A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA
AÇÃO
DE 9 A 12 DE OUTUBRO
A OCORRÊNCIA DO FENÔMENO ENOS E SUA INFLUÊNCIA NAS
PRECIPITAÇÕES NA CIDADE DE UBERLÂNDIA-MG.
IGOR ANTÔNIO SILVA1
PAULO CEZAR MENDES2
Resumo
O El Niño indica alterações positivas na temperatura da superfície do mar e modificações nos
sistemas atmosféricos subjacentes. Como resultado dessas alterações, observam-se
mudanças no padrão climático, com destaque na altura e distribuição espacial das mesmas. A
cidade de Uberlândia-MG é considerada como uma área de pouca influência do fenômeno El
Niño. Porém tem apresentando, variações significativas nos seus registros meteorológicos.
Neste contexto, o presente trabalho buscou analisar a influência do fenômeno ENOS, na altura
das precipitações no período de 1981 a 2010. As análises do ENOS foram feitas utilizando as
classes indicadas pelo INMET como Forte, Moderado e Fraco. Neste período foram verificadas
12 ocorrências do ENOS. Os dados obtidos demonstraram que durante a ação do ENOS,
sobretudo os classificados como forte e moderado, a altura das precipitações ficam acima da
média. Assim, análises dos dados indicam que Uberlândia, sofre alterações no padrão
climático, sobretudo no aumento das precipitações.
Palavras-chave: ENOS, Precipitação, Uberlândia-MG.
Abstract
The El Niño indicates positive changes in sea surface temperature and atmospheric changes in
the underlying systems. As a result of these changes, we observe changes in the weather
pattern, especially at the time and spatial distribution of the same. The city of Uberlandia-MG is
considered as an area of little influence from El Niño. But is presenting significant variations in
their weather records. In this context, this study aimed to analyze the influence of ENSO, at the
time of rainfall from 1981 to 2010. ENSO analyzes were done using the classes indicated by the
INMET as Strong, Moderate and weak. In this period they were checked 12 ENSO occurrences.
The data showed that during the action of ENSO, especially those classified as strong,
moderate, height of rainfall are above average. Thus, data analyzes indicate that Uberlandia,
undergoes changes in weather patterns, particularly in the increase in rainfall.
Key-words ENOS, precipitation, Uberlandia-MG
1 – Introdução
Os estudos das condições climáticas das cidades de pequeno e médio porte
nos trópicos se intensificaram nos últimos anos, devido à necessidade de se
conhecer seus ambientes climáticos (Mendonça 2000).
1
- Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Uberlândia. Email de contato: [email protected]
2
Docente do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Uberlândia. E-mail
de contato: [email protected]
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A urbanização altera o clima do espaço ocupado pelas cidades, pois modifica a
superfície
física
do
solo
com
impermeabilização
(construções
e
pavimentações), causando o aumento da produção de calor e a alteração no
efeito dos ventos. Os grandes centros urbanos modificam mais intensamente o
comportamento atmosférico, pois este funciona como um sistema aberto, por
onde transitam fluxos de energia, porém os processos de absorção e difusão e
reflexão de energia são perturbados (Conti apud Grilo 1993, p. 16).
Neste contexto, a cidade é considerada atualmente, segundo Conti (1998:42),
a grande expressão geográfica deste século e, ainda, a mais espetacular forma
de transformação do espaço geográfico, que repercute direta e indiretamente
na organização social e ambiental do todo o planeta. Elas representam as
maiores e mais significativas modificações que o homem faz na superfície do
planeta. Apesar de existirem vários estudos sobre elas, é raro que os
resultados produzidos por esses estudos sejam aplicados diretamente no
planejamento e na modelagem da cidade, com o desígnio de impedir que as
cidades se tornem tão vulneráveis diante de situações extremas. Essa
vulnerabilidade deve ser entendida, segundo Ayoade (1991), como a medida
pela qual uma sociedade é suscetível de sofrer por causas climáticas.
No Brasil, não são raros relatos, nos meios de comunicações, de catástrofes
relacionadas
com
fenômenos
atmosféricos.
Dentre
estas,
as
chuvas
concentradas e temperaturas extremas estão assumindo uma posição de
destaque, principalmente nos centros urbanos, cujas alterações ambientais
introduzidas tornam as mesmas, extremamente vulneráveis perante a
ocorrência de eventos atmosféricos, que fogem a normal climática.
A resiliência, que segundo Ayoade (1991) é a habilidade de uma sociedade em
“recuar” quando adversamente afetada por impactos climáticos, só ocorre em
curtos espaços de tempo, após uma catástrofe que repercuta na população de
maneira significativa. Ao término desse período, quando as atividades
exercidas pela sociedade retomam seu ritmo normal, pouco a pouco essa
mesma população começa a repetir as mesmas atitudes que deram origem aos
problemas passados, produzindo um círculo vicioso, que lentamente deteriora
a qualidade de vida da população.
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No Brasil, o fenômeno El Niño, quando da sua atuação, é um dos grandes
responsáveis por provocar alterações no padrão climático em diversas regiões
brasileira, com destaque para estiagens na região Nordeste, chuvas acima da
média na região Sul, e diminuição nos índices pluviométricos da região Norte,
provocando secas e incêndios. Na região Sudeste, sobretudo nos estados de
São Paulo, Rio de Janeiro e grande parte de Minas Gerais o El Niño provoca
mudanças características nas precipitações.
De acordo com CPTEC/INPE (2012), o El Niño é um fenômeno atmosféricooceânico caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais no
Oceano Pacífico Tropical, e que pode afetar o clima regional e global, mudando
os padrões de vento a nível mundial, e afetando assim, os regimes de chuva
em regiões tropicais e nas latitudes médias.
O nome El Niño remonta ao século XVIII e foi utilizado pela primeira vez por
pescadores peruanos, para designar uma corrente de águas quentes que
surgia no Oceano Pacífico, na costa da América do Sul, no final do mês de
dezembro. Em alusão ao Natal e ao "Menino Jesus", essa corrente de águas
quentes, foi chamado de Corriente El Niño, expressão espanhola que significa
"O Menino".
Em termos técnicos, o El Niño, por sofrer influências oceânicas e atmosféricas
relacionadas ao aquecimento acima da média do Oceano Pacífico próximo à
costa peruana, recebe também o nome de ENOS, ou EL Niño Oscilação Sul,
indicando as alterações positivas na temperatura da superfície de mar e
modificações na velocidade dos ventos alísios no Pacífico Sul próximo ao Peru.
O ENOS é constituído de dois componentes, um oceânico e outro atmosférico.
O componente oceânico é caracterizado por anomalias da temperatura das
águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, junto à costa Oeste da
América do Sul e é atualmente monitorado através da Temperatura da
Superfície do Mar (TSM).
O componente atmosférico, também conhecido como Oscilação Sul
(OS), foi registrado na década de 1920, pelo matemático Sir Gilbert
Walker e expressa a correlação inversa existente entre a pressão
atmosférica nos extremos Leste e Oeste do Oceano Pacífico, quando
a pressão é alta a Leste usualmente é baixa a Oeste e vice e versa.
PAULA (2009, p.15).
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A mesorregião do Triângulo Mineiro, na qual está inserida a cidade de
Uberlândia-MG, apesar de politicamente estar contido na região sudeste,
quando se leva em consideração os aspectos climáticos, apresenta
características que se assemelham a região Centro-Oeste e porção norte no
estado de São Paulo. Essa região é tida como áreas onde a influência do El
Niño é muito limitada, não seguindo um padrão característico. Neste contexto,
este trabalho buscou analisar se o El Niño, durante os anos de ocorrência,
exerceu alguma variação altura das precipitações em Uberlândia-MG no
período de 1981 a 2010.
2- Materiais e Métodos
Este estudo foi realizado baseado na teoria do sistema clima urbano proposta
por
Monteiro
(1976)
utilizando-se
do
canal
de
percepção
humana
termodinâmico, com acompanhamento diário das condições atmosféricas sobre
a cidade, principalmente aquelas relacionadas às precipitações. Os dados
climáticos analisados, referentes ao período de 1981 a 2010 são provenientes
da Estação Meteorológica da Universidade Federal de Uberlândia-MG. As
informações sobre a ocorrência do El Niño neste período foram fornecidas pelo
Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). As análises sobre a influência do
El Niño na média das precipitações anuais de Uberlândia foram feitas a partir
da organização dos dados do período chuvoso na região, ou seja, de outubro a
abril, período considerado o de maior ação do El Niño na região.
Em relação à localização geográfica, Uberlândia-MG está inserida na
Mesorregião do Triangulo Mineiro na intersecção das coordenadas geográficas
de latitude 18° 55’ 23’’ Sul e longitude 48° 17’ 19’’ Oeste (Figura 01). Sua
população é de 604.013 habitantes segundo o Censo Demográfico do IBGE de
2010.
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Figura 1 – Localização do Município de Uberlândia - MG
Fonte: IBGE, Malhas Digitais 2010.
Autor: SILVA, I. A. 2013.
A Cidade de Uberlândia é caracterizada por apresentar um clima sazonal,
representando uma distribuição de suas chuvas de forma irregular no decorrer
do ano, onde o período entre outubro e março é responsável por 80% dos
totais pluviométricos anuais. Segundo dados da Estação Climatológica da
Universidade Federal de Uberlândia, a temperatura média anual da cidade é de
22,4º C nos meses mais frios, junho e julho, a temperatura média é inferior a
20º C. No entanto, a temperatura média dos meses mais quentes é superior a
23º C, ultrapassando os 24º C em outubro e a pluviosidade média anual é de
1.590 mm.
No que se refere à geomorfologia, o município é em grande parte composto por
um relevo dissecado com formas tabulares amplas, possibilitando a presença
de escarpas, e também áreas de topos arredondados e de relevo residual
(BACCARO, 1989).
Em relação à cobertura vegetal podemos encontrar vários tipos de formações
florestais características da região dos Cerrados do Brasil Central (SCHIAVINI
& ARAÚJO, 1989). Dentre estas formações florestais podemos destacar as
Matas de Encosta, Matas de Galeria e Cerrado em suas diversas ramificações.
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3- Resultados e Discussões
Um dos principais componentes do sistema climático da terra é representado
pela interação entre a superfície dos oceanos a baixa atmosfera adjacente a
ele, fenômenos que correspondem à formação da circulação atmosférica,
através das massas de ar, que realizam a distribuição de energia por todo o
planeta. E os processos de troca de energia e umidade entre eles determinam
o comportamento do clima, e alterações destes processos podem afetar o
clima local, regional e global, segundo o Centro de Pesquisas de Tempo e
Estudos Climáticos CPTEC, 2012.
Um aspecto importante do clima brasileiro é a sua variabilidade de tipos
climáticos devido à vasta extensão territorial, o que reflete na formação de um
rico e diversificado mosaico de paisagens naturais. Estas variações ocorrem
regularmente em ciclos sazonais e se transformam ao longo de muitas escalas
espaciais e temporais.
A cidade de Uberlândia apresenta características físicas e climáticas do
domínio do cerrado, numa faixa de transição nos níveis zonal e regional. As
condições climáticas desse ambiente são condicionadas pela circulação
atmosférica das massas de ar e ao longo do ano dos sistemas atuantes como
os tropicais intertropicais e polares, que compõe a gênese das precipitações no
município.
As alterações destes ciclos sazonais produzem efeitos diretos na altura das
precipitações e temperaturas, produzindo fenômenos que tornam a população
suscetível e/ou vulnerável a condições de extremos climáticos como: secas,
estiagens em algumas regiões como o Nordeste e aumento significativo das
precipitações no Sul e Sudeste, que podem ocasionar enchentes, alagamentos,
escorregamento de encostas, tempestades e até tornados, pois a maioria das
precipitações tem origem no choque entre essas massas de ar, ocasionando
chuvas fortes de origem convectivas, frontais e pré-frontais.
As variações de ano para ano nos padrões climáticos são frequentemente
associados com mudanças nos padrões de vento, causados por diferenças na
Temperatura da Superfície do Mar (TSM) e consequentemente da pressão
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atmosférica. Processos que condicionam a circulação atmosférica, deslocando
as células de alta e baixa pressão.
Estas oscilações são capazes de provocar a mudança na dinâmica das massas
de ar, proporcionando fenômenos anômalos, que abrangem áreas muito
maiores do que área de sua ocorrência em particular, podendo ser associadas
e ocasionadas por fenômenos como El Niño.
Neste contexto, nas três décadas de analise (1981 a 2010) foram registradas
12 ocorrências do fenômeno El Niño, sendo 3 (três) classificados como forte
(1982-1983, 1990-1991-1992-1993 e 1997-1998), 4 (três) moderado (19861987-1988, 1994-1995, 2002-2003) e 3 (três) fracos (2004-2005, 2006-2007,
2009-2010).
Ano
OUT
NOV
DEZ
Ano
JAN
FEV
MAR
ABR
1981
155,7
273,0
431,6
1982
647,4
124,3
321,6
105,7
1982
188,1
218,8
402,3
1983
400,4
231,6
226,9
89,1
1983
240,8
234,6
323,0
1984
191,3
82,2
233,1
93,6
1984
76,4
189,6
286,3
1985
570,0
111,3
291,5
75,4
1985
66,5
150,8
263,4
1986
215,3
176,4
164,8
99,8
1986
125,0
107,6
545,0
1987
238,2
201,2
169,3
102,1
1987
59,2
282,5
348,9
1988
174,8
285,2
256,4
150,1
1988
124,2
116,6
316,5
1989
223,1
248,4
127,5
44,6
1989
34,5
312,3
265,1
1990
110,9
150,1
97,6
25,3
1990
103,3
168,4
155,7
1991
383,5
255,0
469,4
178,7
1991
79,3
113,4
258,7
1992
398,8
383,7
112,8
119,5
1992
148,7
363,5
310,6
1993
180,9
285,0
137,8
107,2
1993
199,8
98,6
433,5
1994
385,3
142,6
340,6
26,6
1994
135,0
177,3
351,9
1995
288,2
422,2
239,1
57,1
1995
65,2
133,5
308,2
1996
279,8
137,6
176,6
39,8
1996
69,5
263,8
295,2
1997
297,4
131,0
390,4
127,4
1997
79,0
302,4
312,3
1998
144,7
162,7
97,4
61,3
1998
189,9
178,5
311,0
1999
282,5
185,1
166,3
45,8
1999
60,3
247,1
217,4
2000
345,4
280,6
446,3
54,3
2000
5,2
161,1
350,5
2001
307,9
104,9
152,1
18,8
2001
118,4
199,2
339,7
2002
325,9
319,0
105,9
53,0
2002
45,1
216,4
341,5
2003
556,1
97,0
310,2
97,8
2003
67,1
234,2
179,7
2004
290,7
265,9
165,9
161,6
2004
136,5
138,7
345,4
2005
434,2
63,8
273,6
22,1
2005
55,2
244,6
218,0
2006
208,3
189,5
258,1
96,5
2006
265,8
253,3
460,4
2007
415,2
229,6
54,6
32,8
2007
113,1
244,6
341,6
2008
252,5
264,8
244,6
260,3
2008
148,2
59,9
363,3
2009
256,4
202,4
103,1
70,2
2009
87,5
125,5
346,6
2010
169,5
150,2
89,0
89,5
MÉDIA
111,8
200,3
324,9
309,5
202,9
214,6
86,4
MÉDIA
2059,3
1757,2
1398,6
1600,5
1137,0
1488,4
1557,1
1200,9
995,8
1714,0
1466,2
1533,7
1627,0
1670,8
1140,7
1574,7
1159,8
1359,1
1651,4
1100,5
1461,1
1664,1
1365,1
1414,3
1270,2
1711,7
1721,5
1203,5
1057,8
1450,4
EL NIÑO
Forte
Moderado
Moderado
Forte
Forte
Forte
Moderado
Forte
Moderado
Fraco
Fraco
Fraco
Tabela 1: Uberlândia-MG: Alturas Pluviométricas Mensais (mm) no período chuvoso e
ocorrência de El Niño no período de 1981/2010.
Fonte: Ministério da Agricultura - 5º Distrito de Meteorologia - Estação Uberlândia (2012)
A análise dos dados de precipitação nos meses de ocorrência de El Niño
considerado forte indica que, dos 28 meses de ocorrência, 16 registraram
precipitação acima da média (57%), com destaque para dezembro de 1982 e
janeiro de 1983, que anotaram, respectivamente, uma altura de chuva de 402,3
7498
A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA
AÇÃO
DE 9 A 12 DE OUTUBRO
e 400,4 mm. Em relação à precipitação acumulada no mês, comparada a
média mensal de 1981 a 2010 nos anos de El Niño forte, os meses de outubro
(129,8 mm) novembro (263,3 mm), fevereiro (233,6 mm), março (232,9 mm) e
abril (109,1 mm), apresentaram uma média de precipitação superior à média do
período. Por outro lado dezembro (295,2 mm) e janeiro (277,4 mm) o
acumulam precipitações abaixo da média (Tabela 1).
Sobre os anos de ocorrência de El Niño moderado, os meses de outubro (91,1
mm) e novembro (196 mm) acumularam precipitações abaixo da média. Os
demais meses de dezembro a abril a precipitação média foi superior à
registrada no período. Nos anos de ocorrência de El Niño fraco, outubro (163,3
mm), dezembro (384,1 mm) e janeiro (339,6 mm) ficaram superiores a média,
enquanto os meses restantes permaneceram abaixo da média.
Quando se analisa a altura das precipitações acumulada em nos períodos
chuvosos, observa-se que durante a ocorrência dos El Niño classificado como
forte, dos 4 períodos de atuação, em 3 a chuva acumulada foi acima da média
registrada em Uberlândia-MG, que é de 1450,4 mm. Período de maior registro
foi o de 1982-1983 que totalizou 1757,2 mm de altura. (Gráfico 1).
2500
2000
Precipitação - mm
1500
1000
500
Sem ocorrência de El niño
El niño forte
El niño moderado
El niño fraco
2009-2010
2008-2009
2007-2008
2006-2007
2005-2006
2004-2005
2003-2004
2002-2003
2001-2002
2000-2001
1999-2000
1998-1999
1997-1998
1996-1997
1995-1996
1994-1995
1993-1994
1992-1993
1991-1992
1990-1991
1989-1990
1988-1989
1987-1988
1986-1987
1985-1986
1984-1985
1983-1984
1982-1983
1981-1982
0
Precipitação média
Gráfico 1: Uberlândia-MG: Alturas pluviométricas acumulada (mm) no período chuvoso e
ocorrência de El Niño de intensidade forte, moderado e fraco no período de 1981/2010.
Fonte: Ministério da Agricultura - 5º Distrito de Meteorologia/Estação Uberlândia, 2012.
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A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA
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DE 9 A 12 DE OUTUBRO
Em relação aos El Niños classificados como moderado, nos anos de sua
ocorrência, as precipitações foram acima da média, o maior índice foi
registrado nas precipitações atmosféricas de 1994-1995 (1670,8 mm). Já os El
Niño de intensidade fraca, nos 3 períodos de sua ocorrência, o de 2004-2005
ficou próximo da média (1414,3 mm), o de 2006-2007 ficou acima da média
(1711,7 mm) e o de 2009-2010 ficou bem abaixo da média, acumulando
apenas 1057,8 mm de altura de precipitação. A análise conjunta das 12
ocorrências de El Niño, indica que em 8 delas, ou seja, em 73% a altura
acumulada das precipitações em Uberlândia foram acima da média.
4- Considerações Finais
Planejar e dotar a cidade de Uberlândia com infraestrutura completa para evitar
problemas relacionados com as chuvas ou temperaturas que fogem a normal
climática é uma tarefa extremamente difícil. Entretanto, medidas paliativas
podem e devem ser efetuadas para amenizar as dificuldades enfrentadas pela
população
urbana
durante
o
período
chuvoso,
principalmente
pela
possibilidade dos danos causados pelas chuvas serem potencializados com a
ocorrência de fenômenos climáticos, como o El Niño.
As investigações e estudos sobre a ocorrência do El Niño e sua influência nas
precipitações em Uberlândia, principalmente os considerados fortes e
moderados, indicaram que as precipitações superam a média do período
chuvoso. Pelo curto período analisado, ou seja, 30 anos, não é possível inferir
que o El Niño em suas ações futuras irá repetir o mesmo comportamento na
cidade de Uberlândia. Todavia, trabalhos preliminares, como o que se
apresenta, além de contribuir a compreensão do fenômeno sobre o clima da
cidade, podem contribuir para um planejamento de ações e a implantação de
uma infraestrutura urbana menos susceptível a essas anomalias.
7500
A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA
AÇÃO
DE 9 A 12 DE OUTUBRO
Referências
AYOADE, J. O. Introdução à Climatologia para os Trópicos. Trad. Maria Juraco
Zani dos Santos. 3.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1991.
BACCARO. C. A. D. Estudos geomorfológicos do Município de Uberlândia.
Revista Sociedade & Natureza, Uberlândia, v.1, n.1, p.9-6, 1989.
CPTEC. Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos. Banco de
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a ocorrência do fenômeno enos e sua influência nas precipitações