COLONIZAÇÃO
ESPANHOLA NA AMÉRICA
• A expansão do comércio europeu, a partir do século XV, motivou várias nações europeias a empreenderem
políticas que visassem ampliar o fluxo comercial como forma de fortificar o estado econômico das nascentes
monarquias nacionais.
• A América Pré-colombiana - Estima-se entre 80 a 100 milhões o número de habitantes do
continente americano no momento da chegada dos europeus a partir de 1492.
• A colonização efetiva do continente americano pelos espanhóis começou em 1493, quando Cristóvão
Colombo (um ano depois de ter aportado na ilha de Hispaniola, atual Santo Domingo, capital da República
Dominicana) fundou a colônia de Natividade.
• Ao chegarem por aqui, os espanhóis se depararam com a existência de grandes civilizações capazes de
elaborar complexas instituições políticas e sociais. Muitos dos centros urbanos criados pelos chamados
povos pré-colombianos (Incas, Maias e Astecas) superavam a pretensa sofisticação das “modernas”,
“desenvolvidas” e “civilizadas” cidades da Europa.
• A busca por riquezas e a conversão dos índios ao cristianismo foram, entre outros fatores, as bases
motivadoras do projeto colonial em território americano.
• O segundo objetivo era constantemente utilizado para mascarar o primeiro e em busca deste, inúmeras
atrocidades foram cometidas contra os povos dominados. A cruel matança de indígenas, bem como a
ganância e a sede espanhola por metais preciosos, foi muito bem retratada por Frei Bartolomé de Las
Casas (testemunha ocular de tais acontecimentos), que jamais ficou calado diante do tratamento
desumano dispensado pelos colonizadores aos povos nativos.
RELAÇÕES DE TRABALHO NA AMÉRICA ESPANHOLA
• As principais formas de trabalho forçado foram o repartimiento, a encomienda e a mita.
• a relação de trabalho na América Espanhola era escravista. Para burlar a proibição eclesiástica a respeito
da escravização do índio, os espanhóis adotavam o repartimiento, a mita e a encomienda.
Repartimiento – cada comunidade indígena deveria fornecer uma quantidade de trabalhadores para
executar atividades para a coroa espanhola. Esses indígenas eram encaminhados a um juiz repartidor, que
disponibilizava os trabalhadores para os interessados. Na prática, o repartimiento favoreceu amplamente os
altos funcionários da coroa espanhola, que enriqueciam a custa da exploração do trabalho indígena.
A mita : Sistema que impunha o trabalho obrigatório, durante um determinado tempo, a índios escolhidos
por sorteio, em suas comunidades. Estes recebiam um salário muito baixo e acabavam comprometidos por
dívidas. Além disso, poderiam ser deslocados para longe de seu lugar de origem, segundo os interesses dos
conquistadores.
A encomienda: sistema de trabalho obrigatório, não remunerado, em que os índios eram confiados a um
espanhol, o encomendero, que se comprometia a cristianizá-los. Na prática, esse sistema permitia aos
espanhóis escravizarem os nativos, principalmente para a exploração das minas.
O uso da Terra – as haciendas
Plantation x Haciendas: Em ambos os casos, observamos a existência de uma grande extensão de terras tomada
pela formação de monocultura de gêneros agrícolas tropicais e subtropicais. As haciendas tinham o interesse de
suprir as necessidades de consumo regionais e intercoloniais. No entanto, havia algumas exceções, como nos
casos do México e das Antilhas, onde o modelo agroexportador foi empregado para a comercialização de
açúcar. Em poucos casos, podemos registrar a utilização de mão-de-obra escrava africana. A falta de
entrepostos na costa africana e a grande presença da força de trabalho indígena motivaram os colonizadores
espanhóis a não utilizarem os escravos negros. A mais conhecida exceção aconteceu em Cuba, onde o
desenvolvimento da indústria açucareira e a falta de índios motivaram o uso dos escravos africanos.
O maior êxito econômico espanhol na América se refere à extração metálica. Estima-se que nos primeiros
150 anos de colonização espanhola tenha sido produzido algo em torno de 25 milhões de quilos de prata.
Sendo que a maior parte dessa produção foi parar nos cofres da coroa espanhola ou nas mãos sedentas da
burguesia metropolitana. A respeito do papel que os indígenas desempenharam nessa exploração, o Frei
Domingo de Santo Tomás afirmou no século XVI: “Não é prata o que se envia à Espanha, é suor e sangue dos
índios”.
Estrutura social na América Espanhola
•Chapetones - Eram os responsáveis pelo cumprimento dos interesses da metrópole na colônia, eram
todos espanhóis e compunham a elite colonial.
•Criollos - Eram os filhos de espanhóis nascidos na América. Dedicavam-se à grande agricultura e ao
comércio colonial. Sua esfera de poder político era limitada à atuação junto às câmaras municipais, mais
conhecidas como cabildos. Os cabildos ou ayuntamientos eram equivalentes às câmaras municipais do Brasil.
Eram formadas por elementos da elite colonial, subordinados as leis da Espanha, mas com autonomia
para promover a administração local.
•Mestiços, índios e escravos - Encontravam-se na base da sociedade colonial espanhola. Os
primeiros realizavam atividades auxiliares na exploração colonial e, em alguns casos, exerciam as mesmas
tarefas que índios e escravos. Os escravos africanos eram minoria, concentrando-se nas regiões centroamericanas. A população indígena foi responsável por grande parte da mão-de-obra empregada nas
colônias espanholas.
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