Programação concorrente: Problemas, comunicação e sincronização de processo Referências: - Capítulo 2, Modern Operating Systems, A. Tanenbaum - Capítulo 5, Operating Systems: Internals and Design Principles, Willian Stallings - Capítulo 6, Operating System Concepts, Silberschatz & Galvin - http://www.cne.gmu.edu/modules/ipc/ - Apostila *baseado no material do Prof. Orlando Loques - IC/UFF 1 Conceito de processo • Um sistema operacional executa uma variedade de programas de forma “simultânea” • Livros usam os termos job e processo quase que indeterminadamente. • Processo – um programa em execução; execução do processo deve progredir de maneira seqüencial. • Tecnicamente um processo é criado quando um outro processo faz uma chamada ao sistema de criação de processos - Fork clone identico ao processo que o chamou • Inicialização de processos em segundo plano pelo 2 - Daemons Estados do processo • Durante a execução de um processo, ele altera seu estado –Novo (new): O processo está sendo criado. –Executando (running): instruções estão sendo executadas. –Esperando (waiting): O processo está esperando algum evento acontecer. –Pronto (ready): O processo está esperando ser associado a um procesador. –Terminado (terminated): O processo terminou sua execução. 3 Diagrama de estados do processo 4 Tipos de Processamento Concorrente • Multiprogramação: vários processos em um sistema monoprocessador • Multiprocessamento: vários processos em um sistema multiprocessador (memória comum - acesso compartilhado) • Processamento Distribuído: vários processos executando em vários (multi) processadores distribuídos (memória privada - acesso exclusivo) 5 Programação Concorrente • Conceitos e mecanismos para expressar paralelismo potencial • Facilita a solução de problemas inerentes associados ao compartilhamento de recursos, à sincronização e à comunicação de processos • Provê as abstrações de programação para o tratamento de situações comuns, existentes no mundo real • sistemas operacionais • sistemas de comunicação • sistemas de controle de processos (embutidos) • Pode ser suportada através do compartilhamento de um único processador ou por vários processadores operando em paralelo • Leva a sistemas eficientes, modulares e bem estruturados 6 Concorrência: utilizações • Compartilhamento de recursos • Sincronização de processos • Comunicação entre processos 7 Exemplo de Compartilhamento Atualização de uma variável compartilhada, exemplo: saldo bancário var V:integer; // valor do saldo ... processo T_1; begin . . | V = V +1; <---------------| . | . end; processo T_2; begin . . V = V +1; . . end; { sequência de instruções } load V add 1 store v load V | <---------------| add 1 store v | 8 Sequência de Execução tempo Processo Ação Valor de V 1 load V 4 2 load V 4 1 add 1 - 2 add1 - 1 store V 5 2 storeV 5 9 Outro Exemplo procedure echo; var out, in: character; begin input(in, keyboard); out := in; output(out, display) end. Programa simplesmente lê um valor e o imprime 10 P1, P2 executando em processadores separados Cada processo tem uma linha de código executada por vez de forma alternada... Entrada: “xy” Process P1 --- echo Process P2 --- echo • out := in output(out,display) • • • • input(in,keyboard) ”y” out := in • output(out,display) • P1 e P2 concorrentes Saídas: “yy” ou “xx” ?! P1 e P2 exclusivos Saída: “xy” ok! • input(in,keyboard) “x” 11 Condições de corrida (Race Conditions) • Processos trocam dados, as vezes, através de memória –Principal, arquivo... • Região/seção crítica –Porção de programa que pode levar a condição de disputa • Tipo de memória não altera o problema –Alguma forma de garantir que apenas 1 esteja na região crítica 12 Condições de corrida (Race Conditions) • Condições de Corrida: –Situações onde dois ou mais processos estão acessando dados compartilhados. –O resultado final pode variar de acordo com a ordem de execução. • Mecanismo de Sincronização. –Garante o compartilhamento de recursos e a comunicação entre os processos. –Garante a integridade e a confiabilidade dos dados compartilhados. 13 Condições de corrida (Race Conditions) • Exemplo 1: 2 1 7 7 Processo A 3 7+1 Processo B 4 7-1 7 5 8 6 6 14 Condições de corrida (Race Conditions) 2 Processo A • Exemplo 2: 8 suspenso recebe CPU 10 Y 5 6 1 9 7 8 4 próxima entrada 3 7 6 X –Valor armazenado pelo processo B é perdido. 4 5 7 8 Processo B 3 7 recebe CPU suspenso 15 Condições de corrida (Race Conditions) • Região Crítica: –Parte do código onde é feito acesso a recursos compartilhados, e que podem levar a condições de corrida. • Ex: Processo A. –Código normal –Início da Seção Crítica (Protocolo de Entrada) – Seção Crítica –Término da Seção Crítica (Protocolo de Saída) –Código normal 16 Condições de corrida (Race Conditions) • Enquanto um processo estiver usando um recurso, os outros devem aguardar até que o recurso esteja liberado. • Exclusão Mútua. –Exclusividade no acesso a um determinado recurso. • A exclusão mútua deve afetar os processos concorrentes quando um deles estiver em uma região crítica. 17 Regiões críticas • Como evitar condições de disputa? –Implementar exclusão mútua –Um por vez junto à região • Garantir que dois ou mais processos estarão sincronizados, e só um dentro da região crítica –Operando sobre dados compartilhados 18 Regiões críticas • Quatro requisitos básicos para os algoritmos solucionarem o problema de região crítica –Dois ou mais processos NUNCA podem estar simultaneamente na região crítica –Não considerar velocidade relativas dos processos –Quem estiver fora da região não pode bloquear quem quer entrar –Tem que entrar em algum momento! 19 Regiões críticas 20 Dois tipos de bloqueios • Dois tipos de bloqueio são considerados básicos: – bloquear até que um recurso se torne disponível; – bloquear até que chegue um sinal de outro processo. 21 Locks Conceito e Implementações 22 Locks - Funcionamento Um processo só entra num trecho delimitado pelo par lock/unlock se nenhum outro processo está executando em um outro trecho delimitado dessa maneira. Isto é, o primeiro processo que executa o comando lock passa e tranca a passagem (chaveia a fechadura) para os demais. O comando unlock deixa passar (desbloqueia) o primeiro processo da fila de processos que estão bloqueados por terem executado um lock (enquanto a fechadura estava trancada). Se a fila está vazia, a fechadura é destrancada (isto é, é 23 deixada aberta). Solução: Locks (i) Definição: Lock L = valor binário L = 0 lock aberto; o processo prossegue L = 1 lock fechado; o processo espera Tentativa de Implementação • Lock (L) ::= while L=1 do nothing; L:= 1; • UnLock (L) ::= L := 0; Espera ocupada o processo esperando em um lock fica em loop, usando inutilmente o processador. Isso pode degradar o desempenho do sistema 24 Solução: Locks •Encapsulamento Lock/Unlock garante a Exclusão Mútua – Permite acesso seguro a variáveis compartilhadas Thread_T; begin ... Lock (L); - - seção crítica UnLock (L); ... end; 25 Implementação de Locks • Hardware: Inibição de Interrupção Lock ::= < desabilita interrupção > Unlock ::= < habilita interrupção > desligar_interrupções zona crítica ligar_interrupções • A perda da capacidade de entremear a execução de programas pode afetar o desempenho • A capacidade de resposta rápida a eventos (associados a interrupções) é também afetada • Em multiprocessadores, mais que um processo pode estar executando ao mesmo tempo: bloquear interrupções não 26 garante a exclusão mútua Locks: Falha de TSL TSL = Test and Set Lock • Mecanismo implementado a nível de hardware • É atômico 27 A instrução TSL pode falhar se o acesso ao barramento não for bloqueado Sleep / Wakeup 28 Funcionamento • Quando um processo P executa o comando sleep, ele se bloqueia até que um outro processo execute o comando wakeup(P). • Este último comando acorda (desbloqueia) o processo especificado por P. • Se wakeup(P) é executado antes, o processo P não se bloqueia ao executar o sleep. • Não formam uma estrutura sintática (isto é, não precisam estar casados, como se fossem um abre e fecha parênteses), eles são comandos independentes 29 Semáforo Dijkstra 1965 30 Semáforos • Em 1965 Dijkstra propôs usar uma variável inteira para contar o número de sinais de acordar e salválos para uso futuro. Esta variável recebeu o nome de semáforo e é usada para sincronizar processos. • Seu objetivo é coordenar o acesso a uma região crítica e evitar os problemas que levam a condições de corrida. • O Semáforo guarda a quantidade de wakeups feito!!! – valor 0 (indicando que nenhum sinal de acordar foi salvo) ou outro valor positivo caso 1 ou mais sinais de acordar estejam pendentes. 31 Semáforos • Um semáforo S tem associado a ele: - Um valor inteiro - Uma fila de processos bloqueados - Duas operações: P ou Wait & V ou Signal Em holandes P = Probeer ('Try') V = Verhoog ('Increment', 'Increase by one'). 32 Semáforos • Para ser indivisível as operações P e V são implementadas como chamadas de sistema. Com isso, por um pequeno instante as interrupções são desabilitadas, mas não geram nenhum problema. • Semáforos Binários: apenas tomam valores 0 e 1. São habitualmente usados para garantir exclusão mútua no acesso a zonas críticas, e designam-se por mutexes. 33 Mutex Mutual Exclusion 34 Mutex • Mutex é uma versão simplificada dos semáforos que serve para controlar o acesso a RC e que pode estar somente em dois estados distintos: impedido ou desempedido. Portanto, apenas um bit é necessário para armazenar esta informação. • Existe 2 procedimentos para usar o esquema de mutex: – 1. mutex_lock: se o mutex estiver desempedido (RC livre) o processo ganha acesso a RC. Caso o mutex estiver impedido o processo será bloqueado. – 2. mutex_unlock: procedimento chamado pelo processo que deixa a RC para liberar o acesso aos demais processos. 35 Mutex 36 Monitor Hoare 74 / Brinch Hansen 73 37 Monitor: Conceito • Mecanismo de sincronização de alto nível proposto por Hoare (1974) e Brinch Hansen (1975); • Conjunto de procedimentos e funções de alto nível agrupadas em um módulo – Similar a uma classe, na OO • Característica mais importante é a implementação automática da exclusão mútua: –Somente um processo pode estar ativo dentro um monitor em um determinado instante de tempo. – Somente um procedimento sendo executado, até a completude, por vez – Programador livre de especificar as restrições 38 Monitor: Conceito monitor example; ... declarações locais do monitor … variáveis de condição procedure entry proc_declaration_1; : begin : : end; procedure entry proc_declaration_2; : begin : : end; : // mais procedimentos ... // begin : ... iniciação do monitor : end example. • entry: assegura exclusão mútua na execução do procedimento • Java entry = synchronized • variáveis de condição: • associadas a filas de espera • definidas por expressões lógicas • primitivas: • wait (condição) • signal (condição) 39 Monitor: Sistema T_1 T_2 T_3 M_1 M_2 B_Dados Display T_4 40 Mensagens 41 Troca de mensagens • Primitivas de SEND/RECEIVE –Enviar para e receber de –Recepção bloqueante • Novos problemas –Perda de mensagens • ACK, NACK –Recebimento duplicado • Controle de seqüência –Segurança... 42 Troca de mensagens • Produtor/consumidor Consumidor enviar N msg vazias while (TRUE) { receive (produtor, &m); extrai_item(); send (produtor, &m); consome_item(); } Produtor while (TRUE) { produz_item(); receive (consumidor, &m); constroi_msg(); send (consumidor, &m); } 43 Endereçamento indireto: caixa postal Q1 P1 Pn send ( mailbox , msg ) mailbox Qn receive ( mailbox , msg ) dilema em sistemas distribuídos: onde fica a caixa postal ? 44 Outras Técnicas 45 • Rendezvous – Uma chamada coloca um processo para dormir até que uma segunda chamada rendezvous ocorra • Eventos – Processos subscrevem / manifestam interesse por eventos • RPC (Remote Procede Call) • Distributed Shared Memory (DSM) • Sincronização por barreira – Processos inteiros esperam até que uma “barreira” seja alcançada 46