Ambiente & Energia
Efeitos Ambientais
Valentim M B Nunes
Unidade Departamental de Engenharias
Instituto Politécnico de Tomar, Setembro, 2014
Introdução
A produção e consumo de praticamente todos os tipos de energia tem impactos
ambientais. A utilização de combustíveis fósseis contribui para a acumulação de
CO2 o principal gás com efeito de estufa. A desflorestação contribui igualmente
para este efeito pois a floresta é um sumidouro de Carbono.
A industrialização acelerada no Séc XX (mais ainda que o crescimento
populacional) vieram trazer à humanidade novos problemas e desafios: por um
lado o crescente consumo de energia é uma realidade, por outro os impactos são
importantes, tais como o aquecimento global, a depleção da camada de ozono ou
o problema das chuvas ácidas…
Grande desafio do Séc. XXI
QUESTÃO
ENERGÉTICA vs
AMBIENTE!
Tipos de produção e impactos
Central hidroeléctrica: provoca o alagamento de grandes regiões, com consequente
modificação da fauna e da flora, e a inundação de cidades, ocasionando o deslocamento
de populações. Acresce-se a isso o eventual mau uso da água, que é um bem de múltipla
utilização, e a possibilidade de emissão de gás metano, pela decomposição orgânica
gerada pelos alagamentos.
Central termoeléctrica: a queima de combustíveis fósseis na produção de energia
eléctrica origina CO2, agravando o efeito estufa e o aquecimento global. Também provoca
a contaminação da atmosfera, do solo e da água pelas cinzas arrastadas pelo fluxo de
gás. Além disso, os óxidos de nitrogénio e enxofre podem causar problemas pulmonares,
cardiovasculares e renais das populações residentes nas imediações e contribuem para a
chuva ácida.
Central nuclear: além de envolver as questões vitais da segurança e do tratamento de
resíduos nucleares, tem como importante factor negativo o aumento da temperatura dos
cursos de água empregados na refrigeração, prejudicando a biodiversidade local.
Eólica: produz nível elevado de poluição sonora, podendo provocar alterações auditivas
na população das proximidades.
Oceânica/Geotérmica: pode mudar as cadeias alimentares locais, prejudicando a fauna e
a flora.
Aquecimento Global
Aquecimento global é o aumento da temperatura média dos oceanos e do
ar, perto da superfície da Terra, que ocorre desde meados do século XX e
que deverá continuar no século XXI. Segundo o Quarto Relatório de
Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (2007),
a temperatura na superfície terrestre aumentou 0,74 ± 0,18 °C durante o
século XX. A maior parte do aumento de temperatura observado desde
meados do século XX foi causada por concentrações crescentes de gases
do efeito estufa, como resultado de actividades humanas como a queima de
combustíveis fósseis e a desflorestação.
O dióxido de carbono e outros gases com efeito de estufa aquecem a
atmosfera impedindo a transferência de calor por radiação a partir da Terra
para o espaço exterior. Limitar o crescimento da quantidade de CO2 na
atmosfera da Terra requer: (a) a redução da quantidade de combustíveis
fósseis queimados; (b) a sequestração do CO2 abaixo da superfície da Terra
ou dos oceanos.
Camada de ozono
PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS PELA REDUÇÃO DA CAMADA DO OZONO
Fontes Poluidoras
A nível nacional destacam-se, pelas suas emissões, as unidades industriais e
de produção de energia como a geração de energia eléctrica, as refinarias,
fábricas de pasta de papel, siderurgia, cimenteiras e indústria química em geral.
A utilização de combustíveis para a produção de energia é um dos factores
principais.
Esta camada é fundamental para assegurar
a vida na Terra, uma vez que o ozono
estratosférico tem a capacidade de absorver
grande parte da radiação ultravioleta, que
pode provocar efeitos nocivos (ou até
mesmo letais) nos seres vivos.
Chuvas ácidas
A queima de carvão e de combustíveis fósseis e os poluentes industriais
lançam dióxido de enxofre e de nitrogénio na atmosfera. Esses gases
combinam-se com o hidrogénio presente na atmosfera sob a forma de vapor de
água. O resultado é as chuvas ácidas.
A principal causa daquela acidificação é a
presença na atmosfera terrestre de gases
e partículas ricos em enxofre e azoto
reactivo cuja hidrólise no meio atmosférico
produz ácidos fortes. Assumem particular
importância os compostos azotados (NOx)
gerados pelas altas temperaturas de
queima dos combustíveis fósseis e os
compostos de enxofre (SOx) produzidos
pela oxidação das impurezas sulfurosas
existentes na maior parte dos carvões e
petróleos.
O protocolo de Quioto
Este protocolo foi adoptado em 1998 em Kyoto, Japan. Requer aos países
participantes a redução da emissão antropogénica de gases com efeito de
estufa (CO2, CH4, N2O, HFCs, PFCs, and SF6) para valores pelo menos 5%
abaixo dos níveis de 1990, durante o período de 2008 to 2012.
O protocolo estimula os países signatários a cooperarem entre si, através de
algumas acções básicas:
•Reformar os sectores de energia e transportes;
•Promover o uso de fontes energéticas renováveis;
•Eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da
Convenção;
•Limitar as emissões de metano na gestão de resíduos e dos sistemas
energéticos;
•Proteger florestas e outros sumidouros de carbono
O aquecimento global resulta do efeito estufa da atmosfera da terra, originando
um aumento da temperatura média anual superfície da terra na ordem de 0,5 a
1 ◦C desde meados do século XIX. Embora ainda pequeno, este aumento de
temperatura pode alcançar os 2 a 3 ◦C até o final do século XXI, um valor que
se acredita pode causar mudanças climáticas globais alterações que afectarão
toda a vida biológica do planeta, com consequências incertas.
A maioria das emissões de gases com efeito de estufa e aerossóis são uma
consequência da utilização de combustíveis fósseis, para satisfazer as
necessidades crescentes de energia. A queima de 1kg de carvão liberta cerca
de 3.4 kg de CO2; a queima de petróleo cerca de 3.1 kg; e de gás natural
cerca de 2.75 kg. Em 1996 a emissão antropogénica global de CO2 atingia 25
Gton por ano!
Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC)
Com base nas recomendações do IPCC, a Convenção-quadro sobre mudança
do clima foi convocada em Kyoto no final de 1997 para discutir os esforços
internacionais para limitar emissões de gases de efeito estufa. Os países
desenvolvidos e os chamados "países de transição" (principalmente a antiga
URSS e países do Leste Europeu) concordaram que, até 2010, reduziriam as
suas emissões de CO2 para um média de 6 a 8 % abaixo dos níveis de
emissões de 1990. (Porque as emissões de CO2 nos países desenvolvidos
estão a aumentar em média por 1,5 a 2 % ao ano, a meta de redução de
emissões em 2010 seria muito maior do que aquele valor). Infelizmente, os
países menos desenvolvidos, incluindo China, Índia, Indonésia, México e
Brasil, não assinaram o acordo de Kyoto. Também, alguns países
desenvolvidos, nomeadamente os Estados Unidos, não ratificaram o acordo
até 2003.
WHAT IS THE GREENHOUSE EFFECT?
O termo efeito estufa resulta da analogia com uma estufa de jardim. Aí, uma
cobertura de vidro permite a penetração da radiação solar e o aquecimento do
solo e plantas, que crescem nele, enquanto a mesma cobertura restringe a fuga
de calor para o ambiente por convecção e radiação. Da mesma forma, a
atmosfera da terra permite que a maior parte da radiação do sol atinja a
superfície, aquecendo-a, mas certos gases, chamados gases de efeito estufa
(GHG), impedem a fuga de calor por radiação, originando temperaturas de
superfície elevadas.
O efeito de aquecimento da superfície da terra por certos gases na atmosfera foi
reconhecido primeiramente em 1827 por Jean-Baptiste Fourier, o famoso
matemático francês. Cerca de 1860, o cientista britânico John Tyndall mediu a
absorção de radiação infravermelha por CO2 e vapor de água e sugeriu que a
causa das épocas glaciais poderia ser devida a uma diminuição das
concentrações atmosféricas de CO2. Em 1896, a cientista sueco Svante
Arrhenius estimou que a duplicação da concentração de CO2 na atmosfera
poderia levar a um aumento da temperatura da superfície da terra entre 5 a 6 ◦C.
500 nm
Na zona do UV, o oxigénio e o ozono na estratosfera são a maioria dos gases
absorventes. Na parte do visível, flutuações na densidade de moléculas na
atmosfera reflectem a luz solar. No infravermelho as moléculas poliatómicas
presentes nas partes mais baixas da atmosfera (troposfera) como o H2O, CO2,
O3, CH4, N2O, e outras, absorvem a radiação solar.
I S  S0RE2 (1   )
So = média anual de energia solar que atinge o topo da atmosfera,designada por
constante solar, 1367 W m−2
RE = raio da Terra, 6371 km
α = valor médio actual do albedo terrestre, 0.3 ± 0.03
I E  4RE2TE4
σ = constante de Stefan–Boltzmann 5.67  10−8 W m−2 K−4
TE = temperatura radiativa equivalente de corpo negro da Terra, K
Presentemente, a temperatura média da superfície da Terra é TS = 288 K
(15 ◦C). A diferença TS−TE = 33 K é uma consequência do efeito de estufa.
A temperatura média da superfície da Terra variou ao longo das época
geológicas, tal como é evidenciado pelos períodos glaciais e interglaciares.
Em parte, estas variações de temperatura podem ter sido causadas pela
variação da concentração de GHG na atmosfera. Outros factores para as
alterações climáticas globais podem ter estado relacionadas com variações
da órbita da Terra em volta do Sol e a inclinação do seu eixo. Em primeiro, a
excentricidade da órbita elíptica da Terra varia num período de cerca de
100 000 anos. Isto faz variar a insolação média da Terra. Segundo, o eixo de
rotação da Terra em relação à órbita elíptica varia entre os 21.6 ◦ e 24.5 ◦
(presentemente 23.5 ◦) num período de cerca de 41 000 anos. Isto altera a
quantidade de insolação nos hemisférios. Uma terceira possibilidade é uma
alteração na constante solar.
As moléculas de GHG podem reduzir a radiação terrestre que sai da Terra
apenas se estiverem a uma temperatura mais baixa que a própria Terra. Vimos
atrás que a temperatura radiativa da Terra corresponde a uma temperatura de
corpo negro de TE = 255 K. Com uma temperatura da superfície média de TS =
288 K e um gradiente de temperatura médio na troposfera de cerca de −6
K/km, a altura aparente (mean radiating height),à qual se origina uma
temperatura de 255 K é 5.5 km. Uma vez que a temperatura radiativa efectiva
permanece cerca de TE = 255 K, a adição de GHG à atmosfera vai alterar a
temperatura da superfície, TS, o perfil de temperaturas e a altitude radiativa
média.
Adicionalmente ao efeito radiativo devido ao aumento da concentração de
GHG, a modelação do aquecimento global é mais complicado pois um aumento
da temperatura da superfície inevitavelmente vai causar efeitos secundários,
designados por efeitos de feedback. Isto pode ser expresso pela
proporcionalidade:
TSQ / 
onde TS é o incremento na temperatura da superfície, Q é o efeito radiativo
devido simplesmente aos GHG, e β é um factor dando conta do efeito de
feedback. Se β <1, o feedback é positivo, o que faz com que o aumento da
temperatura de superfície seja ainda maior que o devido apenas ao aumento
da concentração dos gases com efeito de estufa. Se β > 1, o feedback é
negativo, o que atenua a subida da temperatura da superfície. Existem vários
efeitos de feedback possíveis: vapor de água, nuvens, aerossóis, albedo do
gelo, circulação dos oceanos.
Feedback do vapor de água
Este mecanismo é talvez o mais importante em termos de efeitos de feedback.
O vapor de água é um gás que absorve fortemente radiação no infravermelho
a comprimentos de onda entre 5 e 7 μm e acima de10 μm. Uma vez que a
temperatura média da superfície da Terra sobe devido ao aumento das
concentrações de gases com efeito de estufa, mais evaporação vai ocorrer a
partir das vastas superfícies dos oceanos, logo a atmosfera vai ficar mais
saturada em vapor de água ou seja a humidade vai aumentar. Isto vai causar
num aumento da absorção da radiação Infravermelha que deixa a Terra, e logo
causar um efeito de feedback positivo. Os modelos radiativos prevêem que o .
feedback da água podem causar um incremento no aquecimento global em
cerca de 60% (β ≈ 0.6).
Cloud-Radiation Feedback
O efeito de feedback das nuvens é muito difícil de quantificar. As nuvens
podem ter um efeito negativo ou positivo. O efeito negativo é devido à reflexão
pelas nuvens da radiação solar que chega à Terra, contribuindo para um
aumento do albedo terrestre e logo reduzindo a temperatura da superfície. O
efeito positivo é devido á reflexão da radiação térmica que abandona a Terra.
O balanço destes dois efeitos depende das características das nuvens, da sua
altitude e tamanho das gotas ou cristais de gelo. A modelação destes efeitos
contem um grau elevado de incerteza. Actualmente as melhores estimativas
apontam para um efeito positivo (formação de nuvens a maior altitude), de tal
forma que o valor de β ≈ 0.8 é utilizado para calcular o incremento da
temperatura de superfície devido ao aumento das concentrações de GHG.
Aerosol Feedback
Tal como as nuvens, pequenas partículas suspensas no ar (quer sejam naturais
ou produzida pelo Homem), designadas por aerossóis, podem interferir com a
radiação solar que atinge a Terra e a radiação terrestre. A composição média
dos aerossóis é cerca de 1/3 de pó (proveniente do solo, areia, rochas…), 1/3
de sulfatos (provenientes sobretudo a partir da emissão de enxofre associados
aos combustíveis fósseis), e 1/3 de materiais carbonáceos e nitratos
(provenientes igualmente dos combustíveis fósseis). O diâmetro médio das
partículas de aerossol são inferiores a 1 µm. Este diâmetro é mais efectivo a
dispersar a radiação solar que atinge a Terra do que a reflectir a radiação
terrestre. Assim, o feedback de aerossol será negativo, reduzindo o efeito de
estufa em cerca de 10–15% (β ≈ 1.1). Os aerossóis podem ter ainda um efeito
indirecto de feedback, pois servem com o núcleos de condensação para as
nuvens. Este efeito é muito difícil de contabilizar, e ainda está sob estudo.
Feedback do albedo do gelo
À medida que a superfície da Terra se eleva devido ao aumento da
concentração dos GHG, as camadas de gelo do Árctico e do Antárctico podem
fundir. Também os glaciares, que estão em recessão durante este período
interglaciar, podem recuar ainda mais rapidamente. Uma vez que o gelo tem um
albedo muito elevado (reflecte mais a luz solar) do que a água e a terra, o
desaparecimento do gelo vai ocasionar uma diminuição do albedo total da Terra,
α, o que vai causar uma temperatura radiativa da Terra, TE, e também da
superfície, TS, ligeiramente superior. Este efeito pode contribuir com mais 20%
para o aquecimento global (β ≈ 0.8). Todos juntos, os vários efeitos de feedback
podem duplicar o aquecimento global causado por GHG.
Feedback de circulação dos oceanos
Outro mecanismo possível de feedback é a alteração da circulação dos oceanos
e das correntes oceânicas. Genericamente, as água mais frias e mais salinas
afundam para grandes profundidades, e águas mais quentes e menos salinas
sobem para a superfície. As águas mais frias e mais salinas que a média, são
geradas nos pólos árcticos, uma vez que o gelo forma-se à superfície. Estas
águas afundam no oceano e movem-se em direcção ao equador. Aí, aguas
mais quentes e menos salinas sobem à superfície e movem-se em direcção aos
pólos. Com o degelo das calotes polares, e um aumento de precipitação a
latitudes mais elevadas, o padrão normal de circulação dos oceanos pode ser
alterado, com possíveis consequências na temperatura média global da
superfície da Terra. Este efeito é muito difícil de prever, e pode ser positivo,
negativo ou neutral. Contudo a alteração das correntes oceânicas pode ter
outras consequências como o El Niňo e outras tempestades.
Efeitos do aquecimento global
Subida do nível médio das águas do mar
Com o aumento da temperatura da superfície o nível médio das águas do mar
vai subir devido a três factores: degelo das calotes polares, redução dos
glaciares, e expansão térmica das águas dos oceanos.
Kiribati, um pequeno país formado por 32 atóis e
uma ilha - vulcão no Oceano Pacífico, quer
mudar-se para as Fiji. O Beretitenti (Presidente)
está a negociar a compra de 20km2 nas Fiji para
mudar para lá toda a população.
in Público, 10 de Março de 2012
Emissão de gases com efeito de estufa
Uma vez que o carbono constitui a maior parte da massa de todas as criaturas
vivas, existe na Terra um enorme reservatório de carbono na biosfera e nos
restos fossilizados. O calcário sedimentar, CaCO3, contem cerca de 12% da sua
massa como carbono. Este calcário foi originado em parte a partir de conchas e
esqueletos de criaturas vivas no passado e em parte por precipitação a partir de
soluções aquosas supersaturadas em CaCO3. Existe uma troca contínua de CO2
entre a biosfera e a atmosfera. O dióxido de carbono é absorvido da atmosfera
durante a fotossíntese de vegetação na Terra e fitoplâncton que vive nos oceanos
e outras água na superfície. O dióxido de carbono volta para a atmosfera durante
a respiração dos animais e decomposição (combustão lenta de materiais
carbonáceos) de plantas e animais mortos.
Para além do CO2 contribuem para o aquecimento global o metano, óxido nitroso,
Clorofluorocarbonetos (CFC), que são produtos inteiramente produzidos pelo
Homem, que são produzidos em unidades industriais para usos como
refrigerantes, propelentes, agentes espumantes, solventes, etc. e o ozono.
Concluindo, no ano de 2100, CH4, N2O, e CFC podem contribuir com cerca de
1/3 para o aquecimento global, com os restantes 2/3 a deverem-se ao CO2
Carbono
Presentemente, cerca de 6.8 Gt y−1 de carbono (25 Gt y−1 de CO2) são
emitidos para a atmosfera devido à combustão de combustíveis fósseis.
Outros 1.5±1 Gt y−1 são emitidos devido à desflorestação e alteração do uso
da terra.
Redução da Emissões
A redução das emissões de CO2 podem ser alcançadas pela combinação
de várias abordagens:
• Melhorias de eficiência no uso final da energia.
• Melhorias de eficiência do lado da produção de energia.
• Captura e sequestração do CO2 em reservatórios subterrâneos ou no
fundo dos oceanos.
• Utilização do CO2 para aumentar a recolha de petróleo e gás natural e
aumentar a produção (fotossíntese)
• Mudança para fontes de energia não fósseis (renováveis)
A captura de CO2 é viável apenas em grandes instalações termoeléctricas,
especialmente as que queimam carvão (porque o carvão emite mais CO2 que o
petróleo ou gás). Uma central de 1000-MW a carvão emite entre 6 a 8 Mt y−1 de
CO2. A captura do CO2 a partir de todas as grande centrais a carvão do mundo
inteiro representaria um redução significativa das emissões globais. As
seguintes tecnologias para captura de CO2 estão em desenvolvimento:
• Separação a partir do ar, e reciclagem do CO2
• Absorção por solventes
• Separação por membranas
Após a captura, o CO2 tem de ser sequestrado em reservatórios por um
período indefinido, de forma a não reemergir para a atmosfera. Os seguintes
reservatórios estão a ser investigados, e nalguns casos já são utilizados para
sequestrar CO2:
• Reservatórios de petróleo e gás esgotados.
• Fundos oceânicos.
• Fundos de aquíferos.
O contributo da natureza
A Natureza utiliza o CO2 como matéria prima para produzir biomassa através
da fotossíntese:
nCO2 + mH2O + hν→ Cn(H2O)m + O2 + 570.5 kJ mol−1
Onde hν representa um fotão, e Cn(H2O)m é um precursor básico da biomassa.
Essa energia provém do Sol. Toda a vegetação e fitoplâncton do mundo
baseia-se naquela reacção. Uma vez que as plantas e o plâncton estão na
base da cadeia alimentar toda a vida na Terra depende daquela reacção. De
facto, todos os combustíveis fósseis foram criados por conversão geoquímica
de biomassa em carvão, petróleo ou gás natural. A utilização de biomassa
como combustível em motores térmicos é neutral em termos de CO2. A
utilização de biomassa como energia renovável será discutida mais tarde neste
Curso.
Problema 1
Calcular a temperatura radiativa da Terra (K) para albedos terrestres de α =
0.27, α = 0.3 e α = 0.33, admitindo que a constante solar não varia.
Problema
2
Utilizando os dados do National Aeronautics and Space Administration
Goddard Institute for Space Studies, disponíveis em
http://data.giss.nasa.gov/gistemp/graphs_v3/Fig.A2.txt , faça um estimativa de
quanto aumentou a temperatura da Terra desde 1950 até aos nossos dias.
Problema 3
A fracção em volume de CO2 na atmosfera é 370 ppm. Qual o conteúdo de
carbono (Gt) na atmosfera se o CO2 for o único portador? O raio da Terra é
6371 km, e a massa da atmosfera por unidade de superfície é 1.033×104
kg.m-2
Problema 4
As concentrações actuais de CO2 e CH4 são 370 e 1.7 ppm, respectivamente.
O primeiro cresce a uma taxa de 0.4%/y e o último 0.6%/y. Quais serão as
,
concentrações destes gases em 2100. Utilize um crescimento exponencial e
rt
dN
não linear.
 rN N (t )  N 0 e
dt
Problema 5
Uma central termoeléctrica de 1000-MW com uma eficiência térmica de 35%,
durante 100% do tempo, usa carvão com a fórmula CH e um poder calorífico
de 30 MJ/kg. Quanto CO2 emite esta unidade em toneladas/ano?
Bibliografia
Fay, J., Golomb, D.S., Energy and the Environment, Oxford University Press
and Open University, Oxford, UK, 2004
http://www.mocho.pt/Ciencias/ambiente/chuva_acida/
G. Aubrecht, Energy, 2nd ed., Prentice Hall, New Jersey, 1994
Harold H, Schobert, Energy and Society, Taylor&Francis, New York, 2002
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