Sinalização Celular • Receptores de membrana e princípios de sinalização celular; 1 Receptores de Membrana e Sinalização Celular • Em organismos multicelulares é essencial que as células se comuniquem, possibilitando ações coordenadas. • Esta comunicação se dá através de moléculas (LIGANTES) que uma determinada célula produz e libera no meio extracelular para serem então percebidas, estas são as CÉLULAS SINALIZADORAS. • Para que a informação seja transmtida é preciso que as outras células, as CÉLULAS ALVO, tenham receptores capazes de perceber a presença daquela molécula no meio extracelular 2 Figura: A célula sinalizadora e a célula-alvo podem, ou não, entrar em contato. Fonte: http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAABUlYAC-0.png 3 Tipos de Sinalização a) Parácrina: o ligante tem vida curta e os receptores estão nas células próximas. Fonte (Figura): Biologia Molecular da Célula – Alberts, Johnson, Lewis, Raff, Roberts & Walter 4 Tipos de Sinalização b) Autócrina: o ligante tem vida curta, e o receptor está na própria célula que emitiu o sinal. Fonte (Figura): Biologia Molecular da Célula – Alberts, Johnson, Lewis, Raff, Roberts & Walter 5 Tipos de Sinalização c) Dependente de contato: o ligante não é secretado, mas exposto na superfície da célula sinalizadora e a célula alvo precisa fazer contato para que o receptor possa se ligar. Fonte (Figura): Biologia Molecular da Célula – Alberts, Johnson, Lewis, Raff, Roberts & Walter 6 Tipos de Sinalização d) Endócrina: o ligante (HORMÔNIO) tem vida longa, é lançado na corrente sanguínea e vai atingir células alvo em locais distantes. Fonte (Figura): Biologia Molecular da Célula – Alberts, Johnson, Lewis, Raff, Roberts & Walter 7 Tipos de Sinalização e) Neuronal: é um caso especial de sinalização entre células que poderia ser classificado como parácrino ou endócrino. Neste caso, o ligante (NEUROTRANSMISSOR) viaja grandes distâncias, mas no interior de axônios (não no sangue) até atingir a célula alvo longe do corpo celular do neurônio que emitiu o sinal. Fonte (Figura): Biologia Molecular da Célula – Alberts, Johnson, Lewis, Raff, Roberts & Walter 8 Um sinal pode gerar respostas diferentes • Ligantes secretados no meio extracelular entrarão em contato com várias células. • Mas apenas um número restrito delas responderá ao sinal, porque apenas algumas expressam o receptor capaz de reconhecer a molécula sinalizadora. • Exemplo: ACETILCOLINA 9 Receptores diferentes que reconhecem a mesma molélula sinalizadora ACETILCOLINA Promove contração da célula esquelética muscular Diminui a frequência de contração do músculo cardíaco Provoca secreção de saliva pelas células da glândula salivar 10 Tipos de Receptores a) Receptor Intracelular: se o ligante for pequeno e/ou hidrofóbico o suficiente para atravessar a membrana. b) Receptor de Superfície: se o ligante não puder atravessar a membrana, este estará exposto na superfície da membrana plasmática. 11 Sinalização por Ligantes Hidrofóbicos • Óxido Nítrico: envolvido em vários processos celulares, como vasodilatação, neurotransmissão, e imunidade a patógenos. • Hormônios: associam-se a moléculas hidrofílicas (CARREADORAS), para que possam viajar pela corrente sanguínea. • O receptor deve estar no citoplasma, e ativa-se com com o reconhecimento do ligante hidrofóbico, que desempenhará as devidas funções. 12 Fatores de Transcrição • Fatores de transcrição são, frequentemente, receptores que com a chegada do ligante, formam um complexo que entra no núcleo e ativa a transcrição de um gene. Fonte (Figura): Biologia Molecular da Célula – Alberts, Johnson, Lewis, Raff, Roberts & Walter 13 Sinalização por Ligantes Hidrofílicos • Quando o ligante não consegue atravessar a membrana, o receptor deverá obrigatoriamente estar exposto na membrana plamática. • O receptor muda sua conformação quando se liga ao ligante, e esta informação é passada adiante. • Estes receptores podem ser: a) Receptores tipo canal; b) Receptores associados à proteína G; c) Receptores enzimáticos. 14 Sinalização por Ligantes Hidrofílicos a) Receptores tipo canal: São controlados por ligantes, os quais induzem a mudança conformacional do canal, levando à sua abertura. Fonte (Figura): Biologia Molecular da Célula – Alberts, Johnson, Lewis, Raff, Roberts & Walter 15 Sinalização por Ligantes Hidrofílicos b) Receptores associados à proteína G: São proteínas transmembrana, tipo multipasso. • Ao receberem o ligante ativam uma segunda proteína, a proteína G, que também muda sua conformação, passando o sinal adiante. 16 Sinalização por Proteína G • As proteínas G ligamse ao GTP, ficando ativadas, e depois hidrolisam o GTP a GDP+Pi, voltando ao estado inativo. Fonte (Figura): Biologia Molecular da Célula – Alberts, Johnson, Lewis, Raff, Roberts & Walter 17 Sinalização por Proteína G • As proteínas G ao serem ativadas podem ativar outras proteínas, quando são chamadas proteínas G estimulatórias (Gs), ou inibi-las, sendo chamadas proteínas G inibitórias (Gi). Fonte (Figura): Biologia Molecular da Célula – Alberts, Johnson, Lewis, Raff, Roberts & Walter 18 Adenilciclase • Uma vez ativada pela proteína G, a Adenilciclase hidrolisa ATP formando AMP (adenosina monofosfato) que torna-se uma molécula cíclica, o AMP cíclico (AMPc): • UM MENSAGEIRO SECUNDÁRIO • AMPc dispara uma enorme diversidade de eventos, ativa enzimas, abre canais iônicos, etc. • CONSEQUÊNCIAS NA ATIVIDADE CELULAR 19 Adenilciclase • Proteína quinase A (PKA): têm este nome por ser ativada por AMPc. É uma enzima que fosforila outras proteínas. • O que é uma proteína fosforilada? Estas alternam entre um estado ativado e outro inativo, um deles com fosfato e outro sem. 20 Resumo Ligante + Receptor Meio Extracelular Proteína G + GTP Adenilciclase Meio Intracelular AMPc PKA Proteínas Fosforiladas 21 Adenilciclase • A PKA pode também entrar no núcleo e ativar genes que passarão a ser transcritos, o que também mudará o comportamento celular. • O que é cascata de sinalização? É a sequência de eventos entre o receptor e a mudança de comportamento da célula. 22 Fosfolipase C • A Fosfolipase C é outra enzima ativada por proteína G. Esta enzima hidrolisa um fosfolipídeo: • O fosfatidilinositol 4,5 bifosfato (PIP2) • • Clivando em: DAG: ligado à membrana, ativa proteína quinase C (PKC). IP3: difunde-se e liga-se a seu receptor na membrana do retículo endoplasmático. • 23 Fosfolipase C • O receptor de membrana do retículo endoplasmático (tipo canal) permite o extravasamento de CÁLCIO para o citoplasma: • ATIVANDO PKC E VÁRIAS OUTRAS PROTEÍNAS • Nesta cascata de sinalização o CÁLCIO é o mensageiro secundário que passa o sinal adiante. 24 Sinalização por Ligantes Hidrofílicos c) Receptores enzimáticos: passam a informação recebida por meio de atividade enzimática. Existem 2 domínios especiais: • Reconhecimento do ligante • Sítio catalítico Fonte (Figura): Biologia Molecular da Célula – Alberts, Johnson, Lewis, Raff, Roberts & Walter 25 Tirosinas Quinases • Tirosinas quinase são o principal tipo de receptor enzimático. • Estas, fosforilam (adicionam um radical fosfato) o aminoácido tirosina em cadeias laterais de proteínas. • O fenômeno de fosforilação é desfeito pelas tirosinas fosfatases. Fonte (Figura): Biologia Molecular da Célula – Alberts, Johnson, Lewis, Raff, Roberts & Walter 26 Proteína Ras • A proteína Ras na maioria das vezes irá promover a proliferação ou a diferenciação celular. • A proteína Ras hidrolisa GTP em GDP. • A proteína Ras-GTP ativa irá propagar um sinal em cascata. • Receptores que ativam esta via são fatores de crescimento. • Defeitos nas Ras podem levar à proliferação desordenada e câncer. 27 Amplificação e Integração de Sinais • A vantagem das cascatas de sinalização celular é a amplificação de sinais. • Depois de receber o ligante, receptores disparam uma cascata de sinalização celular que amplifica o sinal e acaba por modificar o comportamento celular. • Quando cascatas de sinalização iniciadas por diferentes receptores se cruzam ocorre a integração destes sinais. • Alguns processos dependem da ativação inicial de cascatas de sinalização diferentes, que convergem então para o mesmo processo. 28 Resumo da Aula Sinalização Celular • Ligantes que entram na célula podem ter vida muito curta e provocar respostas rápidas, como o óxido nítrico, ou ter vida longa e provocar resposta lenta e duradoura, como os hormônios esteróides. • Receptores mudam de conformação com a chegada do ligante. • Depois de receber o ligante, receptores disparam uma cascata de sinalização celular que amplifica o sinal e acaba por modificar o comportamento celular. 29