Madison Connor está prestes a enlouquecer. Seu trabalho, é isso. Durante três anos, ela
tem cuidado da filha de cinco anos de Dominic Hartley, Tilly, mas seu mundo é virado
de cabeça para baixo quando Dominic diz-lhe que a sua mais recente promoção irá leválo para Nova York. Com Tilly tendo um colapso com a mudança, Madison e Dominic
entram em uma briga que muda toda a natureza de seu relacionamento, fazendo com
que Madison se interrogar uma grande questão. Ela pode deixá-lo ir?
Capítulo 1
— Tilly, tira isso!
Tudo ao meu redor, os pais esperavam de braços cruzados seus
pequeninos para sair pelos portões da escola, mas eu não tinha
tempo para ficar por aqui. O rabo de cavalo loiro de Tilly saltou
quando ela correu em minha direção, a mochila batendo contra seu
lado. Eu não pude deixar de sorrir. A bolsa era quase tão grande
quanto ela, e ela se esforçou para mantê-la em seu ombro enquanto
suas perninhas correriam para mais perto.
Quando ela chegou a mim, ela deu um suspiro dramático. — Foi
um dia muito longo, Madison.
Qualquer um pensaria que ela tinha acabado de ter um turno de
12 horas no McDonalds, e não um dia na escola.
Cinco anos, indo para trinta.
Tomando a bolsa dela, abri a porta de trás do meu carro para
que ela pudesse subir. — Eu sei querida. E eu quero ouvir tudo sobre
isso, mas vamos indo primeiro.
A viagem para casa não era muito longa, mas eu não conseguia
relaxar até que voltássemos para o apartamento e eu tivesse
terminado o último par de tarefas diárias. Dominic não esteve em
casa em três semanas, e como regra, eu gostava de ter tudo arrumado
para o seu retorno. Ele não presta nenhuma atenção ao ocasional
prato sujo, e eu não era geralmente tão chata sobre isso, mas ele
nunca tinha ficado afastado por tanto tempo antes. Eu imaginei que
ele iria querer relaxar depois de sua viagem de negócios, e eu tinha
toda a intenção de fazer algo decente para ele comer... Se eu
conseguisse juntar algum tempo. Tecnicamente, meu trabalho não
inclui cozinhar para ele. Eu era a babá de Tilly que morava lá, não
dele. Mesmo assim, ele precisava comer.
Ouvir a conversa de Tilly sobre seu dia ajudou a me acalmar.
Suas histórias de como ela e seus amigos tinham feito um novo jogo
no recreio, e como o professor havia elogiado sua leitura colocou um
sorriso no meu rosto.
— Madison, vamos às compras novamente amanhã?
— Você pode ir, – eu respondi. — Com o papai. Vou passar o fim
de semana com Erica.
No espelho retrovisor, vi o rosto de Tilly cair. — Todo o fim de
semana?
— Sim, mas isso é bom! Isso significa que você tem muito tempo
com o seu pai para fazer coisas divertidas!
— Eu gosto de fazer coisas divertidas com você. – disse ela. —
Lembra quando fomos ao cinema e eu acidentalmente deixei cair
minha pipoca sobre a cabeça de um homem?
Um riso perverso irrompeu de sua boca, fazendo-me rir. A visão
de pipoca emaranhada em seus cachos selvagens, e do jeito que ele
sacudiu a cabeça, enviando as pequenas pepitas de ouro voando por
todo o lugar tinha firmemente se implantado na minha memória.
— Eu me lembro. – disse a ela. — E foi divertido, mas você sabe
que vai ter um bom tempo com seu pai. Você sempre tem.
****
Minha mente desviou de diversão, para o pânico continuo sobre
não ter tudo perfeito para o retorno de Dominic, quando voltamos
para o apartamento. Uma vez lá, eu disse à Tilly para trocar seu
uniforme da escola, enquanto eu fui pegar o aspirador do armário na
cozinha. Dominic tinha realmente se oferecido para contratar ajuda
externa para ter a limpeza feita, mas eu já me sentia como se eu não
fizesse o suficiente para o que eu tinha de retorno do negócio, por isso
insisti em fazer o trabalho de casa sozinha. O que mais eu deveria
fazer todos os dias? A ideia de ter um aspirador zumbindo ao redor,
enquanto eu estava sentada na minha bunda assistindo Jeremy Kyle
era ridículo.
O cheiro de café encheu minhas narinas enquanto eu caminhava
pelo corredor, e meu coração balançou.
Eu não fiz café hoje.
No moderno bar de sua cozinha preto e branco, Dominic Hartley
sentava, uma caneca de café na mão. Ele nunca perdia tempo em
tirar seu terno de negócio e colocar um jeans e uma camisa quando
chegava em casa. Seu cabelo loiro espesso estava livre de produtos, e
um pouco úmido do chuveiro. Ele sorriu quando entrei no quarto.
— Oi Madison.
— Oi, – eu respondi, colocando meu saco para baixo em um dos
balcões brilhantes. — Bem-vindo de volta.
— Obrigado. É bom estar em casa. Onde está Tilly?
— Ela está se trocando. Há quanto tempo você chegou?
— Cerca de meia hora. Eu peguei um voo mais cedo. Eu pensei
que a gente poderia sair para jantar hoje à noite.
A primeira noite de Dominic de volta normalmente consistia em
ele comer tudo o que eu tinha chicoteado para ele, em seguida, ir
para a cama cedo para dormir e tirar alguns de seus jetlag,
resultando em eu ler para Tilly sua história de dormir. Assim como a
maioria das outras noites.
— Eu não posso hoje à noite, — eu disse. — Eu vou sair,
lembra?
— Esqueci completamente. Mas você vai estar de volta amanhã,
não vai?
— Eu estarei de volta no domingo, como eu disse a você.
Nossa, eu sei que ele trabalha duro, mas você acha que ele iria se
lembrar de onde seu único membro da equipe estaria nos poucos dias
que ele está em casa.
A luz parecia passar rapidamente em sua cabeça, seus olhos
azuis enchendo com a lembrança. — Você vai passar o fim de semana
com sua amiga. Eu estava realmente esperando que pudéssemos sair
hoje à noite. Há algo que eu preciso falar com você e Tilly.
Oh bom. Outro aumento em minhas horas de trabalho. Sim, essa
notícia pode definitivamente esperar até que eu tenha arrancado um
pouco de vapor em uma boate, e bebido o meu peso corporal em vodka.
— Isso vai ter que esperar, — eu disse a ele. — Eu já fiz planos e
eu estive esperando por este fim de semana por um longo tempo.
— Eu entendo. Mas isso é importante, Madison.
Eu odiava quando ele se dirigia a mim como um cliente. Talvez
eu fosse sua empregada, mas quando eu aceitei o trabalho, eu
costumava ser uma parte da família. Parecia que quanto mais viagens
de negócios ele ia, mais desapegado ele se tornava de sua vida
doméstica. No ano passado, ele esteve em casa cada vez menos. Duas
noites fora se tornaram três e quatro, então ele estava em casa só nos
fins de semana. Os últimos quatro meses eu o vi se afastar duas
semanas de cada vez, e sua viagem de três semanas para Nova York
tinha sido extra-áspera para mim e para Tilly. Eu tenho a nítida
impressão que as coisas estavam prestes a ficarem mais difícil.
— Minha sanidade é importante também, — eu disse. — Então,
por favor, não tome este fim de semana longe de mim. Por favor.
Eventualmente, ele acenou com a cabeça. — Tudo bem. Você
está certa. Vá. Aproveite.
Antes que eu pudesse agradecer-lhe, ouvi os passos de Tilly ao
longo do tapete. — Madison, eu não consigo encontrar meu...
A sentença de Tilly interrompida quando ela notou seu pai, seu
rosto rompeu em um enorme sorriso. Ela lançou-se em toda a sala,
onde Dominic pegou-a nos braços e apertou-a com força. — Aí está a
minha menina. — disse ele, beijando a bochecha dela. — Teve um
bom dia?
Ela assentiu com entusiasmo e meu coração derreteu um pouco
ao ver os dois juntos novamente. Ela colocou os braços ao redor de
seu pescoço, e ele disse: — Eu senti tanto sua falta, menininha!
Tilly deu-lhe um olhar fulminante. — Eu não sou um bebê.
Dominic riu. — Eu sei você não é. Mas você vai ser sempre
minha menininha.
— Papai bobo.
O
que
quer
que
Tilly
não
tenha
conseguido
encontrar
rapidamente ficou esquecido quando ela começou a dizer a Dominic
todas as coisas que ela tinha feito desde que ele se foi.
Deixei-os
nisso
e
aspirei
o
apartamento
como
planejado. Quarenta minutos mais tarde - sim, os quartos eram
enormes - eu pulei no chuveiro, sequei meu cabelo, então,
cuidadosamente selecionei roupas suficientes para dois dias, além de
algumas roupas assassinas para minhas noites.
Minhas entranhas começaram a zumbir com entusiasmo
enquanto eu pensava sobre vestir algo completamente impraticável
em vez de minhas roupas sensatas do dia.
Eu estava quase pronta para ir quando Dominic bateu na porta
aberta do meu quarto.
— Que horas você vai embora? — Ele perguntou, quando eu
verifiquei sobre o conteúdo de minha bolsa mais uma vez.
Ele realmente não vai deixar isso pra lá, não é?
— A qualquer momento. — eu disse a ele. — Erica e eu
pretendemos comer fora antes de ir aos clubes.
— Vou pedir para viagem. Eu vou levá-la para Erica. Por favor,
você pode apenas ficar um pouco mais para que eu possa falar com
você? Tilly está assistindo a um DVD de modo que ela está quieta por
um tempo, e isso não pode esperar.
— Eu pensei que você precisava falar com nós duas.
— Eu preciso. Mas eu acho que a notícia pode ser digerida
melhor depois de eu gastar quantidades insanas de dinheiro com ela.
Comprando seu afeto. Má jogada, Dom. Isso me irritava quando
ele banhava Tilly com coisas que ela não precisava para compensar
sua ausência. Isso a fez malcriada por um tempo depois que ele saiu,
e eu tive que voltar a treiná-la para ser grata para o que ela tinha, e
lembrá-la uma das lições mais importantes da vida.
Você não pode ter sempre o que quer.
— Dominic, — eu disse, com um suspiro. — Eu sei o que você
vai dizer. Eu sei que você vai-me dizer que haverá viagens de negócios
mais longas, e pedir desculpas porque não é isso que me inscrevi,
mas eu realmente preciso de algum tempo para mim esta noite. Eu
estou bem com isso, vamos discutir os detalhes quando eu voltar.
— Estou levando Tilly para Nova York.
Inclinei a cabeça para um lado, esperando o final da piada. Ele
não veio. O rosto de Dominic permaneceu sério, e eu disse: — O que
você está falando?
Ele respirou fundo, entrando no meu quarto. — Me foi oferecido
um emprego. Bem, mais como uma promoção, realmente, e é muito
mais dinheiro. Mas... é em Nova York.
— Nova York, — eu repeti incapaz de reunir um único
pensamento coerente. — Nova York.
— Yeah. Você sabe a cidade que nunca dorme.
— Mas você... eu... Bem, parabéns, mas...
Eu estava perigosamente perto de me dar um tapa no rosto para
me tirar do meu estupor e parar de gaguejar como um CD riscado.
— Eu sei que isso é grande, — Dominic disse: — Eu não queria
deixar cair em você desse jeito, mas eu pretendia dizer-lhe neste fim
de semana, e eu não queria manter de você por mais tempo.
— Por mais tempo? Há quanto tempo você sabe?
— Eu recebi a oferta em março.
— Março, — eu botei. — É o maldito fim de julho agora!
— O trabalho começa no início de outubro, e nós vamos ir em
meados de setembro. Eu queria dar-lhe algum tempo para começar a
procurar um novo emprego, e meu chefe está feliz que eu não faça
viagens de negócios para ficar com Tilly, se você encontrar um lugar
que precisa de você para começar imediatamente.
Então, eu estava perdendo o meu trabalho e minha casa, em
menos de dois meses, e ele sabia desde março. E eu deveria ser grata
pelo aviso ―prévio‖?
Coloquei a alça da minha bolsa para cima e joguei por cima do
meu ombro. — Isso é tudo?
— Sim, mas você não quer falar sobre isso um pouco mais?
Ele olhou para o meu pé se contorcendo no meu sapato, ansiosa
para sair e eu disse: — Não. Eu não quero.
Sem outra palavra, eu casualmente passei por ele, fiz uma
rápida parada no quarto de Tilly para lhe dar um abraço de
despedida, então acelerei para fora do apartamento para começar a
minha caminhada para Erica.
Capítulo 2
Erica viu o estresse no meu rosto assim que eu entrei no seu
apartamento. Obviamente, o plano era para eu a consolar sobre sua
ultima falha de relacionamento, mas ela rapidamente empurrou os
lenços que tinha deixado postos ao redor para o efeito dramático para
um lado quando viu o vapor ondulando dos meus ouvidos.
— Que diabos aconteceu com você? — Ela perguntou quando eu
deixei cair minha bolsa para baixo e me lancei em seu sofá. — Você
não costuma ficar assim quando você sabe que há curtição a ser feita.
Erica já estava pronta para ir. Ela entrou em seu LBD1 favorito,
cheia de maquiagem, e seu cabelo loiro foi esticado até à perfeição.
— Dom. — eu disse. — Dom aconteceu. Ele só dançou de volta
para o apartamento para me dizer que ele e Tilly estão se mudando
para Nova York em setembro.
Os olhos verdes de Erica ampliaram de uma forma quase
cômica. — Como... para sempre?
— Sim.
1
Little Black Dress – Vestidinho Preto
— Então, onde isso deixa você?
— Fodida.
— Você não quer ir com eles? Seria incrível para viver em Nova
York!
Meus pensamentos paralisaram. Por que ele não me pediu para
ir com eles? Eu estava cuidando de Tilly por três anos. Ela nunca
tinha conhecido outra mulher. O resto de sua família - o resto de
ambas as nossas famílias - vivia em Devon, e sua mãe... bem,
ninguém sabia onde diabos estava. Os Hartley tinham se mudado
para a casa ao lado dos meus pais quando eu estava ausente na Uni.
Eu só encontrei a esposa de Dominic, Hayley, uma ou duas vezes
porque no momento em que deixei Uni, ela fugiu com um cara que ela
conheceu no trabalho. Ela não tinha feito qualquer tentativa de
contato com a filha em mais de quatro anos.
— Oh, — disse Erica, notando minha expressão. — Eu vejo.
Bem, isso é apenas rude. Será que ele não lhe dá qualquer
explicação?
Rolei sobre minhas costas com um suspiro. — Eu não lhe dei
muita chance para explicar qualquer coisa. Eu só queria sair de lá.
— Bem, talvez antes de queimar um fusível, você devesse ouvir o
que ele tem a dizer.
— Eu não quero ouvir isso. — eu disse a ela. — Ainda não. Eu
preciso de algum tempo para me acalmar e deixar tudo afundar. E
com isso quero dizer, eu preciso ficar bêbada e pular por aí com um
bando de estranhos suados. E nós precisamos te encontrar um novo
namorado!
Erica revirou os olhos. — Eu provavelmente devia superar o
último em primeiro lugar.
— Provavelmente, — eu concordei. — Sem chance de tê-lo de
volta?
— Eu não penso assim. Ele disse que eu sou muito obsessiva,
mas eu não sou não é? Quero dizer, eu liguei para ele algumas vezes
por dia, para organizar um terceiro encontro, mas eu não acho que eu
estava obsessiva. O que você acha?
Eu ri. — Você não aprendeu que os homens não gostam de ser
chamados doze vezes por dia?
— Tudo bem, — disse ela, o assunto com naturalidade: — Eu
definitivamente liguei menos de doze vezes, e o que eu deveria fazer?
Esperar em torno dele? Eu sei que há todos esses livros idiotas de
autoajuda de namoro que dizem que você tem que se segurar manter
um pouco de mistério, mas foda-se isso! O que há de errado com a
menina pedindo um encontro?
— Absolutamente nada, — disse ela, sentando-se. — Mas talvez
você deva tentar... esperar. Ou, pelo menos, ligar menos.
Ela deu de ombros, como se dissesse: 'Por que mudar o hábito
de uma vida?' e eu ri mais. — Erica, não há esperança para você.
— Eu sei, — ela gemeu. — Eu vou morrer sozinha!
Eu me levantei e coloquei minhas mãos em seus ombros. —
Você é muito linda para que isso aconteça. Agora, pratique o seu
sorriso enquanto eu vou me trocar!
****
A vida noturna decente mais próxima estava em Kingston-UponThames, um passeio de 15 minutos de táxi de Esher. Falar sobre a
vida amorosa de Erica durante o jantar ajudou a tirar a minha mente
dos meus próprios problemas por um tempo, mas eu não conseguia
me livrar completamente do nó de aborrecimento que tinha se
amarrado dentro de mim. No momento em que chegamos à boate, eu
estava desesperada para começar a atirar cocktails pelo meu pescoço.
Dominic tinha tentado me ligar sete vezes desde que saí do
apartamento, e todas às vezes, eu tinha ignorado. Eu não queria o
som de sua voz na minha cabeça à noite toda.
****
Nós só tínhamos estado no clube por uma hora antes de Erica
encontrar uma nova cara para se anexar. Eu assisti de meu local no
bar quando o belo estranho enrolou-se em torno dela na pista de
dança. Ela nunca levava muito tempo para encontrar alguém. Sua fé
inabalável no amor verdadeiro tanto me divertia e me inspirava,
embora honestamente, eu não tinha olhado para qualquer coisa séria
desde... Bem... Nunca. Eu tive namorados e mágoas durante a
faculdade e universidade, mas eu nunca tinha sido o tipo de garota
que precisava de um homem na minha vida. Nos últimos anos, eu
realmente não tinha tido tempo para namoro porque Tilly tinha sido o
meu foco.
O nó no estômago apertou quando eu pensava nela. Deus, eu
amava aquela menina. Ela roubou meu coração desde o primeiro
momento que a conheci, e vê-la crescer em uma bela garota, tão
bondosa tinha sido nada mais que um prazer. Um caroço inesperado
subiu na minha garganta com a perspectiva de perdê-la, mas uma
nova onda de raiva logo empurrou para o lado. Dominic não pode ter
pensado na sua decisão corretamente, ou ele teria visto o grande erro
que era. Tilly poderia ser atrevida às vezes, mas na maioria das vezes,
ela era tímida, especialmente em torno de novas pessoas. Seria
duplamente difícil para ela se Dominic saísse em viagem de negócios,
e ela teria alguém estranho cuidando dela.
— Bem, boa noite, Madison.
A voz rouca no meu ouvido fez minha irritação derreter, e eu me
virei, sorrindo.
— Neil. É bom te ver.
— Eu não sabia que você estaria fora hoje à noite, você devia ter
ligado.
Era um sinal de quão estressada eu tinha estado. Qualquer
outra noite que eu sabia que estaria em Kingston, Neil estava sempre
em primeiro lugar na minha lista de chamada. Um amigo de Erica,
que eu encontrei há seis meses, quando ela me convidou para
comemorar seu aniversário com ela e seus amigos. A atração foi
instantânea. Eu não podia resistir ao seu cabelo escuro, olhos
escuros... e seus músculos? Uau. Nós nunca tivemos algo sério, mas
tínhamos um acordo tácito que iríamos ligar sempre que podíamos.
Parecia um bom negócio para mim. Tínhamos um ótimo sexo, e não
precisava me preocupar com as brincadeiras. Ele não era tão frio
quanto parecia, na verdade, eu amava a familiaridade de estar com
ele. Nenhum de nós quis nada mais sério.
— Sinto muito, — eu disse, genuinamente. — Há muita coisa
acontecendo no meu mundo no momento, e eu só consegui escapar
esta noite.
— Estou feliz que você conseguiu, — disse ele, apertando-se em
um espaço entre mim e as hordas sedentas que cercam o bar. — Você
está linda.
Eu tinha ido para um look retro um pouco atípico, pelo menos
com o meu vestido. Era estilo dos anos cinquenta, com o tipo de corte
que se molda a cada curva. O decote era baixo e quadrado, mas eu o
uni com acessórios modernos para criar uma interessante mistura de
velho e novo.
— Obrigada, — eu disse. — Eu não tive muita chance de me
arrumar ultimamente, então eu pensei que eu iria fazer um esforço.
— Em nome de mim mesmo, e aquele cara lá que está olhando
para as suas pernas nos últimos cinco minutos, eu quero dizer que o
esforço definitivamente valeu a pena.
Seguindo o olhar de Neil, notei um jovem rapaz, provavelmente
não mais de dezoito anos, verificando a metade inferior do meu corpo
com a aprovação. Quando eu encontrei seu olhar, seu rosto ficou
vermelho e ele rapidamente se virou.
— Você o envergonhou! — Neil riu.
— Ele não estava sendo muito sutil!
— Não. Mas eu não o culpo por olhar.
Ele deslizou a mão na minha cintura, e me puxou para mais
perto dele.
— O que você acha de sair daqui e voltar para o meu lugar?
Eu
ri baixinho.
—
Mais
tarde,
— eu
disse
a ele.
—
Definitivamente mais tarde.
Seu sorriso fez minhas pernas se fecharem, mas quando ele se
inclinou para me beijar, eu senti uma vibração contra o meu quadril.
— Deus, eu espero que seja o seu telefone, — disse ele, me
fazendo rir de novo.
— É.
Esperando que fosse Dominic novamente, eu puxei meu celular
da minha bolsa para rejeitar a chamada, apenas para descobrir que
eu tinha uma mensagem de voz.
Ouça-a mais tarde. Você está se divertindo agora. Este não é o
lugar para estar pensando em trabalho.
Mas eu não podia ignorá-la. Eu tinha que saber o que Dominic
queria. Uma vez que eu tivesse feito, eu planejava desligar a maldita
coisa para que eu pudesse continuar com a minha noite em paz.
Eu dei a Neil um rápido beijo na bochecha. — Eu já volto.
Na entrada do clube, longe da música alta, eu pressionei play no
correio de voz, à espera de ouvir a voz de Dominic. Em vez disso, eu
ouvi um som de fungado abafado. Depois de alguns segundos, a voz
de Tilly falou: — Madison? Madison? Papai disse que estamos nos
mudando para longe, mas eu não quero ir. Você tem que dizer a ele
que eu não posso ir. Você tem que dizer. — Sua voz deu lugar a um
profundo, soluço de partir o coração até que seu tempo acabou e ela
foi cortada.
Tilly havia memorizado o meu número para emergências. Para
ela, isso definitivamente qualificava como emergência.
Ele disse a ela? Logo antes de deitar, quando não havia
nenhuma maneira que ela adormeceria sabendo da notícia?
Olhei para o bar onde Neil pediu uma bebida para si, enquanto
esperava, mas eu sabia que eu não podia ficar. Eu tinha que ir para
casa, para confortar Tilly e tentar encontrar uma maneira de aliviar
seus temores. Colocando meu telefone de volta na minha bolsa, eu fui
para Neil, que me cumprimentou com um sorriso. — Tudo bem?
Eu balancei minha cabeça. — Eu tenho que ir. Tilly precisa de
mim em casa.
Ele balançou a cabeça em compreensão, mesmo que ele
parecesse um pouco desapontado. — Ok, mas me ligue em breve.
Devemos ficar juntos algum dia.
— Eu adoraria, — eu disse a ele. Dei-lhe um abraço. — Eu vou
chamá-lo no fim de semana, eu prometo.
Mesmo apenas aqueles poucos minutos com Neil tinha sido
suficientes para me lembrar por que eu adorava estar com ele. Ele era
fácil de falar, e tão malditamente lindo. Mas Tilly era mais importante,
e depois de dizer a Erica que eu tinha que ir, eu pulei no táxi mais
próximo para ir para casa.
****
— Querida, acalme-se, por favor, — Eu ouvi Dominic dizer
quando escorreguei pela porta da frente. Mesmo que seu quarto
estivesse a alguns metros, eu podia ouvir os enormes soluços
trêmulos de Tilly e eu deixei cair minha bolsa no chão no corredor,
tirei meus saltos, e corri para seu quarto.
Dominic estava à beira da cama de Tilly, e ela estava de costas
para ele, chorando enquanto ele tentava acalmá-la.
— Oi, — eu disse, fazendo com que ambos saltassem.
Tilly saltou de debaixo das cobertas e pulou em meus braços,
sem dizer nada, apenas chorando no meu ombro. Segurei-a com
força, quando Dominic levantou-se. — Você voltou.
— Sim. Você sabia que Tilly me ligou?
Confusão atravessou seu rosto. — Como? Eu... Oh. Ela me
pediu para trazer um pouco de água a cerca de quarenta minutos. Eu
acho que ela fez isso então. Estou feliz que você veio, eu não sei como
acalmá-la.
Claro que não. Você nunca está aqui tempo suficiente para saber.
Dizendo-lhe para me deixar lidar com Tilly teria sido a coisa fácil
de fazer, mas ele precisava estar lá para ela também. Mandá-lo
embora só serviria para criar outra diferença entre eles, e isso era a
última coisa que eu queria.
Eu carreguei Tilly voltar para a cama, sentando e cobrindo-a
com seu edredom. Seu rosto estava coberto de lágrimas, e ela fungou
tentando se acalmar.
— Dom, você poderia pegar alguns lenços, por favor? — eu
perguntei.
Eu poderia lidar com um monte de coisas nojentas, mas ranho
de criança não era uma delas.
Dominic assentiu antes de sair da sala, e eu estendi a mão para
a mão de Tilly.
— Eu não quero ir embora, — disse ela, com a cabeça abaixada.
— Eu não quero.
— Eu sei querida. Mas seu pai tem um novo emprego.
— Ele já teve um novo emprego antes, mas não tivemos que ir
embora.
Tilly entendia o suficiente sobre o trabalho de Dominic para
saber que ele mudou algumas vezes, mas ela não tinha a
compreensão de quão bem ele tinha feito. Ele trabalhou como analista
de negócios para uma empresa financeira global, e ele subiu na
hierarquia em alta velocidade devido a sua incrível dedicação. Cada
promoção significava que ele poderia prover melhor para sua filha,
mas também significava que ele passava menos tempo com ela. Nem
Tilly, nem eu tínhamos ideia se Nova Iorque iria realmente dar-lhe de
volta seu pai, mas nós duas estávamos unidas em uma coisa.
Nenhuma de nós queria ir.
— Este é um trabalho diferente, — eu expliquei. — Isso significa
que o papai vai receber mais dinheiro.
— Eu não me importo com o dinheiro, eu quero ficar com você!
Dizendo-lhe que queria isso também só a teria feito mais
chateada com Dominic. Em vez disso, eu a puxei para os meus braços
novamente e acariciei seus cabelos.
Dominic voltou, entregando-me a caixa de lenços, e eu arranquei
alguns fora, em seguida, coloquei Tilly um pouco longe de mim para
que eu pudesse limpar o nariz e secar seus olhos. Seus olhos eram
impressionantes. O mesmo tom exato do azul como seu pai, mas com
cílios mais longos. Ao vê-los brilhar com lágrimas esfaqueava em
minha alma, me fazendo ter vontade de chorar com ela.
— Sabe o que eu acho? — Eu perguntei, inclinando o queixo de
Tilly para cima um pouco, e dando-lhe um sorriso.
— O quê?
— Eu acho que você deve dar um abraço no papai, então vamos
ler uma história antes de dormir até que você caia no sono.
— Mas o que dizer sobre ir embora? Eu quero que o papai diga
que não vamos!
— Eu prometo que nós vamos falar sobre isso amanhã. Todo
mundo está cansado agora, mas amanhã podemos falar sobre isso
corretamente. Juntos.
Lentamente, Tilly assentiu. — Você pode fazer o papai mudar de
ideia? — ela sussurrou, como se ela esperasse que ele não pudesse
ouvi-la.
— Eu não posso fazer isso, querida. Eu não posso. Mas eu
prometo que você vai ter a chance de dizer a ele como se sente. Mas
você precisa de um pouco de descanso primeiro, ok?
Ela assentiu com a cabeça novamente, e eu disse: — Dê um
abraço no papai.
Tilly olhou para ele como se ele fosse o diabo, então suspirou.
Somente quando a hostilidade tinha ido, Dominic a alcançou.
— Eu te amo, — disse ele, gentilmente.
— Eu também te amo.
Tilly deitou na cama, e Dominic a cobriu, enquanto eu procurei
no chão coberto de brinquedo, para localizar seu macaco de
brinquedo, Mungo - que ela não podia dormir sem. Ele deve ter sido
jogado fora durante a sua birra, e eu encontrei-o no telhado da casa
de sua boneca.
Foi outra meia hora antes que ela finalmente caísse no sono,
comigo e Dominic ao seu lado, revezando para ler um de seus livros
favoritos. Eu estava quebrada no momento em que terminamos, e eu
rapidamente me retirei para a cozinha em busca de algo alcoólico
para tomar.
Cerca de mil perguntas surgiram na minha cabeça pela noite, e
eu sabia que se eu não conseguisse pelo menos algumas delas, eu
nunca iria conseguir dormir. Além disso, se eu estava indo honrar
minha promessa com Tilly, eu precisava ter alguma ideia de quais
eram os planos de Dominic, em ordem a ajudá-lo a fazer a transição
para Nova York mais fácil para ela.
Eu localizei uma garrafa de cerveja na geladeira, e não perdi
tempo estalando a tampa fora e tomando um gole.
— Obrigado, Madison.
Dominic estava no batente da porta, seu cabelo uma bagunça,
provavelmente por ele passar os dedos frustrados. Seu rosto parecia
torcido, de uma forma que só acontece depois de um dia estressante.
É melhor ele se acostumar com isso.
— Eu realmente não voltei por você. — eu disse a ele, com mais
honestidade do que eu pretendia.
— Eu sei. Mas eu ainda aprecio isso.
— Bem, você é bem-vindo. Você quer uma cerveja?
Ele balançou a cabeça. — Eu já tive uma. Melhor manter a
cabeça limpa no caso de Tilly acorde de novo.
Tomei outro gole, e Dominic disse: — Foi bom você dizer a Tilly
que vamos falar sobre New York amanhã. Vai ajudá-la a dormir. Mas
você sabe que não vai mudar nada, não é?
— Eu sei? Você não vai ouvir o que ela tem a dizer?
— É claro que eu vou. Mas eu não posso deixar as decisões de
mudança de vida para minha filha de cinco anos de idade.
— Sua idade é irrelevante. Seus sentimentos que importam.
— Eu não estou dizendo que eles não importam. Só estou
dizendo que isso vai acontecer. Os planos foram feitos, eu comprei um
apartamento, eu encontrei uma escola para ela. Tudo o que
precisamos fazer é fazer a mudança.
A raiva começou a crescer em mim novamente. Todo o
planejamento feito em silêncio. Nem uma palavra para mim, nem
mesmo um sinal de que algo grande estava para acontecer. Ele
chegava em casa todo fim de semana e agia como se tudo estivesse a
mesma coisa, quando na realidade, ele estava se preparando para
transformar a vida de Tilly de cabeça para baixo por meses.
— Se você tem algo a dizer, eu sugiro que você diga. — disse
Dominic. Usávamos expressões correspondentes de aborrecimento,
como se minha própria irritação estivesse sendo refletida nele,
saltando entre nós como um globo de luz.
— Oh, eu tenho muito o que dizer, — Eu disse a ele, batendo a
minha garrafa no balcão, — Iniciando com, por que você escondeu
isso por tanto tempo? Por que você não me disse, mesmo que você
não estivesse pronto para dizer para Tilly?
— Porque eu não queria te dizer que você pode perder o seu
emprego até que eu soubesse o que ia realmente acontecer.
— Você devia ter sabido antes. Isso não apenas apareceu nas
últimas semanas.
— Não, — ele admitiu. — Ele não o fez. E você está certa, eu
deveria ter dito mais cedo. Mas eu não... Eu não soube como. Hoje, eu
só precisava falar, porque arrastar isso por todo esse tempo não era
justo, para nenhum de nós.
Maldito. Ele me fez sentir mal por ele em vez de dar-me uma
razão para liberar a minha raiva.
Não se sinta muito triste por ele. Ele ainda tem muito que explicar.
— O que vai acontecer quando você chegar lá? — eu perguntei.
— Quem vai cuidar de Tilly, enquanto você está no trabalho?
— Eu vou contratar outra babá.
— Será que você ainda tem que ir embora o tempo todo, ou estar
em Nova York significa que você não terá que ir embora tanto?
— Eu ainda vou precisar viajar, principalmente na América, no
entanto.
— Ah, então você está arrastando-a para fazer a sua própria vida
mais fácil.
Dominic olhou por cima do ombro, pelo corredor em direção ao
quarto de Tilly, em seguida, fechou a porta da cozinha. — Isso não é
justo, — disse ele. — Eu estou fazendo isso para que ambas as
nossas vidas sejam mais fáceis. Eu não vou ficar longe por tanto
tempo, ou tantas vezes. Isso significa que eu vou começar a passar
mais tempo com ela do que eu faço agora.
— Sim, talvez no começo! Mas, assim como quando nos
mudamos para cá, você vai acabar trabalhando mais horas de novo,
indo embora mais e mais, e ela não vai ter ninguém!
— Ela ainda vai ter a mim! E ela vai ter alguém novo cuidando
dela.
Outra facada me bateu, no peito, desta vez, enquanto eu
imaginava alguém a pegando na escola e ouvindo sobre seu dia.
Alguém diferente estaria lá para enxugar as lágrimas, e a protegeria
dos pesadelos.
Levou o fôlego de dentro de mim, e eu cai sobre um tamborete,
descansando meu braço sobre o balcão para sustentar minha cabeça.
— Por que você não me pediu para ir? — eu perguntei, com voz
fraca.
Dominic abriu e fechou a boca algumas vezes, tornando-se óbvio
que nem tinha passado pela sua cabeça. Eu estava cuidando de sua
filha por três anos, e isso não lhe ocorreu que eu poderia ser capaz de
fazer a coisa toda mais suave para os dois.
— Madison, eu...
— O quê? Eu não sou boa o suficiente para cuidar dela mais?
Eu não fiz o suficiente, eu não tenho mantido este plano perfeito para
você, e fiz tudo por Tilly cada vez que você foi embora?
— Não, não é isso. Deus, você foi incrível, você tomou conta de
tudo, e Tilly te ama, mas eu nem sequer pensei em pedir-lhe para ir
para Nova York. Não por nós. Não seria justo.
— Talvez você devesse se preocupar mais com o que é justo para
Tilly do que para mim. Você ainda pode mudar ela para fora do país
sem a permissão de sua mãe? Eu sei que ela não está qualquer parte
da vida de Tilly, mas...
— Eu a encontrei, — interrompeu Dominic.
Parei meu divagar e me sentei em linha reta. — Você encontrou?
Ele acenou com a cabeça. — Se eu estou fazendo este
movimento, eu quero fazer isso direito. Falei com o meu advogado, ele
a encontrou, e eu me encontrei com ela.
— Jesus Cristo, — eu disse, pulando do banco, e começando a
andar. Minha cabeça nadou com todas as revelações. — Antes de você
terminar de explicar este episódio de ―A Vida Secreta de Dominic
Hartley‖, há mais alguma coisa que você está escondendo?
— Não. E eu não lhe disse pela mesma razão pela qual eu não
lhe disse tudo. Não era o momento certo.
— Você falou com alguém sobre isso? Sua mãe, seu irmão?
— Não. Eu lidei com isso por conta própria.
Se eu não estivesse tão longe, do outro lado da sala, eu o teria
esbofeteado. Duro. Por que ele acha que ele tinha que fazer tudo
sozinho?
— O que aconteceu quando você a viu? — Perguntei.
— Bem, eu dirigi até Manchester, onde mora, e fomos para um
café. Eu disse a ela sobre o novo trabalho, e ela disse que estava feliz
por a gente ir.
— Será que ela chegou a perguntar sobre Tilly?
— Não. Tentei dizer a ela, mas ela não estava interessada. Ela
teve outro filho. Ela deixou claro que ela não quer nada com Tilly
agora que ela tem a sua nova família.
Enjoo bateu no meu estômago com a ideia de uma mãe ser tão
completamente indiferente com a sua própria filha. Tilly merecia
muito melhor. A mandíbula de Dominic ficou tensa do jeito que
sempre fazia quando ele estava chateado ou com raiva. Eu tinha
certeza que ele estava mais puto do que chateado. Seu luto para o seu
casamento terminou há muito tempo, mas nunca parou de doer por
Tilly porque ela tinha sido negada uma mãe.
— Sinto muito, — eu disse. — Que ela não se importe, eu quero
dizer.
Ele acenou com a cabeça. — Eu também. A boa notícia é que vêla significava que poderia finalmente ter o divórcio resolvido. Outra
coisa que está sendo cuidado.
O ciclo de fiação de emoções me fez cansada. Estar enfurecida
realmente levava tudo de você, mas quando você joga a tristeza,
arrependimento, medo e confusão, é demais. Eu tinha acordado
naquela manhã, animada porque eu tinha um fim de semana diante
de mim que prometia ser cheio de risos e de bebida. Menos de vinte e
quatro horas mais tarde, o meu coração estava pesado, pois tudo o
que eu conhecia estava prestes a me ser tirado.
— Eu preciso ir para a cama, — eu disse.
— Ainda há muito que conversar.
— Você provavelmente está certo, mas eu não posso.
— Por favor, — disse ele. — Eu não quero deixar as coisas dessa
maneira.
— Que maneira?
— Não saber o que você pensa. Sem saber se posso contar com
você para estar aqui até sairmos.
— Você honestamente acha que eu iria deixar Tilly um segundo
mais cedo do que eu preciso? Eu não vou a lugar nenhum. E, quanto
ao que eu acho... você sabe disso.
— Você acha que eu sou egoísta, — disse Dominic. — Você acha
que eu estou fazendo tudo isso por mim mesmo.
— Eu acho que você coloca a sua necessidade de ser bem
sucedido à frente das necessidades de Tilly. E eu acho que é injusto
de você.
— Como você pode não ver que eu estou fazendo isso por ela? —
Ele estalou. — Para que eu possa passar mais tempo com ela, para
que eu possa dar ao luxo de dar a ela tudo o que ela quer!
— Tudo o que ela quer está aqui! — Eu disse, jogando meus
braços e girando em círculo para marcar o meu ponto. — É aqui
mesmo neste apartamento, agora!
— Eu não posso ficar aqui o tempo todo.
— Você pode, se você parar de pensar sobre o seu enorme pacote
de salário! Você ganha mais do que o suficiente para viver
confortavelmente agora. Você ganhou mais do que suficiente para isso
antes de sua última promoção, mas em vez disso, você a pegou e você
está perdendo tudo. Cada pequena conquista que Tilly já teve passou
por você. Você ainda perdeu noite de pais! Você deveria ter visto-a
trabalhar sozinha, e ouvir o professor elogiando o quão longe ela
chegou no ano passado! Você ainda vai estar aqui para o aniversário
dela em algumas semanas, ou isso é mais um marco que vai
sacrificar?
— Eu vou estar aqui, — disse ele, com os dentes cerrados. —
Mas não empurre isso. Se você quiser ficar com raiva de mim, tudo
bem, mas nunca questione o quanto eu amo minha filha.
— Eu não questiono isso por um segundo, Dom. Eu não. Mas
você tem que ver quanto dano esse movimento poderia fazer com ela.
Você está levando-a de tudo o que ela conhece. E eu ainda não vejo
uma boa razão para isso.
— Isso não está em debate, Madison, está acontecendo! Ela é
minha filha, não sua!
— Anotado, — eu disse, tentando manter um controle firme
sobre o meu temperamento. — Eu vou sair do seu caminho na parte
da manhã para que você possa conversar com ela sobre a mudança.
Você precisa fazer isso sem os empregados ficando no caminho.
— Jesus, Madison! — Dominic retrucou, praticamente voando
pela cozinha para ficar na minha frente. — Eu preciso de seu apoio!
Eu preciso saber que você vai me apoiar, e que você não vai estar
enchendo a cabeça dela com veneno, enquanto eu não estou aqui!
A cegueira, a raiva queimando subiu pelas minhas veias. Tilly
não poderia ter sido da minha própria carne e sangue, mas eu teria
feito qualquer coisa, qualquer coisa, para ela, o que era muito mais do
que poderia ser dito de sua mãe. Talvez as minhas palavras
houvessem cruzado os limites empregador/empregado, mas eu nunca
sequer sonhei em tentar virar Tilly contra seu pai.
— Você realmente sabe tão pouco a meu respeito? — Eu cuspi.
— Se você acha que eu seria capaz de fazer isso, se você pensar por
um segundo que eu faria qualquer coisa para ferir qualquer um de
vocês, eu posso também ir agora!
Ele não respondeu, e eu balancei a cabeça, sabendo que tudo
que iríamos fazer se eu ficasse ali era andar em círculos. Eu tive o
suficiente.
Eu tentei empurrá-lo de lado para que eu pudesse chegar até a
porta, mas ele se recusou a ceder. Empurrei com mais força, tentando
usar a minha raiva para empurrá-lo para fora do caminho. Sua
resposta foi agarrar o topo dos meus braços até que eu parei de lutar,
olhando em seus olhos.
Seus lábios esmagaram contra os meus. Nenhum aviso.
Nenhuma suave inclinação. Um minuto, estávamos separados, o
seguinte, eu estava trancada em um beijo que eu não esperava. Eu
congelei apenas por um segundo antes de ceder, meu corpo mudando
de tremendo de raiva, a tremer com algo completamente diferente.
Uma de suas mãos deslizou por cima do meu braço para minha nuca,
o outro caiu na minha cintura, seus dedos me queimando através do
material fino do meu vestido. Instável, eu segurava a sua camisa,
esperando que me segurasse bastante até que eu estar pronta para
tocá-lo.
Bem, isso é completamente antiético.
Eu não me importava. Foi melhor do que gritar.
Eu nunca tinha odiado e querido alguém tanto assim na minha
vida.
Meus dedos torceram o tecido de sua camisa, juntando em
minhas mãos enquanto sua língua encontrou o seu caminho em
minha boca. Ele se esticou por trás dele, suas unhas arranhando
contra
a
porta
de
madeira
até
que
encontrou
a
maçaneta.
Balançando-a aberta, nós tropeçamos através dela e nos arrastamos
ao longo do corredor até seu quarto, entrelaçados em um beijo
movidos a desespero.
Na privacidade do quarto de Dominic, eu levantei sua camiseta
para correr minhas mãos por suas costas, e ele se afastou de mim por
apenas um segundo para puxar a camisa sobre a cabeça. Não era a
primeira vez que eu o vi sem camisa, mas parecia como a primeira
vez. Eu não tive tempo para parar e admirar a vista, eu precisava
tocá-lo, saboreá-lo. Minha boca dançou ao longo de seus ombros
largos, mordiscando, mordendo. A frieza refrescante me batendo, o
som do zíper do meu vestido ecoando em meus ouvidos, e ele puxou-o
para baixo, deixando-o cair no chão.
O resto de nossas roupas rapidamente seguiram, e caímos de
costas
na
cama,
respirando
pesadamente,
corações
batendo.
Estávamos prontos, mais do que prontos, mas Dominic me fez
esperar, arrastando beijos no meu pescoço para os meus seios, onde
ele me pagou em espécie por usar meus dentes. Minha respiração
tornou-se
superficial,
e
eu
fechei
os
olhos,
concentrando-me
duramente em manter gemido selvagem que ameaçava explodir para
fora de mim. A mistura de pequenas mordidas afiadas e beijos suaves
me deixaram louca, e eu passei os dedos pelos cabelos já
despenteados, puxando-o para mim para que eu pudesse sentir seus
lábios nos meus novamente.
Pela segunda vez, ele me soltou com uma mão, enquanto
segurava-me com a outra, e estendeu a mão para a gaveta em seu
armário de cabeceira. Sabendo que ia acontecer em breve me fez
beijá-lo mais forte, levantando meus quadris em direção ao seu.
Quando ele encontrou o que estava procurando, ele rolou para longe
de mim, apenas o tempo suficiente para rasgar o pacote de folha e
deslizar o seu conteúdo para a posição.
Quando Dominic voltou para cima de mim de novo, sua
respiração estava tão rasa quanto a minha, ele parou por um
segundo, o primeiro sinal de incerteza em seus olhos. Você tem
certeza sobre isso?
Meus próprios olhos se arregalaram. É um pouco tarde para
perguntar agora!
Um pequeno sorriso de compreensão cruzou seus lábios, mas eu
conectei a minha perna em volta de seu quadril, forçando-o de volta
para o momento. Nenhum de nós poderia esperar, e enquanto ele se
movia dentro de mim, rápido, animalesco, o mundo ao meu redor
começou a desaparecer. Todos os meus sentidos tornaram-se alerta,
elevado, crescendo. Construindo, até que fogo rasgou através de mim,
atirando para fora ondas de prazer que rolaram e caíram através de
cada parte do meu corpo. Eu não conseguia parar de chamar seu
nome. Parecia distante, como se as palavras não estivessem
realmente vindo da minha própria boca, e logo após, ele soltou um
gemido alto antes de cair em cima de mim, nós dois encharcados de
suor.
Capítulo 3
Olhei para o teto, incapaz de me mover, esperando pela alta póssexo-raivoso aparecer. Meu corpo ainda estava formigando, e fora de
mim, eu podia ouvir que Dominic ainda não tinha muito recuperado
sua respiração.
A alta não veio.
Em vez disso, eu me senti em pânico. Se eu não pudesse ainda
sentir seu peso em cima de mim, e as pequenas marcas de mordida
na minha pele, eu poderia ter me convencido de que eu tinha acabado
de ter um sonho particularmente sujo.
Nua, esparramada na cama de Dominic, eu me senti exposta,
mas eu não queria me mover ainda. Tentei enganar-me a pensar que
se eu não me movesse, ele esqueceria que eu estava lá. Talvez ele
adormeceria e eu poderia rastejar para fora, fingir que nada
aconteceu.
Oh, isso aconteceu.
Depois do que pareceu uma eternidade, Dominic finalmente se
levantou, e foi para seu banheiro da suíte. Como ele poderia não dizer
nada? Será que ele estava realmente planejando entrar em negação?
Eu o conhecia melhor do que isso. Eu sabia que ele estaria se
sentindo tão estranho quanto eu, e após a briga que tivemos, eu não
tinha ideia de como nós deveríamos ter uma relação ―normal‖ de
trabalho novamente.
Lentamente, eu me sentei, minha cabeça girando um pouco.
Suponho que era de se esperar, após a experiência sexual mais
intensa da minha vida, mas eu precisava chegar ao meu próprio
quarto, tomar banho, e tentar dormir antes de enfrentar Dominic
novamente.
Eu coloquei meu vestido, para que eu não tivesse que andar pelo
corredor nua, e rapidamente peguei meu sutiã e calcinha.
Deus, isso poderia ficar mais embaraçoso?
No banheiro da minha suíte, tirei-o novamente e liguei o
chuveiro, deixando que a água quente lavasse Dominic da minha
pele.
Eu realmente o mordi?
Eu não poderia evitar. Ele tinha me deixado furiosa.
Eu sempre quis fode-lo?
Erica me perguntou um milhão de vezes. — Madison, você tem
certeza que é apenas a babá? Ele paga um monte de dinheiro para
fazer quase nada. Deixando de lado a insinuação descarada que eu
era sua puta de fim de semana, eu sempre disse a ela a verdade
absoluta. Ele nunca tanto quanto olhou para mim de forma
inadequada, imagine algo mais. E eu sempre o vi como... bem, eu
sabia que ele não era ruim de se ver, mas para mim, ele era o pai de
Tilly. Um empregador, talvez até mesmo um amigo. Eu nunca tinha
analisado antes. Nunca precisei.
Oh Deus.
Sentindo-me um pouco mais humana, saí do chuveiro e enrolei
uma toalha na cabeça para secar meu cabelo, e outro ao redor do
meu corpo.
Eu não esperava ver Dominic sentado na beira da minha cama.
Ele colocou sua calça jeans de volta, mas não se preocupou com uma
camisa. Não havia muito ponto a ser modesto, mas quando ele me viu
sair do banheiro com apenas uma toalha para a roupa, ele se
levantou.
— Merda, desculpe, — disse ele. — Eu saio.
— Não. Está tudo bem, — eu disse a ele, já que ele foi para a
porta.
Não estava realmente bem. Na verdade, tudo parecia estranho,
como se todo o equilíbrio do universo tivesse sido alterado.
Eu fiquei presa ao chão. Esperando. Os olhos de Dominic
focados em um ponto no tapete perto dos meus pés, incapaz de
encontrar os meus olhos, presumivelmente enquanto algumas
palavras formavam em sua cabeça. Concentrei-me, em vez de me
embaraçar, em seu peito que subia e descia lentamente.
Deixei marcas de dentes!
— Você acha que é possível para nós colocarmos... aquilo... para
trás? — ele perguntou. — Eu... foi... — Ele balançou a cabeça como
se quisesse limpá-la. — Eu sou completamente responsável pelo que
aconteceu, e eu sinto como se eu...
— O quê? Aproveitou-se de mim?
— Sim.
— Você realmente acha que eu sou incapaz de tomar decisões
por mim mesma? Ou que eu sou uma virgem cuja inocência você
roubou? A verdade é que nós aproveitamos um do outro. Nós
discutimos, nós nos empolgamos, e agora... estamos aqui.
Ele finalmente levantou a cabeça, movendo o olhar dos meus pés
na minha cara. — Sinto muito, — disse ele. — Eu só não quero que
você pense que eu estou... Eu não sei o que aconteceu, eu...
— Você não precisa explicar, — eu interrompi. Especialmente se
vai terminar com você, inadvertidamente, me insultando. Se o sexo
significava alguma coisa ou não, nunca é bom ouvir que você foi um
erro. — Eu não acho que você é algum tipo de depravado em segredo,
eu só acho que as coisas foram mais longe do que queríamos, e agora,
você está certo, temos que deixar para trás.
O segundo que as palavras saíram da minha boca, um arrepio
percorreu-me. Como se eu estivesse dizendo adeus a algo que eu
realmente não tinha me acostumado ainda. Foi provavelmente o
melhor. Discutir uma rapidinha com o chefe não iria fazer o meu
trabalho mais fácil.
— Obrigado, — disse ele. — Eu acho que nós dois precisamos
nos esfriar antes de amanhã. As coisas que dissemos antes... eu não
sei o quanto a gente realmente quis dizer, mas eu preciso de sua
ajuda com Tilly. Você vai sair com a gente amanhã? Assim, podemos
conversar.
— Yeah. Eu vou.
Dominic se virou para sair, de cabeça baixa, perdida em
pensamentos.
— Dom?
Ele parou, olhando por cima do ombro para mim.
— Eu nunca duvidei o quanto você ama Tilly, — eu disse a ele.
— Nenhuma única vez.
Ele sorriu os olhos brilhando de gratidão. — Boa noite Madison.
— Boa noite.
****
A noite foi longa e agitada. Devo ter dormido em algum
momento, mas a maior parte, eu virava na cama, incapaz de me
sentir confortável. Mesmo que eu estivesse exausta, a minha mente
não me deixava descansar. Manteve-se expelindo pequenos pedaços
da briga que tive com Dominic, intercalados com flashes de eu
rasgando suas roupas e ele me beijando.
Fiquei contente quando a manhã chegou.
Em um dia normal, eu teria atirado meu roupão sobre o pijama
para ir para a cozinha, mas estava longe de ser um dia normal, então
eu me vesti no meu jeans e blusa azul de gola alta, e puxei meu
cabelo castanho claro em um rabo de cavalo frouxo que pairava sobre
o meu ombro antes de ir pegar o café da manhã.
Dominic e Tilly estavam conversando na mesa da cozinha. Bem,
Dominic estava falando. Tilly respondeu sem entusiasmo fingindo
estar ocupada comendo seus Coco Pops2, mas ela se iluminou quando
me viu.
— Maddi!
— Bom dia, Tilly.
Ela era a única pessoa no mundo que eu permiti a encurtar o
meu nome. Como regra geral, eu fiz-lhe um ponto para corrigir
qualquer um que tentou me chamar de ―Maddi‖. Eu sempre pensei
que me fez soar... bem... louca3.
Liguei a chaleira no meu caminho para a mesa, em seguida, me
sentei ao lado de Tilly, que tinha um bigode de chocolate ao leite. Eu
balancei a cabeça em diversão e olhei para Dominic, que me deu um
sorriso um pouco estranho.
— Oi, — eu disse. — Dormiu bem?
— Na verdade não. Você?
— Também.
— Papai. Eu não quero mudar para Nova York.
Era como se ela estivesse esperando por mim para que ela
pudesse obter essa discussão em movimento. Geralmente, se havia
algo perturbando Tilly, ela nunca seria a primeira a falar, preferindo
esperar que fosse embora por conta própria. O fato de que ela tinha
sido a única a dar o pontapé inicial significava que ela estava muito
mais preocupada com a mudança do que eu pensava.
2
3
Um tipo de cereal.
Ela está comparando Maddi com Mad, a pronuncia pode ser parecida.
— Termine o seu café da manhã, querida, — disse Dominic. —
Nós vamos falar sobre isso mais tarde.
— Eu não quero esperar até mais tarde.
Determinação encheu seus olhos. Eu teria ficado orgulhosa dela,
se eu não estivesse tão ansiosa sobre onde isto estava indo.
— Eu pensei que nós poderíamos ir ao zoológico em Battersea
primeiro. Em seguida almoçar.
Tilly balançou a cabeça, seu cabelo loiro batendo em seu rosto.
— Sem jardim zoológico. Eu quero falar agora.
Dominic me deu um olhar que estava em algum lugar entre,
―Ajude-me”, e ―Você ensinou a minha filha esta atitude?”
Para o registro, eu só lhe ensinei a lutar por coisas que eram
importantes para ela, e não sair de Londres definitivamente caiu
nessa categoria.
— Talvez devêssemos fazer isso agora, — eu sugeri. — Acabe
logo com isso, então podemos sair e fazer algo divertido.
— Tudo bem, — disse Dominic. — O que você quer dizer, Tilly?
Enquanto ela começou a explicar, eu calmamente me afastei
para me fazer um café. Eu precisava muito dele depois da noite que
eu tive, e eu me senti menor no assunto, uma vez que eu tinha
deixado à mesa.
— Eu não acho que devemos ir para Nova York por que... bem...
é muito longe e eu não conheço ninguém que mora lá. E os meus
amigos? Eu não vou ser capaz de ver Lucy e Ava e Lily mais. E
quando formos Madison não será capaz de ver Erica.
Eu congelei, no meio do movimento.
Mais uma vez, Dominic olhou para mim, e eu balancei minha
cabeça. Se ele queria a mudança, ele poderia ser o único a dizer a
verdade. Eu não podia acreditar que ele não tinha mencionado que eu
não ia com eles. Ele provavelmente pensou que Tilly poderia
preencher os espaços em branco, o que, naturalmente, não podia.
Não aos cinco anos de idade.
Dominic chegou do outro lado da mesa para a mão de Tilly. —
Madison não está vindo com a gente.
Seu rosto mudou de determinado, para confuso. — Mas... ela
vem em todos os lugares com a gente. Ela vai de férias com a gente, e
ela sempre vem quando vamos para o boliche, ou patinar ou para o
cinema. Por que ela não pode ir à Nova York?
— Porque é muito longe. Não seria justo da minha parte pedir a
ela para se mudar para tão longe por nós.
Madison trocou seu olhar para mim. — Você não quer cuidar de
mim?
Seu lábio inferior tremeu seus olhos se enchendo de lágrimas.
Quanto mais desconfortável isto vai ficar? Se eu lhe dissesse que não
queria, eu estaria mentindo. Se eu lhe dissesse que queria continuar
a tomar conta dela, ela iria ficar mais chateada com Dominic por não
me pedir para ir com eles.
— Claro que eu quero, — eu disse, descansando meu café no
balcão e me sentando ao lado dela novamente. — Mas eu não posso.
— Então eu não vou, — disse ela, soltando a mão de Dominic. —
Eu quero ficar com Madison.
Tilly cruzou os braços, como se as palavras dela resolvessem a
questão, mas eu descansei minha mão suavemente em seu rosto. —
Você não pode ficar comigo, mas eu ainda vou falar com você o tempo
todo, e eu posso visitar e...
— Não, — ela gritou, empurrando-me para longe. — Eu não vou!
Sua cadeira raspou violentamente ao longo do chão e ela pisou
fora da cozinha para o quarto onde ela bateu a porta com força
suficiente para acordar todo mundo no prédio.
— Bem isso poderia ter ido melhor, — eu disse.
— Eu sabia que deixá-la falar não ajudaria. Ela é jovem demais
para entender por que temos que nos mudar, e você dizendo que ela
poderia ter uma palavra a dizer só a fez pensar que poderia mudar
minha mente.
Engoli minha réplica, optando por buscar o meu café. A
conversa não era para mudar a mente de Dominic, supostamente era
para tranquilizar Tilly que, independentemente do resultado, seus
sentimentos estavam sendo ouvidos.
— Será que ela me odeia? — Questionou. Algo em seus olhos me
disse que se sentia derrotado, e ouvir a filha dizer que ela prefere ficar
com a babá deve ter sido doloroso.
— Dominic, isso não vai ser fácil. — Eu disse a ele. — Você não
a deu tempo suficiente para se familiarizar com tudo isso, então sim,
ela vai ser difícil. Ela vai brigar com você, ela vai odiar você, ela vai
fazer qualquer coisa que ela pode fazer para você ficar chateado. Você
precisa ouvi-la. Você não pode simplesmente dizer-lhe como as coisas
são, e esperar que ela não o desafie.
— Portanto, sua solução é deixá-la passar por cima de mim?
— Não. Eu só estou dizendo que você precisa ser mais
compreensivo. Você teve muito tempo para planejar isso, e ela tem
apenas algumas semanas. Deixe-a esfriar por um tempo, em seguida,
tente novamente. Leve-a para fora como o planejado, em algum lugar
que ela vai estar menos irritada, e pode realmente ouvi-lo.
Talvez você vá ver que você não precisa se mudar em tudo.
— Você vem com a gente?
— Na verdade, — eu disse, com um suspiro, — Eu poderia
realmente fazer uma pausa. Acho que vou voltar para Erica como o
planejado.
Por mais que eu quisesse estar lá para os dois, eu também
precisava de um pouco de espaço. Estar em tal proximidade com ele
depois da nossa luta e transa improvisada ainda me inquietava.
— Ok, — ele respondeu. — Eu vou tentar manter Tilly longe do
telefone esta noite, assim você não tem que voltar tão cedo.
— Obrigada, — eu disse, com uma pequena risada. — Mas eu
posso voltar, se você precisar de mim.
— Nós vamos ficar bem, mas obrigado, Madison.
Antes de um silêncio desconfortável poder encher a cozinha,
peguei meu café e voltei para o meu quarto para ficar pronta para o
resto do meu dia Hartley-free.4
4
Livre dos Hartley
Capítulo 4
— Oh meu sangrento Deus! Você realmente fez sexo com ele?
Considerando que Erica pensou que eu estava dormindo com
Dominic, durante anos, sua surpresa me divertiu. Eu tinha flutuado
para frente e para trás sobre dizer a ela o dia todo. Até onde eu sabia,
quanto menos eu pensasse sobre isso, melhor, mas parecia injusto à
nossa amizade não revelar um erro tão épico. Eu esperei até que nós
pedimos comida, e estávamos no meio da nossa primeira garrafa de
vinho para deixar tudo sair, que não pode ter sido uma jogada
inteligente. O choque resultou em sua mão girando os talheres como
um louco, e me banhando com arroz frito.
— Sim, — confirmei. — Sexo real.
Sua nova garfada - desta vez de carne chow mein - deslizou
desordenadamente de volta para seu prato quando ela se abriu para
mim, de boca aberta. — Mas você sempre insistiu, insistiu que não
havia nada entre vocês! Eu sabia! Eu sabia que vocês tinham uma
coisa, um para o outro!
— Será que você ouve alguma coisa que eu disse? Foi uma coisa
de calor do momento, isso é tudo.
— Pfft, eu entrei nisso como essa com o meu chefe, mas nunca
terminou comigo de costas sobre a mesa com as pernas no ar!
— Erica!
— O quê? Você já fez algo assim antes com outra pessoa?
— Claro que não, mas esta é uma situação única. Eu não acho
que eu já senti algo tão fortemente sobre qualquer coisa antes, e as
coisas só ficaram fora de controle.
Peguei meu copo, pensando que eu deveria ter ficado muito mais
bêbada antes de iniciar esta conversa. Erica era uma firme crente de
que homens e mulheres não podem ser apenas amigos, e é por isso
que ela sempre tinha sido tão certa que Dominic e eu estávamos
secretamente fodendo um ao outro. Pelo menos, eu assumi que era a
razão. Ela nunca tinha especificado o contrário. Estava em sua
natureza para emparelhar duas pessoas do sexo oposto, se vagamente
pareciam gostar um do outro.
— O que foi?
Lentamente, eu engoli minha boca cheia de vinho tinto. Eu
propositadamente não tinha pensado sobre essa parte, porque mesmo
que eu soubesse - porque tinha estado em minha mente todos os dias
- eu também sabia que não importava. Não em comparação com a
grande mudança.
— Ah, foi ótimo, não foi? — Perguntou ela, e começou a rir.
Eu balancei a cabeça. — Quente. Muito, muito quente.
Um arrepio percorreu meu corpo quando as memórias que eu
tinha bloqueado vieram à tona. Erica gritou, batendo palmas como
um selo de super-animada. — Eu quero detalhes!
— Bem, você não está recebendo nenhum! — Eu ri. — Admitir
que isso aconteceu em tudo é ruim o suficiente!
— Por quê? Por que é tão ruim que aconteceu?
— Como poderia ser qualquer coisa?
Erica revirou os olhos. — Madison. Dominic é sexy.
— Talvez para você. Para mim, ele é o pai de Tilly. E foi por ela
que estávamos brigando, que faz tudo isso pior.
— Oh, você não acha que ele é sexy agora? Sabe depois que você
transou com ele?
Claramente, ela perdeu o ponto da conversa.
— Tudo o que eu penso agora é como as coisas serão estranhas,
— Eu disse a ela. — Eu disse a ele que tinha que deixar para trás,
mas eu não acho que seja assim tão fácil.
— Porque você acha que ele é sexy.
Eu não sabia se ria para ela ou gritava. Ela certamente era
persistente.
Sinceridade, eu não tinha tomado nem um segundo para pensar
sobre como eu o via depois do evento. Eu não podia me dar o luxo. Se
eu tentasse transformar um breve momento de sexo com raiva em
algo mais, a única coisa que eu faria seria criar mais complicações.
— Eu acho que a mudança de assunto é necessária, — eu disse,
colocando outra bebida para mim. — Conte-me mais sobre esse cara
que você conheceu na noite passada!
****
Eu não estava louca para ouvir mais um discurso sobre como o
último colírio para os olhos de Erica era ―O Único‖, por isso, quando a
campainha tocou, eu tenho vergonha de dizer, eu fiz uma dança de
alegria por dentro.
— Oh merda! — Disse ela, pulando da cadeira, — Eu esqueci de
te dizer, Neil disse que ia passar aqui depois do trabalho.
— É sábado à noite, ele não deveria estar em um bar agora?
— Sim, mas ele disse que ia vir aqui porque eu não sentia
vontade de sair depois de você ter cancelado comigo, e ele sugeriu
assistir um filme. E então eu me esqueci de dizer-lhe que você mudou
de ideia.
Erica correu para a porta para deixá-lo entrar, enquanto eu
comecei a carregar tanta comida no meu prato quanto eu pude. Com
Neil ao redor, havia uma grande chance de que, se eu não estocar, eu
provavelmente não iria conseguir alguma coisa para comer.
— Madison, — disse ele, com um sorriso. — É bom ver você.
— Você também, — eu respondi. — Eu realmente sinto muito
sobre ontem à noite.
Sentou-se à mesa ao meu lado, e Erica voltou para seu assento
também. — Não há problema, — disse Neil. — Às vezes, o dever
chama.
— Eu só queria que ele não chamasse nos meus dias de folga!
— Sirva-se de um pouco de comida, — Erica disse-lhe, enquanto
agarrava o frango com limão antes que ele pudesse colocar as mãos
nele.
Nós três comemos, bebemos e conversamos até que estávamos
cheios, no ponto que nós transferimos para a aconchegante sala de
estar de Erica para assistir a um filme. Neil sentou ao meu lado no
sofá, um braço musculoso em volta dos meus ombros. Foi o mais
relaxante que eu me senti em vinte e quatro horas. A casa não era
exatamente desconfortável, mas tive o prazer de estar longe do malestar que pairava no ar.
Quando o filme terminou, todos nós tivemos um café, depois
Erica, muito gentilmente, deixou Neil e eu sozinhos.
— Então me diga, — ele disse, — O que fez você correr tão
rápido ontem à noite? Você disse que Tilly precisava de você. O que
aconteceu?
Eu gemia, esfregando os olhos cansados. — É uma longa
história.
— Eu tenho um pouco de tempo.
Seus olhos castanhos brilhavam com carinho e preocupação,
lembrando-me que ele era mais do que apenas um homem lindo com
um grande corpo. Não é que eu nem sempre soube, mas eu não o
tinha visto há algum tempo, e falar não era geralmente a primeira
coisa que vinha à mente quando eu pensava nele.
— Bem, — eu comecei, — eu vou perder meu emprego.
— O quê? Como assim?
Dei-lhe um breve resumo da mudança de Dominic para Nova
York, e contei do colapso de Tilly, excluindo cuidadosamente os
detalhes da noite anterior. Quando eu terminei, Neil disse: — Você vai
ficar em Londres, depois que eles forem?
— Eu não pensei sobre isso ainda. Eu só descobri ontem. Eu
ainda estou em negação.
— Eu posso imaginar. Eu aposto que você realmente vai sentir
falta de Tilly.
— Eu vou sentir falta de ambos. É difícil pensar neles estarem
em um país diferente.
O peso total da situação pressionou em cima de mim de novo,
apertando meu peito, tornando-se doloroso.
— Tilly tem sido tudo para mim nos últimos três anos, — disse.
— Todos os dias eu tenho a levado para a escola, lhe ensinado a ler,
ajudado com sua escrita, assisti mais TV estúpida de criança do que é
normal, mas, principalmente, nos divertimos juntas. E eu teria feito
tudo de graça se eu tivesse porque eu adoro cuidar dela. Eu não sei
se vai ser muito deprimente para ficar aqui uma vez que eles se
forem.
Neil apertou seu braço em volta de mim. — Eu sentiria sua falta
se você se fosse. Erica também.
— Eu sentiria falta de ambos também. Oh Deus, tudo é uma
grande confusão no momento.
— Bem, se você precisar de alguma coisa, você pode ligar a
qualquer hora. Eu quero dizer isso.
Eu sorri para ele. — Eu sei.
Os lábios de Neil roçaram os meus, testando as águas para ver
se eu queria mais. Coloquei meus braços em volta de seu pescoço e o
beijei de volta, amando como era fácil para se adaptar a ele. Subi para
o seu colo, montando nele. Suas mãos encontraram o caminho para
os meus quadris, em seguida, deslizou por baixo da minha parte
superior para soltar meu sutiã.
Isso costumava ser o suficiente. O suficiente para me deixar
pronta, para arrastá-lo para o meu quarto e fazer o que sempre
fazíamos sempre que estávamos sozinhos. Mas, quando eu o beijei, eu
percebi que eu não estava sentindo isso.
— Espere, — eu disse, me afastando. — Neil... Sinto muito, eu...
eu não posso fazer isso. Hoje não.
— O que há de errado?
— Eu não sei. Acho que eu tenho muito em minha mente, e eu
não posso... Eu não posso fazê-lo assim. Sinto muito.
Eu sai de seu colo, tanto envergonhada e confusa. Eu era a
única que tinha começado isso, depois de tudo.
Não seja tão dura consigo mesma. De qualquer forma, o sexo com
dois caras diferentes em dois dias é um pouco vadia.
Vadia, e fora do personagem. Até Dominic, eu não tinha dormido
com ninguém além de Neil em três anos, e apenas um punhado de
vezes. Aparentemente, eu não estava talhada para uma vida de
devassidão.
—
Está
tudo
bem, — disse
Neil, embora ele
estivesse
visivelmente chateado. Eu não podia culpá-lo.
Uma vez que a sequencia de lançamento tenha sido ativada, não
chegando a tirar é sempre decepcionante.
Ele se levantou. — Eu deveria ir. Alguns dos meus companheiros
estão em uma boate novamente esta noite, então eu posso me juntar
a eles para algumas bebidas.
— Ok, — eu disse, com um pequeno sorriso. — Tenha uma boa
noite.
— Você também.
Ele não se incomodou com um beijo de despedida, e eu estava
muito desanimada para me importar.
Depois que ele se foi, eu me joguei de volta para o sofá com um
gemido.
O que diabos aconteceu? Nunca houve um tempo com Neil que
não estava carregada de tesão. Por outro lado, nunca houve um
momento em que eu estava tão assustada. Meu cérebro estava cheio
de perguntas sobre o que eu faria quando eu perdesse meu emprego,
onde eu moraria, e como eu estava indo para ajudar Dominic com
Tilly.
Dominic. Eu já ouvi tantas pessoas desejando que eles
pudessem voltar no tempo para apagar um erro, mas eu nunca
realmente me senti assim. Eu fiz pobres erros de julgamento, como
todo mundo, mas eu nunca acreditei em arrependimentos. Qual é o
ponto em lamentar algo que você uma vez quis? Mas dormir com
Dominic era algo que eu desesperadamente queria que eu pudesse
desfazer. Não era que eu não o queria no momento, eu queria. Mas
quando a neblina clareou, não poderíamos simplesmente seguir em
nossos caminhos separados. Tínhamos que viver juntos, trabalhar
juntos.
****
Cheguei de volta ao apartamento no inicio da noite de domingo.
Mais do que tudo, eu queria me enrolar na cama para um cochilo. Eu
estava de folga, depois de tudo. Enquanto eu caminhava pela porta,
eu peguei um vislumbre de Tilly, assim quando ela desapareceu em
seu quarto, fechando a porta com um estrondo.
A cena já era muito familiar.
Um som sibilante veio da cozinha, e eu achei Dominic agachado
no chão, varrendo os destroços de um prato de jantar, junto com o
que parecia ser um assado inteiro com todos os acompanhamentos.
Duas opções. Ficar e ajudar, ou esgueirar-se de volta para fora?
Tão atraente quanto rastejar longe soou, eu não podia deixá-lo lá.
— Precisa de uma mão?
Dominic pulou claramente tão perdido em seus próprios
pensamentos, que ele não ouviu a porta da frente aberta. Seu corpo
estava tenso, com o rosto como pedra.
— Está tudo bem, — ele disse, — Eu cuido disso.
Sem uma palavra, eu enchi a chaleira com água e joguei-a para
ferver quando Dominic continuou a limpar a bagunça. Se houvesse
tapete na cozinha, a refeição derrubada teria deixado uma mancha
feia, mas os azulejos pretos eram fáceis de limpar. Quando os últimos
vestígios de molho foram embora, Dominic jogou os pedaços do prato
quebrado no lixo, lavou as mãos, em seguida, saiu da cozinha.
Arrumei uma xícara de chá para ele, e levei até a sala de estar,
onde eu sabia que ele estaria à cabeça nas mãos, em um dos enormes
sofás de couro.
— Obrigado, — disse ele, tomando-a de mim. — Eu não sabia o
momento que você estaria em casa, mas eu fiz o jantar o suficiente
para você também. Está no forno.
Este era apenas mais um motivo que eu amava trabalhar para
ele. Mesmo que ele deveria passar seus fins de semana fazendo as
coisas com Tilly, ele nunca deixou todo o trabalho para mim. Na
verdade, ele fez um real esforço para participar para então eu ter
menos a fazer.
— Obrigada, eu vou buscá-la em um minuto. Você está bem?
Ele soltou um suspiro profundo, descansando sua bebida em
cima da mesa ao lado dele. — Já tive dias melhores.
— O que aconteceu?
— Tilly decidiu que ela não está comendo hoje. Ela não iria
comer seu almoço, ela se recusou a sair, e na hora do jantar, ela
ainda estava chateada comigo, então ela jogou a carne assada no
chão.
— Ela disse alguma coisa?
— Eu acredito que as palavras: 'Eu te odeio' foram mencionadas.
Eu me afundei no sofá ao lado dele. Ele estava estressado
quando saí no sábado, mas não era nada comparado a como ele
parecia agora. Ele, obviamente, não tinha dormido muito, e a tensão
mostrava em sua pele pálida e a maneira como seu corpo estava
rígido de tensão.
— Você falou com ela mais sobre Nova York?
— Na verdade não. Ela mal disse uma palavra além de me dizer
o quanto ela me odeia. Eu tentei. Tentei explicar por que nós temos
que ir, e que ela vai fazer novos amigos quando chegarmos lá, mas eu
não acho que eu estou dizendo isso direito. Ela não está ouvindo.
— Ela está ouvindo, ela simplesmente não gosta do que ouve.
Você não pode esperar que ela entendesse sobre seu trabalho, Dom.
Tudo o que ela vê é que você está levando-a para longe daqui.
— De que outra forma eu posso explicar isso a ela? Eu tenho
que ir. Estou fazendo isso por ela.
Aparentemente, não era apenas Tilly que tinha problemas em
escutar. Mas eu já tinha feito o meu ponto claro sobre por que eles
não têm que sair. A única pessoa que se beneficiaria era Dominic, na
forma de um aumento salarial que ele achava que ele precisava.
— Você teve uma boa noite? — perguntou Dominic, rapidamente
mudando de assunto.
— Calma. Neil veio para Erica e tivemos uma comida rápida e
assistimos a um filme.
Ele levantou uma sobrancelha com a menção de Neil, e eu disse:
— Ele não ficou.
— Não é da minha conta.
Realmente não era da sua conta, mas ele sabia do meu ―arranjo‖
com Neil e eu não queria que ele pensasse... bem, só parecia
importante para mim para ficar claro que não aconteceu nada.
— Maddi...
— Pare, — eu interrompi. — Quantas vezes eu tenho que te
dizer? Faz anos, Dominic.
Por um segundo, ele olhou em branco, mas depois ele me deu
um pequeno sorriso. — Desculpe. Mas você deixa Tilly chamá-la de
Maddi.
— Ela é mais fofa do que você.
Minha tentativa de contornar uma conversa estranha sobre
sexta à noite foi minada com a menção de sua ―fofura‖, e eu senti
meu rosto aquecer.
— Eu acho que vou verificar Tilly. — eu disse, esperando para
fugir sem ele dizer nada.
— Espere. Quero te perguntar uma coisa.
Eu parei, esperando com tudo que eu tinha de que ele não iria
mencionar o temido tópico.
— Você sabe que eu estarei na França esta semana, — ele
começou, — mas depois disso, eu estou em casa por uma semana.
Com Tilly estando fora da escola, eu pensei que eu poderia levá-la
para Devon por alguns dias para ver minha mãe e todos. Deixe-os
passar algum tempo juntos antes. — ele parou, e eu odiava como eu
não podia suportar até mesmo o pensamento deles se afastando.
— De qualquer forma, — ele continuou. — Se você ainda não fez
nenhum plano, eu me perguntava se você queria vir conosco. Você
não tem de estar conosco enquanto estamos lá, a menos que você
queira, mas eu pensei que você gostaria de ver a sua família e amigos.
Você é mais que bem-vinda para ir com a gente.
Eu não estava em casa desde o Natal. Ficar com meus pais era
preferível a me sentar no apartamento sem fazer nada.
Mas, se você ficar aqui, há sempre a opção de ter mais de Neil.
Seria meio impertinente para tê-lo ao longo do tempo com
Dominic e Tilly viajando, como quebrar as regras ou algo assim. Não
que houvesse regras impedindo Neil ficar, eu só preferia manter o
meu trabalho e vida social à parte.
Mas a sugestão de Dominic soou mais atraente. A mudança de
cenário era definitivamente necessária, e não iria prejudicar olhar ao
redor e ver se havia algum trabalho lá. Talvez estar mais perto da
minha família fosse fazer tudo doer menos.
Capítulo 5
As vinte e quatro horas antes de Dominic ter que ir para a
França não foi tão difícil como eu esperava. Depois de sua oferta para
me levar para Devon, alguma da estranheza diminuiu. Tivemos algo
diferente para se concentrar, e planejar passeios de um dia de
diversão para Tilly, na costa sul nos obrigou a colocar a nossa briga
de lado e trabalhar juntos para ela.
Tilly, por outro lado, tinha se enfurnado em seu quarto. Ela se
recusou a falar com Dominic, e cada vez que ela estava comigo, ela
chorava e me pedia para fazer Dominic mudar de ideia sobre a
mudança para a América. A última vez que ela tinha estado tão
chateada foi quando ela começou o primário. Sua timidez tornava
difícil para ela fazer amigos, e ela foi intimidada por algumas das
crianças mais velhas, porque ela passou muito tempo sozinha.
Dominic e eu tivemos a certeza que a escola colocaria um fim a isso
imediatamente, mas levou meses antes que Tilly se sentisse relaxada.
Esta era uma situação totalmente diferente, no entanto. Uma
que eu não poderia corrigir. Eu podia enfaixar seu joelho depois que
ela caísse, eu poderia espantar os monstros em seus pesadelos. Eu
poderia até derrotar os valentões da escola, mas isso? Isso estava
muito fora do meu controle.
Quarta-feira foi o primeiro dia das férias de verão, e eu prometi a
Tilly uma viagem para o zoológico que ela perdeu no fim de semana.
Ela até se animou um pouco na terça-feira à noite quando discutimos
todos os animais que queríamos especialmente ver, e ela tinha ido
para a cama de bom humor. Quando a manhã chegou, no entanto,
ela se recusou a se levantar. Em vez disso, ela se enrolou em uma
bola e jogou as cobertas sobre a cabeça.
— Eu pensei que você queria ver os suricatos, — eu disse,
tentando encontrar o fim do edredom para que eu pudesse descobrila.
— Eu quero ficar em casa, — foi a resposta abafada dela.
— Eu fiz um piquenique para nós. Você ama piqueniques.
— Eu não quero ir!
Ela se contorceu em volta, chutando seus pés como se eu tivesse
pedido para ela fazer algo indescritível como... arrumar o seu quarto,
eu gentilmente coloquei meu braço sobre ela para acalmá-la. — Ok,
não temos que ir. Mas você pode, por favor, vir para fora das cobertas
para que eu possa vê-la?
— Não!
— Por que não?
— Eu não quero ir a lugar nenhum! Eu quero ficar aqui!
Eu tenho a sensação de que ela estava falando muito mais do
que não ir a Battersea, mas eu não tinha a intenção de trazer isso à
tona. Às nove horas da manhã, eu só tinha um café, e eu esperava
que fosse, pelo menos, um par de horas antes de qualquer coisa difícil
surgir novamente.
— Tilly, por favor, venha para fora. Vamos ter um café da
manhã.
— Eu não estou com fome.
Seus hábitos alimentares me preocupavam. Ela sempre come o
café da manhã, mas ela estava escolhendo suas refeições à noite,
deixando metade do que estava no prato dizendo que tinha tido o
suficiente.
— Eu vou fazer algumas panquecas, — eu ofereci.
— Não!
— Tudo bem. Você não tem que comer agora, mas eu quero que
você saia da cama e se vista.
— Não!
— Matilda Rose Hartley, — eu disse, com firmeza. — Saia dessa
cama agora e olhe para mim, por favor.
O uso de seu nome completo lhe chamou a atenção, e ela olhou
para fora debaixo das cobertas. Tanta raiva nos seus olhos, mas
chateada ou não, eu me recusei a deixá-la agir como um moleque.
— Obrigada. — eu disse, mais suavemente. — Agora, vamos nos
vestir e podemos trabalhar o que fazer hoje.
— Eu não quero sair.
— Então, nós vamos ficar aqui. Mas você ainda tem que se vestir
e sair do seu quarto.
Ela jogou o edredom de lado, e se arrastou para fora da cama
para fazer o seu caminho para seu guarda-roupa. — Eu vou te ver na
cozinha em dez minutos, — eu disse a ela. — E não se esqueça de
escovar os dentes.
****
Para seu crédito, ela fez o que eu pedi. Ela ainda estava com o
rosto carrancudo quando ela se sentou à minha frente na mesa da
cozinha e ela não tinha escovado o cabelo, mas eu a incomodei o
suficiente para uma manhã.
— Eu tive uma ideia sobre o que poderíamos fazer hoje, — eu
disse a ela. — Mas, só podemos fazer isso se você prometer me ajudar
a limpar depois.
Tilly se sentou um pouco mais reta em sua cadeira. — O que
vamos fazer.
— Nah-uh, — eu disse, sorrindo. — Você tem que prometer
ajudar com a arrumação em primeiro lugar.
— Tudo bem. Eu prometo.
— Boa menina. Eu pensei que nós poderíamos fazer alguma
pintura soprada.
— O que é isso?
— Eu vou mostrar a você, mas vamos ter de correr para as lojas
para comprar algumas coisas primeiro. Estaria tudo bem?
Tilly inclinou a cabeça para um lado, ponderando sobre isso. Eu
quase podia vê-la pesando os prós e os contras de ir para fora para
obter suprimentos contra ficar em casa como ela queria.
— Sim, — ela disse, finalmente. — Está bem.
— Você gostaria que eu fizesse alguma coisa para comer antes
de sair?
Ela balançou a cabeça. — Não, obrigada.
Levantei-me da cadeira e fui até a geladeira para servir-lhe um
copo de leite, que eu coloquei na frente dela.
— Pelo menos beba isso, — eu disse. — Então nós podemos ir.
Ela bebeu sem perguntar, mas quando ela colocou o copo na
mesa, ela me olhou com desconfiança, como se eu tivesse puxado
algum tipo de truque de mente Jedi5 nela. Achei que não poderia ferir
tirar proveito dela se distrair para se certificar de que ela tinha algo
dentro dela.
Pela primeira vez em dias, Tilly estava interessada em outra
coisa diferente de reorganizar móveis da sua casa de boneca. Nós
dirigimos até a loja de artesanato local e compramos muitas tintas de
cores diferentes, algumas palhas, e só porque estávamos lá, peguei
algumas canetas com glitter, papel colorido, e alguns outros
suprimentos essenciais de artesanato para criança.
De volta ao apartamento, Tilly me ajudou a espalhar jornal em
toda mesa da cozinha para mantê-la limpa, e colocamos o papel, tinta
e palhas em cima da mesa.
5
Referencia a Star Wars
— Então, o que temos que fazer? — perguntou Tilly, olhando
para mim com expectativa.
Sentei-me ao lado dela, e disse: — Escolha uma cor.
Após cuidadosa deliberação, ela selecionou o frasco de tinta
azul, e eu a instrui há apertar um pouco sobre seu papel, antes de
entregá-la um canudo.
— Agora sopre, — disse eu.
Seus olhos azuis se iluminaram, e ela riu. — Sério?
Eu balancei a cabeça, e ela colocou a palha aos lábios e soprou
sobre a pintura. Quando ele agitou por toda a página em um padrão
aleatório, ela começou a rir.
Deus, eu tinha sentido falta desse som.
— Você tem que tentar, — disse ela.
Sendo a criança grande que sou, peguei três frascos diferentes
de tintas coloridas, e apertei-as ao longo de minha página em uma
linha. Quando eu soprei sobre eles, todas as cores se misturam, e
Tilly riu mais alto.
Passamos mais de uma hora criando obras-primas da pintura do
sopro, e no momento em que terminamos, o jornal sobre a mesa
estava coberto de manchas e estrias de tinta, e tínhamos tinta em
nossas mãos e em nossos braços. Valeu a pena à bagunça para ver
Tilly sorrindo de novo, e ela até comeu um pouco do piquenique que
eu tinha feito antes.
Mais tarde, enquanto estávamos nos aconchegando assistindo A
Bela e a Fera, Dominic ligou. Deixei Tilly na sala de estar e fui para o
meu quarto para atender a chamada.
— Oi, — disse ele. — Só estou ligando para que você saiba que
eu tenho que ir para Nova York esta noite.
— Hoje à noite? — eu perguntei. — Oh Deus, isso significa que
você está indo para ser afastar por mais tempo?
— Não, não. Na verdade, eu devo estar em casa na sexta-feira
em vez de sábado. Mas eu fui chamado para fazer algumas coisas
para o trabalho, e porque eu vou estar de férias na próxima semana,
eu pensei que eu deveria ir e lidar com isso agora.
Eu respirei um suspiro de alívio. — Tudo bem.
— Como está Tilly?
— Para cima e para baixo. Tirá-la da cama foi um desafio, mas
nós fizemos alguma pintura esta manhã e estamos assistindo um
filme agora.
— Ela comeu hoje?
— Sim. Ela comeu um par de sanduíches e um pacote de
batatas fritas. Não é ótimo, mas melhor do que nada. Esperemos que
ela vá comer mais tarde.
— Isso é um alívio. Posso falar com ela? Eu vou te ligar de novo
quando eu chegar à Nova York, mas Tilly vai estar na cama até então.
— Sim, só um segundo, — eu disse, fazendo meu caminho de
volta para a sala de estar. Parei o DVD, e entreguei o telefone para
Tilly. — Papai quer falar com você.
Ela pegou meu celular e apertou-o contra seu ouvido. Ela disse a
Dominic tudo sobre os quadros que tinha feito, certificando-se de
colocá-lo a par sobre quanta bagunça tinha feito. A conversa correu
bem para a maior parte, mas, de repente, ela ficou em silêncio. A cara
que
estava
sorrindo
segundos
antes
anuviou.
Seus
olhos
escureceram, e ela disse: — Eu pensei que você estivesse na França.
Não! Ele deve ter dito a ela para onde estava indo. Alguns
segundos se passaram, em seguida, ela jogou o telefone no sofá e
correu para o quarto dela.
Excelente.
Eu me apressei através da sala para pegar meu telefone. —
Dom?
— Sim, eu ainda estou aqui. Merda. Eu sou um pai terrível.
Suas palavras eram pesadas com pesar, e eu suspirei. — Você
não é um pai terrível. Você não pode evitar as palavras ―New York‖
apenas no caso de ela fica chateada.
— Mas ela estava feliz um minuto atrás. Sinto muito. Eu não
tive a intenção de tornar o seu dia mais difícil.
— Ela vai ficar bem. Eu a tirei de manhã, eu posso tirá-la de
novo.
— Eu não sei o que eu faria sem você, Madison.
Meu coração se acalmou em meu peito.
Claro que eu sabia o quanto ele confiava em mim para cuidar de
Tilly, mas não foi o suficiente para impedi-lo de me deixar para trás.
Toda vez que a realidade me batia, perfurava outro buraco na minha
ira, transformando-a em dor, e deixando-me a pensar se era isso. Se
este foi o momento em que ele iria me puxar para baixo.
— Eu tenho que ir, — eu disse, tentando manter minha voz
calma.
— Madison...
— Eu vou falar com você esta noite.
Eu não deixei ele pegar outra palavra. Eu desliguei meu telefone
e derrubei no chão.
Eu não tinha chorado. Eu queria desde o segundo que Dominic
disse que eles estavam se afastando, mas era mais fácil estar puta do
que chateada. Preferível mesmo. Mas com Tilly caindo aos pedaços, e
Dominic lutando para lidar com isso, eu não poderia segurar.
Eu deixei as lágrimas, a frustração, confusão e exaustão
drenarem fora de mim. Eu estava tão cansada.
Não sei quanto tempo fiquei ali, enrolada em uma bola,
silenciosamente chorando. Mas quando uma pequena mão começou a
acariciar meu cabelo, consciência do que me rodeava veio correndo de
volta. Tilly se sentou ao meu lado, e segurando seu macaco com uma
das mãos, ela me confortou com a outra. Arrumei minhas pernas na
minha frente e puxei-a para o meu colo.
— Papai também deixou você chateada? — ela perguntou.
— Não, querida, — eu disse a ela. — Não foi culpa do papai.
Foi tudo eu, tentando dar sentido a tudo.
— Eu pensei que você pode precisar de Mungo, — ela disse,
entregando-me seu brinquedo favorito.
Eu sorri enquanto eu acariciava seu pelo marrom, manchado. —
Obrigada. Um afago do Mungo é exatamente o que eu preciso.
— Papai me deixou chateada.
— Oh, pequenina, — eu disse, puxando-a para mim. — Papai
não queria deixa-la chateada.
— Eu não sou um bebê, — ela murmurou em meu ombro.
Ela disse a mesma coisa para Dominic na sexta-feira. Nós
realmente tínhamos que parar de chamá-la assim.
— Se o papai não queria que eu ficasse chateada, ele não estaria
me fazendo me mudar para Nova York.
— A coisa é às vezes temos que fazer coisas que não queremos
fazer. É como... quando eu tenho que passar ferro. Eu não gosto de
passar, mas se eu não passar você vai ter que andar por aí com
roupas enrugadas.
O ceticismo em seus olhos me fez rir, e eu continuei — Ok, mau
exemplo. Lembra-se de quando você primeiramente começou a
escola? Você não queria ir para lá, mas você tinha que ir porque há
coisas que você tem que aprender. Coisas que eu e papai não
sabemos ensinar. E depois de um tempo, começou a ficar mais fácil e
você fez novos amigos. Agora você gosta da escola.
— Eu gosto. Mas eu quero ficar na minha escola, com meus
amigos. Eu quero ficar com você. Papai é mau.
— Ouça. — eu disse, recostando-se um pouco para que eu
pudesse ver seu rosto. — Eu sei que você não quer ir embora, mas o
papai não está fazendo isso para ser mau. Ele te ama muito, você
sabe isso não é?
Ela encolheu os ombros. — Eu acho que sim.
Capítulo 6
A segunda metade da minha semana com Tilly foi igualmente
tão desafiadora quanto à primeira. Ela estava feliz quando fazíamos
coisas para manter sua mente fora da mudança, mas o momento em
que parava, ela tornava-se retraída e mal-humorada novamente.
Havia muito mais acessos de raiva, e ela ainda não comia
corretamente. Na quarta-feira à noite, a ouvi chorando em seu quarto.
Ela partiu meu coração, mas eu a deixei só. Na quinta-feira à noite,
ela estava tão chateada que ela entrou no meu quarto e dormiu ao
meu lado, aconchegando o mais perto que pôde, até que ela
adormeceu.
Quando chegou sexta-feira, Tilly acordou em um humor um
pouco mais alegre. Ela estava passando a noite na casa de sua
melhor amiga, que deu-lhe algo para olhar para frente. Dominic me
pediu para arranjar para Tilly estar fora porque algumas pessoas
estavam vindo para avaliar o apartamento. Francamente, eu gostaria
de estar fora também porque a ideia de alguém viver em nossa casa
me fez sentir doente. Lucy foi a primeira amiga que Tilly fez na escola,
e quando eu perguntei à sua mãe se Tilly poderia passar a tarde com
ela, ela se ofereceu para ficar com ela durante toda a noite. Eu sabia
que havia uma forte probabilidade de que eu teria que buscá-la em
algum momento, mas depois de explicar a situação para a Sra. Cook,
ela prometeu cuidar bem dela.
****
O apartamento estava impecável quando os agentes imobiliários
se aproximaram. Eu trabalhei pra caramba para me certificar que
todas as superfícies brilhavam cada partícula de poeira foi removida
dos tapetes e não havia um único item fora do lugar. Eu até consegui
ser educada - um desafio quando o que eu queria fazer era dizer-lhes
para cair fora.
Uma vez que eles tinham ido, tudo que eu tinha a fazer era
esperar por Dominic para chegar em casa. Ele deveria voltar em torno
das seis, por isso, quando o telefone tocou às cinco e meia, eu
imaginei que seria ele, pedindo-me para pedir uma pizza. Ele
enfaticamente me disse para não cozinhar depois da correria para
arrumar a casa.
— Olá, — eu disse. — Que cobertura você gostaria?
Em vez da risada familiar de Dominic, houve uma tosse
estranha que de alguma forma conseguiu me fazer me sentir como
uma idiota.
— Olá. Eu não sei se esse é o número certo, eu estou
procurando por Dominic Hartley?
A voz era feminina, Americana. E ela nunca tinha ligado para o
apartamento antes.
— Sim, esse é o número certo, — disse eu. — Desculpe por isso,
eu estava esperando ele ligar.
— Não é nenhum problema. Você deve ser a empregada, né?
Cadela insolente.
— Na verdade, eu sou a babá. Posso pegar uma mensagem?
— Claro você pode dizer que ele deixou alguns papéis para trás
hoje, e que eu vou levá-los ao escritório amanhã para que ele não
precise se preocupar. Eu odiaria se tivesse que trabalhar em sua
mente enquanto ele está com a sua família na próxima semana.
Algo sobre a forma que ela falou disparou um sinal de alarme na
minha cabeça. Ela era muito familiar para ser apenas um colega de
trabalho. E ela levaria a papelada para o escritório? Presumivelmente,
isso significava que ele tinha deixado na casa dela.
— Desculpe, — eu disse, mais uma vez, — Quem é você?
— Serena Morton. Eu trabalho com Dominic, e ele veio até a
minha casa ontem à noite para... bem... de qualquer maneira, ele
deixou algum trabalho em meu escritório em casa e eu só quero que
você diga a ele que eu vou cuidar disso.
Parecia-me que ela estava cuidando de mais que sua papelada.
A realização fez meu pulso correr, e não em um bom caminho.
Ele tinha uma mulher em Nova York. Uma que soava esnobe
com um nome pretensioso, que ele conhecia bem o suficiente para
falar sobre a sua família. Ela foi a verdadeira razão para a mudança?
— Eu vou dizer a ele, — eu disse. — Há mais alguma coisa?
Ela deu uma risadinha. — Diga a ele que eu disse obrigada pelos
maravilhosos três dias.
Três dias? Três malditos dias? Além da 'papelada', se ele sequer
esteve perto do escritório?
— Vou deixá-lo saber. — eu respondi, com os dentes cerrados,
quando ouvi sua chave girando na porta. Sem outra palavra, eu bati o
telefone e pratiquei a respiração profunda para que eu não voasse
para o corredor e sufocasse a merda fora dele. Quando eu me centrei
o suficiente, levantei-me, assim que Dominic entrou na sala de estar,
afrouxando a gravata.
— Oi, — disse ele. — Estou exausto, então o que você acha de
pedir comida e assistir a um filme porcaria? Eu não tenho... o que há
de errado?
Dois pensamentos entraram na minha cabeça ao mesmo tempo.
Em primeiro lugar, Cristo, ele parece sexy em um terno de negócio
amassado com uma gravata pendurada em seu pescoço. Em segundo
lugar, ele só passou três dias amigado com alguma prostituta, não é de
admirar que ele está exausto.
Eu tinha cerca de três segundos para decidir se iria gritar, ou
fazer uma saída rápida.
— Você teve uma ligação, — eu disse. — Serena. Ela disse que
deixou alguns papéis para trás, mas ela vai levá-los ao escritório para
você, e... oh... Obrigada pelos maravilhosos três dias. Que bom que
você está de volta com segurança, eu vou sair.
Eu não me dei tempo para registrar a expressão em seu rosto,
eu abaixei a cabeça e comecei a caminhar para fora.
— Espere o quê?
Ainda me recusando a olhar para ele, eu disse: — Ela acabou de
ligar. Ela disse que não queria que você se preocupasse com nada
quando você estiver ausente na próxima semana.
Ele xingou sob sua respiração. — Maddi...
— Madison, — corrigi. — Você não precisa explicar, mas eu
tenho que correr. A mãe de Lucy está esperando que você pegue Tilly
as 10:30 amanhã, mas fique ao lado do telefone esta noite porque há
uma chance de Tilly querer voltar para casa mais cedo. Vejo você no
domingo.
Tomei
mais
um
passo
para
o
corredor,
mas
Dominic,
gentilmente colocou a mão no meu braço. — Devagar. Podemos, pelo
menos, falar sobre Tilly antes de ir?
Se você estivesse aqui, em vez de se amigado com alguma idiota,
você saberia tudo o que você precisava.
— Não foi assim, — disse ele.
— Eu não disse nada.
— Você não precisa. Eu sei o que você está pensando, e não
era... não é nada, ok? Eu...
Eu levantei minhas mãos para detê-lo. — Não é da minha conta.
No caminho para o meu quarto, tomei o meu telefone do meu
bolso e enviei um texto para Neil.
Vc tá ocupado?
Eu não esperava uma resposta imediata, por isso, quando meu
celular tocou novamente imediatamente, eu quase o deixei cair.
N: Não tô ocupado. Você quer fazer alguma coisa?
E: Posso ir aí?
N: Claro. Que horas?
E: Agora.
N: Lol, bem, devo obter os CDs de Barry White? ;)
Sorrindo, eu digitei de volta: Não há necessidade de romance,
basta abrir uma garrafa de vinho e eu sou toda sua. E desta
vez, eu não vou mudar minha mente.
Eu coloquei meu telefone para baixo na minha cama, e joguei
algumas coisas dentro de uma bolsa com uma sensação de um
estranho déjà vu.
— Você sabe o quê, você está certa, — disse Dominic, seguindome no meu quarto. — Não é da sua conta, mas está obviamente a
chateando, por isso antes de as coisas ficarem mais desconfortável
entre nós, eu gostaria de esclarecer isso.
— Dom, por que você sempre quer esclarecer tudo? — Eu
suspirei. — Tem sido uma semana difícil. E você sabia disso. Ouvir
Tilly chorando em seu quarto, tê-la arrastando para minha cama no
meio da noite. Isso dói. Você poderia ter estado aqui, você deveria ter
estado aqui. Em vez disso, você mentiu para mim e mentiu para Tilly
e isso não é bom.
— Eu não menti. Eu fui chamado para Nova York. Mas Serena...
ela é... estávamos... — Ele parou de novo, e eu me perguntava o que
diabos era tão difícil para ele dizer. Ela era apenas uma amiga? Ela
era importante?
Não que eu me importe?
— Eu fui vê-la, — disse ele, finalmente, sentando-se na minha
cama. — Não a sério, fomos... como você e Neil. Nós trabalhamos
juntos, nós estávamos atraídos um pelo outro e foi só... fácil. Mas ela
começou a querer mais de mim do que eu estava disposto a dar.
— Por que você não estava disposto?
— Porque ela é uma vadia superficial auto-envolvida. Faz-me
parecer um idiota por ter dormido com ela por tanto tempo, mas ela
não era tão ruim no início. Mas quanto mais eu comecei a conhecê-la,
menos eu gostava.
Parecia nada como o que eu tinha com Neil. Nós dois sabíamos
onde estávamos nós não queríamos um relacionamento, mas ainda
tínhamos respeito um pelo outro.
— Eu terminei as coisas com ela na semana passada, — ele
continuou. — Mas quando ela descobriu que eu estava em Nova York
esta semana, ela queria me ver. Ela me convidou para seu
apartamento ontem à noite, tentou me fazer mudar de ideia. A única
razão pela qual eu deixei o meu trabalho lá foi porque eu estava com
tanta pressa para fugir dela. Eu pensei que eu tinha feito meus
sentimentos claros, mas se ela ligou aqui...
— Espere, — eu interrompi. — Quando você disse que quebrou
as coisas com ela?
Dominic desviou os olhos.
— Oh Deus, — eu disse, esfregando os olhos, cansado.
Eu nunca pensei que uma vez que fazer sexo com Dominic era
nada mais do que duas pessoas manifestando sua frustração, mas a
ideia de que ele poderia ter pensado em outra pessoa no momento
não exatamente me enchia de alegria.
— Precisamos de algum tempo, — eu disse. — Porque, no
momento, quando estamos juntos, tudo só fica mais confuso. Vou
ficar com Neil hoje à noite, e eu vou voltar na noite de sábado.
Então tudo o que temos a fazer é sobreviver a uma viagem de
carro de quatro horas juntos na manhã de domingo. Yay.
Eu teria preferido mais passar o fim de semana em casa, perto
de Tilly. Meu tempo com ela estava correndo rapidamente, mas a
ideia de confronto com Dominic uma e outra vez não era preferível.
Eu ainda não tinha dito a metade das coisas que tinha estado
circulando em um loop constante em torno da minha cabeça pela
semana passada, e deixá-los fora só traria outra luta que eu não
tinha a energia.
— Sinto muito, — disse ele. — Eu não quero discutir.
— Eu também não. Mas se eu ficar é isso que vai acontecer.
Ele acenou com a cabeça. — Tudo bem. Okay.
****
Neil olhou para minha cara e disse: — Nós não vamos fazer sexo
hoje à noite, não é?
Eu tinha chegado em sua porta, carregando minha mala e
vestindo um olhar de... bem, eu não tenho certeza do que eu parecia,
mas eu senti como se tivesse sido atropelada.
— Eu tenho que decidir agora? — eu perguntei.
— Eu acho que a decisão foi feita, — disse Neil, me puxando
para um abraço. — Vamos lá, eu vou obter uma bebida.
Neil me levou ao seu sofá, e me deixou ali, enquanto ele fez duas
xícaras de chá que colocou na mesa de café na frente de nós.
— O que está acontecendo, então? — Perguntou ele. — Estou
perdendo meu charme? Você me rejeitou duas semanas seguidas, eu
estou começando a ficar ofendido.
— Oh cale-se, — eu ri, dando-lhe um leve empurrão. — Você
sabe aquele negócio de 'amigos com benefícios?’ Bem, eu estou
pedindo a parte 'amigo'.
Neil sorriu. — Já era hora. Mesmo ofendido como eu estou pela
rejeição, ninguém quer ser usado apenas pelo seu corpo!
— Eu detesto você, — eu disse, ainda rindo. — Mas Erica está
trabalhando, assim você é tudo que eu tenho!
Ele passou o braço em volta dos meus ombros e me deu um
aperto. — Você sabe que eu estou aqui para você a qualquer hora,
querida. Então me diga o que está errado.
— Eu não sei o que está errado. — Eu disse a ele. — Mas estar
em casa está ficando mais desconfortável a cada dia e eu tive que
sair.
— O que está acontecendo ali? A mudança está ficando muito
estressante?
— Ha. Dom poderia ter mantido essa coisa toda em segredo até o
dia em que ele partisse para tudo isso mudar.
— Você já falou com ele sobre isso?
— Não. Quero dizer, ele apenas acabou de voltar, mas mesmo se
ele estivesse lá o tempo todo, eu não podia falar com ele sobre isso.
Eu fico com raiva só de pensar nisso.
— Por quê? Eu sei que você ama Tilly, mas esta mudança vai ser
boa para ela, não é?
— Eu não vejo como. Arrastando-a para algum lugar que ela não
conhece ninguém, sendo despejada com um estranho, enquanto Dom
continua a passar mais tempo em lugares que não são em casa. Ela
está apavorada, e Dominic... ele vê, mas ele continua falando sobre
como seu enorme aumento salarial vai fazer uma grande diferença
para eles.
— Eu não tenho filhos nem nada, mas com certeza seria melhor
para ele gastar seu tempo com ela, em vez do seu dinheiro.
— Sim! Esse é o ponto que ele não vê. É como se ele achasse que
trabalhar tão duro vai compensar tudo, quando o que ela realmente
precisa é ele estar lá para ela.
Como poderia Neil ver isso claramente, mas Dominic ser tão
cego?
— Posso fazer uma pergunta pessoal? — Disse Neil, e eu
imediatamente sabia para onde estava indo.
— Você pode perguntar.
— Há algo mais acontecendo aqui? Algo que é mais a ver com
Dominic que Tilly?
— Não. — Eu suspirei. — Não. Eu me preocupo com ele. Muito.
E eu não quero que ele vá mais do que eu quero para Tilly. Acho que
é porque ele está saindo, me faz me perguntar se eu estou perdendo
alguma coisa com ele, mas eu tenho certeza que é apenas o medo.
— Medo de quê?
— De começar minha vida. De ter que ficar em meus próprios
pés.
— Madison, você já faz isso.
— Eu sei. Eu sei, mas Dom sempre esteve lá. Eu posso contar
com ele para qualquer coisa que eu nunca senti como se estivesse
sozinha. Quando eles forem, haverá um grande buraco na minha vida
e eu não sei como preenchê-lo.
Neil sorriu como se soubesse algo que eu não sabia. Ele não
disse uma palavra, apesar de tudo. Em vez disso, ele me segurou
mais perto, permitindo-me descansar minha cabeça em seu ombro,
meu cérebro girando a mil quilômetros por hora. Eu não tinha
percebido como eu estava com medo até que Neil fez as perguntas. Eu
tinha vivido sozinha antes, a minha família não estava muito longe,
então eu nunca estaria realmente sozinha. Mas Tilly tinha sido minha
única prioridade por tanto tempo. Eu nunca quis ser babá sempre
presente de Dominic. Eu sabia que um ponto viria quando as coisas
iriam mudar e eu precisaria reavaliar a minha vida. Mas eu esperava
mais aviso. Mais do que algumas semanas, e eu nunca tinha
esperado a mudança ser tão grande.
E por baixo do medo estava uma pergunta incômoda. Uma que
surgiu quando eu vi Dominic afrouxar a gravata, e quando eu ouvi a
voz de Serena no telefone. A única que estava com muito medo de
perguntar por que eu tinha dormido com Dominic quando eu sabia o
quanto de dano que poderia fazer.
Descobrir a resposta para a pergunta era inútil, no entanto. Que
diferença isso faria? Se eu não sentia nada, ou se eu senti algo, ele
ainda estava indo embora. Eu não poderia mudar isso.
Capítulo 7
Quatro horas presos em um carro com uma criança de quase
seis anos de idade e um homem que você mal está falando é a
definição de inferno. Ok, isso pode ser um pouco dramático, mas
entre o ―Nós já chegamos‖ – e a tensão palpável, eu passei a maior
parte do meu tempo desejando que eu tivesse tomado o trem.
Dominic e eu mantivemos as coisas civis, mas não parecia real.
Era o tipo de falsa educação que significou a atmosfera agradável por
causa de Tilly, mas à espreita por baixo era uma luta esperando para
acontecer. Ou se não uma luta, pelo menos, uma conversa
terrivelmente desconfortável.
Quando Dominic me deixou na casa dos meus pais, eu pulei
para fora do carro como se eu tivesse sido lançada de uma catapulta.
Meus pais abençoe seus corações, fizeram um chá de creme de
Devonshire para a minha chegada. Você simplesmente não pode obter
creme adequado em Londres, ele não tem o mesmo sabor. Não
importa quanto tempo eu morasse perto da cidade grande, eu sempre
fui uma menina da cidade pequena de coração.
Passei a maior parte do meu primeiro dia de volta apenas
conversando com eles, com exceção de uma breve viagem para a
cidade
onde
alguns
dos
habitantes
de
longa
data
me
cumprimentaram como se eu fosse uma ovelha perdida que voltava
para o rebanho. Foi divertido ver todo mundo, mas também estranho
como tanta gente ficou no mesmo lugar por muito tempo. As mesmas
pessoas trabalhavam nas mesmas lojas, e as velhinhas ainda se
reuniam do lado de fora da igreja da cidade nos bancos, para fazer
uma pausa para respirar, ou simplesmente para falar sobre o que
velhinhas falavam.
Sentada na sala de estar dos meus pais naquela noite,
assistindo Eastenders e molhando chocolates digestivos em uma
caneca de chá foi a parte mais relaxante do meu dia.
Até que meu telefone tocou.
Foi um pouco depois das nove, e eu sinceramente não esperava
ouvir de Dominic. Eu queria ignorar a chamada, mas eu peguei
mesmo assim, assumindo que quer que fosse poderia ser tratado
rapidamente.
Logo de cara, eu ouvi. Os gritos de Tilly chegaram aos meus
ouvidos quase tão alto como se eu estivesse lá com ela. Meu coração
começou a correr porque o som, apesar de familiar, sempre me
assustou.
— Madison, — disse Dominic, com a voz trêmula. — Eu preciso
de ajuda.
— Ela teve um pesadelo.
— Sim, acho que sim. Ela acordou a cinco minutos, gritando que
algo estava em seu quarto. Tentei acalmá-la, mas ela ficava
perguntando por você. Ela ainda está perguntando por você, Madison,
e eu não sei o que fazer. Eu disse a ela que você não pode vir porque
você está de férias e eu não quero incomodá-la, mas ela sabe que você
não está muito longe. E... ela continua pedindo Mungo. Que diabos é
um Mungo?
Eu não sabia se ria ou gritava com ele por sua falta de noção.
Para ser justa, ele sabia que Tilly precisava do macaco fofinho dela,
mas Tilly só surgiu com o nome muito recentemente.
— É seu macaco, — eu disse. — Mungo é seu macaco.
— Oh, merda. Eu esqueci seu macaco.
— Dom, você sabe que ela não consegue dormir sem ele.
— Ela adormeceu em frente à TV mais cedo, para que eu a
levasse para a cama e esperei que ela ficasse bem. O que devo fazer?
— Basta ficar com ela, continuar a falar com ela. Ela vai se
sentir melhor se ela souber que você não vai a lugar nenhum. E... Eu
estarei aí assim que eu puder.
Desliguei com um suspiro.
— Tudo bem? — Perguntou mamãe, olhando por cima de seu
tricô. Ela amava tricotar, não porque é uma coisa estereotipada para
as pessoas idosas que fazia - ela não era tão velha - mas porque ela
sempre tinha que estar fazendo alguma coisa, mesmo enquanto
assistia televisão. Papai tinha adormecido em sua cadeira.
— Na verdade não, — disse a ela. — Tilly teve um pesadelo e ela
está pedindo por mim. Eu vou dar uma mão a Dominic com ela.
Ela me deu um sorriso caloroso. — Madison, você não pode
sempre estar lá, sabe? Eu sei que a menina significa o mundo para
você, mas logo ela não vai poder contar com você para ir para ela.
— Eu sei. Mas, enquanto eu puder, eu vou. Eu vou tentar não
demorar muito.
Eu pedi um táxi para me levar para o outro lado da cidade, em
seguida, corri para o meu quarto. Na minha antiga cômoda, mamãe
tinha mantido uma seleção dos meus velhos brinquedos de pelúcia.
Quem sabe por que, mas naquele momento, eu estava feliz. Peguei
meu antigo brinquedo favorito da infância - um cão macio cinza e
marrom, e enfiei-o na minha bolsa antes de sair de casa para esperar
o táxi.
****
A mãe de Dominic, Jayne, nem sempre viveu nas proximidades.
Ela se mudou para a cidade pouco depois de Dominic e sua esposa,
para estar mais perto deles para que ela pudesse ajudar com Tilly.
Seu irmão mais velho, David, tinha seguido um ano mais tarde com
sua própria família. Tê-los em torno tinha acabado por ser muito mais
útil do que Dominic esperava, especialmente após Hayley deixa-los.
Jayne era a pessoa mais doce, e até mesmo nas poucas ocasiões em
que eu tinha ido para Devon sem Dominic e Tilly, eu sempre fazia
questão de visitá-la.
Jayne me cumprimentou com um abraço, prometendo que
falaríamos em breve, mas Tilly ainda estava gritando lá em cima,
então eu corri até ela, o som arranhando minhas entranhas.
Dominic sentou-se com ela, mas em seu estado inconsolável ela
continuou empurrando-o, dizendo-lhe para obter Mungo.
A cena era dolorosa de muitas maneiras.
— Tilly, — disse eu, baixinho.
Minha voz a silenciou, e ela olhou para mim por alguns
instantes, como se estivesse tentando descobrir se eu estava
realmente lá, ou parte de um sonho. Entrei na sala e me sentei com
ela e Dominic na cama, puxando-a em meus braços. Quando ela
percebeu que estava realmente acordada, ela começou a soluçar de
novo, agarrando-se a mim. Olhei para Dominic por cima do ombro de
Tilly. Com lágrimas brilhando em seus olhos, ele me deu um sorriso
de agradecimento antes de sair do quarto.
— Eu tive um sonho ruim, — disse Tilly, enquanto eu acariciava
seus cabelos. — Eu tive um sonho ruim.
— Você quer me dizer sobre isso? — Eu perguntei, tentando tirar
a imagem da tristeza de Dominic da minha cabeça.
— Não. Não me deixe Maddi!
— Eu não vou a lugar nenhum, menina. Eu vou ficar com você
até você cair no sono.
— Eu não vou dormir. Você tem que ficar!
— Shh. Tudo vai ficar bem.
— Eu preciso do Mungo!
— Mungo está em casa, — eu disse, mas soltei-a por um
segundo para chegar até minha bolsa. — Mas eu trouxe algo para
você.
— O que é isso?
Eu levantei meu cão da minha bolsa e entreguei a ela. — Este é
meu amigo, Patch. Eu sei que você quer o Mungo, mas Patch
costumava cuidar de mim quando eu era pequena. Achei que você
gostaria de tê-lo emprestado até chegarmos em casa.
Tilly virou Patch em suas mãos algumas vezes, provavelmente
debatendo
se
ele
iria
ou
não
ser
um
substituto
aceitável.
Eventualmente, ela abraçou-o perto dela. — Ele cheira como você.
Eu ri. — Bem, ele costumava ser meu melhor amigo. Eu passei
muito tempo com ele.
Enxugando os olhos, ela disse: — Obrigada. Você pode ler uma
história?
— Claro que posso querida.
****
Era quase uma hora antes de Tilly realmente se acalmasse. Ela
aconchegou Patch perto dela como se sua vida dependesse dele. Para
ela, provavelmente dependia. Ela se recusou a me contar sobre seu
pesadelo, e ela se agarrou a minha mão por 40 minutos antes de ela
sequer me deixasse começar a ler para ela. Fiquei feliz em ficar com
ela durante o tempo que ela precisava, mas me drenava vê-la tão
chateada. Nenhuma criança deve estar com tanto medo ou infeliz, e
cada grama de minha força foi para corrigir o que estava errado.
Mesmo que apenas temporariamente. Foi o suficiente por agora, o
suficiente para deixá-la descansar, sem quaisquer receios.
Uma vez que ela adormeceu, beijei-lhe a testa, e me arrastei
para fora, deixando a porta com uma fresta no caso dela acordar
novamente.
Dominic e Jayne se sentaram à mesa da cozinha, conversando
em voz baixa, e eles me deram sorrisos de esperança quando entrei.
— Ela está fora. — Eu disse a eles. — Acho que ela se cansou.
— Eu não estou surpresa, — disse Jayne. — Ela certamente
sabe como gritar.
— Eu gostaria de saber o que aconteceu naqueles pesadelos. Ela
não vai me dizer.
— Quando ela acordou, ela disse que tinha um estranho em seu
quarto, — disse Dominic. — No início, ela não parava de dizer: ―Faça
ir embora‖, então ela começou a gritar por você.
Talvez os filmes da Disney que ela amava que enfatizavam
madrastas malvadas, combinado com o medo de quem iria cuidar
dela em Nova York levaram a seus pesadelos.
Eu tive alguns pesadelos semelhantes por mim mesma.
— Você gostaria de uma xícara de chá, — perguntou Jayne,
levantando-se. — Eu estava prestes a colocar a chaleira no fogo.
— Obrigada, mas eu acho que vou para casa. Estou cansada
agora.
— Eu entendo, — Jayne respondeu, com um sorriso. — Mas
você vai voltar ainda esta semana, não vai? Tem sido um longo tempo
desde que tivemos um bom papo!
— Claro. Eu vou te ligar, e nós vamos arranjar um tempo.
Jayne me deu outro abraço, e Dominic disse: — Você precisa de
uma carona para casa?
— Sim, por favor, se você não se importa de deixar Tilly.
— Ela vai ficar bem com a mãe por um tempo. Vou levá-la.
****
O silêncio no carro de Dominic quando ele me levou para casa
me deixou nervosa. Quando ele me ofereceu uma carona, eu pensei
que ele tinha algo que ele queria dizer. Risque isso. Eu sabia que ele
tinha algo a dizer pela maneira como ele se concentrou tão
intensamente na estrada. Ele tinha dirigido nessas ruas um milhão
de vezes, ele não precisa de um nível tão alto de concentração. Ele
estava pensando. Meu coração começou a bater forte, lentamente no
início, mas no momento em que ele parou em frente da casa dos
meus pais, ele estava batendo até o ponto onde eu pensei que pode
exigir uma viagem a A&E.
— Obrigada pela carona, — eu disse, tentando não olhar para
ele.
— Obrigado por ter vindo.
— Não tem problema. Estou feliz que Tilly está se sentindo
melhor agora.
Abaixei-me para soltar o cinto de segurança, mas Dominic
colocou sua mão sobre a minha, me forçando a olhar para ele.
— Eu percebi uma coisa hoje à noite, — disse ele. Sua voz estava
trêmula, sua respiração um pouco irregular. — Eu percebi que eu não
sei como cuidar de minha própria filha. Eu não sei como fazer para os
pesadelos irem embora, eu não sei como acalmá-la. Eu me esqueci de
levar seu macaco.
— Dom...
— Eu deveria saber essas coisas, Madison. Mas eu não sei. Eu
não sei nada sobre ela.
— Isso não é verdade, — eu disse a ele. — E as coisas que você
não conhece, você pode aprender.
— Ela vai fazer seis na próxima semana! Eu deveria conhecê-los
por agora!
Ele bateu as mãos contra o volante, e depois inclinou a cabeça
contra ele.
A imagem de desespero.
— Eu vi você com ela esta noite, — disse ele, depois de um
tempo. — Eu vi você segurando a mão dela, acariciando seus cabelos.
Falando com ela sobre o seu cachorro de brinquedo, e ouvindo cada
palavra que ela disse, apesar de ter saído em uma confusão cansada.
Você sempre sabe as coisas certas para dizer a ela. Eu não sei como
fazer isso.
Descansando minha mão em seu ombro, eu disse: — É preciso
tempo. Você não pode simplesmente ter um filho e esperar para saber
o que eles estão pensando ou como eles se sentem, se você não está
sempre por perto. Eles mudam e crescem tão rapidamente. Se você se
afastar mesmo por um minuto, eles aprendem algo novo.
— Tudo o que ela aprendeu, ela aprendeu com você. Ela me diz.
Todas as noites no telefone, e quando chego em casa, ela me diz sobre
as coisas que fizeram juntas.
— Eu sei o que você está pensando, — eu disse. — E você está
errado. Eu não concordo com você se mudar para Nova York, mas eu
sei por que você faz o que você faz, e não é porque você é um pai
ruim. Eu vejo você trabalhando cada hora de cada dia para dar Tilly
tudo que ela precisa, porque você acha que precisa fazer para ela
crescer sem uma mãe. Mas você não precisa se esforçar tanto. Você já
fez isso. Você é bem-sucedido, você pode fornecer para ela, e agora ela
precisa de você. Só você.
Lentamente, ele se endireitou. — Se há uma coisa que eu fiz
certo para ela, não foi trabalhar tão duro. Foi escolher você. Não
pense que eu nem sempre aprecio você, porque eu aprecio, mas eu
estou apenas começando a perceber o quanto de quem ela é para
você.
— Eu acho que foi um esforço de equipe, — disse eu, baixinho.
— Mas graças a você.
Dominic hesitantemente levantou a mão um pouco, depois a
baixou. O movimento fez meu coração disparar de novo, e quando ele
sorriu para mim, eu senti. Eu o senti em cada parte de mim, como a
menor curva dos seus lábios tinha o poder de causar uma onda de
energia em meu corpo.
As respostas a essas perguntas que eu estava ignorando
começaram a cair no lugar.
— Eu deveria ir, — eu disse.
Quando ele levantou a mão novamente, ele não mudou de ideia.
Seus dedos encontraram suavemente seu caminho em meu cabelo, só
tocando muito levemente, mas o suficiente para me fazer formigar.
Minha cabeça abaixou enquanto eu tentava encontrar a força para ir
embora, mas ele colocou o dedo embaixo do meu queixo e
cuidadosamente inclinou para cima. Fechei os olhos, porque olhar
para o seu rosto me faria me apaixonar com mais força, mais
profundo do que eu queria ir. Com os olhos fechados, todos os outros
sentidos que possuía se tornaram vivos, e eu sabia que seus lábios
estavam uma mera fração dos meus.
— Por favor, — eu respirei. — Por favor, não me faça me
apaixonar por você.
Sua testa descansou contra a minha, sua mão se movendo
debaixo do meu queixo para a parte de trás do meu pescoço. – Eu
sinto muito. Sinto muito. Mas eu acho que alguma coisa está
acontecendo aqui.
Tudo o que seria necessário é um pequeno movimento.
Eu não podia me deixar beijá-lo. Mesmo que tudo em mim
quisesse ele, eu não poderia colocar-me por isso.
— Não, – eu disse, me afastando. — Você está chateado com
Tilly, e você está apenas pensando em mim dessa maneira porque
isso é o que é certo para ela.
Dominic apenas sempre quis o melhor para Tilly, e de repente
ele se deu conta de que era eu. Ele pensou que eu era a melhor
pessoa para cuidar dela, mas isso não significa automaticamente que
ele deve sentir algo por mim.
— Isso não é verdade, — disse ele.
— Não é?
Seu silêncio me deu a minha resposta. Eu tomei uma respiração
longa e profunda, em seguida, sai do carro sem dizer uma palavra.
Capítulo 8
Dia 263 sem dormir, e Madison Connor está começando a perder
o enredo.
Não havia cafeína suficiente no mundo para meu cérebro
funcionar, mas eu engoli três xícaras antes das oito na segunda-feira
de qualquer maneira. Eu planejava ir a Exeter com a minha mãe,
para que eu pudesse ver o quanto à cidade mudou no último par de
anos, e, também, para tentar bloquear as imagens de Dominic que
tinham sido tatuadas dentro da minha cabeça.
Durante toda a noite, era como se ele estivesse no quarto
comigo. O olhar em seus olhos quando eu tinha chegado a sua mãe
na noite anterior, do jeito que ele tinha sido tão aberto sobre como ele
se sentia, a sensação de seus dedos entrelaçados no meu cabelo.
Tudo isso me levou a um lugar que eu nunca queria ir.
Mas será que é real?
Quando eu disse a Neil que eu pensei que meus sentimentos por
Dominic eram baseados no medo, eu realmente quis dizer isso. Assim
como eu acreditava que seus sentimentos por mim eram mais sobre
Tilly do que ele, eu tinha me convencido de que eu estava em pânico
porque ele estava saindo.
Se isso fosse verdade, porém, eu não teria achado tão difícil de
me afastar dele, quando ele quase me beijou. Eu não teria sentido
cada palavra que ele disse afundando em mim, e eu não teria ficado
acordada toda a noite desejando que eu me permitisse me apaixonar
um pouco mais, para realmente entender.
Meu plano para o dia foi interrompido quando recebi um
telefonema de Tilly as nove, me perguntando se eu queria me juntar a
ela, Dominic, Jayne, Dave e sua família em um piquenique em
Dartmoor. Ela disse que seu tio Dave tinha ―solicitado a minha
presença‖, e Dominic iria me pegar às dez.
Lógica me disse para ficar longe. Eu estava cansada, confusa e
estar perto de Dominic só iria piorar as coisas.
Mas eu queria estar lá. E eu não tinha feito quaisquer planos
oficiais com a minha mãe, então eu disse a Tilly que eu estaria pronta
as dez, em seguida, comecei a me vestir. Era o dia perfeito para um
piquenique em Dartmoor. O sol prometia um dia de verão escaldante.
Vesti-me de acordo, entrando em uma saia jeans meio curta um top
colete preto.
Eu não tinha ido para os mouros em cerca de dez anos, e apesar
de qualquer embaraço potencial, eu estava animada para voltar a um
lugar onde eu passei muitos verões brilhantes, espirrando nos rios e
observando os pôneis de Dartmoor. O humor de Tilly era brilhante
quando ela bateu na minha porta. Ela me deu um sorriso largo,
jogando os braços em volta de mim, então me arrastando para baixo a
caminho para o carro de Dominic, sua noite agitada esquecida.
Escalando no banco de trás - porque Jayne estava na frente - fez
os acontecimentos da noite anterior passarem pela minha mente. Seu
carro - uma Mercedes C-Class Coupe - sempre cheirava a couro, e um
perfume que era distintamente dele. Tentei não respirá-lo, mas é
impossível evitar encher os seus sentidos com algo que cheira tão
bem.
Pensamentos perigosos.
Depois que disse bom dia para Jayne, Dominic me deu um
sorriso estranho, que eu retornei, igualmente tão sem jeito.
— Pronta para ir? — Questionou.
Eu balancei a cabeça. — Sim, eu estou pronta.
— E eu estou pronta! — Tilly acrescentou, fazendo-nos rir.
****
Chegamos ao ponto de encontro combinado em Spitchwick
Common, e abrimos um cobertor sobre a grama. Tilly saltou para
cima e para baixo, ansiosa por sua tia, tio e primos chegarem. Antes
que ela pudesse queimar no calor já escaldante, Dominic me entregou
o protetor solar, e tive a certeza que toda pele exposta de Tilly fosse
bem coberta de fator 30, enquanto ele tirava algumas cadeiras
dobráveis e um monte de brinquedos e jogos para manter as crianças
entretidas. Ainda era cedo, mas aos poucos, mais famílias chegaram
prontos para desfrutar o pequeno pedaço do céu na terra que era
Dartmoor.
Dave, sua esposa, Mel, e seus dois filhos, Jake e Danielle,
chegaram por volta de 30 minutos depois de nós e quando se
aproximaram, carregando seu próprio barco de suprimentos, notei
que as roupas de Dave estavam encharcadas. Jake e Danielle
correram para cumprimentar Tilly e os três saíram em disparada para
brincar juntos.
— Madison, — disse Mel, me abraçando com força, — Estou tão
feliz que tenha vindo! É ótimo ver você.
O cabelo preto lustroso de Mel foi cortado perfeitamente
mostrando suas salientes maçãs do rosto. Ela parecia ainda mais
linda do que eu me lembrava. Fazia mais de um ano desde que eu a vi
pela última vez, quando nós tivemos uma louca noite de improviso na
cidade, que terminou com a gente acordando todo mundo na casa
dela quando ela tropeçou pela porta da frente e se chocou contra o
enorme vaso de planta, na parte inferior da escada.
— É muito bom ver você também, — eu disse. — Eu não posso
acreditar o quão grande as crianças estão ficando!
— Eu sei, — ela riu, observando-os enquanto corriam ao redor.
— Vai ser o nono aniversário de Jake no próximo mês, e Danielle tem
quase sete anos. Parece que foi ontem que eu estava empurrando-os
em seus carrinhos de bebé!
— Madison, venha aqui e me abrace! — Disse a voz de Dave
atrás de mim.
Eu sorri largamente para o irmão mais velho de Dominic, que
tinha seus braços estendidos. Dave era uma versão maior de Dom.
Mais alto, mais redondo, e mais barulhento, mais feixes de diversão e
sempre tão cheio de energia. Uma viagem para Devon sem ver Dave
era uma viagem perdida.
— Dave, — eu disse. — Eu senti sua falta, mas você está todo
molhado, e eu acabei de colocar o protetor solar. O que aconteceu
com você?
Mel riu ao meu lado, e Dave disse: — Meu irmão idiota achou
que seria divertido se tivéssemos alguns balões de água para jogar ao
redor. Ele telefonou e me pediu para preenchê-los e trazê-los comigo.
Eu tinha-os em uma sacola no meu colo, mas eu não contava com
algum idiota dirigindo rápido demais em uma travessia estreita. Mel
teve de frear forte, e eu tive um colo cheio de borracha e água! Então,
sem balões de água hoje.
— Você pensou que era uma boa ideia também. — Dominic
sorriu.
— Eu pensei, mas eu não esperava acabar sendo o único que
teria uma luta de água.
— Em breve, você seca, — disse Mel. — Está fervendo aqui fora.
Dave arrancou sua camisa e colocou-a no chão ao lado do
cobertor. — Você vai me abraçar agora, Madison, — ele perguntou,
fazendo Mel rir ainda mais.
— Você é tão rude, Dave, — disse ela.
— Você realmente é rude, — eu disse, deixando que ele me
abraçasse — Mas é bom vê-lo.
— Você também, garota. Você também.
****
O dia em Spitchwick não poderia ter ido melhor. As crianças
estavam
tendo
o
tempo
de
suas
vidas,
jogando
badminton,
perseguindo uns aos outros, molhando os pés no rio e comendo
grandes quantidades de lixo açucarado que seus pais geralmente
evitavam. Enquanto Dominic, Jayne e Mel jogavam futebol com as
crianças, Dave e eu nos esticávamos em um cobertor, absorvendo
alguns raios. Ele estava lançando olhares no meu caminho todo o dia,
mas mal houve cinco minutos de sossego para nós conversarmos sem
ninguém por perto. Mel eventualmente puxou a tropas, porque nós
dois sabíamos que Dave queria discutir New York comigo. Eu meio
que tinha esperando desde que Tilly me disse que ele tinha pedido
para eu vir para o piquenique.
— Vamos lá, então, — disse ele. — Diga-me que você concorda
comigo.
— Concordo com o que? — Eu perguntei, olhando para o céu
azul e saboreando o calor do sol na minha pele.
— Isso de Dom de se mudar para Nova York é a coisa mais
estúpida que eu já ouvi.
— Oh, — eu ri. — Sim. Eu totalmente concordo plenamente.
— Então por que você não o parou?
— Parar ele? — Perguntei. — Você não pode impedi-lo de fazer
qualquer coisa, uma vez que ele colocou sua mente nisso. É assim
que ele é.
— Você não quer que ele vá.
Eu suspirei. — Não. Eu acho que ele vai fazer mais mal do que
bem.
Dave sacudiu meu braço, me fazendo pular, e eu bati em
retaliação. — O que foi isso?
— Só estou tentando obter uma reação honesta de você.
Seus olhos castanhos, tão diferentes de Dominic, focados
intensamente nos meus, e eu disse: — Você não acha que eu estou
sendo honesta quando digo que não quero que ele vá?
— Não, eu sei que é verdade. Mas a razão que você não quer que
ele vá? É isso que eu quero saber.
— Isso parece muito com uma pergunta que você acha que sabe
a resposta, — eu disse, me sentando. — Mas você está errado.
Dave ficou em silêncio, e eu levei um tempo para observar os
outros. Jake driblou o futebol, com Danielle tentando seguir ele. Ele
não tinha conhecimento de Tilly o observando, e quando ele menos
esperava, ela correu para ele, deslizando pela grama e jogando a bola
para longe. O choque no rosto de Jake fez todo mundo rir, e Dominic
correu para Tilly, levantando-a no ar. — Essa é minha garota, — disse
ele. Ela riu e jogou os braços ao redor de seu pescoço.
— E é isso que eu quero dizer, — disse Dave, tornando-me
consciente de que ele havia se sentado também. — Esse olhar em
seus olhos. Isso é honesto.
— Eu não vi Tilly tão feliz em um longo tempo. Me faz feliz.
E sinceramente não tem nada a ver com a forma como os seus
rostos se iluminam quando eles estão se divertindo juntos, ou quão
incrível Dominic parece quando tanto amor brilha em seus olhos.
Realmente.
— Eu sei. Mas... Madison, eu sei o que aconteceu com você e
Dom depois que ele te disse sobre Nova York. Ele disse que você
entrou em uma grande briga, e depois... bem. Eu sei.
Jesus Cristo. Dominic era tão particular sobre tantas coisas,
mas fazer sexo comigo era a única coisa que ele tinha compartilhado?
Minhas bochechas queimaram.
— Você quer saber o que ele disse? — Perguntou Dave.
Virei à cabeça para ele. — Eu quero?
— Ele disse que na noite em que dormiram juntos, ele a odiava e
a amava ao mesmo tempo e isso o assustou porque ele nunca tinha
sentido nada assim antes.
Engraçado. Eu pensei algo semelhante na época.
— Ele realmente disse isso? — Perguntei. — Ele disse que me
amava?
— Sim. Surpreendeu-me porque eu não acho que ele nunca iria
perceber a sorte que tem.
— Eu acho que vocês dois têm isto errado. Na noite passada, nós
tivemos... um momento. Mas ele praticamente confirmou o que eu
pensava. Ele acha que há algo entre nós, mas não é sobre mim. Como
tudo o que ele faz, é sobre o que é certo para Tilly. Eu entendo, mas
eu não quero esse tipo de relacionamento. E mesmo que eu quisesse,
ele está indo embora em breve, então não importa.
Dave suspirou como se tivesse percebido que as palavras dele
estavam caindo em ouvidos surdos. Ou, pelo menos, ouvidos que se
recusavam a ouvir corretamente.
— Tudo bem, — disse ele. — Não posso dizer que eu não tentei.
Minha adoração por Dave de alguma forma se multiplicou,
mesmo que a conversa fosse mais dolorosa para mim do que eu
gostaria de admitir. Eu amei como ele tinha sido tão aberto comigo, e
como ele queria o que era melhor para o seu irmão. Mas você não
pode forçar as pessoas a amar uns aos outros.
Dei-lhe um abraço. — Eu aprecio o que você está tentando fazer,
mas eu acho que você entendeu mal seus sentimentos. Nós somos
amigos, nós sempre temos sido, mas isso é tudo. Talvez um dia ele vá
encontrar alguém que ama Tilly, e quem ele realmente quer estar.
Eu não sou ela.
Levantei-me, precisando de uma pausa a partir da intensidade.
— Indo jogar?
— Não, — eu disse, com um sorriso. — Eu sou mais um
observador.
Quando cheguei mais perto para o jogo, Tilly disse: — Maddi! Eu
preciso de você na minha equipe, tia Mel é um lixo!
— Sério? — Mel riu. — Eu estou fazendo o meu melhor aqui!
— As meninas são tudo um lixo no futebol, — disse Jake.
— Eu não sou, — Tilly disse a ele. — Eu só roubei sua bola!
Suas roupas manchadas de grama apoiavam bem seu ponto.
— Eu acho que nós deveríamos deixar os adultos jogar, — disse
Danielle. — Eu preciso de uma bebida.
— Eu também, — acrescentou Jake, e Jayne colocou um braço
em torno de cada um de seus netos mais velhos, e os levou para Dave
e os refrescos.
— Eu quero continuar jogando, — disse Tilly, pegando minha
mão. — Vamos Maddi!
Danielle e Jake deixaram o ―campo‖ e Mel disse: — Acabamos de
perder nosso goleiro. Eu vou assumir.
Ela ficou entre as traves improvisadas, que foram realmente
apenas marcadores feitos de camisa de Dave e uma garrafa de água
vazia. Dominic colocou a bola a seus pés e disse: — Qual de vocês
senhoras está planejando me levar?
Eu sorri para Tilly, e ela riu. Nós duas olhamos para Dominic
por um segundo, em seguida, sem aviso prévio, a gente começou a
correr, rápido. Surpreso com o nosso ataque em conjunto ele saiu
com a bola, habilmente mantendo-a longe de nós. Tilly parou de
correr, se preparando para tentar outro carrinho e eu parei para
observá-la. Mesmo que Dominic fosse um alvo muito maior do que
Jake, ela se concentrou duro em seus pés. Quando estava pronta, ela
correu para frente, cronometrando seu ataque assim para ela chegar
à bola uma fração de segundo antes de Dominic. Mais uma vez, ela
derrapou pela grama, forçando seu pai a saltar para que ele não
colidisse com ela. Tilly pegou a bola e segurou-a no ar, pulando para
cima e para baixo. — Eu venci o papai, — ela cantou. — Eu bati
papai!
Sua precisão foi surpreendente, e comecei a rir quando Dominic
caiu para o chão, sem fôlego depois de sua derrota. Corri o mais
rápido que podia, enquanto rindo da alegria no rosto de Tilly, e ambas
se sentaram na grama. Tilly colocou a mão no braço de Dominic e
disse: — Eu acho que eu ganhei.
Ele começou a rir. — Eu acho que você ganhou. Onde você
aprendeu a fazer isso?
— Eu já vi jogadores fazê-lo na TV. É fácil!
— Fácil e confuso, — eu disse. — Olhe para o estado de suas
roupas!
Ela apenas deu de ombros e levantou-se, ainda cheia de energia,
e correu para Jayne. Mel, que tinha nos visto a partir de seu lugar no
gol, nos deu um sorriso antes de ir em direção a eles também.
— Ela acabou de chutar o seu traseiro, — disse eu, quando
Dominic tentou recuperar o fôlego.
— Disse com tanto orgulho, — ele riu.
— Estou orgulhosa, — eu disse. — Chutar bunda é uma grande
habilidade para uma menina ter! Eu não acho que ela vai ter
problemas para dormir depois de correr o dia todo!
— Oh sobre isso, — disse Dominic, rolando para o lado. — Eu
acho que Mungo foi substituído. Patch teve que tomar café da manhã
conosco esta manhã. Tilly insistiu que ele tivesse a sua própria fatia
de torrada. Mas sem manteiga. Os cães não gostam de manteiga.
— Na verdade, Patch é mais um cão para cereal.
— Então eu tenho que lutar com ele pelos meus sucrilhos agora?
— Sucrilhos? Não. Eles são muito ruins para ele, ele só vai
comer cereais chocolatey.
— Eu vou fazer uma nota.
— Bom, — eu disse séria. — Porque você sabe quantos
problemas você estará se você maltratar o meu cão.
Mantivemos a pretensão por um segundo a mais, até que se
tornou impossível segurar o riso.
Apenas se divertindo com ele em vez das brigas em curso que
tivemos nas últimas semanas foi um alívio. Estamos habituados a ter
o tipo de diversão que me fez pensar que poderia superar qualquer
desacordo, porque, em primeiro lugar, nós éramos amigos. Eu tinha
sentido falta.
Capítulo 9
Os momentos de diversão no terreno para uma parada abrupta,
logo que chegamos de volta a Londres. Depois de uma semana incrível
em Devon, durante o qual eu comecei a sair com meus velhos amigos,
fui a algumas viagens com meus pais, e passei um tempo com
Dominic e sua família, a realidade bateu duro na noite em que
chegamos em casa.
O aniversário de Tilly era na quinta-feira, e suas três melhores
amigas da escola viriam para uma festa do pijama. Dominic tinha
jurado para cima e para baixo que ele estaria lá. Ele tinha perdido
todo o resto, e desta vez, ele prometeu que estaria lá para ela.
Assim, naturalmente, quando seu escritório ligou no domingo e
perguntou se ele poderia voltar para Nova York para a semana para
resolver alguns últimos detalhes para a mudança, ele não poderia
dizer não.
Eu estava lívida. Não apenas um pouco ofendida. Totalmente
fumegante. Tanto é assim que, uma vez Tilly tinha corrido - de novo para o quarto dela chorando por causa de uma decepção, eu sai do
apartamento e fui até o ginásio no piso inferior do edifício. Bater e
chutar o inferno fora de um saco de boxe realmente me ajudaram a
aliviar o estresse. Cada decisão porcaria que Dominic fez, cada ideia
idiota que ele tinha sobre New York veio estourando para fora de mim,
até que eu tinha me esgotado.
Depois de uma hora, ainda não era suficiente.
Suada e cansada, eu voltei para o apartamento, tomei banho e
troquei para o meu pijama - uma velha camisa de grandes dimensões
com o logotipo de uma obscura banda de rock estampada nela.
Sentei-me na minha cama, esperando o aborrecimento passar.
Certamente, ele deveria ter ido depois de passar uma hora a abusar
fisicamente um saco de pancada?
Não. Ele ficou me irritando, até que eu não tinha escolha a não
ser me levantar e falar com Dominic.
E por 'falar', quero dizer 'gritar'.
Eu passei pelo corredor até seu quarto, onde eu o encontrei
saindo de seu jeans. Eu tive que lutar muito para não me concentrar
em seu peito nu, e eu desejava mais do que qualquer coisa que eu
tivesse ido para a cama.
Pelo menos as marcas de mordida foram curadas.
— Eu conheço esse olhar, Madison, e eu não estou no clima
para uma briga.
Sua mandíbula estava apertada, me dizendo que eu deveria
recuar. Infelizmente, sendo uma vaca espalhafatosa significava que
eu não podia.
— Você realmente é um idiota às vezes, — eu disse.
Ele pegou sua calça jeans e as atirou sobre uma cadeira que já
estava coberta de roupas sujas.
— Eu não posso acreditar que você não podia dizer não para
trabalhar uma vez, — eu continuei. — É seu aniversário, por amor de
Deus!
— Não faça isso. Eu já me sinto muito ruim.
— Então você deveria. Você prometeu que estaria aqui.
— Eu sei o que eu prometi ok? Mas eu não posso simplesmente
fazer essas coisas do trabalho irem embora!
— Então volte cedo. Vá amanhã, e esteja de volta aqui na
quinta-feira para que você não a decepcione novamente.
Ele virou-se para mim, com mais raiva do que eu já vi. — É tão
fácil para você, não é? Você está sempre aqui, fazendo tudo certo,
quando eu entro e saio de sua vida e foda-se as coisas! Não é fácil
equilibrar tudo!
— Não é fácil para mim também! Ela sente falta de você, e
quando você se vai eu tenho que trabalhar muito duro para ser tudo o
que ela precisa até você voltar!
— Se é um trabalho tão difícil, por que você ficou por tanto
tempo?
— Porque eu a amo! Eu amo ambos e vê-la tão triste, e você tão
estressado está me matando. Por que você não pode ir mais devagar?
— Eu não posso me dar ao luxo de abrandar! Se eu diminuir o
ritmo, as coisas não são feitas, e eu vou perder meu emprego!
— Se você não diminuir o ritmo, você vai perder a sua filha! Você
não pode ver isso? Ela está deslizando cada vez mais longe de você
todos os dias. Ela te ama tanto, mas há apenas tantas vezes você
pode se desculpar antes que ela deixe de acreditar em você.
— Eu lhe pago para me ajudar, Madison. Não para dar palestra
a mim.
Lá vai ele de novo, retirando o cartão de “chefe”. Eu não me
importaria de metade se ele realmente fosse um idiota insensível, mas
ele não é. Se ele realmente pensava de mim como apenas um
funcionário, ele não teria me incluído em tudo que ele fez com a sua
família enquanto estávamos fora. Mas no momento em que eu
comecei a fazer pontos válidos sobre como seu trabalho afetava Tilly,
ele me calou. Colocou-me de volta no meu ―devido‖ lugar como a
ajuda contratada. Só porque eu entendi por que ele fez isso, não a
torna menos doloroso.
Eu comecei a sair da sala, e Dominic disse: — Maddi.
A maneira como ele disse meu nome fez um pequeno pedaço do
meu coração desmoronar. Eu tinha desistido de corrigi-lo de me
chamar Maddi porque – quando ele disse isso - parecia bem.
— Você me ama? — Questionei.
— Eu amo, — disse ele. — Mas... eu não sei mais o que isso
significa.
Eu esperei, porque eu sabia que ele não tinha terminado. Com
certeza, depois de alguns minutos, ele descansou as mãos levemente
em meus ombros. — Você pode, por favor, olhar para mim?
Lentamente, eu me virei para encará-lo e suas mãos caíram para
os lados. Gostaria de saber se meu rosto parecia exausto e miserável
como o de Dominic. Se o brilho tinha ido de meus olhos também. Se
ele queria saber o que eu estava pensando, da mesma forma que eu
estava tentando ver o que estava acontecendo em sua mente. Nós
sempre lemos bem um ao outro. Sempre. Mesmo nos últimos tempos
de caos, que tinha conseguido ver de alguma forma para ver além das
lutas e entender as coisas que nenhum de nós queria dizer em voz
alta. Mas naquele momento, de pé na frente dele, eu não sabia o que
ele estava pensando.
E isso me aterrorizava.
Um minuto de silêncio ensurdecedor passou, e quando eu não
aguentava mais, eu disse: — Por que você disse a Dave que dormimos
juntos?
Eu não tinha ideia de por que essa pergunta saiu da minha
boca, quando havia tantas outras para escolher. Mas estava me
aborrecendo porque Dominic geralmente mantinha sua vida privada
para si mesmo. Da mesma forma que ele manteve Serena para si
mesmo - mas era uma estrada que eu realmente não queria seguir.
Não importa o quanto eu não queria discutir o que aconteceu entre
nós, só há um tanto de tempo que um tópico pode ser ignorado. Era
hora. Meu coração batia forte, mas era tempo.
— Eu não posso acreditar que ele falou com você sobre isso, —
disse Dominic, balançando a cabeça. — Eu pedi a ele para não falar.
— Bem, ele falou. Ele me disse que você disse sobre como você
se sentiu.
— Claro que ele fez, ele tem uma boca grande.
— Por que você não me diz? Você só me perguntou se eu te amo.
E você disse que me amava a Dave.
— É assim que eu me sentia. Mas você não iria falar sobre isso.
Toda vez que eu chegava perto de mencioná-lo você mudava de
assunto, ou dava uma desculpa para ir embora.
Ele estava absolutamente certo. Eu nunca lhe dei muita chance,
mas o risco era muito grande. E se a gente não se sentia da mesma
maneira? E se fizéssemos?
Quando foi que eu mesmo decidi como eu me sinto?
Eu dei um passo para trás. — Ir embora é a coisa certa a fazer.
Me desculpe, eu não deveria ter trazido isso de novo.
Dominic estendeu a mão antes que eu pudesse escapar para o
meu quarto para me esconder. Suas mãos tocavam de leve na minha
cintura, e eu quase, quase, coloquei meus braços em torno dele. Nós
estivemos aqui antes. Mal vestido em seu quarto, mas desta vez, eu
me recusei a deixar que algo acontecesse.
— Eu sei que isto é uma bagunça, — disse ele. — O momento é
horrível, mas mesmo se não falar sobre isso, os sentimentos ainda
vão estar lá.
— Eu posso lidar com os sentimentos. Eu não posso lidar com
você agindo sobre eles. Não quando você está indo em poucas
semanas.
Olhei em seus olhos, desejando que ele me deixasse ir. Para
entender por que era melhor continuar como se nada tivesse
acontecido como tínhamos feito nas últimas semanas. Um momento
se passou, e, finalmente, ele balançou a cabeça, soltando-me. Vireime para sair de novo, mas saltei quando notei Tilly em pé na porta.
Suas bochechas estavam manchadas de lágrimas, e ela se agarrou a
Mungo e Patch.
— Por que você está no quarto do papai? — ela perguntou.
Ela não poderia ter estado lá por muito tempo, mas meu coração
ainda trovejou. Se ela viu os braços de Dominic em torno de mim ou
ouviu qualquer coisa, só iria confundi-la, e as coisas já estavam
complicadas o suficiente para ela.
— Nós estávamos conversando, — Eu disse a ela, enquanto ela
caminhava em minha direção e estendeu a mão para mim para pegála no braço.
— Será que você teve outro sonho ruim? — perguntou Dominic,
pegando a mão dela na dele.
Ela balançou a cabeça, em seguida, enterrou o rosto em meu
ombro, quando todos nós nos sentamos na cama.
— Venha aqui, querida.
Tilly me deixou ir e se arrastou para o seu colo. — Você quer
dormir aqui comigo esta noite? — ele perguntou, e ela balançou a
cabeça.
— Eu vou para a cama, — eu disse.
— Espere! — Disse Tilly. — Você não pode dormir aqui também?
Se tudo na vida fosse tão simples como parece através dos olhos
de uma criança.
— Não na verdade, — eu disse. — Esta é a cama do papai.
— Sim, eu sei, mas ele não se importa, não é pai?
Dominic deu de ombros. — Eu não me importo. Mas Madison
tem sua própria cama para dormir.
Seu lábio inferior um pouco para fora. — Mas eu vou estar mais
segura se ambos estiverem comigo.
Ela estava totalmente me enrolando porque ela sabia que eu
odiava deixa-la depois de um pesadelo. Eu não costumo deixa-la
conseguir isso, mas já era tarde, ela estava cansada e eu percebi que
eu poderia fugir assim que ela adormecesse.
— Ok, — eu disse a ela. — Eu vou dormir aqui.
— Yay!
Recusei-me a olhar para Dominic enquanto eu caminhava ao
redor da cama para subir ao lado de Tilly. Ele torceu-se em volta e
entrou no outro lado dela. Ela se aconchegou contra ele, ainda
agarrada firmemente a seus brinquedos de pelúcia. Mesmo que ela
estivesse chateada com ele por voltar atrás em sua promessa de estar
em sua festa de aniversário, eu amei como ela sempre soube que ele
iria mantê-la segura. Dominic enfiou o braço em volta dela, e ela se
contorceu mais perto.
Eu me mantive firme do meu lado da cama, até que Tilly puxou
a minha camisola para me puxar para ela. Eu me aproximei quando
Dominic apagou a luz, e quando eu não poderia chegar mais perto, eu
disse, — Você está confortável agora?
— Muito, — respondeu Tilly.
Ela fez um excelente tampão entre Dominic e eu, mas ele ainda
estava perto o suficiente para que se eu me movesse apenas uma
fração, nossas pernas se tocariam. Tilly pegou minha mão, e atirou-a
através dela e Dominic, onde bateu ruidosamente em sua bunda.
Sim, ele tinha suas boxers, mas isso não torna menos
embaraçoso.
Olhamos um para o outro por cima da cabeça de Tilly, e até
mesmo no escuro, eu podia vê-lo tentando esconder um sorriso. Eu
não poderia evitar, eu comecei a rir. Quando Dominic se juntou, Tilly
disse: — Parem de rir, eu estou tentando dormir!
— Hmm, pouco de atrevimento, quando você foi a única que nos
acordou, mocinha! — Eu disse, movendo minha mão para que ele
repousasse em seu braço, não na bunda de Dominic.
— Você tinha que usar a palavra ―face6‖, — disse ele, rindo mais.
Inconscientemente, Tilly tinha aliviado a tensão na forma mais
estranha, tornando a situação mais engraçada do que deveria ter
sido. Dominic e eu estávamos rindo tanto que a cama tremeu.
— Sério! — Disse Tilly. — Parem de rir, ou Madison vai ter que
voltar para o seu quarto.
— Bem, agora ela soa como você! — Disse Dominic, e desta vez,
eu dei um tapa no braço dele. Era difícil reunir muita força enquanto
ria de ser dado um ―alerta‖ por uma criança de cinco anos de idade.
— Eu deveria ir.
— Não, fique! — Disse Tilly, agarrando minha camisola
novamente. — Basta parar de rir.
— Sim, chefe.
Dei-lhe um beijo no rosto, e tentei obter um controle sobre mim
mesma. Mais uma vez, meus olhos encontraram os de Dominic por
cima da cabeça dela, e sua mão agarrou a minha, entrelaçando
nossos dedos. Depois do que eu tinha dito sobre ―ir embora‖, eu
deveria ter deixado ir. Mas parecia muito bom.
6
Ela usa a palavra cheek que pode significar bochecha, face e atrevimento.
Ficamos assim até Tilly adormecer. O som de sua respiração
suave me relaxou. O leve sorriso nos lábios dela que me fez pensar
que estava sonhando. Certamente não parecem ser os monstros que
havia a torturado antes.
— Maddi?
O sussurro dele me assustou, e eu sussurrei de volta: — Ela
está dormindo. Eu vou para a cama agora.
— Não. — Ele apertou minha mão. — Fique. Por favor.
— Por quê
— Eu tenho medo do escuro.
Eu bufei uma risada quando Dominic sorriu. — Tilly vai cuidar
de você, — eu disse, mantendo minha voz baixa. — Além disso, ela
trouxe seu exército de destruidores de pesadelos com ela.
— É verdade. Mas você disse a Tilly que você ficaria.
Seu polegar acariciou delicadamente a palma da minha mão. Eu
não tinha certeza se ele estava ciente disso, mas mesmo esse pequeno
movimento colocou a minha mente cambaleando novamente. Eu
queria correr para a segurança do meu próprio quarto, onde seria
mais fácil para bloquear os sentimentos que eu tinha por ele.
Permanecer em sua cama, o lugar que tinha começado a chutar todas
as complicações, foi uma má jogada, eu sabia. Mas estar perto dele
era muito tentador. Muito confortável.
— Eu vou ficar, — eu disse a ele.
Eu só queria que você fizesse o mesmo.
Capítulo 10
A festa de pijama de aniversário de Tilly. Quatro crianças de seis
anos. Um adulto.
Poderia ter sido um desastre, mas eu trabalhei pra caramba
para ter certeza de que, mesmo que Dominic não estivesse lá, o sexto
aniversário de Tilly seria o seu melhor de sempre.
Suas amigas, Lucy, Ava e Lily chegaram ao apartamento no meio
da tarde, o que significava que eu tinha que mantê-las entretidas por
muito tempo. Depois de verificar com os pais das meninas se elas
tinham alergias e nenhum problema com as suas pequeninas brincar
de vestir-se, eu estava pronta para um dia épico de mulherzinha.
Tudo começou com a confecção de pizzas. Eu pensei que se nós
fizéssemos a comida em vez de encomenda-la, pegaria um pouco de
tempo extra, além disso, as crianças sempre gostam de cozinhar. Em
retrospecto, eu deveria ter sido mais bem preparada para a
quantidade de confusão que pode ser feito com queijo ralado, extrato
de tomate e todos os outros ingredientes que escolhemos para jogar
nas pizzas, mas nós tivemos um monte de divertimento fazendo-as.
Uma vez que tínhamos comido a pizza, os momentos de diversão
começaram. Eu tinha estocado acessórios de cabelo, maquiagem para
crianças, pinturas faciais e roupas de fantasias durante semanas.
Custou uma pequena fortuna, mas o olhar de prazer que me
cumprimentou quando apresentei as crianças com meu estoque valeu
a pena.
— Posso usar isso? — Perguntou Lucy, puxando um boá rosa
brilhante de pena.
Eu tinha colocado a caixa no chão, no meio da sala de estar, e
Tilly, Lucy, Ava e Lily praticamente mergulharam para ver o que
poderiam encontrar.
— Você pode usar o que quiser, — eu disse a ela, ajoelhando-me
no chão ao lado deles.
Tilly saltou para cima e para baixo nas pontas dos seus pés
enquanto ela olhou para dentro da caixa. — Asas de fadas!
Ela estendeu a mão para os cinco conjuntos de asas brilhantes,
porque, obviamente, eu tinha que ter um pouco também, e entregouos. Rindo, todas nós as colocamos, e mais de uma hora depois,
estávamos prontas para a festa.
Todas as meninas usavam asas e tiaras, mas eu tinha estilizado
o cabelo de Tilly em uma trança francesa, e decorado suas pálpebras
com sombra prata deixando seus olhos brilhantes. As outras meninas
também se decoraram em uma mistura de grampos de cabelo
borboleta, spray de cabelo com glitter, pinturas faciais e muito mais.
Elas, então, decidiram que eu precisava de uma reforma também,
então eu separei meu longo cabelo em tranças altas como Lily, e
deixei Tilly fazer a minha maquiagem. Felizmente, ela fez um ótimo
trabalho. Houve um pouco de blush demais nas bochechas, e ela foi à
loucura com a sombra de olhos brilhosa, mas poderia ter sido muito
pior.
Juntas, fizemos um grupo colorido e brilhante.
Com nossa ―festa‖ em andamento, era hora de sacar o console
de jogos. Se há algo que as meninas amam mais do que vestir-se, era
dançar. Eu acionei o volume, e nós tocamos juntas com o jogo
copiando os movimentos de dança na tela com diferentes níveis de
sucesso. O tempo todo, cantando juntas, rindo uma para a outra
quando tinha os movimentos errados, e quando eles eram muito
difíceis, fizemos os nossos próprios.
Eu estava brincando com Ava com Katy Perry quando ouvi a
risada de um homem atrás de mim.
— Papai!
Tilly soltou Lucy - sua parceira de dança - e se levantou,
olhando para o pai, com os olhos arregalados de alegre surpresa. Eu
provavelmente parecia muito igual. Ele não fez nenhuma indicação de
que ele estaria em casa cedo, então para vê-lo ali foi um choque.
— Está se divertindo? — Ele perguntou, com um sorriso.
Tilly atravessou a sala e pulou em seus braços. — Feliz
aniversário, querida!
— Eu não posso acreditar que você está aqui! — Disse ela,
abraçando-o com força, enquanto ele tentava evitar esmagar suas
asas.
— Eu não poderia perder o seu aniversário, não é?
Naquele instante, eu levei de volta a cada coisa ruim que eu já
pensei sobre ele - não que houvesse muitos pensamentos ruins. Ele
realmente voltou do trabalho a tempo de cumprir sua promessa para
ela, e fez totalmente o seu dia.
— Você chegou a tempo, — eu disse, sorrindo. — Tilly não teve
seu bolo de aniversário ainda.
À menção de bolo, todas as meninas soltaram gritos de
aprovação, e Dominic disse: — Você precisa de uma mão?
— Claro. Continuem dançando, senhoritas, — eu disse. —
Vamos pegar o bolo.
Dominic colocou Tilly no chão, e ele e eu fizemos o nosso
caminho para a cozinha. Do canto do meu olho, eu notei sua
expressão expectante, e eu olhei para ele.
— O que você quer? — Eu perguntei, tentando esconder um
sorriso. — Uma salva de palmas? A nomeação para o Pai do Ano?
— Os dois.
— Ok, ok. Você acabou de fazer este seu melhor aniversário de
sempre!
Beijei-o na bochecha, e ele começou a rir de novo. — Acalme-se,
Tinkerbell7! Eu não quero ficar coberto de brilho!
Merda. Eu tinha esquecido meu ―traje‖. Eu me acostumei com as
asas muito rapidamente.
— Eu acho que você não tem muita escolha, — eu disse. —
Parece que um filme da Disney vomitou em toda a sala de estar! Não
há nenhuma maneira que você vai escapar de ficar um pouco
brilhante.
7
A fada sininho de Peter Pan
— Adorável, — disse ele, sarcasticamente, mas sorriu de novo.
— Você está bonita.
— Papai, Madison, apresse-se com o meu bolo!
Ao som da voz de Tilly, tirei meus olhos de Dominic e fui até a
geladeira para pegar seu bolo de aniversário.
Provavelmente uma coisa boa Tilly interromper. Ele acha que eu
pareço bonita como uma fada, eu acho que ele parece lindo em seu
terno. Isso é exatamente o tipo de situação que pretendo evitar.
Eu tinha comprado para Tilly um bolo em forma de um macaco.
Parecia um pouco cruel para empurrar velas em um sósia do Mungo,
mas ela adorou. Nós todos reunidos em torno da mesa de café para
cantar parabéns, mas antes que ela soprasse suas velas e fizesse o
seu desejo, ela olhou para Dominic e eu, sorrindo, feliz por ter sua
família unida.
****
Foi um pouco depois das nove, quando as meninas se
acalmaram o suficiente para se estabelecer na sala de Tilly com seus
sacos de dormir. Eu tinha certeza de que, embora estivesse cansado
de ser tão enérgico durante toda a noite, demoraria um pouco antes
delas se deixarem adormecer. Festas de pijamas foram feitas para
ficar acordada passando a hora de dormir, mas enquanto elas
ficassem quietas, não importa para mim.
Uma vez que elas estavam felizes instaladas, Dominic e eu nos
servimos uma pequena taça de vinho, e nos sentamos juntos no sofá.
Dominic olhou para a bagunça de roupas de fantasias, e os
papeis de embrulho dos presentes de Tilly, que ainda estavam por
todo o chão da sala. — Ainda tem certeza que não quer que eu
contrate uma empregada?
— Eu tenho certeza, — eu ri. — Há quatro pequenas ajudantes
fingindo dormir, que podem nos dar uma mão na parte da manhã.
— Você não pode apenas acenar com a varinha mágica, e fazer
tudo ir embora? — Ele sorriu.
— Não posso fazer. Minhas asas estão fora e o pó de fada foi
utilizado. Nós vamos ter que fazê-lo à moda antiga, eu tenho medo!
— Você fez algo realmente especial aqui hoje. Quando você
conseguiu tudo isso?
— Eu tenho os comprado por semanas. Apenas pequenos
pedaços aqui e ali, porque eu sabia que as meninas adorariam.
— Você quer que eu te pague por isso?
Eu balancei minha cabeça. — Não, eu não mantive o controle de
quanto custou de qualquer maneira.
Eu realmente não tinha. Tinha que ser em torno do valor de
sessenta libras, mas isso não importava para mim. Eu tive tanta
diversão brincando com eles como as crianças.
— Você gastou tanto em seu presente, embora, — disse Dominic.
— Você não deveria gastar todo seu salário com ela!
— Ela merece isso, — eu disse a ele, olhando para o moinho de
vento Sylvanian Families8, e quatro conjuntos de animais que eu
tinha comprado para ela. Eu sabia que Dominic tinha comprado o
8
Coleção de animais de desenhos de animais de estimação
hotel para seu aniversário, por isso fazia sentido para adicionar à sua
coleção. A alegria no rosto de Tilly me disse que eu tinha feito uma
boa decisão.
Quando me virei para olhar para Dominic novamente, nossos
olhos se encontraram, e um pequeno tremor ondulou pela minha
espinha.
— Madison... há algo que eu tenho que falar com você.
Eu me mexi, me afastando dele um pouco. — Dom, se isto é
sobre...
— Trata-se de Nova York.
Ele colocou seu copo de vinho para baixo sobre o parapeito da
janela, e afrouxou a gravata dessa forma que me fez querer pular em
cima dele. Seu rosto era sério, uma grande mudança a partir do
sorriso que ele me deu alguns minutos atrás.
— O que é? — Perguntei.
Ele tomou uma respiração profunda. — Eu conversei com o meu
chefe, quando cheguei à Nova York na segunda-feira. Eu disse a ele
que eu não tenho certeza sobre me mudar para lá.
Meu coração parou por um segundo. — O quê? Mas... você quer
ir.
— Eu queria ir. Quando eu pensei que era um bom passo na
carreira, e eu pensei que seria melhor para Tilly. Mas agora... eu
realmente não acredito mais nisso.
— Por que não? Você estava malditamente certo quando você me
falou sobre isso, e foi pelo último par de semanas.
Ele acenou com a cabeça. — Eu estava. Até o momento que você
me perguntou sobre Serena.
A menção de seu nome me incomodou, o que era ridículo. Eu
nunca sequer conheci a mulher.
— Serena? O que ela tem a ver com alguma coisa?
— Você pirou sobre ela. — Eu abri minha boca para falar, mas
ele continuou. — Não tente me dizer que você não fez. Mas eu preciso
saber por que você se apavorou.
— Ela me chamou de ―a empregada‖.
No meu tom amargo, Dominic começou a rir, e eu estendi a mão
e dei um tapa na perna dele. — Isso não é engraçado!
— Não. Claro que não, — disse ele, tentando limpar o sorriso do
rosto. — Eu só estou imaginando as coisas que você provavelmente
queria dizer a ela quando ela lhe chamou assim.
Os cantos de minha boca se contraíram. — Eu queria dizer
muitas coisas. Mas eu fui muito educada.
— No entanto, você sabe que não é isso que eu quis dizer.
— Eu sei. Eu só não sei a resposta para a pergunta. E mesmo
que eu soubesse... você ainda vai para Nova York. Não é?
— Sim. Mas... quanto tempo eu ficarei pode depender da sua
resposta. Assim, você pode encontrar uma?
Eu
amei
como
ele
me
observava
tão
atentamente,
esperançosamente. A forma como um braço descansava contra o
encosto do sofá, e como a gravata azul pendia em seu pescoço, um
forte contraste contra sua camisa branca.
Eu amava ele.
— Eu estava com ciúmes, — eu soltei. — Quando Serena me
ligou e disse que estava com ela, eu estava com ciúmes. E a
realização foi o que me assustou.
Dominic deixou escapar o que soou como um suspiro de alívio.
Ele estendeu a mão para mim, sua mão se movendo para a parte de
trás do meu pescoço, o polegar traçando círculos suaves em toda a
minha pele. — Eu me senti da mesma forma quando você disse que
estava indo para passar a noite com Neil. Eu odiei.
— Se isso faz você se sentir melhor, não aconteceu nada. Passei
a noite inteira falando de você.
— Isso ajuda. Mas agora temos de trabalhar o que fazer. Eu não
sei o que está acontecendo entre nós, mas... Eu sei que se eu deixar
você ir, vou me arrepender.
Meu coração pulou com suas palavras, mas não foi o suficiente.
Ainda não.
— Por quê? — Perguntei. — Por que você acha que você pode se
arrepender? Por causa de Tilly?
Ele balançou a cabeça. — Não. Não se trata de Tilly, é sobre
mim. Este último ano foi muito difícil. Estar longe tantas vezes... é
cansativo. Mas não importa onde eu estou eu sei que toda noite eu
posso falar com você. Ouvir sua voz... torna os dias ruins mais fáceis.
Eu não percebi o que significava até que tivemos esse briga quando
eu disse que eu estava saindo. Eu sabia que tudo o que você disse é
verdade, e eu estava chateado comigo mesmo por não falar com você
sobre isso mais cedo. — Ele fez uma pausa, fechando os olhos por um
segundo antes de continuar. — Você estava certa. Eu não preciso
desse emprego, Maddi. Eu nunca precisei. Mas eu preciso estar com
você.
Palavras aceleraram pelo meu cérebro. Palavras que iria dizerlhe como me sentia, o quanto eu queria, precisava, que ele ficasse.
Eles caíram em torno de minha mente, batendo uns contra os outros,
mas nada saía.
Tomei as duas extremidades de sua gravata em minhas mãos, e,
lentamente, puxei-o para mim, meu coração acelerado, porque talvez,
apenas talvez, eu estava prestes a obter tudo o que eu queria, mas
estava com muito medo de admitir.
Ele olhou para os meus lábios, esperando.
Só mais um segundo.
Pronto.
Eu escovei meus lábios contra os dele, e de imediato, fui
transportada de volta para a primeira vez em que nós nos beijamos.
Era diferente, mais lento. Mas a necessidade de sentir sua boca na
minha era a mesma e eu arrastei para mais perto dele, desdobrando
minhas pernas debaixo de mim e envolvendo-as em torno de sua
cintura para que estivéssemos pressionados juntos. Ele passou as
mãos pelas minhas costas, aprofundando o beijo quando as nossas
línguas se encontraram. Nós caímos para trás, eu em cima, ele me
segurando para que eu não caísse. Meu estômago revirou com alegria,
e cada parte de mim começou a tremer.
Você já caiu.
Pela segunda vez naquela noite, uma risadinha me assustou, e
eu pulei longe de Dominic para encontrar Tilly em pé na frente de
nós. Ela não parecia muito traumatizada, mas a visão de eu
montando seu pai tinha o potencial de cicatrizá-la para a vida!
Dominic sentou-se também, e nós olhamos um para o outro,
sem saber o que dizer. Mal tínhamos trabalhado para fora o que nós
éramos - além do tesão - por isso não estávamos totalmente
preparados para responder as perguntas de Tilly.
— O... o que você está fazendo fora da cama? — Dominic
gaguejou, me fazendo rir.
Qualquer um pensaria que ela era o pai.
— Estou com sede, — disse ela. — O que você está fazendo?
— Nós... bem... nós estávamos.. apenas, erm...
Grande. O homem que eu estava quente um segundo atrás se
transformou em um personagem de Hugh Grant.
Tilly ainda estava sorrindo, e eu a levantei no meu colo. — O que
há de errado com o papai? — ela perguntou.
— Bem, querida, — eu comecei, — Papai e eu temos um monte
de coisas para conversar, e você não deveria ver... isso.
— Vocês não estavam conversando, — disse ela, ainda rindo, e
eu abracei-a para mim, completamente consumida pela quantidade
de amor que eu tinha por ela. Ela olhou para mim, seu rosto ficando
sério, embora seus olhos ainda brilhavam - e não apenas de sua
brilhante maquiagem. — Você sabe, quando eu era uma fada? — Ela
perguntou, e eu assenti. — Eu fiz um desejo muito especial quando
eu soprei as minhas velas.
— O que você desejou? — Perguntou Dominic.
O rosto de Tilly se tornou a definição absoluta de travesso. — Ele
acabou de se tornar realidade.
Mais uma vez, eu olhei para ele e, desta vez, ele sorriu.
Talvez o nosso relacionamento não tivesse sido devidamente
definido ainda, ainda tínhamos muito o que discutir. Mas o pequeno
anjo rindo no meu colo tinha feito a sua posição muito clara. Em sua
mente, ela ainda fez isso acontecer.
Fim.
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Kyra Lennon - If I Let You Go