Madison Connor está prestes a enlouquecer. Seu trabalho, é isso. Durante três anos, ela tem cuidado da filha de cinco anos de Dominic Hartley, Tilly, mas seu mundo é virado de cabeça para baixo quando Dominic diz-lhe que a sua mais recente promoção irá leválo para Nova York. Com Tilly tendo um colapso com a mudança, Madison e Dominic entram em uma briga que muda toda a natureza de seu relacionamento, fazendo com que Madison se interrogar uma grande questão. Ela pode deixá-lo ir? Capítulo 1 — Tilly, tira isso! Tudo ao meu redor, os pais esperavam de braços cruzados seus pequeninos para sair pelos portões da escola, mas eu não tinha tempo para ficar por aqui. O rabo de cavalo loiro de Tilly saltou quando ela correu em minha direção, a mochila batendo contra seu lado. Eu não pude deixar de sorrir. A bolsa era quase tão grande quanto ela, e ela se esforçou para mantê-la em seu ombro enquanto suas perninhas correriam para mais perto. Quando ela chegou a mim, ela deu um suspiro dramático. — Foi um dia muito longo, Madison. Qualquer um pensaria que ela tinha acabado de ter um turno de 12 horas no McDonalds, e não um dia na escola. Cinco anos, indo para trinta. Tomando a bolsa dela, abri a porta de trás do meu carro para que ela pudesse subir. — Eu sei querida. E eu quero ouvir tudo sobre isso, mas vamos indo primeiro. A viagem para casa não era muito longa, mas eu não conseguia relaxar até que voltássemos para o apartamento e eu tivesse terminado o último par de tarefas diárias. Dominic não esteve em casa em três semanas, e como regra, eu gostava de ter tudo arrumado para o seu retorno. Ele não presta nenhuma atenção ao ocasional prato sujo, e eu não era geralmente tão chata sobre isso, mas ele nunca tinha ficado afastado por tanto tempo antes. Eu imaginei que ele iria querer relaxar depois de sua viagem de negócios, e eu tinha toda a intenção de fazer algo decente para ele comer... Se eu conseguisse juntar algum tempo. Tecnicamente, meu trabalho não inclui cozinhar para ele. Eu era a babá de Tilly que morava lá, não dele. Mesmo assim, ele precisava comer. Ouvir a conversa de Tilly sobre seu dia ajudou a me acalmar. Suas histórias de como ela e seus amigos tinham feito um novo jogo no recreio, e como o professor havia elogiado sua leitura colocou um sorriso no meu rosto. — Madison, vamos às compras novamente amanhã? — Você pode ir, – eu respondi. — Com o papai. Vou passar o fim de semana com Erica. No espelho retrovisor, vi o rosto de Tilly cair. — Todo o fim de semana? — Sim, mas isso é bom! Isso significa que você tem muito tempo com o seu pai para fazer coisas divertidas! — Eu gosto de fazer coisas divertidas com você. – disse ela. — Lembra quando fomos ao cinema e eu acidentalmente deixei cair minha pipoca sobre a cabeça de um homem? Um riso perverso irrompeu de sua boca, fazendo-me rir. A visão de pipoca emaranhada em seus cachos selvagens, e do jeito que ele sacudiu a cabeça, enviando as pequenas pepitas de ouro voando por todo o lugar tinha firmemente se implantado na minha memória. — Eu me lembro. – disse a ela. — E foi divertido, mas você sabe que vai ter um bom tempo com seu pai. Você sempre tem. **** Minha mente desviou de diversão, para o pânico continuo sobre não ter tudo perfeito para o retorno de Dominic, quando voltamos para o apartamento. Uma vez lá, eu disse à Tilly para trocar seu uniforme da escola, enquanto eu fui pegar o aspirador do armário na cozinha. Dominic tinha realmente se oferecido para contratar ajuda externa para ter a limpeza feita, mas eu já me sentia como se eu não fizesse o suficiente para o que eu tinha de retorno do negócio, por isso insisti em fazer o trabalho de casa sozinha. O que mais eu deveria fazer todos os dias? A ideia de ter um aspirador zumbindo ao redor, enquanto eu estava sentada na minha bunda assistindo Jeremy Kyle era ridículo. O cheiro de café encheu minhas narinas enquanto eu caminhava pelo corredor, e meu coração balançou. Eu não fiz café hoje. No moderno bar de sua cozinha preto e branco, Dominic Hartley sentava, uma caneca de café na mão. Ele nunca perdia tempo em tirar seu terno de negócio e colocar um jeans e uma camisa quando chegava em casa. Seu cabelo loiro espesso estava livre de produtos, e um pouco úmido do chuveiro. Ele sorriu quando entrei no quarto. — Oi Madison. — Oi, – eu respondi, colocando meu saco para baixo em um dos balcões brilhantes. — Bem-vindo de volta. — Obrigado. É bom estar em casa. Onde está Tilly? — Ela está se trocando. Há quanto tempo você chegou? — Cerca de meia hora. Eu peguei um voo mais cedo. Eu pensei que a gente poderia sair para jantar hoje à noite. A primeira noite de Dominic de volta normalmente consistia em ele comer tudo o que eu tinha chicoteado para ele, em seguida, ir para a cama cedo para dormir e tirar alguns de seus jetlag, resultando em eu ler para Tilly sua história de dormir. Assim como a maioria das outras noites. — Eu não posso hoje à noite, — eu disse. — Eu vou sair, lembra? — Esqueci completamente. Mas você vai estar de volta amanhã, não vai? — Eu estarei de volta no domingo, como eu disse a você. Nossa, eu sei que ele trabalha duro, mas você acha que ele iria se lembrar de onde seu único membro da equipe estaria nos poucos dias que ele está em casa. A luz parecia passar rapidamente em sua cabeça, seus olhos azuis enchendo com a lembrança. — Você vai passar o fim de semana com sua amiga. Eu estava realmente esperando que pudéssemos sair hoje à noite. Há algo que eu preciso falar com você e Tilly. Oh bom. Outro aumento em minhas horas de trabalho. Sim, essa notícia pode definitivamente esperar até que eu tenha arrancado um pouco de vapor em uma boate, e bebido o meu peso corporal em vodka. — Isso vai ter que esperar, — eu disse a ele. — Eu já fiz planos e eu estive esperando por este fim de semana por um longo tempo. — Eu entendo. Mas isso é importante, Madison. Eu odiava quando ele se dirigia a mim como um cliente. Talvez eu fosse sua empregada, mas quando eu aceitei o trabalho, eu costumava ser uma parte da família. Parecia que quanto mais viagens de negócios ele ia, mais desapegado ele se tornava de sua vida doméstica. No ano passado, ele esteve em casa cada vez menos. Duas noites fora se tornaram três e quatro, então ele estava em casa só nos fins de semana. Os últimos quatro meses eu o vi se afastar duas semanas de cada vez, e sua viagem de três semanas para Nova York tinha sido extra-áspera para mim e para Tilly. Eu tenho a nítida impressão que as coisas estavam prestes a ficarem mais difícil. — Minha sanidade é importante também, — eu disse. — Então, por favor, não tome este fim de semana longe de mim. Por favor. Eventualmente, ele acenou com a cabeça. — Tudo bem. Você está certa. Vá. Aproveite. Antes que eu pudesse agradecer-lhe, ouvi os passos de Tilly ao longo do tapete. — Madison, eu não consigo encontrar meu... A sentença de Tilly interrompida quando ela notou seu pai, seu rosto rompeu em um enorme sorriso. Ela lançou-se em toda a sala, onde Dominic pegou-a nos braços e apertou-a com força. — Aí está a minha menina. — disse ele, beijando a bochecha dela. — Teve um bom dia? Ela assentiu com entusiasmo e meu coração derreteu um pouco ao ver os dois juntos novamente. Ela colocou os braços ao redor de seu pescoço, e ele disse: — Eu senti tanto sua falta, menininha! Tilly deu-lhe um olhar fulminante. — Eu não sou um bebê. Dominic riu. — Eu sei você não é. Mas você vai ser sempre minha menininha. — Papai bobo. O que quer que Tilly não tenha conseguido encontrar rapidamente ficou esquecido quando ela começou a dizer a Dominic todas as coisas que ela tinha feito desde que ele se foi. Deixei-os nisso e aspirei o apartamento como planejado. Quarenta minutos mais tarde - sim, os quartos eram enormes - eu pulei no chuveiro, sequei meu cabelo, então, cuidadosamente selecionei roupas suficientes para dois dias, além de algumas roupas assassinas para minhas noites. Minhas entranhas começaram a zumbir com entusiasmo enquanto eu pensava sobre vestir algo completamente impraticável em vez de minhas roupas sensatas do dia. Eu estava quase pronta para ir quando Dominic bateu na porta aberta do meu quarto. — Que horas você vai embora? — Ele perguntou, quando eu verifiquei sobre o conteúdo de minha bolsa mais uma vez. Ele realmente não vai deixar isso pra lá, não é? — A qualquer momento. — eu disse a ele. — Erica e eu pretendemos comer fora antes de ir aos clubes. — Vou pedir para viagem. Eu vou levá-la para Erica. Por favor, você pode apenas ficar um pouco mais para que eu possa falar com você? Tilly está assistindo a um DVD de modo que ela está quieta por um tempo, e isso não pode esperar. — Eu pensei que você precisava falar com nós duas. — Eu preciso. Mas eu acho que a notícia pode ser digerida melhor depois de eu gastar quantidades insanas de dinheiro com ela. Comprando seu afeto. Má jogada, Dom. Isso me irritava quando ele banhava Tilly com coisas que ela não precisava para compensar sua ausência. Isso a fez malcriada por um tempo depois que ele saiu, e eu tive que voltar a treiná-la para ser grata para o que ela tinha, e lembrá-la uma das lições mais importantes da vida. Você não pode ter sempre o que quer. — Dominic, — eu disse, com um suspiro. — Eu sei o que você vai dizer. Eu sei que você vai-me dizer que haverá viagens de negócios mais longas, e pedir desculpas porque não é isso que me inscrevi, mas eu realmente preciso de algum tempo para mim esta noite. Eu estou bem com isso, vamos discutir os detalhes quando eu voltar. — Estou levando Tilly para Nova York. Inclinei a cabeça para um lado, esperando o final da piada. Ele não veio. O rosto de Dominic permaneceu sério, e eu disse: — O que você está falando? Ele respirou fundo, entrando no meu quarto. — Me foi oferecido um emprego. Bem, mais como uma promoção, realmente, e é muito mais dinheiro. Mas... é em Nova York. — Nova York, — eu repeti incapaz de reunir um único pensamento coerente. — Nova York. — Yeah. Você sabe a cidade que nunca dorme. — Mas você... eu... Bem, parabéns, mas... Eu estava perigosamente perto de me dar um tapa no rosto para me tirar do meu estupor e parar de gaguejar como um CD riscado. — Eu sei que isso é grande, — Dominic disse: — Eu não queria deixar cair em você desse jeito, mas eu pretendia dizer-lhe neste fim de semana, e eu não queria manter de você por mais tempo. — Por mais tempo? Há quanto tempo você sabe? — Eu recebi a oferta em março. — Março, — eu botei. — É o maldito fim de julho agora! — O trabalho começa no início de outubro, e nós vamos ir em meados de setembro. Eu queria dar-lhe algum tempo para começar a procurar um novo emprego, e meu chefe está feliz que eu não faça viagens de negócios para ficar com Tilly, se você encontrar um lugar que precisa de você para começar imediatamente. Então, eu estava perdendo o meu trabalho e minha casa, em menos de dois meses, e ele sabia desde março. E eu deveria ser grata pelo aviso ―prévio‖? Coloquei a alça da minha bolsa para cima e joguei por cima do meu ombro. — Isso é tudo? — Sim, mas você não quer falar sobre isso um pouco mais? Ele olhou para o meu pé se contorcendo no meu sapato, ansiosa para sair e eu disse: — Não. Eu não quero. Sem outra palavra, eu casualmente passei por ele, fiz uma rápida parada no quarto de Tilly para lhe dar um abraço de despedida, então acelerei para fora do apartamento para começar a minha caminhada para Erica. Capítulo 2 Erica viu o estresse no meu rosto assim que eu entrei no seu apartamento. Obviamente, o plano era para eu a consolar sobre sua ultima falha de relacionamento, mas ela rapidamente empurrou os lenços que tinha deixado postos ao redor para o efeito dramático para um lado quando viu o vapor ondulando dos meus ouvidos. — Que diabos aconteceu com você? — Ela perguntou quando eu deixei cair minha bolsa para baixo e me lancei em seu sofá. — Você não costuma ficar assim quando você sabe que há curtição a ser feita. Erica já estava pronta para ir. Ela entrou em seu LBD1 favorito, cheia de maquiagem, e seu cabelo loiro foi esticado até à perfeição. — Dom. — eu disse. — Dom aconteceu. Ele só dançou de volta para o apartamento para me dizer que ele e Tilly estão se mudando para Nova York em setembro. Os olhos verdes de Erica ampliaram de uma forma quase cômica. — Como... para sempre? — Sim. 1 Little Black Dress – Vestidinho Preto — Então, onde isso deixa você? — Fodida. — Você não quer ir com eles? Seria incrível para viver em Nova York! Meus pensamentos paralisaram. Por que ele não me pediu para ir com eles? Eu estava cuidando de Tilly por três anos. Ela nunca tinha conhecido outra mulher. O resto de sua família - o resto de ambas as nossas famílias - vivia em Devon, e sua mãe... bem, ninguém sabia onde diabos estava. Os Hartley tinham se mudado para a casa ao lado dos meus pais quando eu estava ausente na Uni. Eu só encontrei a esposa de Dominic, Hayley, uma ou duas vezes porque no momento em que deixei Uni, ela fugiu com um cara que ela conheceu no trabalho. Ela não tinha feito qualquer tentativa de contato com a filha em mais de quatro anos. — Oh, — disse Erica, notando minha expressão. — Eu vejo. Bem, isso é apenas rude. Será que ele não lhe dá qualquer explicação? Rolei sobre minhas costas com um suspiro. — Eu não lhe dei muita chance para explicar qualquer coisa. Eu só queria sair de lá. — Bem, talvez antes de queimar um fusível, você devesse ouvir o que ele tem a dizer. — Eu não quero ouvir isso. — eu disse a ela. — Ainda não. Eu preciso de algum tempo para me acalmar e deixar tudo afundar. E com isso quero dizer, eu preciso ficar bêbada e pular por aí com um bando de estranhos suados. E nós precisamos te encontrar um novo namorado! Erica revirou os olhos. — Eu provavelmente devia superar o último em primeiro lugar. — Provavelmente, — eu concordei. — Sem chance de tê-lo de volta? — Eu não penso assim. Ele disse que eu sou muito obsessiva, mas eu não sou não é? Quero dizer, eu liguei para ele algumas vezes por dia, para organizar um terceiro encontro, mas eu não acho que eu estava obsessiva. O que você acha? Eu ri. — Você não aprendeu que os homens não gostam de ser chamados doze vezes por dia? — Tudo bem, — disse ela, o assunto com naturalidade: — Eu definitivamente liguei menos de doze vezes, e o que eu deveria fazer? Esperar em torno dele? Eu sei que há todos esses livros idiotas de autoajuda de namoro que dizem que você tem que se segurar manter um pouco de mistério, mas foda-se isso! O que há de errado com a menina pedindo um encontro? — Absolutamente nada, — disse ela, sentando-se. — Mas talvez você deva tentar... esperar. Ou, pelo menos, ligar menos. Ela deu de ombros, como se dissesse: 'Por que mudar o hábito de uma vida?' e eu ri mais. — Erica, não há esperança para você. — Eu sei, — ela gemeu. — Eu vou morrer sozinha! Eu me levantei e coloquei minhas mãos em seus ombros. — Você é muito linda para que isso aconteça. Agora, pratique o seu sorriso enquanto eu vou me trocar! **** A vida noturna decente mais próxima estava em Kingston-UponThames, um passeio de 15 minutos de táxi de Esher. Falar sobre a vida amorosa de Erica durante o jantar ajudou a tirar a minha mente dos meus próprios problemas por um tempo, mas eu não conseguia me livrar completamente do nó de aborrecimento que tinha se amarrado dentro de mim. No momento em que chegamos à boate, eu estava desesperada para começar a atirar cocktails pelo meu pescoço. Dominic tinha tentado me ligar sete vezes desde que saí do apartamento, e todas às vezes, eu tinha ignorado. Eu não queria o som de sua voz na minha cabeça à noite toda. **** Nós só tínhamos estado no clube por uma hora antes de Erica encontrar uma nova cara para se anexar. Eu assisti de meu local no bar quando o belo estranho enrolou-se em torno dela na pista de dança. Ela nunca levava muito tempo para encontrar alguém. Sua fé inabalável no amor verdadeiro tanto me divertia e me inspirava, embora honestamente, eu não tinha olhado para qualquer coisa séria desde... Bem... Nunca. Eu tive namorados e mágoas durante a faculdade e universidade, mas eu nunca tinha sido o tipo de garota que precisava de um homem na minha vida. Nos últimos anos, eu realmente não tinha tido tempo para namoro porque Tilly tinha sido o meu foco. O nó no estômago apertou quando eu pensava nela. Deus, eu amava aquela menina. Ela roubou meu coração desde o primeiro momento que a conheci, e vê-la crescer em uma bela garota, tão bondosa tinha sido nada mais que um prazer. Um caroço inesperado subiu na minha garganta com a perspectiva de perdê-la, mas uma nova onda de raiva logo empurrou para o lado. Dominic não pode ter pensado na sua decisão corretamente, ou ele teria visto o grande erro que era. Tilly poderia ser atrevida às vezes, mas na maioria das vezes, ela era tímida, especialmente em torno de novas pessoas. Seria duplamente difícil para ela se Dominic saísse em viagem de negócios, e ela teria alguém estranho cuidando dela. — Bem, boa noite, Madison. A voz rouca no meu ouvido fez minha irritação derreter, e eu me virei, sorrindo. — Neil. É bom te ver. — Eu não sabia que você estaria fora hoje à noite, você devia ter ligado. Era um sinal de quão estressada eu tinha estado. Qualquer outra noite que eu sabia que estaria em Kingston, Neil estava sempre em primeiro lugar na minha lista de chamada. Um amigo de Erica, que eu encontrei há seis meses, quando ela me convidou para comemorar seu aniversário com ela e seus amigos. A atração foi instantânea. Eu não podia resistir ao seu cabelo escuro, olhos escuros... e seus músculos? Uau. Nós nunca tivemos algo sério, mas tínhamos um acordo tácito que iríamos ligar sempre que podíamos. Parecia um bom negócio para mim. Tínhamos um ótimo sexo, e não precisava me preocupar com as brincadeiras. Ele não era tão frio quanto parecia, na verdade, eu amava a familiaridade de estar com ele. Nenhum de nós quis nada mais sério. — Sinto muito, — eu disse, genuinamente. — Há muita coisa acontecendo no meu mundo no momento, e eu só consegui escapar esta noite. — Estou feliz que você conseguiu, — disse ele, apertando-se em um espaço entre mim e as hordas sedentas que cercam o bar. — Você está linda. Eu tinha ido para um look retro um pouco atípico, pelo menos com o meu vestido. Era estilo dos anos cinquenta, com o tipo de corte que se molda a cada curva. O decote era baixo e quadrado, mas eu o uni com acessórios modernos para criar uma interessante mistura de velho e novo. — Obrigada, — eu disse. — Eu não tive muita chance de me arrumar ultimamente, então eu pensei que eu iria fazer um esforço. — Em nome de mim mesmo, e aquele cara lá que está olhando para as suas pernas nos últimos cinco minutos, eu quero dizer que o esforço definitivamente valeu a pena. Seguindo o olhar de Neil, notei um jovem rapaz, provavelmente não mais de dezoito anos, verificando a metade inferior do meu corpo com a aprovação. Quando eu encontrei seu olhar, seu rosto ficou vermelho e ele rapidamente se virou. — Você o envergonhou! — Neil riu. — Ele não estava sendo muito sutil! — Não. Mas eu não o culpo por olhar. Ele deslizou a mão na minha cintura, e me puxou para mais perto dele. — O que você acha de sair daqui e voltar para o meu lugar? Eu ri baixinho. — Mais tarde, — eu disse a ele. — Definitivamente mais tarde. Seu sorriso fez minhas pernas se fecharem, mas quando ele se inclinou para me beijar, eu senti uma vibração contra o meu quadril. — Deus, eu espero que seja o seu telefone, — disse ele, me fazendo rir de novo. — É. Esperando que fosse Dominic novamente, eu puxei meu celular da minha bolsa para rejeitar a chamada, apenas para descobrir que eu tinha uma mensagem de voz. Ouça-a mais tarde. Você está se divertindo agora. Este não é o lugar para estar pensando em trabalho. Mas eu não podia ignorá-la. Eu tinha que saber o que Dominic queria. Uma vez que eu tivesse feito, eu planejava desligar a maldita coisa para que eu pudesse continuar com a minha noite em paz. Eu dei a Neil um rápido beijo na bochecha. — Eu já volto. Na entrada do clube, longe da música alta, eu pressionei play no correio de voz, à espera de ouvir a voz de Dominic. Em vez disso, eu ouvi um som de fungado abafado. Depois de alguns segundos, a voz de Tilly falou: — Madison? Madison? Papai disse que estamos nos mudando para longe, mas eu não quero ir. Você tem que dizer a ele que eu não posso ir. Você tem que dizer. — Sua voz deu lugar a um profundo, soluço de partir o coração até que seu tempo acabou e ela foi cortada. Tilly havia memorizado o meu número para emergências. Para ela, isso definitivamente qualificava como emergência. Ele disse a ela? Logo antes de deitar, quando não havia nenhuma maneira que ela adormeceria sabendo da notícia? Olhei para o bar onde Neil pediu uma bebida para si, enquanto esperava, mas eu sabia que eu não podia ficar. Eu tinha que ir para casa, para confortar Tilly e tentar encontrar uma maneira de aliviar seus temores. Colocando meu telefone de volta na minha bolsa, eu fui para Neil, que me cumprimentou com um sorriso. — Tudo bem? Eu balancei minha cabeça. — Eu tenho que ir. Tilly precisa de mim em casa. Ele balançou a cabeça em compreensão, mesmo que ele parecesse um pouco desapontado. — Ok, mas me ligue em breve. Devemos ficar juntos algum dia. — Eu adoraria, — eu disse a ele. Dei-lhe um abraço. — Eu vou chamá-lo no fim de semana, eu prometo. Mesmo apenas aqueles poucos minutos com Neil tinha sido suficientes para me lembrar por que eu adorava estar com ele. Ele era fácil de falar, e tão malditamente lindo. Mas Tilly era mais importante, e depois de dizer a Erica que eu tinha que ir, eu pulei no táxi mais próximo para ir para casa. **** — Querida, acalme-se, por favor, — Eu ouvi Dominic dizer quando escorreguei pela porta da frente. Mesmo que seu quarto estivesse a alguns metros, eu podia ouvir os enormes soluços trêmulos de Tilly e eu deixei cair minha bolsa no chão no corredor, tirei meus saltos, e corri para seu quarto. Dominic estava à beira da cama de Tilly, e ela estava de costas para ele, chorando enquanto ele tentava acalmá-la. — Oi, — eu disse, fazendo com que ambos saltassem. Tilly saltou de debaixo das cobertas e pulou em meus braços, sem dizer nada, apenas chorando no meu ombro. Segurei-a com força, quando Dominic levantou-se. — Você voltou. — Sim. Você sabia que Tilly me ligou? Confusão atravessou seu rosto. — Como? Eu... Oh. Ela me pediu para trazer um pouco de água a cerca de quarenta minutos. Eu acho que ela fez isso então. Estou feliz que você veio, eu não sei como acalmá-la. Claro que não. Você nunca está aqui tempo suficiente para saber. Dizendo-lhe para me deixar lidar com Tilly teria sido a coisa fácil de fazer, mas ele precisava estar lá para ela também. Mandá-lo embora só serviria para criar outra diferença entre eles, e isso era a última coisa que eu queria. Eu carreguei Tilly voltar para a cama, sentando e cobrindo-a com seu edredom. Seu rosto estava coberto de lágrimas, e ela fungou tentando se acalmar. — Dom, você poderia pegar alguns lenços, por favor? — eu perguntei. Eu poderia lidar com um monte de coisas nojentas, mas ranho de criança não era uma delas. Dominic assentiu antes de sair da sala, e eu estendi a mão para a mão de Tilly. — Eu não quero ir embora, — disse ela, com a cabeça abaixada. — Eu não quero. — Eu sei querida. Mas seu pai tem um novo emprego. — Ele já teve um novo emprego antes, mas não tivemos que ir embora. Tilly entendia o suficiente sobre o trabalho de Dominic para saber que ele mudou algumas vezes, mas ela não tinha a compreensão de quão bem ele tinha feito. Ele trabalhou como analista de negócios para uma empresa financeira global, e ele subiu na hierarquia em alta velocidade devido a sua incrível dedicação. Cada promoção significava que ele poderia prover melhor para sua filha, mas também significava que ele passava menos tempo com ela. Nem Tilly, nem eu tínhamos ideia se Nova Iorque iria realmente dar-lhe de volta seu pai, mas nós duas estávamos unidas em uma coisa. Nenhuma de nós queria ir. — Este é um trabalho diferente, — eu expliquei. — Isso significa que o papai vai receber mais dinheiro. — Eu não me importo com o dinheiro, eu quero ficar com você! Dizendo-lhe que queria isso também só a teria feito mais chateada com Dominic. Em vez disso, eu a puxei para os meus braços novamente e acariciei seus cabelos. Dominic voltou, entregando-me a caixa de lenços, e eu arranquei alguns fora, em seguida, coloquei Tilly um pouco longe de mim para que eu pudesse limpar o nariz e secar seus olhos. Seus olhos eram impressionantes. O mesmo tom exato do azul como seu pai, mas com cílios mais longos. Ao vê-los brilhar com lágrimas esfaqueava em minha alma, me fazendo ter vontade de chorar com ela. — Sabe o que eu acho? — Eu perguntei, inclinando o queixo de Tilly para cima um pouco, e dando-lhe um sorriso. — O quê? — Eu acho que você deve dar um abraço no papai, então vamos ler uma história antes de dormir até que você caia no sono. — Mas o que dizer sobre ir embora? Eu quero que o papai diga que não vamos! — Eu prometo que nós vamos falar sobre isso amanhã. Todo mundo está cansado agora, mas amanhã podemos falar sobre isso corretamente. Juntos. Lentamente, Tilly assentiu. — Você pode fazer o papai mudar de ideia? — ela sussurrou, como se ela esperasse que ele não pudesse ouvi-la. — Eu não posso fazer isso, querida. Eu não posso. Mas eu prometo que você vai ter a chance de dizer a ele como se sente. Mas você precisa de um pouco de descanso primeiro, ok? Ela assentiu com a cabeça novamente, e eu disse: — Dê um abraço no papai. Tilly olhou para ele como se ele fosse o diabo, então suspirou. Somente quando a hostilidade tinha ido, Dominic a alcançou. — Eu te amo, — disse ele, gentilmente. — Eu também te amo. Tilly deitou na cama, e Dominic a cobriu, enquanto eu procurei no chão coberto de brinquedo, para localizar seu macaco de brinquedo, Mungo - que ela não podia dormir sem. Ele deve ter sido jogado fora durante a sua birra, e eu encontrei-o no telhado da casa de sua boneca. Foi outra meia hora antes que ela finalmente caísse no sono, comigo e Dominic ao seu lado, revezando para ler um de seus livros favoritos. Eu estava quebrada no momento em que terminamos, e eu rapidamente me retirei para a cozinha em busca de algo alcoólico para tomar. Cerca de mil perguntas surgiram na minha cabeça pela noite, e eu sabia que se eu não conseguisse pelo menos algumas delas, eu nunca iria conseguir dormir. Além disso, se eu estava indo honrar minha promessa com Tilly, eu precisava ter alguma ideia de quais eram os planos de Dominic, em ordem a ajudá-lo a fazer a transição para Nova York mais fácil para ela. Eu localizei uma garrafa de cerveja na geladeira, e não perdi tempo estalando a tampa fora e tomando um gole. — Obrigado, Madison. Dominic estava no batente da porta, seu cabelo uma bagunça, provavelmente por ele passar os dedos frustrados. Seu rosto parecia torcido, de uma forma que só acontece depois de um dia estressante. É melhor ele se acostumar com isso. — Eu realmente não voltei por você. — eu disse a ele, com mais honestidade do que eu pretendia. — Eu sei. Mas eu ainda aprecio isso. — Bem, você é bem-vindo. Você quer uma cerveja? Ele balançou a cabeça. — Eu já tive uma. Melhor manter a cabeça limpa no caso de Tilly acorde de novo. Tomei outro gole, e Dominic disse: — Foi bom você dizer a Tilly que vamos falar sobre New York amanhã. Vai ajudá-la a dormir. Mas você sabe que não vai mudar nada, não é? — Eu sei? Você não vai ouvir o que ela tem a dizer? — É claro que eu vou. Mas eu não posso deixar as decisões de mudança de vida para minha filha de cinco anos de idade. — Sua idade é irrelevante. Seus sentimentos que importam. — Eu não estou dizendo que eles não importam. Só estou dizendo que isso vai acontecer. Os planos foram feitos, eu comprei um apartamento, eu encontrei uma escola para ela. Tudo o que precisamos fazer é fazer a mudança. A raiva começou a crescer em mim novamente. Todo o planejamento feito em silêncio. Nem uma palavra para mim, nem mesmo um sinal de que algo grande estava para acontecer. Ele chegava em casa todo fim de semana e agia como se tudo estivesse a mesma coisa, quando na realidade, ele estava se preparando para transformar a vida de Tilly de cabeça para baixo por meses. — Se você tem algo a dizer, eu sugiro que você diga. — disse Dominic. Usávamos expressões correspondentes de aborrecimento, como se minha própria irritação estivesse sendo refletida nele, saltando entre nós como um globo de luz. — Oh, eu tenho muito o que dizer, — Eu disse a ele, batendo a minha garrafa no balcão, — Iniciando com, por que você escondeu isso por tanto tempo? Por que você não me disse, mesmo que você não estivesse pronto para dizer para Tilly? — Porque eu não queria te dizer que você pode perder o seu emprego até que eu soubesse o que ia realmente acontecer. — Você devia ter sabido antes. Isso não apenas apareceu nas últimas semanas. — Não, — ele admitiu. — Ele não o fez. E você está certa, eu deveria ter dito mais cedo. Mas eu não... Eu não soube como. Hoje, eu só precisava falar, porque arrastar isso por todo esse tempo não era justo, para nenhum de nós. Maldito. Ele me fez sentir mal por ele em vez de dar-me uma razão para liberar a minha raiva. Não se sinta muito triste por ele. Ele ainda tem muito que explicar. — O que vai acontecer quando você chegar lá? — eu perguntei. — Quem vai cuidar de Tilly, enquanto você está no trabalho? — Eu vou contratar outra babá. — Será que você ainda tem que ir embora o tempo todo, ou estar em Nova York significa que você não terá que ir embora tanto? — Eu ainda vou precisar viajar, principalmente na América, no entanto. — Ah, então você está arrastando-a para fazer a sua própria vida mais fácil. Dominic olhou por cima do ombro, pelo corredor em direção ao quarto de Tilly, em seguida, fechou a porta da cozinha. — Isso não é justo, — disse ele. — Eu estou fazendo isso para que ambas as nossas vidas sejam mais fáceis. Eu não vou ficar longe por tanto tempo, ou tantas vezes. Isso significa que eu vou começar a passar mais tempo com ela do que eu faço agora. — Sim, talvez no começo! Mas, assim como quando nos mudamos para cá, você vai acabar trabalhando mais horas de novo, indo embora mais e mais, e ela não vai ter ninguém! — Ela ainda vai ter a mim! E ela vai ter alguém novo cuidando dela. Outra facada me bateu, no peito, desta vez, enquanto eu imaginava alguém a pegando na escola e ouvindo sobre seu dia. Alguém diferente estaria lá para enxugar as lágrimas, e a protegeria dos pesadelos. Levou o fôlego de dentro de mim, e eu cai sobre um tamborete, descansando meu braço sobre o balcão para sustentar minha cabeça. — Por que você não me pediu para ir? — eu perguntei, com voz fraca. Dominic abriu e fechou a boca algumas vezes, tornando-se óbvio que nem tinha passado pela sua cabeça. Eu estava cuidando de sua filha por três anos, e isso não lhe ocorreu que eu poderia ser capaz de fazer a coisa toda mais suave para os dois. — Madison, eu... — O quê? Eu não sou boa o suficiente para cuidar dela mais? Eu não fiz o suficiente, eu não tenho mantido este plano perfeito para você, e fiz tudo por Tilly cada vez que você foi embora? — Não, não é isso. Deus, você foi incrível, você tomou conta de tudo, e Tilly te ama, mas eu nem sequer pensei em pedir-lhe para ir para Nova York. Não por nós. Não seria justo. — Talvez você devesse se preocupar mais com o que é justo para Tilly do que para mim. Você ainda pode mudar ela para fora do país sem a permissão de sua mãe? Eu sei que ela não está qualquer parte da vida de Tilly, mas... — Eu a encontrei, — interrompeu Dominic. Parei meu divagar e me sentei em linha reta. — Você encontrou? Ele acenou com a cabeça. — Se eu estou fazendo este movimento, eu quero fazer isso direito. Falei com o meu advogado, ele a encontrou, e eu me encontrei com ela. — Jesus Cristo, — eu disse, pulando do banco, e começando a andar. Minha cabeça nadou com todas as revelações. — Antes de você terminar de explicar este episódio de ―A Vida Secreta de Dominic Hartley‖, há mais alguma coisa que você está escondendo? — Não. E eu não lhe disse pela mesma razão pela qual eu não lhe disse tudo. Não era o momento certo. — Você falou com alguém sobre isso? Sua mãe, seu irmão? — Não. Eu lidei com isso por conta própria. Se eu não estivesse tão longe, do outro lado da sala, eu o teria esbofeteado. Duro. Por que ele acha que ele tinha que fazer tudo sozinho? — O que aconteceu quando você a viu? — Perguntei. — Bem, eu dirigi até Manchester, onde mora, e fomos para um café. Eu disse a ela sobre o novo trabalho, e ela disse que estava feliz por a gente ir. — Será que ela chegou a perguntar sobre Tilly? — Não. Tentei dizer a ela, mas ela não estava interessada. Ela teve outro filho. Ela deixou claro que ela não quer nada com Tilly agora que ela tem a sua nova família. Enjoo bateu no meu estômago com a ideia de uma mãe ser tão completamente indiferente com a sua própria filha. Tilly merecia muito melhor. A mandíbula de Dominic ficou tensa do jeito que sempre fazia quando ele estava chateado ou com raiva. Eu tinha certeza que ele estava mais puto do que chateado. Seu luto para o seu casamento terminou há muito tempo, mas nunca parou de doer por Tilly porque ela tinha sido negada uma mãe. — Sinto muito, — eu disse. — Que ela não se importe, eu quero dizer. Ele acenou com a cabeça. — Eu também. A boa notícia é que vêla significava que poderia finalmente ter o divórcio resolvido. Outra coisa que está sendo cuidado. O ciclo de fiação de emoções me fez cansada. Estar enfurecida realmente levava tudo de você, mas quando você joga a tristeza, arrependimento, medo e confusão, é demais. Eu tinha acordado naquela manhã, animada porque eu tinha um fim de semana diante de mim que prometia ser cheio de risos e de bebida. Menos de vinte e quatro horas mais tarde, o meu coração estava pesado, pois tudo o que eu conhecia estava prestes a me ser tirado. — Eu preciso ir para a cama, — eu disse. — Ainda há muito que conversar. — Você provavelmente está certo, mas eu não posso. — Por favor, — disse ele. — Eu não quero deixar as coisas dessa maneira. — Que maneira? — Não saber o que você pensa. Sem saber se posso contar com você para estar aqui até sairmos. — Você honestamente acha que eu iria deixar Tilly um segundo mais cedo do que eu preciso? Eu não vou a lugar nenhum. E, quanto ao que eu acho... você sabe disso. — Você acha que eu sou egoísta, — disse Dominic. — Você acha que eu estou fazendo tudo isso por mim mesmo. — Eu acho que você coloca a sua necessidade de ser bem sucedido à frente das necessidades de Tilly. E eu acho que é injusto de você. — Como você pode não ver que eu estou fazendo isso por ela? — Ele estalou. — Para que eu possa passar mais tempo com ela, para que eu possa dar ao luxo de dar a ela tudo o que ela quer! — Tudo o que ela quer está aqui! — Eu disse, jogando meus braços e girando em círculo para marcar o meu ponto. — É aqui mesmo neste apartamento, agora! — Eu não posso ficar aqui o tempo todo. — Você pode, se você parar de pensar sobre o seu enorme pacote de salário! Você ganha mais do que o suficiente para viver confortavelmente agora. Você ganhou mais do que suficiente para isso antes de sua última promoção, mas em vez disso, você a pegou e você está perdendo tudo. Cada pequena conquista que Tilly já teve passou por você. Você ainda perdeu noite de pais! Você deveria ter visto-a trabalhar sozinha, e ouvir o professor elogiando o quão longe ela chegou no ano passado! Você ainda vai estar aqui para o aniversário dela em algumas semanas, ou isso é mais um marco que vai sacrificar? — Eu vou estar aqui, — disse ele, com os dentes cerrados. — Mas não empurre isso. Se você quiser ficar com raiva de mim, tudo bem, mas nunca questione o quanto eu amo minha filha. — Eu não questiono isso por um segundo, Dom. Eu não. Mas você tem que ver quanto dano esse movimento poderia fazer com ela. Você está levando-a de tudo o que ela conhece. E eu ainda não vejo uma boa razão para isso. — Isso não está em debate, Madison, está acontecendo! Ela é minha filha, não sua! — Anotado, — eu disse, tentando manter um controle firme sobre o meu temperamento. — Eu vou sair do seu caminho na parte da manhã para que você possa conversar com ela sobre a mudança. Você precisa fazer isso sem os empregados ficando no caminho. — Jesus, Madison! — Dominic retrucou, praticamente voando pela cozinha para ficar na minha frente. — Eu preciso de seu apoio! Eu preciso saber que você vai me apoiar, e que você não vai estar enchendo a cabeça dela com veneno, enquanto eu não estou aqui! A cegueira, a raiva queimando subiu pelas minhas veias. Tilly não poderia ter sido da minha própria carne e sangue, mas eu teria feito qualquer coisa, qualquer coisa, para ela, o que era muito mais do que poderia ser dito de sua mãe. Talvez as minhas palavras houvessem cruzado os limites empregador/empregado, mas eu nunca sequer sonhei em tentar virar Tilly contra seu pai. — Você realmente sabe tão pouco a meu respeito? — Eu cuspi. — Se você acha que eu seria capaz de fazer isso, se você pensar por um segundo que eu faria qualquer coisa para ferir qualquer um de vocês, eu posso também ir agora! Ele não respondeu, e eu balancei a cabeça, sabendo que tudo que iríamos fazer se eu ficasse ali era andar em círculos. Eu tive o suficiente. Eu tentei empurrá-lo de lado para que eu pudesse chegar até a porta, mas ele se recusou a ceder. Empurrei com mais força, tentando usar a minha raiva para empurrá-lo para fora do caminho. Sua resposta foi agarrar o topo dos meus braços até que eu parei de lutar, olhando em seus olhos. Seus lábios esmagaram contra os meus. Nenhum aviso. Nenhuma suave inclinação. Um minuto, estávamos separados, o seguinte, eu estava trancada em um beijo que eu não esperava. Eu congelei apenas por um segundo antes de ceder, meu corpo mudando de tremendo de raiva, a tremer com algo completamente diferente. Uma de suas mãos deslizou por cima do meu braço para minha nuca, o outro caiu na minha cintura, seus dedos me queimando através do material fino do meu vestido. Instável, eu segurava a sua camisa, esperando que me segurasse bastante até que eu estar pronta para tocá-lo. Bem, isso é completamente antiético. Eu não me importava. Foi melhor do que gritar. Eu nunca tinha odiado e querido alguém tanto assim na minha vida. Meus dedos torceram o tecido de sua camisa, juntando em minhas mãos enquanto sua língua encontrou o seu caminho em minha boca. Ele se esticou por trás dele, suas unhas arranhando contra a porta de madeira até que encontrou a maçaneta. Balançando-a aberta, nós tropeçamos através dela e nos arrastamos ao longo do corredor até seu quarto, entrelaçados em um beijo movidos a desespero. Na privacidade do quarto de Dominic, eu levantei sua camiseta para correr minhas mãos por suas costas, e ele se afastou de mim por apenas um segundo para puxar a camisa sobre a cabeça. Não era a primeira vez que eu o vi sem camisa, mas parecia como a primeira vez. Eu não tive tempo para parar e admirar a vista, eu precisava tocá-lo, saboreá-lo. Minha boca dançou ao longo de seus ombros largos, mordiscando, mordendo. A frieza refrescante me batendo, o som do zíper do meu vestido ecoando em meus ouvidos, e ele puxou-o para baixo, deixando-o cair no chão. O resto de nossas roupas rapidamente seguiram, e caímos de costas na cama, respirando pesadamente, corações batendo. Estávamos prontos, mais do que prontos, mas Dominic me fez esperar, arrastando beijos no meu pescoço para os meus seios, onde ele me pagou em espécie por usar meus dentes. Minha respiração tornou-se superficial, e eu fechei os olhos, concentrando-me duramente em manter gemido selvagem que ameaçava explodir para fora de mim. A mistura de pequenas mordidas afiadas e beijos suaves me deixaram louca, e eu passei os dedos pelos cabelos já despenteados, puxando-o para mim para que eu pudesse sentir seus lábios nos meus novamente. Pela segunda vez, ele me soltou com uma mão, enquanto segurava-me com a outra, e estendeu a mão para a gaveta em seu armário de cabeceira. Sabendo que ia acontecer em breve me fez beijá-lo mais forte, levantando meus quadris em direção ao seu. Quando ele encontrou o que estava procurando, ele rolou para longe de mim, apenas o tempo suficiente para rasgar o pacote de folha e deslizar o seu conteúdo para a posição. Quando Dominic voltou para cima de mim de novo, sua respiração estava tão rasa quanto a minha, ele parou por um segundo, o primeiro sinal de incerteza em seus olhos. Você tem certeza sobre isso? Meus próprios olhos se arregalaram. É um pouco tarde para perguntar agora! Um pequeno sorriso de compreensão cruzou seus lábios, mas eu conectei a minha perna em volta de seu quadril, forçando-o de volta para o momento. Nenhum de nós poderia esperar, e enquanto ele se movia dentro de mim, rápido, animalesco, o mundo ao meu redor começou a desaparecer. Todos os meus sentidos tornaram-se alerta, elevado, crescendo. Construindo, até que fogo rasgou através de mim, atirando para fora ondas de prazer que rolaram e caíram através de cada parte do meu corpo. Eu não conseguia parar de chamar seu nome. Parecia distante, como se as palavras não estivessem realmente vindo da minha própria boca, e logo após, ele soltou um gemido alto antes de cair em cima de mim, nós dois encharcados de suor. Capítulo 3 Olhei para o teto, incapaz de me mover, esperando pela alta póssexo-raivoso aparecer. Meu corpo ainda estava formigando, e fora de mim, eu podia ouvir que Dominic ainda não tinha muito recuperado sua respiração. A alta não veio. Em vez disso, eu me senti em pânico. Se eu não pudesse ainda sentir seu peso em cima de mim, e as pequenas marcas de mordida na minha pele, eu poderia ter me convencido de que eu tinha acabado de ter um sonho particularmente sujo. Nua, esparramada na cama de Dominic, eu me senti exposta, mas eu não queria me mover ainda. Tentei enganar-me a pensar que se eu não me movesse, ele esqueceria que eu estava lá. Talvez ele adormeceria e eu poderia rastejar para fora, fingir que nada aconteceu. Oh, isso aconteceu. Depois do que pareceu uma eternidade, Dominic finalmente se levantou, e foi para seu banheiro da suíte. Como ele poderia não dizer nada? Será que ele estava realmente planejando entrar em negação? Eu o conhecia melhor do que isso. Eu sabia que ele estaria se sentindo tão estranho quanto eu, e após a briga que tivemos, eu não tinha ideia de como nós deveríamos ter uma relação ―normal‖ de trabalho novamente. Lentamente, eu me sentei, minha cabeça girando um pouco. Suponho que era de se esperar, após a experiência sexual mais intensa da minha vida, mas eu precisava chegar ao meu próprio quarto, tomar banho, e tentar dormir antes de enfrentar Dominic novamente. Eu coloquei meu vestido, para que eu não tivesse que andar pelo corredor nua, e rapidamente peguei meu sutiã e calcinha. Deus, isso poderia ficar mais embaraçoso? No banheiro da minha suíte, tirei-o novamente e liguei o chuveiro, deixando que a água quente lavasse Dominic da minha pele. Eu realmente o mordi? Eu não poderia evitar. Ele tinha me deixado furiosa. Eu sempre quis fode-lo? Erica me perguntou um milhão de vezes. — Madison, você tem certeza que é apenas a babá? Ele paga um monte de dinheiro para fazer quase nada. Deixando de lado a insinuação descarada que eu era sua puta de fim de semana, eu sempre disse a ela a verdade absoluta. Ele nunca tanto quanto olhou para mim de forma inadequada, imagine algo mais. E eu sempre o vi como... bem, eu sabia que ele não era ruim de se ver, mas para mim, ele era o pai de Tilly. Um empregador, talvez até mesmo um amigo. Eu nunca tinha analisado antes. Nunca precisei. Oh Deus. Sentindo-me um pouco mais humana, saí do chuveiro e enrolei uma toalha na cabeça para secar meu cabelo, e outro ao redor do meu corpo. Eu não esperava ver Dominic sentado na beira da minha cama. Ele colocou sua calça jeans de volta, mas não se preocupou com uma camisa. Não havia muito ponto a ser modesto, mas quando ele me viu sair do banheiro com apenas uma toalha para a roupa, ele se levantou. — Merda, desculpe, — disse ele. — Eu saio. — Não. Está tudo bem, — eu disse a ele, já que ele foi para a porta. Não estava realmente bem. Na verdade, tudo parecia estranho, como se todo o equilíbrio do universo tivesse sido alterado. Eu fiquei presa ao chão. Esperando. Os olhos de Dominic focados em um ponto no tapete perto dos meus pés, incapaz de encontrar os meus olhos, presumivelmente enquanto algumas palavras formavam em sua cabeça. Concentrei-me, em vez de me embaraçar, em seu peito que subia e descia lentamente. Deixei marcas de dentes! — Você acha que é possível para nós colocarmos... aquilo... para trás? — ele perguntou. — Eu... foi... — Ele balançou a cabeça como se quisesse limpá-la. — Eu sou completamente responsável pelo que aconteceu, e eu sinto como se eu... — O quê? Aproveitou-se de mim? — Sim. — Você realmente acha que eu sou incapaz de tomar decisões por mim mesma? Ou que eu sou uma virgem cuja inocência você roubou? A verdade é que nós aproveitamos um do outro. Nós discutimos, nós nos empolgamos, e agora... estamos aqui. Ele finalmente levantou a cabeça, movendo o olhar dos meus pés na minha cara. — Sinto muito, — disse ele. — Eu só não quero que você pense que eu estou... Eu não sei o que aconteceu, eu... — Você não precisa explicar, — eu interrompi. Especialmente se vai terminar com você, inadvertidamente, me insultando. Se o sexo significava alguma coisa ou não, nunca é bom ouvir que você foi um erro. — Eu não acho que você é algum tipo de depravado em segredo, eu só acho que as coisas foram mais longe do que queríamos, e agora, você está certo, temos que deixar para trás. O segundo que as palavras saíram da minha boca, um arrepio percorreu-me. Como se eu estivesse dizendo adeus a algo que eu realmente não tinha me acostumado ainda. Foi provavelmente o melhor. Discutir uma rapidinha com o chefe não iria fazer o meu trabalho mais fácil. — Obrigado, — disse ele. — Eu acho que nós dois precisamos nos esfriar antes de amanhã. As coisas que dissemos antes... eu não sei o quanto a gente realmente quis dizer, mas eu preciso de sua ajuda com Tilly. Você vai sair com a gente amanhã? Assim, podemos conversar. — Yeah. Eu vou. Dominic se virou para sair, de cabeça baixa, perdida em pensamentos. — Dom? Ele parou, olhando por cima do ombro para mim. — Eu nunca duvidei o quanto você ama Tilly, — eu disse a ele. — Nenhuma única vez. Ele sorriu os olhos brilhando de gratidão. — Boa noite Madison. — Boa noite. **** A noite foi longa e agitada. Devo ter dormido em algum momento, mas a maior parte, eu virava na cama, incapaz de me sentir confortável. Mesmo que eu estivesse exausta, a minha mente não me deixava descansar. Manteve-se expelindo pequenos pedaços da briga que tive com Dominic, intercalados com flashes de eu rasgando suas roupas e ele me beijando. Fiquei contente quando a manhã chegou. Em um dia normal, eu teria atirado meu roupão sobre o pijama para ir para a cozinha, mas estava longe de ser um dia normal, então eu me vesti no meu jeans e blusa azul de gola alta, e puxei meu cabelo castanho claro em um rabo de cavalo frouxo que pairava sobre o meu ombro antes de ir pegar o café da manhã. Dominic e Tilly estavam conversando na mesa da cozinha. Bem, Dominic estava falando. Tilly respondeu sem entusiasmo fingindo estar ocupada comendo seus Coco Pops2, mas ela se iluminou quando me viu. — Maddi! — Bom dia, Tilly. Ela era a única pessoa no mundo que eu permiti a encurtar o meu nome. Como regra geral, eu fiz-lhe um ponto para corrigir qualquer um que tentou me chamar de ―Maddi‖. Eu sempre pensei que me fez soar... bem... louca3. Liguei a chaleira no meu caminho para a mesa, em seguida, me sentei ao lado de Tilly, que tinha um bigode de chocolate ao leite. Eu balancei a cabeça em diversão e olhei para Dominic, que me deu um sorriso um pouco estranho. — Oi, — eu disse. — Dormiu bem? — Na verdade não. Você? — Também. — Papai. Eu não quero mudar para Nova York. Era como se ela estivesse esperando por mim para que ela pudesse obter essa discussão em movimento. Geralmente, se havia algo perturbando Tilly, ela nunca seria a primeira a falar, preferindo esperar que fosse embora por conta própria. O fato de que ela tinha sido a única a dar o pontapé inicial significava que ela estava muito mais preocupada com a mudança do que eu pensava. 2 3 Um tipo de cereal. Ela está comparando Maddi com Mad, a pronuncia pode ser parecida. — Termine o seu café da manhã, querida, — disse Dominic. — Nós vamos falar sobre isso mais tarde. — Eu não quero esperar até mais tarde. Determinação encheu seus olhos. Eu teria ficado orgulhosa dela, se eu não estivesse tão ansiosa sobre onde isto estava indo. — Eu pensei que nós poderíamos ir ao zoológico em Battersea primeiro. Em seguida almoçar. Tilly balançou a cabeça, seu cabelo loiro batendo em seu rosto. — Sem jardim zoológico. Eu quero falar agora. Dominic me deu um olhar que estava em algum lugar entre, ―Ajude-me”, e ―Você ensinou a minha filha esta atitude?” Para o registro, eu só lhe ensinei a lutar por coisas que eram importantes para ela, e não sair de Londres definitivamente caiu nessa categoria. — Talvez devêssemos fazer isso agora, — eu sugeri. — Acabe logo com isso, então podemos sair e fazer algo divertido. — Tudo bem, — disse Dominic. — O que você quer dizer, Tilly? Enquanto ela começou a explicar, eu calmamente me afastei para me fazer um café. Eu precisava muito dele depois da noite que eu tive, e eu me senti menor no assunto, uma vez que eu tinha deixado à mesa. — Eu não acho que devemos ir para Nova York por que... bem... é muito longe e eu não conheço ninguém que mora lá. E os meus amigos? Eu não vou ser capaz de ver Lucy e Ava e Lily mais. E quando formos Madison não será capaz de ver Erica. Eu congelei, no meio do movimento. Mais uma vez, Dominic olhou para mim, e eu balancei minha cabeça. Se ele queria a mudança, ele poderia ser o único a dizer a verdade. Eu não podia acreditar que ele não tinha mencionado que eu não ia com eles. Ele provavelmente pensou que Tilly poderia preencher os espaços em branco, o que, naturalmente, não podia. Não aos cinco anos de idade. Dominic chegou do outro lado da mesa para a mão de Tilly. — Madison não está vindo com a gente. Seu rosto mudou de determinado, para confuso. — Mas... ela vem em todos os lugares com a gente. Ela vai de férias com a gente, e ela sempre vem quando vamos para o boliche, ou patinar ou para o cinema. Por que ela não pode ir à Nova York? — Porque é muito longe. Não seria justo da minha parte pedir a ela para se mudar para tão longe por nós. Madison trocou seu olhar para mim. — Você não quer cuidar de mim? Seu lábio inferior tremeu seus olhos se enchendo de lágrimas. Quanto mais desconfortável isto vai ficar? Se eu lhe dissesse que não queria, eu estaria mentindo. Se eu lhe dissesse que queria continuar a tomar conta dela, ela iria ficar mais chateada com Dominic por não me pedir para ir com eles. — Claro que eu quero, — eu disse, descansando meu café no balcão e me sentando ao lado dela novamente. — Mas eu não posso. — Então eu não vou, — disse ela, soltando a mão de Dominic. — Eu quero ficar com Madison. Tilly cruzou os braços, como se as palavras dela resolvessem a questão, mas eu descansei minha mão suavemente em seu rosto. — Você não pode ficar comigo, mas eu ainda vou falar com você o tempo todo, e eu posso visitar e... — Não, — ela gritou, empurrando-me para longe. — Eu não vou! Sua cadeira raspou violentamente ao longo do chão e ela pisou fora da cozinha para o quarto onde ela bateu a porta com força suficiente para acordar todo mundo no prédio. — Bem isso poderia ter ido melhor, — eu disse. — Eu sabia que deixá-la falar não ajudaria. Ela é jovem demais para entender por que temos que nos mudar, e você dizendo que ela poderia ter uma palavra a dizer só a fez pensar que poderia mudar minha mente. Engoli minha réplica, optando por buscar o meu café. A conversa não era para mudar a mente de Dominic, supostamente era para tranquilizar Tilly que, independentemente do resultado, seus sentimentos estavam sendo ouvidos. — Será que ela me odeia? — Questionou. Algo em seus olhos me disse que se sentia derrotado, e ouvir a filha dizer que ela prefere ficar com a babá deve ter sido doloroso. — Dominic, isso não vai ser fácil. — Eu disse a ele. — Você não a deu tempo suficiente para se familiarizar com tudo isso, então sim, ela vai ser difícil. Ela vai brigar com você, ela vai odiar você, ela vai fazer qualquer coisa que ela pode fazer para você ficar chateado. Você precisa ouvi-la. Você não pode simplesmente dizer-lhe como as coisas são, e esperar que ela não o desafie. — Portanto, sua solução é deixá-la passar por cima de mim? — Não. Eu só estou dizendo que você precisa ser mais compreensivo. Você teve muito tempo para planejar isso, e ela tem apenas algumas semanas. Deixe-a esfriar por um tempo, em seguida, tente novamente. Leve-a para fora como o planejado, em algum lugar que ela vai estar menos irritada, e pode realmente ouvi-lo. Talvez você vá ver que você não precisa se mudar em tudo. — Você vem com a gente? — Na verdade, — eu disse, com um suspiro, — Eu poderia realmente fazer uma pausa. Acho que vou voltar para Erica como o planejado. Por mais que eu quisesse estar lá para os dois, eu também precisava de um pouco de espaço. Estar em tal proximidade com ele depois da nossa luta e transa improvisada ainda me inquietava. — Ok, — ele respondeu. — Eu vou tentar manter Tilly longe do telefone esta noite, assim você não tem que voltar tão cedo. — Obrigada, — eu disse, com uma pequena risada. — Mas eu posso voltar, se você precisar de mim. — Nós vamos ficar bem, mas obrigado, Madison. Antes de um silêncio desconfortável poder encher a cozinha, peguei meu café e voltei para o meu quarto para ficar pronta para o resto do meu dia Hartley-free.4 4 Livre dos Hartley Capítulo 4 — Oh meu sangrento Deus! Você realmente fez sexo com ele? Considerando que Erica pensou que eu estava dormindo com Dominic, durante anos, sua surpresa me divertiu. Eu tinha flutuado para frente e para trás sobre dizer a ela o dia todo. Até onde eu sabia, quanto menos eu pensasse sobre isso, melhor, mas parecia injusto à nossa amizade não revelar um erro tão épico. Eu esperei até que nós pedimos comida, e estávamos no meio da nossa primeira garrafa de vinho para deixar tudo sair, que não pode ter sido uma jogada inteligente. O choque resultou em sua mão girando os talheres como um louco, e me banhando com arroz frito. — Sim, — confirmei. — Sexo real. Sua nova garfada - desta vez de carne chow mein - deslizou desordenadamente de volta para seu prato quando ela se abriu para mim, de boca aberta. — Mas você sempre insistiu, insistiu que não havia nada entre vocês! Eu sabia! Eu sabia que vocês tinham uma coisa, um para o outro! — Será que você ouve alguma coisa que eu disse? Foi uma coisa de calor do momento, isso é tudo. — Pfft, eu entrei nisso como essa com o meu chefe, mas nunca terminou comigo de costas sobre a mesa com as pernas no ar! — Erica! — O quê? Você já fez algo assim antes com outra pessoa? — Claro que não, mas esta é uma situação única. Eu não acho que eu já senti algo tão fortemente sobre qualquer coisa antes, e as coisas só ficaram fora de controle. Peguei meu copo, pensando que eu deveria ter ficado muito mais bêbada antes de iniciar esta conversa. Erica era uma firme crente de que homens e mulheres não podem ser apenas amigos, e é por isso que ela sempre tinha sido tão certa que Dominic e eu estávamos secretamente fodendo um ao outro. Pelo menos, eu assumi que era a razão. Ela nunca tinha especificado o contrário. Estava em sua natureza para emparelhar duas pessoas do sexo oposto, se vagamente pareciam gostar um do outro. — O que foi? Lentamente, eu engoli minha boca cheia de vinho tinto. Eu propositadamente não tinha pensado sobre essa parte, porque mesmo que eu soubesse - porque tinha estado em minha mente todos os dias - eu também sabia que não importava. Não em comparação com a grande mudança. — Ah, foi ótimo, não foi? — Perguntou ela, e começou a rir. Eu balancei a cabeça. — Quente. Muito, muito quente. Um arrepio percorreu meu corpo quando as memórias que eu tinha bloqueado vieram à tona. Erica gritou, batendo palmas como um selo de super-animada. — Eu quero detalhes! — Bem, você não está recebendo nenhum! — Eu ri. — Admitir que isso aconteceu em tudo é ruim o suficiente! — Por quê? Por que é tão ruim que aconteceu? — Como poderia ser qualquer coisa? Erica revirou os olhos. — Madison. Dominic é sexy. — Talvez para você. Para mim, ele é o pai de Tilly. E foi por ela que estávamos brigando, que faz tudo isso pior. — Oh, você não acha que ele é sexy agora? Sabe depois que você transou com ele? Claramente, ela perdeu o ponto da conversa. — Tudo o que eu penso agora é como as coisas serão estranhas, — Eu disse a ela. — Eu disse a ele que tinha que deixar para trás, mas eu não acho que seja assim tão fácil. — Porque você acha que ele é sexy. Eu não sabia se ria para ela ou gritava. Ela certamente era persistente. Sinceridade, eu não tinha tomado nem um segundo para pensar sobre como eu o via depois do evento. Eu não podia me dar o luxo. Se eu tentasse transformar um breve momento de sexo com raiva em algo mais, a única coisa que eu faria seria criar mais complicações. — Eu acho que a mudança de assunto é necessária, — eu disse, colocando outra bebida para mim. — Conte-me mais sobre esse cara que você conheceu na noite passada! **** Eu não estava louca para ouvir mais um discurso sobre como o último colírio para os olhos de Erica era ―O Único‖, por isso, quando a campainha tocou, eu tenho vergonha de dizer, eu fiz uma dança de alegria por dentro. — Oh merda! — Disse ela, pulando da cadeira, — Eu esqueci de te dizer, Neil disse que ia passar aqui depois do trabalho. — É sábado à noite, ele não deveria estar em um bar agora? — Sim, mas ele disse que ia vir aqui porque eu não sentia vontade de sair depois de você ter cancelado comigo, e ele sugeriu assistir um filme. E então eu me esqueci de dizer-lhe que você mudou de ideia. Erica correu para a porta para deixá-lo entrar, enquanto eu comecei a carregar tanta comida no meu prato quanto eu pude. Com Neil ao redor, havia uma grande chance de que, se eu não estocar, eu provavelmente não iria conseguir alguma coisa para comer. — Madison, — disse ele, com um sorriso. — É bom ver você. — Você também, — eu respondi. — Eu realmente sinto muito sobre ontem à noite. Sentou-se à mesa ao meu lado, e Erica voltou para seu assento também. — Não há problema, — disse Neil. — Às vezes, o dever chama. — Eu só queria que ele não chamasse nos meus dias de folga! — Sirva-se de um pouco de comida, — Erica disse-lhe, enquanto agarrava o frango com limão antes que ele pudesse colocar as mãos nele. Nós três comemos, bebemos e conversamos até que estávamos cheios, no ponto que nós transferimos para a aconchegante sala de estar de Erica para assistir a um filme. Neil sentou ao meu lado no sofá, um braço musculoso em volta dos meus ombros. Foi o mais relaxante que eu me senti em vinte e quatro horas. A casa não era exatamente desconfortável, mas tive o prazer de estar longe do malestar que pairava no ar. Quando o filme terminou, todos nós tivemos um café, depois Erica, muito gentilmente, deixou Neil e eu sozinhos. — Então me diga, — ele disse, — O que fez você correr tão rápido ontem à noite? Você disse que Tilly precisava de você. O que aconteceu? Eu gemia, esfregando os olhos cansados. — É uma longa história. — Eu tenho um pouco de tempo. Seus olhos castanhos brilhavam com carinho e preocupação, lembrando-me que ele era mais do que apenas um homem lindo com um grande corpo. Não é que eu nem sempre soube, mas eu não o tinha visto há algum tempo, e falar não era geralmente a primeira coisa que vinha à mente quando eu pensava nele. — Bem, — eu comecei, — eu vou perder meu emprego. — O quê? Como assim? Dei-lhe um breve resumo da mudança de Dominic para Nova York, e contei do colapso de Tilly, excluindo cuidadosamente os detalhes da noite anterior. Quando eu terminei, Neil disse: — Você vai ficar em Londres, depois que eles forem? — Eu não pensei sobre isso ainda. Eu só descobri ontem. Eu ainda estou em negação. — Eu posso imaginar. Eu aposto que você realmente vai sentir falta de Tilly. — Eu vou sentir falta de ambos. É difícil pensar neles estarem em um país diferente. O peso total da situação pressionou em cima de mim de novo, apertando meu peito, tornando-se doloroso. — Tilly tem sido tudo para mim nos últimos três anos, — disse. — Todos os dias eu tenho a levado para a escola, lhe ensinado a ler, ajudado com sua escrita, assisti mais TV estúpida de criança do que é normal, mas, principalmente, nos divertimos juntas. E eu teria feito tudo de graça se eu tivesse porque eu adoro cuidar dela. Eu não sei se vai ser muito deprimente para ficar aqui uma vez que eles se forem. Neil apertou seu braço em volta de mim. — Eu sentiria sua falta se você se fosse. Erica também. — Eu sentiria falta de ambos também. Oh Deus, tudo é uma grande confusão no momento. — Bem, se você precisar de alguma coisa, você pode ligar a qualquer hora. Eu quero dizer isso. Eu sorri para ele. — Eu sei. Os lábios de Neil roçaram os meus, testando as águas para ver se eu queria mais. Coloquei meus braços em volta de seu pescoço e o beijei de volta, amando como era fácil para se adaptar a ele. Subi para o seu colo, montando nele. Suas mãos encontraram o caminho para os meus quadris, em seguida, deslizou por baixo da minha parte superior para soltar meu sutiã. Isso costumava ser o suficiente. O suficiente para me deixar pronta, para arrastá-lo para o meu quarto e fazer o que sempre fazíamos sempre que estávamos sozinhos. Mas, quando eu o beijei, eu percebi que eu não estava sentindo isso. — Espere, — eu disse, me afastando. — Neil... Sinto muito, eu... eu não posso fazer isso. Hoje não. — O que há de errado? — Eu não sei. Acho que eu tenho muito em minha mente, e eu não posso... Eu não posso fazê-lo assim. Sinto muito. Eu sai de seu colo, tanto envergonhada e confusa. Eu era a única que tinha começado isso, depois de tudo. Não seja tão dura consigo mesma. De qualquer forma, o sexo com dois caras diferentes em dois dias é um pouco vadia. Vadia, e fora do personagem. Até Dominic, eu não tinha dormido com ninguém além de Neil em três anos, e apenas um punhado de vezes. Aparentemente, eu não estava talhada para uma vida de devassidão. — Está tudo bem, — disse Neil, embora ele estivesse visivelmente chateado. Eu não podia culpá-lo. Uma vez que a sequencia de lançamento tenha sido ativada, não chegando a tirar é sempre decepcionante. Ele se levantou. — Eu deveria ir. Alguns dos meus companheiros estão em uma boate novamente esta noite, então eu posso me juntar a eles para algumas bebidas. — Ok, — eu disse, com um pequeno sorriso. — Tenha uma boa noite. — Você também. Ele não se incomodou com um beijo de despedida, e eu estava muito desanimada para me importar. Depois que ele se foi, eu me joguei de volta para o sofá com um gemido. O que diabos aconteceu? Nunca houve um tempo com Neil que não estava carregada de tesão. Por outro lado, nunca houve um momento em que eu estava tão assustada. Meu cérebro estava cheio de perguntas sobre o que eu faria quando eu perdesse meu emprego, onde eu moraria, e como eu estava indo para ajudar Dominic com Tilly. Dominic. Eu já ouvi tantas pessoas desejando que eles pudessem voltar no tempo para apagar um erro, mas eu nunca realmente me senti assim. Eu fiz pobres erros de julgamento, como todo mundo, mas eu nunca acreditei em arrependimentos. Qual é o ponto em lamentar algo que você uma vez quis? Mas dormir com Dominic era algo que eu desesperadamente queria que eu pudesse desfazer. Não era que eu não o queria no momento, eu queria. Mas quando a neblina clareou, não poderíamos simplesmente seguir em nossos caminhos separados. Tínhamos que viver juntos, trabalhar juntos. **** Cheguei de volta ao apartamento no inicio da noite de domingo. Mais do que tudo, eu queria me enrolar na cama para um cochilo. Eu estava de folga, depois de tudo. Enquanto eu caminhava pela porta, eu peguei um vislumbre de Tilly, assim quando ela desapareceu em seu quarto, fechando a porta com um estrondo. A cena já era muito familiar. Um som sibilante veio da cozinha, e eu achei Dominic agachado no chão, varrendo os destroços de um prato de jantar, junto com o que parecia ser um assado inteiro com todos os acompanhamentos. Duas opções. Ficar e ajudar, ou esgueirar-se de volta para fora? Tão atraente quanto rastejar longe soou, eu não podia deixá-lo lá. — Precisa de uma mão? Dominic pulou claramente tão perdido em seus próprios pensamentos, que ele não ouviu a porta da frente aberta. Seu corpo estava tenso, com o rosto como pedra. — Está tudo bem, — ele disse, — Eu cuido disso. Sem uma palavra, eu enchi a chaleira com água e joguei-a para ferver quando Dominic continuou a limpar a bagunça. Se houvesse tapete na cozinha, a refeição derrubada teria deixado uma mancha feia, mas os azulejos pretos eram fáceis de limpar. Quando os últimos vestígios de molho foram embora, Dominic jogou os pedaços do prato quebrado no lixo, lavou as mãos, em seguida, saiu da cozinha. Arrumei uma xícara de chá para ele, e levei até a sala de estar, onde eu sabia que ele estaria à cabeça nas mãos, em um dos enormes sofás de couro. — Obrigado, — disse ele, tomando-a de mim. — Eu não sabia o momento que você estaria em casa, mas eu fiz o jantar o suficiente para você também. Está no forno. Este era apenas mais um motivo que eu amava trabalhar para ele. Mesmo que ele deveria passar seus fins de semana fazendo as coisas com Tilly, ele nunca deixou todo o trabalho para mim. Na verdade, ele fez um real esforço para participar para então eu ter menos a fazer. — Obrigada, eu vou buscá-la em um minuto. Você está bem? Ele soltou um suspiro profundo, descansando sua bebida em cima da mesa ao lado dele. — Já tive dias melhores. — O que aconteceu? — Tilly decidiu que ela não está comendo hoje. Ela não iria comer seu almoço, ela se recusou a sair, e na hora do jantar, ela ainda estava chateada comigo, então ela jogou a carne assada no chão. — Ela disse alguma coisa? — Eu acredito que as palavras: 'Eu te odeio' foram mencionadas. Eu me afundei no sofá ao lado dele. Ele estava estressado quando saí no sábado, mas não era nada comparado a como ele parecia agora. Ele, obviamente, não tinha dormido muito, e a tensão mostrava em sua pele pálida e a maneira como seu corpo estava rígido de tensão. — Você falou com ela mais sobre Nova York? — Na verdade não. Ela mal disse uma palavra além de me dizer o quanto ela me odeia. Eu tentei. Tentei explicar por que nós temos que ir, e que ela vai fazer novos amigos quando chegarmos lá, mas eu não acho que eu estou dizendo isso direito. Ela não está ouvindo. — Ela está ouvindo, ela simplesmente não gosta do que ouve. Você não pode esperar que ela entendesse sobre seu trabalho, Dom. Tudo o que ela vê é que você está levando-a para longe daqui. — De que outra forma eu posso explicar isso a ela? Eu tenho que ir. Estou fazendo isso por ela. Aparentemente, não era apenas Tilly que tinha problemas em escutar. Mas eu já tinha feito o meu ponto claro sobre por que eles não têm que sair. A única pessoa que se beneficiaria era Dominic, na forma de um aumento salarial que ele achava que ele precisava. — Você teve uma boa noite? — perguntou Dominic, rapidamente mudando de assunto. — Calma. Neil veio para Erica e tivemos uma comida rápida e assistimos a um filme. Ele levantou uma sobrancelha com a menção de Neil, e eu disse: — Ele não ficou. — Não é da minha conta. Realmente não era da sua conta, mas ele sabia do meu ―arranjo‖ com Neil e eu não queria que ele pensasse... bem, só parecia importante para mim para ficar claro que não aconteceu nada. — Maddi... — Pare, — eu interrompi. — Quantas vezes eu tenho que te dizer? Faz anos, Dominic. Por um segundo, ele olhou em branco, mas depois ele me deu um pequeno sorriso. — Desculpe. Mas você deixa Tilly chamá-la de Maddi. — Ela é mais fofa do que você. Minha tentativa de contornar uma conversa estranha sobre sexta à noite foi minada com a menção de sua ―fofura‖, e eu senti meu rosto aquecer. — Eu acho que vou verificar Tilly. — eu disse, esperando para fugir sem ele dizer nada. — Espere. Quero te perguntar uma coisa. Eu parei, esperando com tudo que eu tinha de que ele não iria mencionar o temido tópico. — Você sabe que eu estarei na França esta semana, — ele começou, — mas depois disso, eu estou em casa por uma semana. Com Tilly estando fora da escola, eu pensei que eu poderia levá-la para Devon por alguns dias para ver minha mãe e todos. Deixe-os passar algum tempo juntos antes. — ele parou, e eu odiava como eu não podia suportar até mesmo o pensamento deles se afastando. — De qualquer forma, — ele continuou. — Se você ainda não fez nenhum plano, eu me perguntava se você queria vir conosco. Você não tem de estar conosco enquanto estamos lá, a menos que você queira, mas eu pensei que você gostaria de ver a sua família e amigos. Você é mais que bem-vinda para ir com a gente. Eu não estava em casa desde o Natal. Ficar com meus pais era preferível a me sentar no apartamento sem fazer nada. Mas, se você ficar aqui, há sempre a opção de ter mais de Neil. Seria meio impertinente para tê-lo ao longo do tempo com Dominic e Tilly viajando, como quebrar as regras ou algo assim. Não que houvesse regras impedindo Neil ficar, eu só preferia manter o meu trabalho e vida social à parte. Mas a sugestão de Dominic soou mais atraente. A mudança de cenário era definitivamente necessária, e não iria prejudicar olhar ao redor e ver se havia algum trabalho lá. Talvez estar mais perto da minha família fosse fazer tudo doer menos. Capítulo 5 As vinte e quatro horas antes de Dominic ter que ir para a França não foi tão difícil como eu esperava. Depois de sua oferta para me levar para Devon, alguma da estranheza diminuiu. Tivemos algo diferente para se concentrar, e planejar passeios de um dia de diversão para Tilly, na costa sul nos obrigou a colocar a nossa briga de lado e trabalhar juntos para ela. Tilly, por outro lado, tinha se enfurnado em seu quarto. Ela se recusou a falar com Dominic, e cada vez que ela estava comigo, ela chorava e me pedia para fazer Dominic mudar de ideia sobre a mudança para a América. A última vez que ela tinha estado tão chateada foi quando ela começou o primário. Sua timidez tornava difícil para ela fazer amigos, e ela foi intimidada por algumas das crianças mais velhas, porque ela passou muito tempo sozinha. Dominic e eu tivemos a certeza que a escola colocaria um fim a isso imediatamente, mas levou meses antes que Tilly se sentisse relaxada. Esta era uma situação totalmente diferente, no entanto. Uma que eu não poderia corrigir. Eu podia enfaixar seu joelho depois que ela caísse, eu poderia espantar os monstros em seus pesadelos. Eu poderia até derrotar os valentões da escola, mas isso? Isso estava muito fora do meu controle. Quarta-feira foi o primeiro dia das férias de verão, e eu prometi a Tilly uma viagem para o zoológico que ela perdeu no fim de semana. Ela até se animou um pouco na terça-feira à noite quando discutimos todos os animais que queríamos especialmente ver, e ela tinha ido para a cama de bom humor. Quando a manhã chegou, no entanto, ela se recusou a se levantar. Em vez disso, ela se enrolou em uma bola e jogou as cobertas sobre a cabeça. — Eu pensei que você queria ver os suricatos, — eu disse, tentando encontrar o fim do edredom para que eu pudesse descobrila. — Eu quero ficar em casa, — foi a resposta abafada dela. — Eu fiz um piquenique para nós. Você ama piqueniques. — Eu não quero ir! Ela se contorceu em volta, chutando seus pés como se eu tivesse pedido para ela fazer algo indescritível como... arrumar o seu quarto, eu gentilmente coloquei meu braço sobre ela para acalmá-la. — Ok, não temos que ir. Mas você pode, por favor, vir para fora das cobertas para que eu possa vê-la? — Não! — Por que não? — Eu não quero ir a lugar nenhum! Eu quero ficar aqui! Eu tenho a sensação de que ela estava falando muito mais do que não ir a Battersea, mas eu não tinha a intenção de trazer isso à tona. Às nove horas da manhã, eu só tinha um café, e eu esperava que fosse, pelo menos, um par de horas antes de qualquer coisa difícil surgir novamente. — Tilly, por favor, venha para fora. Vamos ter um café da manhã. — Eu não estou com fome. Seus hábitos alimentares me preocupavam. Ela sempre come o café da manhã, mas ela estava escolhendo suas refeições à noite, deixando metade do que estava no prato dizendo que tinha tido o suficiente. — Eu vou fazer algumas panquecas, — eu ofereci. — Não! — Tudo bem. Você não tem que comer agora, mas eu quero que você saia da cama e se vista. — Não! — Matilda Rose Hartley, — eu disse, com firmeza. — Saia dessa cama agora e olhe para mim, por favor. O uso de seu nome completo lhe chamou a atenção, e ela olhou para fora debaixo das cobertas. Tanta raiva nos seus olhos, mas chateada ou não, eu me recusei a deixá-la agir como um moleque. — Obrigada. — eu disse, mais suavemente. — Agora, vamos nos vestir e podemos trabalhar o que fazer hoje. — Eu não quero sair. — Então, nós vamos ficar aqui. Mas você ainda tem que se vestir e sair do seu quarto. Ela jogou o edredom de lado, e se arrastou para fora da cama para fazer o seu caminho para seu guarda-roupa. — Eu vou te ver na cozinha em dez minutos, — eu disse a ela. — E não se esqueça de escovar os dentes. **** Para seu crédito, ela fez o que eu pedi. Ela ainda estava com o rosto carrancudo quando ela se sentou à minha frente na mesa da cozinha e ela não tinha escovado o cabelo, mas eu a incomodei o suficiente para uma manhã. — Eu tive uma ideia sobre o que poderíamos fazer hoje, — eu disse a ela. — Mas, só podemos fazer isso se você prometer me ajudar a limpar depois. Tilly se sentou um pouco mais reta em sua cadeira. — O que vamos fazer. — Nah-uh, — eu disse, sorrindo. — Você tem que prometer ajudar com a arrumação em primeiro lugar. — Tudo bem. Eu prometo. — Boa menina. Eu pensei que nós poderíamos fazer alguma pintura soprada. — O que é isso? — Eu vou mostrar a você, mas vamos ter de correr para as lojas para comprar algumas coisas primeiro. Estaria tudo bem? Tilly inclinou a cabeça para um lado, ponderando sobre isso. Eu quase podia vê-la pesando os prós e os contras de ir para fora para obter suprimentos contra ficar em casa como ela queria. — Sim, — ela disse, finalmente. — Está bem. — Você gostaria que eu fizesse alguma coisa para comer antes de sair? Ela balançou a cabeça. — Não, obrigada. Levantei-me da cadeira e fui até a geladeira para servir-lhe um copo de leite, que eu coloquei na frente dela. — Pelo menos beba isso, — eu disse. — Então nós podemos ir. Ela bebeu sem perguntar, mas quando ela colocou o copo na mesa, ela me olhou com desconfiança, como se eu tivesse puxado algum tipo de truque de mente Jedi5 nela. Achei que não poderia ferir tirar proveito dela se distrair para se certificar de que ela tinha algo dentro dela. Pela primeira vez em dias, Tilly estava interessada em outra coisa diferente de reorganizar móveis da sua casa de boneca. Nós dirigimos até a loja de artesanato local e compramos muitas tintas de cores diferentes, algumas palhas, e só porque estávamos lá, peguei algumas canetas com glitter, papel colorido, e alguns outros suprimentos essenciais de artesanato para criança. De volta ao apartamento, Tilly me ajudou a espalhar jornal em toda mesa da cozinha para mantê-la limpa, e colocamos o papel, tinta e palhas em cima da mesa. 5 Referencia a Star Wars — Então, o que temos que fazer? — perguntou Tilly, olhando para mim com expectativa. Sentei-me ao lado dela, e disse: — Escolha uma cor. Após cuidadosa deliberação, ela selecionou o frasco de tinta azul, e eu a instrui há apertar um pouco sobre seu papel, antes de entregá-la um canudo. — Agora sopre, — disse eu. Seus olhos azuis se iluminaram, e ela riu. — Sério? Eu balancei a cabeça, e ela colocou a palha aos lábios e soprou sobre a pintura. Quando ele agitou por toda a página em um padrão aleatório, ela começou a rir. Deus, eu tinha sentido falta desse som. — Você tem que tentar, — disse ela. Sendo a criança grande que sou, peguei três frascos diferentes de tintas coloridas, e apertei-as ao longo de minha página em uma linha. Quando eu soprei sobre eles, todas as cores se misturam, e Tilly riu mais alto. Passamos mais de uma hora criando obras-primas da pintura do sopro, e no momento em que terminamos, o jornal sobre a mesa estava coberto de manchas e estrias de tinta, e tínhamos tinta em nossas mãos e em nossos braços. Valeu a pena à bagunça para ver Tilly sorrindo de novo, e ela até comeu um pouco do piquenique que eu tinha feito antes. Mais tarde, enquanto estávamos nos aconchegando assistindo A Bela e a Fera, Dominic ligou. Deixei Tilly na sala de estar e fui para o meu quarto para atender a chamada. — Oi, — disse ele. — Só estou ligando para que você saiba que eu tenho que ir para Nova York esta noite. — Hoje à noite? — eu perguntei. — Oh Deus, isso significa que você está indo para ser afastar por mais tempo? — Não, não. Na verdade, eu devo estar em casa na sexta-feira em vez de sábado. Mas eu fui chamado para fazer algumas coisas para o trabalho, e porque eu vou estar de férias na próxima semana, eu pensei que eu deveria ir e lidar com isso agora. Eu respirei um suspiro de alívio. — Tudo bem. — Como está Tilly? — Para cima e para baixo. Tirá-la da cama foi um desafio, mas nós fizemos alguma pintura esta manhã e estamos assistindo um filme agora. — Ela comeu hoje? — Sim. Ela comeu um par de sanduíches e um pacote de batatas fritas. Não é ótimo, mas melhor do que nada. Esperemos que ela vá comer mais tarde. — Isso é um alívio. Posso falar com ela? Eu vou te ligar de novo quando eu chegar à Nova York, mas Tilly vai estar na cama até então. — Sim, só um segundo, — eu disse, fazendo meu caminho de volta para a sala de estar. Parei o DVD, e entreguei o telefone para Tilly. — Papai quer falar com você. Ela pegou meu celular e apertou-o contra seu ouvido. Ela disse a Dominic tudo sobre os quadros que tinha feito, certificando-se de colocá-lo a par sobre quanta bagunça tinha feito. A conversa correu bem para a maior parte, mas, de repente, ela ficou em silêncio. A cara que estava sorrindo segundos antes anuviou. Seus olhos escureceram, e ela disse: — Eu pensei que você estivesse na França. Não! Ele deve ter dito a ela para onde estava indo. Alguns segundos se passaram, em seguida, ela jogou o telefone no sofá e correu para o quarto dela. Excelente. Eu me apressei através da sala para pegar meu telefone. — Dom? — Sim, eu ainda estou aqui. Merda. Eu sou um pai terrível. Suas palavras eram pesadas com pesar, e eu suspirei. — Você não é um pai terrível. Você não pode evitar as palavras ―New York‖ apenas no caso de ela fica chateada. — Mas ela estava feliz um minuto atrás. Sinto muito. Eu não tive a intenção de tornar o seu dia mais difícil. — Ela vai ficar bem. Eu a tirei de manhã, eu posso tirá-la de novo. — Eu não sei o que eu faria sem você, Madison. Meu coração se acalmou em meu peito. Claro que eu sabia o quanto ele confiava em mim para cuidar de Tilly, mas não foi o suficiente para impedi-lo de me deixar para trás. Toda vez que a realidade me batia, perfurava outro buraco na minha ira, transformando-a em dor, e deixando-me a pensar se era isso. Se este foi o momento em que ele iria me puxar para baixo. — Eu tenho que ir, — eu disse, tentando manter minha voz calma. — Madison... — Eu vou falar com você esta noite. Eu não deixei ele pegar outra palavra. Eu desliguei meu telefone e derrubei no chão. Eu não tinha chorado. Eu queria desde o segundo que Dominic disse que eles estavam se afastando, mas era mais fácil estar puta do que chateada. Preferível mesmo. Mas com Tilly caindo aos pedaços, e Dominic lutando para lidar com isso, eu não poderia segurar. Eu deixei as lágrimas, a frustração, confusão e exaustão drenarem fora de mim. Eu estava tão cansada. Não sei quanto tempo fiquei ali, enrolada em uma bola, silenciosamente chorando. Mas quando uma pequena mão começou a acariciar meu cabelo, consciência do que me rodeava veio correndo de volta. Tilly se sentou ao meu lado, e segurando seu macaco com uma das mãos, ela me confortou com a outra. Arrumei minhas pernas na minha frente e puxei-a para o meu colo. — Papai também deixou você chateada? — ela perguntou. — Não, querida, — eu disse a ela. — Não foi culpa do papai. Foi tudo eu, tentando dar sentido a tudo. — Eu pensei que você pode precisar de Mungo, — ela disse, entregando-me seu brinquedo favorito. Eu sorri enquanto eu acariciava seu pelo marrom, manchado. — Obrigada. Um afago do Mungo é exatamente o que eu preciso. — Papai me deixou chateada. — Oh, pequenina, — eu disse, puxando-a para mim. — Papai não queria deixa-la chateada. — Eu não sou um bebê, — ela murmurou em meu ombro. Ela disse a mesma coisa para Dominic na sexta-feira. Nós realmente tínhamos que parar de chamá-la assim. — Se o papai não queria que eu ficasse chateada, ele não estaria me fazendo me mudar para Nova York. — A coisa é às vezes temos que fazer coisas que não queremos fazer. É como... quando eu tenho que passar ferro. Eu não gosto de passar, mas se eu não passar você vai ter que andar por aí com roupas enrugadas. O ceticismo em seus olhos me fez rir, e eu continuei — Ok, mau exemplo. Lembra-se de quando você primeiramente começou a escola? Você não queria ir para lá, mas você tinha que ir porque há coisas que você tem que aprender. Coisas que eu e papai não sabemos ensinar. E depois de um tempo, começou a ficar mais fácil e você fez novos amigos. Agora você gosta da escola. — Eu gosto. Mas eu quero ficar na minha escola, com meus amigos. Eu quero ficar com você. Papai é mau. — Ouça. — eu disse, recostando-se um pouco para que eu pudesse ver seu rosto. — Eu sei que você não quer ir embora, mas o papai não está fazendo isso para ser mau. Ele te ama muito, você sabe isso não é? Ela encolheu os ombros. — Eu acho que sim. Capítulo 6 A segunda metade da minha semana com Tilly foi igualmente tão desafiadora quanto à primeira. Ela estava feliz quando fazíamos coisas para manter sua mente fora da mudança, mas o momento em que parava, ela tornava-se retraída e mal-humorada novamente. Havia muito mais acessos de raiva, e ela ainda não comia corretamente. Na quarta-feira à noite, a ouvi chorando em seu quarto. Ela partiu meu coração, mas eu a deixei só. Na quinta-feira à noite, ela estava tão chateada que ela entrou no meu quarto e dormiu ao meu lado, aconchegando o mais perto que pôde, até que ela adormeceu. Quando chegou sexta-feira, Tilly acordou em um humor um pouco mais alegre. Ela estava passando a noite na casa de sua melhor amiga, que deu-lhe algo para olhar para frente. Dominic me pediu para arranjar para Tilly estar fora porque algumas pessoas estavam vindo para avaliar o apartamento. Francamente, eu gostaria de estar fora também porque a ideia de alguém viver em nossa casa me fez sentir doente. Lucy foi a primeira amiga que Tilly fez na escola, e quando eu perguntei à sua mãe se Tilly poderia passar a tarde com ela, ela se ofereceu para ficar com ela durante toda a noite. Eu sabia que havia uma forte probabilidade de que eu teria que buscá-la em algum momento, mas depois de explicar a situação para a Sra. Cook, ela prometeu cuidar bem dela. **** O apartamento estava impecável quando os agentes imobiliários se aproximaram. Eu trabalhei pra caramba para me certificar que todas as superfícies brilhavam cada partícula de poeira foi removida dos tapetes e não havia um único item fora do lugar. Eu até consegui ser educada - um desafio quando o que eu queria fazer era dizer-lhes para cair fora. Uma vez que eles tinham ido, tudo que eu tinha a fazer era esperar por Dominic para chegar em casa. Ele deveria voltar em torno das seis, por isso, quando o telefone tocou às cinco e meia, eu imaginei que seria ele, pedindo-me para pedir uma pizza. Ele enfaticamente me disse para não cozinhar depois da correria para arrumar a casa. — Olá, — eu disse. — Que cobertura você gostaria? Em vez da risada familiar de Dominic, houve uma tosse estranha que de alguma forma conseguiu me fazer me sentir como uma idiota. — Olá. Eu não sei se esse é o número certo, eu estou procurando por Dominic Hartley? A voz era feminina, Americana. E ela nunca tinha ligado para o apartamento antes. — Sim, esse é o número certo, — disse eu. — Desculpe por isso, eu estava esperando ele ligar. — Não é nenhum problema. Você deve ser a empregada, né? Cadela insolente. — Na verdade, eu sou a babá. Posso pegar uma mensagem? — Claro você pode dizer que ele deixou alguns papéis para trás hoje, e que eu vou levá-los ao escritório amanhã para que ele não precise se preocupar. Eu odiaria se tivesse que trabalhar em sua mente enquanto ele está com a sua família na próxima semana. Algo sobre a forma que ela falou disparou um sinal de alarme na minha cabeça. Ela era muito familiar para ser apenas um colega de trabalho. E ela levaria a papelada para o escritório? Presumivelmente, isso significava que ele tinha deixado na casa dela. — Desculpe, — eu disse, mais uma vez, — Quem é você? — Serena Morton. Eu trabalho com Dominic, e ele veio até a minha casa ontem à noite para... bem... de qualquer maneira, ele deixou algum trabalho em meu escritório em casa e eu só quero que você diga a ele que eu vou cuidar disso. Parecia-me que ela estava cuidando de mais que sua papelada. A realização fez meu pulso correr, e não em um bom caminho. Ele tinha uma mulher em Nova York. Uma que soava esnobe com um nome pretensioso, que ele conhecia bem o suficiente para falar sobre a sua família. Ela foi a verdadeira razão para a mudança? — Eu vou dizer a ele, — eu disse. — Há mais alguma coisa? Ela deu uma risadinha. — Diga a ele que eu disse obrigada pelos maravilhosos três dias. Três dias? Três malditos dias? Além da 'papelada', se ele sequer esteve perto do escritório? — Vou deixá-lo saber. — eu respondi, com os dentes cerrados, quando ouvi sua chave girando na porta. Sem outra palavra, eu bati o telefone e pratiquei a respiração profunda para que eu não voasse para o corredor e sufocasse a merda fora dele. Quando eu me centrei o suficiente, levantei-me, assim que Dominic entrou na sala de estar, afrouxando a gravata. — Oi, — disse ele. — Estou exausto, então o que você acha de pedir comida e assistir a um filme porcaria? Eu não tenho... o que há de errado? Dois pensamentos entraram na minha cabeça ao mesmo tempo. Em primeiro lugar, Cristo, ele parece sexy em um terno de negócio amassado com uma gravata pendurada em seu pescoço. Em segundo lugar, ele só passou três dias amigado com alguma prostituta, não é de admirar que ele está exausto. Eu tinha cerca de três segundos para decidir se iria gritar, ou fazer uma saída rápida. — Você teve uma ligação, — eu disse. — Serena. Ela disse que deixou alguns papéis para trás, mas ela vai levá-los ao escritório para você, e... oh... Obrigada pelos maravilhosos três dias. Que bom que você está de volta com segurança, eu vou sair. Eu não me dei tempo para registrar a expressão em seu rosto, eu abaixei a cabeça e comecei a caminhar para fora. — Espere o quê? Ainda me recusando a olhar para ele, eu disse: — Ela acabou de ligar. Ela disse que não queria que você se preocupasse com nada quando você estiver ausente na próxima semana. Ele xingou sob sua respiração. — Maddi... — Madison, — corrigi. — Você não precisa explicar, mas eu tenho que correr. A mãe de Lucy está esperando que você pegue Tilly as 10:30 amanhã, mas fique ao lado do telefone esta noite porque há uma chance de Tilly querer voltar para casa mais cedo. Vejo você no domingo. Tomei mais um passo para o corredor, mas Dominic, gentilmente colocou a mão no meu braço. — Devagar. Podemos, pelo menos, falar sobre Tilly antes de ir? Se você estivesse aqui, em vez de se amigado com alguma idiota, você saberia tudo o que você precisava. — Não foi assim, — disse ele. — Eu não disse nada. — Você não precisa. Eu sei o que você está pensando, e não era... não é nada, ok? Eu... Eu levantei minhas mãos para detê-lo. — Não é da minha conta. No caminho para o meu quarto, tomei o meu telefone do meu bolso e enviei um texto para Neil. Vc tá ocupado? Eu não esperava uma resposta imediata, por isso, quando meu celular tocou novamente imediatamente, eu quase o deixei cair. N: Não tô ocupado. Você quer fazer alguma coisa? E: Posso ir aí? N: Claro. Que horas? E: Agora. N: Lol, bem, devo obter os CDs de Barry White? ;) Sorrindo, eu digitei de volta: Não há necessidade de romance, basta abrir uma garrafa de vinho e eu sou toda sua. E desta vez, eu não vou mudar minha mente. Eu coloquei meu telefone para baixo na minha cama, e joguei algumas coisas dentro de uma bolsa com uma sensação de um estranho déjà vu. — Você sabe o quê, você está certa, — disse Dominic, seguindome no meu quarto. — Não é da sua conta, mas está obviamente a chateando, por isso antes de as coisas ficarem mais desconfortável entre nós, eu gostaria de esclarecer isso. — Dom, por que você sempre quer esclarecer tudo? — Eu suspirei. — Tem sido uma semana difícil. E você sabia disso. Ouvir Tilly chorando em seu quarto, tê-la arrastando para minha cama no meio da noite. Isso dói. Você poderia ter estado aqui, você deveria ter estado aqui. Em vez disso, você mentiu para mim e mentiu para Tilly e isso não é bom. — Eu não menti. Eu fui chamado para Nova York. Mas Serena... ela é... estávamos... — Ele parou de novo, e eu me perguntava o que diabos era tão difícil para ele dizer. Ela era apenas uma amiga? Ela era importante? Não que eu me importe? — Eu fui vê-la, — disse ele, finalmente, sentando-se na minha cama. — Não a sério, fomos... como você e Neil. Nós trabalhamos juntos, nós estávamos atraídos um pelo outro e foi só... fácil. Mas ela começou a querer mais de mim do que eu estava disposto a dar. — Por que você não estava disposto? — Porque ela é uma vadia superficial auto-envolvida. Faz-me parecer um idiota por ter dormido com ela por tanto tempo, mas ela não era tão ruim no início. Mas quanto mais eu comecei a conhecê-la, menos eu gostava. Parecia nada como o que eu tinha com Neil. Nós dois sabíamos onde estávamos nós não queríamos um relacionamento, mas ainda tínhamos respeito um pelo outro. — Eu terminei as coisas com ela na semana passada, — ele continuou. — Mas quando ela descobriu que eu estava em Nova York esta semana, ela queria me ver. Ela me convidou para seu apartamento ontem à noite, tentou me fazer mudar de ideia. A única razão pela qual eu deixei o meu trabalho lá foi porque eu estava com tanta pressa para fugir dela. Eu pensei que eu tinha feito meus sentimentos claros, mas se ela ligou aqui... — Espere, — eu interrompi. — Quando você disse que quebrou as coisas com ela? Dominic desviou os olhos. — Oh Deus, — eu disse, esfregando os olhos, cansado. Eu nunca pensei que uma vez que fazer sexo com Dominic era nada mais do que duas pessoas manifestando sua frustração, mas a ideia de que ele poderia ter pensado em outra pessoa no momento não exatamente me enchia de alegria. — Precisamos de algum tempo, — eu disse. — Porque, no momento, quando estamos juntos, tudo só fica mais confuso. Vou ficar com Neil hoje à noite, e eu vou voltar na noite de sábado. Então tudo o que temos a fazer é sobreviver a uma viagem de carro de quatro horas juntos na manhã de domingo. Yay. Eu teria preferido mais passar o fim de semana em casa, perto de Tilly. Meu tempo com ela estava correndo rapidamente, mas a ideia de confronto com Dominic uma e outra vez não era preferível. Eu ainda não tinha dito a metade das coisas que tinha estado circulando em um loop constante em torno da minha cabeça pela semana passada, e deixá-los fora só traria outra luta que eu não tinha a energia. — Sinto muito, — disse ele. — Eu não quero discutir. — Eu também não. Mas se eu ficar é isso que vai acontecer. Ele acenou com a cabeça. — Tudo bem. Okay. **** Neil olhou para minha cara e disse: — Nós não vamos fazer sexo hoje à noite, não é? Eu tinha chegado em sua porta, carregando minha mala e vestindo um olhar de... bem, eu não tenho certeza do que eu parecia, mas eu senti como se tivesse sido atropelada. — Eu tenho que decidir agora? — eu perguntei. — Eu acho que a decisão foi feita, — disse Neil, me puxando para um abraço. — Vamos lá, eu vou obter uma bebida. Neil me levou ao seu sofá, e me deixou ali, enquanto ele fez duas xícaras de chá que colocou na mesa de café na frente de nós. — O que está acontecendo, então? — Perguntou ele. — Estou perdendo meu charme? Você me rejeitou duas semanas seguidas, eu estou começando a ficar ofendido. — Oh cale-se, — eu ri, dando-lhe um leve empurrão. — Você sabe aquele negócio de 'amigos com benefícios?’ Bem, eu estou pedindo a parte 'amigo'. Neil sorriu. — Já era hora. Mesmo ofendido como eu estou pela rejeição, ninguém quer ser usado apenas pelo seu corpo! — Eu detesto você, — eu disse, ainda rindo. — Mas Erica está trabalhando, assim você é tudo que eu tenho! Ele passou o braço em volta dos meus ombros e me deu um aperto. — Você sabe que eu estou aqui para você a qualquer hora, querida. Então me diga o que está errado. — Eu não sei o que está errado. — Eu disse a ele. — Mas estar em casa está ficando mais desconfortável a cada dia e eu tive que sair. — O que está acontecendo ali? A mudança está ficando muito estressante? — Ha. Dom poderia ter mantido essa coisa toda em segredo até o dia em que ele partisse para tudo isso mudar. — Você já falou com ele sobre isso? — Não. Quero dizer, ele apenas acabou de voltar, mas mesmo se ele estivesse lá o tempo todo, eu não podia falar com ele sobre isso. Eu fico com raiva só de pensar nisso. — Por quê? Eu sei que você ama Tilly, mas esta mudança vai ser boa para ela, não é? — Eu não vejo como. Arrastando-a para algum lugar que ela não conhece ninguém, sendo despejada com um estranho, enquanto Dom continua a passar mais tempo em lugares que não são em casa. Ela está apavorada, e Dominic... ele vê, mas ele continua falando sobre como seu enorme aumento salarial vai fazer uma grande diferença para eles. — Eu não tenho filhos nem nada, mas com certeza seria melhor para ele gastar seu tempo com ela, em vez do seu dinheiro. — Sim! Esse é o ponto que ele não vê. É como se ele achasse que trabalhar tão duro vai compensar tudo, quando o que ela realmente precisa é ele estar lá para ela. Como poderia Neil ver isso claramente, mas Dominic ser tão cego? — Posso fazer uma pergunta pessoal? — Disse Neil, e eu imediatamente sabia para onde estava indo. — Você pode perguntar. — Há algo mais acontecendo aqui? Algo que é mais a ver com Dominic que Tilly? — Não. — Eu suspirei. — Não. Eu me preocupo com ele. Muito. E eu não quero que ele vá mais do que eu quero para Tilly. Acho que é porque ele está saindo, me faz me perguntar se eu estou perdendo alguma coisa com ele, mas eu tenho certeza que é apenas o medo. — Medo de quê? — De começar minha vida. De ter que ficar em meus próprios pés. — Madison, você já faz isso. — Eu sei. Eu sei, mas Dom sempre esteve lá. Eu posso contar com ele para qualquer coisa que eu nunca senti como se estivesse sozinha. Quando eles forem, haverá um grande buraco na minha vida e eu não sei como preenchê-lo. Neil sorriu como se soubesse algo que eu não sabia. Ele não disse uma palavra, apesar de tudo. Em vez disso, ele me segurou mais perto, permitindo-me descansar minha cabeça em seu ombro, meu cérebro girando a mil quilômetros por hora. Eu não tinha percebido como eu estava com medo até que Neil fez as perguntas. Eu tinha vivido sozinha antes, a minha família não estava muito longe, então eu nunca estaria realmente sozinha. Mas Tilly tinha sido minha única prioridade por tanto tempo. Eu nunca quis ser babá sempre presente de Dominic. Eu sabia que um ponto viria quando as coisas iriam mudar e eu precisaria reavaliar a minha vida. Mas eu esperava mais aviso. Mais do que algumas semanas, e eu nunca tinha esperado a mudança ser tão grande. E por baixo do medo estava uma pergunta incômoda. Uma que surgiu quando eu vi Dominic afrouxar a gravata, e quando eu ouvi a voz de Serena no telefone. A única que estava com muito medo de perguntar por que eu tinha dormido com Dominic quando eu sabia o quanto de dano que poderia fazer. Descobrir a resposta para a pergunta era inútil, no entanto. Que diferença isso faria? Se eu não sentia nada, ou se eu senti algo, ele ainda estava indo embora. Eu não poderia mudar isso. Capítulo 7 Quatro horas presos em um carro com uma criança de quase seis anos de idade e um homem que você mal está falando é a definição de inferno. Ok, isso pode ser um pouco dramático, mas entre o ―Nós já chegamos‖ – e a tensão palpável, eu passei a maior parte do meu tempo desejando que eu tivesse tomado o trem. Dominic e eu mantivemos as coisas civis, mas não parecia real. Era o tipo de falsa educação que significou a atmosfera agradável por causa de Tilly, mas à espreita por baixo era uma luta esperando para acontecer. Ou se não uma luta, pelo menos, uma conversa terrivelmente desconfortável. Quando Dominic me deixou na casa dos meus pais, eu pulei para fora do carro como se eu tivesse sido lançada de uma catapulta. Meus pais abençoe seus corações, fizeram um chá de creme de Devonshire para a minha chegada. Você simplesmente não pode obter creme adequado em Londres, ele não tem o mesmo sabor. Não importa quanto tempo eu morasse perto da cidade grande, eu sempre fui uma menina da cidade pequena de coração. Passei a maior parte do meu primeiro dia de volta apenas conversando com eles, com exceção de uma breve viagem para a cidade onde alguns dos habitantes de longa data me cumprimentaram como se eu fosse uma ovelha perdida que voltava para o rebanho. Foi divertido ver todo mundo, mas também estranho como tanta gente ficou no mesmo lugar por muito tempo. As mesmas pessoas trabalhavam nas mesmas lojas, e as velhinhas ainda se reuniam do lado de fora da igreja da cidade nos bancos, para fazer uma pausa para respirar, ou simplesmente para falar sobre o que velhinhas falavam. Sentada na sala de estar dos meus pais naquela noite, assistindo Eastenders e molhando chocolates digestivos em uma caneca de chá foi a parte mais relaxante do meu dia. Até que meu telefone tocou. Foi um pouco depois das nove, e eu sinceramente não esperava ouvir de Dominic. Eu queria ignorar a chamada, mas eu peguei mesmo assim, assumindo que quer que fosse poderia ser tratado rapidamente. Logo de cara, eu ouvi. Os gritos de Tilly chegaram aos meus ouvidos quase tão alto como se eu estivesse lá com ela. Meu coração começou a correr porque o som, apesar de familiar, sempre me assustou. — Madison, — disse Dominic, com a voz trêmula. — Eu preciso de ajuda. — Ela teve um pesadelo. — Sim, acho que sim. Ela acordou a cinco minutos, gritando que algo estava em seu quarto. Tentei acalmá-la, mas ela ficava perguntando por você. Ela ainda está perguntando por você, Madison, e eu não sei o que fazer. Eu disse a ela que você não pode vir porque você está de férias e eu não quero incomodá-la, mas ela sabe que você não está muito longe. E... ela continua pedindo Mungo. Que diabos é um Mungo? Eu não sabia se ria ou gritava com ele por sua falta de noção. Para ser justa, ele sabia que Tilly precisava do macaco fofinho dela, mas Tilly só surgiu com o nome muito recentemente. — É seu macaco, — eu disse. — Mungo é seu macaco. — Oh, merda. Eu esqueci seu macaco. — Dom, você sabe que ela não consegue dormir sem ele. — Ela adormeceu em frente à TV mais cedo, para que eu a levasse para a cama e esperei que ela ficasse bem. O que devo fazer? — Basta ficar com ela, continuar a falar com ela. Ela vai se sentir melhor se ela souber que você não vai a lugar nenhum. E... Eu estarei aí assim que eu puder. Desliguei com um suspiro. — Tudo bem? — Perguntou mamãe, olhando por cima de seu tricô. Ela amava tricotar, não porque é uma coisa estereotipada para as pessoas idosas que fazia - ela não era tão velha - mas porque ela sempre tinha que estar fazendo alguma coisa, mesmo enquanto assistia televisão. Papai tinha adormecido em sua cadeira. — Na verdade não, — disse a ela. — Tilly teve um pesadelo e ela está pedindo por mim. Eu vou dar uma mão a Dominic com ela. Ela me deu um sorriso caloroso. — Madison, você não pode sempre estar lá, sabe? Eu sei que a menina significa o mundo para você, mas logo ela não vai poder contar com você para ir para ela. — Eu sei. Mas, enquanto eu puder, eu vou. Eu vou tentar não demorar muito. Eu pedi um táxi para me levar para o outro lado da cidade, em seguida, corri para o meu quarto. Na minha antiga cômoda, mamãe tinha mantido uma seleção dos meus velhos brinquedos de pelúcia. Quem sabe por que, mas naquele momento, eu estava feliz. Peguei meu antigo brinquedo favorito da infância - um cão macio cinza e marrom, e enfiei-o na minha bolsa antes de sair de casa para esperar o táxi. **** A mãe de Dominic, Jayne, nem sempre viveu nas proximidades. Ela se mudou para a cidade pouco depois de Dominic e sua esposa, para estar mais perto deles para que ela pudesse ajudar com Tilly. Seu irmão mais velho, David, tinha seguido um ano mais tarde com sua própria família. Tê-los em torno tinha acabado por ser muito mais útil do que Dominic esperava, especialmente após Hayley deixa-los. Jayne era a pessoa mais doce, e até mesmo nas poucas ocasiões em que eu tinha ido para Devon sem Dominic e Tilly, eu sempre fazia questão de visitá-la. Jayne me cumprimentou com um abraço, prometendo que falaríamos em breve, mas Tilly ainda estava gritando lá em cima, então eu corri até ela, o som arranhando minhas entranhas. Dominic sentou-se com ela, mas em seu estado inconsolável ela continuou empurrando-o, dizendo-lhe para obter Mungo. A cena era dolorosa de muitas maneiras. — Tilly, — disse eu, baixinho. Minha voz a silenciou, e ela olhou para mim por alguns instantes, como se estivesse tentando descobrir se eu estava realmente lá, ou parte de um sonho. Entrei na sala e me sentei com ela e Dominic na cama, puxando-a em meus braços. Quando ela percebeu que estava realmente acordada, ela começou a soluçar de novo, agarrando-se a mim. Olhei para Dominic por cima do ombro de Tilly. Com lágrimas brilhando em seus olhos, ele me deu um sorriso de agradecimento antes de sair do quarto. — Eu tive um sonho ruim, — disse Tilly, enquanto eu acariciava seus cabelos. — Eu tive um sonho ruim. — Você quer me dizer sobre isso? — Eu perguntei, tentando tirar a imagem da tristeza de Dominic da minha cabeça. — Não. Não me deixe Maddi! — Eu não vou a lugar nenhum, menina. Eu vou ficar com você até você cair no sono. — Eu não vou dormir. Você tem que ficar! — Shh. Tudo vai ficar bem. — Eu preciso do Mungo! — Mungo está em casa, — eu disse, mas soltei-a por um segundo para chegar até minha bolsa. — Mas eu trouxe algo para você. — O que é isso? Eu levantei meu cão da minha bolsa e entreguei a ela. — Este é meu amigo, Patch. Eu sei que você quer o Mungo, mas Patch costumava cuidar de mim quando eu era pequena. Achei que você gostaria de tê-lo emprestado até chegarmos em casa. Tilly virou Patch em suas mãos algumas vezes, provavelmente debatendo se ele iria ou não ser um substituto aceitável. Eventualmente, ela abraçou-o perto dela. — Ele cheira como você. Eu ri. — Bem, ele costumava ser meu melhor amigo. Eu passei muito tempo com ele. Enxugando os olhos, ela disse: — Obrigada. Você pode ler uma história? — Claro que posso querida. **** Era quase uma hora antes de Tilly realmente se acalmasse. Ela aconchegou Patch perto dela como se sua vida dependesse dele. Para ela, provavelmente dependia. Ela se recusou a me contar sobre seu pesadelo, e ela se agarrou a minha mão por 40 minutos antes de ela sequer me deixasse começar a ler para ela. Fiquei feliz em ficar com ela durante o tempo que ela precisava, mas me drenava vê-la tão chateada. Nenhuma criança deve estar com tanto medo ou infeliz, e cada grama de minha força foi para corrigir o que estava errado. Mesmo que apenas temporariamente. Foi o suficiente por agora, o suficiente para deixá-la descansar, sem quaisquer receios. Uma vez que ela adormeceu, beijei-lhe a testa, e me arrastei para fora, deixando a porta com uma fresta no caso dela acordar novamente. Dominic e Jayne se sentaram à mesa da cozinha, conversando em voz baixa, e eles me deram sorrisos de esperança quando entrei. — Ela está fora. — Eu disse a eles. — Acho que ela se cansou. — Eu não estou surpresa, — disse Jayne. — Ela certamente sabe como gritar. — Eu gostaria de saber o que aconteceu naqueles pesadelos. Ela não vai me dizer. — Quando ela acordou, ela disse que tinha um estranho em seu quarto, — disse Dominic. — No início, ela não parava de dizer: ―Faça ir embora‖, então ela começou a gritar por você. Talvez os filmes da Disney que ela amava que enfatizavam madrastas malvadas, combinado com o medo de quem iria cuidar dela em Nova York levaram a seus pesadelos. Eu tive alguns pesadelos semelhantes por mim mesma. — Você gostaria de uma xícara de chá, — perguntou Jayne, levantando-se. — Eu estava prestes a colocar a chaleira no fogo. — Obrigada, mas eu acho que vou para casa. Estou cansada agora. — Eu entendo, — Jayne respondeu, com um sorriso. — Mas você vai voltar ainda esta semana, não vai? Tem sido um longo tempo desde que tivemos um bom papo! — Claro. Eu vou te ligar, e nós vamos arranjar um tempo. Jayne me deu outro abraço, e Dominic disse: — Você precisa de uma carona para casa? — Sim, por favor, se você não se importa de deixar Tilly. — Ela vai ficar bem com a mãe por um tempo. Vou levá-la. **** O silêncio no carro de Dominic quando ele me levou para casa me deixou nervosa. Quando ele me ofereceu uma carona, eu pensei que ele tinha algo que ele queria dizer. Risque isso. Eu sabia que ele tinha algo a dizer pela maneira como ele se concentrou tão intensamente na estrada. Ele tinha dirigido nessas ruas um milhão de vezes, ele não precisa de um nível tão alto de concentração. Ele estava pensando. Meu coração começou a bater forte, lentamente no início, mas no momento em que ele parou em frente da casa dos meus pais, ele estava batendo até o ponto onde eu pensei que pode exigir uma viagem a A&E. — Obrigada pela carona, — eu disse, tentando não olhar para ele. — Obrigado por ter vindo. — Não tem problema. Estou feliz que Tilly está se sentindo melhor agora. Abaixei-me para soltar o cinto de segurança, mas Dominic colocou sua mão sobre a minha, me forçando a olhar para ele. — Eu percebi uma coisa hoje à noite, — disse ele. Sua voz estava trêmula, sua respiração um pouco irregular. — Eu percebi que eu não sei como cuidar de minha própria filha. Eu não sei como fazer para os pesadelos irem embora, eu não sei como acalmá-la. Eu me esqueci de levar seu macaco. — Dom... — Eu deveria saber essas coisas, Madison. Mas eu não sei. Eu não sei nada sobre ela. — Isso não é verdade, — eu disse a ele. — E as coisas que você não conhece, você pode aprender. — Ela vai fazer seis na próxima semana! Eu deveria conhecê-los por agora! Ele bateu as mãos contra o volante, e depois inclinou a cabeça contra ele. A imagem de desespero. — Eu vi você com ela esta noite, — disse ele, depois de um tempo. — Eu vi você segurando a mão dela, acariciando seus cabelos. Falando com ela sobre o seu cachorro de brinquedo, e ouvindo cada palavra que ela disse, apesar de ter saído em uma confusão cansada. Você sempre sabe as coisas certas para dizer a ela. Eu não sei como fazer isso. Descansando minha mão em seu ombro, eu disse: — É preciso tempo. Você não pode simplesmente ter um filho e esperar para saber o que eles estão pensando ou como eles se sentem, se você não está sempre por perto. Eles mudam e crescem tão rapidamente. Se você se afastar mesmo por um minuto, eles aprendem algo novo. — Tudo o que ela aprendeu, ela aprendeu com você. Ela me diz. Todas as noites no telefone, e quando chego em casa, ela me diz sobre as coisas que fizeram juntas. — Eu sei o que você está pensando, — eu disse. — E você está errado. Eu não concordo com você se mudar para Nova York, mas eu sei por que você faz o que você faz, e não é porque você é um pai ruim. Eu vejo você trabalhando cada hora de cada dia para dar Tilly tudo que ela precisa, porque você acha que precisa fazer para ela crescer sem uma mãe. Mas você não precisa se esforçar tanto. Você já fez isso. Você é bem-sucedido, você pode fornecer para ela, e agora ela precisa de você. Só você. Lentamente, ele se endireitou. — Se há uma coisa que eu fiz certo para ela, não foi trabalhar tão duro. Foi escolher você. Não pense que eu nem sempre aprecio você, porque eu aprecio, mas eu estou apenas começando a perceber o quanto de quem ela é para você. — Eu acho que foi um esforço de equipe, — disse eu, baixinho. — Mas graças a você. Dominic hesitantemente levantou a mão um pouco, depois a baixou. O movimento fez meu coração disparar de novo, e quando ele sorriu para mim, eu senti. Eu o senti em cada parte de mim, como a menor curva dos seus lábios tinha o poder de causar uma onda de energia em meu corpo. As respostas a essas perguntas que eu estava ignorando começaram a cair no lugar. — Eu deveria ir, — eu disse. Quando ele levantou a mão novamente, ele não mudou de ideia. Seus dedos encontraram suavemente seu caminho em meu cabelo, só tocando muito levemente, mas o suficiente para me fazer formigar. Minha cabeça abaixou enquanto eu tentava encontrar a força para ir embora, mas ele colocou o dedo embaixo do meu queixo e cuidadosamente inclinou para cima. Fechei os olhos, porque olhar para o seu rosto me faria me apaixonar com mais força, mais profundo do que eu queria ir. Com os olhos fechados, todos os outros sentidos que possuía se tornaram vivos, e eu sabia que seus lábios estavam uma mera fração dos meus. — Por favor, — eu respirei. — Por favor, não me faça me apaixonar por você. Sua testa descansou contra a minha, sua mão se movendo debaixo do meu queixo para a parte de trás do meu pescoço. – Eu sinto muito. Sinto muito. Mas eu acho que alguma coisa está acontecendo aqui. Tudo o que seria necessário é um pequeno movimento. Eu não podia me deixar beijá-lo. Mesmo que tudo em mim quisesse ele, eu não poderia colocar-me por isso. — Não, – eu disse, me afastando. — Você está chateado com Tilly, e você está apenas pensando em mim dessa maneira porque isso é o que é certo para ela. Dominic apenas sempre quis o melhor para Tilly, e de repente ele se deu conta de que era eu. Ele pensou que eu era a melhor pessoa para cuidar dela, mas isso não significa automaticamente que ele deve sentir algo por mim. — Isso não é verdade, — disse ele. — Não é? Seu silêncio me deu a minha resposta. Eu tomei uma respiração longa e profunda, em seguida, sai do carro sem dizer uma palavra. Capítulo 8 Dia 263 sem dormir, e Madison Connor está começando a perder o enredo. Não havia cafeína suficiente no mundo para meu cérebro funcionar, mas eu engoli três xícaras antes das oito na segunda-feira de qualquer maneira. Eu planejava ir a Exeter com a minha mãe, para que eu pudesse ver o quanto à cidade mudou no último par de anos, e, também, para tentar bloquear as imagens de Dominic que tinham sido tatuadas dentro da minha cabeça. Durante toda a noite, era como se ele estivesse no quarto comigo. O olhar em seus olhos quando eu tinha chegado a sua mãe na noite anterior, do jeito que ele tinha sido tão aberto sobre como ele se sentia, a sensação de seus dedos entrelaçados no meu cabelo. Tudo isso me levou a um lugar que eu nunca queria ir. Mas será que é real? Quando eu disse a Neil que eu pensei que meus sentimentos por Dominic eram baseados no medo, eu realmente quis dizer isso. Assim como eu acreditava que seus sentimentos por mim eram mais sobre Tilly do que ele, eu tinha me convencido de que eu estava em pânico porque ele estava saindo. Se isso fosse verdade, porém, eu não teria achado tão difícil de me afastar dele, quando ele quase me beijou. Eu não teria sentido cada palavra que ele disse afundando em mim, e eu não teria ficado acordada toda a noite desejando que eu me permitisse me apaixonar um pouco mais, para realmente entender. Meu plano para o dia foi interrompido quando recebi um telefonema de Tilly as nove, me perguntando se eu queria me juntar a ela, Dominic, Jayne, Dave e sua família em um piquenique em Dartmoor. Ela disse que seu tio Dave tinha ―solicitado a minha presença‖, e Dominic iria me pegar às dez. Lógica me disse para ficar longe. Eu estava cansada, confusa e estar perto de Dominic só iria piorar as coisas. Mas eu queria estar lá. E eu não tinha feito quaisquer planos oficiais com a minha mãe, então eu disse a Tilly que eu estaria pronta as dez, em seguida, comecei a me vestir. Era o dia perfeito para um piquenique em Dartmoor. O sol prometia um dia de verão escaldante. Vesti-me de acordo, entrando em uma saia jeans meio curta um top colete preto. Eu não tinha ido para os mouros em cerca de dez anos, e apesar de qualquer embaraço potencial, eu estava animada para voltar a um lugar onde eu passei muitos verões brilhantes, espirrando nos rios e observando os pôneis de Dartmoor. O humor de Tilly era brilhante quando ela bateu na minha porta. Ela me deu um sorriso largo, jogando os braços em volta de mim, então me arrastando para baixo a caminho para o carro de Dominic, sua noite agitada esquecida. Escalando no banco de trás - porque Jayne estava na frente - fez os acontecimentos da noite anterior passarem pela minha mente. Seu carro - uma Mercedes C-Class Coupe - sempre cheirava a couro, e um perfume que era distintamente dele. Tentei não respirá-lo, mas é impossível evitar encher os seus sentidos com algo que cheira tão bem. Pensamentos perigosos. Depois que disse bom dia para Jayne, Dominic me deu um sorriso estranho, que eu retornei, igualmente tão sem jeito. — Pronta para ir? — Questionou. Eu balancei a cabeça. — Sim, eu estou pronta. — E eu estou pronta! — Tilly acrescentou, fazendo-nos rir. **** Chegamos ao ponto de encontro combinado em Spitchwick Common, e abrimos um cobertor sobre a grama. Tilly saltou para cima e para baixo, ansiosa por sua tia, tio e primos chegarem. Antes que ela pudesse queimar no calor já escaldante, Dominic me entregou o protetor solar, e tive a certeza que toda pele exposta de Tilly fosse bem coberta de fator 30, enquanto ele tirava algumas cadeiras dobráveis e um monte de brinquedos e jogos para manter as crianças entretidas. Ainda era cedo, mas aos poucos, mais famílias chegaram prontos para desfrutar o pequeno pedaço do céu na terra que era Dartmoor. Dave, sua esposa, Mel, e seus dois filhos, Jake e Danielle, chegaram por volta de 30 minutos depois de nós e quando se aproximaram, carregando seu próprio barco de suprimentos, notei que as roupas de Dave estavam encharcadas. Jake e Danielle correram para cumprimentar Tilly e os três saíram em disparada para brincar juntos. — Madison, — disse Mel, me abraçando com força, — Estou tão feliz que tenha vindo! É ótimo ver você. O cabelo preto lustroso de Mel foi cortado perfeitamente mostrando suas salientes maçãs do rosto. Ela parecia ainda mais linda do que eu me lembrava. Fazia mais de um ano desde que eu a vi pela última vez, quando nós tivemos uma louca noite de improviso na cidade, que terminou com a gente acordando todo mundo na casa dela quando ela tropeçou pela porta da frente e se chocou contra o enorme vaso de planta, na parte inferior da escada. — É muito bom ver você também, — eu disse. — Eu não posso acreditar o quão grande as crianças estão ficando! — Eu sei, — ela riu, observando-os enquanto corriam ao redor. — Vai ser o nono aniversário de Jake no próximo mês, e Danielle tem quase sete anos. Parece que foi ontem que eu estava empurrando-os em seus carrinhos de bebé! — Madison, venha aqui e me abrace! — Disse a voz de Dave atrás de mim. Eu sorri largamente para o irmão mais velho de Dominic, que tinha seus braços estendidos. Dave era uma versão maior de Dom. Mais alto, mais redondo, e mais barulhento, mais feixes de diversão e sempre tão cheio de energia. Uma viagem para Devon sem ver Dave era uma viagem perdida. — Dave, — eu disse. — Eu senti sua falta, mas você está todo molhado, e eu acabei de colocar o protetor solar. O que aconteceu com você? Mel riu ao meu lado, e Dave disse: — Meu irmão idiota achou que seria divertido se tivéssemos alguns balões de água para jogar ao redor. Ele telefonou e me pediu para preenchê-los e trazê-los comigo. Eu tinha-os em uma sacola no meu colo, mas eu não contava com algum idiota dirigindo rápido demais em uma travessia estreita. Mel teve de frear forte, e eu tive um colo cheio de borracha e água! Então, sem balões de água hoje. — Você pensou que era uma boa ideia também. — Dominic sorriu. — Eu pensei, mas eu não esperava acabar sendo o único que teria uma luta de água. — Em breve, você seca, — disse Mel. — Está fervendo aqui fora. Dave arrancou sua camisa e colocou-a no chão ao lado do cobertor. — Você vai me abraçar agora, Madison, — ele perguntou, fazendo Mel rir ainda mais. — Você é tão rude, Dave, — disse ela. — Você realmente é rude, — eu disse, deixando que ele me abraçasse — Mas é bom vê-lo. — Você também, garota. Você também. **** O dia em Spitchwick não poderia ter ido melhor. As crianças estavam tendo o tempo de suas vidas, jogando badminton, perseguindo uns aos outros, molhando os pés no rio e comendo grandes quantidades de lixo açucarado que seus pais geralmente evitavam. Enquanto Dominic, Jayne e Mel jogavam futebol com as crianças, Dave e eu nos esticávamos em um cobertor, absorvendo alguns raios. Ele estava lançando olhares no meu caminho todo o dia, mas mal houve cinco minutos de sossego para nós conversarmos sem ninguém por perto. Mel eventualmente puxou a tropas, porque nós dois sabíamos que Dave queria discutir New York comigo. Eu meio que tinha esperando desde que Tilly me disse que ele tinha pedido para eu vir para o piquenique. — Vamos lá, então, — disse ele. — Diga-me que você concorda comigo. — Concordo com o que? — Eu perguntei, olhando para o céu azul e saboreando o calor do sol na minha pele. — Isso de Dom de se mudar para Nova York é a coisa mais estúpida que eu já ouvi. — Oh, — eu ri. — Sim. Eu totalmente concordo plenamente. — Então por que você não o parou? — Parar ele? — Perguntei. — Você não pode impedi-lo de fazer qualquer coisa, uma vez que ele colocou sua mente nisso. É assim que ele é. — Você não quer que ele vá. Eu suspirei. — Não. Eu acho que ele vai fazer mais mal do que bem. Dave sacudiu meu braço, me fazendo pular, e eu bati em retaliação. — O que foi isso? — Só estou tentando obter uma reação honesta de você. Seus olhos castanhos, tão diferentes de Dominic, focados intensamente nos meus, e eu disse: — Você não acha que eu estou sendo honesta quando digo que não quero que ele vá? — Não, eu sei que é verdade. Mas a razão que você não quer que ele vá? É isso que eu quero saber. — Isso parece muito com uma pergunta que você acha que sabe a resposta, — eu disse, me sentando. — Mas você está errado. Dave ficou em silêncio, e eu levei um tempo para observar os outros. Jake driblou o futebol, com Danielle tentando seguir ele. Ele não tinha conhecimento de Tilly o observando, e quando ele menos esperava, ela correu para ele, deslizando pela grama e jogando a bola para longe. O choque no rosto de Jake fez todo mundo rir, e Dominic correu para Tilly, levantando-a no ar. — Essa é minha garota, — disse ele. Ela riu e jogou os braços ao redor de seu pescoço. — E é isso que eu quero dizer, — disse Dave, tornando-me consciente de que ele havia se sentado também. — Esse olhar em seus olhos. Isso é honesto. — Eu não vi Tilly tão feliz em um longo tempo. Me faz feliz. E sinceramente não tem nada a ver com a forma como os seus rostos se iluminam quando eles estão se divertindo juntos, ou quão incrível Dominic parece quando tanto amor brilha em seus olhos. Realmente. — Eu sei. Mas... Madison, eu sei o que aconteceu com você e Dom depois que ele te disse sobre Nova York. Ele disse que você entrou em uma grande briga, e depois... bem. Eu sei. Jesus Cristo. Dominic era tão particular sobre tantas coisas, mas fazer sexo comigo era a única coisa que ele tinha compartilhado? Minhas bochechas queimaram. — Você quer saber o que ele disse? — Perguntou Dave. Virei à cabeça para ele. — Eu quero? — Ele disse que na noite em que dormiram juntos, ele a odiava e a amava ao mesmo tempo e isso o assustou porque ele nunca tinha sentido nada assim antes. Engraçado. Eu pensei algo semelhante na época. — Ele realmente disse isso? — Perguntei. — Ele disse que me amava? — Sim. Surpreendeu-me porque eu não acho que ele nunca iria perceber a sorte que tem. — Eu acho que vocês dois têm isto errado. Na noite passada, nós tivemos... um momento. Mas ele praticamente confirmou o que eu pensava. Ele acha que há algo entre nós, mas não é sobre mim. Como tudo o que ele faz, é sobre o que é certo para Tilly. Eu entendo, mas eu não quero esse tipo de relacionamento. E mesmo que eu quisesse, ele está indo embora em breve, então não importa. Dave suspirou como se tivesse percebido que as palavras dele estavam caindo em ouvidos surdos. Ou, pelo menos, ouvidos que se recusavam a ouvir corretamente. — Tudo bem, — disse ele. — Não posso dizer que eu não tentei. Minha adoração por Dave de alguma forma se multiplicou, mesmo que a conversa fosse mais dolorosa para mim do que eu gostaria de admitir. Eu amei como ele tinha sido tão aberto comigo, e como ele queria o que era melhor para o seu irmão. Mas você não pode forçar as pessoas a amar uns aos outros. Dei-lhe um abraço. — Eu aprecio o que você está tentando fazer, mas eu acho que você entendeu mal seus sentimentos. Nós somos amigos, nós sempre temos sido, mas isso é tudo. Talvez um dia ele vá encontrar alguém que ama Tilly, e quem ele realmente quer estar. Eu não sou ela. Levantei-me, precisando de uma pausa a partir da intensidade. — Indo jogar? — Não, — eu disse, com um sorriso. — Eu sou mais um observador. Quando cheguei mais perto para o jogo, Tilly disse: — Maddi! Eu preciso de você na minha equipe, tia Mel é um lixo! — Sério? — Mel riu. — Eu estou fazendo o meu melhor aqui! — As meninas são tudo um lixo no futebol, — disse Jake. — Eu não sou, — Tilly disse a ele. — Eu só roubei sua bola! Suas roupas manchadas de grama apoiavam bem seu ponto. — Eu acho que nós deveríamos deixar os adultos jogar, — disse Danielle. — Eu preciso de uma bebida. — Eu também, — acrescentou Jake, e Jayne colocou um braço em torno de cada um de seus netos mais velhos, e os levou para Dave e os refrescos. — Eu quero continuar jogando, — disse Tilly, pegando minha mão. — Vamos Maddi! Danielle e Jake deixaram o ―campo‖ e Mel disse: — Acabamos de perder nosso goleiro. Eu vou assumir. Ela ficou entre as traves improvisadas, que foram realmente apenas marcadores feitos de camisa de Dave e uma garrafa de água vazia. Dominic colocou a bola a seus pés e disse: — Qual de vocês senhoras está planejando me levar? Eu sorri para Tilly, e ela riu. Nós duas olhamos para Dominic por um segundo, em seguida, sem aviso prévio, a gente começou a correr, rápido. Surpreso com o nosso ataque em conjunto ele saiu com a bola, habilmente mantendo-a longe de nós. Tilly parou de correr, se preparando para tentar outro carrinho e eu parei para observá-la. Mesmo que Dominic fosse um alvo muito maior do que Jake, ela se concentrou duro em seus pés. Quando estava pronta, ela correu para frente, cronometrando seu ataque assim para ela chegar à bola uma fração de segundo antes de Dominic. Mais uma vez, ela derrapou pela grama, forçando seu pai a saltar para que ele não colidisse com ela. Tilly pegou a bola e segurou-a no ar, pulando para cima e para baixo. — Eu venci o papai, — ela cantou. — Eu bati papai! Sua precisão foi surpreendente, e comecei a rir quando Dominic caiu para o chão, sem fôlego depois de sua derrota. Corri o mais rápido que podia, enquanto rindo da alegria no rosto de Tilly, e ambas se sentaram na grama. Tilly colocou a mão no braço de Dominic e disse: — Eu acho que eu ganhei. Ele começou a rir. — Eu acho que você ganhou. Onde você aprendeu a fazer isso? — Eu já vi jogadores fazê-lo na TV. É fácil! — Fácil e confuso, — eu disse. — Olhe para o estado de suas roupas! Ela apenas deu de ombros e levantou-se, ainda cheia de energia, e correu para Jayne. Mel, que tinha nos visto a partir de seu lugar no gol, nos deu um sorriso antes de ir em direção a eles também. — Ela acabou de chutar o seu traseiro, — disse eu, quando Dominic tentou recuperar o fôlego. — Disse com tanto orgulho, — ele riu. — Estou orgulhosa, — eu disse. — Chutar bunda é uma grande habilidade para uma menina ter! Eu não acho que ela vai ter problemas para dormir depois de correr o dia todo! — Oh sobre isso, — disse Dominic, rolando para o lado. — Eu acho que Mungo foi substituído. Patch teve que tomar café da manhã conosco esta manhã. Tilly insistiu que ele tivesse a sua própria fatia de torrada. Mas sem manteiga. Os cães não gostam de manteiga. — Na verdade, Patch é mais um cão para cereal. — Então eu tenho que lutar com ele pelos meus sucrilhos agora? — Sucrilhos? Não. Eles são muito ruins para ele, ele só vai comer cereais chocolatey. — Eu vou fazer uma nota. — Bom, — eu disse séria. — Porque você sabe quantos problemas você estará se você maltratar o meu cão. Mantivemos a pretensão por um segundo a mais, até que se tornou impossível segurar o riso. Apenas se divertindo com ele em vez das brigas em curso que tivemos nas últimas semanas foi um alívio. Estamos habituados a ter o tipo de diversão que me fez pensar que poderia superar qualquer desacordo, porque, em primeiro lugar, nós éramos amigos. Eu tinha sentido falta. Capítulo 9 Os momentos de diversão no terreno para uma parada abrupta, logo que chegamos de volta a Londres. Depois de uma semana incrível em Devon, durante o qual eu comecei a sair com meus velhos amigos, fui a algumas viagens com meus pais, e passei um tempo com Dominic e sua família, a realidade bateu duro na noite em que chegamos em casa. O aniversário de Tilly era na quinta-feira, e suas três melhores amigas da escola viriam para uma festa do pijama. Dominic tinha jurado para cima e para baixo que ele estaria lá. Ele tinha perdido todo o resto, e desta vez, ele prometeu que estaria lá para ela. Assim, naturalmente, quando seu escritório ligou no domingo e perguntou se ele poderia voltar para Nova York para a semana para resolver alguns últimos detalhes para a mudança, ele não poderia dizer não. Eu estava lívida. Não apenas um pouco ofendida. Totalmente fumegante. Tanto é assim que, uma vez Tilly tinha corrido - de novo para o quarto dela chorando por causa de uma decepção, eu sai do apartamento e fui até o ginásio no piso inferior do edifício. Bater e chutar o inferno fora de um saco de boxe realmente me ajudaram a aliviar o estresse. Cada decisão porcaria que Dominic fez, cada ideia idiota que ele tinha sobre New York veio estourando para fora de mim, até que eu tinha me esgotado. Depois de uma hora, ainda não era suficiente. Suada e cansada, eu voltei para o apartamento, tomei banho e troquei para o meu pijama - uma velha camisa de grandes dimensões com o logotipo de uma obscura banda de rock estampada nela. Sentei-me na minha cama, esperando o aborrecimento passar. Certamente, ele deveria ter ido depois de passar uma hora a abusar fisicamente um saco de pancada? Não. Ele ficou me irritando, até que eu não tinha escolha a não ser me levantar e falar com Dominic. E por 'falar', quero dizer 'gritar'. Eu passei pelo corredor até seu quarto, onde eu o encontrei saindo de seu jeans. Eu tive que lutar muito para não me concentrar em seu peito nu, e eu desejava mais do que qualquer coisa que eu tivesse ido para a cama. Pelo menos as marcas de mordida foram curadas. — Eu conheço esse olhar, Madison, e eu não estou no clima para uma briga. Sua mandíbula estava apertada, me dizendo que eu deveria recuar. Infelizmente, sendo uma vaca espalhafatosa significava que eu não podia. — Você realmente é um idiota às vezes, — eu disse. Ele pegou sua calça jeans e as atirou sobre uma cadeira que já estava coberta de roupas sujas. — Eu não posso acreditar que você não podia dizer não para trabalhar uma vez, — eu continuei. — É seu aniversário, por amor de Deus! — Não faça isso. Eu já me sinto muito ruim. — Então você deveria. Você prometeu que estaria aqui. — Eu sei o que eu prometi ok? Mas eu não posso simplesmente fazer essas coisas do trabalho irem embora! — Então volte cedo. Vá amanhã, e esteja de volta aqui na quinta-feira para que você não a decepcione novamente. Ele virou-se para mim, com mais raiva do que eu já vi. — É tão fácil para você, não é? Você está sempre aqui, fazendo tudo certo, quando eu entro e saio de sua vida e foda-se as coisas! Não é fácil equilibrar tudo! — Não é fácil para mim também! Ela sente falta de você, e quando você se vai eu tenho que trabalhar muito duro para ser tudo o que ela precisa até você voltar! — Se é um trabalho tão difícil, por que você ficou por tanto tempo? — Porque eu a amo! Eu amo ambos e vê-la tão triste, e você tão estressado está me matando. Por que você não pode ir mais devagar? — Eu não posso me dar ao luxo de abrandar! Se eu diminuir o ritmo, as coisas não são feitas, e eu vou perder meu emprego! — Se você não diminuir o ritmo, você vai perder a sua filha! Você não pode ver isso? Ela está deslizando cada vez mais longe de você todos os dias. Ela te ama tanto, mas há apenas tantas vezes você pode se desculpar antes que ela deixe de acreditar em você. — Eu lhe pago para me ajudar, Madison. Não para dar palestra a mim. Lá vai ele de novo, retirando o cartão de “chefe”. Eu não me importaria de metade se ele realmente fosse um idiota insensível, mas ele não é. Se ele realmente pensava de mim como apenas um funcionário, ele não teria me incluído em tudo que ele fez com a sua família enquanto estávamos fora. Mas no momento em que eu comecei a fazer pontos válidos sobre como seu trabalho afetava Tilly, ele me calou. Colocou-me de volta no meu ―devido‖ lugar como a ajuda contratada. Só porque eu entendi por que ele fez isso, não a torna menos doloroso. Eu comecei a sair da sala, e Dominic disse: — Maddi. A maneira como ele disse meu nome fez um pequeno pedaço do meu coração desmoronar. Eu tinha desistido de corrigi-lo de me chamar Maddi porque – quando ele disse isso - parecia bem. — Você me ama? — Questionei. — Eu amo, — disse ele. — Mas... eu não sei mais o que isso significa. Eu esperei, porque eu sabia que ele não tinha terminado. Com certeza, depois de alguns minutos, ele descansou as mãos levemente em meus ombros. — Você pode, por favor, olhar para mim? Lentamente, eu me virei para encará-lo e suas mãos caíram para os lados. Gostaria de saber se meu rosto parecia exausto e miserável como o de Dominic. Se o brilho tinha ido de meus olhos também. Se ele queria saber o que eu estava pensando, da mesma forma que eu estava tentando ver o que estava acontecendo em sua mente. Nós sempre lemos bem um ao outro. Sempre. Mesmo nos últimos tempos de caos, que tinha conseguido ver de alguma forma para ver além das lutas e entender as coisas que nenhum de nós queria dizer em voz alta. Mas naquele momento, de pé na frente dele, eu não sabia o que ele estava pensando. E isso me aterrorizava. Um minuto de silêncio ensurdecedor passou, e quando eu não aguentava mais, eu disse: — Por que você disse a Dave que dormimos juntos? Eu não tinha ideia de por que essa pergunta saiu da minha boca, quando havia tantas outras para escolher. Mas estava me aborrecendo porque Dominic geralmente mantinha sua vida privada para si mesmo. Da mesma forma que ele manteve Serena para si mesmo - mas era uma estrada que eu realmente não queria seguir. Não importa o quanto eu não queria discutir o que aconteceu entre nós, só há um tanto de tempo que um tópico pode ser ignorado. Era hora. Meu coração batia forte, mas era tempo. — Eu não posso acreditar que ele falou com você sobre isso, — disse Dominic, balançando a cabeça. — Eu pedi a ele para não falar. — Bem, ele falou. Ele me disse que você disse sobre como você se sentiu. — Claro que ele fez, ele tem uma boca grande. — Por que você não me diz? Você só me perguntou se eu te amo. E você disse que me amava a Dave. — É assim que eu me sentia. Mas você não iria falar sobre isso. Toda vez que eu chegava perto de mencioná-lo você mudava de assunto, ou dava uma desculpa para ir embora. Ele estava absolutamente certo. Eu nunca lhe dei muita chance, mas o risco era muito grande. E se a gente não se sentia da mesma maneira? E se fizéssemos? Quando foi que eu mesmo decidi como eu me sinto? Eu dei um passo para trás. — Ir embora é a coisa certa a fazer. Me desculpe, eu não deveria ter trazido isso de novo. Dominic estendeu a mão antes que eu pudesse escapar para o meu quarto para me esconder. Suas mãos tocavam de leve na minha cintura, e eu quase, quase, coloquei meus braços em torno dele. Nós estivemos aqui antes. Mal vestido em seu quarto, mas desta vez, eu me recusei a deixar que algo acontecesse. — Eu sei que isto é uma bagunça, — disse ele. — O momento é horrível, mas mesmo se não falar sobre isso, os sentimentos ainda vão estar lá. — Eu posso lidar com os sentimentos. Eu não posso lidar com você agindo sobre eles. Não quando você está indo em poucas semanas. Olhei em seus olhos, desejando que ele me deixasse ir. Para entender por que era melhor continuar como se nada tivesse acontecido como tínhamos feito nas últimas semanas. Um momento se passou, e, finalmente, ele balançou a cabeça, soltando-me. Vireime para sair de novo, mas saltei quando notei Tilly em pé na porta. Suas bochechas estavam manchadas de lágrimas, e ela se agarrou a Mungo e Patch. — Por que você está no quarto do papai? — ela perguntou. Ela não poderia ter estado lá por muito tempo, mas meu coração ainda trovejou. Se ela viu os braços de Dominic em torno de mim ou ouviu qualquer coisa, só iria confundi-la, e as coisas já estavam complicadas o suficiente para ela. — Nós estávamos conversando, — Eu disse a ela, enquanto ela caminhava em minha direção e estendeu a mão para mim para pegála no braço. — Será que você teve outro sonho ruim? — perguntou Dominic, pegando a mão dela na dele. Ela balançou a cabeça, em seguida, enterrou o rosto em meu ombro, quando todos nós nos sentamos na cama. — Venha aqui, querida. Tilly me deixou ir e se arrastou para o seu colo. — Você quer dormir aqui comigo esta noite? — ele perguntou, e ela balançou a cabeça. — Eu vou para a cama, — eu disse. — Espere! — Disse Tilly. — Você não pode dormir aqui também? Se tudo na vida fosse tão simples como parece através dos olhos de uma criança. — Não na verdade, — eu disse. — Esta é a cama do papai. — Sim, eu sei, mas ele não se importa, não é pai? Dominic deu de ombros. — Eu não me importo. Mas Madison tem sua própria cama para dormir. Seu lábio inferior um pouco para fora. — Mas eu vou estar mais segura se ambos estiverem comigo. Ela estava totalmente me enrolando porque ela sabia que eu odiava deixa-la depois de um pesadelo. Eu não costumo deixa-la conseguir isso, mas já era tarde, ela estava cansada e eu percebi que eu poderia fugir assim que ela adormecesse. — Ok, — eu disse a ela. — Eu vou dormir aqui. — Yay! Recusei-me a olhar para Dominic enquanto eu caminhava ao redor da cama para subir ao lado de Tilly. Ele torceu-se em volta e entrou no outro lado dela. Ela se aconchegou contra ele, ainda agarrada firmemente a seus brinquedos de pelúcia. Mesmo que ela estivesse chateada com ele por voltar atrás em sua promessa de estar em sua festa de aniversário, eu amei como ela sempre soube que ele iria mantê-la segura. Dominic enfiou o braço em volta dela, e ela se contorceu mais perto. Eu me mantive firme do meu lado da cama, até que Tilly puxou a minha camisola para me puxar para ela. Eu me aproximei quando Dominic apagou a luz, e quando eu não poderia chegar mais perto, eu disse, — Você está confortável agora? — Muito, — respondeu Tilly. Ela fez um excelente tampão entre Dominic e eu, mas ele ainda estava perto o suficiente para que se eu me movesse apenas uma fração, nossas pernas se tocariam. Tilly pegou minha mão, e atirou-a através dela e Dominic, onde bateu ruidosamente em sua bunda. Sim, ele tinha suas boxers, mas isso não torna menos embaraçoso. Olhamos um para o outro por cima da cabeça de Tilly, e até mesmo no escuro, eu podia vê-lo tentando esconder um sorriso. Eu não poderia evitar, eu comecei a rir. Quando Dominic se juntou, Tilly disse: — Parem de rir, eu estou tentando dormir! — Hmm, pouco de atrevimento, quando você foi a única que nos acordou, mocinha! — Eu disse, movendo minha mão para que ele repousasse em seu braço, não na bunda de Dominic. — Você tinha que usar a palavra ―face6‖, — disse ele, rindo mais. Inconscientemente, Tilly tinha aliviado a tensão na forma mais estranha, tornando a situação mais engraçada do que deveria ter sido. Dominic e eu estávamos rindo tanto que a cama tremeu. — Sério! — Disse Tilly. — Parem de rir, ou Madison vai ter que voltar para o seu quarto. — Bem, agora ela soa como você! — Disse Dominic, e desta vez, eu dei um tapa no braço dele. Era difícil reunir muita força enquanto ria de ser dado um ―alerta‖ por uma criança de cinco anos de idade. — Eu deveria ir. — Não, fique! — Disse Tilly, agarrando minha camisola novamente. — Basta parar de rir. — Sim, chefe. Dei-lhe um beijo no rosto, e tentei obter um controle sobre mim mesma. Mais uma vez, meus olhos encontraram os de Dominic por cima da cabeça dela, e sua mão agarrou a minha, entrelaçando nossos dedos. Depois do que eu tinha dito sobre ―ir embora‖, eu deveria ter deixado ir. Mas parecia muito bom. 6 Ela usa a palavra cheek que pode significar bochecha, face e atrevimento. Ficamos assim até Tilly adormecer. O som de sua respiração suave me relaxou. O leve sorriso nos lábios dela que me fez pensar que estava sonhando. Certamente não parecem ser os monstros que havia a torturado antes. — Maddi? O sussurro dele me assustou, e eu sussurrei de volta: — Ela está dormindo. Eu vou para a cama agora. — Não. — Ele apertou minha mão. — Fique. Por favor. — Por quê — Eu tenho medo do escuro. Eu bufei uma risada quando Dominic sorriu. — Tilly vai cuidar de você, — eu disse, mantendo minha voz baixa. — Além disso, ela trouxe seu exército de destruidores de pesadelos com ela. — É verdade. Mas você disse a Tilly que você ficaria. Seu polegar acariciou delicadamente a palma da minha mão. Eu não tinha certeza se ele estava ciente disso, mas mesmo esse pequeno movimento colocou a minha mente cambaleando novamente. Eu queria correr para a segurança do meu próprio quarto, onde seria mais fácil para bloquear os sentimentos que eu tinha por ele. Permanecer em sua cama, o lugar que tinha começado a chutar todas as complicações, foi uma má jogada, eu sabia. Mas estar perto dele era muito tentador. Muito confortável. — Eu vou ficar, — eu disse a ele. Eu só queria que você fizesse o mesmo. Capítulo 10 A festa de pijama de aniversário de Tilly. Quatro crianças de seis anos. Um adulto. Poderia ter sido um desastre, mas eu trabalhei pra caramba para ter certeza de que, mesmo que Dominic não estivesse lá, o sexto aniversário de Tilly seria o seu melhor de sempre. Suas amigas, Lucy, Ava e Lily chegaram ao apartamento no meio da tarde, o que significava que eu tinha que mantê-las entretidas por muito tempo. Depois de verificar com os pais das meninas se elas tinham alergias e nenhum problema com as suas pequeninas brincar de vestir-se, eu estava pronta para um dia épico de mulherzinha. Tudo começou com a confecção de pizzas. Eu pensei que se nós fizéssemos a comida em vez de encomenda-la, pegaria um pouco de tempo extra, além disso, as crianças sempre gostam de cozinhar. Em retrospecto, eu deveria ter sido mais bem preparada para a quantidade de confusão que pode ser feito com queijo ralado, extrato de tomate e todos os outros ingredientes que escolhemos para jogar nas pizzas, mas nós tivemos um monte de divertimento fazendo-as. Uma vez que tínhamos comido a pizza, os momentos de diversão começaram. Eu tinha estocado acessórios de cabelo, maquiagem para crianças, pinturas faciais e roupas de fantasias durante semanas. Custou uma pequena fortuna, mas o olhar de prazer que me cumprimentou quando apresentei as crianças com meu estoque valeu a pena. — Posso usar isso? — Perguntou Lucy, puxando um boá rosa brilhante de pena. Eu tinha colocado a caixa no chão, no meio da sala de estar, e Tilly, Lucy, Ava e Lily praticamente mergulharam para ver o que poderiam encontrar. — Você pode usar o que quiser, — eu disse a ela, ajoelhando-me no chão ao lado deles. Tilly saltou para cima e para baixo nas pontas dos seus pés enquanto ela olhou para dentro da caixa. — Asas de fadas! Ela estendeu a mão para os cinco conjuntos de asas brilhantes, porque, obviamente, eu tinha que ter um pouco também, e entregouos. Rindo, todas nós as colocamos, e mais de uma hora depois, estávamos prontas para a festa. Todas as meninas usavam asas e tiaras, mas eu tinha estilizado o cabelo de Tilly em uma trança francesa, e decorado suas pálpebras com sombra prata deixando seus olhos brilhantes. As outras meninas também se decoraram em uma mistura de grampos de cabelo borboleta, spray de cabelo com glitter, pinturas faciais e muito mais. Elas, então, decidiram que eu precisava de uma reforma também, então eu separei meu longo cabelo em tranças altas como Lily, e deixei Tilly fazer a minha maquiagem. Felizmente, ela fez um ótimo trabalho. Houve um pouco de blush demais nas bochechas, e ela foi à loucura com a sombra de olhos brilhosa, mas poderia ter sido muito pior. Juntas, fizemos um grupo colorido e brilhante. Com nossa ―festa‖ em andamento, era hora de sacar o console de jogos. Se há algo que as meninas amam mais do que vestir-se, era dançar. Eu acionei o volume, e nós tocamos juntas com o jogo copiando os movimentos de dança na tela com diferentes níveis de sucesso. O tempo todo, cantando juntas, rindo uma para a outra quando tinha os movimentos errados, e quando eles eram muito difíceis, fizemos os nossos próprios. Eu estava brincando com Ava com Katy Perry quando ouvi a risada de um homem atrás de mim. — Papai! Tilly soltou Lucy - sua parceira de dança - e se levantou, olhando para o pai, com os olhos arregalados de alegre surpresa. Eu provavelmente parecia muito igual. Ele não fez nenhuma indicação de que ele estaria em casa cedo, então para vê-lo ali foi um choque. — Está se divertindo? — Ele perguntou, com um sorriso. Tilly atravessou a sala e pulou em seus braços. — Feliz aniversário, querida! — Eu não posso acreditar que você está aqui! — Disse ela, abraçando-o com força, enquanto ele tentava evitar esmagar suas asas. — Eu não poderia perder o seu aniversário, não é? Naquele instante, eu levei de volta a cada coisa ruim que eu já pensei sobre ele - não que houvesse muitos pensamentos ruins. Ele realmente voltou do trabalho a tempo de cumprir sua promessa para ela, e fez totalmente o seu dia. — Você chegou a tempo, — eu disse, sorrindo. — Tilly não teve seu bolo de aniversário ainda. À menção de bolo, todas as meninas soltaram gritos de aprovação, e Dominic disse: — Você precisa de uma mão? — Claro. Continuem dançando, senhoritas, — eu disse. — Vamos pegar o bolo. Dominic colocou Tilly no chão, e ele e eu fizemos o nosso caminho para a cozinha. Do canto do meu olho, eu notei sua expressão expectante, e eu olhei para ele. — O que você quer? — Eu perguntei, tentando esconder um sorriso. — Uma salva de palmas? A nomeação para o Pai do Ano? — Os dois. — Ok, ok. Você acabou de fazer este seu melhor aniversário de sempre! Beijei-o na bochecha, e ele começou a rir de novo. — Acalme-se, Tinkerbell7! Eu não quero ficar coberto de brilho! Merda. Eu tinha esquecido meu ―traje‖. Eu me acostumei com as asas muito rapidamente. — Eu acho que você não tem muita escolha, — eu disse. — Parece que um filme da Disney vomitou em toda a sala de estar! Não há nenhuma maneira que você vai escapar de ficar um pouco brilhante. 7 A fada sininho de Peter Pan — Adorável, — disse ele, sarcasticamente, mas sorriu de novo. — Você está bonita. — Papai, Madison, apresse-se com o meu bolo! Ao som da voz de Tilly, tirei meus olhos de Dominic e fui até a geladeira para pegar seu bolo de aniversário. Provavelmente uma coisa boa Tilly interromper. Ele acha que eu pareço bonita como uma fada, eu acho que ele parece lindo em seu terno. Isso é exatamente o tipo de situação que pretendo evitar. Eu tinha comprado para Tilly um bolo em forma de um macaco. Parecia um pouco cruel para empurrar velas em um sósia do Mungo, mas ela adorou. Nós todos reunidos em torno da mesa de café para cantar parabéns, mas antes que ela soprasse suas velas e fizesse o seu desejo, ela olhou para Dominic e eu, sorrindo, feliz por ter sua família unida. **** Foi um pouco depois das nove, quando as meninas se acalmaram o suficiente para se estabelecer na sala de Tilly com seus sacos de dormir. Eu tinha certeza de que, embora estivesse cansado de ser tão enérgico durante toda a noite, demoraria um pouco antes delas se deixarem adormecer. Festas de pijamas foram feitas para ficar acordada passando a hora de dormir, mas enquanto elas ficassem quietas, não importa para mim. Uma vez que elas estavam felizes instaladas, Dominic e eu nos servimos uma pequena taça de vinho, e nos sentamos juntos no sofá. Dominic olhou para a bagunça de roupas de fantasias, e os papeis de embrulho dos presentes de Tilly, que ainda estavam por todo o chão da sala. — Ainda tem certeza que não quer que eu contrate uma empregada? — Eu tenho certeza, — eu ri. — Há quatro pequenas ajudantes fingindo dormir, que podem nos dar uma mão na parte da manhã. — Você não pode apenas acenar com a varinha mágica, e fazer tudo ir embora? — Ele sorriu. — Não posso fazer. Minhas asas estão fora e o pó de fada foi utilizado. Nós vamos ter que fazê-lo à moda antiga, eu tenho medo! — Você fez algo realmente especial aqui hoje. Quando você conseguiu tudo isso? — Eu tenho os comprado por semanas. Apenas pequenos pedaços aqui e ali, porque eu sabia que as meninas adorariam. — Você quer que eu te pague por isso? Eu balancei minha cabeça. — Não, eu não mantive o controle de quanto custou de qualquer maneira. Eu realmente não tinha. Tinha que ser em torno do valor de sessenta libras, mas isso não importava para mim. Eu tive tanta diversão brincando com eles como as crianças. — Você gastou tanto em seu presente, embora, — disse Dominic. — Você não deveria gastar todo seu salário com ela! — Ela merece isso, — eu disse a ele, olhando para o moinho de vento Sylvanian Families8, e quatro conjuntos de animais que eu tinha comprado para ela. Eu sabia que Dominic tinha comprado o 8 Coleção de animais de desenhos de animais de estimação hotel para seu aniversário, por isso fazia sentido para adicionar à sua coleção. A alegria no rosto de Tilly me disse que eu tinha feito uma boa decisão. Quando me virei para olhar para Dominic novamente, nossos olhos se encontraram, e um pequeno tremor ondulou pela minha espinha. — Madison... há algo que eu tenho que falar com você. Eu me mexi, me afastando dele um pouco. — Dom, se isto é sobre... — Trata-se de Nova York. Ele colocou seu copo de vinho para baixo sobre o parapeito da janela, e afrouxou a gravata dessa forma que me fez querer pular em cima dele. Seu rosto era sério, uma grande mudança a partir do sorriso que ele me deu alguns minutos atrás. — O que é? — Perguntei. Ele tomou uma respiração profunda. — Eu conversei com o meu chefe, quando cheguei à Nova York na segunda-feira. Eu disse a ele que eu não tenho certeza sobre me mudar para lá. Meu coração parou por um segundo. — O quê? Mas... você quer ir. — Eu queria ir. Quando eu pensei que era um bom passo na carreira, e eu pensei que seria melhor para Tilly. Mas agora... eu realmente não acredito mais nisso. — Por que não? Você estava malditamente certo quando você me falou sobre isso, e foi pelo último par de semanas. Ele acenou com a cabeça. — Eu estava. Até o momento que você me perguntou sobre Serena. A menção de seu nome me incomodou, o que era ridículo. Eu nunca sequer conheci a mulher. — Serena? O que ela tem a ver com alguma coisa? — Você pirou sobre ela. — Eu abri minha boca para falar, mas ele continuou. — Não tente me dizer que você não fez. Mas eu preciso saber por que você se apavorou. — Ela me chamou de ―a empregada‖. No meu tom amargo, Dominic começou a rir, e eu estendi a mão e dei um tapa na perna dele. — Isso não é engraçado! — Não. Claro que não, — disse ele, tentando limpar o sorriso do rosto. — Eu só estou imaginando as coisas que você provavelmente queria dizer a ela quando ela lhe chamou assim. Os cantos de minha boca se contraíram. — Eu queria dizer muitas coisas. Mas eu fui muito educada. — No entanto, você sabe que não é isso que eu quis dizer. — Eu sei. Eu só não sei a resposta para a pergunta. E mesmo que eu soubesse... você ainda vai para Nova York. Não é? — Sim. Mas... quanto tempo eu ficarei pode depender da sua resposta. Assim, você pode encontrar uma? Eu amei como ele me observava tão atentamente, esperançosamente. A forma como um braço descansava contra o encosto do sofá, e como a gravata azul pendia em seu pescoço, um forte contraste contra sua camisa branca. Eu amava ele. — Eu estava com ciúmes, — eu soltei. — Quando Serena me ligou e disse que estava com ela, eu estava com ciúmes. E a realização foi o que me assustou. Dominic deixou escapar o que soou como um suspiro de alívio. Ele estendeu a mão para mim, sua mão se movendo para a parte de trás do meu pescoço, o polegar traçando círculos suaves em toda a minha pele. — Eu me senti da mesma forma quando você disse que estava indo para passar a noite com Neil. Eu odiei. — Se isso faz você se sentir melhor, não aconteceu nada. Passei a noite inteira falando de você. — Isso ajuda. Mas agora temos de trabalhar o que fazer. Eu não sei o que está acontecendo entre nós, mas... Eu sei que se eu deixar você ir, vou me arrepender. Meu coração pulou com suas palavras, mas não foi o suficiente. Ainda não. — Por quê? — Perguntei. — Por que você acha que você pode se arrepender? Por causa de Tilly? Ele balançou a cabeça. — Não. Não se trata de Tilly, é sobre mim. Este último ano foi muito difícil. Estar longe tantas vezes... é cansativo. Mas não importa onde eu estou eu sei que toda noite eu posso falar com você. Ouvir sua voz... torna os dias ruins mais fáceis. Eu não percebi o que significava até que tivemos esse briga quando eu disse que eu estava saindo. Eu sabia que tudo o que você disse é verdade, e eu estava chateado comigo mesmo por não falar com você sobre isso mais cedo. — Ele fez uma pausa, fechando os olhos por um segundo antes de continuar. — Você estava certa. Eu não preciso desse emprego, Maddi. Eu nunca precisei. Mas eu preciso estar com você. Palavras aceleraram pelo meu cérebro. Palavras que iria dizerlhe como me sentia, o quanto eu queria, precisava, que ele ficasse. Eles caíram em torno de minha mente, batendo uns contra os outros, mas nada saía. Tomei as duas extremidades de sua gravata em minhas mãos, e, lentamente, puxei-o para mim, meu coração acelerado, porque talvez, apenas talvez, eu estava prestes a obter tudo o que eu queria, mas estava com muito medo de admitir. Ele olhou para os meus lábios, esperando. Só mais um segundo. Pronto. Eu escovei meus lábios contra os dele, e de imediato, fui transportada de volta para a primeira vez em que nós nos beijamos. Era diferente, mais lento. Mas a necessidade de sentir sua boca na minha era a mesma e eu arrastei para mais perto dele, desdobrando minhas pernas debaixo de mim e envolvendo-as em torno de sua cintura para que estivéssemos pressionados juntos. Ele passou as mãos pelas minhas costas, aprofundando o beijo quando as nossas línguas se encontraram. Nós caímos para trás, eu em cima, ele me segurando para que eu não caísse. Meu estômago revirou com alegria, e cada parte de mim começou a tremer. Você já caiu. Pela segunda vez naquela noite, uma risadinha me assustou, e eu pulei longe de Dominic para encontrar Tilly em pé na frente de nós. Ela não parecia muito traumatizada, mas a visão de eu montando seu pai tinha o potencial de cicatrizá-la para a vida! Dominic sentou-se também, e nós olhamos um para o outro, sem saber o que dizer. Mal tínhamos trabalhado para fora o que nós éramos - além do tesão - por isso não estávamos totalmente preparados para responder as perguntas de Tilly. — O... o que você está fazendo fora da cama? — Dominic gaguejou, me fazendo rir. Qualquer um pensaria que ela era o pai. — Estou com sede, — disse ela. — O que você está fazendo? — Nós... bem... nós estávamos.. apenas, erm... Grande. O homem que eu estava quente um segundo atrás se transformou em um personagem de Hugh Grant. Tilly ainda estava sorrindo, e eu a levantei no meu colo. — O que há de errado com o papai? — ela perguntou. — Bem, querida, — eu comecei, — Papai e eu temos um monte de coisas para conversar, e você não deveria ver... isso. — Vocês não estavam conversando, — disse ela, ainda rindo, e eu abracei-a para mim, completamente consumida pela quantidade de amor que eu tinha por ela. Ela olhou para mim, seu rosto ficando sério, embora seus olhos ainda brilhavam - e não apenas de sua brilhante maquiagem. — Você sabe, quando eu era uma fada? — Ela perguntou, e eu assenti. — Eu fiz um desejo muito especial quando eu soprei as minhas velas. — O que você desejou? — Perguntou Dominic. O rosto de Tilly se tornou a definição absoluta de travesso. — Ele acabou de se tornar realidade. Mais uma vez, eu olhei para ele e, desta vez, ele sorriu. Talvez o nosso relacionamento não tivesse sido devidamente definido ainda, ainda tínhamos muito o que discutir. Mas o pequeno anjo rindo no meu colo tinha feito a sua posição muito clara. Em sua mente, ela ainda fez isso acontecer. Fim.