A CRISE NA VIDA RELIGIOSA UMA CRISE DE IDENTIDADE ESTUDOS FEITOS SOBRE A CRISE NA VIDA RELIGIOSA • Padre Raimundo Hostie, SJ • “A vida e a morte das Congregações Religiosas” ( 1967 ) • Irmão Laurence Cada • “Refundação: Reformulando a Futura Idade da Vida Religiosa” ( 1979 ) PADRE HOSTIE, SJ • A história de uma congregação • 1 - O começo carismático – experiência mística do fundador/a; espiritualidade/fraternidade/ carisma • 2 – período de expansão – muitos querem abraçar essa nova maneira de viver o evangelho – a congregação cresce • 3 – período de acomodação - o grupo começa a esquecer do começo carismático – perda do profetismo/ insatisfação • 4 – período de crise – uma questão de vida ou de morte da congregação. Ou voltar para animar o começo carismático ou a congregação vai morrer!! Não vai atrair vocações. Há uma distância crítica entre o discurso e a vida. • 5 – esse processo contínuo acontece entre 150-200 anos da história duma congregação – é circular Irmão Laurence Cada (com uma equipe de sociólogos da Universidade de São Luis • 1 – estágio do “mito” – tempo para começar a estabelecer estruturas, mas baseadas no “mito” (experiência mística do fundador/a) • 2 – estágio de crenças – tempo para estabelecer crenças e convicções sobre sua identidade – tempo para esclarecer o “mito” • 3 – estágio de leis - estágio para fazer constituições sobre a vivência do mito (o grande perigo de esquecer do mito nesse momento crítico). • 4 - estágio de dúvidas ideológicas – difícil discernir que o grupo já entrou na crise. O grupo começa a descartar coisas essenciais que alimentam o “mito” • 5 – estágio de dúvidas éticas – a crise agora ninguém pode negar. O grupo começa a duvidar em si mesmo. Reconhecimento doloroso que o grupo afastou do mito. Foi infiel. • 6 estágio de dúvidas absolutas – a falta de vocações é critica. Fechamento de obras por falta de pessoal. Sentimento de depressão e a aceitação da situação = a morte RESULTADOS DOS ESTUDOS • Padre Hóstie: • Das congregações fundadas ANTES de 1800 – JÁ 76 % NÃO EXISTEM MAIS • Das congregações fundadas DEPOIS de 1800 – JÁ 64 % NÃO EXISTEM MAIS • Irmão Laurence • Ele descobriu que desde o começo da Vida Consagrada no século quarto, entre das congregações 65% a 75% não existem mais. SINAIS DA CRISE NA VIDA RELIGIOSA 1 -- ATIVISMO SEM FREIOS – a vida religiosa está reduzida para um fazer.“Mas no processo abandonamos coisas essenciais que mantêm a vida consagrada (oração/momentos de qualidade na comunidade/ retiros/ leitura, formação permanente, etc.) resultado: sentido de vazio interior/ desânimo/ dúvidas vocacionais/ sentimento que é mais nada do que um “leigo glorificado” • 2 – SECULARIZAÇÃO – • ênfase no aqui e no agora. Pósmodernidade. A vida religiosa começa a assumir as normas do mundo secularizado. • Começamos a esquecer dos valores evangélicos. Compramos os ideais de poder, prazer e materialismo da pósmodernidade. • Começamos a diluir a força da mensagem do evangelho • Perdemos nossa força profética na Igreja e no mundo. • Ficamos exatamente como o resto. • 3 – INCOERÊNCIA NO SEGUIMENTO DE JESUS CRISTO – • começamos a esquecer de nossa identidade religiosa – pessoas consagradas • Agarramos em estruturas para nossa defesa e paramos a crescer/ mudar • Entramos em formalismo – fazer por fazer, mas sem vida e sem experiência de Deus. • Entramos em rotina de vida que tira o “Espírito” e a motivação de nossa vida • Projetamos a imagem de cansaço/ desilusão/ e desanimo na vida consagrada. • Perdemos a força profética mais uma vez. • 4 – FALTA DE FRATERNIDADE – • a vida comunitária tem sofrido muito por causa de nossas crises. • Parece que nós amamos uns aos outros menos. • Individualismo doentio tem destruído o sentido de comunidade. • Egoísmo forte entre nós – norma é “eu” e não “nós”. • Vivemos juntos, mas sem gerar a vida e a profecia – falta amizades – intimidade • Tal falta de amor não atrai vocações • 5 – DESISTÊNCIAS – • sempre houve desistências na vida religiosa, mas desde o Concílio o número foi grande demais = sinal de crise • Tais desistências causam desanimo no grupo em geral e amizades perdidas em particular. • Fenômeno: logo depois dos votos perpétuos religiosos/as desistem. DENOMINADOR COMUM? • Os peritos nos dizem que há um denominador comum nessa crise: • Há uma crise de identidade, isto é, esquecemos o que somos. O pior tipo de crise possível. • Precisamos redescobrir o “começo carismático” da vida religiosa e refundar esse ser, essa identidade e essa motivação vocacional na Igreja. • O problema do Concílio de Trento (1530)