ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA
CURSO TÉCNICO EM AGENTE COMUNITÁRIO DE
SAÚDE
Angélica Cristina Félixs Thomé
Heliana Farias Gazolla
Regina Aparecida de Oliveira Rocha
Tânia Luzia Chicuta Oliveira
FATORES ESTRESSANTES RELACIONADOS AO
TRABALHO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
Palmital
2012
ETEC PROF. MÁRIO ANTÔNIO VERZA
CURSO TÉCNICO EM AGENTE COMUNITÁRIO DE
SAÚDE
Angélica Cristina Félixs Thomé
Heliana Farias Gazolla
Regina Aparecida de Oliveira Rocha
Tânia Luzia Chicuta Oliveira
FATORES ESTRESSANTES RELACIONADOS AO
TRABALHO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
ETEC Prof. Mário Antônio Verza, como parte
dos requisitos necessários para a obtenção
do título de Técnico em Agente Comunitário
de Saúde.
Prof. Orientador: Nívea Maria Verza
Palmital
2012
Há
tantos
agradecer,
portanto se dedicarem a
nós, não somente por
terem nos ensinado, mas
por terem feito aprender!
A palavra mestre nunca
fará
justiça
professores
aos
dedicados,
aos quais sem nominar
terão
nosso
agradecimento!
eterno
“O
segredo
da
saúde
mental e corporal, está
em não se lamentar pelo
passado,
não
se
preocupar com o futuro,
nem
se
problemas,
sábia
e
adiantar
aos
mas,
viver
seriamente
presente”. BUDA
o
AGRADECIMENTOS
A nossa família, por ter nos ajudado em nossa caminhada, pelo apoio,
compreensão e, em especial, por todo carinho ao longo deste percurso.
Aos nossos amigos e colegas de curso, pela cumplicidade, ajuda e amizade.
À professora Nívea Maria, pela orientação deste trabalho.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................ 06
JUSTIFICATIVA .............................................................................. 07
OBJETIVO GERAL.......................................................................... 08
METODOLOGIA .............................................................................. 08
REFERÊNCIAL TEÓRICO .............................................................. 09
1. A Origem dos ACS ...................................................................... 09
2. As Funções desempenhadas pelos ACS ..................................... 11
2.1 TEORIA DE TAYLOR ................................................................ 13
3. Fatores estressantes decorrentes a função do ACS .................... 14
4. Doenças ocupacionais relacionadas ao ACS .............................. 16
4.1 SINDROME DE BOURNOT....................................................... 17
5. N.Rs a serviço dos profissionais de saúde .................................. 18
6. Suporte para o bom desempenho no trabalho de ACS ................ 20
RESUMO......................................................................................... 21
CONCLUSÃO .................................................................................. 22
REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO ................................................... 23
INTRODUÇÃO
A saúde é acima de tudo um direito universal e fundamental do ser humano,
firmado na Declaração Universal dos Direitos Humanos e assegurado na
Constituição Federal de 1988. A efetivação da saúde como direito universal, ou
seja, de todos, é um desafio que só pode ser alcançado por meio de políticas sociais
e econômicas que reduzam as desigualdades sociais no país, assegurando a
cidadania e o fortalecimento da democracia.
A Lei 8080 de 19 de setembro de 1990 regulamenta as ações e serviços de
saúde, preconizando no artigo 4º, que “o conjunto de ações e serviços de saúde,
prestados por órgãos estaduais e instituições públicas federais, estaduais e
municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder
Público, constitui o Sistema Único de Saúde“ (SUS). (Brasil, 1998)
Ao SUS cabe a tarefa de promover e proteger a saúde, garantindo atenção
qualificada e contínua aos indivíduos e a coletividades. A constituição de 1988, em
seu artigo 196, determina: “A saúde é direito de todos e dever dos Estados,
garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doenças e de outros agravos ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção e recuperação”. (Brasil 1998)
O ministério da Saúde tendo observado a adversidade em relação à saúde da
população criou um novo programa de Agentes Comunitários de Saúde (ACS).
Os ACS têm função orientar na prevenção de doenças, promovendo saúde e
juntamente com a equipe solucionar os problemas da comunidade na saúde e no
social, mas nem sempre consegue solucionar todos os problemas gerando estresse
no seu dia-a-dia fora outros fatores. Diante da situação buscamos construir um
trabalho objetivando proporcionar maior qualidade de vida no trabalho do Agente
Comunitário de Saúde.
6
JUSTIFICATIVA
Buscamos justificar a importância de se avaliar o estresse dos Agentes
Comunitários de Saúde e a correlação deles com a atividade ocupacional, uma vez
que as atribuições vivenciadas pelos mesmos, nas diferentes áreas de risco, bem
como o contato direto com a comunidade, representam agentes estressantes de
relevante importância. Sabe-se que a presença de trabalhadores estressados na
equipe resulta em insatisfação, diminuição da produtividade e má assistência na
saúde da comunidade.
Assim, sugerimos especial atenção à ação de enfrentamento que valorizem a
saúde dos profissionais propensos a relações mais intensas aos agentes geradores
de estresse, o que resulta em benefícios tanto para a equipe de Saúde da Família
quanto para a comunidade assistida.
Vale ainda lembrar que esses profissionais são figuras imprescindíveis na
construção da atenção básica no Brasil, que estão voltados para a prevenção e
promoção da saúde da população e, portanto, requerem condições de trabalho que
favoreçam suas ações e preservem sua saúde.
7
OBJETIVO GERAL
A área de saúde é sabidamente caracterizada por uma atividade profissional
estressante. É comum a queixa de estresse por parte dos profissionais deste setor,
sejam eles médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, agente
comunitários de saúde dentre outros.
Proporcionar maior qualidade de vida no trabalho do Agente Comunitário de
Saúde, esperando que o estresse apresentado por esses profissionais, venha
acompanhado
por
esforços
de
enfrentamento
capazes
de
gerenciar
as
consequências das fontes de estresse retornando o indivíduo a um nível estável de
funcionamento homeostático.
METODOLOGIA
Este estudo foi desenvolvido através de pesquisas bibliográficas e artigos
científicos disponíveis por meio digital. Buscamos através desta metodologia
estudos que apontaram desde o surgimento do agente comunitário de saúde, a
legalização da profissão, as atribuições dos ACS e tomando como referencial a
Teoria de Taylor, podemos confrontar as ocorrências dos ACS e sugerir ações para
o bom desempenho e qualidade de vida no trabalho dos agentes comunitários de
saúde.
8
REFERENCIAL TEÓRICO
1. A ORIGEM DOS ACS
A primeira experiência de Agentes Comunitários de Saúde, ACS, como uma
estratégia abrangente de saúde publica estruturada, ocorreu no Ceará em 1987,
com o objetivo duplo de criar oportunidade de emprego as mulheres na área da seca
e ao mesmo tempo contribuir para a queda da mortalidade infantil, priorizando as
realizações das ações de saúde da mulher e da criança. Em 1991, por meio do
convênio entre Fundação Nacional de Saúde, é criado o PACS – Programa de
Agentes Comunitários de Saúde.
A Organização das Nações Unidas (ONU) elegeu o ano 1994 como o ano
Internacional da Família, assim o Ministério da Saúde cria no Brasil o programa
Saúde da Família, procurando seguir as diretrizes previstas no SUS, sobretudo,
tomando a família como eixo estrutural no que se diz respeito aos fatores
determinantes e condicionantes do processo saúde-doença da população assistida.
Desde há alguns anos, o Programa Saúde da Família (PSF) é definido com
Estratégia Saúde da Família (ESF), ao invés de programa, visto que o termo
programa aponta para uma atividade com início, desenvolvimento e finalização. A
ESF é uma estratégia de reorganização da atenção primária e não prevê um tempo
para finalizar esta reorganização
A equipe básica é composta por no mínimo: médico, enfermeiro, auxiliar de
enfermagem (ou técnico de enfermagem) e agentes comunitários de Saúde.
Os agentes comunitários de Saúde fazem a ponte entre o saber científico e o
saber popular, criando um elo entre comunidade e profissionais de saúde.
As ações desenvolvidas pelo ACS estão diretamente relacionadas à questão
do cuidado, buscando sempre o bem-estar do outro. Cuidar envolve tanto o
desempenho de técnicas quanto o trato com as emoções e afetos, envolvidas nas
relações entre os profissionais e usuários dos serviços de saúde.
9
A atenção básica à saúde tem como objetivo melhorar o estado de saúde da
população por meio da construção de um modelo assistencial de atenção
fundamentado
na
promoção,
proteção,
diagnóstico
precoce,
tratamento
e
recuperação da saúde, de acordo com os princípios e as diretrizes do Sistema Único
de Saúde. Atenção especial deve ser dada aos agentes comunitários de saúde, que
representam a ligação entre a equipe de Saúde da Família e a comunidade.
10
2. FUNÇÕES REALIZADAS PELOS ACS
Na operacionalização do programa deverão ser observadas as seguintes
atribuições:

Um
Agente
Comunitário
de
Saúde
(ACS)
é
responsável
pelo
acompanhamento de, no máximo, 150 famílias ou 750 pessoas;

Realizar o cadastramento das famílias;

Caracterizar o perfil socioeconômico da comunidade, na identificação de
traços culturais e religiosos das famílias e da comunidade, na descrição do
perfil do meio ambiente da área de abrangência, na realização do
levantamento das condições de saneamento básico e
realização do
mapeamento da sua área de abrangência;

Executar a vigilância de crianças menores de 01 ano consideradas em
situação de risco;

Acompanhar o crescimento e desenvolvimento das crianças de 0 a 5 anos;

Promover a imunização de rotina às crianças e gestantes, encaminhando-as
ao serviço de referência ou criando alternativas de facilitação de acesso;

Promover o aleitamento materno exclusivo;

Monitorar os casos de diarréias e promover a reidratação oral;

Monitorar as infecções respiratórias agudas, com identificação de sinais de
risco e encaminhar os casos suspeitos de pneumonia ao serviço de saúde de
referência;

Monitorar as dermatoses e parasitoses em crianças;

Orientar
os
adolescentes
e
familiares
na
prevenção
de
Doenças
Sexualmente Transmissíveis/AIDS, gravidez precoce e uso de drogas;

Identificar e encaminhar as gestantes para o serviço de pré-natal na unidade
de saúde de referência;

Realizar visitas domiciliares periódicas para monitorar as gestantes,
priorizando atenção nos aspectos de desenvolvimento da gestação;

Acompanhar o pré-natal, sinais e sintomas de risco na gestação, nutrição;

Incentivar e preparar para o aleitamento materno; preparo para o parto;

Atenção e cuidados ao recém-nascido; cuidados no puerpério;

Monitorar os recém-nascidos e as puérperas;
11

Realizar ações educativas para a prevenção do câncer cérvico-úterino e de
mama, encaminhar as mulheres em idade fértil para realização dos exames
periódicos nas unidades de saúde da referência;

Realizar ações educativas sobre métodos de planejamento familiar;

Realizar ações educativas referentes ao climatério;

Realizar atividades de educação nutricional nas famílias e na comunidade;

Realizar atividades de educação em saúde bucal na família, com ênfase no
grupo infantil.

Busca ativa das doenças infecto-contagiosas;

Apoiar inquéritos epidemiológicos ou investigação de surtos ou ocorrência de
doenças de notificação compulsória;

Supervisionar os eventuais componentes da família em tratamento domiciliar
e dos pacientes com tuberculose, hanseníase, hipertensão, diabetes e outras
doenças crônicas;

Realizar atividades de prevenção e promoção da saúde do idoso; identificar
os portadores de deficiência psicofísica com orientação aos familiares para o
apoio necessário no próprio domicílio;

Incentivar à comunidade na aceitação e inserção social dos portadores de
deficiência psicofísica;

Orientar as famílias e a comunidade para a prevenção e o controle das
doenças endêmicas;

Realizar ações educativas para preservação do meio ambiente;

Realizar ações para a sensibilização das famílias e da comunidade para
abordagem dos direitos humanos;

Estimular a participação comunitária para ações que visem a melhoria da
qualidade de vida da comunidade;

Outras ações e atividades a serem definidas de acordo com prioridades
locais.
12
2.1 Teoria de Taylor
Taylor desenvolveu uma análise, que permitiu a racionalização dos métodos
de trabalho e a fixação de tempos padrões para a execução de cada tarefa. Ele
estabelece que toda a operação pode e deve ser um processo padronizado e
planejado de modo a eliminar todo e qualquer desperdício de esforço humano e de
tempo.
As normas de atuação no trabalho passaram a ser mais claras e detalhadas e
o empregador obteve maior controle sobre o desempenho do trabalhador. Todas as
atividades eram divididas e ensinadas aos trabalhadores, surgindo então a idéia de
treinamento. A partir dessa análise e sistematização, Taylor desenvolveu uma
Organização Racional do Trabalho, que consiste no método mais eficiente para
executar as tarefas.
Para isso, devem ser analisadas as tarefas executadas pelo operário,
decompondo-as em movimentos elementares e estabelecendo o método mais
eficiente de desenvolvê-las. No princípio do preparo, devem ser selecionados os
trabalhadores de acordo com as características necessárias para o desempenho de
cada tarefa, prepará-los e treiná-los para que desempenhem o trabalho com a
máxima eficiência possível.
Estudos sobre a realidade da Estratégia de Saúde da Família no Brasil
apontam para a existência de pontos positivos na proposta, principalmente no que
diz respeito à ruptura com a lógica Taylorista de organização e gestão do trabalho, e
também para problemas em relação às condições de trabalho.
13
3. FATORES ESTRESSANTES DECORRENTES A FUNÇÃO DO ACS
O trabalho desenvolvido pelos Agentes Comunitários de Saúde mostra
algumas situações na relação trabalhador-usuário, que demandam certo gasto de
energia e adaptação em virtude do contato direto com a realidade. O fato de
residirem na área de abrangência de trabalho somado às características individuais
de cada trabalhador pode desencadear o processo de estresse.
O estresse representa uma situação de risco, e, dependendo da intensidade,
as reações orgânicas direcionadas a um determinado órgão-alvo com sintomas
psicossociais, características da fase de resistência, podem levar à exaustão do
organismo. Se, durante as atividades, a equipe de saúde se depara com situações
conflituosas ou de difícil resolução, os profissionais da saúde poderão apresentar
alterações psicofisiológicas, as quais são capazes de causar reações no organismo
com componentes físicos e/ou psicológicos causando o estresse.
Os Agentes Comunitários de Saúde constituem o primeiro contato entre a
unidade e a população de seu território de abrangência. Assim, atenção deve ser
dispensada aos mesmos, sendo essencial capacitá-los para terem um discernimento
em relação à quais informações podem ser compartilhadas com o restante da
equipe e se tais informações são ainda potencialmente benéficas à comunidade.
Associado a esse fato, algumas atividades exercidas pelos Agentes Comunitários de
Saúde exigem certo conhecimento sobre patologias e noções do processo saúdedoença, exigindo maior conhecimento dos mesmos sobre quais os cuidados devem
ser providenciados e tomados nos enfermos em consonância com os demais
profissionais do Programa de Saúde da Família.
Freqüentemente, o trabalho da equipe de Saúde da Família e especialmente
dos Agentes Comunitários de Saúde exige a necessidade de se produzir muito em
pouco tempo, bem como a repetição de tarefas. Os trabalhadores recebem
sobrecargas tanto qualitativas, quanto quantitativas, representando alto volume de
trabalho mental por unidade de tempo e complexidade do trabalho frente a
capacidades e experiências do trabalhador. Essas sobrecargas representam fatores
estressantes em um ambiente ocupacional representando uma preocupante
14
situação, potencialmente causadora de doenças nos trabalhadores, já que a
combinação entre altas demandas e baixos controles sobre o trabalho é
sabidamente situação de estresse ocupacional.
A avaliação da correlação entre a saúde mental e o trabalho, concluindo que,
de maneira geral, quanto menor a autonomia do trabalhador na organização de suas
atividades, maiores as possibilidades destas gerarem transtornos na esfera mental.
Além disso, o excesso de trabalho e a pressão por maior produtividade estão
presentes em todos os degraus da hierarquia profissional.
Além da sobrecarga ocupacional, o trabalho monótono e repetitivo gera
insatisfação e desânimo, que o não reconhecimento do trabalho e o abatimento por
não poderem trabalhar de forma efetiva, na melhoria da qualidade de vida dos
usuários, já que a maior parte dos problemas são estruturais dependendo de
políticas econômicas e sociais, para sua resolução; estes fatores afetam a condição
psíquica desse trabalhador, os riscos ocupacionais e precarização do trabalho
sugere ao SUS um estudo mais aprofundado sobre as condições de trabalho, as
quais os ACS são submetidos com a finalidade de transformação na situação laboral
e na qualidade de vida destes trabalhadores.
15
4. DOENÇAS OCUPACIONAIS RELACIONADAS AO ACS
No exercício da atividade, os ACS tem enfrentado algumas dificuldades e
percalços, de natureza física e das condições de trabalho referentes a realização de
suas ações junto à comunidade. Não se tem identificada claramente as cargas e os
riscos envolvidos no trabalho do ACS, pois a sobrecarga de trabalho, pode ao longo
do tempo causar danos a saúde do trabalhador.
As diferentes cargas de trabalho que os ACS estão submetidos, entre elas:

Físicas;
Exposição cotidiana aos fatores climáticos.

Químicas;
Exposição a fumaça e poeiras.

Biológicas;
Exposição à bactérias, fungos e parasitas provenientes do contato direto com
usuários, animais e fossas.

Ergonômicas;
O trabalho físico pesado, longos períodos em pé e posições incomodas.

Mecânicas;
Nestas se encaixam longas caminhadas.

Psíquica;
Dentre elas a síndrome do esgotamento profissional (Burnout), tem sido cada
vez mais identificadas entre os profissionais de saúde.
Ainda são poucos os estudos sobre as condições de saúde dos trabalhadores
da ESF em especial os ACS, a categoria profissional mais recentemente
incorporada á equipe de saúde. Além disso, esses profissionais estão sujeitos a uma
dinâmica laboral particular de viver e trabalhar na mesma comunidade, que pode
gerar pressões e sobrecarga adicionais.
16
4.1 Síndrome de Burnout
A Síndrome de Burnout é uma doença psicológica caracterizada pela
manifestação inconsciente do esgotamento emocional. Tal esgotamento ocorre por
causa de grandes esforços realizados no trabalho que fazem com que o profissional
fique mais agressivo, irritado, desinteressado, desmotivado, frustrado, depressivo,
angustiado e que se avalia negativamente.
A pessoa que apresenta tal síndrome, além de manifestar as sensações
acima descritas, perde consideravelmente seu nível de rendimento e de
responsabilidade para com as pessoas e para com a organização que faz parte.
Pode ocorrer em profissionais de diferentes áreas que possuem contato direto com
pessoas. Também apresenta manifestações fisiológicas como cansaço, dores
musculares, falta de apetite, insônia, frieza, dores de cabeça freqüente e
dificuldades respiratórias.
A Síndrome de Burnout pode ser prevenida quando os agentes estressores
no trabalho são identificados, modificados ou adaptados à necessidade do
profissional, quando se prioriza as tarefas mais importantes no decorrer do dia,
quando se estabelece laços pessoais e/ou profissionais dando-os importância,
quando os horários diários não são sobrecarregados de tarefas, quando o
profissional preocupa-se com sua saúde e quando em momentos de descontração
assuntos relacionados ao trabalho não são mencionados.
O tratamento para a doença é variável, pois podem ser iniciados a partir de
fitoterápicos, fármacos, intervenções psicossociais, afastamento profissional e
readaptações. É importante ressaltar que a Síndrome de Burnout é diferente da
depressão, pois a síndrome está diretamente ligada com situações ligadas ao
trabalho, enquanto a depressão está ligada a situações pessoais relacionadas com a
vida da pessoa.
17
5. NORMAS
REGULAMENTADORAS
À
SERVIÇO
DOS
PROFISSIONAIS DE SAÚDE
As Normas
regulamentam
e
Regulamentadoras,
fornecem
também
orientações
sobre
conhecidas
procedimentos
como
NRs,
obrigatórios
relacionados à segurança e medicina do trabalho no Brasil. São elaboradas e
modificadas por comissões tripartites específicas compostas por representantes do
governo, empregadores e empregados.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)
NR6: Tem sua existência jurídica assegurada, em termos de legislação ordinária,
pelos arts. 166 e 167 da CLT, os quais definem e estabelecem os tipos de EPIs que
as empresas estão obrigadas a fornecer a seus empregados, sempre que as
condições de trabalho o exigir, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos
trabalhadores. Conceitua-se EPI como todo equipamento de uso pessoal cuja a
finalidade é proteger o trabalhador de lesões que possam ser provocadas por
agentes físicos, químicos,
mecânicos ou biológicos, porventura presentes no
ambiente de trabalho.
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS
NR9: Tem sua existência jurídica assegurada em termos de legislação ordinária, por
meio dos arts. 175 e 178 da CLT, os quais estabelecem a obrigatoriedade da
elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que
admitam trabalhadores como empregados do Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais, visando a preservação da saúde e da integridade física dos
trabalhadores, por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente
controle de ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no
ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos
recursos naturais (Scaldelai, A. V. et al, 2011, p. 58).
18
ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES
NR 15: Tem sua existência jurídica assegurada pelos arts. 189 a 192 da CLT,
descrevendo atividades, operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de
tolerância, definindo assim as situações que quando vivenciadas nos ambientes de
trabalho pelos trabalhadores ensejam a caracterização do exercício insalubre, e
também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua
saúde (Scaldelai, A. V. et al, 2011, p. 60).
ERGONOMIA
NR 17: Tem sua existência jurídica assegurada pelos arts.198 e199 da CLT, visando
estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições psicofisiológicas
dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente.
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇO DE SAÚDE
NR32: Tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação
de medidas de proteção à segurança e a saúde dos trabalhadores dos serviços de
saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à
saúde em geral. Para fins de aplicação desta NR, entende-se por serviços de saúde
qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população,
recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de
complexidade (Scaldelai, A. V. et al, 2011, p. 65).
19
6. SUPORTE PARA O BOM DESENPENHO DO TRABALHO DO ACS
Quanto ao suporte social, à existência de um ambiente calmo e agradável de
trabalho e um bom relacionamento entre os profissionais constituem fatores
determinantes para a efetividade do trabalho em equipe. Variáveis de suporte
organizacional que envolve processos de gestão e gerenciamento podem diminuir a
exaustão emocional.
Esses
processos
devem
ser
executados
de
forma
participativa
e
colaboradora, tendo ainda a característica de tornarem elementos incentivadores do
sentimento de valorização profissional nos subordinados. Ações que melhoram as
relações sociais dentro do ambiente de trabalho e a presença de políticas claras de
divulgação de informação, atualização e planejamento são também medidas
sabidamente redutoras do estresse ocupacional.
Os gerentes devem conscientizar-se da importância de seus papéis como
executores de políticas organizacionais, visto que, no esquema mental de
reciprocidade dos trabalhadores, a noção de organização doadora é estruturada a
partir de atos gerenciais, sendo essas ações o início da troca social que, por sua
vez, levam os empregados a se posicionarem como beneficiários e a acreditarem no
suporte organizacional. O resultado final dessa atitude é a criação de vínculos
afetivos entre trabalhadores e a estrutura organizacional na qual estão inseridos, o
que leva a um maior comprometimento dos mesmos.
A qualidade de vida e a melhoria das condições de saúde dependem da
participação social, do modelo de gestão adotado e de um conjunto de ações
desenvolvidas pelos profissionais na área da saúde. Diante disto, faz se necessário
estabelecer compromissos mútuos entre os trabalhadores, os gestores e a
comunidade, pois o papel dos ACS é importante para a consolidação do modelo de
saúde centrado no cuidado do indivíduo, das famílias e da comunidade.
20
RESUMO
A avaliação da incidência de sintomas psicológicos, a determinação das fases
de estresse apresentadas pelos agentes comunitários de saúde e sua correlação
com as situações vivenciadas pelos mesmos, nas diferentes áreas de risco,
justificam-se, uma vez que o contato direto com a comunidade é um agente
estressante de relevante magnitude.
Além disso, sabe-se que, dentre os profissionais da área da saúde, aqueles
que atuam na comunidade têm maior dificuldade adaptativa aos fatores
estressantes, uma vez que não só se expõem continuamente a problemas de
naturezas diversas, mas são freqüentemente surpreendidos por eles.
Em relação ao contexto organizacional, a presença de trabalhadores
estressados na equipe é capaz ainda de provocar o desenvolvimento de atividades
ineficientes, desorganizadas e com comunicação deficitária, o que leva a uma
insatisfação e diminuição da produtividade, resultando em uma má assistência de
saúde à comunidade.
A presença do estresse e a incapacidade para enfrentá-lo podem resultar
ainda em enfermidades físicas e mentais. A avaliação do estresse ocupacional dos
Agentes Comunitários de Saúde se justifica, visto que o baixo controle e as altas
demandas exigidas pelo trabalho podem contribuir para o desenvolvimento do
estresse em relação à atividade ocupacional.
Especial atenção deve ser dada aos profissionais propensos a reações mais
intensas aos estímulos estressantes, o que resulta em benefícios tanto para a
equipe de Saúde da Família quanto para a comunidade assistida.
21
CONCLUSÃO
O trabalho da equipe de saúde da família, e especial dos Agentes
Comunitários de Saúde, sofre sobrecargas de trabalho e representam fatores
estressantes em um ambiente ocupacional, falta de estrutura física e material para o
desenvolvimento do seu trabalho, cobranças excessivas da população e de
superiores, falta de apoio da equipe de saúde, entre outras.
O estresse no trabalho é um fato que deve ser considerado pelo trabalhador e
pelos gestores de saúde. É necessário reavaliar as condições de trabalho dos ACS,
dando suporte estrutural, material e psíquico e criando estratégias para
enfrentamento dos problemas vivenciados em seu cotidiano de trabalho.
Quando o individuo é autentico em suas relações de trabalho encontra abrigo
nas verdadeiras equipes e líderes, há espaço para imergirem os mais genuínos
sentimentos humanos, como auto-afirmação, integração, racionalidade, interação,
lógica, emoção, humanismo, razão e coração.
22
REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO
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Brasil, v.2, n.1, jan./ jul. 2009 autor: Simões, Aline Rios
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Telles,
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Pimenta,
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Manual Prático de Segurança do Trabalho
4º
reimissão
Yendis
da
1º
edição-2011,
p.
Editora
57,
58,
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61
e
65.
Ltda.
Autores: Scaldelai, Aparecida Valdinéia; Oliveira, Claudio Antônio Dias;
Milaneli, Eduardo; Oliveira, João Bosco de Castro; Bolognesi, Paulo Roberto.
23
Download

fatores estressantes relacionados ao trabalho do agente