“OS NOSSOS TRISTES
ASSUNTOS”
REALIZADO POR:
-BARBARA MOREIRA
- VLAD PROHOROV
-CATARINA F. OLIVEIRA
ÍNDICE
 Biografia ,Diapositivo-
3
 Bibliografia ,Diapositivo- 4
 Os nossos tristes assuntos ( poema), Diapositivo- 5
 Questões, Diapositivo- 6
 Respostas às Questões, Diapositivo- 7
 Continuação às respostas, Diapositivo- 8
Biografia
Vasco Graça Moura ( Vasco Navarro da Graça Moura) nasceu a 3 de
Janeiro de 1942, na freguesia de Foz do Douro, no Porto.
Foi licenciado em Direito, pela Universidade de Lisboa, é um homem
multifacetado. Foi advogado entre 1966 e 1983. É colaborador de diversos
jornais e revistas, de programas de rádio e televisao, deputado no
Parlamento Europeu, desde 1999 e, para além de poeta, é autor de
numerosos ensaios e raducoes literarias.
Faleceu no dia 27 de Abril de 2014, em Lisboa, aos 72 anos, vítima de
cancro.
Bibliografia
Poesia:
Romance:
Traduções (resumo):
Modo Mudando (1963);
Quatro Últimas Canções (1987);
Fedra, de Racine
Semana Inglesa (1965);
Partida de Sofonisba às seis e doze da manhã
(1993);
Andromaca, de Racine
A Morte de Ninguém (1998);
Sonetos, de Shakespeare
O Mês de Dezembro e Outros Poemas (1976);
Os nossos tristes assuntos (2006)
Meu Amor, Era de Noite (2001);
Ensaio:
Enigma de Zulmira (2002).
Luís de Camões: Alguns Desafios (1980);
Camões e a Divina Proporção (1985);
Sobre Camões, Gândavo e Outras Personagens
(2000).
Diário e Crónica:
Circunstâncias Vividas (1995);
Contra Bernardo Soares e Outras Observações
(1999).
Berenice, de Racine
“Os nossos tristes assuntos”
tal como pedes eu trato
fica tu com as mentiras
não me conheço ao espelho:
dos nossos tristes assuntos
que te dizem estou bem
serei eu? não serei eu?
já rasguei o teu retrato
e outras mais que tu prefiras,
já deixou de ser vermelho
e outro em que estávamos juntos.
que as não digo a mais ninguém.
um coração que bateu.
e o anel que tu me deste
fico eu com as verdades
e assim eu me despedaço,
fui deitá-lo fora ao mar,
tão duras, sem exagero,
sem salvação nem socorro:
o vento soprava agreste
e angústias e ansiedades
se não sou eu, me desgraço,
e não havia luar.
e agonia e desespero,
se sou eu, sinto que morro.
há-de ficar-te a lembrança
fico eu com o vazio
da nossa vida passada,
da negra noite sem fim,
eu, perdida a esperança,
nem sei quem sou, tenho frio,
fico sem nada, sem nada.
estou comigo e sem mim
Vasco Graça Moura, In Poesia 2001-2005,
Quetzal, 2006
Questões

Atenta no título do poema.
1.

Explica de que forma o determinante possessivo e o adjectivo qualificativo aí presentes antecipam o tema tratado.
Nas duas primeiras quadras, o sujeito poético dá conta de acções que executou a pedido do “tu”.
2.
Diz quais são essas acções e o que pretende, com elas, o sujeito poético.
Explica de que forma o ambiente que, na segunda quadra, rodeava o sujeito poético estava de acordo com o “triste
assunto” de que ele fora tratar.
3.

Nas estrofes 3 e 6, o sujeito poético procede ás “partilhas”, depois da separação.
4.Prova, sublinhando vocábulos significativos, que a parte que toca ao sujeito poético é caracterizada negativamente.
5.
Assinala dois recursos estilísticos, que, nas estrofes 5 e 6, evidenciam o estado de espirito do sujeito poético.
6.Explica por que razão podemos afirmar que a situação em que se encontra o sujeito poético não tem solução.
Respostas as Questões
2. Diz quais são essas acções e o
1. Explica de que forma o
que pretende, com elas, o
determinante possessivo e o
adjectivo qualificativo aí presentes sujeito poético.
antecipam o tema tratado.
O sujeito poético rasgou
O determinante
possessivo “nossos”,
implicando vários
possuidores (onde o
sujeito poético se inclui),
e o adjectivo “tristes”,
que qualifica o nome
“assuntos”, anunciam
aquilo de que o sujeito
poético vai falar:
questões relativas a
mais do que uma
pessoa e que provocam
mágoa.
os retratos e deitou ao
mar o anel que lhe fora
dado. O ato de rasgar
os retratos simboliza o
apagar das memórias;
ao deitar fora o anel, o
sujeito poético desfaz-se
do símbolo da união
entre ambos. Não
esquecer que ambos os
gestos foram feitos a
pedido do “tu” e não
por vontade do “eu”.
3. Explica de que forma o ambiente
que, na segunda quadra, rodeava o
sujeito poético estava de acordo
com o “triste assunto” de que ele
fora tratar.
As condições
atmosféricas que
rodeiam o sujeito
poético estão em
consonância com o ato
praticado: “vento
agreste” e ausência de
luz (vv. 7-8).
Continuação as respostas
4. Prova, sublinhando vocábulos
significativos, que a parte que
toca ao sujeito poético é
caracterizada negativamente.
Por exemplo: “verdades /
[…] duras”, “angústias”,
“ansiedades”, “agonia”,
“desespero”.
5. Assinala dois recursos
estilísticos, que, nas estrofes 5 e
6, evidenciam o estado de
espirito do sujeito poético.
Polissíndeto e
Enumeração:
“e…e…e…e”
Metáfora:
“negra noite sem fim”
Paradoxo:
“estou comigo e sem mim”
6. Explica por que razão
podemos afirmar que a
situação em que se encontra o
sujeito poético não tem solução.
Os dois últimos versos do
poema salientam a
falta de saídas do
sujeito poético; as
alternativas –
“desgraço”/ “morro” –
não o são
verdadeiramente.
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Poema os nossos tristes assuntos