BOLETIM CITRÍCOLA UNESP/FUNEP/EECB Setembro nº 14/2000 PRODUÇÃO DE BORBULHAS CERTIFICADAS DE CITROS NO ESTADO DE SÃO PAULO Sérgio Alves Carvalho, José Antonio Alberto da Silva, Eduardo Sanches Stuthi & Otávio Ricardo Sempionato EECB PRODUÇÃO DE BORBULHAS CERTIFICADAS DE CITROS NO ESTADO DE SÃO PAULO Sérgio Alves Carvalho José Antonio Alberto da Silva Otávio Ricardo Sempionato Copyright ©: Fundação de Estudos e Pesquisas em Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia - Funep Editor: Luiz Carlos Donadio Ilustração da capa: Gráfica Multipress Impressão e acabamento: Funep C 331p Carvalho, Sérgio Alves Produção de borbulhas certificadas de citros no Estado de São Paulo / Sérgio Alves Carvalho, José Antônio Alberto da Silva, Otávio Ricardo Sempionato. -Jaboticabal : Funep, 2000 26 p. ; 21 cm. -- (Boletim Citrícola) 1. Citros - produção de borbulhas. I Título. CDU - 634.3 Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação. Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação 2000 Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão punidos na forma da lei. FUNDAÇÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA - Funep Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n 14884-900 - Jaboticabal - SP Tel.: (16) 3209-1300 / Fax: (16) 3209-1306 Home Page: http://www.funep.com.br SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................. 1 2. PROGRAMAS DE MATRIZES E CERTIFICAÇÃO DE MUDAS DO ESTADO DE SÃO PAULO......................................... 3 3. ESTABELECIMENTO E MANEJO DE MATRIZES E BORBULHEIRAS EM AMBIENTE PROTEGIDO .............. 6 3.1. Estabelecimento e manejo de matrizes e borbulheiras através de um programa ideal .................................... 7 3.2. Estabelecimento e manejo da borbulheira protegida da EECB .................................................................... 12 3.2.1. Controle de acesso na borbulheira e desinfestação ............................................... 18 3.2.2 Corte e manuseio das hastes com borbulhas 18 3.3. Armazenamento de borbulhas na câmara frigorífica da EECB ................................................................... 18 3.4. Estabelecimento e manejo de matrizes e borbulheiras a partir de material de campo .................................... 20 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................. 25 PRODUÇÃO DE BORBULHAS CERTIFICADAS DE CITROS NO ESTADO DE SÃO PAULO Sérgio Alves Carvalho José Antonio Alberto da Silva Otávio Ricardo Sempionato 1. INTRODUÇÃO Os citros são propagados vegetativamente através da enxertia, o que favorece o acúmulo de patógenos transmissíveis, como vírus, viróides e bactérias. Como algumas dessas doenças podem permanecer em estado latente por vários anos, podendo apresentar os sintomas quando se muda o porta-enxerto ou a região em que é cultivada a variedade, é necessário que as mudas sejam produzidas a partir de material básico retirado de plantas matrizes ou borbulheiras obtidas e manejadas adequadamente. O conceito agronômico de uma planta matriz de citros deve envolver os aspectos de pureza varietal, sanidade para patógenos sistêmicos e produtividade. Na ausência de doenças transmissíveis ou de seus vetores, a seleção de plantas produtivas, longevas e com produção de frutos típicos da cultivar em pomares bem conduzidos pode ser suficiente para se obter plantas matrizes de elevada qualidade. Em outras condições, entretanto, a existência de vetores eficientes e mesmo a possibilidade de contaminação mecânica com doenças transmissíveis por enxertia tornam obrigatória a realização de testes de indexação periódicos, 1 garantindo a sanidade do material utilizado na produção das mudas. Se em determinado material de alto valor genético é detectada a presença de algum desses patógenos, a obtenção de novas plantas sadias pode também ser realizada através de trabalhos de limpeza clonal, sendo a microenxertia de ápices caulinares e a termoterapia ferramentas de valiosa aplicação (ROISTACHER, 1991), com vantagens sobre a embrionia nucelar, técnica utilizada com sucesso no Brasil (MOREIRA & SALIBE, 1966) e que possibilitou a implantação em 1969 do Programa de Registro de Matrizes do Estado de São Paulo (GREVE et al, 1991). Ainda, visando a proteção contra estirpes fortes do vírus da tristeza, é necessário que plantas de variedades mais sensíveis ao vírus, como a laranjeira ‘Pêra’, sejam pré-imunizadas, utilizando isolados fracos protetivos (MÜLLER & COSTA, 1977). Após avaliação agronômica e confirmação da manutenção da pureza varietal, esta nova planta pode ser registrada como matriz para retirada de sementes ou borbulhas a serem utilizadas na formação de novas mudas. O uso de borbulheiras adensadas, com possibilidade de maior produção de borbulhas de qualidade desejável para enxertia, foi introduzido no Brasil a partir de 1984. Esse sistema favorece também a manutenção da planta matriz sem cortes excessivos e a possibilidade de avaliação constante da fidelidade e qualidade da produção de frutos. Mesmo sem uma observação mais criteriosa da necessidade de renovação, a produção de borbulhas em sistema adensado tem sido realizada no Brasil a partir daquela época sem maiores problemas. Entretanto, a ocorrência de cigarrinhas vetoras da clorose variegada dos citros em plantas vizinhas, ou mesmo pertencentes a esses campos de produção, evidencia a impossibilidade de garantir a qualidade sanitária dos materiais, exigindo portanto a proteção das matrizes e borbulheiras com telas, conforme estabelecido 2 na regulamentação do Programa de Matrizes de Citros do Estado de São Paulo (PROGRAMA, 1998) e de outros países com ocorrência de doenças transmitidas por vetores. A grande vulnerabilidade à contaminação com a Xylella fastidiosa, bactéria causadora da clorose variegada dos citros - CVC, foi um dos fatores que levaram à instituição de um programa voluntário para produção de mudas certificadas no Estado de São Paulo, cujas normas também indicam a obrigatoriedade de utilização de telas para evitar o contato com cigarrinhas transmissoras da doença (NORMAS, 1998). Algumas estratégias e práticas necessárias ao estabelecimento e produção de material básico e mudas de elevada qualidade genética e sanitária visando atender aos padrões exigidos pelos Programas de Registro de Matrizes e Certificação de Mudas do Estado de São Paulo, servindo também de modelo para outras unidades da Federação, são apresentados e discutidos neste trabalho. 2. PROGRAMAS DE MATRIZES E CERTIFICAÇÃO DE MUDAS DO ESTADO DE SÃO PAULO O programa de registro de matrizes de citros do Estado de São Paulo foi oficialmente instituído em 1969, tendo como base matrizes selecionadas e livres de viroses, obtidas via clones nucelares (GREVE et al., 1991). Foi a partir destas matrizes mantidas no Instituto Agronômico no atual Centro de Citricultura Sylvio Moreira (C.C.S.M.), em Cordeirópolis, que se difundiu a quase totalidade das plantas que deram origem aos milhões de plantas que compõem o stand da citricultura nacional, o que não deixa dúvidas sobre o grande sucesso alcançado com o programa. Viroses como exocorte, sorose e xiloporose, que causaram grandes prejuízos em produtividade e longevidade de plantas no passado, não têm sido detectadas em pomares, 3 ficando restritas a materiais de clones velhos. A inexistência de maiores problemas aparentes provocou uma certa acomodação na aplicação do programa, com problemas na fiscalização e utilização de materiais de origem não controlada pelos viveiristas, aumentando com o tempo a vulnerabilidade da citricultura a doenças e pragas transmissíveis pelas mudas. Além disso, o aparecimento em 1987 da clorose variegada dos citros – CVC (ROSSETTI et al., 1993), doença causada pela Xylella fastidiosa, bactéria transmitida por cigarrinhas presentes em nossos viveiros e pomares, caracterizou-se como um novo fator, não previsto originalmente no programa. O agravamento do quadro da CVC, associado a problemas na qualidade sanitária da muda relativos a patógenos de solo como fungos do gênero Phytophthora e nematóides, foram as principais razões para a instituição das Normas para Produção de Mudas Certificadas de Citros em 1994, pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (CATI, 1994). Exigindo a produção de mudas em ambiente protegido dos vetores da CVC, entre outros cuidados, esse programa, inicialmente considerado muito rigoroso e até mesmo utópico, tem recebido maior atenção nos últimos anos, principalmente devido à grande dificuldade de se garantir a sanidade para CVC de mudas cítricas produzidas em viveiros de campo. Através de trabalho coordenado pela Comissão Técnica de Citricultura da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e com a participação de pesquisadores e técnicos do Centro de Citricultura Sylvio Moreira do IAC, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - CATI, Instituto Biológico e Fundecitrus, e aprovação pela Câmara Setorial de Citros e pela Comissão Estadual de Sementes e Mudas - CESM/SP, foram regulamentados em fevereiro de 1998 os novos textos reestruturando o Programa de Registro de Matrizes e revisando as Normas para Produção 4 de Mudas Certificadas de Citros no Estado de São Paulo (PROGRAMA, 1998; NORMAS, 1998). Visando a melhoria na qualidade genética e sanitária das sementes e borbulhas utilizadas na formação de mudas e, principalmente, atender as exigências para a Certificação de Mudas, o novo Programa de Matrizes atualiza o instituído em 1969, apresentando como principais modificações a indexação para clorose variegada e o declínio dos citros e a exigência da manutenção obrigatória das matrizes sob telado à prova de insetos vetores de CVC. Além disso, introduz o Registro da Borbulheira, que deve ser mantida sob telado e formada com borbulhas provenientes de plantas matrizes, ou de borbulheira obtida diretamente da matriz protegida de vetores da CVC. Ao Centro de Citricultura Sylvio Moreira do Instituto Agronômico e ao Instituto Biológico competem a avaliação das cultivares, a produção de plantas básicas e plantas matrizes e a coordenação dos testes necessários para atender ao programa. Além disso, os interessados no registro de sua própria planta matriz ou do registro de sua própria borbulheira de citros podem requerê-lo à Defesa Sanitária Vegetal, coordenadora do programa, de acordo com o modelo de requerimento fornecido pelo órgão. Foto 1. Conjunto de telados do C.C.S.M.. 5 Quanto às Normas para Produção de Mudas Certificadas, a revisão do texto original de 1994, entre outras modificações, amplia o número de variedades copa e portaenxerto abrangidas, regulamenta a produção e o comércio de porta-enxertos certificados e possibilita a utilização de piso de pedra britada ou material similar em substituição à bancada elevada do solo. É mantida a exigência de que todas as fases de produção da muda sejam realizadas sob proteção de tela, as dimensões mínimas dos recipientes, o emprego de substratos e água isentos de patógenos nocivos aos citros e a origem obrigatória das borbulhas de Plantas Matrizes ou Borbulheiras Registradas, mantidas sob telado. As sementes utilizadas na formação dos porta-enxertos devem ser também originárias de Plantas Matrizes Registradas, podendo ser mantidas em condições de campo. Os interessados no Registro como Produtor de Muda e no Registro do Viveiro para Produção de Mudas Certificadas de Citros devem requerê-los à Defesa Sanitária Vegetal, que é a Entidade Certificadora. 3. ESTABELECIMENTO E MANEJO DE MATRIZES E BORBULHEIRAS EM AMBIENTE PROTEGIDO Mesmo que seja para uso próprio, os interessados em instalar matrizes e borbulheiras protegidas devem seguir alguns cuidados, visando a garantia da qualidade genética e sanitária das sementes e borbulhas utilizadas. Para produção de borbulhas para comercialização ou para uso em viveiro de mudas certificadas, há a necessidade de solicitação do registro das matrizes e das borbulheiras através de formulários próprios, junto à Defesa Sanitária Vegetal, que realizará a inspeção prévia, através da avaliação da localização, do aspecto geral das plantas, das estruturas e práticas de manejo, a coleta de amostras e tormará as demais providências. 6 3.1. Estabelecimento e manejo de matrizes e borbulheiras através de um programa ideal O primeiro passo para o estabelecimento de um programa ideal de matrizes é a obtenção das plantas, através de seleções locais, introduções ou de programas de melhoramento. Uma vez localizadas as plantas de interesse comercial, e comprovado seu valor agronômico, são necessárias aplicações de testes para identificação da presença de patógenos sistêmicos, que possam comprometer sua produção ou longevidade. Além das estirpes fortes do vírus da tristeza, nas nossas condições, deve ser avaliada a sanidade das plantas para exocorte, sorose, xiloporose, declínio e CVC. Testes rápidos baseados em técnicas imunológicas e moleculares estão disponíveis ou em desenvolvimento, mas para alguns patógenos ainda é necessária a aplicação de testes biológicos, que requerem criterioso controle ambiental, fitossanitário e de nutrição, para que possam ser expressos com segurança os sintomas típicos nas plantas indicadoras. Diversas outras etapas necessárias ao estabelecimento de um completo programa de matrizes, envolvendo as técnicas de microenxertia, termoterapia e pré-imunização, são realizadas através da manutenção de plantas em recipientes, também em ambientes protegidos de cigarrinhas vetoras de CVC e afídeos transmissores do vírus da tristeza dos citros, como o pulgãopreto ou Toxoptera citricidus. Para a execução desse tipo de programa, o viveirista, produtor ou empresa deve possuir equipamentos e pessoal especializado, ou requerer os serviços de outra instituição que desenvolva projeto nesse sentido. Como parte de programas a curto e médio prazo, o Centro de Citricultura Sylvio Moreira, através de seu Laboratório de Biotecnologia, 7 tem realizado com sucesso trabalhos de indexação, limpeza clonal e pré-imunização, tanto em materiais do Programa Oficial quanto de empresas ou produtores. Plantas de diversos clones microenxertados e pré-imunizados obtidas com a aplicação deste programa avançado, foram avaliadas para a manutenção da pureza varietal em relação aos aspectos de plantas e frutos, e já foram instaladas sob telado, estando em fase de multiplicação como borbulheiras e liberação para produtores e viveiristas. Em relação às introduções, ressaltase a importância de serem observados com critério todos os cuidados com a quarentena, aplicando os testes de indexação conforme as doenças existentes nos países de origem. É importante que o material seja acompanhado do certificado de sanidade, mas para maior segurança é recomendável também a realização de microenxertia e termoterapia, conforme realizado no Laboratório de Biotecnologia do Centro de Citricultura Sylvio Moreira. Os interessados em importar material genético de citros devem procurar o Cenargem e o CCSM-IAC, já que muitos materiais utilizados em outros países já foram introduzidos e avaliados nas nossas condições. Plantas microenxertadas, comprovadamente livres de patógenos e pré-imunizadas contra estirpes fortes do vírus da tristeza, constituem o material mais confiável para estabelecer um programa adequado de matrizes de citros. Para garantir a sanidade, as plantas candidatas a matrizes e aquelas registradas como matrizes devem ser mantidas sob telado à prova de afídeos, garantindo a proteção contra vetores do vírus da tristeza, além dos vetores de CVC. Com o objetivo de produzir frutos e possibilitar a comprovação das características agronômicas, no estabelecimento desses blocos devem-se utilizar espaçamentos que permitam um bom crescimento das plantas, como o de 3,5 x 2,5 m, utilizado no Centro de Citricultura Sylvio Moreira em Cordeirópolis. O número de plantas de cada variedade ou clone a serem 8 mantidas dependerá da demanda de borbulhas pretendida para a formação e renovação das borbulheiras. Antes do registro pela entidade certificadora, cópias desses materiais devem ser testados também em campo, de preferência em diferentes condições edafo-climáticas, buscando a avaliação das características agronômicas. A legislação atual exige distância mínima de 20 m de qualquer planta cítrica para a instalação de matrizes, mas, para maior segurança e evitar problemas futuros com a ocorrência de cancro cítrico em plantas vizinhas, é recomendável que sejam observadas distâncias maiores, já que o raio mínimo para erradicação de um foco é de 200 m, e o de quarentena, 1.000 m. É necessária a instalação de antecâmara para dificultar a entrada de insetos vetores, é recomendável uma altura mínima do pé-direito de 4 m, com estrutura resistente a ventos fortes. Em relação ao aspecto fitossanitário, devem ser realizadas práticas específicas de manejo, para evitar contaminação com cancro cítrico, CVC, e outras doenças, como controle rigoroso do trânsito de pessoal, desinfestação de calçados e veículos, desinfecção de equipamentos e ferramentas, controle da abertura das portas, uso de armadilhas, inspeções freqüentes e pulverizações quinzenais preventivas ou quando detectados sintomas de verrugose, antracnose e pinta-preta ou a presença de cigarrinhas, pulgões, ácaros, cochonilhas, e eventualmente da lagarta-minadora dos citros, que também tem sido detectada em ambientes telados. As demais práticas culturais adotadas nesses sistemas são semelhantes às utilizadas em pomares comerciais, devendo ser feitas análises de solo e foliar, para o monitoramento da nutrição e fertilidade do solo, realização de calagem, adubações via solo, fertirrigação e(ou) foliar. A utilização de tela na cobertura facilita o controle de temperatura e pode dispensar a irrigação. Além de inspeções rotineiras, quando as plantas são avaliadas e amostradas para análise de material suspeito de 9 contaminação com cancro cítrico ou outras doenças, as matrizes devem ser avaliadas anualmente, sendo as amostras enviadas para laboratório para a comprovação da sanidade para CVC (20 folhas ao redor da copa), e a cada 5 anos, para o vírus da tristeza e da sorose e os viróides da exocorte e da xiloporose (4 ramos com 5 borbulhas, para cada virose) e do declínio (20 folhas). Matrizes obtidas por microenxertia, livres de patógenos, produzindo frutos típicos da variedade ou clone, e destinadas à produção de sementes de porta-enxertos podem ser mantidas a céu aberto, mas devem também ser indexadas para viroses e declínio a cada cinco anos, e anualmente para CVC, antes da retirada das sementes. Para o estabelecimento de uma borbulheira a partir de matrizes microenxertadas, é necessária a utilização de telas antiafídicas e também antecâmara. Vale aqui também a recomendação para a maior distância possível de pomares ou plantas cítricas, apesar de serem exigidos apenas 20 m. Apesar de ser possível o emprego de diferentes materiais, recomenda-se a utilização de estrutura resistente, evitandose o rompimento da tela e a exposição das plantas em caso de ventos fortes. A altura do pé-direito influencia bastante na temperatura interna na borbulheira, principalmente quando se utilizam módulos muito largos e cobertura plástica. Esta opção, associada ao uso de irrigação localizada, evita a lavagem de defensivos e o excesso de umidade no tronco, nos ramos e nas folhas, com menor susceptibilidade a doenças como gomose e cancro cítrico, entre outras, e possibilita também o aproveitamento do calor nos meses mais frios do ano, principalmente com a utilização de cortinas laterais. Através de sistema de fertirrigação podem-se também aplicar fertilizantes solúveis, o que facilita bastante o manejo das plantas. Além da utilização de vasos de diferentes tamanhos, a borbulheira pode ser instalada diretamente no solo e 10 conduzida de maneira similar a um viveiro de campo convencional. Nesse caso, o investimento inicial é menor e o manejo nutricional e de irrigação mais facilitado. Essa é uma boa opção para a instalação de módulos iniciais, mas por problemas associados ao manejo nutricional e de doenças de solo, o emprego de recipientes com substrato artificial pode ser necessário por ocasião da renovação, obrigatória a cada cinco anos, de acordo com o Programa em vigor no Estado de São Paulo. O espaçamento das plantas em “borbulheiras de chão” depende do sistema de condução adotado. Para a condução em forma de pernadas, com 2 ou 3 ramos, têm sido empregados espaçamentos entre 0,30 e 0,40 m, em sistema de filas simples ou duplas espaçadas de 0,70 a 1,0 m, obtendo-se até 200 borbulhas por planta por ano quando as plantas atingem ponto de máxima produção. Espaçamentos mais adensados, como o de 0,15 x 0,15 a 0,30 x 0,30 m em sistema de condução fila dupla, podem ser mais vantajosos por proporcionarem a produção máxima de borbulhas já no primeiro corte, maximizando a utilização da área nos primeiros anos. Foto 2. Espaçamento em fila dupla com irrigação localizada (gotejamento). 11 Para o monitoramento de cigarrinhas nas borbulheiras é interessante também a utilização de armadilhas amarelas com cola, devendo ser feita também a aplicação quinzenal via pulverização de fungicidas, inseticidas e acaricidas atendendo à rotação de produtos de diferentes modos de ação. O porta-enxerto utilizado na formação da matriz deve ser de preferência o limoeiro ‘Cravo’, devido ao vigor e para maior facilidade de comparação quanto às características das plantas e dos frutos produzidos pela copa. Para a formação de borbulheiras, é interessante o emprego de portaenxerto vigoroso e resistente à gomose, já que o acúmulo de umidade e a falta de ventilação provocados pela alta densidade de plantas no ambiente podem favorecer o desenvolvimento desta e de outras doenças. O limoeiro ‘Cravo’ tem sido utilizado com sucesso na formação de borbulheiras no Centro de Citricultura Sylvio Moreira e em outros locais, mas pode ser interessante o estudo de outros porta-enxertos para esse propósito. É importante que os cavalinhos utilizados na formação de matrizes e borbulheiras sejam produzidos também sob telado a partir de sementes obtidas de plantas matrizes com características genéticas e sanitárias definidas. 3.2. Estabelecimento e manejo da borbulheira protegida da EECB A partir da necessidade da produção de mudas em ambiente protegido, a disponibilidade de borbulhas sadias, principalmente na região norte do Estado de São Paulo, era praticamente zero. Foi em 1997 que técnicos da EECB, em reuniões com viveiristas, decidiram construir um telado para produção de borbulhas de citros. Visando atender a necessidade regional, decidiu-se pela produção de 1.500.000 borbulhas/ano. Para tanto, deu-se início à construção de um telado de 5.000 m2, com estrutura de concreto, totalmente revestida de tela antiafídica (1mm 12 de malha), com capacidade de abrigar 11.000 plantas, para a produção dessas borbulhas. A construção só foi viabilizada após parceria com um grupo de 6 viveiristas interessados, que adquiriram borbulhas antecipadamente por 3 anos, pagando o preço referente ao custo para produção das borbulhas, que deveriam ser retiradas pelos parceiros até 31 de dezembro de 2000. Após construída a estrutura dentro dos padrões e normas para produção de borbulhas protegidas, efetuaramse amostragens de solo para análise química (rotina) e microbiológica. Foto 3. Vista externa da borbulheira telada da EECB. Procedeu-se ao preparo do solo, iniciando pela descompactação e aração profunda. De posse dos resultados das análises, que foram negativas para agente fitopatogênicos do solo, foi corrigida a acidez, elevando a saturação de bases para 70%, executando em seguida a fosfatagem com termofosfato (500 kg/ha) e aplicação de fonte orgânica com torta oleaginosa na dose de 2,0 t/ha, incorporadas com gradagem, seguindo o nivelamento do terreno. No início de 1998, foram transplantados os portaenxertos de limoeiro ‘Cravo’, espaçados de 1,0 m entre filas e 0,50 m entre plantas (linhas simples), produzidos em tubetes em estufa telada, a partir de sementes de material conhecido. Em seguida, um sistema de irrigação por aspersão sobrecopa foi instalado. 13 Em maio de 1998, os porta-enxertos receberam as borbulhas certificadas das plantas matrizes oriundas do Centro de Citricultura Silvio Moreira, das variedades ‘Pêra’ premunizada, ‘Valência’, ‘Natal’, ‘Hamlin’ e ‘Baianinha’. A primeira retirada de borbulhas deu-se em dezembro de 1998, quando foi efetuada a poda de formação das plantas borbulheiras. Após a brotação foram deixadas 4 a 5 pernadas por planta e após aproximadamente 120 dias foi executada a segunda retirada de borbulhas das plantas, com produção média de 40 a 50 borbulhas/planta e deixando de 4 a 5 gemas da haste para continuidade das brotações e arquitetura das plantas. A região do corte era sempre protegida com pasta cúprica 1/10. Procedeu-se a novas podas a cada 120 dias, com produção média de 130 a 150 borbulhas/planta/ ano. O período de utilização das plantas borbulheiras é de 5 anos, após a enxertia, e em nosso caso específico para maio de 2003 todas as plantas serão eliminadas e um novo lote de plantas borbulheiras será formada, porém estas serão colocadas em vasos com substrato vegetal para citros (casca de pinus), fertirrigação vaso-a-vaso, dispostos sobre bancadas de cimento, aproveitando apenas a estrutura de concreto do telado já existente e substituindo a tela antiafídica. As adubações via solo são efetuadas mensalmente, com formulações NPK, segundo recomendação do GRUPO PAULISTA DE ADUBAÇÃO E CALAGEM PARA CITRUS (1994), e micronutrientes via foliar, na forma de sais ou líquida quelatizada, aplicados quinzenalmente. O controle fitossanitário preventivo segue conforme ilustra a Tabela 1, aplicado em todas as plantas internas, no telado e numa faixa externa ao redor da estrutura. 14 Foto 4. Detalhe da arquitetura de plantas borbulheiras com 3 anos. Foto 5. Sistema de condução de plantas borbulheiras em vaso sobre bancadas. 15 Foto 6. Desinfestação para acesso à borbulheira. Tabela 1. Tratamento fitossanitário preventivo para borbulheira Praga ou Doença Ácaro da Falsa Ferrugem Ácaro-Branco e das Gemas Ingrediente Ativo (i.a.) Doses do i.a. Bromopropylate 500 g/kg 20 g i.a./100 L Abamectina 18 g/kg + Óleo Mineral 0,54 g i.a./100 L + 250 mL Enxofre 800 g/kg 240 g i.a./100 L Abamectina 18 g/kg 0,54 g i.a./100 L Hexythiazox 500g/kg 1,5 g i.a./100 L Propargite 720 g/L 72 g i.a./100 L Benomyl 500g/kg 25 g i.a./100 L Oxicloreto Cobre 500 g/kg 875 g i.a./100 L Mancozeb 800 g/kg 120 g i.a./100 L Chlorothalonil 750 g/kg 112,5 g i.a./100 L Ácaro da Leprose Verrugose Pulgões, cochonillhas, minadora Pragas de Solo Número de Aplicações Observação foliar 1/mês foliar 1/mês foliar 2/meses foliar 1/mês foliar cada 10 dias foliar Ethion 500 g/L 75 g i.a./100 L Deltamethrim 5% m/v 25 g i.a./100 L Lufenuron 50 g/L 3,75 g i.a./100 L Methidathion 400 g/L 50 g.i.a./100 L Abamectina 18 g/kg + Óleo Mineral 0,54 g i.a./100 L + 250 mL Aldicarb 150 g/kg 0,3 g i.a./planta 2 vezes/ano no solo, ao redor da planta Metalaxyl 50 g/kg 0,5 g i.a./planta 2 vezes/ano sobre o solo, ao redor da planta Fosetyl-AL 800 g/kg 200 g i.a./100 L 1 vez/ano via foliar 100 mL calda/pl calda/planta Doenças de Solo Obs: Recomenda-se utilizar alternadamente os produtos citados. 16 Foto 7. Controle fitossanitário na borbulheira EECB. Foto 8 . Detalhe interno da borbulheira EECB. 17 3.2.1. Controle de acesso na borbulheira e desinfestação O telado possui uma antecâmara cimentada, com porta única, sendo que para o acesso interior é obrigatória a passagem por um pedilúvio e arco pulverizador com microgotas. Possui também um tanque para desinfestação de todo material de serviço interno do telado como tesouras de poda, canivetes e demais ferramentas e equipamentos. Os produtos utilizados e recomendados para desinfestação de pessoas (uso hospitalar) são: Degersan ou Laborex (clorohexidina) na dose de 1,0 L/200 L de água, e para a desinfestação de materiais utiliza-se o Quatermon (amônia quaternária) na dose de 1,0 L/1.000 L de água. 3.2.2. Corte e manuseio das hastes com borbulhas Aproximadamente 45 dias após o início da brotação das plantas borbulheiras, as hastes estão aptas para serem coletadas. A coleta é feita no período da manhã, através de corte com tesoura e proteção com pasta cúprica nesta região. As hastes com borbulhas coletadas são levadas para uma sala de manuseio ainda dentro do telado, onde, sobre uma mesa de tampo metálico, são retiradas as folhas. Em seguida vão para um tanque de tratamento químico, onde são imersas em um fungicida de contato durante 2 minutos, na seqüência, são colocadas sobre um balcão de concreto para secar à sombra. Após a secagem do produto com a qual foram tratadas, são separadas em feixes com 1.000 borbulhas mais 10% de sobra, embaladas em sacos plásticos de baixa densidade (saco azul) e identificadas com etiqueta onde consta a variedade, o número de borbulhas e a data de coleta. Já embaladas, são retiradas do telado e levadas para a câmara frigorífica, para armazenamento. 3.3. Armazenamento de borbulhas na câmara frigorífica da EECB Para melhor conservação das borbulhas coletadas e não comercializadas imediatamente, a EECB adquiriu com o auxílio da FAPESP (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo), uma câmara frigorífica com 36 m3 de capacidade, para armazenamento de até 1.200.000 borbulhas embaladas e dispostas sem sobreposição em prateleiras de aço, tipo 18 biblioteca, onde procedem-se algumas adaptações em suas divisórias, substituindo as chapas de aço por cordoalhas de nylon trançadas em forma de rede, (Foto 10) o que facilita a circulação do ar refrigerado entre os pacotes e evita o contato das varetas com o metal e a conseqüente queima das gemas nesse ponto, por temperatura mais baixas. O controle da temperatura é feito por sistema automatizado, que trabalha num intervalo de 6 a 8 oC, com ventilação interna constante para homogeneizar a temperatura no interior da câmara. Após um mês de armazenamento, os pacotes são abertos para verificação do estado geral da varetas com borbulhas. Se observada alguma alteração do aspecto inicial, o pacote é descartado, e, se as condições estiverem normais, é feita a reembalagem e o armazenamento por até mais um mês. Se não comercializado após 60 dias o pacote é eliminado. Foto 9. Vista frontal da câmara de armazenamento de borbulhas na EECB. 19 Foto 10. Detalhe da prateleira interna da câmara. Foto 11. Detalhe das embalagens com borbulhas. No ano de 1998, a produção foi de 500.000 borbulhas, já em 1999, foi de 1.100.00 e a previsão para 2000 é de 1.200.000 3.4. Estabelecimento e manejo de matrizes e borbulheiras a partir de material de campo Como a aplicação de um programa avançado pode demandar algum tempo para se obter materiais testados em grande escala, é necessária a aplicação de programas emergenciais buscando o suprimento, a curto prazo, de 20 borbulhas sadias para a produção de mudas. É necessária, portanto, a localização imediata de plantas com potencial em pomares comerciais, tarefa que tem se tornado a cada dia mais difícil, dispendiosa e menos segura com o avanço da CVC, já que mesmo em candidatas a matrizes assintomáticas para a doença tem sido detectada a presença da bactéria (COLETTA FILHO et al., 1998). Partindo-se de materiais mantidos em campo aberto, mas de potencial interesse para a formação de plantas matrizes ou borbulheiras, podem ser citadas as seguintes estratégias para o estabelecimento de blocos protegidos, que devem entretanto ser analisadas caso a caso pela Entidade Certificadora: A) Proteção no campo, de planta selecionada, e posterior estabelecimento de borbulheira protegida; B) Estabelecimento de bloco de matrizes em telado a partir de planta selecionada no campo; C) Estabelecimento de borbulheira sob telado a partir de planta selecionada no campo. Foto 12 . Planta em ambiente telado no campo. 21 A primeira opção pode ser considerada a ideal, porém de mais difícil manejo das plantas e maior custo das instalações e sua manutenção, já que muitas vezes as melhores candidatas a matrizes são localizadas aleatoriamente nos pomares, o que obrigará a adoção de várias “gaiolas” individuais ou em pequenos grupos, conforme o número de variedades em trabalho e o número inicial de borbulhas pretendido. A vantagem do método é a possibilidade de realizar com mais segurança os testes de indexação para CVC e viroses, permanecendo as plantas em quarentena protegida durante o período de avaliação, com menores chances de recontaminação e menor possibilidade de multiplicação em larga escala de material contaminado. Primeiro faz-se a avaliação preliminar para CVC, recomendando-se a retirada de pelo menos 20 folhas maduras bem distribuídas na copa da planta, dando preferência para aquelas com sintomatologia suspeita para CVC. Quando o interesse é obter o registro junto à Defesa Sanitária Vegetal, é interessante que tenha sido realizado contato prévio, buscando maiores informações e acompanhamento para se certificar da viabilidade do projeto. Uma vez que mesmo o teste de PCR, ferramenta de maior sensibilidade na detecção da bactéria, pode não detectar concentrações muito baixas ou inoculações muito recentes, mais do que o resultado do laboratório, a decisão de proteção dessa planta ou de sua utilização para formar uma borbulheira vai depender da análise de outros fatores, como o histórico da propriedade, a origem das mudas, a ocorrência de CVC na região, na propriedade, no pomar e nas plantas vizinhas. Decidida a utilização da planta, procedese à proteção imediata com tela antiafídeos, e providenciase a retirada de amostras para os testes de viroses e declínio. A segunda opção é a de custo mais baixo e também oferece garantia de proteção das plantas candidatas a matrizes, durante o período em que são realizados os testes para 22 a determinação da sanidade para CVC e viroses. Como desvantagem pode-se apontar a pequena quantidade de borbulhas produzidas nos primeiros cortes, a menos que se utilize um grande número de plantas. Essas plantas também não devem ser registradas como matrizes antes que apresentem frutificação suficiente para a confirmação da fidelidade varietal. A última opção pode ser também interessante, mas exige maior segurança na escolha das plantas iniciais, pois a indexação para a bactéria fica mais difícil e onerosa com o aumento do número de plantas. Partindo de planta candidata a matriz mantida em campo e com teste negativo para CVC, de preferência em região e pomar sem ocorrência da doença, são retirados os ramos com as borbulhas, armazenados em câmara fria e somente serão enxertadas e instaladas as borbulheiras, após os resultados dos testes realizados nas amostras de folhas colhidas individualmente ramo por ramo, conforme foi realizado na instalação do primeiro bloco de borbulheiras no Centro de Citricultura Sylvio Moreira (CARVALHO & LARANJEIRA, 1994) e em outras empresas. Uma alternativa seria utilizar uma combinação das duas últimas opções, transformando em matrizeiro um bloco instalado originalmente para produção de borbulhas em sistema adensado. Assim, quando as plantas atingirem 5 anos ou antes, poderão ser eliminadas plantas intermediárias, deixando-se maior espaçamento e possibilitando maior desenvolvimento e produção de frutos, para que possam ser registradas como matrizes. O emprego de material propagativo sadio, o uso de armadilhas, o monitoramento constante, as pulverizações preventivas da borbulheira, a amostragem periódica para análise em laboratório, para CVC (uma folha a cada 10 plantas, formando uma amostra para cada 10 plantas) e cancro cítrico (folhas e ramos suspeitos), a responsabilidade 23 do viveirista e a exigência do cliente garantem a sanidade das borbulhas produzidas nesses sistemas em relação a essas doenças. Uma das dificuldades no estabelecimento de borbulheiras sob telado se refere à definição das variedades e suas proporções, já que a demanda de borbulhas para um determinado clone pode variar de um ano para outro. Outro desafio é sincronizar a oferta de borbulhas com a demanda durante o ano, que varia de acordo com as condições de clima e a disponibilidade de porta-enxertos aptos para enxertia. Práticas como o escalonamento das podas, o manejo nutricional e de irrigação, ou mesmo a aplicação de reguladores de crescimento, podem favorecer o maior controle da produção de borbulhas. Além disso, são necessárias adequações de condições de armazenamento, procurando expandir o período de oferta das borbulhas. Trabalhos realizados no Centro de Citricultura Sylvio Moreira confirmam a diferença entre espécies, conforme verificado por BISSOLI et al., (1988), e indicam a possibilidade de armazenar com sucesso borbulhas de laranjeira ‘Valência’ por até 60 dias em câmara fria a 8oC, mas com perda acentuada da viabilidade das borbulhas a partir de 70 dias de armazenamento. A época de retirada das borbulhas também é importante, tendo sido obtido 100% de sucesso na enxertia de borbulhas de laranjeira ‘Natal’ armazenadas durante 210 dias, quando estas foram colhidas no inverno (ROMEIRO, et al., 2000). Para o registro de plantas matrizes fornecedoras de sementes a partir de material selecionado no campo são necessárias também a avaliação das características típicas da variedade ou do clone e a realização dos testes de indexação para viroses, CVC e declínio, podendo a planta ser mantida no campo. Assim como no registro de plantas de variedades copas, o histórico da propriedade e das plantas é de grande importância para aumentar o grau de confiança e facilitar o 24 processo de registro das plantas, dando-se preferência por materiais provenientes de clones nucelares com mais de 10 anos e de procedência conhecida. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BISSOLI, M.C.; MOREIRA, C.S.; BARBIN, D.; DEMÉTRIO, C. & POMPEU JÚNIOR, J. Efeito do período de armazenamento sobre a viabilidade das borbulhas de quatro espécies cítricas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 9, Campinas, 1987 Anais... Campinas: Sociedade Brasileira de Fruticultura, 1988. v.2, p.347-350. CARVALHO, S.A. & LARANJEIRA, F.F. 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