados nas atividades de Exploração e Produção (Unidades Marítimas, Embarcações e Bases de Apoio) e enviados para destinação em terra - Dezembro de 2007. Universidade de Brasília, Comissão de Materiais e Tecnologia Comat/Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC, 258 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RESÍDUOS E EFLUENTES Comat/Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal Sinduscon-DF - PROJETO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM CANTEIROS DE OBRAS - PROGRAMA DE GESTÃO DE MATERIAIS. 259 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA 5.3 - SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA 5.3.1 - JUSTIFICATIVAS A Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL) ira interceptar, em diversos pontos, corpos hídricos. Em função das alterações potenciais nestes cursos d'águas que tais interceptações poderão causar principalmente no que se refere à poluição, devem ser efetivadas medidas que visem à identificação/remedição dos possíveis efeitos deletérios. Os procedimentos expressos neste documento deverão ser adotados pela Valec desde a fase de instalação da ferrovia ate a fase de operação desta. Este subprograma ambiental se destina a orientar e especificar os estudos e ações a serem desenvolvidos objetivando a proteção e o monitoramento dos recursos hídricos aos impactos potencias decorrentes de possível poluição por atividades relacionadas às obras de instalação e de operação desta ferrovia. As ações e estudos descritos neste subprograma abrangem então as fases de implantação e operação, sendo aplicáveis a todo o trecho do empreendimento (desde o estado de Tocantins ate o estado da Bahia), conforme Figura 40. 260 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Figura 40: Localização (esquemática) da Ferrovia de Integração Oeste-Leste A Resolução CONAMA nº 357 de 2005 que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento dos corpos d'água superficiais, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes (Art.1) descreve “que a água integra as preocupações do desenvolvimento sustentável, baseado nos princípios da função ecológica da propriedade, da prevenção, da precaução, do poluidor-pagador, do usuario-pagador e da integração, bem como no reconhecimento de valor intrínseco a natureza” e considera: “que o enquadramento expressa metas finais a serem alcancadas, podendo ser fixadas metas progressivas intermediarias, obrigatórias, visando a sua efetivação”; “ser a classificação das águas doces, salobras e salinas essencial defesa de seus níveis de qualidade, avaliados por condições e 261 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA padrões específicos, preponderantes”; de modo a assegurar seus usos ”que o enquadramento dos corpos de água deve estar baseado não necessariamente no seu estado atual, mas nos níveis de qualidade que deveriam possuir para atender as necessidades da comunidade”; ”que a saúde e o bem-estar humano, bem como o equilíbrio ecológico aquático, não devem ser afetados pela deterioração da qualidade das águas”; ”que o controle da poluição este diretamente relacionado com a proteção da saúde, garantia do meio ambiente ecologicamente equilibrado e a melhoria da qualidade de vida, levando em conta os usos prioritários e classes de qualidade ambiental exigidos para um determinado corpo de água”. Considerando a importância da qualidade das águas superficiais este subprograma busca identificar eventuais processos de contaminação e deterioração da qualidade da água, relacionados especificamente com a implantação e/ou operação da FIOL. Permite aferir a qualidade atual das águas e obter dados relevantes para o estabelecimento de medidas de controle ambiental, de modo a minimizar os impactos decorrentes das obras, conforme referência dos resultados obtidos no marco zero. No que se refere ao período de operação do empreendimento, os possíveis impactos aos recursos hídricos dizem respeito à probabilidade de acidentes na ferrovia, especialmente durante o transporte de cargas e produtos perigosos. Ressalta-se a importância científica de um monitoramento continuado, que ira, em longo prazo, agregar dados mais específicos e robustos sobre a qualidade da água na região. 262 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA 5.3.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA 5.3.2.1 - Objetivo Geral Este subprograma tem como objetivo propor um método de trabalho para realizar o Controle e Monitoramento da Qualidade de Água dos principais corpos hídricos a serem interceptados pela FIOL, considerando as disposições da Resolução CONAMA 357/05 e atendendo a Condição Especifica 2.32 Estabelecida pelo IBAMA na Licença Previa Nº 349/2010, emitida em 29 de março de 2010, para o empreendimento da Ferrovia de Integração Oeste Leste. O Programa de Controle e Monitoramento da Qualidade da Água (PCMQA) devera avaliar os efeitos/alterações potenciais gerados durante as obras de instalação e a operação da ferrovia sobre os parâmetros físico, químico e biológico das águas superficiais (fluviais) que serão interceptadas pelo empreendimento, sobretudo aqueles considerados pela Resolução CONAMA nº 357/05, pertinente a Classificação das Águas, visando a analise de riscos ecológico, crônicos e agudos. 5.3.2.2 - Objetivos Específicos Objetivos específicos são: Complementar as informações consideradas relevantes para o diagnostico das bacias no trecho sob influencia do empreendimento, numa etapa preliminar; Verificar, a partir dos dados coletados, a qualidade das águas antes da implantação do empreendimento (Marco Zero - Anexo 263 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA 1, o qual deverá ser georeferenciado, constando ainda o Km da ferrovia , o nome do curso hídrico e o registro fotográfico de montante e jusante deste), durante a sua implantação/construção e após o termino das obras, na fase de operação, especificamente com relação aos parâmetros que podem ser afetados pelo empreendimento; Com base nas observações realizadas, serão adotadas medidas eficazes de controle ambiental, visando à minimização dos impactos decorrentes das atividades de construção na qualidade da água (redução do aporte de sedimentos, cuidados com efluentes, definição das destinações finais adequadas a efluentes potencialmente poluidores tais como lixo, águas servidas, óleos, graxas, sucatas dentre outros, etc.). 5.3.3 - CONSIDERAÇÕES GERAIS Os impactos gerados pelas atividades relacionadas à construção e a operação da FIOL, sobre os cursos d'água e em alguns casos a água subterrânea, podem ser classificados quanto à origem e quanto à intensidade, conforme descrito a seguir. Quanto à origem: Diretamente relacionados ao empreendimento: carregamento de sedimentos para os cursos d'água durante a construção e a poluição com óleos e graxas oriunda de oficinas localizadas nas frentes de obras; e ainda a possibilidade de acidentes envolvendo cargas perigosas com a incorporação de cargas poluentes a corrente; Indiretamente relacionados ao empreendimento: aumento de despejo de efluentes domésticos. 264 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Quanto à intensidade: perigosas; Contaminações agudas: ocorrência de acidentes com cargas Contaminações crônicas: o incremento contínuo da poluição ao longo do tempo. Independentemente da origem e da intensidade dos impactos, os seguintes procedimentos gerais são essenciais para a avaliação de impactos sobre a qualidade das águas: Determinar os níveis naturais de parâmetros físico-químicos e de concentração de materiais biológicos, comparando-se os resultados da 1º campanha realizada antes das obras (chamada de “marco zero”) do controle e monitoramento da qualidade da água; Reconhecer as alterações e as diferentes fontes antrópicas de materiais na bacia hidrográfica, avaliando o incremento de concentração em relação aos níveis naturais; Estimar as cargas de materiais transportados pelos corpos hídricos transportados. Os procedimentos descritos neste PCMQA são de suma importância, tanto para os responsáveis pela FIOL, quanto para os órgãos encarregados pela gestão do meio ambiente no Estado do Tocantins, Goias e no Estado da Bahia, e ainda, para a sociedade, porque envolvem, entre outros, a identificação e a imputação de responsabilidades legais sobre possíveis alterações na qualidade e quantidade das águas. 265 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA 5.3.4 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS Lei nº 9.433 de 08 de janeiro de 1997, Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Portaria MS nº 518/2004, Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e da outras providencias. Resolução CONAMA nº 274, de 29 de novembro de 2000, Dispõe sobre a balneabilidade e classificação das águas. Resolução CONAMA nº 357, de 17 de marco de 2005, Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e da outras providências. 5.3.5 - PLANO DE TRABALHO 5.3.5.1 - Análise Descritiva da Qualidade da Água Na seleção dos parâmetros a serem avaliados foram considerados as disposições da Resolução CONAMA 357/05, o Termo de Referencia do IBAMA, os tipos de atividades realizadas durante as obras e a operação da ferrovia e as atividades locais que possam vir a causar impactos sobre a qualidade das águas da região, tendo em vista a preocupação ambiental existente com as mesmas. Deste modo, parâmetros que não tenham vinculação com o projeto não serão estudados neste programa. 266 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA A equipe deve ser composta ao mínimo por um profissional da área de química/ambiental. Os parâmetros selecionados, a serem monitorados durante a implantação deste subprograma, abrangendo as Fases 01 e 02 (correspondentes à instalação e a operação da Ferrovia respectivamente), assim como os respectivos métodos de coleta e de analise a serem adotados são apresentados na tabela 34. As coletas, a preservação e a analise das amostras deverão ser efetuadas de acordo com as normas técnicas determinadas, pela ABNT NBR 9898/1987 (Preservação e técnicas de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores - Procedimento) e pelo Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 1995). Tabela 34: Parâmetros a serem Monitorados com suas Respectivas Técnicas de Analise. PARÂMETRO TÉCNICA Oxigênio Dissolvido Medida Direta (APHA, 2005) -1 Condutividade Elétrica (μS cm ) Medida Direta (APHA, 2005) pH (escala) / Temperatura Medida Direta (APHA, 2005) -1- Demanda Química de Oxigênio (mg L ) -1 Demanda Bioquímica de Oxigênio (mg L ) -1 Fósforo total (mg L ) Digestão (APHA, 2005) Diferenciação (APHA, 2005) Espectrofotometria (APHA, 2005) -1 Óleos e graxas (mg L ) Titulometria (APHA, 2005) -1 Nitrogênio Amoniacal (mg L ) -1 Nitrogênio – Nitrato (mg L ) -1 Matéria Orgânica (mg L ) -1 Espectrofotometria (APHA, 2005) Espectrofotometria (APHA, 2005) Calcinação (APHA, 2005) Sólidos Totais (mg L ) Evaporação (APHA, 2005) Coliformes Fecais (NMP/100 mL) Coilert (APHA, 2005) 267 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA PARÂMETRO TÉCNICA Turbidez Método Nefelométrico (APHA, 2005) Vale ressaltar que alguns parâmetros podem vir a ser eliminados ou acrescentados ao monitoramento ao longo das campanhas, caso seja notado à possível interferência, ou não, da Ferrovia neste contexto. A inclusão de novos parâmetros no monitoramento ocorrera em função, sobretudo, de possíveis alterações/evoluções nas operações, instalações e cargas transportadas pela FIOL, bem como, de mudanças e/ou incrementos substanciais nas atividades econômicas desempenhadas nas bacias inventariadas e monitoradas neste PMQA. Ressaltando-se sempre a necessidade de diferenciar-se a responsabilidade da FIOL na geração de cargas poluentes similares aquelas geradas por outras fontes (“efeito de mascaramento de fontes”). O cumprimento de alguns aspectos dispostos na Resolução CONAMA 357/05, relativos à seleção dos parâmetros propostos neste PMQA, merecem considerações especificas. a) Os padrões de qualidade das águas determinados na Resolução estabelecem limites individuais para cada substancia em cada classe. b) O conjunto de parâmetros de qualidade de água selecionado serve para subsidiar o respeito ao enquadramento dos corpos aquosos considerados. Também deverão ser monitorados os parâmetros para os quais haja suspeita da sua presença ou não conformidade. Os parâmetros selecionados para este PCMQA (Tabela 02) satisfazem a condição exposta. Evidentemente, não faz sentido a análise de todos os parâmetros sugeridos na Resolução CONAMA 357/05 sem que evidencias mais consistentes justifiquem a sua inserção no Programa de Monitoramento. Os parâmetros propostos devem funcionar como indicadores de potenciais contaminações. Neste sentido, é preciso que o monitoramento seja acompanhado da análise da evolução das atividades antrópicas nas bacias. 268 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Valores discrepantes destes indicadores sugerem a necessidade de uma verificação (especiação) dos produtos e fontes responsáveis. O monitoramento proposto devera considerar a sazonalidade do comportamento hídrico na região em que a ferrovia se insere. Ainda segundo a Resolução CONAMA 357/05, os resultados do monitoramento deverão ser analisados estatisticamente e as incertezas de medição consideradas. Evidentemente, um tratamento estatístico adequado para o comportamento da variação das concentrações dos parâmetros nas águas, somente será possível com a garantia de periodicidade e permanência (duração e regularidade) do monitoramento proposto. Estatística não-paramétrica para pequenos conjuntos de dados será empregada, desde que o numero de campanhas de campo assim o permita. 5.3.5.2 - Monitoramento O monitoramento da água superficial devera ser efetuado semestralmente pela fiscalização da VALEC que, eventualmente, para tanto, contara com a participação de Firma Consultora contratada. Essa periodicidade semestral devera cobrir o aspecto da sazonalidade. (amostragens realizadas em dois momentos: o de vazante fluvial e o de cheia). 5.3.6 - PONTOS DE AMOSTRAGEM DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS Na área de extensão do traçado da FIOL, aproximadamente 1.515 km, serão interceptados vários cursos d.agua dispostos em 3 bacias hidrográficas (Figura 02). Neste subprograma, adotou-se o critério de escolher como pontos de coleta locais próximos ou nas intersecções entre o traçado da ferrovia e os cursos d´água de terceira ordem ou maiores, totalizando 159 pontos de coleta de amostras (Tabela 35). 269 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Esta espacialização dos pontos a serem monitorados (rede de monitoramento) foi definida a partir de um critério de julgamento de quais seriam os locais mais suscetíveis à poluição por conta da construção e ou operação da ferrovia (pontos onde a ferrovia ira interceptar os cursos d.agua em questão). Essa rede de monitoramento permitirá o controle da poluição ambiental nos corpos hídricos da área de interesse de forma clara e objetiva, atendendo o objetivo deste programa. A coleta deve ser realizada sempre que possível 50m a montante e 50m à jusante da faixa de domínio da ferrovia. Importante destacar, que dependendo do traçado aprovado pelo órgão ambiental, os pontos escolhidos para amostragem de água podem ser substituídos ou suprimidos, bem como novos pontos de coleta de água podem ser acrescentados com anuência do IBAMA. Figura 41: Bacias Hidrográficas que serão Interceptadas pela Ferrovia de Integração Oeste-Leste Ferrovia de Integração Oeste - Leste (FIOL) Trecho: Figuerópilos (TO) / Ilhéus (BA) Elaborado por: Data: Setembro / 2010 Plano Básico Ambiental Monitoramento da Qualidade da Água Mapa de Bacias hidrográficas 270 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Tabela 35: Pontos de Coleta Selecionados, Nomes dos Corpos Hídricos e Respectivas Localizações. PONTO RIO / CÓRREGO / AFLUENTE LATITUDE LONGITUDE Bacia do Tocantins - Araguaia 1 Córrego Grotão 12°12'88,3" 49°11'29,2" 2 Córrego Landim 12°21'50,8" 49°03'77,8" 3 Córrego Lagoa Preta 12°18'62,3" 49°00'25,7" 4 Afluente Córrego dos Encostos 12°18'96,3" 48°94'81,2" 5 Córrego dos Encostos 12°21'10,3" 48°79'62,6" 6 Córrego da Tiúba 12°21'51,3" 48°75'86,6" 7 Córrego Pedra Preta 12°21'38,4" 48°74'11,8" 8 Córrego Extrema Dura 12°19'68,2" 48°73'31,7" 9 Córrego 12°21'12,1" 48°68'02" 10 Rio Santa Tereza 12°23'08,3" 48°65'17,6" 11 Córrego dos Porcos 12°16'14,1" 48°48'49,8" 12 Rio Tocantins 12°16'26,1" 48°48'02,4" 13 Córrego Pati 12°20'49,8" 48°42'66" 14 Córrego das Antas 12°20'48,8" 48°38'18,8" 15 Córrego Zé da Silva 12°18'74,8" 48°28'92,8" 16 Córrego Chupé 12°18'96,2" 48°26'36,6" 17 Represa UHE Peixe - Rio Tocantins 12°28'11,8" 48°22'71,2" 18 Córrego 12°32'85,6" 48°18'59,7" 19 Córrego Curralinho 12°32'75,3" 48°18'45,3" 20 Córrego Traçadal 12°37'46,8" 48°10'96,8" 21 Córrego São João 12°40'90,2" 48°00'36,4" 271 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA PONTO RIO / CÓRREGO / AFLUENTE LATITUDE LONGITUDE 22 Rio São Miguel 12°43'24,2" 47°98'61,5" 23 Córrego Fundo 12°44'67,7" 47°93'04,7" 24 Rio São José 12°51'11,3" 47°91'75,1" 25 Córrego Extreminha 12°44'01,4" 47°79'41,7" 26 Afluente do Córrego Riachão 12°40'74,3" 47°74'48,2" 27 Córrego Buriti 12°41'61,8" 47°69'26" 28 Afluente Ribeirão Gameleira 12°41'39" 47°68'65,2" 29 Afluente Ribeirão Gameleira 12°40'57,3" 47°68'27,2" 30 Ribeirão Gameleira 12°40'66,2" 47°68'08,6" 31 Córrego dos Bois 12°40'24" 47°65'05,3" 32 Córrego Extrema 12°39'36,3" 47°62'69,3" 33 Afluente do Córrego do Cágado 12°39'42,5" 47°58'69,8" 34 Córrego do Cágado 12°39'22,2" 47°58'38,3" 35 Córrego 12°38'92,8" 47°57'31,7" 36 Córrego Brejinho 12°39'36" 47°52'28,5" 37 Afluente do Ribeirão Gameleira 12°34'61,5" 47°48'04,1" 38 Ribeirão Gameleira 12°32'83,2" 47°42'81,2" 39 Afluente do Córrego Sucupira 12°39'75,2" 47°24'09,8" 40 Córrego Sucupira 12°39'53,8" 47°24'23,7" 41 Córrego Peba 12°41'33,8" 47°28'08,8" 42 Córrego Arapuá 12°42'41,6" 47°29'25,2" 43 Córrego Faustino 12°38'91,3" 47°33'42,2" 44 Afluente do Rio Palmas 12°43'41,9" 47°35'89,1" 45 Córrego Chupeta 12°39'94,4" 47°36'57,5" 46 Córrego Extrema 12°41'15,5" 47°41'06,6" 272 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA PONTO RIO / CÓRREGO / AFLUENTE LATITUDE LONGITUDE 47 Córrego Miroró 12°39'50,2" 47°41'75,8" 48 Rio Palmas 12°41'84,2" 47°19'79,2" 49 Afluente do Córrego Pau D’arco 12°47'68,8" 47°08'87,5" 50 Córrego Pau D’arco 12°47'21,7'' 47°05'72,1" 51 Córrego Intã 12°46'46,4" 47°02'72,8" 52 Afluente do Córrego Areias 12°45'59,7" 46°99'08,2" 53 Córrego Areias 12°45'64" 46°96'62,7" 54 Córrego Aldeia 12°53'28,4" 46°95'36,6" 55 Afluente do córrego Aldeia 12°54'19,6" 46°92'40,5" 56 Córrego Secura 12°55'28,7" 46°91'08,6" 57 Córrego Inhumas 12°66'47,7" 46°80'89" 58 Córrego Salgado 12°64'82,2" 46°70'10,5" 59 Rio Palmas 12°66'99,8" 46°62'34,8" 60 Rio Palmas 12°79'31,8" 46°51'04,1" 61 Córrego dos Bois 12°77'39,7" 46°50'51,1" 62 Córrego Canabrava 12°75'08,1" 46°50'43,8" 63 Córrego Tataranero 12°74'67" 46°55'37,8" 64 Córrego Brejinho 12°69'57,2" 46°60'67,8" 65 Rio Palma ou Riachão Seco 12°80'99,6" 46°49'24" 66 Córrego Jibóia 12°80'96,3" 46°47'38,9" 67 Córrego Salobro 12°83'29" 46°42'70" 68 Córrego Salobrinho 12°84'71,9" 46°41'60,7" 69 Córrego Beleza 12°85'55,7" 46°39'86,7" 70 Córrego Beleza 12°86'08,9" 46°39'51,2" 71 Rio Mosquito 12°87'52,7" 46°38'91,4" 273 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA PONTO RIO / CÓRREGO / AFLUENTE LATITUDE LONGITUDE 72 Rio Mosquito 12°87'52,6" 46°38'91,4" 73 Córrego Landim 12°90'12,1" 46°36'79,7" 74 Rio Mosquito 12°98'21,7" 46°33'51,9" 75 Riacho da Areia 12°98'77,1" 46°30'28,4" 76 Riacho Grota Seca 12°98'45,9" 46°25'93,9" 77 Córrego Pau Grande 12°96'43,7" 46°20'92,4" 78 Córrego Romão 12°95'12,2" 46°18'18,2" 79 Córrego Grotão 12°93'82,8" 46°15'09,5" Bacia do São Francisco 80 Rio Triste e Feio ou Rio da Estiva 12°49'13" 45°20'24" 81 Rio das Fêmeas 12°45'75,8" 45°29'55" 82 Rio Grande 12°61'66,6" 45°07'85,5" 83 Rio Cacheado ou Rio da Cabeceira 12°65'82,3" 45°06'84,1" 84 Rio Guará 12°95'77,4" 44°80'56,9" 85 Afluente do Rio Guará 13°01'67,1" 44°76'62,3" 86 Rio Mutum 13°16'06,5" 44°61'60,8" 87 Rio dos Angicos 13°07'90,4" 44°70'83,2" 88 Córrego Sansão 13°18'18,2" 44°59'70,7" 89 Afluente do Rio Grande 13°20'39,6" 44°56'82,7" 90 Rio Correntina 13°38'41,3" 44°41'10,2" 91 Rio Arrojado 13°41'62,6" 44°33'98,1" 92 Rio Formoso 13°42'18,1" 44°21'06,6" 93 Riacho Volta da Pedra 13°39'73,6" 44°13'92,2" 94 Córrego Barreiro 13°37'37" 44°04'41,3" 95 Córrego 13°35'65" 43°96'42,7" 274 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA PONTO RIO / CÓRREGO / AFLUENTE LATITUDE LONGITUDE 96 Riacho da Pedra 13°33'04,4" 43°87'57" 97 Rio São Francisco 13°45'43,7" 43°42'95,9" 98 Rio Santo Antônio 13°58'07" 43°37'78,8" 99 Rio das Rãs ou Rio Caraíba de Fora 13°94'94,4" 43°11'63,4" 100 Afluente do Rio Caraíba de Dentro 14°02'69,6" 42°99'67,5" 101 Afluente do Rio Caraíba de Dentro 14°06'35,1" 42°95'89,6" 102 Afluente do Rio Caraíba de Dentro 14°10'35,2" 42°91'17,4" 103 Riacho dos Brindes 14°15'50" 42°70'60" 104 Riacho Belém 14°19'75" 42°70'59,2" Bacia do Atlântico Leste 105 Córrego do Buraco 14°22'79,1" 42°59'51" 106 Riacho da Fada 14°29'44,7" 42°4'94,7" 107 Riacho do Brejinho 14°31'85,3" 42°41'53,8" 108 Rio Forno de Telha 14°19'75" 42°24'13,6" 109 Rio São João 14°17'06,9" 42°22'57,7" 110 Rio São João 14°09'44,5" 42°13'90,5" 111 Riachão 14°06'35,8" 42°03'52,9" 112 Riacho do Agrestinho 14°07'50,1" 41°99'63,2" 113 Riacho do Marquinho 14°05'94,1" 41°95'96,5" 114 Riacho da Boa Vista 14°05'56,5" 41°92'68,3" 115 Riacho da Gameleira 14°05'55,9" 41°89'80,9" 116 Riacho da Cruz 14°05'08,2" 41°82'04,5" 117 Riacho do Angico 14°03'61,7" 41°77'54,7" 118 Riacho Santa Luzia 14°03'71,2" 41°71'83,2" 119 Riacho do Surrão 14°03'01,6" 41°66'48" 275 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA PONTO RIO / CÓRREGO / AFLUENTE LATITUDE LONGITUDE 120 Riachão 14°06'41,9" 41°61'11,1" 121 Rio Brumado 14°08'23,1" 41°56'49,8" 122 Rio Cachoeira 14°08'21,8" 41°55'93,4" 123 Riacho Bordiano 14°09'16,3" 41°50'49,4" 124 Riacho 14°08'39" 41°48'10,4" 125 Rio Brumado 14°10'09,2" 41°36'73,9" 126 Rio de Contas 14°09'63,2" 41°29'24,1" 127 Afluente do Rio de Contas 14°13'40,4" 41°23'81,9" 128 Rio de Contas 14°14'96,7" 41°19'99,6" 129 Afluente do Rio de Contas 14°12'89,6" 41°13'19,6" 130 Riacho da Boa Esperança 14°11'29,2" 41°08'26,7" 131 Riacho do Limoeiro 14°09'27,9" 41°05'01,1" 132 Rio de Contas 13°93'11,5" 40°95'96,8" 133 Riacho do Quilombo 13°92'39" 40°92'27,6" 134 Córrego Barracão 13°88'19,1" 40°89'82,5" 135 Afluente do Rio de Contas 13°84'16,5" 40°77'64,9" 136 Afluente do Rio de Contas 13°83'63,7" 40°75'14,3" 137 Afluente do Rio de Contas 13°85'54,6" 40°69'29,2" 138 Braço da Represa Barragem da Pedra 13°85'48,7" 40°62'42,1" 139 Riacho Jacaré 13°93'35,2" 40°55'57,1" 140 Riacho do Gentil 13°92'37,8" 40°51'50,8" 141 Afluente do Rio de Contas 13°90'18,9" 40°48'33,2" 142 Riacho Serra Azul 13°90'96,9" 40°25'54,9" 143 Afluente do Rio de Contas 13°87'13,1" 40°13'23,8" 144 Afluente do Rio de Contas 13°88'40,4" 40°08'00,5" 276 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA PONTO RIO / CÓRREGO / AFLUENTE LATITUDE LONGITUDE 145 Afluente do Rio de Contas 14°08'05" 39°95'49,1" 146 Afluente do Rio de Contas 14°05'86,6" 39°97'60" 147 Rio Vieira 14°05'02" 39°98'88,2" 148 Rio da Preguiça 14°13'86,2" 39°89'09,5" 149 Rio da Onça 14°15'28" 39°74'16" 150 Rio do Peixe 14°18'45,2" 39°66'58,5" 151 Córrego Caiana 14°24'38,6" 39°52'16,5" 152 Rio Gongogi 14°32'58,2" 39°46'45" 153 Rio Pedra Furada 14°35'79,8" 39°42'25,7" 154 Rio do Banco 14°39'61,4" 39°39'81,7" 155 Rio São José 14°62'81,8" 39°35'34,2" 156 Rio Mocambo 14°63'85,1" 39°27'28,3" 157 Rio Comprido 14°62'72,3" 39°24'32,5" 158 Rio Almada 14°65'83,3" 39°19'00,7" 159 Rio Almada 14°65'78,5" 39°12'07,4" 5.3.7 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO a) VALEC: a VALEC é o empreendedor e responsável pela execução deste e de todos os Programas, contratante e principal fiscal da aplicação/realização dos Programas. A VALEC poderá contratar consultores para serviços especializados e de apoio, visando à verificação constante da boa execução e do bom funcionamento dos dispositivos implantados através de seus Programas Ambientais. 277 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA b) IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambiental Estaduais: o IBAMA e os organismos estaduais de licenciamento ambiental são os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97, e pela fiscalização do atendimento tempestivo, quantitativo e qualitativo das condições estabelecidas nas licenças concedidas. c) Empresas Privadas Contratadas: Projetistas responsáveis pelo Projeto Executivo; Consultores responsáveis pelas obras; e Supervisores, estes como responsáveis pelo Controle de Qualidade das obras. 5.3.8 - CRONOGRAMA Tendo em vista a sazonalidade do comportamento hídrico na região bem como a periodicidade da apresentação dos relatórios, estipulada, de maneira geral, pelo IBAMA, o presente monitoramento terá campanhas semestrais de coleta e analise de amostras d.agua, seguidas de elaboração dos relatórios pertinentes, os quais deverão ser apresentados em ate 30 dias apos a coleta, contemplando avaliações conclusivas por técnico habilitado (formação acadêmica e cadastro vigente no CTF/IBAMA). Tal programa será realizado em duas etapas distintas conforme acordado em reunião com a equipe técnica do IBAMA, sendo uma etapa anterior às obras e outras etapas, realizadas semestralmente. Coletas e analises extra deverão ser realizadas sempre que for constatado pela supervisão da obra, algum indicio de contaminação originada durante a fase de construção e operação da FIOL. A abordagem proposta permite - alem da simples comparação das concentrações observadas nas águas fluviais com os padrões e critérios estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 - a analise da evolução dos parâmetros ao longo do tempo, considerando a sazonalidade, evolução da construção e a determinação dos fluxos médios específicos dos parâmetros fisioquímicos e biológicos analisados. 278 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Este subprograma deverá ser executado durante a fase de implantação/construção e de operação da ferrovia. Durante a Fase de Operação do empreendimento este subprograma deverá ser realizado semestralmente e, eventualmente, em caso de acidentes deverá ser executado em caráter emergencial. 5.3.9 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO A avaliação do desempenho é um conceito moderno que vem sendo cada dia mais adotado como forma de se aperfeiçoar a gestão pautando-se sobre os resultados alcançados. Pode ser definida como a identificação e mensuração das ações que os colaboradores de uma organização realizaram durante determinado período, e tem como objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual e coletivo dos funcionários e processos, promovendo o crescimento e aperfeiçoamento buscando-se sempre um melhor desempenho. Através da avaliação de desempenho é mais fácil fornecer feedback aos gestores e colaboradores, baseado em informações sólidas e tangíveis, bem como auxiliá-las no caminho da melhoria contínua, buscando retroalimentar os processos de forma a subsidiar a revisão de estratégias e métodos de trabalho, minimizando os efeitos da tendência à entropia e melhorando as práticas, reciclando e fornecendo condições de sobrevivência em ambientes turbulentos e mutáveis. A atual gestão do desempenho calcada sobre resultados pressupõe a atribuição de métricas para transformar quaisquer informações possíveis em dados tangíveis visando facilitar a avaliação e acompanhamento do desempenho do avaliado. Ao discorrer sobre o quesito “Eficiência”, considera-se a definição do termo de que eficiência diz respeito a “como fazer” e está relacionada às ações a serem realizadas ao nível operacional em relação ao tempo, ou seja, de acordo com um plano ou programa préelaborado como parte do planejamento estratégico, seu cronograma e tudo mais que o compõe. 279 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Ao discorrer sobre o quesito “Eficácia”, considerá-se a definição do termo de que eficácia diz respeito ao “objetivo ou resultado” e está relacionado à capacidade de realizar efetivamente o que foi proposto, indicando resultados sob métricas que indicassem desempenho. O monitoramento da qualidade da água será de responsabilidade da VALEC, diretamente ou através de empresas contratadas. Este monitoramento trata da qualificação e quantificação de alguns parâmetros chaves (estabelecidos, neste caso, pelo Termo de Referencia do IBAMA), que apos analisados serão comparados com os valores de concentração definidos na legislação ambiental. As águas dos recursos hídricos a serem monitorados serão classificadas de acordo com a Resolução CONAMA 357/2005 que estabelece em sua Seção I (Das Águas Doces): a) Classe especial – águas que podem ser destinadas: ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção; à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral. b) Classe 1 - águas que podem ser destinadas: ao abastecimento para consumo humano, apos tratamento simplificado; a proteção das comunidades aquáticas; a recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000; a irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e a proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas. c) Classe 2 - águas que podem ser destinadas: ao abastecimento para consumo humano, apos tratamento convencional; a proteção das comunidades aquáticas; a recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000; a irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o publico possa vir a ter contato direto; e a aqüicultura e a atividade de pesca. c) Classe 3 - águas que podem ser destinadas: ao abastecimento para consumo humano, apos tratamento convencional ou avançado; a irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; a pesca amadora; a recreação de contato secundário; e a dessedentarão de animais. 280 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA d) Classe 4 - águas que podem ser destinadas: a navegação; e a harmonia paisagística. Abaixo se apresenta uma tabela onde constam os parâmetros que serão monitorados e seus respectivos padrões de qualidade de acordo com a classe da água, estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/2055 (Tabela 36). Tabela 36: Parâmetros a serem Monitorados com seus Respectivos Padrões de Qualidade de Água para as Diferentes Classes Adotadas para Águas Doces na Resolução CONAMA 357/2005 PARÂMETRO CLASSE 1 CLASSE 2 CLASSE 3 CLASSE 4 Oxigênio Dissolvido (mg L-1) > 6,0 > 5,0 > 4,0 > 2,0 Temperatura (ºC) - - - - Condutividade Elétrica (μS cm-1) - - - - pH (escala) 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 Demanda Química de Oxigênio (mg L-1-) - - - - Demanda Bioquímica de Oxigênio (mg L-1) < 3,0 < 5,00 < 10,0 < 10,0 Fósforo total (mg L-1) < 0,025 < 0,05 < 0,075 < 0,075 Óleos e graxas (mg L-1) virtualmente ausentes virtualmente ausentes virtualmente ausentes Toleram-se iridescências Nitrogênio Amoniacal (mg L-1) < 3,7 < 3,7 < 13,3 < 13,3 Nitrato (mg L-1) < 10,0 < 10,0 < 10,0 < 10,0 Matéria Orgânica (mg L-1) - - - - Sólidos Totais - - - - Coliformes Fecais (NMP/100 mL) < 200 < 1000 < 2500 < 2500 Turbidez <40 <100 <100 - Nas águas de classe especial deverão ser mantidas as condições naturais do corpo de água. 281 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA A execução deste Programa deve gerar informações sobre a qualidade dos cursos d´água que podem ser afetados pela construção e/ou operação da FIOL. Neste caso, a analise dessas informações será capaz de identificar a existência de contaminações e indicar as medidas necessárias a sua eliminação ou mitigação, garantindo à conformidade da obra e a operação do empreendimento a legislação vigente. As informações geradas também poderão ser utilizadas na identificação de fontes poluidoras não relacionadas à construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, ajudando a esclarecer eventuais responsabilidades sobre a redução da qualidade dos recursos hídricos na área de influencia do empreendimento. Durante as duas fases do programa estão previstos os seguintes documentos técnicos: Relatório Técnico das Campanhas de Campo contendo os dados obtidos no campo e os laudos das analises laboratoriais, onde deverá constar em tópicos a discussão dos resultados com as possíveis fontes de contaminação e justificativa para tal. A conclusão deverá abordar as ações que firam adotadas para recuperar, evitar e ou mitigar as fontes de poluição, bem como as medidas que seão adotadas e a conclusão.; Relatório Parcial por Fase contendo a totalidade dos dados obtidos em cada fase, com analise dos resultados disponíveis e analise da situação de qualidade dos recursos hídricos; Relatório Final do Programa: contendo todas as informações obtidas durante o programa, os resultados, as analises e as conclusões obtidas. Deverá ser apresentado resumo dos dados de monitoramento indicando: os pontos de amostragem, as coordenadas geográficas, o quilômetro ferroviário, o lote de instalação, os parâmetros medidos e os padrões CONAMA 357, conforme Tabela 37. 282 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Tabela 37: Dados de Monitoramento Ponto: Data: Hora: Coordenadas: Km: Lote: Condições Metereológicas: T(ºC) do ar: Umidade Relativa (%): REFERÊNCIA PARÂMETRO VALOR MEDIDO (CONAMA 357/05) Devem ser descritas as metodologias de coleta e monitoramento, a periodicidade destas, bem como a metodologia de análises dos dados, padronizando todos os resultados e discussões de modo claro. Os recursos hídricos potencialmente afetados devem ser plotados em imagens de satélite, com destaque par os pontos selecionados para o monitoramento. As medidas corretivas e mitigadoras adotadas devem ser descritas e apresentadas conforme demostrado na Tabela 38: Tabela 38: Medidas Corretivas e Mitigadoras Adotadas Medidas Objetivos Específicos No momento do de coleta de água para a primeira campanha o “marco-zero” para determinar os parâmetros de qualidade pré-existente, deverão incluir, além da localização geográfica, a quilometragem, a identificação (nome) do recurso hídrico, além do registro fotográfico. 283 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA Os relatórios semestrais de monitoramento da qualidade de água deverão ser apresentados com a cópia dos laudos da análise de água assinado pelo responsável do laboratório. Além disso, obrigatóriamente deverá constar, em tópicos, a discussão dos resultados, com possível fontes de contaminação e justificativas para tal. A conclusão deverá abordar as ações que foram adotadas para recuperar, evitar e/ou mitigar as fontes de contaminação, bem como as medidas que serão adotadas, e a conclusão. 5.3.10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APHA - American Public Health Association, 1995. Standart Methods for the Examination of Water and Wastewater. 19th Edition. Washington, D. C., 1155 p. BRASIL, 1997. Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997, Institui a Politica Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de marco de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/LEIS/l9433.htm Acesso em 16 de novembro de 2009. BRASIL, 2000. Resolução Conama 274, de 29 de novembro de 2000, que recomenda a adoção de sistemáticas de avaliação da qualidade ambiental de águas. Disponível em http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res00/res27400.html Acesso em 02 de fevereiro de 2010. BRASIL, 2004. Resolução Conama nº 344, de 25 de marco de 2004. Estabelece as diretrizes gerais e os procedimentos mínimos para a avaliação do material a ser dragado em águas jurisdicionais brasileiras, e da outras providencias. Disponível em http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=445 Acesso em 02 de fevereiro de 2010. BRASIL, 2005. Resolução Conama nº 357, de 17 de marco de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o 284 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e da outras providencias. Diário Oficial [da Republica Federativa do Brasil], Brasília, DF, v. 142, nº53, 18 dez. 2005. Seção 1, fls. 58-63. OIKOS. EIA/RIMA referente à implantação da Ferrovia de Integração Oeste-Leste da Bahia (EF-334), de Figueiropolis/TO a Ilheus/BA. Rio de Janeiro, 2009. 285 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS 5.4- SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS 5.4.1 Justificativas O modal ferroviário constitui um importante meio de escoamento de cargas. A viabilidade econômica da FIOL foi conquistada baseando-se nos volumes consideráveis de “produção de minério de ferro” e “agronegócio”. Assim, a prosperidade do investimento aplicado em sua construção é garantida. Por diversos motivos que são inerentes as características do transporte ferroviário, que incluem o maior controle e o rastreamento das cargas transportadas devido ao acompanhamento das composições através dos sistemas de controle tecnológico de tráfego, os números e as estatísticas de acidentes, indicam que o transporte de cargas pelo modal ferroviário são muito mais seguros, se comparados ao modal rodoviário. Neste contexto, verifica-se que os transportes ferroviários de produtos perigosos neste trecho ferroviário representam pequeno volume. De acordo com as previsões de mercado da VALEC (conforme estudos de 2008), serão transportados entre os municípios de Brumado a Ilhéus, 182 x103 TKU em 2015, 3.740 x103 TKU em 2025 e 4.794 x103 TKU em 2045, representando aproximadamente 0,53 % do volume de cargas gerais transportadas neste trecho ferroviário. Muito se comentou em bibliografia sobre a construção de diques de contenção para retardar o espalhamento de eventuais vazamentos de produtos perigosos provenientes de acidentes ferroviários. Porém vale fazer algumas considerações sobre a construção e a eficácia destes diques durante eventos e acidentes ferroviários com cargas perigosas. Em primeiro lugar, os diques de contenção são estruturas que servem para conter potenciais vazamentos de produtos perigosos, para serem 286 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS implantados exclusivamente em tancagens fixas, como terminais petrolíferos, postos de abastecimento e indústrias químicas, para todos estes casos, existe uma normatização específica para sua construção. Não se pode pensar em levar esta ideia às rodovias e ferrovias que possuem milhares de quilômetros lineares que cortam ou passam a uma imensidão de corpos hídricos. A construção destes diques ao redor das rodovias e ferrovias existentes ou que serão construídas multiplicaria o custo em milhares de reais além do previsto para a construção das vias de transporte, podendo até mesmo inviabilizar economicamente as mesmas. Atualmente, tais dispositivos existem, de forma esparsa, somente em alguns pontos nas rodovias de São Paulo e até hoje, não foi comprovado sua eficiência quanto à minimização de impactos ambientais em decorrência de acidentes com produtos perigosos. Também podemos fazer uma comparação análoga ao risco oferecido para os recursos hídricos pelo transporte ferroviário de produtos perigosos, citando o exemplo das dutovias que margeiam, interceptam e, inclusive, apresentam faixas submersas em mananciais. Nestes casos, onde em 100 % do tempo passam produtos perigosos, nunca foi solicitado a implantação de tais dispositivos. A legislação é clara quando se projeta um dispositivo de proteção para tancagens fixas, à bacia de contenção deve ser construída com capacidade de 1/3 (um terço) a mais do volume estocado, para suportar além do volume dos tanques, o possível derramamento externo ocasionado pelas ondas de choque e dissipação entre os líquidos derramados. Supondo que as composições transitarão com uma média de 20 (vinte) vagões, com capacidade de até 100.000 (cem mil) litros de combustíveis líquidos (neste caso álcool), que representam 2.000.000 (dois milhões) de litros de líquidos transportados ao mesmo tempo, pelas normas regentes para bacias fixas, as bacias de contenção ao redor da via permanente deverão ser construídas para suportar até 2.600.000 (dois milhões) de litros de produtos. Pensando-se na possibilidade hipotética de construção de mecanismos de contenção de vazamentos para a proteção de recursos hídricos, os que margeiam a ferrovia ou então os que a cruzam perpendicularmente (como 287 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS pontes ou dutos de drenagem), temos que levar em consideração os aspectos técnicos elencados. Caso o objeto de proteção seja um corpo hídrico que é cruzado pela a ferrovia, para construir uma bacia de contenção margeando a ferrovia antes do corpo hídrico, para conter o volume transportado nos 20 (vinte) vagões, com um comprimento médio de 18 m (dezoitos metros) cada um, seria necessário escavar o solo ao lado da ferrovia em 360 m (trezentos e sessenta metros) de comprimento x 3,50 m (três metros e cinquenta centímetros) de largura x 2,06 m (dois metros e seis centímetros) de profundidade. Já na hipótese das bacias serem construídas antes dos cruzamentos com os corpos hídricos (ao lado das pontes), seria necessário construir uma área de 36 m (trinta e seis metros) de comprimento x 36 m (trinta e seis metros) de largura x 2,06 m (dois metros e seis centímetros) de profundidade, representando 1.296 m2 (mil duzentos e noventa e seis metros quadrados) de área aberta para construção da bacia de contenção. Pensando-se que cada ponte ferroviária possui 4 (quatro) quadrantes, para cada ponte, será necessário fazer o desmatamento equivalente a 5.184 m2 (cinco mil, cento e oitenta e quatro metros quadrados) em área de APP – Área de Preservação Permanente. Considerando que no trecho da FIOL, entre os 11 lotes, existem 76 (setenta e seis) pontos de cruzamento entre a ferrovia e corpos hídricos, seriam necessários fazer o desmatamento de 38,3 hectares em APP – Áreas de Preservação Permanente para atender a demanda da construção de bacias de contenção. Sem considerar aqui as confecções de bacias de contenção ao longo do trecho em áreas consideradas sensíveis ou vulneráveis. Caso fosse indispensável instalar as bacias de contenção ao longo do trecho ferroviário que margeia os corpos hídricos da FIOL, seria necessário construí-las por vários quilômetros de extensão o que poderia inviabilizar a obra e a própria manutenção destas bacias ao longo dos anos, considerando também que tal construção colocaria em risco toda estabilidade da infraestrutura da ferrovia pela desestabilização do substrato que serve de sustentação, sendo um risco a mais para causar acidentes. 288 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS Além destes aspectos apresentados, existem problemas legais que devem ser discutidos antes de determinar a sua construção em áreas próximas a recursos hídricos. Como a previsão da instalação destas bacias de contenção é diretamente ligada à proximidade de corpos hídricos, existe a sobreposição de construção em áreas de preservação permanente, que necessitam de autorização especial para serem suprimidas. Então, a instalação de qualquer dispositivo dessa natureza poderá requerer processos de licenciamentos individualizados, tanto pelo porte como pelo tipo de obra que implica em supressão de vegetação, remoção de solo, dentre outros impactos em sua maioria compreendendo estas áreas de preservação permanente representadas pelas matas ciliares dos cursos d’água. Nesse sentido, a instalação desses dispositivos certamente implicará em impactos ambientais negativos, portanto devendo ser sopesado o custo-benefício para o meio ambiente dessa medida técnica. É necessário levar em consideração, que os vazamentos de líquidos ocorrem na sua maioria, quando acontece o choque entre os vagões, rompendo o casco metálico dos vagões tanques. Pressupondo que a velocidade projetada para esta ferrovia será de 80 km/h (oitenta), o evento mais provável quando há um choque entre os vagões, ocorre o que é conhecido como efeito “canivete” ou “sanfona”, aonde os vagões que vêm atrás, ainda impulsionados pela velocidade que estavam sendo conduzidos, colidem com os vagões que já se acidentaram a frente, provocando o “amontoamento” de vagões, que normalmente são impulsionados para fora do eixo da ferrovia, tornando as bacias de contenção ineficientes. Supondo que os diques sejam construídos, nada garante que os produtos derramados sejam encaminhados para dentro das bacias construídas. Em hipótese alguma, as drenagens da superestrutura da ferrovia podem ser utilizadas para encaminhamento dos produtos eventualmente derramados para dentro dos diques de contenção. As águas da drenagem superficial devem seguir seu caminho naturalmente (obviamente prevendo todos os projetos e mecanismos de redução e dissipação de energia), sendo devidamente escoadas para fora do leito e da plataforma ferroviária. Caso fiquem retidas nos diques, teremos problemas reais e comprometimento de estabilização de toda infraestrutura da ferrovia. Tecnicamente, implica em grandes mudanças no sistema de drenagem da via permanente, que foi concebido para propiciar justamente o rápido escoamento das águas pluviais e garantir a integridade da ferrovia, evitando que ocorram acidentes. 289 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS Também deve ser levado em consideração o regime hídrico da região, as bacias de contenção estariam construídas nas áreas de influência das cheias dos rios, tornando o processo de manutenção extremamente difícil. As áreas onde tais sistemas seriam construídos estariam, em algumas ocasiões, fora da faixa de domínio da ferrovia, portanto pertencentes a particulares ou órgãos públicos. O licenciamento para tais obras seria de competência do órgão federal, IBAMA, que tem a competência para licenciar ferrovias. Os aspectos de saúde humana não podem ser descartados e devem ser levados em consideração, estes diques, na hipótese de sua construção, precisam obrigatoriamente permanecer fechados para conter provável vazamento de produtos, senão, não haveria motivos de existirem. Com certeza, dependendo da intensidade das chuvas na região, terão em seu interior o acúmulo de águas limpas, que ficarão paradas por longo tempo, proporcionando condições ideais de proliferação de vetores como mosquitos, caramujos e etc., que podem desencadear uma onda de doenças que são comuns na região como dengue, malária, esquistossomose e etc. Outro aspecto a se considerar é a questão do derramamento de produtos em si. O solo ao redor da ferrovia, normalmente composto de material argiloso, já possui a capacidade de reter os líquidos, num fenômeno físico chamado capacidade de campo e adsorção. Em ocorrências em que a rompimento do casco dos vagões e o produto espalha-se pela plataforma ferroviária, raramente observa-se a ultrapassagem dos mesmos além da área da faixa de domínio da ferrovia. Normalmente os produtos ficam ali contidos até sua remoção. Pensando-se em derramamentos de produtos, as características geológicas também precisam ser consideradas. É sabido que o solo é composto de várias camadas sobrepostas umas sobre as outras, formando o que é conhecido como perfil geológico do solo. A literatura e a prática comprovam que quando existem vazamentos de produtos, a primeira camada de solo (normalmente de origem argilosa proveniente da construção da ferrovia) recebe o primeiro impacto e serve como filtro e proteção de 290 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS camadas mais profundas. A partir do momento que se escava o solo para construir uma bacia de contenção, abre-se o perfil do solo e expõe as camadas mais profundas, proporcionando que os produtos perigosos em forma líquida ou lixiviada contamine mais facilmente o lençol freático, agravando muito mais o impacto ambiental além de dificultar os processos de remediação do mesmo. Ainda não existem estudos sobre a construção destes diques de contenção sobre a vida selvagem. Porém, é de conhecimento que vários animais são vítimas de queda em sistemas semelhantes como barragens, poços, e valetas abertas a céu aberto, ficando seriamente feridos devido à queda, ou morrendo na tentativa de procurar uma forma de fuga destes. Inclusive, fazendo uma simples analogia, uma das metodologias de captura de repteis e anfíbios é a confecção de buracos ao longo do terreno, onde os animais caem e ficam lá até a coleta e soltura. Por fim, como já salientado, não existem estudos até o presente momento que evidenciem a efetividade desses dispositivos de contenção/retardo, ou mesmo dados estatísticos de órgãos públicos ou empresas privadas que demonstrem os resultados obtidos com a instalação de tais obras em sistemas lineares. Tendo o conhecimento que o transporte de produtos perigosos representa um risco, quando acontecem os sinistros, à saúde, ao meio ambiente e ao patrimônio público e privado e que existe a possibilidade de ocorrerem acidentes com cargas perigosas transportados neste trecho mesmo que pequenas, a VALEC entende a necessidade da realização de uma análise de riscos, que determinará qual o risco associado a cada trecho. Além de investir em ações preventivas eficientes durante a fase de instalação do empreendimento, tais como instalação de detectores de descarrilamento, implantação de PAE – Plano de Atendimento Emergencial e PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos, elaboração de um Manual de Gerenciamento e Controle de Áreas Contaminadas, incremento dos processos de manutenção preventiva da via permanente e material rodante, no sentido de minimizar a geração e as conseqüências desses episódios durante a fase de operação da ferrovia. 291 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS Para evitar e minimizar acidentes próximos a corpos hídricos, medidas de contingências serão tomadas durante a fase de operação da ferrovia, entre elas o incremento e o rigor na manutenção da via permanente e do material rodante, além da aplicação de detectores de descarrilamento, nas duas extremidades das pontes que passam por corpos hídricos permanentes os quais cruzam a ferrovia e também em áreas que necessitem maior atenção devido à suscetibilidade ou vulnerabilidade ambiental. O detector de descarrilamento é um conjunto composto por uma barra metálica aplicada entre os dois trilhos da via permanente, ligada a um rádio comunicador (conforme figura 42) que é acionado quando uma locomotiva ou vagão passa com as rodas descarriladas, quebrando a barra metálica, e acionando o sinal de emergência que têm a função de comunicar o descarrilamento ao maquinista e também ao CCO – Centro de Controle Operacional (conforme observado na figura 43), dando tempo de acionar os freios e parar a composição, evitando desta maneira um acidente com gravidade maior, como por exemplo, um tombamento. Os detectores de descarrilamento deverão ser instalados a uma distância mínima, o suficiente para parar a composição antes das obras de arte especiais que cruzam os corpos hídricos, considerando-se ainda o último vagão descarrilado, devendo ser levado em consideração à velocidade da composição e a distância de frenagem exigida. 292 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS Figura 42: Exemplo de Detector de Descarrilamento Figura 43: Operação do Detector de Descarrilamento em Operação Além dos detectores de descarrilamento nos trilhos, na fase de operação, serão elaborados pela concessionária responsável, o PAE - Plano de Atendimento Emergencial e o PGR - Plano de Gerenciamento de Riscos, descrevendo o detalhamento de como os sinistros serão atendidos, além de especificar a necessidade de instalação de bases de apoio às emergências, os contratos com empresas especializadas em atendimentos emergenciais, os recursos necessários (equipamentos), os treinamentos de colaboradores e terceiros envolvidos nos atendimentos e a realização de simulados para 293 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS aumentar a sinergia entre a empresa, os órgãos ambientais, a defesa civil e outros organismos governamentais. Ainda na fase de operação deve ser criado pela área de planejamento em conjunto com as áreas de meio ambiente e operações, um banco de dados e inserção das informações que julgarem necessária para facilitar a tomada de decisões caso ocorram acidentes com cargas de produtos perigosos, que auxiliarão a tomada de decisões quanto ao incremento ou não das medidas implantadas na fase de instalação da ferrovia. Este banco de dados deve ser baseado na atualização de informações cadastrais mantidas pela área de operações, referentes a ameaças, vulnerabilidades e recursos relacionados a transporte de produtos perigosos, além de evidências de recursos humanos capacitados para as tarefas emergenciais relacionadas a acidentes com carga de produtos perigosos, mesmo que nunca ocorra qualquer acidente desta natureza; Também devem ser criados e mantidos canais de comunicação com agentes externos e com experiências em atendimento de ocorrências desta natureza, além de manter uma equipe pronta e qualificada para o atendimento de ocorrências emergenciais. Será obrigatório o cumprimento na integra da legislação relacionada a transporte de carga perigosa, citada na bibliografia, incluindo neste contexto todas as Normas Técnicas Brasileiras vigentes, além da utilização de vagões apropriados para o transporte de carga de produtos perigosos. No tocante à proteção de recursos hídricos ao longo da via permanente, nos pontos de maior interesse ambiental, deve-se esclarecer que as medidas de cuidados na operação são suficientes para minimizar eventuais impactos gerados pelos vazamentos. Durante a fase de operação, a concessionária responsável precisa estabelecer como prioridade a manutenção do material rodante, via 294 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS permanente, adoção de procedimentos operacionais (restrição de velocidade, treinamento dos condutores), investimento em recursos humanos e materiais próprios e terceirizados para a resposta emergencial, bem como aquisição de equipamentos de controle, tais como sensor de descarrilamento nos rodeiros dos vagões tanques, detectores de roda quente, entre outros, adotando outras medidas construtivas e operacionais para minimizar a possibilidade de ocorrência de acidentes em trechos considerados críticos, como é o caso de travessia de recursos hídricos. Tais medidas, que substituem a necessidade de melhorias no sistema drenagem ao longo da via permanente, consistem em: a. Operativas: restrição de velocidade, priorização de inspeções em trechos críticos, treinamento de colaboradores e terceiros; b. Construtivas: programa de troca de trilhos e dormentação em trechos críticos; implantação e/ou adequação da sinalização e sensores de descarrilamento. 5.4.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS CONTRA CARGAS PERIGOSAS 5.4.2.1 - Objetivo Geral Este documento indica as soluções que devem ser detalhadas no projeto de engenharia da FIOL para minimizar potenciais contingências derivadas de acidentes com cargas perigosas nos trechos em que há possibilidade de contaminação de reservatórios e mananciais de multiuso, inclusive para o abastecimento d’água, mesmo considerando que são raros os acidentes ferroviários e as cargas perigosas, em pequeno volume transportado, não sejam cargas ferroviárias típicas, com exceção dos combustíveis. 295 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS 5.4.2.2 - Objetivo Específico Detalhar os locais de aplicação dos detectores de descarrilamento e executar as soluções apresentadas, visando minimizar, caso ocorram, os impactos sobre o meio ambiente e sociedade, dos acidentes com cargas perigosas nos corpos hídricos que cruzam a ferrovia e nas áreas consideradas sensíveis ambientalmente. 5.4.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS O transporte ferroviário de produtos perigosos por vias públicas é disciplinado pelo Decreto nº 98.973, de 21 de fevereiro de 1990 (alterados pelo Decreto 4.097 de 23 de janeiro 1990). Esse Decreto é complementado pelas instruções aprovadas pela Resolução ANTT nº 420, de 12 de fevereiro de 2004, e suas alterações (Resoluções ANTT nº 701/04, nº 1.644/06, nº 2.657/08 e nº 2.975/08), sem prejuízo das disposições em legislação e disciplina peculiares a cada produto. A Resolução ANTT nº. 1.573, de 10 de agosto de 2006, institui o regime de infrações e penalidades do transporte ferroviário de produtos perigosos. A Resolução ANTT nº 420/04, dentre outras exigências requeridas para a realização dessa atividade, dispõe sobre: (i) classificação (do capítulo 2.0 até o 2.9); (ii) relação de produtos perigosos (capítulo 3.2); (iii) provisões especiais aplicáveis a certos artigos ou substâncias (capítulo 3.3); (iv) produtos perigosos em quantidade limitada (capítulo 3.4), (v) disposições relativas a embalagens e tanques e exigências para fabricação (partes 4 e 6); (vi) marcação e rotulagem (capítulo 5.2); (vii) identificação das unidades de transporte e de carga (capítulo 5.3); (viii) documentação (capítulo 5.4); (ix) prescrições relativas às operações de transporte (parte 7). O transporte terrestre de produtos perigosos, também deve atender as seguintes normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT: ABNT NBR 7500 - Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação 296 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS e armazenamento de produtos; ABNT NBR 7503 - Transporte terrestre de produtos perigosos - Ficha de emergência e envelope - Características, dimensões e preenchimento; ABNT NBR 9735 - Conjunto de equipamentos para emergências no transporte terrestre de produtos perigosos e ABNT NBR 14619 Transporte terrestre de produtos perigosos - Incompatibilidade química (NR). 5.4.4 - METAS EXECUTIVAS PARA IMPLANTAÇÃO DOS SISTEMAS DE PROTEÇÃO DOS MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS Para alcançar os objetivos específicos propostos, fica estabelecido que sejam implantados, na fase de operação da ferrovia, os detectores de descarrilamento, em todos os locais que a análise de riscos de acidentes detectar a necessidade de sua aplicação, priorizando as obras de arte especiais em que o eixo da ferrovia cruzar ou passar a menos de 50 metros de distância de corpos hídricos permanentes, nos trechos elencados na Figura 44. Figura 44: Divisão dos Lotes da FIOL 297 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS 5.4.5 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO VALEC. É o órgão responsável pela contratação da execução dos estudos da análise de riscos e principal fiscal da aplicação/realização deste Subprograma, devendo ter a participação de setores como SUAMB – Superintendência de Meio Ambiente, Escritório de Gestão de Projetos – EGP, SUCON – Superintendência de Construção, SUCOP – Superintendência de Controle Operacional, SUPRO – Superintendência de Projetos. A VALEC poderá contratar consultores para serviços especializados e de acompanhamento. IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambientais Estaduais. O IBAMA e os organismos estaduais de licenciamento ambiental são os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97, e pela fiscalização do atendimento tempestivo, quantitativo e qualitativo das condições estabelecidas nas licenças concedidas. Operadoras de transporte. Quando na fase de operação, serão responsáveis pela instalação e manutenção dos detectores de descarrilamento, a manutenção preventiva da via permanente e a elaboração e implantação do PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos e do PAE – Plano de Atendimento Emergencial. 5.4.6 - CRONOGRAMA A execução da análise de riscos deve anteceder a fase de operação do empreendimento, a fim de garantir a segurança do meio ambiente, comunidades e colaboradores envolvidos na operação. 298 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS Para a elaboração da Análise Preliminar de Risco (APR), devem ser contemplados os seguintes aspectos e etapas (conforme tabela 39): Tabela 39: Cronograma de Execução da Análise de Riscos ETAPAS a) Levantamento de dados b) Matriz de Análise Preliminar de Riscos MÊS 1 MÊS 2 MÊS 3 X X X X MÊS 4 X Considerando que estes estudos constituem um conjunto de métodos e técnicas que aplicados a esta atividade proposta identificam e avaliam qualitativa e quantitativamente os riscos que essa atividade representa para a população, ao meio ambiente e à própria empresa, a análise de riscos precede e embasa os estudos de gerenciamento de riscos e atendimentos emergências que serão elaborados na fase de operação da ferrovia. 5.4.7 – METODOLOGIA A análise de riscos deve ser elaborada por uma equipe técnica multidisciplinar, que conheça os aspectos relacionados a fase de implantação e de operação da ferrovia. Sendo necessário um quadro mínimo dos seguintes profissionais: 1 engenheiro ferroviário (preferencialmente da via permanente), 1 profissional para avalição do meio biótico, 1 engenheiro de segurança, 1 profissional para avalição dos recursos hídricos e 1 geólogo. As etapas de elaboração da anáilise de riscos devem atender as seguintes atividades: a) Levantamento de dados sobre a ferrovia: Levantamento do provável movimento de produtos perigosos na via férrea; 299 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS Conhecimento dos principais produtos perigosos que trafegarão nos trechos da via em estudo; Conhecimento de informações estruturais da via; Levantamento de campo em todos os principais segmentos e pontos críticos com alta possibilidade de ocorrência de acidentes; Pontos críticos decorrentes de situações geomorfológicas (taludes perigosos, curvas fechadas etc.), ambientais (climatológicas: nevoeiros, chuvas torrenciais), e operacionais da via (passagens de nível, etc.); b) Montagem da Matriz de Análise Preliminar de Riscos para Ferrovias: A Análise Preliminar de Riscos (Perigos) – APR (do inglês: PHA - Preliminary Hazard Analysis), é um método de análise de riscos (perigos) com o propósito de rapidamente reconhecer perigos na análise de um projeto. Os cenários acidentais deverão ser classificados em categorias de frequência e de severidade, sejam eles riscos da via e/ou ambientais, assim a metodologia se desenvolve em 4 fases, sendo elas: Fase (1) - Determinação das Categorias de Frequências: Fase (2) - Determinação das Categorias de Severidade: Fase (3) - Matriz de Riscos - Incluir a matriz de riscos do produto da frequência de ocorrência do evento pela severidade(s) das consequências das ocorrências que fornece uma indicação qualitativa do nível de risco de cada cenário analisado. 300 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS Fase (4) - Consolidação das Hipóteses Acidentais mais significativas, onde finalmente, deverão ser relatadas as hipóteses acidentais mais significativas, a partir das quais é mais provável a ocorrência de acidentes e montar a matriz de riscos. A proteção de mananciais contra cargas perigosas será executada durante toda a vida útil da FIOL, desde o início da operação da ferrovia, quando os detectores de descarrilamento deverão estar instalados de acordo com a localização das obras de arte especiais que cruzam os corpos hídricos, a execução das manutenções preventivas da via permanente, bem como também devem ser elaborados e aplicados o PAE - Plano de Atendimento Emergencial e o PGR - Programa de Gerenciamento de Riscos. Baseados nos resultados da análise de riscos, a concessionária responsável pela fase de operação da ferrovia terá subsídios suficientes para elaboração o PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos e o PAE – Programa de Atendimento Emergencial, onde devem ser parte integrante destes programas os seguintes produtos elencados: a) Proposta de composição do PGR: Abrangência e Estrutura do Plano; Proposta para as Estruturas Básicas de Atendimento às Emergências; Possíveis Situações de Emergência; Proposta de Procedimentos Básicos para Transporte de Cargas Perigosas; Proposta de Revisões de Risco dos Processos, Proposta de Gerenciamento de Modificações, Propostas de Programas de Treinamento e Reciclagem; Sugestão de informações de segurança do processo e revisão dos riscos do processo; Proposta de gerenciamento de modificações; Proposta de manutenção e garantia da integridade de sistemas críticos; Proposta de Investigação de Anomalias; Proposta de estruturação para atendimento a emergências e Proposta de auditorias. b) Proposta de Composição do PAE: Estrutura do plano; Descrição das instalações envolvidas; Cenários acidentais considerados; Área de abrangência e limitações do plano; Proposta de estrutura organizacional, contemplando as atribuições e responsabilidades dos envolvidos; Fluxograma de acionamento; Ações de resposta às situações emergenciais compatíveis com os cenários acidentais considerados, de acordo com os impactos esperados e avaliados no 301 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS estudo de análise de riscos, considerando procedimentos de avaliação, controle emergencial (combate a incêndios, isolamento, evacuação, controle de vazamentos, etc.) e ações de recuperação; Proposta de recursos humanos e materiais; Divulgação, implantação, integração com outras instituições e manutenção do plano; Tipos e cronogramas de exercícios teóricos e práticos, de acordo com os diferentes cenários acidentais estimados; Estabelecimentos de Zonas d econtrole, Desencadeamento de Ações de Controle, Criação de Procedimentos de Combate à Emergências, Sinalização, Isolamento, Desocupação de Áreas de Risco, Pós-emergências e Avaliação de Consequências. c) Proposta de Composição do Manual de Gerenciamento e Controle de Áreas Contaminadas. A análise de riscos de acidentes deve ser executada imediatamente após a conclusão das obras de superestrutura, possibilitando a passagem de composição férrea que servirá de “piloto” para a coleta de dados dos estudos. O acompanhamento da instalação dos detectores de descarrilamento será realizado através de vistorias em campo, com preenchimento de planilha de acompanhamento, conforme apresentada na Tabela 02 e entregue como condicionante da licença de operação do empreendimento. Este acompanhamento será enviado em forma de tabela contendo informação como: data de instalação, quantidade instalada, lote, quilômetros do local onde houve a instalação, coordenadas geográficas e a empresa responsável pela instalação, conforme modelo da Tabela 40: 302 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS Tabela 40: Tabela de Monitoramento e Acompanhamento da Execução da Implantação dos Detectores de Descarrilamento nas Obras de Arte Especiais que Cruzam os Corpos Hídricos na FIOL. Data da instalação Lote Referência Local Km Coordenadas Empresa responsável 5.4.8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT NBR 15.492, Sondagem de reconhecimento para fins de qualidade Ambiental – Procedimento, Rio de Janeiro, 2007. ABNT NBR 15.495-1, Poços de monitoramento de águas subterrâneas em aquíferos granulares - Parte 1: Projeto e construção, Rio de Janeiro, 2007. APHA, AWWA, WEF. Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, 20th ed. 1998 e 21st ed. 2005; U.S. Environmental ProtectionAgency – USEPA. CETESB - MANUAL DE PRODUTOS QUÍMICOS (Manual revisado em 2003 pelos Setores de Operações de Emergência e de Análise de Riscos da CETESB). Coastal Training Technologies Kerkenbos - DERRAMAMENTO E CONTENÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS: NÍVEIS DE RESPOSTA (DVD) – Kerkenbos, Nijmegen, Holanda, 2010. CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução N°. 420. Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas, Dezembro de 2009. CORPO DE BOMBEIROS MILITAR ESTADO DE GOIÁS NORMA TÉCNICA n. 32, de 05/03/07 Produtos Perigosos em Edificação e Áreas de Risco Dicas de Segurança para Armazenagem de produtos Agroquímicos - Tradução de texto extraído da revista “Farm. Chemicals”. 303 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS CONTRA CARGAS PERIGOSAS Environmental Protection Agency (EPA). Method 5.021 – Volatile Organic Compounds in Soils and Others Solid Matrices Using Equilibrium Headspace Analysis, 1996. 304 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS 5.5 - SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS 5.5.1 - Justificativas Estima-se que, em virtude das atividades desenvolvidas, no entorno das áreas objeto das obras, haverá um aumento nos níveis de emissão de poeiras e gases, durante todo o período da construção da FIOL, desde a mobilização de equipamentos até a conclusão e limpeza do empreendimento pronto. Com destaque das obras que envolvem terraplenagem, lavra de jazidas, transporte de material (emissões fugitivas), emissão pelo escapamento dos veículos, pedreiras, instalações de britagem e fábricas de pré-moldados. Estes impactos, que ocorrerão na fase de construção, serão sentidos não só ao longo da área diretamente afetada pela construção da nova ferrovia, mas também, junto às áreas próximas das jazidas e áreas de empréstimos. Ao mesmo tempo, registra-se que na NBR-ISO-14001:1996 o requisito 4.5.1 - Monitoramento e Medição - descreve: “A organização deve estabelecer e manter procedimentos documentados para monitorar e medir, periodicamente, as características principais de suas operações e atividades que possam ter um impacto significativo sobre o meio ambiente”. No mesmo sentido da Norma Brasileira descrita no parágrafo anterior, registra-se que os governos estaduais também vêm restringindo as operações que emitem poluentes, servindo como exemplo a Lei No13. 806 de 30/09/2002 do Estado do Paraná - que dispõe sobre as atividades pertinentes ao controle da poluição atmosférica, a qual destaca em seu “Art. 38. Os empreendimentos e atividades, públicos ou privados, que abriguem fontes efetiva ou potencialmente poluidoras do ar deverão adotar o automonitoramento ambiental, através de ações e mecanismos que evitem, minimizem, controlem e monitorem tais emissões e adotem práticas que visem à melhoria contínua de seu desempenho ambiental”. 305 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS Na medida em que se ampliam as exigências às empresas que buscam fixar com transparência as suas responsabilidades sociais e ambientais, tornase necessário adotar garantias de qualidade ambiental, impondo medidas de controle que reduzam a emissão dos poluentes atmosféricos, as quais contribuirão para minimizar os impactos ambientais estimados e, principalmente, os efeitos sobre a saúde da mão de obra trabalhadora do empreendimento e dos moradores próximos, bem como a implantação de um monitoramento permanente, que permita acompanhar a eficiência das medidas adotadas. 5.5.2 - OBJETIVO DO SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS O objetivo deste subprograma é o de reduzir as emissões de gases e poeira e, consequentemente, reduzir seu impacto sobre as comunidades lindeiras e trabalhadores das obras. 5.5.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS • Resolução CONAMA n.º 003 de 28 de junho de 1990, Dispõe sobre padrões de qualidade do ar, previstos no PRONAR. • Portaria n.º 231/76 IBAMA, estabelece os Padrões de Qualidade do Ar. • Portaria n.º 85 IBAMA, Dispõe sobre as diretrizes para criação de programa Interno de Autofiscalização da Correta Manutenção de Frotas e Veículos movidos a Diesel quanto à emissão de Fumaça Preta. 306 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS • Resolução CONAMA n.º 005 de 15 de junho de 1989, Dispõe sobre o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar - PRONAR. • Resolução CONAMA n.º 008 de 31 de agosto de 1993, Complementa a Resolução nº 018/86, que institui, em caráter nacional, o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores - PROCONVE, estabelecendo limites máximos de emissão de poluentes para os motores destinados a veículos pesados novos, nacionais e importados. • Resolução CONAMA n.º 018 de 06 de maio de 1986, Dispõe sobre a criação do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores PROCONVE. • Resolução CONAMA n.º 251 de 12 de janeiro de 1999, Estabelece critérios, procedimentos e limites máximos de opacidade da emissão de escapamento para avaliação do estado de manutenção dos veículos automotores do ciclo Diesel. 5.5.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO 5.5.4.1 - Atividades de Redução na Construção (Fase de Instalação) As atividades estão voltadas basicamente para as ações de controle e monitoramento das pedreiras, fábricas de pré-moldados, frentes de terraplanagem, circulação de máquinas e caminhões em caminhos de serviço e extração de materiais de construção, com atenção especial às emissões atmosféricas geradas próximas às comunidades habitadas, ou quando o material transbordado é conduzido por regiões habitadas. As principais exigências para o controle das atividades de produção de brita, que deverão ser obedecidas pelas empreiteiras contratadas, são: 307 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS • Emissões visíveis deverão ficar circunscritas aos limites da unidade industrial; • Umidificar o material extraído antes de sua transferência do caminhão basculante para a moega de carga; • Implantar bicos aspersores na moega de carga e no alimentador vibratório, nas laterais e parte posterior; • Enclausurar os britadores e rebritadores, implantando sistema de exaustão e filtragem ou umidificar as bases e moegas de carga dos mesmos; • Enclausurar as peneiras intermediárias e a seletora final, implantando sistema de exaustão e filtragem; caso se tenha optado pela umidificação nos pontos anteriores, fechar apenas as laterais, parte posterior e parte superior; • Implantar bicos aspersores em todos os pontos de transferência; • Implantar bicos aspersores nos pontos de queda das esteiras para a formação do pulmão e pilha de estocagem; • Implantar aspersores giratórios, deslocáveis, para aspersão d’água sob pressão, nas pilhas de estocagem; • Umidificar o material pétreo estocado, antes que a pá mecânica o transfira para os caminhões basculantes; • Pavimentar ou manter molhadas as vias de tráfego interno, excluíndo-se as épocas de seca, em que a prioridade seja o uso da água para os seres humanos e animais; 308 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS • Molhar, antes de cada desmonte, a praça onde ocorre a queda do material; • Caso a concentração de partículas em suspensão no local, exceda os padrões estabelecidos pelo CONAMA, poderão ser feitas exigências complementares para os marteletes e perfuratrizes de carreta; • Acionar os sistemas de controle de poluição antes do início de operação dos equipamentos de processo e mantê-los em operação simultânea à pedreira; • Efetuar a manutenção adequada dos sistemas de controle de poluição; • Efetuar o planejamento de fogo de bancada visando minimizar as emissões advindas da extração de blocos de grandes dimensões; • Efetuar a exploração da jazida de maneira tal, que após sua paralisação, seja facilitada sua recuperação ambiental; • Instalar e manter em operação, no perímetro da atividade, uma rede de medição de partículas em suspensão, aprovada pelo Órgão Ambiental do Estado; A metodologia de análise deverá estar em conformidade com o CONAMA e as principais exigências para o controle de Usinas de Concreto e Fábricas de Pré-moldados, que deverão ser obedecidas pelas empresas contratadas para execução dos serviços, são: • As áreas de implantação das usinas não podem estar sujeitas a instabilidades físicas passíveis de ocorrência em cotas superiores (p. ex.: escorregamentos, deslizamentos, presença de materiais instáveis, como depósitos de tálus, etc.); 309 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS • As áreas das usinas de concreto e de solos não podem ser susceptíveis a cheias e inundações, nem se situar próximas de nascentes de cursos d’água e núcleos urbanos; evitar que as usinas de concreto e solos sejam instaladas em linha com a direção predominante dos ventos e núcleos urbanos; • A instalação das usinas de concreto e de solos deverá obedecer à legislação de uso e ocupação do solo vigente nos municípios envolvidos; • Programar e implantar um sistema de sinalização, envolvendo advertências, orientações e riscos de acidentes na instalação das usinas de concreto e solos; • Instalar sistemas de controle de poluição do ar, constituído de ciclone e filtro de mangas ou de equipamentos que atendam ao padrão estabelecido; • Dotar os silos de estocagem de agregados finos, de proteções laterais e cobertura, para evitar a dispersão das emissões fugitivas durante a operação de carregamento; enclausurar a correia transportadora de agregados finos; adotar procedimentos de forma que a alimentação do secador seja feita sem emissão visível para a atmosfera; • Adotar procedimentos operacionais que evitem a emissão de partículas provenientes dos sistemas de limpeza dos filtros de mangas e de reciclagem do pó retido nas mangas; • Manter, em boas condições de operação, todos os equipamentos de processo e de controle. As principais exigências para o controle de emissões em Caminhos de Serviço e Frentes de Terraplenagem, que devem ser obedecidas por todas as empresas contratadas, são: 310 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS • Lavagens periódicas dos equipamentos e veículos, minimizando a quantidade de sedimentos transportados para as vias; todas as caçambas de caminhões de transporte de terra e brita, deverão ser protegidas com lonas, evitando-se a emissão de poeira em suspensão; • Executar manutenção periódica dos veículos e equipamentos para que se minimize a emissão de gases poluentes; • Umidificar as vias de acesso às obras e os desvios de tráfego não pavimentados, através de caminhões-pipa, evitando-se a geração de poeira em suspensão, com exceção nos períodos em que os municípios entram em estado de emergência por falta de água. Os veículos destinados ao transporte de materiais são providos de lonas, como preveem as licenças estaduais/municipais, reduzindo assim as emissões de material particulado durante o transporte. 5.5.5 – METODOLOGIA A equipe técnica deve ser composta ao mínimo de um profissional da área ambiental (tec. químico ambiental/eng. Ambiental). Em todos os lotes o controle de emissões de poeira proveniente da movimentação de máquinas e veículos nos canteiros administrativos e caminhos de serviço foi realizado, quando possível, por umectação das vias de acesso com o auxílio de caminhões pipa. Para o monitoramento de partículas totais em suspensão será utilizado o método do Amostrador de Grandes Volumes, conforme NBR 9547, ou método equivalente. 311 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS O monitoramento emissões atmosféricas (fumaça preta) provenientes de veículos e máquinas em atividade, nas frentes de terraplanagem, na fábrica de pré-moldados, pedreira e locais de circulação de máquinas e caminhões serão realizados utilizando-se a Escala Ringelmann, que é uma escala gráfica para avaliação colorimétrica de densidade de fumaça, constituída de seis padrões com variações uniformes de tonalidade entre o branco e o preto. Quando houver previsão ou detecção de alteração significativa da concentração de poluentes no ar, considerando os limites da Resolução CONAMA 08/90, com ênfase a zonas urbanas, sendo as áreas mais sensíveis, identificadas para monitoramento, serão propostas e adotadas medidas mitigadoras. 5.5.6 – LOCAIS DE AMOSTRAGEM Dentro dos procedimentos de execução, deverá ser dado especial atenção às emissões atmosféricas geradas próximas às comunidade habitadas, ou quando o material transportado é conduzido por regiões habitadas, conforme obsevado nas Tabels 41, 42 e 43. Tabela 41: Locais de Monitoramento de Emissões Atmosféricas nos Lotes 01 e 02. Ponto de amostragem Km 1 1493+980 Fragmento Florestal 2 1477+040 Residência 3 1475+860 Residência 4 1474+680 Residência 5 1471+ 360 Residência 6 1469+620 Residência 7 1468+300 Residência 8 1466+340 Residência 9 1463+660 Residência 10 1461+920 Residência 11 1438+580 Comunidade Característica Lote 01 312 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS Ponto de amostragem Km 12 1434+660 Comunidade 13 1430+420 Residência 14 1429+460 Residência 15 1421+880 Residência 16 1418+580 Residência 17 1415+680 Fragmento Florestal 18 1394+480 Comunidade 19 1390+100 Comunidade 20 1386+780 Residência 21 1382 até 1379 Cidade de Itagiba 22 1354+420 Comunidade 23 1352+800 Comunidade 24 1340+220 Comunidade 25 1338+020 Residência 26 1334+320 Residência 27 1332+580 Comunidade 28 1331+360 Comunidade 29 1329+320 Comunidade 30 1326+420 Comunidade 31 1325+240 Comunidade 32 1324+200 Comunidade 33 1321+200 Comunidade 34 1319 até 1307 Cidade 35 1301+600 Comunidade 36 1279+760 Comunidade 37 1269+200 Comunidade Característica Lote 02 Tabela 42: Locais de Monitoramento de Emissões atmosféricas nos lotes 03 e 04. Ponto de amostragem Km 38 1249+320 Comunidade 39 1228+660 Comunidade 40 1224+800 Comunidade Característica Lote 313 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS Ponto de amostragem Km 41 Característica Lote 1178+020 Comunidade 03 42 1150+600 Comunidade 43 1136+460 Residência 44 1134+300 Residência 45 1132+520 Residência 46 1128+440 Residência 47 1125+880 Residência 48 1119+760 Residência 49 1118+360 Residência 50 1117+220 Residência 51 1113+860 Residência 52 1112+570 Residência 53 1108+680 Residência 54 1107+840 Residência 55 1106+120 Residência 56 1104+620 Residência 57 1103+660 Residência 58 1100+080 Residência 59 1098+540 Residência 60 1094+280 Residência 61 1088+160 Residência 62 1082+060 Residência 63 1080+400 Residência 64 1066 até 1061 Comunidade 65 1058+980 Indústria 66 1057+380 Comunidade 67 1010 até 1009 Cidade 68 1005+540 Residência 69 988+300 Residência 70 982+820 Residência 71 981+960 Residência 72 977+720 Residência 73 974+060 Residência 74 971+180 Fragmento Vegetação 04 314 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS Tabela 43: Locais de Monitoramento de Emissões atmosféricas nos lotes 05, 06 e 07. Ponto de amostragem Km Característica 75 966+740 Comunidade 76 966+100 Residência 77 956+220 Residência 78 954+760 Residência 79 952+420 Residência 80 936+980 Comunidade 81 924+920 Residência 82 922+120 Residência 83 920+640 Residência 84 919+360 Residência 85 912+440 Residência 86 903+200 Comunidade 87 850+000 Fragmento Vegetação 88 832+240 Residência 89 769+000 Residência 100 749+340 Residência 101 716 até 713 Cidade 102 688+820 Comunidade 103 674+600 Residência 104 663+400 Residência 105 657+340 Residência 106 649+460 Comunidade 107 634+020 Comunidade 108 634+260 Residência 109 631+940 Residência 110 625+240 Comunidade 111 611+820 Comunidade 112 605+904 Fragmento Vegetação 113 588+460 Residência 114 580+740 Comunidade 115 561+780 Comunidade 116 558+500 Residência Lote 05 06 07 315 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS Ponto de amostragem Km 117 554+940 Comunidade 118 549+240 Residência 119 544+900 Residência 120 542+440 Residência Característica Lote 5.5.7 - INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS Esse subprograma é complementado pelos seguintes programas ambientais: Programa de Capacitação de Trabalhadores, Programa de Controle Ambiental da Obra; Programa de Educação Ambiental, Subprograma de Controle e Monitoramento de Resíduos e Efluentes e Programa de Comunicação Social. 5.5.8 - RESPONSABILIDADE DE EXECUÇÃO VALEC. A implantação e o acompanhamento deste Subprograma Ambiental serão de responsabilidade da VALEC, diretamente ou através de empresas contratadas. Construtoras. Ficará a cargo das Empresas de Construção (Empreiteiras) a instalação e operação dos equipamentos de medição do programa de autocontrole em usinas, fábricas e pedreiras e a implantação de todas as demais medidas previstas neste Programa. Consultoras. A empresa responsável pela Supervisão Ambiental ficará incumbida de acompanhar a implantação do Programa, realizando ações de controle visual da emissão de poeiras nas frentes de serviço; monitorando as medições dos programas de autocontrole de emissões de poluentes e de ruídos; dando tratamento aos dados gerados e elaborando relatórios. 316 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS Órgãos de Controle Ambiental. Aos Órgãos Ambientais Estaduais e IBAMA caberá a fiscalização geral das instalações industriais (usinas e pedreiras), como consequência do processo de licenciamento individualizado destas atividades, a ser providenciado pelas Empreiteiras responsáveis pelas obras. 5.5.9 - CRONOGRAMA Este subprograma será aplicado durante a evolução da execução das obras, sendo encerrada a sua aplicação somente após estarem concluídas também todas as recuperações de áreas degradadas, inclusive aquelas ocupadas pelas empreiteiras, quando for o caso. Voltará a ser aplicada no período de operação da Ferrovia sempre que forem contratados serviços de conservação, de restauração e/ou de ampliação da estrada ou de suas instalações de apoio. 5.5.10 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO A avaliação do desempenho é um conceito moderno que vem sendo cada dia mais adotado como forma de se aperfeiçoar a gestão pautando-se sobre os resultados alcançados. Pode ser definida como a identificação e mensuração das ações que os colaboradores de uma organização realizaram durante determinado período, e tem como objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual e coletivo dos funcionários e processos, promovendo o crescimento e aperfeiçoamento buscando-se sempre um melhor desempenho. Através da avaliação de desempenho é mais fácil fornecer feedback aos gestores e colaboradores, baseado em informações sólidas e tangíveis, bem como auxiliá-las no caminho da melhoria contínua, buscando retroalimentar os processos de forma a subsidiar a revisão de estratégias e métodos de trabalho, minimizando os efeitos da 317 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS tendência à entropia e melhorando as práticas, reciclando e fornecendo condições de sobrevivência em ambientes turbulentos e mutáveis. A atual gestão do desempenho calcada sobre resultados pressupõe a atribuição de métricas para transformar quaisquer informações possíveis em dados tangíveis visando facilitar a avaliação e acompanhamento do desempenho do avaliado. Ao discorrer sobre o quesito “Eficiência”, considerou-se a definição do termo de que eficiência diz respeito a “como fazer” e está relacionada às ações a serem realizadas ao nível operacional em relação ao tempo, ou seja, de acordo com um plano ou programa préelaborado como parte do planejamento estratégico, seu cronograma e tudo mais que o compõe. Ao discorrer sobre o quesito “Eficácia”, considerou-se a definição do termo de que eficácia diz respeito ao “objetivo ou resultado” e está relacionado à capacidade de realizar efetivamente o que foi proposto, indicando resultados sob métricas que indicassem desempenho. Para tanto, a aplicação deste subprograma o monitoramento será de responsabilidade da VALEC, diretamente ou através de empresas contratadas. O monitoramento de poluentes atmosféricos é a qualificação e quantificação das emissões de poluentes previamente selecionados para comparar com parâmetros de concentração definidos na legislação ambiental ou por critérios operacionais. O monitoramento das emissões, que devem ser obedecidas pelas empreiteiras contratadas, deve ter foco nos seguintes itens de controle: Controle do processo poluidor (ex. combustão por motores); Controle dos padrões de emissão; Controle da eficiência de um equipamento; Testar a consequência causada pela mudança de um processo; Avaliar a formação de poluentes dentro do processo. 318 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS A “rede de medição de partículas em suspensão” deverá abranger todo o perímetro de influência do empreendimento, contemplando desde os locais das jazidas, os caminhos para transporte, as usinas de concreto e solo, os aglomerados populacionais ou comunidades habitadas e o destino final. Os parâmetros que serão monitorados são os relacionados nas tabelas 01, 02 e 03, apresentada adiante. Os resultados devem ser apresentados, descrevendo a atividade geradora, a estimativa de geração e a caracterização da emissão, conforme exemplo da Tabela 44. Tabela 44: Resumo das Gerações de Emissões Atmosféricas Atividade Estimativa Geradora de Geração Caracterização da Emissão Os resultados dos monitoramentos devem ser apresentados, descrevendo o monitoramento, os níveis de qualidade do ar e os padrões da resolução CONAMA 08/90, conforme exemplo da Tabela 45. Tabela 45: Resultados dos Monitoramentos Efetuados Parâmetros Nível da Qalidade do Ar Padrões CONAMA 08/90 319 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS As medidas corretivas e mitigadoras devem ser apresentadas conjuntamente com os objetivos específicos, conforme exemplo da Tabela 46. Tabela 46: Medidas Corretivas e Mitigadoras Adotadas Medidas Objetivos Específicos 5.5.11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELLIA, V.; BIDONE, E. D. Rodovias, Recursos Naturais e Meio Ambiente. Rio de Janeiro: EDUFF, 1993. 288 p. CONAMA. Resolução n.º 003 de 28 de junho de 1990. Dispõe sobre padrões de qualidade do ar, previstos no PRONAR - Data da legislação: 28/06/1990 - Publicado no DOU: 22/08/1990. CONAMA. Resolução n.º 005 de 15 de junho de 1989. Dispõe sobre o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar - PRONAR - Data da legislação: 15/06/1989 – Publicado no DOU: 25/08/1989. CONAMA. Resolução n.º 008 de 06 de Dezembro 1990. Que estabele, em nível nacional, limites máximos de emissão de poluentes do ar. Publicada no DOU, de 28/12/90. CONAMA. Resolução n.º 018 de 06 de maio de 1986. Dispõe sobre a criação do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores - PROCONVE - Data da legislação: 06/05/1986 - Publicado no: 17/06/1986. CONAMA. Resolução n.º 251 de 12 de janeiro de 1999. Estabelece critérios, procedimentos e limites máximos de opacidade da emissão de escapamento para avaliação do estado de manutenção dos veículos automotores do ciclo Diesel - Data da legislação: 07/01/1999 Publicado no: 12/01/1999. 320 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS DNIT. Corpo Normativo Ambiental Rodoviários. Rio de Janeiro, 1996. 92 p. para Empreendimentos IBAMA. Portaria n.º 231/76, em que estabelece os padrões de qualidade do ar e métodos de referência para medições. IBAMA. Portaria n.º 85, que dispões sobre o controle de opacidade na frota de veículos a diesel. 321 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES 5.6 - SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES 5.6.1- Justificativas Mesmo considerando que a ferrovia projetada prioriza as áreas rurais evitando a interferência com áreas urbanas, elas trazem preocupação quanto às emissões de ruídos e vibrações que, se não tratados com os cuidados necessários, poderão causar danos ao meio ambiente e à população dentro da área de influência direta do empreendimento. Há um número importante de fatores geradores de ruído e de vibrações nas atividades da construção pesada que possam gerar queixas da comunidade para os problemas deles derivados. Alguns dos mais importantes destes fatores são: • Locais onde predominam construções residenciais, por serem de baixa atividade, tem ruído de fundo muito baixo. Os trabalhos relativos à construção aparecem nestes locais como uma intrusão ou uma invasão, fazendo com que a movimentação necessária a esta atividade torne-se indesejável, pois, além de causarem poeiras, deslocamento de veículos pesados, restrições ao acesso, trazem o problema do ruído à tona. • As atividades de construção pesada acontecem ao "ar livre" ou ambiente aberto. A construção por si mesma não proporciona condições de isolamento sonoro, a não ser em casos muito especiais. • O planejamento e o zoneamento para separar (ou isolar) o ruído das áreas de sensibilidade pode não resultar em sucesso, devido ao tempo de duração da obra. • A emissão de ruído varia grandemente durante o dia, com grandes níveis para curtos períodos de tempo. O ruído impulsivo que é particularmente 322 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES incômodo, forma proporcionalmente grande parte da emissão de ruído nos sítios de construção. • O ruído surge de um grande número de diferentes processos que variam na intensidade e características devido às diversas etapas vividas durante o período de construção. Atividades necessárias às construções envolvem, também, as oficinas de máquinas pesadas e leves, onde é feita a manutenção e o conserto na própria região da construção, bem como, veículos leves e pesados, máquinas pesadas de corte e de perfuração, a produção de materiais e a fabricação de pré-moldados, a carga, o transporte e a descarga dos mais diversos materiais e assim por diante. Todo o processo de implantação e construção de ferrovias é transitório por natureza. Virtualmente tudo que se faça ainda permanecerá em constante estado de mudança por muito esforço que se dedique. É difícil controlar o ruído e vibrações, neste caso, exigindo vigilância constante para minimizar os danos e inconvenientes que possam causar. A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera o limite sonoro de 50 decibéis para não causar prejuízos ao ser humano. Alguns efeitos negativos da poluição sonora são: insonia, estresse, depressão, perda de audição, dores de cabeça e cansaço, portanto é necessario avaliar se os níveis atingidos, em um determinado ambiente esta causando danos a qualidade de vida das pessoas. As atividades que envolvem o uso de explosivos devem ser controladas, não só com relação ao desmonte de estruturas (rocha e outros materiais), mas também quanto a danos estruturais em edificações próximas (casas, edificações históricas, etc.) e outros impactos ambientais como vibração, propagação de ruídos. Os valores limites do nível de vibração do terreno não dependem apenas dos danos que a velocidade de vibração de partícula pode causar nas construções civis, mas também do tipo de construção em si, tendo sido 323 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES provado que, com freqüência, a vibração gerada por explosivos é apenas o instante detonador de um processo de instabilidade atribuído a outras causas, como recalque, dilatação térmica, insuficiência de material, erro de cálculo de projeto, etc. (Fornaro, 1980). Também é importante considerar as características próprias das vibrações, ou seja, a freqüência, a repetitividade e a duração do fenômeno. Pode-se dizer que um edifício sofre danos, se os impulsos dinâmicos provocados pelas vibrações sobrepõem-se aos impulsos estáticos, levando a uma superação das condições de resistência da estrutura. Tendo em vista que as atividades desenvolvidas durante as fases de implantação e operação da FIOL acarretarão na alteração dos níveis sonoros, causando transtornos à população residente na AID, alterações no comportamento e sobrevivência da fauna silvestre e ainda, na saúde dos trabalhadores envolvidos na construção e operação da planta industrial, fazse necessário o monitoramento e a adoção de medidas que visem mitigar e compensar tais impactos. Importante salientar que este programa deve ser estendido para a fase de operação da ferrovia, quando deverão ser executadas medições relacionadas a passagens de composições, identificando então, possíveis pontos onde poderão ser necessárias obras para mitigação dos níveis de ruídos. 5.6.2 - OBJETIVOS DO SUBPROGRAMA MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES DE CONTROLE E Este subprograma tem como objetivo orientar as ações que devem ser realizadas para controlar a emissão de ruídos e de vibrações pelas atividades de construção da ferrovia e, assim, reduzir ao máximo os efeitos negativos sobre os moradores rurais, as comunidades lindeiras e sobre a fauna, seja a 324 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES silvestre, sejam as criações mantidas nas propriedades rurais vizinhas do empreendimento. Apresentar as ações, parâmetros legais a serem seguidos e os procedimentos necessários para a realização do monitoramento e controle dos níveis de ruído e vibrações, promovendo com isso condições de trabalho salutares aos trabalhadores envolvidos nas atividades de implantação do empreendimento, bem como reduzir a interferência sobre as comunidades e o meio ambiente através da proposição de medidas de prevenção e controle. Apresentar uma proposta de modelagem de ruídos que possam ser gerados na fase de operação da ferrovia, prevendo ações mitigadoras na fase de construção. 5.6.3 - METAS E INDICADORES 5.6.3.1 - Metas em Relação aos Ruídos Conforme a NBR 10.151, os limites de horário para o período diurno e noturno podem ser definidos pelas autoridades, de acordo com os hábitos da população. A meta a ser atingida é a de não superar os limites máximos registrados, de acordo com a lei de uso e ocupação do solo dos municípios afetados quando da classificação do tipo de zona estabelecida na NBR 10.151, e caso ela venha a ser superada, adotar medidas que minimizem seus impactos. A Tabela 47 é baseada na norma de referência (NBR 10.151) e indica os níveis de ruído que servirão como critério de avaliação, ou seja, o nível máximo recomendado para cada tipo de área habitada. 325 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Para tanto, os ruídos gerados tanto na fase de implantação como de operação do empreendimento, deverão ser monitorados. Tabela 47: Nível de Critério de Avaliação NCA para Ambientes Externos, em dB TIPOS DE ÁREAS DIURNO NOTURNO Áreas de sítios e fazendas 40 35 Área estritamente residencial urbana ou hospitais ou escolas 50 45 Área mista, predominantemente residencial 55 50 Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55 Área mista, com vocação recreacional 65 55 Área predominante industrial 70 60 5.6.3.2 - Metas em Relação às Vibrações O subprograma de controle e monitoramento de vibrações, está voltado para os efeitos da construção da ferrovia sobre o meio ambiente. Tais atividades são regidas por normas técnicas que sugerem parâmetros de medição e limites definidos na avaliação de prováveis danos. A maioria delas considera na avaliação de danos estruturais, além da velocidade, a freqüência da vibração. Algumas normas foram elaboradas com base em dados experimentais, analisando parâmetros como o tipo de construção e o material nela utilizados, outras se basearam apenas em valores empíricos, mas todas apresentam valores conservativos. De acordo com BACCI (2003), a norma brasileira não avalia o parâmetro freqüência e não classifica os diferentes tipos de estruturas civis, restringindo-se ao valor resultante da velocidade de vibração como parâmetro medido. 326 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES A meta com relação aos níveis de vibrações causadas pela instalação do empreendimento deve levar em consideração os trabalhos executados próximos a centros urbanos, ou residências em que se faça o uso de explosímetros. Concomitante a este programa devem estar associadas ações de comunicação social junto à comunidade lindeira a obra, informando os motivos e a freqüência do uso dos explosivos. 5.6.4 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS 5.6.4.1 - Definições Aplicáveis Ruído ambiente: ruído global observado numa dada circunstância num determinado instante, devido ao conjunto de todas as fontes sonoras que fazem parte da vizinhança próxima ou longínqua do local considerado. Ruído particular: componente do ruído ambiente que pode ser especificamente identificada por meios acústicos e atribuída à determinada fonte sonora. Ruído residual: ruído ambiente a que se suprimem um ou mais ruídos particulares, para uma situação determinada. Nível sonoro contínuo equivalente, ponderado: valor do nível de pressão sonora ponderado. A de um ruído uniforme que, no intervalo de tempo T, tem o mesmo valor eficaz da pressão sonora do ruído cujo nível varia em função do tempo. 327 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Nível de avaliação: nível sonoro contínuo equivalente, ponderado A, durante o intervalo de tempo T, adicionado das correções devidas às características tonais e impulsivas do som, de acordo com a seguinte fórmula: LAr,T = LAeq,T + K1 + K2 onde K1 é a correção tonal K2 é a correção impulsiva Ruído impulsivo: ruído com um ou mais impulsos de energia sonora cuja duração é inferior a 1 s e separados por intervalos de tempo superiores a 0,2 s. Vibração: é qualquer movimento que o corpo executa em torno de um ponto fixo. Esse movimento pode ser regular, do tipo senoidal ou irregular, quando não segue nenhum movimento determinado, como no sacolejar de um carro andando em uma estrada de terra (IIDA). 5.6.4.2 - Normas 5.6.4.2.1 - Ruídos Para a medição dos ruídos será utilizado o preconizado na Norma Brasileira NBR 10151 - “Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade – Procedimento”, e fixa as condições exigíveis para avaliação da aceitabilidade do ruído em comunidades. Ela especifica um método para a medição de ruído, sua aplicação de nos níveis medidos e uma comparação dos níveis corrigidos, com um critério que leva em conta os vários fatores ambientais. A Resolução CONAMA: Nº 001, Ano:1990 - "Dispõe sobre critérios e padrões de emissão de ruídos, das atividades industriais" Data da legislação: 08/03/1990 - Publicação DOU: 02/04/1990. 328 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Resolução CONAMA: Nº 002, Ano:1990 - "Dispõe sobre o Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição Sonora - SILÊNCIO" (Estabelece normas, métodos e ações para controlar o ruído excessivo que possa interferir na saúde e bem-estar da população) Data da legislação: 08/03/1990 Publicação DOU: 02/04/1990] Resolução CONAMA: Nº 008, Ano:1993 - "Complementa a Resolução nº 018/86, que institui, em caráter nacional, o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores - PROCONVE, estabelecendo limites máximos de emissão de poluentes para os motores destinados a veículos pesados novos, nacionais e importados" (Estabelece a compatibilização dos cronogramas de implantação dos limites de emissão dos gases de escapamento com os de ruído dos veículos pesados no ciclo Diesel, estabelecidos na Resolução CONAMA nº 1/93) Data da legislação: 31/08/1993 - Publicação DOU: 31/12/1993 Resolução CONAMA: Nº 017, Ano:1995 - "Ratifica os limites máximos de emissão de ruído por veículos automotores e o cronograma para seu atendimento previsto na Resolução CONAMA nº 008/93 (art. 20), que complementa a Resolução nº 018/86, que institui, em caráter nacional, o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores PROCONVE, estabelecendo limites máximos de emissão de poluentes para os motores destinados a veículos pesados novos, nacionais e importados" Data da legislação: 13/12/1995 - Publicação DOU: 29/12/1995 Resolução CONAMA: Nº 272, de 14 de Setembro de 2000 - Essa resolução regulamenta a emissão de ruídos de veículos automotores. A NR do Ministério do Trabalho e Emprego deve ser considerada e utilizada como diretriz nas questões relativas à exposição funcional de ruídos, tal como a NR 15 que estabelece os tempos de exposição dos trabalhadores aos níveis de ruídos que não devem ser exceder os limites de tolerância fixados no Quadro 14. 329 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Quadro 14: Níveis de Ruído x Exposição Máxima Diária Permissível (NR15) 330 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES 5.6.4.2.2 - Vibrações Para a medição de vibrações sonoras, serão utilizadas as normas NBR 9653 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que desde 1983, vem coletando e analisando dados técnicos da bibliografia internacional e associando-os à experiência nacional, através da sua Comissão de Estudos CE - 18.205.02, que advém de trabalhos em pedreiras operando junto à periferia das grandes concentrações urbanas. A CETESB estabeleceu critérios de avaliação de problemas ambientais através da norma interna D7.013, de 1992, na qual são fixadas as condições exigíveis para a atividade de mineração a céu aberto que utiliza explosivos no desmonte do minério, no que se refere ao controle de poluição e à conservação do meio ambiente. Esse critério avalia o incômodo gerado à população e não se refere aos danos em estruturas civis, como a NBR 9653. 5.6.5 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO 5.6.5.1 - Atividades de Medições de Ruídos O monitoramento de ruídos deverá ser realizado na ADA e quando for o caso na AID, utilizando-se a mesma metodologia e malha amostral para todos os lotes levando-se em conta a presença ou não de pontos receptores sensíveis próximos ae canteiros de obra, fábricas de dormentes e frentes de trabalho. A equipe técnica deve ser composta ao mínimo de um profissional de engenharia acústica e de segurança do trabalho. 331 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Será utilizado o método de Monitoração Continua de Ruído. Desta forma, em cada ponto de medição o monitoramento ocorrerá de forma continua durante trinta minutos, na taxa de 01 amostra de ruído por segundo, uma vez por semestre nas áreas externas das fábricas de dormentes e nos canteiros de obra ou quando se fizer necessário durante o avanço nas frentes de obra da instalação da ferrovia, como por exemplo, em casos em que estas áreas estejam até 500 metros de centros urbanos, escolas, hospitais e etc. Segundo a NBR 10.151, o medidor de nível de pressão sonora ou o sistema de medição deve atender as especificações da IEC 60651 para tipo 0, tipo 1 ou tipo 2. Recomenda-se que o equipamento possua recursos para medição de nível de pressão sonora equivalente ponderado em "A" (LAeq), conforme a IEC 60804. O posicionamento do microfone em todos os momentos deverá atender as normas de operação do aparelho, bem como as condições exigidas no item 3.1.2 da NBR 10.151: “as medições no ambiente externo devem ser efetuadas a 1,2 m acima do solo, e no mínimo, a 1,5m de paredes, edifícios e outras superfícies refletoras.” Enquanto o decibelímetro grava o nível de ruído do local, a equipe deverá fazer a descrição das atividades que estão sendo realizadas no local, para justificar a freqüência sonora de cada ponto. Segundo a NBR 10.151, o relatório deve conter as seguintes informações: Marca, tipo ou classe e número de série de todos os equipamentos de medição utilizados; Data e número do último certificado de calibração de cada equipamento de medição; Desenho esquemático e/ou descrição detalhada dos pontos da medição; Horário e duração das medições do ruído; 332 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Nível de pressão sonora correções aplicadas; corrigido Lc, indicando as Nível de ruído ambiente; Valor do nível de critério de avaliação (NCA) aplicado para a área e o horário da medição; Referência a esta Norma. As medições dos níveis de ruídos serão realizadas na AID, sempre que as obras de instalação da ferrovia estiverem ocorrendo próximas de residências isoladas e/ou lindeiras, comunidades, escolas, hospitais ou postos de saúde e unidades de conservação. Também deverão ser objeto de medição e controle todos os canteiros de obra, sendo apresentadas ao IBAMA por trecho ferroviário licenciado, conforme exemplo da Tabela 48. Tabela 48: Resumo das Informações das Medições de Ruídos no Trecho xx da FIOL Resumo das medições de ruídos PONTO Nível de Ruído Medido Previsão de Alteração Limites de Referência Residência do Sr. Xx (idenficar o nome e km ferroviário) Canteiro Central ( identificar o ponto externo) Canteiro Industrial (identificar o ponto externo) Britador (identificar o ponto externo) Unidade de Conservação (identificar a UC e km ferroviário) 333 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES O programa deverá contemplar todas as comunidades aglomerados urbanos e rurais que possam sofrer interferências acústicas. ou 5.6.5.2 - Atividades de Medição de Vibrações O monitoramento de vibrações deverá ser realizado utilizando-se a mesma metodologia e malha amostral para todos os lotes levando-se em conta a presença ou não de pontos receptores sensíveis a menos de 500 metros de distância de frentes de trabalho que utilizem explosivos, tais como áreas residências, hospitais/unidades de saúde, escolas, povoados e comunidades. A CETESB estabeleceu critérios de avaliação de problemas ambientais através da norma interna D7.013, de 1992, na qual se fixam as condições exigíveis para a atividade de mineração a céu aberto que utiliza explosivos no desmonte do minério, no que se refere ao controle de poluição e à conservação do meio ambiente. Que pode ser correlato ao uso de explosivos utilizados nas frentes de obra para a instalação da ferrovia. Esse critério avalia o incômodo gerado à população e não se refere aos danos em estruturas civis, como a NBR 9653. A velocidade resultante de vibração de partícula é calculada do mesmo modo que na norma NBR 9653, a qual estabelece como valor máximo de Vp 3mm/s, medido na componente vertical. Quando a medição for realizada com utilização de instrumentos cujos resultados sejam a integração das três componentes, o valor máximo permitido para a velocidade de partícula é de 4,2mm/s, para que não haja incômodo à população. Em ambos os casos, a medição deve ser feita fora dos limites da área da ferrovia. Quanto à instalação dos sensores, estes devem ser fixados rigidamente no solo, a uma distância inferior a 10m da edificação mais 334 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES atingida. As medições dos níveis de vibrações serão apresentadas ao IBAMA por trecho ferroviário licenciado, conforme tabelas elencadas: As medições dos níveis de vibração na ADA – Área Diretamente Afetada - deverá ser realizada sempre que as obras de instalação da ferrovia estiverem ocorrendo próximas de residências isoladas e/ou lindeiras, comunidades, escolas, hospitais ou postos de saúde. Também deverão ser objeto de medição e controle todos os canteiros de obra, sendo os resultados apresentadas ao IBAMA por trecho ferroviário licenciado, conforme exemplo de Tabela 49 abaixo: Tabela 49: Resumo das Informações das Medições de Vibrações no Trecho xx da FIOL Resumo das medições de vibrações PONTO Nível de Vibrações Medido Previsão de Alteração Limites de Referência Residência do Senhor Xx (idenficar o nome e km ferroviário) Canteiro Central ( identificar o ponto externo) Canteiro Industrial (identificar o ponto externo) Britador (identificar o ponto externo) Unidade de Conservação (identificar a UC e km ferroviário) 335 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES 5.6.6 - MEDIDAS MITIGATÓRIAS Medidas mitigatórias deverão ser implantadas conforme os resultados das medições dos níveis de ruídos e vibrações ultrapassarem os limites estabelecidos pela legislação pertinente, incluindo os níveis de exposição sonora estabelecidos pela NR 15. Como este subprograma está diretamente ligado ao programa de comunicação social, todos os distúrbios em relação à comunidade deverão ser levados em consideração e apresentados à empreiteira responsável para que medidas mitigadoras sejam tomadas. Sugere-se o uso de abafadores de som em equipamentos que apresentarem ruídos elevados, tais como britadores e geradores de energia. Importante salientar, que somente durante a fase de operação da ferrovia, quando as composições férreas começarem a trafegar e o programa de monitoramento de ruídos já estiver consolidado, será possível discutir se haverá ou não a necessidade de executar obras visando a redução dos níveis de ruídos e desconforto para a população. No caso do uso de explosivos próximo a comunidades, dependendo dos resultados de vibrações, medidos em campo durante os processos de explosão, medidas como a diminuição da carga de explosivos deverão ser levados em consideração. As medidas mitigatórias e corretivas, quando necessárias e executadas, devem ser descritas e apresentadas na forma da Tabela 50. 336 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Tabela 50: Resumo das Informações das Medições de Vibrações no Trecho xx da FIOL Medida Adotada Objetivo Específico 5.6.7 - MODELAGEM DE RUÍDOS Deve ser realizada, durante a fase de instalação da ferrovia, uma modelagem contemplando os ruídos que serão produzidos na fase de operação da ferrovia. Esta modelagem deve ser realizada visando a proteção acústica de comunidades próximas ao traçado da linha férrea, prevendo-se o uso de apitos e a passagem de composições carregadas e vazias ao longo do trecho. De acordo com os resultados apresentados, deverão ser propostas medidas mitigadoras para solução do problema. A análise do ruído deve ser efetuada através de monitoramento in loco para obtenção de dados das fontes sonoras e por simulação computacional através do software SoundPLAN 6.4®, ou similar, que permite a modelagem de ambientes internos e externos e possibilita a análise dos impactos das fontes sonoras poluidoras e previsões sobre o comportamento do ruído. Considera fontes (com características espectrais e diretividade 2D ou 3D) dos tipos pontuais, extensas (linear e superficial); ambientes físicos com curvas de nível; edificações; absorção do solo e barreiras, como paredes e taludes, por exemplo. É um software que simula situações reais para análise acústica de um ambiente. Oferece como resultado a modelagem, cálculos e mapas dos níveis de pressão sonora, gerando mapas de ruído de entorno e de fachada dos edifícações. Para isso, é necessária a inserção dos seguintes dados no programa: extensão da área de estudo; área, altura e localização das edificações; tipos de materiais utilizados nas fachadas; tipo de solo; tipo, quantidade, localização e potência das fontes sonoras; localização e quantidade de receptores; 337 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES dados dos níveis de pressão sonora medidos in loco; barreiras existentes, entre outros. O cálculo é feito através da varredura da geometria em 360 graus, incluindo as reflexões que podem ocorrer nos edifícios e nas barreiras. Os resultados oferecem o Leq e os descritores estatísticos (L10, L50, L90, Lmax, Lmin). Todas as fontes são consideradas de forma independente e podem ser calculadas separadamente. O software também tem a capacidade de calcular o efeito de difração do som, no entanto, é necessário selecionar essa opção na simulação, pois, o tempo de cálculo dobra quando essa ferramenta está acionada. Durante o processo de cálculo, os dados podem ser vistos na tela em duas dimensões e em três dimensões, podendo até mesmo serem impressos. Após a verificação, é feito o cálculo do ruído para cada receptor, sendo que a velocidade e incremento do cálculo podem ser ajustados de acordo com a modalidade desejada. Os pontos de modelagem devem prever informações como o local (quilômtro ferroviário e coordenada geográfica), os níveis de ruídos permitidos, os níveis de ruídos previstos e as medidas mitigadoras que devem ser adotadas, conforme modela da Tabela 51: Tabela 51: Níveis de Ruídos Previstos KM Coordenadas Níveis de ruído Níveis de ruídos Medidas Permitidos Previstos Mitigadoras 5.6.8 - CRONOGRAMA Este subprograma será aplicado durante todo o período das obras, sendo as medições realizadas bimestralmente até a conclusão 338 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES das obras, sendo encerrada a sua aplicação somente após estarem concluídas também todas as recuperações de áreas degradadas, inclusive aquelas ocupadas pelas empreiteiras, quando for o caso. As medições dos níveis de ruídos serão realizadas na ADA - Área Diretamente Afetada, sempre que as obras de instalação da ferrovia ocorrerem próximas de residências isoladas e/ou lindeiras, comunidades, escolas, hospitais /postos de saúde e unidades de conservação legalmente protegidas. Também deverão ser objeto de medição e controle todos os canteiros de obra implantados, sendo os resultados apresentados em relatórios semestrais. Os locais onde serão realizados estes monitoramentos, conforme o avanço das obras, são apresentados nas tabelas 52, 53 e 54. Tabela 52: Locais de Monitoramento de Ruídos e Vibrações nos Lotes 01 e 02. Ponto de amostragem Km 1 1493+980 Fragmento Florestal 2 1477+040 Residência 3 1475+860 Residência 4 1474+680 Residência 5 1471+ 360 Residência 6 1469+620 Residência 7 1468+300 Residência 8 1466+340 Residência 9 1463+660 Residência 10 1461+920 Residência 11 1438+580 Comunidade 12 1434+660 Comunidade 13 1430+420 Residência Característica Lote 01 339 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Ponto de amostragem Km 14 1429+460 Residência 15 1421+880 Residência 16 1418+580 Residência 17 1415+680 Fragmento Florestal 18 1394+480 Comunidade 19 1390+100 Comunidade 20 1386+780 Residência 21 1382 até 1379 Cidade de Itagiba 22 1354+420 Comunidade 23 1352+800 Comunidade 24 1340+220 Comunidade 25 1338+020 Residência 26 1334+320 Residência 27 1332+580 Comunidade 28 1331+360 Comunidade 29 1329+320 Comunidade 30 1326+420 Comunidade 31 1325+240 Comunidade 32 1324+200 Comunidade 33 1321+200 Comunidade 34 1319 até 1307 Cidade 35 1301+600 Comunidade 36 1279+760 Comunidade 37 1269+200 Comunidade Característica Lote 02 Tabela 53: Locais de Monitoramento de Ruídos e Vibrações nos Lotes 03 e 04. Ponto de amostragem Km 38 1249+320 Comunidade 39 1228+660 Comunidade 40 1224+800 Comunidade 41 1178+020 Comunidade 42 1150+600 Comunidade 43 1136+460 Residência Característica Lote 03 340 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Ponto de amostragem Km 44 1134+300 Residência 45 1132+520 Residência 46 1128+440 Residência 47 1125+880 Residência 48 1119+760 Residência 49 1118+360 Residência 50 1117+220 Residência 51 1113+860 Residência 52 1112+570 Residência 53 1108+680 Residência 54 1107+840 Residência 55 1106+120 Residência 56 1104+620 Residência 57 1103+660 Residência 58 1100+080 Residência 59 1098+540 Residência 60 1094+280 Residência 61 1088+160 Residência 62 1082+060 Residência 63 1080+400 Residência 64 1066 até 1061 Comunidade 65 1058+980 Indústria 66 1057+380 Comunidade 67 1010 até 1009 Cidade 68 1005+540 Residência 69 988+300 Residência 70 982+820 Residência 71 981+960 Residência 72 977+720 Residência 73 974+060 Residência 74 971+180 Fragmento Vegetação Característica Lote 04 341 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Tabela 54: Locais de Monitoramento de Ruídos e Vibrações nos Lotes 05, 06 e 07. Ponto de amostragem Km Característica 75 966+740 Comunidade 76 966+100 Residência 77 956+220 Residência 78 954+760 Residência 79 952+420 Residência 80 936+980 Comunidade 81 924+920 Residência 82 922+120 Residência 83 920+640 Residência 84 919+360 Residência 85 912+440 Residência 86 903+200 Comunidade 87 850+000 Fragmento Vegetação 88 832+240 Residência 89 769+000 Residência 100 749+340 Residência 101 716 até 713 Cidade 102 688+820 Comunidade 103 674+600 Residência 104 663+400 Residência 105 657+340 Residência 106 649+460 Comunidade 107 634+020 Comunidade 108 634+260 Residência 109 631+940 Residência 110 625+240 Comunidade 111 611+820 Comunidade 112 605+904 Fragmento Vegetação 113 588+460 Residência 114 580+740 Comunidade 115 561+780 Comunidade 116 558+500 Residência 117 554+940 Comunidade Lote 05 06 07 342 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES Ponto de amostragem Km 118 549+240 Residência 119 544+900 Residência 120 542+440 Residência Característica Lote 5.6.9 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO VALEC. A implantação e o acompanhamento deste Subprograma Ambiental serão de responsabilidade da VALEC, diretamente ou através de empresas contratadas. Gestora Ambiental: Apoiar, orientar e supervisionar os procedimentos de monitoramento do nível de ruídos e vibrações. Acompanhar, emitir relatórios e avaliar a execução das ações propostas. Encaminhamento de ações corretivas, quando necessário. Construtoras: Executar as atividades previstas no subprograma. 5.6.10 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO A avaliação do desempenho é um conceito moderno que vem sendo cada dia mais adotado como forma de se aperfeiçoar a gestão pautando-se sobre os resultados alcançados. Pode ser definida como a identificação e mensuração das ações que os colaboradores de uma organização realizaram durante determinado período, e tem como objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual e coletivo dos 343 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES funcionários e processos, promovendo o crescimento aperfeiçoamento buscando-se sempre um melhor desempenho. e Através da avaliação de desempenho é mais fácil fornecer feedback aos gestores e colaboradores, baseado em informações sólidas e tangíveis, bem como auxiliá-las no caminho da melhoria contínua, buscando retroalimentar os processos de forma a subsidiar a revisão de estratégias e métodos de trabalho, minimizando os efeitos da tendência à entropia e melhorando as práticas, reciclando e fornecendo condições de sobrevivência em ambientes turbulentos e mutáveis. A atual gestão do desempenho calcada sobre resultados pressupõe a atribuição de métricas para transformar quaisquer informações possíveis em dados tangíveis visando facilitar a avaliação e acompanhamento do desempenho do avaliado. Ao discorrer sobre o quesito “Eficiência”, considerou-se a definição do termo de que eficiência diz respeito a “como fazer” e está relacionada às ações a serem realizadas ao nível operacional em relação ao tempo, ou seja, de acordo com um plano ou programa préelaborado como parte do planejamento estratégico, seu cronograma e tudo mais que o compõe. Ao discorrer sobre o quesito “Eficácia”, considerou-se a definição do termo de que eficácia diz respeito ao “objetivo ou resultado” e está relacionado à capacidade de realizar efetivamente o que foi proposto, indicando resultados sob métricas que indicassem desempenho. Diante do exposto, os relatórios devem apresentar além dos resultados de medições de ruídos e vibrações realizadas no período, o atendimento a todas não conformidades registradas durante o processo de instalação da obra. 344 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES 5.6.11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9653. Guia para avaliação dos efeitos provocados pelo uso de explosivos nas minerações em áreas urbanas. Norma de Procedimento.1986. São Paulo (SP). BACCI, D.C. Vibrações geradas pelo uso de explosivos no desmonte de rochas: avaliação dos parâmetros físicos do terreno e dos efeitos ambientais. Rio Claro: Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista. 2000. v.1 (texto) e v.2 (anexos). (Tese de Doutorado). BELLIA, Vitor et. al. : Introdução à Gestão Ambiental de Estradas Coleção Disseminar - IME-DNIT, 2005. BELLIA, Vitor; BIDONE, Edson D. Rodovias, recursos naturais e meio ambiente. Niterói: EdUFF; Brasília: DNER, 1993. BERTA, G. L'esplosivo strumento di lavoro. 1985. ITALESPLOSIVI - Milano. 1ª ed. 488p. Surface mineral extractions (except coal) sites. British Standard. BRASIL. DNIT. Manual para atividades ambientais rodoviárias. Rio de Janeiro, 2007. BRASIL. DNIT/IPR. Instruções de proteção ambiental das faixas de domínio e lindeiras das rodovias federais. 2. ed. Rio de Janeiro, 2005. BRASIL. DNIT/IPR. Manual para ordenamento do uso do solo nas faixas de domínio e lindeiras das rodovias federais. 2. ed. Rio de Janeiro, 2005. BRASIL/DNIT. Diretrizes básicas para elaboração de estudos e programas ambientais rodoviários: escopos básicos / instruções de serviço. - Rio de Janeiro, 2006. CETESB - COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL Norma D7.013 - Mineração por explosivo. São Paulo: 1992. 7 p. CONSELHO GESTOR DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MUNICIPAL DO CAPIVARIMONOS - Pátio de cruzamento ferroviário - Represa Billings - Relatório e parecer do grupo de trabalho - São Paulo, 04 de Julho de 2007. DUVALL, W.I., FOGELSON, D.E. Review of criteria for estimating damage to residences from blasting vibration. BuMines RI 5968, 1962. 19 p. HABER, Jabra – Vibrações – Notas de Aula (Segurança do Trabalho), 2009. IIDA, ITIRO. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blucher. 345 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE OBRAS SUBPROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO DE RUÍDOS E VIBRAÇÕES MIRSHAWKA, VICTOR. Manutenção preditiva. São Paulo: Makron Books. NEPOMUCENO, L. X. Técnicas de manutenção preditiva. São Paulo: Edgard Blucher. OIKOS. EIA/RIMA das obras de adequação da capacidade da BR101 – AL/SE/BA. Rio de Janeiro, 2007. VALEC (OIKOS). Normas Ambientais da VALEC (NAVAs). Rio de Janeiro, 2004 (3ª revisão, 2007). 346 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA 6 - PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA. 6.1- Justificativas A necessidade de atender a diretrizes de segurança laboral torna extremamente importante o treinamento e a capacitação do conjunto de trabalhadores alocados no empreendimento, incluindo engenheiros, mestres de obra, operadores de maquinário e trabalhadores não especializados. Neste programa, busca-se informar os procedimentos construtivos a serem adotados no sentido de evitar e/ou minimizar os impactos decorrentes das obras. A adoção desses procedimentos se reflete não só em melhores condições de segurança do trabalho, como também se fazem sentir em menores danos ambientais e redução do impacto social negativo do empreendimento. O presente programa prevê a promoção das condições de preservação da saúde e segurança de todos os empregados das obras, além de dar atendimento às situações de emergência e ampliar o conhecimento sobre prevenção de doenças e de acidentes vinculados às obras. Além disso, o programa tem o potencial de transformar a consciência destes trabalhadores, o que se refletirá em mudanças de comportamentos e atitudes no conjunto das atividades subsequentes realizadas por estes indivíduos. Evidentemente, as atividades durante a fase de construção do empreendimento deverão ser conduzidas de forma a prevenir, sempre que possível, ou minimizar/mitigar, quando necessário, os impactos negativos sobre a saúde dos empregados. Portanto, os treinamentos dos trabalhadores nos aspectos segurança e saúde tornam-se fundamentais ao bom andamento dos serviços. 347 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA As atividades envolvidas na construção e na conservação das linhas ferroviárias da VALEC devem se integrar na tarefa de orientar os trabalhadores no sentido de evitar comportamentos que coloquem em risco sua segurança. 6.2 - OBJETIVOS DO PROGRAMA 6.2.1 - Objetivos Gerais O objetivo deste programa é o de desenvolver uma série de ações voltados à temática de segurança e saúde para a fase de construção do empreendimento, de forma a garantir que todos os trabalhadores das frentes de serviço sejam capacitados e sensibilizados, além de estabelecer os critérios e as condições para o recrutamento, a integração, o atendimento e a manutenção dos trabalhadores das empresas contratadas pela VALEC para a implantação da ferrovia, com o mínimo de riscos à saúde e com a segurança dos trabalhadores e colaboradores contratados, tanto no canteiro de obras quanto nas frentes de serviços. 6.2.2 - Objetivos Específicos • Avaliar a saúde da mão de obra contratada, mediante exame admissional que possibilite o diagnóstico de doenças relevantes para a atividade a ser realizada; • Preservar a saúde da mão de obra, mediante realização de exames médicos periódicos e manutenção das condições sanitárias favoráveis à população empregada; 348 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA • Prestar assistência médica à população trabalhadora tanto no caso de ocorrência de acidentes, como no de doenças, especialmente aquelas de origem laboral, entre elas: Alergias (a cimentos e poeiras, manipulação de cimento e cal, preparação de concreto ou argamassa, movimentação de terra em geral, serviços de demolição, polimento de pisos, ação dos ventos, corte de madeiras, movimentação em veículos e máquinas); Surdez, enjoos e DORT - Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho (ruídos e vibrações oriundas de máquinas pesadas, serras circulares, vibradores de concreto, betoneiras, marteletes, esmerilhadeiras, compressores, bate-estacas); Agentes Biológicos: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros (escavações de valas e tubulões, assentamento de bueiros e obras de drenagem, obras de saneamento); Riscos Ergonômicos (esforço físico intenso; levantamento e transporte manual de pesos; trabalho em turnos contínuos e trabalho noturno). • Esclarecer e orientar a população empregada e as comunidades vizinhas sobre as doenças sexualmente transmissíveis (DST) e métodos contraceptivos mediante campanhas educativas; • Disponibilizar equipamentos de proteção individual (EPI) e equipamentos de proteção coletiva (EPC) e conscientizar os colaboradores da importância de seu uso na prevenção a acidentes no trabalho; • Desenvolver ações de prevenção do uso de álcool, tabaco e outras drogas; • Desenvolver ações de controle e prevenção contra a dengue e a febre amarela. 349 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA 6.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS O programa de Capacitação dos Trabalhadores previsto no presente PBA atende a Lei N º 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a educação ambiental e institui a Política Nacional de Meio Ambiente, define: “Art. 3º que "Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, incumbindo: ..... V - às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores, visando a melhoria e ao controle efetivo sobre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no meio ambiente”. A construção civil é atividade de alto risco, de acordo com a classificação do CNAE – Código Nacional de Atividade Econômica, da Previdência Social Brasileira. Sendo assim, um acidente de trabalho ocorrido em qualquer canteiro de obra estará sob o pálio da chamada teoria da responsabilidade objetiva, segundo a qual, a vítima não precisará provar que houve a culpa do seu patrão ou do dono da obra, para receber uma indenização a título de reparação do dano, pois os critérios objetivos da responsabilidade são: a) a existência do ato ou omissão violadora do direito de outrem; b) o resultado danoso para a vítima; e c) o nexo causal entre o ato ou omissão e o resultado, não se discutindo a existência ou não do agente provocador. Assim, basta que o dono da obra ou o empregador descumpra qualquer das normas de segurança e saúde estabelecidas no ordenamento jurídico, para que seja o responsável pelo dano ocorrido. A Constituição Federal Brasileira estabelece em seu artigo 7º, inciso XXVIII, que são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. 350 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA Estabelece a Súmula 341 do Supremo Tribunal Federal: “É presumida a culpa do patrão pelo ato culposo do empregado ou proposto”. A vítima de acidente de trabalho tem direito: a) ao ressarcimento do dano emergente e do lucro cessante (dano material); b) a uma quantia em dinheiro, como fator de compensação dos aborrecimentos ocasionados pelo ato ilícito (dano moral). A Súmula 37 do Superior Tribunal de Justiça assim prescreve: “São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato”. Na atividade de construção civil, estando presentes a construtora, o empreiteiro e o subempreiteiro, havendo acidente de trabalho em que figure como vítima um ou mais obreiros, diretamente vinculados a qualquer um dos integrantes do time das terceirizadas, apurar-se-á a responsabilidade civil, para efeito de indenização. As atribuições específicas das empreiteiras principalmente, pelos seguintes diplomas legais: são reguladas, • 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que altera o Capítulo V do Título II da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), relativo à Segurança e Medicina do Trabalho; • Norma Regulamentadora 01 - Trata as disposições gerais e é alterada pelas Portarias SSMT N.º 06, de 09 de março de 1983, N.º 03, de 07 de fevereiro de 1988, N.º 13, de 17 de setembro de 1993; • Norma Regulamentadora 02 - Trata da Inspeção Técnica e sofre alteração pelas Portarias SSMT n.º 06, de 09 de março de 1983, Portaria SSMT n.º 35, de 28 de dezembro de 1983. Diz que nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem aprovação de suas instalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho; 351 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA • Norma Regulamentadora 03 - Poderá interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando na decisão tomada, com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão ser adotadas para prevenção de acidentes do trabalho e doenças profissionais. Que sofre alteração da Portaria SSMT N.º 06, de 09 de março de 1983; • Norma Regulamentadora 04 - Trata dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT; encontra-se especificado, a partir do grau de risco da atividade produtiva, o quantitativo de pessoal necessário para a composição destes serviços, segundo o número de trabalhadores da empresa; • Conforme previsto na Norma Regulamentadora (NR) 05 do M.T.E.; pede se que crie, instale e acompanhe o funcionamento das CIPAs (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes); • Fornecer dispositivos e equipamentos de segurança: EPI – equipamentos de proteção individual e EPC - equipamentos de proteção coletiva, conforme previsto na NR-6 do M.T.E. e seção IV da Lei N.º 6.514/777; • Implantar Plano de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, conforme a NR-7 do M.T.E.; • Monitorar os riscos nos ambientes de trabalho envolvendo agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes, implantando o Plano de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA conforme previsto na NR-9 do M.T.E.; • NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais (111.000-4) - Estabelece normas de segurança para transporte e movimentação de materiais em locais de trabalho; 352 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA • NR 12 - Máquinas e Equipamentos (112.000-0) - Estabelece critérios para disposição e uso de máquinas e equipamentos em locais de trabalho; • NR-15 Atividades e Operações Insalubres (115.000-6) - Define atividades e operações insalubres, concede direito e determina responsabilidades; • NR 16 - Atividades e Operações Perigosas (116.000-1) - Define atividades e operações perigosas, concede direitos e determina responsabilidades (ênfase em Explosivos e Inflamáveis); • NR 17 - Ergonomia (117.000-7) - Estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente; • NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (118.0002) - Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção; • NR 19 - Explosivos (119.000-8) - Normas para depósito, manuseio e armazenagem de explosivos; • NR 20 - Líquidos combustíveis e inflamáveis (120.000-3) - Normas para depósito, manuseio e armazenagem de líquidos combustíveis; • NR 21 - Trabalhos a Céu Aberto (121.000-9) - Estabelece normas para segurança de trabalhadores expostos a intempéries; • NR 23 - Proteção Contra Incêndios (123.000-0) - Normas para proteção contra incêndios; 353 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA • NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho (124.000-5) - Segurança e conforto em instalações sanitárias, dormitórios, cozinhas e refeitórios; • NR 26 - Sinalização de Segurança (126-000-6) - Determina as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações empregadas nas indústrias para a condução de líquidos e gases e advertindo contra riscos; • RDC ANVISA 306 de 2004 - Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde; • Portaria MS 518 de 2004 - Norma de Qualidade da Água para Consumo Humano; • RDC 216 de 2004 - Dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. 6.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO As condições gerais exigíveis pela VALEC, e que devem ser obedecidas pelas empresas contratadas, são todas aquelas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em especial com a aplicação das Normas Regulamentadoras do Ministério da Previdência Social. A equipe técnica deverá ser composta de pelo menos um profissional das seguintes áreas: médico do trabalho, Eng. de Segurança, Tec de Segurança do Trabalho, Especialista em Meio Ambiente , Enfermeiro e Tec. Enfermagem. 354 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA Nos canteiros de obra de Construção Pesada, o gerenciamento dos Serviços de Saúde, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente (SSTMA) será único por lote de obras e será atribuição da contratada principal ou consórcio de empresas. O dimensionamento e a composição do SSTMA único deverão levar em consideração o total de trabalhadores de todas as empresas envolvidas no empreendimento, em função do quadro II da NR-4. Todos os envolvidos nas frentes de serviço durante a fase de construção da ferrovia deverão receber noções básicas sobre os temas relacionados a segurança e saúde, assim como serem informados sobre os potenciais riscos relacionados às suas atividades, possibilitando o cumprimento das exigências legais pertinentes e atuando de acordo com as práticas seguras. O programa, assim deve: • Evitar e/ou minimizar agravos à saúde dos trabalhadores em virtude das atividades necessárias à construção da ferrovia; Garantir adequadas condições de trabalho para os trabalhadores envolvidos nas obras. 6.5 - PÚBLICO ALVO Identifica-se como público alvo do programa o conjunto de trabalhadores alocados ao empreendimento. Segundo a VALEC, as estimativas de contratação ao longo da instalação indicam que poderão ser gerados até 1000 empregos diretos por lote, no pico da obra, com a distribuição aproximada. Todos os envolvidos com as obras deverão receber treinamentos antes do início de suas atividades. Estes treinamentos deverão ser iniciados com uma avaliação crítica dos riscos associados à execução das atividades, discutindo os métodos e procedimentos de segurança realizados e a realizar, de modo a 355 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA envolver os participantes na definição das ações de correção e/ou de melhoramento que deverão ser realizadas. Não sendo a construção uma atividade permanente, os procedimentos de contratação e posterior desmobilização deverão ser cercados de informações à comunidade. A contratação de mão de obra deverá dar prioridade a pessoas que tenham suas raízes na região. Deverão ser previstos sistemas de transporte residência - trabalho - residência adequados para a lotação de cada grupo de empregados (frentes de serviço, acampamento, usinas, outros, em conformidade com a NR 18 do Ministério do Trabalho). Deverão ser evitados conflitos na utilização de serviços públicos, tais como serviços de saúde e educação, pela mão de obra transferida para a região. Deverão ser estabelecidos convênios médicos para tratamento dos empregados da construtora, envolvendo também os casos complexos. As atitudes dos funcionários em relação ao meio natural e ao meio socioeconômico deverão ser objeto de ações de treinamento em educação ambiental (Lei N.º 9795/99) e de acompanhamento das atividades dos empregados, visando coibir práticas que danifiquem o meio ambiente ou que impactem negativamente o tecido social existente. Deverão ser oferecidas orientações e meios aos empregados para seu alojamento, deslocamento, consumo, saúde e lazer, principalmente no sentido de minimizar impactos sobre as populações locais (NR’s 18 e 21 do Ministério do Trabalho). Temas, que exigem técnicas mais sofisticadas, serão destinados ao tratamento mais cuidadoso nos Módulos de Treinamento. Assim, são previstas as seguintes atividades nas reuniões semanais que iniciam o processo de integração dos trabalhadores nas obras das ferrovias cujas concessões são de responsabilidade da VALEC: • Integração; • Diálogo de Segurança; 356 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA • Módulos de Treinamento. Semestralmente serão emitidos relatórios de treinamentos, apresentando todos os eventos realizados no período, metas atingidas e resultados apurados com os indicadores, bem como o planejamento das atividades para o semestre seguinte. 6.5.1 - Integração Todos os novos funcionários deverão participar do Treinamento de Integração antes de começar a desenvolver suas atividades. Neste primeiro treinamento, serão apresentadas noções básicas de segurança, saúde e meio ambiente, com recomendações de condutas seguras, de modo a garantir que todos os funcionários, novos e antigos, estarão cientes de seus deveres e aptos a desenvolver suas atividades de forma responsável. Pelo menos as seguintes informações deverão ser fornecidas neste primeiro treinamento: • Regras gerais e procedimentos de segurança no trabalho e saúde, individual e coletiva, através de folders; • Usos corretos de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e de EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva); • Responsabilidades individuais sobre a sua própria integridade e sobre as coletividades internas (colegas) e externas (público vizinho) ao empreendimento; • Reações em caso de emergência; • Aspectos de saúde e higiene que deverão ser considerados dentro do empreendimento. Todos os participantes deverão assinar uma lista de presença e receber um certificado de participação do treinamento de integração. Somente depois de participar do treinamento de integração é que os funcionários serão considerados aptos a frequentar as instalações do empreendimento. 357 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA 6.5.2 - Reuniões Periódicas do Comitê de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente Periodicamente, no início de cada semana e, posteriormente, no mínimo mensalmente, serão realizadas reuniões para apresentação de casos apurados nas obras e serviços e realizados debates buscando soluções para problemas de segurança do trabalho e de meio ambiente relacionados com as atividades. Elas devem gerar atas completas, estabelecendo regras e especificações de segurança no trabalho; proteção ambiental e garantia de saúde dos trabalhadores. Os assuntos tratados devem ser encarados de forma ampla, envolvendo, no mínimo: • Métodos e processos inerentes ao manuseio de equipamentos que utilizem graxas e/ou óleos; • Métodos de remoção, armazenagem e inativação de produtos e materiais contaminados com resíduos perigosos; • Uso correto de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e de EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva). Estes diálogos ocorrerão no próprio local de trabalho e a duração de cada um deles não deverão exceder duas (2) horas. Os “Encarregados de Serviços” serão responsáveis para informar aos outros funcionários os resultados obtidos nestas reuniões, treinando-os, quando necessário, para correção dos métodos e procedimentos. O registro das reuniões será feito por meio de atas circunstanciadas, incluindo data, responsáveis, participantes, temas abordados e soluções indicadas ou resultados obtidos. Todos os participantes deverão assiná-la e receber cópia do instrumento produzido. 358 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA 6.5.3 - Módulo de Treinamento Todos os trabalhadores, inclusive os das subcontratadas e os dos escritórios, devem receber treinamentos, primeiramente o admissional e, posteriormente, o periódico, visando a garantir a execução de suas atividades com segurança. O treinamento admissional deve ter carga horária mínima de 6 (seis) horas, podendo ser parceladas. O treinamento deve ser ministrado dentro do horário de trabalho, antes de o trabalhador iniciar suas atividades, e dele constarão: • Informações sobre as Condições e Meio Ambiente de Trabalho; • Riscos Inerentes a Sua Função; • Uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual - EPI; • Informações sobre os Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC, existentes nos canteiros de obra; • Informações e prevenções contra as endemias presentes na área de influência de cada lote de obras. Cada Módulo de Treinamento terá a duração máxima de 4 horas. Os Módulos e seus conteúdos estão citados abaixo: • Módulo I - Procedimentos de Segurança no Trabalho; • Módulo II - Procedimentos de Preservação da Saúde; • Módulo llI - Gerenciamento das Emissões de Ruídos e Vibrações; • Módulo lV - Ações Emergenciais, Planos de Contingências e Combate a Incêndios. 359 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA 6.5.4. - Alimentação A guarda de viveres deverá ser feita em local mantido permanentemente limpo, refrigerado nos casos de alimentos perecíveis. Deverão ser utilizadas telas e cercas protetoras, garantindo inacessibilidade a animais e insetos (NR 18 do Ministério do Trabalho). As cozinhas deverão ser projetadas e construídas de forma a permitir total higiene e possuir todos os equipamentos e recursos necessários para a limpeza do local e do pessoal envolvido no preparo de refeições para atendimento dos canteiros e acampamentos. As instalações dos refeitórios deverão prever o uso de telas e sistema de ventilação, bem como contar com sanitários em número e capacidade adequados. O transporte das refeições para o campo deverá ser feito em embalagens hermeticamente fechadas e higienizadas. Todo o lixo produzido nas refeições realizadas no campo deverá ser recolhido e trazido de volta aos canteiros de apoio, para adequada disposição final. 6.5.5 - Atendimento Médico A contratada deverá dispor de Posto de Atendimento Médico (ambulatório) para tratamento de doenças, endemias e acidentes, sendo capaz de oferecer socorro em emergências nas frentes de serviço e em instalações de apoio. A deficiência na capacidade de oferecer socorro poderá justificar a paralisação das obras contratadas, a critério da fiscalização (NR’s 7 e 18 do Ministério do Trabalho). É obrigatória a disponibilidade de pelo menos uma ambulância em cada lote de obras contratado com a VALEC. Nas frentes de trabalho com efetivo a partir de 250 trabalhadores, deverá ser instalado posto de atendimento de saúde, com os requisitos mínimos: 360 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA • Ser dotado de vaso sanitário e lavatório, independente das demais instalações; • Deve ter a permanência de um auxiliar de enfermagem de trabalho durante a jornada laboral; • Deve ter uma maca e demais utensílios médicos e medicamentos definidos pelo PCMSO; • A realização da atividade no posto de atendimento deverá ser supervisionada por um médico do trabalho; • Os pontos de atendimento de saúde deverão estar vinculados a um ambulatório médico localizado no canteiro de obras principal, e este deve contar com pelo menos uma ambulância, como consta no parágrafo anterior. Ainda de acordo com o plano de saúde, o empreiteiro deverá fornecer adequada orientação às equipes para os diversos riscos com a ingestão de água contaminada, e sobre a proliferação de doenças sexualmente transmissíveis. Deverá ser dada especial atenção no que se refere à prevenção de acidentes com animais peçonhentos e ao seu adequado tratamento, bem como à NR 21 do Ministério do Trabalho, referente ao Trabalho a Céu Aberto. Além do serviço médico-ambulatorial do canteiro de obras, o empreiteiro deverá manter uma estrutura específica para prevenção contra acidentes de trabalho (SSTMA), de acordo com a NR-4, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de suas atividades. O profissional médico do trabalho deverá ser responsável pelo Plano de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), de forma a satisfazer as exigências da NR-7. 361 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA 6.5.6 - Vacinações Toda a equipe empregada para a obra deverá receber imunizações contra febre amarela e tétano, e outras que forem identificadas como necessárias. O empreiteiro deverá estabelecer ou facilitar planos de vacinação e/ou exigi-las no exame médico de admissão de empregados (NR 7 do Ministério do Trabalho). 6.5.7 - Relações com Comunidades Indígenas e Quilombolas Devido à relativa proximidade da obra com uma Área Indígena e interferência com Territórios Quilombolas, a FUNAI (no caso de indígenas) e a Fundação Palmares (no caso de quilombolas) deverá ser informada das características gerais da ferrovia, do cronograma das obras, do contingente de pessoal, dos equipamentos utilizados, dos métodos construtivos e dos planos para emprego de explosivos. A FUNAI e/ou a Fundação Palmares deverão ser mantidos informados, com fornecimento de plantas e desenhos da obra, das vias de acesso e da localização de áreas de acampamentos e de instalações de apoio quando situados a menos de 30 km das áreas ocupadas por estas comunidades. Todas as bacias hidrográficas que sejam contribuintes às Terras Indígenas e Quilombolas deverão ser rigorosamente respeitadas, não se permitindo o lançamento de quaisquer efluentes sólidos ou líquidos nos corpos d’água que correm para dentro das áreas. Todos os detritos provenientes de alimentação, inclusive suas embalagens, deverão ser recolhidos e levados para disposição em aterros afastados das proximidades das Áreas Indígenas. O pessoal das equipes de trabalho atuando nas proximidades (menos de 30 km) das Áreas Indígenas deverá receber orientação especial, garantindo a não interferência com seus habitantes. 362 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA A empreiteira não poderá contratar diretamente mão de obra indígena. As contratações devem ser intermediadas pela FUNAI, obrigatoriamente, caso se torne estritamente necessárias. 6.5.8 - Inspeção A inspeção será feita pelo acompanhamento dos registros e da documentação comprobatória, arquivados pela empresa contratada. 6.6 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO VALEC e suas Superintendências Regionais. A VALEC é o empreendedor e responsável pela execução deste Subprograma, além de contratante e principal fiscal da sua aplicação/realização. A VALEC poderá contratar consultores para serviços especializados e de apoio, visando à verificação constante da boa execução das atividades aqui descritas. IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambientais Estaduais. O IBAMA e os organismos estaduais de licenciamento ambiental são os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97, e pela fiscalização do atendimento tempestivo, quantitativo e qualitativo das condições estabelecidas neste subprograma. Construtoras Contratadas. As ações necessárias para desenvolver o subprograma serão de inteira responsabilidade das empresas contratadas para a construção das obras, lote por lote. Os procedimentos estabelecidos e/ou desenvolvidos durante a aplicação dos módulos de treinamento derivados do presente programa poderão continuar a ser usados e/ou implantados pelas instituições participantes, independentemente da continuidade do trabalho da construtora do lote onde se desenvolveu a técnica em questão. Também são responsáveis perante a legislação ambiental aplicável, por todas as obrigações trabalhistas assumidas com seus empregados, bem como pelas consequências legais das omissões e/ou das 363 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA ações empreendidas pelos seus empregados, prepostos e subempreiteiros. A inobservância da aplicação deste programa por parte da fiscalização da VALEC não exime a contratada da responsabilidade pelas suas ações e omissões. 6.7 - CRONOGRAMA O presente Programa inicia logo após o recebimento da primeira Ordem de Serviço pela construtora e se estende por todo o período de construção e deve ser aplicada pela construtora sempre que forem admitidos novos empregados, antes da integração efetiva destes nas atividades para as quais foram contratados, sendo encerrada a sua aplicação somente após estarem concluídas todas as recuperações de áreas degradadas, inclusive aquelas que forem ocupadas pelas empreiteiras, quando for o caso. Voltará a ser aplicada no período de operação da Ferrovia sempre que forem contratados serviços de conservação, de restauração e/ou de ampliação da estrada ou de suas instalações de apoio. Os Módulos de Treinamento serão realizados nas 4 (quatro) primeiras semanas, com um módulo aplicado a cada semana e, diariamente, envolvendo 20 % do número total de funcionário (conforme observado na Tabela 55). No final de cada semana ter-se-á concluído o módulo e atingido 100 % dos empregados. Tabela 55: Cronograma de Treinamento de Trabalhadores MÓDULO DE TREINAMENTO 1º semana Procedimentos de segurança do trabalho X Procedimentos de preservação da saúde Gerenciamento das emissões de ruídos e vibrações Emergênciais, contingências incêndios planos de e combate a 2º semana 3º semana 4º semana X X X 364 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA Data, hora e duração de treinamentos deverão ser previamente acordados com as empresas contratadas e subcontratadas, de forma a garantir a disponibilidade dos colaboradores para a efetiva realização. Todos os participantes de Módulos de Treinamento deverão assinar as listas de presença, de forma a comprovar sua participação. Serão aplicadas provas e testes como exercícios de fixação dos conceitos principais. Os métodos de trabalho serão expositivos, usando exemplos práticos e dados coligidos pelos treinadores ao longo de suas experiências, seguidos de discussões com os treinados e visitas aos locais das obras do lote para dirimir as dúvidas e fixar os conteúdos dos treinamentos. 6.8 - INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS AMBIENTAIS Esse programa interage e é complementado pelos seguintes programas e subprogramas ambientais: Programa de Comunicação Social; Programa de Controle Ambiental da Obra; Programa de Educação Ambiental; Subprograma de Gerenciamento de Resíduos e Efluentes; e Subprograma de Monitoramento e Controle da Qualidade da Água. 6.9 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO A avaliação do desempenho é um conceito moderno que vem sendo cada dia mais adotado como forma de se aperfeiçoar a gestão pautando-se sobre os resultados alcançados. Pode ser definida como a identificação e mensuração das ações que os colaboradores de uma 365 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA organização realizaram durante determinado período, e tem como objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual e coletivo dos funcionários e processos, promovendo o crescimento e aperfeiçoamento buscando-se sempre um melhor desempenho. Através da avaliação de desempenho é mais fácil fornecer feedback aos gestores e colaboradores, baseado em informações sólidas e tangíveis, bem como auxiliá-las no caminho da melhoria contínua, buscando retroalimentar os processos de forma a subsidiar a revisão de estratégias e métodos de trabalho, minimizando os efeitos da tendência à entropia e melhorando as práticas, reciclando e fornecendo condições de sobrevivência em ambientes turbulentos e mutáveis. A atual gestão do desempenho calcada sobre resultados pressupõe a atribuição de métricas para transformar quaisquer informações possíveis em dados tangíveis visando facilitar a avaliação e acompanhamento do desempenho do avaliado. Ao discorrer sobre o quesito “Eficiência”, considerou-se a definição do termo de que eficiência diz respeito a “como fazer” e está relacionada às ações a serem realizadas ao nível operacional em relação ao tempo, ou seja, de acordo com um plano ou programa préelaborado como parte do planejamento estratégico, seu cronograma e tudo mais que o compõe. Ao discorrer sobre o quesito “Eficácia”, considerou-se a definição do termo de que eficácia diz respeito ao “objetivo ou resultado” e está relacionado à capacidade de realizar efetivamente o que foi proposto, indicando resultados sob métricas que indicassem desempenho. Para tanto, a aplicação deste subprograma deve ter como metas: • Implantação dos Comitês de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente até 60 dias após a emissão da ordem de serviço para cada lote de construção; • Realização de todos os Módulos de Treinamento previstos; 366 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA • Desenvolver ações de Segurança e Medicina do Trabalho para os trabalhadores, de forma a contemplar toda a legislação trabalhista e sanitária vigente (NRs e normas sanitárias de interesse); • Monitorar a incidência das principais doenças e agravos à saúde na população trabalhadora ligada ao empreendimento; • Realizar um diagnóstico de saúde e traçar o perfil epidemiológico do contingente de mão de obra envolvido com o empreendimento que permita orientar o planejamento das ações de saúde a serem desenvolvidas e possa servir de indicador para avaliar sua eficácia; • Detectar precocemente a introdução, exacerbação ou dispersão de doenças visando o seu controle; promover ações de educação em saúde visando à participação comunitária na prevenção e controle de doenças; • Incrementar a investigação epidemiológica de doenças e agravos à população vinculada à obra; • Apoiar as ações de controle de endemias definidas pelo poder público. Os indicadores de controle serão os seguintes: • % dos trabalhadores das frentes de serviço que participaram de pelo menos 80% dos Módulos de Treinamento; • Registros da realização das reuniões dos Comitês de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente, que deverão acontecer em ritmo não inferior a uma vez por mês; 367 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA • % dos participantes externos dos Comitês de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente, que participaram de pelo menos 50% dos Módulos de Treinamento previstos neste Subprograma; • Índice de trabalhadores capacitados em relação ao número de trabalhadores contratados; • Índice de não conformidades de segurança do trabalho e ambientais relacionadas às obras, a ser aferido a partir dos instrumentos de Fiscalização e Supervisão de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente; • Índice de acidentes de trabalho, a ser aferido com base no controle do Subprograma de Segurança e saúde da mão de obra. A demanda de capacitação dos trabalhadores deverá ser apresentada de forma a explicar quais foram as ações de capacitação, os conteúdos apresentados, o público alvo, o local onde foram desenvolvidas as atividades, o tempo de cada atividade, o número de participantes envolvidos, indicando a porcentagem em relação ao total de trabalhadores, conforme exemplo da Tabela 56. Tabela 56: Demanda de Capacitação de Trabalhadores Ação de Capacitação: Conteúdo: Público Alvo: Local: Duração: Nº de participantes % em relação ao total de trabalhadores Deverão ser descritas as metodologias de assimilação dos conteúdos ofertados, bem como a distribuição geográfica dos trabalhadores treinados. 368 PROGRAMA DE TREINAMENTO, SEGURANÇA E SAÚDE DA MÃO DE OBRA 6.10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, R. S., BASTOS, A. B. - Qualificação entre empregados da construção civil - uma avaliação, pelos empregados de uma experiência organizacional, 1999. Disponível em: http://www.ufba.br/conpsi/conpsi1999/P183.html. ARNT, D.T., BRENNER, H., ROTHENBACHER, D., ZSCHEDERLEIN, B., FRAISSE, E., FLIEDNER, T.M. Elevated liver enzyme activity in construction workers: prevalence and impact on early retirement and all-cause mortality.International Archives of Occupational and Environmental Medicine, v.71, n 6, p.405-412. Sep. 1998. BARROS JÚNIOR, J.C., ONO, R.F., BIN, E., ROBAZZI, M.L.C.C. Prevenção de acidentes na construção civil em Ribeirão Preto-Estado de São Paulo. Rev. Bras. Saúde Ocup. v.18, n 71, p. 9-13, jul/dez,1990. BELLIA, Vitor et. al.: Introdução à Gestão Ambiental de Estradas Coleção Disseminar – IME-DNIT, 2005. BELLIA, Vitor; BIDONE, Edson D. Rodovias, Recursos Naturais e Meio Ambiente. Niterói: EdUFF; Brasília: DNER, 1993. BLANES, D.N. O trabalhador acidentado na construção civil: sua trajetória na busca de seus direitos. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 1992. 112p. 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Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8213cons.htm. BRASIL. Senado Federal. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. Em: http://www.senado.gov.br/bdtextual/const88/const88.htm. Art. 7º e 227. CADERNO INFORMATIVO DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES. Acidentes na construção: estigma ou realidade? v. 16, n.166, p.60, 1993. CADERNO INFORMATIVO DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES. Estudo das condições de saúde e higiene do trabalhador da construção civil. v. 16, n.190, p. 32, 1995. CADERNO INFORMATIVO DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES. Os acidentes de trabalho nas atividades econômicas. v. 18, n. 207, p.48, 1997. CORDEIRO, C. C. C., MACHADO, M. I. G. O perfil do operário da Indústria da construção civil de Feira de Santana: requisitos para uma qualificação profissional, Rev. Univ. Est. Feira de Santana, n.26, p.9-29, jan/jun, 2002. COSTELLA, M., CREMONINI, R., GUIMARÃES, L. 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Vol. IV, 2ª ed., São Paulo: Atlas S/A, 2007. 371 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 7 - PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 7.1- Justificativas Empreendimentos tais como a construção de uma ferrovia, assim como sua operação, forçosamente incorrem em impactos de naturezas diversas: ambiental, econômica, física, social e tantas outras, que podem apresentar efeitos negativos, positivos ou ambos sobre os componentes naturais e antrópicos na região do entorno. Abaixo se registram alguns aspectos inexoráveis ao tipo de empreendimento de que se trata aqui e seus efeitos imediatos sobre a população afetada. A obra contará com canteiros de obra em vários municípios. A região tem configuração rural e, como o empreendimento é linear, seccionará propriedades, podendo trazer transtornos à continuidade dos processos produtivos ali desenvolvidos. O afluxo de trabalhadores e de pesadas máquinas e equipamentos, ainda que se dê por determinado período, em geral provoca temporários problemas de convivência com as populações locais, como acidentes envolvendo pessoas e animais. Maior circulação de migrantes, vindos atraídos pela oferta de trabalho, maior circulação de dinheiro, aliadas a dificuldades socioeconômicas das populações locais, pode trazer risco aos jovens, cuja baixa perspectiva social torna-os frágeis. Assim, ações voltadas aos jovens, adolescentes e prostitutas terão destaque. A ferrovia trará mudanças, não só locais, mas regionais e esse fato deve ser entendido pela população e pelos jovens em especial, de modo a que desenvolvam um conhecimento crítico do futuro. 372 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL A maior circulação de migrantes, atraídos pela oferta de trabalho, maior circulação de dinheiro, aliadas a dificuldades socioeconômicas das populações locais, são fatores preocupantes, que exigem ações de informação, conscientização e integração. A implantação da Ferrovia acarretará diversos impactos sociais positivos e negativos - sobre a região afetada e sobre a população residente, com reflexos que ultrapassam os próprios limites físicos e temporais dos locais e épocas em que se ocorrerão às intervenções. Dessa forma, recomenda-se medidas mitigadoras e a implementação de Programas Ambientais visando sua prevenção, minimização e compensação, ou maximização, no caso dos impactos positivos. O Programa de Comunicação Social integra o conjunto de Programas Ambientais do Plano Básico Ambiental e justifica-se, pela necessidade de implementação de um sistema de comunicação capaz de intermediar as partes interessadas e envolvidas no processo e, sobretudo pela necessidade de esclarecer à população residente na região afetada, sobre os aspectos concernentes à obra, uma vez que para a implantação do empreendimento será necessário mobilizar mão-obra, interromper o tráfego, utilizar rotas alternativas, além de outras medidas, que alterarão o cotidiano e a circulação na região. O Programa pretende criar, de forma organizada e sistemática, mecanismos de comunicação e interação com a sociedade de forma a captar anseios e demandas e informar sobre as intervenções do empreendimento sobre a população e as medidas adotadas para prevenir, mitigar ou compensar tais intervenções. 7.2 - OBJETIVOS DO PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 7.2.1 - Objetivos Gerais O Programa se destina a orientar as ações de divulgação e informação sobre o empreendimento, garantindo às comunidades afetadas/envolvidas o acesso às informações sobre o empreendimento, a importância da ferrovia no 373 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL contexto regional e nacional, os principais impactos e as ações e planos ambientais que serão implantados. O objetivo geral deste programa é a criação de um canal de comunicação contínuo entre o empreendedor e a sociedade, especialmente a população afetada diretamente pelo empreendimento e os trabalhadores envolvidos nas obras, de forma a motivar e possibilitar sua participação ao longo da implantação e operação do empreendimento. 7.2.2 - Objetivos Específicos • Divulgar a importância estratégica e econômica do empreendimento para o desenvolvimento local e regional. • Divulgar informações de forma clara sobre o empreendimento, os impactos ambientais, as medidas mitigadoras e compensatórias e os Programas Ambientais, por meio de mecanismos ágeis de comunicação para os diferentes públicos-alvo. • Contribuir para mitigar diversos impactos socioambientais, por meio da divulgação de informações, do estabelecimento de canais para comunicação com a população e da participação da população afetada durante todas as fases do empreendimento. • Evitar os transtornos causados à população que for afetada pelas obras, tais como aumento do contingente de pessoas e de trabalhadores no dia a dia dos municípios, aumento do tráfego de veículos pesados pelas ruas, ruídos e etc. • Gerenciar e compatibilizar as informações oriundas das diversas atividades inerentes à fase de obras que envolvam a necessidade de comunicação e interação com a população afetada. 374 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL • Contribuir para a prevenção e a minimização dos impactos ambientais e sociais decorrentes do empreendimento. 7.3 - PÚBLICO-ALVO O Programa de Comunicação Social fornecerá informações sobre a importância da construção da ferrovia a diversos segmentos da população da região em que se implantará a ferrovia, são eles: Moradores e proprietários de terras da zona rural do entorno da ferrovia, em geral os mais afetados pelo empreendimento. Moradores da zona urbana que poderão ser afetados, ainda que indiretamente, por questões de segurança, ruídos, movimentação das obras. Instituições locais, tais como: prefeitura e organizações da sociedade civil com influência na formação da opinião pública, como sindicatos, igrejas, imprensa, organizações não governamentais, entre outras, como apoio, em forma de agentes multiplicadores. O quadro a seguir, apresenta a levantamento de grupos sociais afetados pelo empreendimento, organizações da sociedade civil, órgãos governamentais e Escolas por município afetado. 375 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Quadro 15: Levantamento de Grupos sociais afetados pelo empreendimento, Organizações da sociedade civil, Órgãos governamentais e Escolas por cidade Município Grupos sociais afetados pelo empreendimento por cidade e Organizações da sociedade civil Prefeitura Municipal de Aiquara Câmara Municipal de Aiquara Aiquara Aracatu Órgãos governamentais Escolas Grupo Escolar Julio Ignacio de Matos Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Aracatu Prefeitura Municipal de Aracatu Escola de 1º Grau Cândido da Silveira Santo Associação dos Pequenos Produtores Rurais das Fazendas Câmara Municipal de Aracatu Escola Municipal Prof.ª Maria da Gloria Rego Azevedo Associação Peq Prod Rurais da Faz Caldeirão e Região Escola Municipal Manoel Angelo Sobrinho Associação dos Agricultores Familiares da Serra Negra Escola Municipal Antonio Carlos Magalhães Instituto Florescer - IF Escola Municipal Juracy Fernandes Costa Escola Municipal São Pedro Escola Municipal Euclides da Silveira Maia Escola Municipal Francisco Alves Pereira Escola Municipal Vital da Silveira Costa Coordenadoria Estadual de Educação-Aracatu Caixa Escolar 376 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Município Grupos sociais afetados pelo empreendimento por cidade e Organizações da sociedade civil Sindicato Rural de Aurelino Leal Órgãos governamentais Câmara Municipal de Aurelino Leal Escolas Grupo Escolar Dr. Félix Mendonça ONG Bathomarco ONG Amparo Melhor Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra do Rocha Sindicato Rural de Barra do Rocha Prefeitura Municipal de Barra do Rocha Câmara Municipal de Barra do Rocha Anexo do Cesi, Primeiro Passos. Centro Educacional Manoel Muniz de Oliveira Escola São Pedro Barra do Rocha Abapa - Associação Baiana dos Produtores de Algodão Aiba-Associação de Irrigantes do Oeste da Bahia - Maria Percília Barreiras Escola Professora Edna Venâncio Prefeitura Municipal de Barreiras Câmara Municipal de Barreiras Associação dos Criadores de Gado do Oeste da Bahia Associação de Produtores Florestais do Oeste da Bahia Ong Ponte Escola Maia Escola Antonio Motta Bittencourt Escola Vapor Escola de 1º Grau Herculano Faria Sandra Regina Escola Polivalente Prof. Alexandre Leal Costa Escola Prof. Roberto Santos Barreirinhas Escola de 1º Grau José de Castro Novo Horizonte Grupo Escolar Aníbal Alves Barbosa Barreirinhas Ong Pro Educ'art Sindicato Nacional Trab de Inst. Pesq. e Desenvolvimento Agropecuário Bom Jesus da Lapa Associação São Vicente de Paulo do Recife - Ns Soledade Casa de Mel Prefeitura Municipal de Bom Jesus da Lapa Câmara Municipal de Bom Jesus da Lapa Centro Educacional São Vicente de Paulo Escola de 1o. Grau Vitalina Maria de Jesus Colégio Modelo Luis Eduardo Magalhães Colégio Bom Jesus Escola Municipal Juá 377 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Município Brumado Grupos sociais afetados pelo empreendimento por cidade e Organizações da sociedade civil Órgãos governamentais Associação dos Pequenos e Mini Produtores e Distribuidores de Leite de Brumado Associação Comunitária dos Pequenos Produtores Rurais da Fazenda Rudiador e Adjacências Secretaria de Meio Ambiente de Brumado Prefeitura Municipal de Brumado Associação Comunitária dos Pequenos Produtores Rurais da Lagoa de Tocadas e Adjacências Câmara Municipal de Brumado Associação Comunitária dos Produtores Rurais Lagoa do Tonico Associação Comunitária dos Pequenos e Micros Produtores Rurais de Passagem, Penha, Tamboril, Corredor e Lagoa de Dentro. Escola Mun. Sr. Barbosa dos Santos Escolas Ana Rodriga Teixeira Clemente Gomes CIE - Centro Integrado de Educação Profa. Maria Joselita Meir Leonel Rosendo da Silva Manoel Fernandes dos Santos Associação dos Pequenos e Micros Produtores Rurais de Samambaia, Pé do Morro e Burro Morto. Associação Comunitária dos Pequenos Produtores Rurais de Caatinga Grande, Tamburil e Baixa Grande Associação de Pequenos Criadores e Produtores Rurais de Umburanas e Adjacências ASSOCIACAO DOS PEQUENOS AGRICULTORES E AMIGOS DO ARACA, VINTEM E REGIAO - ASSAV Caetité Suzana Maria Guimarães Renascer Prefeitura Municipal de Caetité Secretaria de Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Agricultura de Caetité Caetité Câmara Associação dos Produtores de Cana-deMunicipal de açúcar e Derivados de Caetité - Aprocana Caetité Empresa Baiana ASSOCIAÇÃO DOS PEQUENOS de AGRICULTORES E AMIGOS DE Desenvolvimento BARRINHA E ADJACENCIAS - APABA Agrícola Associacao dos Mini e Peq Prod Rurais Uniao Rio Alegre Coribe Mirian Azevedo Gondim Meira Associacao de Desen. Urbano e Rural de Vila Nova Prefeitura Municipal de Coribe Câmara Municipal de Coribe Colégio Anísio Teixeira Escola de Aplicação Anexa a Ffclc Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães Escola Reunidas Seminário São José Casa Anísio Teixeira Colégio Estadual Deputado José Rocha-26ª Direc Associacao da Comunidade de R de Fora B C e Buracao 378 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Correntina Correntin a Câmara Municipal de Correntina Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Gongogi Gongogi Prefeitura Municipal de Correntina Associacao dos Pescadores do Rio Gongogi Escola Municipal Vila Nova Escola Municipal de Sao Manoel Escola Municipal Antonio Neiva Araujo Prefeitura Municipal de Gongogi Escola Hildebrando Ribeiro Câmara Municipal de Gongogi Grupo Escolar Pompilio Barreto Grupo Escolar Targino Kalid Sindicato Rural de Gongogi Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Gongogi Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guanambi - Vila Nova Associacao de Fafa Prefeitura Municipal de Guanambi Câmara Municipal de Guanambi Centro Educacional João Durval Carneiro - Vomita Mel Guanambi Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães - São Francisco Ibiassucê Itagi Grupo Escolar José Bastos - Vomita Mel Escola Estadual Idalice Nunes Grupo Escolar Gercino Coêlho Vila Nova Colégio Gercinio Coelho - Vila Nova Grupo Escolar Getúlio Vargas Grupo Escolar Eudite Donato Vasconcelos - Bom Jesus Unidade de Ensino Monteiro Lobato - São Francisco Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibiassucê Grupo Escolar Ercínia Maria Cerqueira - Alvorada Prefeitura Municipal de Ibiassucê Câmara Municipal de Ibiassucê Secretaria de Meio Ambiente de Ibiassucê Centro Educacional de Ibiassucê Escola Municipal Marechal Castelo Branco Escola Municipal Mundo Encantado Escola Municipal Presidente Médici Núcleo I, II, III e IV Escola Julieta Prefeitura Pontes Viana Municipal de Itagi Rubens Costa Amaral 379 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Associacao Comunitária Itagibá Sindicato Rural de Itagibá Câmara Municipal de Itagi Prefeitura Municipal de Itagibá Câmara Municipal de Itagibá Escola Prof Ana Silva Colégio 14 de Agosto Colégio Municipal Aurélio Vaz de Quadros Caixa Escolar Jequié Prefeitura GERC – Grupo Ecológico Rio das Contas Municipal de Jequié Câmara Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Municipal de Jequié Jequié Secretaria de Sindicato Rural de Jequié Meio Ambiente de Jequié Associação de Serapião Lagoa Real Associação de Pequenos Agric. De Lagoa Dantas Prefeitura Municipal de Lagoa Real Câmara Municipal de Lagoa Real E. M. Arlindo Cruz E. M. Osvaldo Evangelista Nascimento E. M. Dimas Ribeiro Macedo E. M. José Augusto Barreto E. M. Profª Corina Leal E.M. Alírio Argolo Caixa Escolar Municipal de 1o. E 2o. Graus Natalino Caixa Escolar Donerio Aguiar Caixa Escolar Laurêncio Santos Escola Municipal de 1 Grau Irmas Moura Colégio Estadual Luiz Prisco Viana Associação do Distrito de Irrigação do Brumado - Taquari Associacao dos Produtores Rurais de Pe Livrament da Serra o de Nossa Senhora Associacao dos Trabalhadores Rurais dos Patos Câmara Municipal de Livramento de Nossa Senhora Escola Municipal do Loureno Prefeitura Municipal de Livramento de Nossa Senhora Escola Polivalente Escola Castro Alves Associacao de Pescadores de Livramento Escola Rui Barbosa Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Livramento Escola Municipal de Rua do Areiao 380 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Escola Municipal General Pinto Escola Municipal Dirce de Castro Silva Escola Municipal de Bem Posta Escola Municipal Artur Moura e Silva Escola Machado de Assis SINDICATO RURAL DE MANOEL VITORINO Prefeitura Municipal de Manoel Vitorino Sindicato dos Pequenos Produtores Rurais de Manoel Vitorino Câmara Municipal de Manoel Vitorino Manoel Vitorino Mirante Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Palmas de Monte Alto ASSOCIACAO DOS PEQUENOS PRODUTORES RURAIS DE BOA VISTA E RIACHO DO CAMBOIM Palmas de Monte Alto Caixa Escolar Escola Duque de Caxias Escola Municipal Menandro Menahim Escola Costa E Silva Escola Joana Angelica Escola Municipal Fernao de Magalhaes Prefeitura Escola Municipal Municipal de José Marinho de Mirante Lima Colegio Municipal Câmara Municpal Sr. Fancisco de de Mirante Castro Alves Prefeitura Municipal de Grupo Escolar Palmas de Monte Marcelino Neves Alto Câmara Municipal de Palmas de Monte Alto Assoc Comun Peq Med Prod Rurais de Araticum, Barra Pass Associação dos Peq Prod Rurais de Angico e Regiao Assoc. dos Pequenos Produtores Rurais de Peri-Peri Associacao Comun dos Peq Prod Rurais da Com de Paga Tempo Associacao dos Pequenos Produtores Rurais de Tocaia 381 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Sindicato dos Trabalhadores Rurais Riacho de Santana Sindicato dos Trabalhadores Educ da Rede Pub Municipal Associação dos Pequeno Produtores Rurais das Comunidades de Boqueirão Associacao de Campo Largo Comunidade Nossa Senhora da Paz Rio do Antônio Prefeitura Municipal de Riacho de Santana Câmara Municipal de Riacho de Santana Escola Técnica da Família Agrícola da Bahia Colégio Estadual Sinésio Costa - Mato Verde Escola Família Agrícola AecofabaAssociação das Escolas das Comunidades e Famílias Agrícolas B Prefeitura Municipal de Rio do Antonio Câmara Municipal de Rio do Antonio Escola Abilia Maria de Jesus Escola Mnaoel Ribeiro de Brito Escola Dr.adelbardo Silveira Assoc dos Prod de Lagoa da Pedra Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio do Antônio Caixa Escola Riacho do Bandeira Colégio Municipal Castro Alves Caixa Escolar Professora Lia Publio de Castro Aderi-Associação de Desenvolvimento Rural Integrado Santa Maria da Vitória Associação de Pequenos Produtores de Frutas Prefeitura Municipal de Santa Maria da Vitória Câmara Municipal de Santa Maria da Vitória Escola Estadual Rolando Laranjeira Barbosa Colégio Estadual Joaquim da Rocha Medeiros Associacao Ambientalista Corrente Verde Associacao de Volta da Pedra Associacao do Leite Prefeitura Municipal de São Desidério Câmara Associacao dos Produtores Rurais de Ilha Municipal de São Grande-Aprig Desidério Associacao dos Moradores de Roda Velha Associacao Moradores e Prod. Ilha do Rio Grande São Desidério Caixa Escolar Santana Caixa Escolar Acm Caixa Escolar Acm Caixa Escolar Antonio Pereira da Rocha 382 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Caixa Escolar Henrique Vieira Prefeitura Câmara Municipal de São Félix do Coribe Municipal de São Félix do Coribe Câmara Associação dos Municípios do Médio São Municipal de São São Félix Francisco Félix do Coribe do Coribe Associacao Nova Esperanca da Comunidade de Fazenda Nova Escola Branca de Neve Colégio Estadual Valdir de Araújo Castro Associacao Sao Felix Associacao Famila Feliz de Sao Felix do Coribe Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Serra do Ramalho AMI - Associações e Sindicatos Serra do Ramalho Prefeitura Municipal de Serra do Ramalho Câmara Municipal de Serra do Ramalho Instituto Educaional Serramalhense Agesserra ACOMA 20 Astrapicam FAE Uas Adecoagro 01 Aaaf Aparam Associação dos Cooperados da Agrovila 10 Sindicato dos Pequenos Produtores Rurais Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tanhaçu Prefeitura Municipal de Tanhaçu Câmara Municipal de Tanhaçu Associação dos Agricultores Tanhaçu ASS. PROD. RURAIS DO RIO DAS CONTAS ASS. DOS PISICULTORES TRAB. DA PESCA DE SUÇUARANA Associação Vale do Ria das Contas Ubaitaba Colonia de Pescadores Z-68 de Ubaitaba Prefeitura Municipal de Ubaitaba Câmara Municipal de CENTRO EDUCACIONAL DE TANHACU CENTRO EDUCACIONAL DE SUCUARANA ESCOLA PRINCESA ISABEL ESCOLA ALIPIO PIRES ESCOLA GOLBERI DE COUTO SILVA ESCOLA IMPERATRIZ LEOPOLDINA ESCOLA FRANCISCO AVELINO ESCOLA JOSE JOAQUIM DA SILVA Escola Agrupada Wilson Maron Escola de 1 Grau Pedro Catalão 383 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Ubaitaba Caixa Escolar Wilma de Souza Magalhaes Caixa Escolar Polivalente de Ubaitaba Caixa Escolar Acurcio Magalhaes Caixa Escolar Actacilio Manoel Gomes Assoc. dos Peq. Prod. E Trabal. Rurais e Trabal. Rurais da Zona do Orico Sindicato Rural de Ubaitaba Sindicato Rural de Ubatã Ubatã Sindicato dos Produtores Rurais de Uruçuca Sinditacato dos Trabalhadores Rurais de Uruçuca Uruçuca (Caixa Escolar) Prefeitura Municipal de Ubatã Câmara dos Vereadores Secretaria de Agricultura/Meio Ambiente de Ubatã Emarc-Escola Média Prefeitura Mun de de Agropecuária Uruçuca Regional da Ceplac Câmara Municipal de Escola de 1º Grau Uruçuca Antônio Cruz Associacao Comunitaria de Ecologia e Cultura de Urucuca Escola Batista Tia Sidalva - E.b.t.s. Associacao do Limoeiro Cooperativa das Escolas Rurais VIII Associacao Comunitaria Projeto Rural da Fazenda Vava Escola Augusto Henrique Guimaraes 384 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 7.4 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS • Lei N° 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. • Lei N° 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. • Decreto N° 4.281, de 25 de junho de 2002. Regulamenta a Lei n° 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras Providências. • Decreto N° 3.179, de 21 de setembro de 1999 - Regulamenta a lei de crimes ambientais. • Lei N° 5.197, de 03 de janeiro de 1967 (Lei de Proteção à Fauna) – proíbe à utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha de espécimes da fauna silvestre com visgos atiradeiras, fundas bodoque, veneno, incêndio ou armadilhas que maltratem a caça. • Lei N° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais) estabelece penalidades para quem provocar incêndios em mata ou floresta. • Decreto N° 3.179, de 21 de setembro de 1999 - regulamenta a Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais). 385 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 7.5 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO O Programa deverá ser desenvolvido e executado pela VALEC durante a fase de construção. Para tal, uma equipe de especialistas e colaboradores deverá ser contratada na fase de execução da obra, composta ao menos de um profissional das áreas de comunicação e assistência social. O Programa comporta o detalhamento e dois conjuntos temáticos: a) informações sobre o projeto: disponibilizar ao público informações sobre a ferrovia, a obra, os prazos de execução, os valores investidos, os responsáveis pela obra, os empregos gerados e os reflexos sociais. b) informações sobre os aspectos ambientais: principais impactos, aspectos diretamente ligados à comunidade local, medidas mitigadoras e ações previstas nos Programas Ambientais. Os trabalhos compreendem: • Preparação de material contendo informações necessárias, realizada por pessoal especializado em comunicação (pedagogos, licenciados na área de atuação, jornalistas, engenheiros ambientais e afins) - redatores e programadores visuais - de modo a promover, em quaisquer circunstâncias de apresentação, um entendimento rápido e fácil por parte dos públicos-alvo. • Criação de um núcleo de divulgação e ouvidoria que atenderá ao público externo e interno, designando pessoal para coordenar e garantir as ações que se farão necessárias. A Ouvidoria acompanhará o encaminhamento das sugestões e/ou reclamações, junto às áreas responsáveis, até a sua resolução final e, no decorrer do processo, manterão o reclamante informado sobre o andamento do caso. A Ouvidoria deverá dispor de telefone e endereço eletrônico e utilizará também outras formas de 386 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL comunicação, tais como, carta, bilhete e ficha padronizada para o registro de sugestões e/ou reclamações. Serão anotadas nessa ficha as providências tomadas em todas as instâncias envolvidas. Quando solicitado, a Ouvidoria preservará a identidade dos envolvidos. • Realização de contatos prévios com as comunidades envolvidas e as principais lideranças (prefeitos, vereadores, representantes de associações civis e sindicais, etc.) para agendar um cronograma de reuniões nos municípios. • Garantir os locais e equipamentos adequados para as reuniões, bem como a infraestrutura (deslocamentos, etc.). É prevista a criação e atualização de um banco de dados sobre o público alvo e a mídia disponível com objetivo de sistematizar e agilizar o contato com os diferentes públicos alvo e a mídia para a distribuição de informações e/ou convocação para reuniões. É prevista também a sistematização das informações básicas do projeto de engenharia e do cronograma de obras, para agilizar o repasse de informações (por lote) de dados básicos e estabelecer rotinas e procedimentos para informar sobre o avanço das obras. Estas atividades devem ser desenvolvidas por equipes do Programa de Comunicação Social, com a contribuição de profissionais locais, como professores, por exemplo, e profissionais das empresas terceirizadas e agentes de saúde. Os veículos de comunicação para este público são presenciais, nas palestras, e o Informativo da Obra, boletim comumente produzido pela empresa responsável pelas obras e suas terceirizadas. O Programa de Comunicação Social deve manter a população informada sobre a implantação do empreendimento, de modo a propiciar a 387 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL formação do conhecimento a respeito do empreendimento (etapas de implantação e operação), de suas interferências socioeconômicas e ambientais e respectivos cuidados; orientar a população do entorno da ferrovia para que atendam às regras definidas e necessárias para um convívio adequado com as obras. Deve-se prever a criação de uma ouvidoria para garantir a participação dos diferentes segmentos envolvidos. O sistema de Ouvidoria será composto pelos seguintes instrumentos: linha telefônica, correio, correio eletrônico, ficha padrão de ouvidoria disponível on line e nas superintendências regionais e escritórios montados em cada Lote de obra. Além da ouvidoria, os canteiros de obra fixos, servirão como pontos de informação, com o objetivo de criar um local de referência para contato com o empreendimento, tratando de difundir as regras de segurança no seu entorno; esclarecer sobre o papel funcional da ferrovia na região; apresentar, ou difundir, a grade de empregos disponíveis nas obras e a qualificação exigida; receber reclamações a respeito das obras e quaisquer fatos relacionados à ferrovia e monitorar a percepção da população acerca das inexoráveis mudanças. Entre os veículos de comunicação ao público externo, além da ouvidoria e destes postos de informação, estão boletins informativos elaborados especificamente para responder às principais dúvidas e queixas da população que procura os referidos postos e as inserções informativas nas rádios locais. Isso possibilita que a população local com dificuldade de acesso ao Posto de Informação conheça o empreendimento, as regras de segurança e as eventuais mudanças que a ferrovia acarretará sob qualquer ponto de vista (trajetos, impactos ambientais de qualquer natureza, oferta de empregos etc.). A linguagem abordada com a população deve ser adequada para que possa chegar a todos os níveis de conhecimento, pois é uma região com considerável índice de analfabetismo. 388 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Como a ferrovia atravessa propriedades rurais, e, seguramente, isso trará problemas para os proprietários e trabalhadores rurais. Embora as residências não se situem muito próximas ao traçado da ferrovia, haverá trânsito de passagem e haverá a movimentação de animais na área, o que exigirá um trabalho conjunto com os moradores mais afetados pelas obras, para definição de locais de construção de passagens para automóveis, maquinário e animais. A difusão de informações por meio de veículos diversos e visitas aos residentes mais próximos será a maneira mais eficaz de contato com estes moradores, evitando acidentes no entorno das obras e causados por elas; Deverá ser atendido o legítimo direito dos proprietários e usuários dos caminhos existentes na área diretamente afetada pelo empreendimento de continuar a desenvolver suas atividades e poder locomover-se na região de acordo com seus costumes. O veículo de comunicação com eses proprietários rurais e trabalhadores, será realizado de modo presencial e através da distribuição de boletins a serem entregues nas residências mais próximas ao traçado e nas passagens em uso atualmente, simultaneamente em relação ao início das obras e persistindo por pelo menos um mês. No último mês de implantação da ferrovia, deverão ser renovadas as orientações de segurança e informar sobre a operação da ferrovia. Reuniões com a Comunidade Indígena e a FUNAI, com objetivo de fornecer informações sobre o empreendimento, impactos e programas ambientais, as formas de comunicação existentes para encaminhar queixas e sugestões. Os canais de comunicação com estas comunidades será realizado através do contato direto e elaboração de cartazes, ambos sob aprovação da FUNAI. São previstas reuniões com as comunidades quilombolas, com objetivo de fornecer informações sobre o empreendimento, impactos e programas ambientais e divulgar as formas de comunicação existentes para encaminhar queixas e sugestões. Os canais de comunicação com estas comunidades serão realizados através do contato direto, apoio da Fundação Palmares e elaboração de cartazes. O Programa de Comunicação Social é de responsabilidade exclusiva da VALEC e suas empresas contratadas. À exceção dos médicos e enfermeiros das secretarias municipais de saúde e de educação, Corpo de Bombeiros e da Polícia Florestal, que poderão ser chamados para colaborar 389 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL em eventos específicos, o envolvimento de outras instituições se dará com o público-alvo. Os grupos sociais que serão afetados pelo empreendimento e as ações do Programa de Comunicação Social estão exemplificadas na Tabela 01: 390 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Tabela 57: Ações Previstas no Programa de Comunicação Social AÇÕES / ATIVIDADE OBJETIVO ESPECÍFICO Fase do empreendime nto Início e término Periodicidade Público/alvo LOCAL DAS AÇÕES MEIOS E INSTRUMEN TOS DE COMUNICA ÇÃO Municípios interceptados pela ferrovia: Lotes 01 a 04 – Ilhéus, Uruçuca, Aurélio, Aurelino Leal, Ubaitaba, Gongogi, Itagibá, Jequié, Itagi, Aiquara, Manoel Vitorino, Mirante e Tanhaçu, Aracatu, Brumado, Livramento de Nossa Senhora, Rio do Antônio, Ibiassucê e Lagoa Real. Lotes 05 a 07 - Caetité, Guanambi, Palmas de Monte Alto, Riacho de Santana, Bom Jesus da Lapa, Serra do Ramalho, Coribe, Jaborandi, São Felix do Coribe, Santa Maria da Vitória, Correntina, São Desidério e Barreiras. Site, Informativo s, folders, Ouvidoria, rádio. _ Site, Informativo s, folders, Ouvidoria, rádio FASE DE IMPLANTAÇÃO Implementação de um sistema de comunicação contínuo Elaboração de material de comunicação Divulgação e informação sobre o empreendimento, garantindo às comunidades afetadas/envolvidas o acesso às informações sobre o empreendimento, a importância da ferrovia no contexto regional e nacional, os principais impactos ambientais e as ações e planos ambientais que serão implantados. Antes do início das obras, estendendo-se, inclusive ao período de operação Subsidiar os eventos de comunicação social Antes do início das obras, estendendo-se, inclusive ao período de operação Pré-obras, implantação e operação Atividade contínua População afetada diretamente pelo empreendiment o Pré-obras, implantação e operação Antes da implantação do programa e conforme demanda. População afetada diretamente pelo empreendiment o 391 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL AÇÕES / ATIVIDADES OBJETIVO ESPECÍFICO Início e término Fase do Periodicidade empreendimento Público/alvo LOCAL DAS AÇÕES MEIOS E INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO Unidades da VALEC na região interceptada pela ferrovia e na Sede da VALEC. Telefone e endereço eletrônico e outras formas de comunicação como carta FASE DE IMPLANTAÇÃO Criação de um núcleo de divulgação e ouvidoria que atenderá ao público externo e interno Garantir a participação dos diferentes segmentos envolvidos, receber manifestações da população e acompanhar o encaminhamento das sugestões e/ou reclamações, junto às áreas responsáveis e manter o reclamante informado . Antes do início das obras, Pré-obras, estendendoimplantação e se, inclusive ao operação período de operação Execução contínua População afetada e/ou interessada a respeito do empreendimento Criação e atualização de um banco de dados sobre o público alvo e a mídia disponível Sistematizar e agilizar o contato com os diferentes públicos alvo e a mídia para a distribuição de informações e/ou convocação para reuniões. Antes do início das obras, Pré-obras, estendendoimplantação e se, inclusive ao operação período de operação Execução contínua População afetada e/ou interessada a respeito do empreendimento SUAMB/VALEC _ Execução contínua Prefeitos, secretários municipais, vereadores, representantes de associações civis e sindicais, etc. Municípios interceptados pela ferrovia _ Realização de contatos prévios com as Agendar cronograma de comunidades reuniões nos municípios. envolvidas e as principais lideranças Antes do início das obras, Pré-obras, estendendoimplantação e se, inclusive ao operação período de operação 392 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL AÇÕES / ATIVIDADES OBJETIVO ESPECÍFICO Início e término Fase do empreendimento Periodicidade Público/alvo LOCAL DAS AÇÕES MEIOS E INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO FASE DE IMPLANTAÇÃO Sistematização das informações básicas do projeto de engenharia e do cronograma de obras Agilizar o repasse de informações (por lote) de dados básicos sobre o avanço das obras à comunidade da região, governos federal, estaduais, municipais e órgãos licenciadores Início das obras e no final das obras Campanha de Divulgação do Empreendimento Divulgação e informação sobre o empreendimento, garantindo às comunidades afetadas/envolvidas o acesso às informações sobre o empreendimento, a importância da ferrovia no contexto regional e nacional, os principais impactos ambientais e as ações e planos ambientais que serão implantados. Orientar a população do entorno para um convívio adequado com a ferrovia. Início após no máximo 04 meses de implantação dos canteiros de obras. Implantação Pré-obra. População afetada e/ou interessada a Semestralmente SUPRO/SUCON/VALEC respeito do empreendimento e órgãos públicos População afetada e/ou Uma campanha interessada a por município respeito do empreendimento 393 Uma campanha em cada município intereceptado pela ferrovia. As reuniões de divulgação do empreendimento serão organizadas junto aos sindicatos, associações civis e governo local, de acordo com a agenda dos mesmos. Relatórios Semestrais com disponibilização na internet Palestras, peças publicitárias, folhetos, cartazes e sites na internet. PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL AÇÕES / ATIVIDADES OBJETIVO ESPECÍFICO Início e término Fase do Periodicidade empreendimento Público/alvo LOCAL DAS AÇÕES MEIOS E INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO FASE DE IMPLANTAÇÃO Informativo da Obra Divulgação do empreendimento, estágio das obras, regras de segurança no seu entorno e da grade de empregos disponíveis nas obras e a qualificação exigida. Essa ação possibilita que a população local com dificuldade de participar das reuniões de divulgação e de acesso aos canteiros de obras (Posto de Informação) conheça o empreendimento e as mudanças que a ferrovia acarretará sob qualquer ponto de vista (trajetos, impactos ambientais de qualquer natureza, oferta de empregos etc.). Início após no máximo 04 meses de implantação dos canteiros de obras. Implantação e operação Mensal Distribuição em População afetada locais públicos e e/ou interessada a disponibilizados respeito do nos canteiros de empreendimento obras e no site 394 Boletim PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL AÇÕES / ATIVIDADES OBJETIVO ESPECÍFICO Início e término Fase do empreendimento Periodicidade MEIOS E INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO Público/alvo LOCAL DAS AÇÕES População diretamente afetada O veículo de comunicação será a distribuição de boletins realizado de modo Propriedades presencial em conjunto da ADA com as visitas realizadas pelo Programa de Desapropriação e Indenização. FASE DE IMPLANTAÇÃO Estabelecer contatos com os moradores lindeiros Difusão de informações por meio de visitas aos residentes mais próximos da faixa de domínio, de forma a evitar acidentes no entorno das obras e garantir a possibilidade aos usuários dos caminhos existentes na área diretamente afetada de continuar a desenvolver suas atividades e poder locomover-se na região de acordo com seus costumes. Anteriormente ao início das obras. No último mês de implantação da ferrovia, deverão ser Pré-obra e renovadas as Implantação orientações de segurança e informar sobre a operação da ferrovia. Anteriormente ao início das obras e no término das obras . 395 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL AÇÕES / ATIVIDADES OBJETIVO ESPECÍFICO Início e término Fase do empreendimento Periodicidade Público/alvo LOCAL DAS AÇÕES MEIOS E INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO FASE DE IMPLANTAÇÃO Reunião com a Comunidade Indígena e a FUNAI Fornecer informações sobre o empreendimento, impactos e programas ambientais e divulgar as formas de comunicação existentes para encaminhar queixas e sugestões. Em data a ser agendada pela FUNAI Implantação No início das obras Comunidade Indígena e FUNAI 396 Na Terra Indígena Terra Alegre (Serra do Ramalho) Palestra e folder PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL AÇÕES / ATIVIDADES OBJETIVO ESPECÍFICO Início e término Fase do Periodicidade empreendimento Público/alvo LOCAL DAS AÇÕES MEIOS E INSTRUMENTOS DE COMUNICAÇÃO FASE DE IMPLANTAÇÃO Fornecer informações sobre o empreendimento, Reuniões com as impactos e programas Comunidades ambientais e divulgar as Quilombolas e a formas de comunicação Fundação existentes para Cultural Palmares encaminhar queixas e sugestões. Em data a ser agendada pela Fundação Cultural Palmares Implantação No início das obras Comunidades Quilombolas e Fundação Cultural Palmares 397 Duas reuniões, uma reunião no Território de Volta, incluindo a comunidade Lagoa do Peixe, e outra no Palestra e folder Território de Bebedouro, incluindo as comunidades Nova Batalhinha e Rio das Rãs. PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 7.6- PROGRAMAS RELACIONADOS De forma geral, o PCS tem relação com todos os programas ambientais do PBA, em especial com o de Educação Ambiental, visto que devem estar em sintonia para a divulgação das atividades e resultados, para o esclarecimento de dúvidas da população do município, assim como para buscar evitar eventuais conflitos. O Programa de Comunicação Social deve funcionar como uma via de duas mãos: fornecendo informações relativas ao andamento das obras e das ações dos programas ambientais por meio de divulgação em rádio, boletim informativo e reuniões, e trazendo dúvidas e observações da população para as equipes técnicas de cada um dos programas. 7.7 - CRONOGRAMA Este Programa será aplicado durante todo o período da obra da Ferrovia sendo encerrada a sua aplicação somente após estarem concluídas todas as recuperações de áreas degradadas, inclusive aquelas ocupadas pelas empreiteiras, quando for o caso. Voltará a ser aplicada no período de operação da Ferrovia. 7.8 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO A VALEC é o empreendedor e responsável pela execução das atividades de Comunicação Social que fazem parte deste Programa. É o órgão contratante e principal fiscal da sua aplicação/realização. A VALEC 398 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL poderá contratar consultores para serviços especializados e de apoio, visando à boa execução das atividades aqui descritas. IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambiental dos Estados. O IBAMA e os organismos estaduais de licenciamento ambiental são os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97 e, assim, pela fiscalização do atendimento das condições estabelecidas nas licenças concedidas, sob os pontos de vista tempestivo, quantitativo e qualitativo. Empresas Privadas Contratadas. Consultores, como responsáveis pelo detalhamento deste Programa, como responsáveis pelas obras, responsáveis, portanto, pelas ações do maior contingente de trabalhadores a serem treinados; Supervisores. Ambientais, estes como responsáveis pelo controle de qualidade da execução da Comunicação Social, Supervisores Ambientais, estes como responsáveis pelo controle de qualidade da execução da Comunicação Social. 7.9- EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO A avaliação do desempenho é um conceito moderno que vem sendo cada dia mais adotado como forma de se aperfeiçoar a gestão pautando-se sobre os resultados alcançados. Pode ser definida como a identificação e mensuração das ações que os colaboradores de uma organização realizaram durante determinado período, e tem como objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual e coletivo dos funcionários e processos, promovendo o crescimento e aperfeiçoamento buscando-se sempre um melhor desempenho. Através da avaliação de desempenho é mais fácil fornecer feedback aos gestores e colaboradores, baseado em informações sólidas e tangíveis, bem como auxiliá-las no caminho da melhoria contínua, buscando retroalimentar os processos de forma a subsidiar a revisão de estratégias e métodos de trabalho, minimizando os efeitos da 399 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL tendência à entropia e melhorando as práticas, reciclando e fornecendo condições de sobrevivência em ambientes turbulentos e mutáveis. A atual gestão do desempenho calcada sobre resultados pressupõe a atribuição de métricas para transformar quaisquer informações possíveis em dados tangíveis visando facilitar a avaliação e acompanhamento do desempenho do avaliado. Ao discorrer sobre o quesito “Eficiência”, considerou-se a definição do termo de que eficiência diz respeito a “como fazer” e está relacionada às ações a serem realizadas ao nível operacional em relação ao tempo, ou seja, de acordo com um plano ou programa préelaborado como parte do planejamento estratégico, seu cronograma e tudo mais que o compõe. Ao discorrer sobre o quesito “Eficácia”, considerou-se a definição do termo de que eficácia diz respeito ao “objetivo ou resultado” e está relacionado à capacidade de realizar efetivamente o que foi proposto, indicando resultados sob métricas que indicassem desempenho. Para tanto, a aplicação deste programa deve ter como metas atingir o público alvo proposto, população afetada e/ou interessada a respeito do empreendimento nos municípios interceptados pela ferrovia, principalmnte nos municípios que abrigarão canteiros de obras, a saber: Lotes 01 a 04 – Ilhéus, Uruçuca, Aurélio, Aurelino Leal, Ubaitiba, Gongogi, Itagiba, Jequié, Itagi, Aiquara, Manoel Vitorino, Mirante, Tanhaçu, Aracatu, Brumado, Livramento de Nossa Senhora, Rio do Antônio, Ibissucê e Lagoa Real. Nos lotes 05 a 07 Catité, Guanambi, Palmas de Monte, Alto Riacho de Santana, Bom Jesus da Lapa, Serra do Ramalho, Coribe, Jaborandi, São Félix do Coribe, Santa Maria da Vitória, Correntina, São Desidério e Barreiras. As metas foram definidas como descritas a seguir: • 100% do Banco de Dados a ser elaborado; • 100% das reuniões e campanhas realizadas; • 100% das informações sobre o projeto de engenharia sistematizados; 400 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL • 100% dos instrumentos de comunicação elaborados; • Manter 100% dos segmentos identificados como público-alvo informados sobre os aspectos concernentes à obra e sobre os programas ambientais em desenvolvimento; • Promover a importância estratégica do Empreendimento, tendo em vista os benefícios locais, regionais e nacionais envolvidos; • Realizar reuniões junto ao Poder Público local e as lideranças e entidades comunitárias inseridas na Área de influência; • Auxiliar na mitigação dos possíveis transtornos para a população durante o período de construção; • Identificar e responder 100% dos pleitos, demandas, expectativas e receios da população local durante toda a atividade de implantação e operação do empreendimento; • Informar a Supervisão Ambiental das Obras sobre as demandas e pleitos comunitários; • Estruturar a Ouvidoria do empreendimento. Os indicadores para a fase de implantação do programa, ou seja, contatos iniciais com o público-alvo (associações e entidades da sociedade civil, comunidades indígenas, comunidades quilombolas, agricultores familiares) e estruturação dos instrumentos de comunicação serão quantitativos, possibilitando avaliar, no processo, o atendimento às metas e, se necessário, a correção de estratégias, tais como: • Abrangência do banco de dados; • Registro (ficha de acompanhamento) dos contatos diretos com os proprietários ao longo do traçado do empreendimento; • Registro (quantidade e conteúdo) das demandas da população expressa por intermédio dos canais de comunicação disponibilizados pelo empreendedor; • Comunicados veiculados com informações sobre o empreendimento na mídia regional e local; • Registro (quantidade e identificação) dos moradores entrevistados pela pesquisa de opinião; • Material de comunicação produzido, especificando a quantidade, frequência e destinação, bem como o conteúdo das informações difundidas. 401 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Durante a fase de construção e operação a avaliação poderá ser qualitativa e feita a partir dos resultados alcançados (nível de informação e demandas da população e sua participação efetiva no projeto). O resumo dos canais de relacionamento do empreendimento com a sociedade deve ser apresentado, explicando-se os instrumentos de comunicação utilizados, o local onde ocorreu a implantação, o público- alvo, a data de início e duração, conforme exemplo da Tabela 58. Devem ser apresentados os modelos dos materiais utilizados nas campanhas e os levantamentos comunidades afetadas. Tabela 58: Resumo dos Canais de Comunicação do Empreendimento com a Sociedade Instrumentos de comunicação Local de implantação Público-Alvo Data de Início Duração O detalhamento das atividades realizadas deve ser descrito indicando qual foi à atividade, o objetivo, o público-alvo, a data de início e a duração, conforme Tabela 59. Tabela 59: Detalhamento das Atividades Realizadas Atividade Objetivo Público-alvo Data de início Duração Cabe destacar que não poderão ser incluídos ações ou projetos de responsabilidade social desenvolvidos pelas empresas que não tenham relação direta com a mitigação dos impactos relacionados com o 402 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL empreendimento, assim como não deverão ser incluídas ações relacionadas ao marketing institucional. 7.10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELLIA, Vitor et. al.: Introdução à Gestão Ambiental de Estradas Coleção Disseminar - IME-DNIT, 2005. BELLIA, Vitor; BIDONE, Edson D. Rodovias, Recursos Naturais e Meio Ambiente. Niterói: EdUFF; Brasília: DNER, 1993. Brasil. Ministério da Educação e do Desporto - Educação Ambiental - 1997 - 24 páginas. Grün, Mauro - ETICA E EDUCAÇAO AMBIENTAL: A CONEXAO NECESSARIA, 1996 - 120 páginas. VALEC (OIKOS). Normas ambientais da VALEC (NAVAs). Rio de Janeiro, 2004 (3a revisão, 2007). OIKOS/VALEC - Estudo de Impacto Ambiental da Ferrovia de Integração Oeste - Leste, 2009. 403 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 8 - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 8 .1 - Justificativas O Programa de Educação Ambiental deve ser desenvolvido no âmbito das obras como instrumento de informação e sensibilização da temática ambiental, estimulando o envolvimento da população de trabalhadores e do entorno das obras em ações mais amplas, que promovam hábitos sustentáveis de uso dos recursos naturais. Com este objetivo, deve ser entendida como a educação que constrói novos valores e atitudes. Ela deixa de ser instrução para a simples leitura da sobrevivência e passa a ser condição para uma leitura requalificada do mundo, a fim de migrar para um modelo de desenvolvimento que privilegie uma melhor qualidade de vida para atual geração e para as gerações futuras. A adoção de medidas de controle ambiental na implantação da ferrovia deve ser acompanhada por um amplo processo de esclarecimento da população local e dos empregados das empresas contratadas, na medida em que o pessoal envolvido (funcionários de escritório e de campo) pode não ter consciência da necessidade da proteção ambiental, gerando perturbações que podem ocorrer sob diversas formas, desde incêndios acidentais e caça e pesca ilegal, até acidentes de trânsito, poluição e degradação dos meios físico, biótico e social. Estas poluições e degradações podem ser evitadas ou mitigadas significativamente com a orientação correta aos trabalhadores e seus chefes, envolvendo, portanto, todos os níveis e funções, bem como por uma fiscalização exigente dos órgãos competentes, aqui incluída a contratante das obras. A população local também deve ficar ciente que o local das obras de instalação da ferrovia não deve ser frequentado por pessoas que não estão 404 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL envolvidas na sua construção, sob risco de envolverem-se em acidentes. A população também precisa ser conscientizada a não deixar animais soltos na área da imaplantação da ferrovia, além de outras atividades como jogar lixo, entulhos na faixa de domíniol, causar incêndios, desperdiçar água e etc. Portanto, são definidos como Público Alvo, os trabalhadores de todos os níveis ligados às obras das ferrovias cujas concessões são de responsabilidade da VALEC e, também, populações locais, sejam dos bairros, das cidades e de aglomerados rurais ou proprietários rurais, organizações civis e comunitárias (sindicatos, igrejas, OSCIPS e ONGS que estejam nas proximidades das obras, afetados direta ou indiretamente por elas, ou por instalações de apoio pertencentes aos empreiteiros e subempreiteiros. Uma parte importante deste publico alvo são as crianças e adolescentes, através das escolas que frequentam e, especialmente, os professores destas escolas, aos quais serão oferecidos treinamentos visando à multiplicação da atividade de educação ambiental em toda a Área de Influência do empreendimento. 8.1.2. - OBJETIVOS DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 8.1.2.1 - Objetivos Gerais Este programa tem como objetivo orientar as ações de divulgação e informação que serão empregados durante a realização do empreendimento, garantindo às comunidades afetadas/envolvidas o acesso às informações sobre o empreendimento, importância da ferrovia no contexto regional e nacional, os principais impactos e as ações e planos ambientais que serão implantados. Destina-se também ao atendimento da Lei 9795/99, que dispõe sobre a Educação Ambiental, estabelecendo um Programa de Educação Ambiental e de Capacitação dos Trabalhadores no Plano Ambiental de Construção dirigido ao pessoal direta e indiretamente afetado pelo empreendimento. 405 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Em suma é a criação de um canal de comunicação contínuo entre o empreendedor e a sociedade, especialmente a população afetada diretamente pelo empreendimento e os trabalhadores envolvidos nas obras, no sentido de coibir ações predatórias sobre a fauna e flora, lançamento de resíduos em locais inadequados ou outras atitudes nocivas ao meio ambiente e a vizinhança. Soma-se a esse programa a adoção de medidas de controle ambiental na implantação da ferrovia acompanhada por um amplo processo de orientação e esclarecimento dos empregados das empresas contratadas (funcionários de escritório e de campo), no sentido de mostrar a necessidade da proteção ambiental e evitar a geração de perturbações que podem ocorrer sob diversas formas, desde incêndios acidentais e, caça e pesca ilegal, até acidentes de trânsito, poluição e degradação dos meios físico, biótico e social. 8.1.2.2 - Objetivos Específicos Em função da identificação do Público Alvo, o programa é dividido em duas vertentes: Educação Ambiental Interna ou Educação Ambiental para Trabalhadores, que é dirigida aos operários, mecânicos, operadores de máquinas; funcionários de escritórios e todo o pessoal próprio do empreendedor e de todas as empresas parceiras e contratadas da VALEC envolvidas em suas atividades; Educação Ambiental Externa, que é destinada a professores e profissionais de educação e à população lindeira. Dessa forma, os objetivos do Programa de Educação Ambiental devem nortear e contribuir para o bom desenvolvimento das obras e para a melhoria dos padrões de qualidade de vida da população a ser beneficiada pelo projeto, mediante a introdução e/ou reforço de conhecimentos e práticas que permitam o cumprimento dos seguintes objetivos específicos: 406 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL • Propiciar o conhecimento adequado sobre a possibilidade de ocorrência de acidentes envolvendo o meio ambiente, a saúde e a segurança, seja a dos trabalhadores do empreendimento, seja a dos moradores vizinhos; • Evitar o desperdício de equipamentos e materiais, através da conscientização dos trabalhadores do empreendimento e população lindeira; • Estimular hábitos seguros no uso de espaços ocupados pela ferrovia e no seu entorno, minimizando o risco de acidentes; • Minimizar conflitos com população lindeira; • Contribuir para a prevenção e a minimização dos impactos ambientais e sociais decorrentes do empreendimento, a partir da inserção da educação ambiental nas atividades do empreendimento; • Informar e esclarecer sobre a presença de populações tradicionais (quilombolas e indígenas) enfatizando o respeito à diversidade cultural, étnica e religiosa; • Realizar processos de treinamento na área de educação ambiental, para capacitar professores e técnicos das redes públicas e privadas, como agentes multiplicadores de educação ambiental; • Incentivar a formação de hábitos e atitudes ambientalmente corretos junto: Aos trabalhadores ligados ao empreendimento; À população escolar; Aos moradores lindeiros. 407 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL • Realizar cursos de educação ambiental comunitárias nos anos de efetivação do Programa; nas organizações • Apoiar e auxiliar a incorporação de práticas ambientalmente sustentáveis nas instituições de ensino, bem como a incorporação de temas relacionados às questões ambientais nos programas curriculares das unidades educacionais dos municípios que serão contempladas, assim como nas práticas políticas das associações comunitárias, sindicatos e órgãos do poder público municipal; • Realizar educação preventiva para os operários sobre: quilombolas, saúde (DST/AIDS) e respeito à diversidade religiosa; Identificar e analisar causas e situações de risco quanto à ocorrência de queimadas que podem envolver a faixa de domínio da FIOL e prevenir situações que possam vir a comprometer o corpo estrada, ou mesmo atingir áreas limítrofes. 8.1.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS Este Programa se destina ao atendimento da Instrução normativa nº 02 de 27/03/2012 - IBAMA, bem como da Lei 9795/99, que dispõe sobre a Educação Ambiental. Ele atende, também, o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, que é o "Documento gerado a partir de amplo processo mundial de consulta, o Tratado teve inicialmente como signatário a sociedade civil, representada na Jornada Internacional de Educação Ambiental, Fórum Global paralelo à Rio92, e é até hoje uma referência para a Educação Ambiental. Pouco a pouco o Tratado foi incorporado a políticas públicas locais e nacionais, tendo sido assumido como referencial pela UNESCO no ano de 2000. O Tratado é documento de referência para o Programa Nacional de Educação Ambiental Brasileiro 8.” 408 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 8.1.4 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO 8.1.4.1 - Orientação Na Conferência de Estocolmo, em 1972, principal marco de início das preocupações ambientais em nível planetário, foi aprovado a Resolução Nº 96, a qual recomenda que a educação ambiental tenha um caráter interdisciplinar com o objetivo de preparar o ser humano para viver em harmonia com o meio ambiente. Com foco nestas palavras, a UNESCO e o PNUMA realizaram o Seminário Internacional sobre Educação Ambiental em 1975, no qual foi aprovada a Carta de Belgrado, que fornece a base para estruturar um programa de educação ambiental em diferentes níveis: nacional, regional ou local. Deve ser considerado a Instrução normativa nº 02 de 27/03/2012, que estabelece as bases técnicas para programas de educação ambiental apresentados como medidas mitigadoras ou compensatórias, em cumprimento às condicionantes das licenças ambientais emitidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA. Os objetivos da educação ambiental presentes na Carta de Belgrado e usados para desenvolver este programa são: • Conscientização: contribuir para que indivíduos e grupos adquiram consciência e sensibilidade em relação aos problemas ambientais e suas responsabilidades na resolução ou minimização dos problemas ambientais contemporâneos; • Conhecimento: propiciar uma compreensão básica sobre o meio ambiente, principalmente quanto às influências do ser humano e de suas atividades; • Atitude: propiciar a aquisição de valores e motivação para induzir uma participação ativa na proteção ao meio ambiente e na resolução dos problemas ambientais; 409 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL • Habilidade: proporcionar condições para que os indivíduos e grupos sociais adquiram as habilidades necessárias a essa participação ativa. O Plano Nacional de Educação Ambiental (PNEA) incorporou os objetivos citados, relacionados no artigo 4º da Lei de criação da PNEA. Os princípios básicos são: • O enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; • A concepção de meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade; • O pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da interdisciplinaridade, da multidisciplinaridade e da transdisciplinaridade; • A vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; • A garantia da continuidade e permanência do processo educativo; • A permanente avaliação crítica do processo educativo; • A abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; • O reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individua e cultural. A equipe técnica necessária para o desenvolvimento deste programa deve contar no mínimo com um profissional das áreas de educação e comunicação social. 8.1.5 - DESCRIÇÃO DAS AÇÕES Obrigatoriamente, antes do inicio das ações aqui propostas, deverá ser executado o levantamento do público-alvo interno e externo, que servirá como base para a comparação dos resultados do público atingido pelas ações de educação ambiental. 410 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Para o público interno, a VALEC estima, considerando as flutuações que ocorrem com o número de efetivo em função das fases do cronograma de obras, uma média de 600 funcionários em cada lote de construção, com diversas formas de atuações técnicas e administrativas e grau de formação. Na fase de implantação (obras), o programa concentrará suas ações nos municípios que abrigarão canteiros de obras, a saber: Ilhéus, Jequié, Tanhaçu, Brumado, Guanambi, Bom Jesus da Lapa, Correntina e Barreiras. Contudo, a significativa extensão da área de influência indireta da ferrovia indica a necessidade de incorporar desde já outros municípios que apresentam características e dinâmicas polarizadas e multiplicadoras em relação à região. São eles: Santa Maria da Vitória, Serra do Ramalho, Caetité, Barra da Estiva, Barra do Rocha, Ipiaú, Ibiassucê, Itajibá, Ubatã e Uruçuca, todos no território baiano. Destaca-se que outros municípios poderão ser incorporados à medida que se fizer necessário. 8.1.5.1 - Educação Ambiental Interna • Ministrar palestras educativas com ênfase nas características locais, destacando-se áreas especiais existentes na área de influência da obra; • Ministrar palestras educativas com ênfase na introdução de hábitos conservacionistas nas obras tais como: o descarte correto de resíduos perigosos e não perigosos, a supressão vegetal de forma consciente, cumprindo as legislações relacionadas ao tema, cuidados com o manejo de animais encontrados, redução de desperdícios, entre outros; • Propiciar que os operários tomem conhecimento dos principais impactos ambientais, medidas mitigadoras e compensatórias que serão gerados na obra, através de palestras com o intuito de sensibilizar os trabalhadores no cumprimento das ações preestabelecidas pela gestão ambiental; • Implementar uma correta disposição de resíduos sólidos nas áreas dos canteiros de obras e entorno, sendo estabelecida a coleta seletiva. 411 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Deverão ser abordados, no mínimo, os seguintes temas: • Riscos de acidentes de todos os tipos, especialmente os com cargas perigosas; • Riscos de incêndios, indicando quais as causas mais comuns dessas ocorrências; divulgando orientação sobre as providências a serem adotadas; • Importância da manutenção da vida silvestre, ressaltando a ilegalidade da caça e pesca predatória e as penas previstas na Lei de Crimes Ambientais (Lei 9605, de 12/fev./98); • Conscientização sobre a nocividade da retirada da natureza e da transferência inter-regional de espécies vegetais e de espécies da fauna, tanto no aspecto da perda da diversidade biológica, como no dos riscos sanitários e, econômicos que podem deflagrar; • Conscientização sobre a necessidade de minimizar os desmatamentos, proteger as matas ciliares e a vegetação de encostas, bem como a necessidade de revegetação dos taludes; • Orientação para os responsáveis diretos pelos trabalhadores (encarregados, gerentes, chefes de serviços e engenheiros) sobre a fiscalização ambiental e a necessidade de cooperação com os órgãos competentes (IBAMA, Órgãos Estaduais de Meio Ambiente, Polícia Florestal, outros); • Aspectos relacionados à saúde dos trabalhadores e moradores locais, envolvendo no mínimo as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho de números 3; 6; 7; 9; 15; 18; 19; 20 e 21 , e destacando: 412 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Prevenção de acidentes com animais peçonhentos e necessidade de utilização dos equipamentos obrigatórios de segurança (luvas, botas, capacete, outros conforme as NR-6; NR7 e NR-21 do Ministério do Trabalho); Primeiros socorros (NR 7); Higiene dos canteiros (NR 18); Endemias (NR 7); Proteção de populações frágeis (Constituição Federal); AIDS e DST (doenças sexualmente transmissíveis). O gerenciamento dessas atividades será realizado pelo empreendedor, que manterá um “kit” para educação ambiental (com os instrumentos necessários para a reprodução do material didático) e disporá de profissional habilitado para orientar as firmas empreiteiras no treinamento de seu pessoal. 8.1.5.2 - Educação Ambiental Externa • Capacitação de educadores ambientais entre professores e profissionais das redes públicas de ensino nos municípios, a fim de construir e mobilizar agentes multiplicadores de educação ambiental, que disseminarão conhecimentos relacionados a práticas ambientalmente sustentáveis; • Produção de materiais educativos com temas locais e globais de interesse e, relevantes para a região, usando linguagens específicas, simples e direcionadas ao público-alvo, principalmente a comunidade lindeira; onde os projetos poderão ser desenvolvidos de acordo com as temáticas abaixo relacionadas e/ou outras de interesse comunitário: Educação Ambiental e Saúde; Educação Ambiental e Diminuição da Geração de Resíduos Sólidos; Educação Ambiental e Associativismo para Geração de Renda; Educação Ambiental e Práticas Sustentáveis no dia-a-dia; Criação de Fóruns de Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável nos municípios. 413 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL • Realização de cursos rápidos com temas relacionados às questões ambientais para a formação de multiplicadores de Educação Ambiental, na população lindeira; • Auxílio na criação de bibliotecas com todo o material produzido pelas atividades nos municípios contemplados; • Produção de materiais educativos sobre a gestão de problemas ambientais locais; • Participação em feiras, exposições e reuniões com lideranças comunitárias, para atender ao público regional que não necessariamente o púbico escolar, para a exposição de todo o material produzido aos moradores da região. O quadro a seguir, apresenta a levantamento de grupos sociais afetados pelo empreendimento, organizações da sociedade civil, órgãos governamentais e Escolas por município afetado. 414 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Quadro 16: : Levantamento de Grupos sociais afetados pelo empreendimento, Organizações da sociedade civil, Órgãos governamentais e Escolas por cidade Município Grupos sociais afetados pelo empreendimento por cidade e Organizações da sociedade civil Prefeitura Municipal de Aiquara Câmara Municipal de Aiquara Aiquara Aracatu Órgãos governamentais Escolas Grupo Escolar Julio Ignácio de Matos Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Aracatu Prefeitura Municipal de Aracatu Escola de 1º Grau Cândido da Silveira Santo Associação dos Pequenos Produtores Rurais das Fazendas Câmara Municipal de Aracatu Escola Municipal Prof.ª Maria da Gloria Rego Azevedo Associação Peq Prod Rurais da Faz Caldeirão e Região Escola Municipal Manoel Angelo Sobrinho Associação dos Agricultores Familiares da Serra Negra Escola Municipal Antonio Carlos Magalhães Instituto Florescer - IF Escola Municipal Juracy Fernandes Costa Escola Municipal São Pedro Escola Municipal Euclides da Silveira Maia Escola Municipal Francisco Alves Pereira Escola Municipal Vital da Silveira Costa Coordenadoria Estadual de Educação-Aracatu Caixa Escolar 415 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Município Grupos sociais afetados pelo empreendimento por cidade e Organizações da sociedade civil Sindicato Rural de Aurelino Leal Órgãos governamentais Câmara Municipal de Aurelino Leal Escolas Grupo Escolar Dr. Félix Mendonça ONG Bathomarco ONG Amparo Melhor Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barra do Rocha Sindicato Rural de Barra do Rocha Prefeitura Municipal de Barra do Rocha Câmara Municipal de Barra do Rocha Anexo do Cesi, Primeiro Passos. Centro Educacional Manoel Muniz de Oliveira Escola São Pedro Barra do Rocha Abapa - Associação Baiana dos Produtores de Algodão Aiba-Associação de Irrigantes do Oeste da Bahia - Maria Percília Barreiras Escola Professora Edna Venâncio Prefeitura Municipal de Barreiras Câmara Municipal de Barreiras Associação dos Criadores de Gado do Oeste da Bahia Associação de Produtores Florestais do Oeste da Bahia Ong Ponte Escola Maia Escola Antonio Motta Bittencourt Escola Vapor Escola de 1º Grau Herculano Faria Sandra Regina Escola Polivalente Prof. Alexandre Leal Costa Escola Prof. Roberto Santos Barreirinhas Escola de 1º Grau José de Castro Novo Horizonte Grupo Escolar Aníbal Alves Barbosa Barreirinhas Ong Pro Educ'art Sindicato Nacional Trab de Inst. Pesq. e Desenvolvimento Agropecuário Bom Jesus da Lapa Associação São Vicente de Paulo do Recife - Ns Soledade Casa de Mel Prefeitura Municipal de Bom Jesus da Lapa Câmara Municipal de Bom Jesus da Lapa Centro Educacional São Vicente de Paulo Escola de 1o. Grau Vitalina Maria de Jesus Colégio Modelo Luis Eduardo Magalhães Colégio Bom Jesus Escola Municipal Juá 416 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Município Brumado Grupos sociais afetados pelo empreendimento por cidade e Organizações da sociedade civil Órgãos governamentais Associação dos Pequenos e Mini Produtores e Distribuidores de Leite de Brumado Associação Comunitária dos Pequenos Produtores Rurais da Fazenda Rudiador e Adjacências Secretaria de Meio Ambiente de Brumado Prefeitura Municipal de Brumado Associação Comunitária dos Pequenos Produtores Rurais da Lagoa de Tocadas e Adjacências Câmara Municipal de Brumado Associação Comunitária dos Produtores Rurais Lagoa do Tonico Associação Comunitária dos Pequenos e Micros Produtores Rurais de Passagem, Penha, Tamboril, Corredor e Lagoa de Dentro. Escola Mun. Sr. Barbosa dos Santos Escolas Ana Rodriga Teixeira Clemente Gomes CIE - Centro Integrado de Educação Profa. Maria Joselita Meir Leonel Rosendo da Silva Manoel Fernandes dos Santos Associação dos Pequenos e Micros Produtores Rurais de Samambaia, Pé do Morro e Burro Morto. Associação Comunitária dos Pequenos Produtores Rurais de Caatinga Grande, Tamburil e Baixa Grande Associação de Pequenos Criadores e Produtores Rurais de Umburanas e Adjacências ASSOCIACAO DOS PEQUENOS AGRICULTORES E AMIGOS DO ARACA, VINTEM E REGIAO - ASSAV Caetité Suzana Maria Guimarães Renascer Prefeitura Municipal de Caetité Secretaria de Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Agricultura de Caetité Caetité Câmara Associação dos Produtores de Cana-deMunicipal de açúcar e Derivados de Caetité - Aprocana Caetité Empresa Baiana ASSOCIAÇÃO DOS PEQUENOS de AGRICULTORES E AMIGOS DE Desenvolvimento BARRINHA E ADJACENCIAS - APABA Agrícola Associacao dos Mini e Peq Prod Rurais Uniao Rio Alegre Coribe Mirian Azevedo Gondim Meira Associacao de Desen. Urbano e Rural de Vila Nova Prefeitura Municipal de Coribe Câmara Municipal de Coribe Colégio Anísio Teixeira Escola de Aplicação Anexa a Ffclc Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães Escola Reunidas Seminário São José Casa Anísio Teixeira Colégio Estadual Deputado José Rocha-26ª Direc Associacao da Comunidade de R de Fora B C e Buracao 417 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Correntina Correntin a Câmara Municipal de Correntina Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Gongogi Gongogi Prefeitura Municipal de Correntina Associacao dos Pescadores do Rio Gongogi Escola Municipal Vila Nova Escola Municipal de Sao Manoel Escola Municipal Antonio Neiva Araujo Prefeitura Municipal de Gongogi Escola Hildebrando Ribeiro Câmara Municipal de Gongogi Grupo Escolar Pompilio Barreto Grupo Escolar Targino Kalid Sindicato Rural de Gongogi Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Gongogi Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guanambi - Vila Nova Associacao de Fafa Prefeitura Municipal de Guanambi Câmara Municipal de Guanambi Centro Educacional João Durval Carneiro - Vomita Mel Guanambi Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães - São Francisco Ibiassucê Itagi Grupo Escolar José Bastos - Vomita Mel Escola Estadual Idalice Nunes Grupo Escolar Gercino Coêlho Vila Nova Colégio Gercinio Coelho - Vila Nova Grupo Escolar Getúlio Vargas Grupo Escolar Eudite Donato Vasconcelos - Bom Jesus Unidade de Ensino Monteiro Lobato - São Francisco Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibiassucê Grupo Escolar Ercínia Maria Cerqueira - Alvorada Prefeitura Municipal de Ibiassucê Câmara Municipal de Ibiassucê Secretaria de Meio Ambiente de Ibiassucê Centro Educacional de Ibiassucê Escola Municipal Marechal Castelo Branco Escola Municipal Mundo Encantado Escola Municipal Presidente Médici Núcleo I, II, III e IV Escola Julieta Prefeitura Pontes Viana Municipal de Itagi Rubens Costa Amaral 418 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Associacao Comunitária Itagibá Sindicato Rural de Itagibá Câmara Municipal de Itagi Prefeitura Municipal de Itagibá Câmara Municipal de Itagibá Escola Prof Ana Silva Colégio 14 de Agosto Colégio Municipal Aurélio Vaz de Quadros Caixa Escolar Jequié Prefeitura GERC – Grupo Ecológico Rio das Contas Municipal de Jequié Câmara Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Municipal de Jequié Jequié Secretaria de Sindicato Rural de Jequié Meio Ambiente de Jequié Associação de Serapião Lagoa Real Associação de Pequenos Agric. De Lagoa Dantas Prefeitura Municipal de Lagoa Real Câmara Municipal de Lagoa Real E. M. Arlindo Cruz E. M. Osvaldo Evangelista Nascimento E. M. Dimas Ribeiro Macedo E. M. José Augusto Barreto E. M. Profª Corina Leal E.M. Alírio Argolo Caixa Escolar Municipal de 1o. E 2o. Graus Natalino Caixa Escolar Donerio Aguiar Caixa Escolar Laurêncio Santos Escola Municipal de 1 Grau Irmas Moura Colégio Estadual Luiz Prisco Viana Associação do Distrito de Irrigação do Brumado - Taquari Associacao dos Produtores Rurais de Pé Livrament da Serra o de Nossa Senhora Associacao dos Trabalhadores Rurais dos Patos Câmara Municipal de Livramento de Nossa Senhora Escola Municipal do Loureno Prefeitura Municipal de Livramento de Nossa Senhora Escola Polivalente Escola Castro Alves Associacao de Pescadores de Livramento Escola Rui Barbosa Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Livramento Escola Municipal de Rua do Areião 419 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Escola Municipal General Pinto Escola Municipal Dirce de Castro Silva Escola Municipal de Bem Posta Escola Municipal Artur Moura e Silva Escola Machado de Assis SINDICATO RURAL DE MANOEL VITORINO Prefeitura Municipal de Manoel Vitorino Sindicato dos Pequenos Produtores Rurais de Manoel Vitorino Câmara Municipal de Manoel Vitorino Manoel Vitorino Escola Duque de Caxias Escola Municipal Menandro Menahim Escola Costa E Silva Escola Joana Angélica Escola Municipal Fernão de Magalhães Escola Municipal José Marinho de Lima Colégio Municipal Sr. Francisco de Castro Alves Mirante Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Palmas de Monte Alto ASSOCIACAO DOS PEQUENOS PRODUTORES RURAIS DE BOA VISTA E RIACHO DO CAMBOIM Palmas de Monte Alto Caixa Escolar Prefeitura Municipal de Mirante Câmara Municipal de Mirante Prefeitura Municipal de Grupo Escolar Palmas de Monte Marcelino Neves Alto Câmara Municipal de Palmas de Monte Alto Assoc Comunitária Peq Med. Prod Rurais de Araticum, Barra Pass. Associação dos Peq Prod Rurais de Angico e Região Assoc. dos Pequenos Produtores Rurais de Peri-Peri Associacao Comun. dos Peq Prod Rurais da Com de Paga Tempo Associacao dos Pequenos Produtores Rurais de Tocaia 420 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Sindicato dos Trabalhadores Rurais Riacho de Santana Sindicato dos Trabalhadores Educ. da Rede Pub Municipal Associação dos Pequeno Produtores Rurais das Comunidades de Boqueirão Associacao de Campo Largo Comunidade Nossa Senhora da Paz Rio do Antônio Prefeitura Municipal de Riacho de Santana Câmara Municipal de Riacho de Santana Escola Técnica da Família Agrícola da Bahia Colégio Estadual Sinésio Costa - Mato Verde Escola Família Agrícola AecofabaAssociação das Escolas das Comunidades e Famílias Agrícolas B Prefeitura Municipal de Rio do Antonio Câmara Municipal de Rio do Antonio Escola Abilia Maria de Jesus Escola Manoel Ribeiro de Brito Escola Dr.adelbardo Silveira Assoc dos Prod de Lagoa da Pedra Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio do Antônio Caixa Escola Riacho do Bandeira Colégio Municipal Castro Alves Caixa Escolar Professora Lia Público de Castro Adere-Associação de Desenvolvimento Rural Integrado Santa Maria da Vitória Associação de Pequenos Produtores de Frutas Prefeitura Municipal de Santa Maria da Vitória Câmara Municipal de Santa Maria da Vitória Escola Estadual Rolando Laranjeira Barbosa Colégio Estadual Joaquim da Rocha Medeiros Associacao Ambientalista Corrente Verde Associacao de Volta da Pedra Associacao do Leite Prefeitura Municipal de São Desidério Câmara Associacao dos Produtores Rurais de Ilha Municipal de São Grande-Aprig Desidério Associacao dos Moradores de Roda Velha Associacao Moradores e Prod. Ilha do Rio Grande São Desidério Caixa Escolar Santana Caixa Escolar Acm Caixa Escolar Acm Caixa Escolar Antonio Pereira da Rocha 421 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Caixa Escolar Henrique Vieira Prefeitura Câmara Municipal de São Félix do Coribe Municipal de São Félix do Coribe Câmara Associação dos Municípios do Médio São Municipal de São São Félix Francisco Félix do Coribe do Coribe Associacao Nova Esperança da Comunidade de Fazenda Nova Escola Branca de Neve Colégio Estadual Valdir de Araújo Castro Associacao Sao Felix Associacao Família Feliz de Sao Felix do Coribe Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Serra do Ramalho AMI - Associações e Sindicatos Serra do Ramalho Prefeitura Municipal de Serra do Ramalho Câmara Municipal de Serra do Ramalho Instituto Educacional Serramalhense Agesserra ACOMA 20 Astrapicam FAE Uas Adecoagro 01 Aaaf Aparam Associação dos Cooperados da Agrovila 10 Sindicato dos Pequenos Produtores Rurais Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tanhaçu Prefeitura Municipal de Tanhaçu Câmara Municipal de Tanhaçu Associação dos Agricultores Tanhaçu ASS. PROD. RURAIS DO RIO DAS CONTAS ASS. DOS PISICULTORES TRAB. DA PESCA DE SUÇUARANA Associação Vale do Ria das Contas Ubaitaba Colônia de Pescadores Z-68 de Ubaitaba Prefeitura Municipal de Ubaitaba Câmara Municipal de CENTRO EDUCACIONAL DE TANHACU CENTRO EDUCACIONAL DE SUCUARANA ESCOLA PRINCESA ISABEL ESCOLA ALIPIO PIRES ESCOLA GOLBERI DE COUTO SILVA ESCOLA IMPERATRIZ LEOPOLDINA ESCOLA FRANCISCO AVELINO ESCOLA JOSE JOAQUIM DA SILVA Escola Agrupada Wilson Maron Escola de 1 Grau Pedro Catalão 422 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Ubaitaba Caixa Escolar Wilma de Souza Magalhães Caixa Escolar Polivalente de Ubaitaba Caixa Escolar Acurcio Magalhães Caixa Escolar Actacilio Manoel Gomes Assoc. dos Peq. Prod. E Trabal. Rurais e Trabal. Rurais da Zona do Orico Sindicato Rural de Ubaitaba Sindicato Rural de Ubatã Ubatã Sindicato dos Produtores Rurais de Uruçuca Sindicacato dos Trabalhadores Rurais de Uruçuca Uruçuca (Caixa Escolar) Prefeitura Municipal de Ubatã Câmara dos Vereadores Secretaria de Agricultura/Meio Ambiente de Ubatã Prefeitura Mun. de Uruçuca Câmara Municipal de Uruçuca Emarc-Escola Média de Agropecuária Regional da Ceplac Escola de 1º Grau Antônio Cruz Associacao Comunitária de Ecologia e Cultura de Urucuca Escola Batista Tia Sidalva - E.b.t.s. Associacao do Limoeiro Cooperativa das Escolas Rurais VIII Associacao Comunitária Projeto Rural da Fazenda Vava Escola Augusto Henrique Guimarães 423 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 8.1.6 - INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS AMBIENTAIS Este Programa interage e é complementado pelos seguintes programas e subprogramas: Programa de Comunicação Social; Subprograma de Prevenção Contra Queimadas; Programa de Gerenciamento de Obras; Programa de Capacitação de Trabalhadores; Subprograma de Minimização de Desmatamentos; Subprograma de Recuperação de Áreas Degradadas; Subprograma de Plantios Paisagísticos; Subprograma de Salvamento da Flora e Produção de Mudas em Viveiros; e Subprograma de Afugentamento e Salvamento da Fauna. 8.1.7 - RESPONSABILIDADES DE EXECUÇÃO A VALEC é o empreendedor e responsável pela execução das atividades de educação ambiental que fazem parte deste programa. É o órgão contratante e principal fiscal da sua aplicação/realização. A VALEC poderá contratar consultores para serviços especializados e de apoio, visando à boa execução das atividades aqui descritas. O gerenciamento das atividades de Educação Ambiental será feito pela VALEC, como órgão empreendedor, que manterá um “kit” para educação ambiental com DVD, retroprojetor e projetor de slides “data show” para a projeção de vídeos, transparências e slides. Disporá também de profissional habilitado tanto para realizar os treinamentos voltados para a população vizinha à obra, como para orientar as firmas empreiteiras no treinamento do seu pessoal. IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambiental dos Estados. O IBAMA e os organismos estaduais de licenciamento ambiental são os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97 e, assim, pela fiscalização do atendimento das condições estabelecidas nas licenças concedidas, sob os pontos de vista tempestivo, quantitativo e qualitativo. 424 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Empresas Privadas Contratadas. Consultores, como responsáveis pelo detalhamento deste programa, incluindo a preparação do “kit” de Educação Ambiental; construtores, como responsáveis pelas obras, responsáveis, portanto, pelas ações do maior contingente de trabalhadores a serem treinados; supervisores ambientais, estes como responsáveis pelo Controle de Qualidade da execução da educação ambiental. 8.1.8 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO Este Programa será aplicado durante todo o período da obra da ferrovia sendo encerrada a sua aplicação somente após estarem concluídas todas as recuperações de áreas degradadas, inclusive aquelas ocupadas pelas empreiteiras, quando for o caso. Voltará a ser aplicada no período de operação da ferrovia sempre que forem contratados serviços de conservação, de restauração e/ou de ampliação da estrada ou de suas instalações de apoio. 425 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 8.1.9 - METAS 8.1.9.1 - Metas da Educação Ambiental Interna As metas são propostas para possibilitar a transmissão de valores, conceitos e informações ambientais, de forma a valorizar ações de preservação e segurança, a fim de construir uma visão exata dos atos conscientes e inconscientes e suas consequências positivas ou negativas no local de trabalho. As metas propostas para a educação ambiental dos trabalhadores da obra são: • 100% de participação dos funcionários, estimados na tabela de ações, em cursos e palestras sobre saúde (incluindo DST e métodos contraceptivos) e educação ambiental; • Ausência de não conformidades com relação ao descarte de resíduos sólidos; • Ausência de não conformidades com relação ao cumprimento da legislação nas atividades de supressão da vegetação. 426 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 8.1.9.2 - Metas da Educação Ambiental Externa As metas serão propostas para possibilitar a transmissão de valores, conceitos e informações ambientais de forma a valorizar ações de preservação, a fim de construir uma visão exata dos atos conscientes e inconscientes e suas consequências positivas ou negativas no espaço ocupado pela comunidade, conscientizando e correlacionando a importância de ações preservacionistas aos reflexos positivos em toda a região, conforme detalhamento a seguir: • 100% dos professores e profissionais da educação envolvidos no Programa estão capacitados; • 100% dos cursos previstos foram realizados; • Produção e distribuição de todos os materiais didáticos previstos; • Distribuição de informativos de materiais produzidos pela comunidade com conteúdos relacionando meio ambiente e construção ferroviária; As ações educativas previstas durante a fase de instalação da ferrovia estão demonstradas na tabela 60. 427 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Tabela 60: Ações Educativas Previstas na Fase de Instalação da Ferrovia. AÇÕES OBJETIVO ESPECÍFICO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO PREVISÃO DO PERIODICIDADE NÚMERO INÍCIO E METODOLOGIA E NÚMERO DE DE TÉRMINO EVENTOS PESSOAS POR EVENTO PÚBLICO ALVO LOCAL DE REALIZAÇÃO PÚBLICO INTERNO Abordagem das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; Elaboração do material educativo (Cartazes, folhetos, cartilhas e vídeos) Elaborar material educativo para subsidiar as ações do programa Proteção à Fauna; Supressão de Vegetação; Descarte de Resíduos; Práticas sustentáveis, Prevenção e minimização dos impactos ambientais e sociais; Prevenção e Combate à Queimadas; Saúde e Segurança do Trabalho; Populações tradicionais Conforme diretrizes do Programa Nacional de Educação Ambiental ProNEA. Antes do início das Elaboração antes obras até do início das a obras e conforme conclusão demanda durante da implantação instalação. 428 Não aplicável Armazenado nos canteiros de obras localizados nos Trabalhadores municípios de das obras e Ilhéus, Jequié, Responsáveis Tanhaçu, diretos pelos Brumado, trabalhadores Guanambi, encarregados Bom Jesus da e engenheiros, Lapa, e pessoal Correntina e administrativo. Barreiras. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL AÇÕES OBJETIVO ESPECÍFICO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO METODO INÍCIO E TÉRMINO PERIODICIDADE E NÚMERO DE EVENTOS PREVISÃO DO NÚMERO DE PESSOAS POR EVENTO PÚBLICO ALVO LOCAL DE REALIZAÇÃO PÚBLICO INTERNO Contribuir para que os funcionários adquiram consciência sobre o meio ambiente e os problemas ambientais, e suas responsabilidad Ações Educativas es na resolução ou minimização dos impactos ambientais durante a execução das obras. Abordagem das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; Proteção à Fauna; Supressão de Vegetação; Descarte de Resíduos; Práticas ambientalmente sustentáveis e treinamento para a divulgação das mesmas; Prevenção e minimização dos impactos ambientais e sociais; Prevenção e Combate à Queimadas; Saúde e Segurança do Trabalho; Valores e motivação para proteção ao meio ambiente e na resolução dos problemas ambientais; Populações tradicionais (quilombolas e indígenas) enfatizando o respeito à diversidade cultural. Palestras com apoio de vídeos, cartilhas, folhetos explicativos e debates. Trabalhadores das obras e Responsáveis diretos pelos trabalhadores encarregados e engenheiros, e pessoal administrativo. Início e término das obras Uma palestra semestralmente. 429 Média de 160 participantes por evento Em cada Canteiro de obra, podendo ocorrer palestras em frentes de serviço. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL AÇÕES OBJETIVO ESPECÍFI CO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO PREVIS ÃO DO PERIODICIDADE NÚMER INÍCIO E METODOLOGIA E NÚMERO DE O DE TÉRMINO EVENTOS PESSOA S POR EVENTO PÚBLICO ALVO LOCAL DE REALIZAÇÃO PÚBLICO EXTERNO Elaborar material educativo para subsidiar as ações do programa Elaboração do material educativo Abordagem das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; Proteção à Fauna; Supressão de Vegetação; Descarte de Resíduos; Práticas ambientalmente sustentáveis e treinamento para a divulgação das mesmas; Prevenção e minimização dos impactos ambientais e sociais; Prevenção e Combate à Queimadas; Valores e motivação para proteção, Populações tradicionais (quilombolas e indígenas) enfatizando o respeito à diversidade cultural. Conforme diretrizes do Programa Nacional de Educação Ambiental ProNEA Antes do início das obras até a conclusão da instalação Elaboração antes do início das obras e conforme demanda durante implantação 430 Professores, profissionais da rede municipal de ensino, e população lindeira dos municípios de Ilhéus, Jequié, Tanhaçu, Brumado, Guanambi, Bom Não aplicável Jesus da Lapa, Correntina e Barreiras, Santa Maria da Vitória, Serra do Ramalho, Caetité, Barra da Estiva, Barra do Rocha, Ipiaú, Ibiassucê, Itajibá, Ubatã e Uruçuca. Serão distribuídos nos municípios de Ilhéus, Jequié, Tanhaçu, Brumado, Guanambi, Bom Jesus da Lapa, Correntina e Barreiras, Santa Maria da Vitória, Serra do Ramalho, Caetité, Barra da Estiva, Barra do Rocha, Ipiaú, Ibiassucê, Itajibá, Ubatã e Uruçuca PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL AÇÕES OBJETIVO ESPECÍFICO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO METODO INÍCIO E TÉRMINO PERIODICIDADE E NÚMERO DE EVENTOS PREVISÃO DO NÚMERO DE PESSOAS POR EVENTO PÚBLICO ALVO LOCAL DE REALIZAÇÃO PÚBLICO EXTERNO Cursos de curta duração Formar agentes multiplicadores em Educação Ambiental Abordagem das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; Manutenção da vida silvestre; Descarte de Resíduos; Práticas ambientalmente sustentáveis e treinamento para a divulgação das mesmas; Prevenção e Combate à Queimadas; Valores e motivação para proteção ao meio ambiente; Conscientização de professores e profissionais da rede pública de ensino municipal sobre a importância de criação e manutenção de bibliotecas. Atividades Educativas com apoio de vídeos, cartilhas, folhetos explicativos e debates. Distribuição do material didático produzido para compor o acervo de bibliotecas. A partir do 18 eventos - um início das curso em cada obras até a município conclusão do número de eventos em cada município 431 30 Pessoas Professores e profissionais da rede pública de ensino municipal Um curso em cada município selecionado PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL AÇÕES OBJETIVO ESPECÍFICO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO METODOLOGIA INÍCIO E TÉRMINO PERIODICIDADE E NÚMERO DE EVENTOS PREVISÃO DO NÚMERO DE PESSOAS POR EVENTO PÚBLICO LOCAL DE ALVO REALIZAÇÃO Imprevisível Municípios selecionados que realizarem feiras PÚBLICO EXTERNO Participação Atender ao em feiras público regional Conteúdo de todo material produzido no âmbito do programa Exposição de todo o material produzido no âmbito do programa aos moradores da região. Feiras realizadas durante a instalação da ferrovia Conforme calendário de feiras nos municípios selecionados (citados acima) 432 Público regional PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 8.1.10 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO A avaliação do desempenho é um conceito moderno que vem sendo cada dia mais adotado como forma de se aperfeiçoar a gestão pautando-se sobre os resultados alcançados. Pode ser definida como a identificação e mensuração das ações que os colaboradores de uma organização realizaram durante determinado período, e tem como objetivo diagnosticar e analisar o desempenho individual e coletivo dos funcionários e processos, promovendo o crescimento e aperfeiçoamento buscando-se sempre um melhor desempenho. Através da avaliação de desempenho é mais fácil fornecer feedback aos gestores e colaboradores, baseado em informações sólidas e tangíveis, bem como auxiliá-las no caminho da melhoria contínua, buscando retroalimentar os processos de forma a subsidiar a revisão de estratégias e métodos de trabalho, minimizando os efeitos da tendência à entropia e melhorando as práticas, reciclando e fornecendo condições de sobrevivência em ambientes turbulentos e mutáveis. A atual gestão do desempenho calcada sobre resultados pressupõe a atribuição de métricas para transformar quaisquer informações possíveis em dados tangíveis visando facilitar a avaliação e acompanhamento do desempenho do avaliado. Ao discorrer sobre o quesito “Eficiência”, considerou-se a definição do termo de que eficiência diz respeito a “como fazer” e está relacionada às ações a serem realizadas ao nível operacional em relação ao tempo, ou seja, de acordo com um plano ou programa préelaborado como parte do planejamento estratégico, seu cronograma e tudo mais que o compõe. Ao discorrer sobre o quesito “Eficácia”, considerou-se a definição do termo de que eficácia diz respeito ao “objetivo ou resultado” e está 433 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL relacionado à capacidade de realizar efetivamente o que foi proposto, indicando resultados sob métricas que indicassem desempenho. 8.1.10.1 - Indicadores da Educação Ambiental Interna Diante do exposto, os relatórios devem apresentar os resultados alcançados e o atendimento a todas não conformidades registradas durante o processo de instalação da obra, conforme citado a seguir: • Número de empregados participantes dos cursos e palestras sobre saúde e educação ambiental; • Número de não conformidades com relação ao descarte de resíduos sólidos; • Número de não conformidades com relação ao cumprimento da legislação nas atividades de supressão da vegetação. 8.1.10.2 - Indicadores da Educação Ambiental Externa Devem ser descritos todas as ações realizadas no período, sendo destaque as seguintes atividades: • Número de professores e profissionais da educação capacitados; • Número de cursos realizados; • Número de representantes da população lindeira capacitados; • Número de materiais didáticos produzidos; • Número de participantes nas feiras; • Quantidade de materiais informativos/educativos produzidos, por tipo; • Quantidade de materiais informativos/educativos distribuídos; 434 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Estas informações devem ser transcritas conforme o modelo da Tabela 61, contendo informações sobre a atividade realizada, os objetivos, os participantes, o local e a data do evento. Tabela 61: Exemplo de Informações sobre as Atividades de Educação Ambiental Desenvolvidas no Período Atividade realizada Objetivo Participantes Local Data 8.2 - SUBPROGRAMA DE PREVENÇÃO CONTRA QUEIMADAS 8.2.1 - Justificativas As queimadas são um fenômeno vinculado à cultura brasileira do uso do fogo como prática agrícola e manejo de pastagens ocasionando focos de incêndio nos períodos mais secos do ano, que coincidem com o momento de preparo do solo para plantios e formação de pastos. Frente à gravidade do problema das queimadas no Brasil, o Governo Federal instituiu, em 1988, o Sistema de Prevenção Nacional e Combate aos Incêndios Florestais - PREVFOGO. Contudo, o uso do fogo como prática agrícola, em especial nas áreas de expansão da fronteira agrícola como a floresta amazônica e os cerrados, tem ocorrido de forma aleatória, sem a utilização de mecanismos de controle, resultando em áreas de queimadas maiores do que o necessário e ocasionando incêndios de grandes proporções. 435 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Todavia, os incêndios podem ser deflagrados também pelas práticas de limpeza da vegetação da faixa de domínio, tanto na construção como na conservação, bem como serem ateados acidentalmente pelos trabalhadores da Ferrovia. As queimadas são decorrentes dos seguintes aspectos: • Queima de restos de cultura, palhas e gravetos para o preparo dos solos; • Queima de vegetação cortada em atividades de limpeza de terreno; • Limpeza de pastagens, com fogo não controlado; • Queima provocada por fogueiras não apagadas devidamente, por pontas de cigarros e outras formas de descuido; • Garrafas, cacos de vidro, latas, sobre a vegetação seca, funcionando como lentes e concentradores de calor e provocando a combustão. 8.2.2 - OBJETIVO DO SUBPROGRAMA DE PREVENÇÃO CONTRA QUEIMADAS O objetivo desta ação, dentro do Programa de Educação Ambiental é o de identificar e analisar causas e situações de risco quanto à ocorrência de queimadas que podem envolver a faixa de domínio da FIOL e prevenir situações que possam vir a comprometer o corpo estrada, ou mesmo atingir áreas limítrofes. 8.2.3 - METAS E INDICADORES As metas a serem atingidas são: 436 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL • Apresentar as noções básicas de prevenção às queimadas para 100% dos trabalhadores das frentes de serviço responsáveis pelas obras de construção do empreendimento; • Apresentar as noções básicas de prevenção às queimadas para 100% das pessoas residentes próximas à faixa de domínio. Os indicadores de controle serão os seguintes: • % dos trabalhadores na obra que receberam orientações sobre prevenção contra queimadas; • % dos residentes próximos à faixa de domínio que receberam orientações sobre prevenção contra queimadas. 8.2.4 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS E NORMATIVOS • Resolução N° 237/97. Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente. • Decreto N° 97635, de 10 de abril de 1989. Regula o Artigo 27 do Código Florestal e dispõe sobre a prevenção e combate a incêndio florestal, e da outras providências. 8.2.5 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A ação contra queimadas deverá ser desenvolvido e executado pela VALEC e pela construtora responsável, sob a supervisão da VALEC. O subprograma abrange: • Execução de medidas de proteção no âmbito da FERROVIA: 437 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Realizar a roçada e a capina utilizando ferramentas e equipamentos adequados durante a execução dos serviços de conservação rotineira; Proibir do uso do fogo para reduzir o volume dos restos vegetais oriundos dos desmatamentos para construção e das roçadas e capinas dos serviços de conservação; Proibir a utilização de explosivos para a remoção da vegetação, mesmo no destocamento de árvores de grande porte; Não permitir o uso de herbicidas e desfolhantes em qualquer hipótese; Exigir que o material oriundo da limpeza do terreno para início da construção (normalmente solos com mais alto teor de matéria orgânica) seja estocado em pilhas com compactação superficial, para posterior recuperação, espalhamento e incorporação nas áreas onde seja necessária a recuperação da vegetação; Executar aceiros em áreas lindeiras determinadas (matas, adensamento da vegetação). Os aceiros são uma técnica preventiva destinada a quebrar a continuidade do material combustível. Constitui-se basicamente de faixas livres de vegetação, superior a 5 m, onde o solo permanece exposto, ou protegido por leguminosas resistentes ao fogo, dificultando a propagação das queimadas (às vezes interrompendo-as) e extremamente úteis como meio de acesso e como pontos de apoio para as turmas de combate. Manter os taludes de cortes e de aterros com a vegetação baixa (menor do que 1,0 m), de modo que a ferrovia funcione também como um aceiro destinado a conter o fogo oriundo das áreas vizinhas; Aproveitar os resíduos da capina e desmatamento para emprego como adubo verde nas áreas degradadas, na forma de “mulching”. • Treinamento em técnicas de combate ao fogo: Este treinamento deve envolver todos os trabalhadores, inclusive engenheiros, envolvidos na construção e na conservação da ferrovia, e deve ser feito semestralmente em articulação com o PREVFOGO (IBAMA) ou quando da não disponibilidade do órgão ambiental, alguma entidade reconhecidamente capaz de 438 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL promover tal evento, como o corpo de bombeiros ou brigadas de incêndios formadas. • Extensão das campanhas educativas: O controle do fogo em torno das instalações ferroviárias é de interesse da VALEC, em virtude dos problemas (e custos) operacionais, especialmente os referentes a acidentes. Por meio do Programa de Educação Ambiental - o treinamento deve se estender aos moradores das áreas lindeiras. Esse treinamento beneficiará tanto os municípios como a FERROVIA, que deverá ver reduzidos os índices de acidentes ocasionados pela fumaça de incêndios. 8.2.6 - INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS Este Subprograma interage e é complementado pelos seguintes programas e subprogramas: Programa de Comunicação Social; Programa de Educação Ambiental; Programa de Gerenciamento da Obra, Programa de Proteção de Fauna, Programa de Proteção de Flora. 8.2.7 - RESPONSABILIDADE DE EXECUÇÃO VALEC. A VALEC é o órgão contratante e principal fiscal da aplicação/realização deste subprograma. A VALEC poderá contratar consultores para serviços especializados e de fiscalização. IBAMA e Órgãos de Licenciamento Ambiental Estaduais. São os responsáveis pelas atividades de licenciamento, conforme definidas pela Resolução 237/97, e pela fiscalização do atendimento tempestivo, quantitativo e qualitativo das condições estabelecidas nas licenças concedidas. No caso 439 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL deste Subprograma o IBAMA poderá de toda a sua experiência, obtida com a exitosa execução do seu programa denominado PREVFOGO. Empresas Privadas Contratadas. Construtores como responsáveis pelas obras, portanto responsáveis pelas ações do maior contingente de trabalhadores a serem treinados. 8.2.8 - CRONOGRAMA Esta ação deverá ser implantado desde o início e permanecer ativa até a completa execução das obras da ferrovia, e mantida na etapa de operação e manutenção, durante toda sua vida útil. 8.2.9 - AÇÕES A SEREM EXECUTADAS NO PERÍODO 8.2.9.1 - Mobilização e Planejamento de Ações da Ação de Prevenção Contra Queimadas Desenvolver cartazes, “folder” e “banner”, com objetivo de fixar noções básicas sobre os assuntos a serem abordados para utilização nas campanhas específicas e palestras sobre prevenção contra queimada para os trabalhadores das obras e para a comunidade. 440 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 8.2.9.2 - Palestras sobre Noções Básicas de Prevenção Contra Queimadas para Comunidade, Trabalhadores, Inclusive Engenheiros, Envolvidos na Construção da Ferrovia Proferir palestras sobre noções básicas de prevenção contra queimadas para a comunidade e os trabalhadores das obras em todos os lotes de construção contemplados pela licença de instalação, abordando os seguintes temas: Ações preventivas e comportamentais; Consequências de queimadas e incêndios; Comportamento do fogo; Tipos de incêndios; Efeitos sobre a saúde humana; Efeitos sobre o meio ambiente; Efeitos econômicos e sociais. Distribuir aos participantes, exemplares do folder, de prevenção de queimadas e educação ambiental com a recomendação de levar para casa e mostrar para os familiares, vizinhos e, inclusive para as crianças. Criar cartazes com intuito de chamar a atenção para a prevenção de queimadas, afixando-os nos canteiros de obras, áreas de vivência, ônibus de transporte de trabalhadores das obras e locais de fácil visualização pela população lindeira. 8.2.9.3 - Público Alvo Atingido com Informações Qualitativas e Quantitativas (quando couber) O público alvo das palestras serão os trabalhadores das obras, como auxiliares de mecânica, eletricistas, soldador, auxiliar de almoxarifado, ajudantes gerais, assistentes de pessoal, operadores de escavadeira, apontador, carpinteiros, abastecedores, operadores de rolo compressor, 441 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL motoristas, pedreiros, auxiliar de manutenção, encarregados, topógrafos, engenheiros, equipes de meio ambiente, dentre outros. Os locais onde deve haver as ações: Lote 01 - Canteiro Administrativo, no município de Barra do Rocha; Lote 02F - Canteiro Administrativo, no município de Jequié; Lote 03F - Canteiro Industrial, no município de Tanhaçú; Lote 04F - Central, no município de Ibiassucê. 8.2.10 - EFICIÊNCIA/EFICÁCIA DE CADA AÇÃO Informar através de planilhas o número de funcionários, moradores, entidades participantes em cada lote de construção, demostrando através de planilhas (Tabela 62) o detalhamento do treinamento da brigada de incêndios e as medidas adotadas para a prevenção de incêndios (Tabela 63). Tabela 62: Detalhamento do Treinamento da Brigada de Incêndio Atividade Realizada Duração Data Tabela 63: Medidas Adotadas para a Prevenção de Incêndios Atividade Realizada Duração Data 442 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Em caso de convênios, apresentar documentos comprobatórios, além da descrição das medidas corretivas e mitigadoras quando executadas. 8.2.11 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELLIA, Vitor et. al.: Introdução à Gestão Ambiental de Estradas Coleção Disseminar - IME-DNIT, 2005. BELLIA, Vitor; BIDONE, Edson D. Rodovias, Recursos Naturais e Meio ambiente. Niterói: EdUFF; Brasília: DNER, 1993. Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Educação Ambiental 1997 - 24 páginas. Brasil. Secretaria Especial do Meio Ambiente - Educação Ambiental, 1977 - 38 páginas. Cascino, Fábio - Educação Ambiental: princípios, história, formação de professores ,1999 - 109 páginas. DER-RJ/CONCREMAT - Plano Básico Ambiental do Projeto de Implantação Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, BR-493, Rio de Janeiro, 2008. DNIT/MINISTÉRIO DA DEFESA. Projeto Básico Ambiental do Trecho: Divisa MT/PA a Rurópolis/PA (BR-33) Pará, 2005. Grün, Mauro - ETICA E NECESSARIA, 1996 - 120 páginas. EDUCAÇAO AMBIENTAL: A CONEXAO Lei 9795/99, que dispõe sobre a Educação Ambiental. Mauro Guimarães (org.) - Caminhos da Educação Ambiental: da forma à ação, 2007 - 112 páginas. MEC - Ministério da Educação, 2007. Vamos Cuidar do Brasil. Disponível Em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao3.pdf. Ministério da Educação e Ministério do Meio Ambiente, Programa Nacional de Educação Ambiental - ProNEA. 3ª Edição. BRASÍLIA. Edições MMA, 2005. Morato Leite, José Rubens - Direito ambiental contemporâneo - 2004 654 páginas. OIKOS/VALEC - Estudo de Impacto Ambiental da Ferrovia de Integração Oeste - Leste, 2009. 443 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL OIKOS/VALEC - Estudo de Impacto Ambiental da Ferrovia Norte – Sul, 2009. OIKOS. EIA/RIMA das obras de implantação da Ferrovia Oeste Leste. Rio de Janeiro, 2010. PETROBRAS/BIODINÂMICA - Projeto Básico Ambiental do Gasoduto Japeri - REDUC - GASJAP, Rio de Janeiro, 2007. Tozoni-Reis , Marília Freitas de Campos - EDUCAÇAO AMBIENTAL: NATUREZA, RAZAO E HISTORIA, 2004 - 180 páginas. Universidade de São Paulo. Comissão Especial - Educação Ambiental: Propostas e Experiências. - 1989 - 13 páginas. VALEC (OIKOS). Normas Ambientais da VALEC (NAVAs). Rio de Janeiro, 2004 (3a revisão, 2007). 444 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO 9- PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÕES E INDENIZAÇÕES 9.1 - Justificativas A Faixa de Domínio (FD) da ferrovia é a base física sobre a qual assenta uma ferrovia, constituída pela infraestrutura e superestrutura. Tal área compreende a ferrovia e suas instalações correlatas legalmente delimitadas de propriedade, sob domínio ou em posse do poder público ou privado, e sobre a qual se estende sua jurisdição. Sua largura deve ser prevista de forma suficiente a conter as instalações necessárias aos serviços de controle da operação da ferrovia e permitir sua conservação, proteção e sua futura expansão. A liberação da Faixa de Domínio e fundamental para o início das atividades inerentes as obras de implantação da ferrovia: aberturas de vias, acessos de obras, supressão de vegetação, limpeza do terreno, correções de traçado, entre outras. Por tal razão, as desapropriações, não bastasse ser condição inicial para o início das obras, são bastante complexas, visto que além de envolver assuntos técnicos e jurídicos, inferem de maneira substancial no aspecto social, sendo necessário específico cuidado vez que geram impactos significativos no cotidiano das famílias atingidas, principalmente as de baixa renda. A fim de minimizar estes impactos, é necessário que a implementação do Programa de Desapropriações seja acompanhado de ações voltadas para a comunicação e acompanhamento social, buscando participação das comunidades envolvidas objetivando assim mitigar os impactos no modo de vida da população diretamente atingida. Uma vez verificada tais especificidades observou-se a necessidade de inserção de dispositivos regulamentadores que possibilitem o exercício de 445 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO atividades regimentais nos processos desapropriatórios, tendo sido incluídos no Manual de Diretrizes Básicas de Desapropriação, publicada em 2011 pelo DNIT, conceitos legais e normativos para avaliação de bens que serão desapropriados em função de atos declaratórios de utilidade pública. Este manual foi realizado de maneira a auxiliar na identificação de competências, procedimentos e condições exigíveis nos processos de desapropriação de bens situados nas faixas de domínio das rodovias federais, das ferrovias e obras de infraestrutura aquaviária. Visando o menor impacto tanto no andamento das obras quanto nas áreas afetadas, as desapropriações deverão preceder ao início das obras, obedecendo para tanto as fases a seguir descritas. Não deixando de observar, contudo, a premissa de cumprimento ao preceito constitucional da justa e prévia indenização. Fase Declaratória: caracteriza-se pela indicação da necessidade pública, utilidade pública ou interesse social do bem a ser desapropriado, é materializada por meio da publicação do decreto de declaração de utilidade pública, que é definido a partir do projeto de engenharia devidamente. Fase Executória: ocorre quando de fato a VALEC inicia sua participação no procedimento, utilizando-se de sua estrutura formal, podendo contar com empresas consultoras ou apoiadores, efetuar convênios e parcerias com instituições para o acompanhamento e prestação de assistência técnica ao longo de todo o programa. Por fim, os processos de desapropriação culminam em dois tipos de situação: acordo administrativo ou citação judicial, sendo expressamente vedado o cometimento de esbulho. É extrajudicial ou administrativo, quando há acordo em relação ao valor da indenização e os documentos necessários ao processo são apresentados, culminando com a escritura pública e a subsequente transcrição no registro imobiliário. Não cumpridos os pré-requisitos para o acordo administrativo, intenta-se a via judicial, que segue os ritos previstos no Decreto-Lei 3.365/41. 446 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO 9.2 - OBJETIVOS DO PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO 9.2.1 - Objetivo Geral Este programa tem por objetivo definir procedimentos e ações para as desapropriações que serão efetuadas com vistas a liberação da faixa de domínio e áreas necessárias para a implantação das obras planejadas. 9.2.2 - Objetivos Específicos As desapropriações deverão ser realizadas de forma a garantir a manutenção da qualidade de vida das populações atingidas e que as famílias afetadas não sofram perdas patrimoniais, indicando medidas para que o processo de desapropriação transcorra sem conflitos. Para isto, foram considerados alguns objetivos específicos, a saber: Garantir que sejam praticados preços justos nas avaliações, aquisições e indenizações, de modo que as famílias não sofram perdas patrimoniais no processo de desapropriação; Implantar mecanismos que garantam a efetiva participação da população, possibilitando o exercício da cidadania em todas as fases do programa; Fazer com que os processos transcorram sem conflitos de modo a evitar questões judiciais; Orientar os proprietários a efetuar a compensação das reservas legais interceptadas; 447 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO Orientar nas tratativas com comunidades frágeis e incentivar a participação de entidades afins. 9.3 - ATENDIMENTO A REQUISITOS LEGAIS Ao mesmo tempo em que a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, estabelece o direito de propriedade como garantia fundamental do homem, assegurando sua inviolabilidade, assevera que este direito não é absoluto, devendo a propriedade atender a sua função social (art. 5º, XXIII). A função social, por sua vez, pode ser urbana ou rural. Entende a CF/88, art. 182, §2º, que a propriedade cumpre a sua função social urbana quando obedece às diretrizes fundamentais de ordenação da cidade fixadas no plano diretor (plano que estabelece quais áreas são residenciais, comerciais e industriais; quais são as zonas de tombamento, etc., sendo obrigatório, entre outras, para cidades com mais de vinte mil habitantes). Por seu turno, atende a propriedade sua função social rural quando, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, atende simultaneamente os requisitos do artigo 186 da Constituição Federal, senão vejamos: Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: I - Aproveitamento racional e adequado; II - Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III - Observância das disposições que regulam às relações de trabalho; IV - Exploração que favoreça proprietários e trabalhadores. o bem estar dos 448 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO No mesmo ordenamento, observa-se também ser dever do Estado intervir na propriedade privada e nas atividades econômicas com o objetivo de propiciar bem estar aos cidadãos. Neste aspecto, se a propriedade está cumprindo a sua função social, a intervenção só pode ter por base a supremacia do interesse público sobre o particular, ou seja, só poderá ser feita por necessidade pública, utilidade pública ou por interesse social, sendo nestes casos, a indenização realizada mediante prévia e justa indenização em dinheiro. (art. 182, §3º da CF/88). Nosso ordenamento constitucional, em seu art. 5º, XXIV versa o que “A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição”. A desapropriação é o instituto de direito público que se consubstancia em procedimento pelo qual o Poder Público (União, Estadosmembros, Territórios, Distrito Federal e Municípios), as autarquias e as entidades delegadas autorizadas por lei ou contrato, ocorrendo caso de necessidade ou utilidade pública ou, ainda, de interesse social, retiram determinado bem de pessoa física ou jurídica, mediante justa indenização, que em regra, será prévia e em dinheiro, podendo ser paga, entretanto, em títulos da dívida pública ou da dívida agrária, com cláusula de preservação do seu valor real, nos casos de inadequado aproveitamento do solo urbano ou de Reforma Agrária, observados os prazos de resgate estabelecidos nas normas constitucionais respectivas (Sales, 2009). Além dos preceitos constitucionais, as seguintes legislações alcançam grande relevância sobre a matéria: Leis 6.015/73, 6.766/79, 10.233/01, o Decreto-Lei 3.365/41 e também, o Código Civil. O Decreto-Lei 3.365/41 ocupa posição de destaque, vez que trata especificamente de desapropriações por utilidade pública. Balizando os 449 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO procedimentos desapropriatórios e constituindo base para as diversas definições aqui apresentadas. Na parte técnica das desapropriações, sobretudo nas avaliações das propriedades atingidas, devem-se utilizar técnicas consagradas de engenharia de avaliação e, especialmente, atender às diretrizes e recomendações das normas técnicas correlatas, principalmente às da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Dando destaque para as seguintes: NBR 14653-1: Procedimentos Gerais; NBR 14653-2: Avaliações de Imóveis Urbanos; NBR 14653-3: Avaliações de Imóveis Rurais; NBR 14653-4: Avaliações de Empreendimentos; NBR 14653-5: Avaliações de Máquinas, Equipamentos, Instalações e Bens Industriais; NBR 14653-6: Avaliações de Recursos Naturais e Ambientais; NBR 14653-7: Patrimônios Históricos; NBR 12721: Avaliação de custos unitários e preparo de orçamento de construção para incorporação de edifícios em condomínio - Procedimento. Insta destacar a importância da consulta à Lei 6.766/79, que disciplina o Parcelamento do Solo Urbano e as correspondentes leis estaduais e municipais do local onde se situa o bem a desapropriar. Bem como a da Lei 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. E ainda as Resolução 237/97, Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente e Resolução 302/02 que dispõe sobre os parâmetros, definições e 450 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno. 9.4 - DIRETRIZES 9.4.1 - Orientação Todo processo que necessite envolver indenização e desapropriações, obrigatoriamente devem ser executados conjuntamente de modo a atingir o objetivo de compensar todos os proprietários afetados pela implantação da ferrovia e seguirão as Diretrizes Básicas de Desapropriação, publicação IPR 746, regulamentadas pelo DNIT em 2011, além da Norma de Desapropriação nº 80 – EG – OFF – 091 - 001 da VALEC (em anexo). A execução deste programa pressupõe a execução de etapas, fundamentais subsequentes e interdependentes, a saber: • Identificação da propriedade; • Cálculo da área de interferência da ferrovia com a área total propriedade; com as Áreas de Preservação Permanente e com a Reserva Legal propriamente dita, discriminando-as; • Contato com o ocupante / proprietário; • Levantamento Documental; • Negociação com o ocupante / proprietário; • Acordo administrativo ou processo judicial; • Registro no Cartório de Imóveis. 9.5 - PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO Constituem procedimentos deste programa: 451 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO • Seleção da equipe técnica para realização dos serviços e orientação dos procedimentos de desapropriação da VALEC e os programas ambientais relacionados ao tema; • Orientação da equipe técnica com relação aos aspectos referentes ao andamento das frentes de serviço, cronograma da obra; • Orientação da equipe quanto ao primeiro contato com o proprietário, atentando para comunicação e assistência social; • Viabilizar apoio logístico com equipamentos adequados às particularidades dos trechos da ferrovia; e materiais • Diálogo permanente entre a equipe técnica, ocupante/proprietário e a Gerência de Desapropriações da VALEC. o 9.5.1 - Identificação da Propriedade Esta atividade consiste no cadastro das propriedades para fins de desapropriação (montagem do processo). Devem ser obtidas junto aos cartórios de registro de imóveis cópias dos documentos das propriedades, preferencialmente a certidões de inteiro teor (atualizadas), nas quais deverão constar os memoriais descritivos das propriedades e das reservas legais. Os memoriais são importantíssimos para a elaboração das plantas indispensáveis à recomposição das áreas limítrofes dos imóveis rurais e de suas respectivas reservas legais. 9.5.2 - Cálculos das Áreas de Interferência da Ferrovia com a Propriedade 452 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO O levantamento topográfico deverá identificar precisamente a faixa de terra atingida pela ferrovia, assim como todas as benfeitorias atingidas. Este levantamento culminará em desenhos técnicos e memoriais descritivos permitindo identificar e quantificar as áreas atingidas e remanescentes. As plantas deverão indicar a localização das Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de Reserva Legal, que deverão ser sobrepostas (“overlay”) com as plantas de projeto da ferrovia, sendo perfeitamente identificadas e quantificadas quando atingidas pelo traçado da via. 9.5.3 - Contato com o Ocupante/Proprietário De posse das informações obtidas na etapa de identificação da propriedade e na fase de entrevista, deverá indagar sobre a existência da reserva legal e buscar informações sobre a sua interceptação visando, num primeiro momento, o seguinte: Passo 01: Verificar se o eixo da Ferrovia intercepta a área de reserva legal e Áreas de Preservação Permanente – APP. Passo 02: Para os casos em que a reserva legal do imóvel for de fato interceptada pelo o eixo da Ferrovia, informar o ocupante ou o proprietário das atividades necessárias para o processo de relocação. Vale destacar que, a partir deste primeiro momento, os contatos individuais ou em reuniões tornam-se frequentes ao longo do processo, sejam estes motivados tanto pelos ocupantes / proprietários dos imóveis com reservas legais interceptadas quanto pela equipe de desapropriações da VALEC. 9.5.4 - Levantamento Documental Durante os procedimentos desapropriatórios são coletados todos os documentos necessários à perfeita instrução dos processos administrativos de desapropriação tanto dos proprietários quanto das propriedades. 453 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO Nesta fase, em posse dos documentos da propriedade e entrevista com o proprietário, será analisada a questão da reserva legal com a obtenção de mapas, e outras informações que possibilitem a correção de eventuais erros nos memoriais descritivos dos imóveis ou mesmo na transcrição destes pelos cartórios de registros de imóveis no ato da averbação da reserva legal. 9.5.5 - Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal Esta atividade deve ser executada obedecendo à legislação ambiental vigente, incluindo Leis e Resoluções Federais, Leis e Normativas Estaduais e Municipais, se houver. Uma vez verificado que a propriedade possui APP ou reserva legal é feita a verificação se o traçado da ferrovia atinge estas áreas especiais dentro da propriedade, vez que ao longo do trecho de implantação da ferrovia poderá ocorrer a interceptação de Reservas Legais averbadas, sendo necessária a desapropriação total ou parcial da área ressaltando-se que é reconhecido pelos órgãos ambientais que a obrigação em realocar a reserva legal dos imóveis rurais, é de seus proprietários ou possuidores, em processo de licenciamento no IBAMA, e não do empreendimento ferroviário. Em se tratando de obras de interesse público, passível de desapropriação, o pagamento da justa e prévia indenização desobriga o empreendedor da limitação administrativa imposta aos imóveis rurais atingidos, no que tange a observância da área de reserva legal. O desmembramento das áreas desapropriadas impõe aos proprietários ou possuidores dos imóveis rurais envolvidos a readequação dos perímetros e percentuais de reserva legal, vez que se trata de responsabilidade do proprietário ou possuidor da coisa em virtude da natureza jurídica “propter rem”. 454 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO Sendo assim, nos casos envolvendo desapropriações de reservas legais, a VALEC, deverá prestar toda orientação social e jurídica necessária aos proprietários para efetuar a compensação das reservas legais interceptadas e consequente redimensionamento das áreas. No procedimento devem ser computadas as APPs, alteradas ou não; a Reserva Legal alterada ou não; as áreas remanescentes e toda a área interceptada pela faixa de domínio da ferrovia. Para facilitar o redimensionamento obedecendo à legislação ambiental, podem ser utilizadas as seguintes ferramentas: • Produtos de georreferenciadas); sensoriamento remoto (Imagens de satélites • Dados vetoriais georreferenciados (plantas e mapas) analógicos e digitais, inclusive os produzidos pela equipe de topografia responsável pela demarcação das áreas desapropriadas; • Equipamentos topográficos e de localização (GPS e/ou Estações Totais); • Base de dados geográficos de órgãos oficiais, como IBGE, CPRM, EMBRAPA, MMA, IBAMA e de órgãos estaduais ou municipais, quando disponíveis. Ainda nesta etapa devem ser realizadas visitas aos imóveis rurais com reservas legais interceptadas com o intuito de avaliar as condições ambientais das áreas disponíveis, e assim ampliar o as opções para a compensação das mesmas. 455 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO Nesta etapa também é oportuno realizar o georreferenciamento dos imóveis com equipamentos compatíveis e normatizados pelos órgãos competentes. A VALEC manterá atualizada uma planilha informando todos os imóveis que possuem áreas de preservação permanente e/ou reserva legal, assim como se estas áreas são interceptadas pela ferrovia. 9.5.6 - Negociação com o Ocupante/Proprietário Os procedimentos de desapropriação serão conduzidos por profissionais legalmente habilitados e com conhecimentos específicos na a área de desapropriação. Sobretudo os advogados na legislação pertinente e os engenheiros em engenharia de avaliações. As negociações com cada ocupante/proprietário devem ser conduzidas por profissionais que possuam tanto conhecimento da a Legislação Ambiental quanto dos procedimentos técnicos de licenciamentos de imóveis rurais. As mesmas poderão ocorrer ao longo dos encontros individuais e nas reuniões, e terão seus encaminhamentos adequadamente registrados e incluídos nos respectivos processos. 9.5.7 - Registro no Cartório de Imóveis A fase final da desapropriação consiste no registro das escrituras nos Cartório de Registro de Imóveis. Para tal será necessária toda a documentação técnica e de titularidade da propriedade desapropriada. Os imóveis remanescentes também deverão sofrer a devidas regularizações nos registros, inclusive no que se refere à reservas legais (de responsabilidade do proprietário da área indenizada). 9.5.8 - Comunidades Frágeis 456 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO Durante a fase de definição do traçado da ferrovia são identificadas as comunidades frágeis que necessitem de atenção especial e, por conseguinte, tratamento diferenciado durante o procedimento de desapropriação. Logo, as características de cada comunidade, considerando principalmente o seu modo de vida, deverão nortear os trabalhos de desapropriação. Reservando para tanto atenção especial à comunicação social com a comunidade, buscando amparo e apoio de órgãos intervenientes, tais como INCRA, Fundação Cultural Palmares, etc. Todo o procedimento deverá ser dotado de cautela e acompanhamento social, desde a comunicação inicial até a forma de cálculo das indenizações e eventuais medidas compensatórias necessárias considerando os impactos da ferrovia no modo de vida da população. 9.6 - CRONOGRAMA O programa deve ser iniciado no momento que for definido o traçado da ferrovia, que vai embasar o pedido de DUP – Declaração de Utilidade Pública, tendo seu término no momento em que a ultima propriedade adquirida pela VALEC através da desapropriação, estiver devidamente regularizada perante o registro de imóveis. A obtenção da informação sobre as propriedades que terão seus domínios interceptadas pela ferrovia é o evento que desencadeia todas as tarefas do presente programa e que, portanto, condiciona todo o seu cronograma de execução. As atividades a serem desenvolvidas durante o programa de desapropriação e indenizações em ordem cronológica são as seguintes: Identificação da propriedade; 457 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO Cálculo da área de interferência da ferrovia com a área total propriedade; Contato com o ocupante / proprietário; Levantamento Documental; Negociação com o ocupante / proprietário; Acordo administrativo ou processo judicial; Registro no Cartório de Imóveis. 9.7 - RESPONSABILIDADE E EXECUÇÃO A VALEC é o empreendedor e responsável pela adequada execução deste programa. A VALEC poderá contratar consultores para serviços especializados e de apoio, visando à boa execução das atividades aqui descritas. O IBAMA é o órgão responsável pelo licenciamento ambiental e pela fiscalização do atendimento das condições estabelecidas nas licenças concedidas e suas renovações. O INCRA é órgão que detém as informações fundiárias dos municípios atravessados pela ferrovia. A FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES, é a responsável pelas comunidades quilombolas. 458 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO Os Órgãos ambientais estaduais são responsáveis pelos licenciamentos das propriedades rurais nos estados, tais como Secretarias e Institutos. Os CARTÓRIOS DE REGISTRO DE IMÓVEIS são os órgãos que armazenam e controlam as documentações dos imóveis rurais dos municípios atravessados pela ferrovia. 9.8 - METAS E INDICADORES A avaliação do desempenho é um conceito moderno e que vem sendo a cada dia mais adotado como forma de se aperfeiçoar a gestão, pautando-se sobre os resultados alcançados. Pode ser definida como a identificação e mensuração das ações que os colaboradores de uma organização realizaram durante determinado período. Seu objetivo é diagnosticar e analisar o desempenho individual e coletivo dos funcionários e dos processos, promovendo o crescimento e aperfeiçoamento com intuito permanente de melhoria desempenho. Através da avaliação de desempenho (baseado em informações sólidas e tangíveis) é mais fácil fornecer feedback aos gestores e colaboradores, bem como auxiliá-las no caminho da melhoria contínua, buscando retroalimentar os processos de forma a subsidiar a revisão de estratégias e métodos de trabalho, minimizando os efeitos da tendência à entropia e melhorando as práticas, reciclando e fornecendo condições de sobrevivência em ambientes turbulentos e mutáveis. A atual gestão do desempenho calcada sobre resultados pressupõe a atribuição de métricas para transformar quaisquer informações possíveis em dados tangíveis, visando assim facilitar a avaliação e acompanhamento do desempenho do avaliado. Ao discorrer sobre o quesito “Eficiência”, considerou-se a definição do termo de que eficiência diz respeito a “como fazer” e está relacionada às ações a serem realizadas no nível operacional em relação ao tempo, ou seja, um plano ou programa pré-elaborado 459 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO como parte do planejamento estratégico, seu cronograma e tudo mais que o compõe. Ao discorrer sobre o quesito “Eficácia”, considerou-se a definição do termo de que eficácia diz respeito ao “objetivo ou resultado” e está relacionado à capacidade de realizar efetivamente o que foi proposto, indicando resultados sob métricas que apontam desempenho. Para tanto, a aplicação deste subprograma deve ter como meta obter informações quantificadas de grupos selecionados da fauna terrestre e aquática que permitam cotejar as flutuações populacionais encontradas após a implantação e operação do empreendimento com o conjunto de dados levantados da mesma fauna antes destas etapas. Estas informações serão ponderadas com variáveis de cunho sazonal e com outras não relacionáveis com os impactos associados ao empreendimento. Constituem metas deste programa: Realizar o levantamento de todos os imóveis atingidos e com reservas legais averbadas e interceptadas pelas obras da Ferrovia. Dirimir todas as dúvidas dos ocupantes/proprietários surgidas durante e depois da execução do presente programa. Manter canais de comunicação internos que garantam que 100% das informações sobre o andamento e o sucesso do programa cheguem aos coordenadores e supervisores dos lotes de obras. Reduzir a Zero os conflitos entre a VALEC e seus contratados com o público diretamente afetado pelas obras da Ferrovia. Obtenção de 2/3 (dois terços) das liberações das áreas atingidas mediante acordos amigáveis. Obtenção de todas as imissões de posse necessárias à realização das obras, de forma que as estas transcorram sem restrições aos seus cronogramas. 460 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO Para os programas de desapropriação serão considerados dois indicadores o ID – indicadores de desapropriação e FL – frente liberada: I.D (Indicadores de Desapropriação): Comprimento agregado dos trechos com frente de trabalho dividido pela extensão total do trecho, por exemplo: o ID10 traduz o percentual de frente liberada contínua com extensão igual ou superior a 10 km; F.L (Frente Liberada): percentual total de frente liberado, não sendo considerado qualquer continuidade em seu cálculo; Para avaliação da implantação considerados os seguintes indicadores: deste subprograma serão Registro (relação, situação de processo e o motivo da instrução do processo judicial) do levantamento de 100% dos imóveis atingidos e indicação da situação da desapropriação em cada propriedade; Registro (ficha de acompanhamento) dos contatos diretos com os ocupantes/proprietários ao longo do traçado da Ferrovia; Registro (memória de reuniões, atas, documentos diversos) das reuniões deflagradas ou provocadas para tratar especificamente de compensações de reservas legais interceptadas pela ferrovia. Registro (quantidade e identificação) dos imóveis atingidos com reservas legais interceptadas. Deverão ser apresentados os resultados do levantamento das propriedades interceptadas pelo empreendimento, descrevendo o tipo de propriedade, a área total, a área a ser desapropriada, a situação do imóvel e se possui ou não reserva legal, conforme Tabela 64: Tabela 64: Levantamento das Empreendimento e seus Ocupantes Processo Estaca início fim Área desapropriada (ha) Propriedades Proprietário Possui Reserva Legal Averbada Interceptadas Área da RL (ha) % da reserva legal atingida pelo Município 461 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO Quanto às desapropriações deverá ser apresentado um controle com as informações demostradas na Tabela 65. Tabela 65: Dados de indenizações PROCESSO ESTACA (km) INICIAL EXTENSÃO - km PROPRIETÁRIO ETAPAS DO ÁREA A DESAPROPROCESSO PRIAR - ha OBSERVAÇÕES MUNICÍPIO FINAL 9.9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELLIA, Vitor; BIDONE, Edson D. Rodovias, recursos naturais e meio ambiente. Niterói: EdUFF; Brasília: DNER, 1993. BELLIA, Vitor et. al. : Introdução à Gestão Ambiental de Estradas Coleção Disseminar - IME-DNIT, 2005. BRASIL. DNIT/IPR. Manual para ordenamento do uso do solo nas faixas de domínio e lindeiras das rodovias federais. 2. ed. Rio de Janeiro, 2005. BRASIL. DNIT/IPR. Instruções de proteção ambiental das faixas de domínio e lindeiras das rodovias federais. 2. ed. Rio de Janeiro, 2005. BRASIL. DNIT/IPR. Manual de acesso de propriedades. Rio de Janeiro, 2006. BRASIL. DNIT. Diretrizes básicas para elaboração de estudos e programas ambientais rodoviários: escopos básicos/instruções de serviço. - Rio de Janeiro, 2006. BRASIL. DNIT/IPR. Diretrizes e Procedimentos para Reassentamento de Populações Afetadas em Obras Rodoviárias. BRASIL . DNIT/IPR. Diretrizes Básicas de Desapropriação, 2011. BRASIL.Lei 4.771/65 de 15/09/65.Institui o Código Florestal (alterada pelas Leis5.106/66, 5.868/72, 5.870/73, 7.803/89 e 7.875/89 e pelas Medidas Provisórias1.605/97 e 2166-67 e reedições. 462 PROGRAMA DE DESAPROPRIAÇÃO E INDENIZAÇÃO DUTRA, Ozorio Vieira. Reserva Legal: Direito Ambiental - São Borja: Conceito, 2009. OIKOS. EIA/RIMA das obras de adequação da capacidade da BR101 - AL/SE/BA. Rio de Janeiro, 2007. VALEC (OIKOS). Normas ambientais da VALEC (NAVAs). Rio de Janeiro, 2010 (4ª revisão, 2010). VALEC. Normas de nº 80 - EG - OFF - 091 - 001 da VALEC. Rio de Janeiro (1º revisão, 2010). 463