Dr. Marcel Jaqueto
CCS – Nefrologia
UEL
Exame de Urina
 Avaliação laboratorial da urina, que envolve avaliação
de constituintes químicos da urina (bioquímica
urinária) e avaliação microscópica do sedimento
urinário.
Exame de Urina
 Coleta
 Urina do jato médio
 Primeira urina da manhã ou mais de duas horas da
última micção
 Evitar, se possível, cateterismo vesical
 Na mulher, proceder assepsia genital
 Analisar amostra em, no máximo, duas horas
Exame de Urina
 Bioquímica Urinária
 pH
 Densidade
 Bilirrubina/urobilinogênio
 Nitrito/esterase leucocitária
 Glicose
 Corpos cetônicos
 Hemoglobina e mioglobina
 Proteinúria
Exame de Urina
 pH
 Varia de 4,5 a 8 (normal 5 a 6)
 Significado clínico limitado
Causas de urina alcalina
Causas de urina ácida
. Infecção urinária por
bactérias que desdobram
uréia
. Uso de diuréticos
. Sucção gástrica/vômitos
. Dieta vegetariana
. Dietas ricas em proteínas
. Acidose respiratória
. Acidose metabólica de
origem não renal
. Acidose Tubular Renal
. Acidose Tubular Renal
Exame de Urina
 Densidade
 Medida de concentração urinária
 Peso da solução (urina) comparada a um volume similar
de água
 Varia de 1,003 a 1,035
 Marcador inacurado da concentração urinária, já que
pode ser modificada pela presença de móleculas de
glicose, por manitol, radiocontraste, etc
Exame de Urina
 Osmolaridade Urinária – é melhor marcador da
concentração urinária
 Estimativa (grosseira) da OsmU a partir da densidade:
1,010 x 30 = 300 mOsm/l
Densidade urinária
baixa (< 1,010)
Isostenúria (-/+ 1,010 a
1,015)
Densidade urinária alta
(> 1,018)
.Diabetes Insipidus
.Hidratação excessiva
.Diureticoterapia
.Diurese osmótica
.Diurese pósdesobstrução
.Capacidade de
concentração urinária
preservada
Exame de Urina
 Urobilinogênio
 Pigmento incolor, que quando convertido a urobilina no
rim, confere a cor amarela característica
 Normalmente não-detectável
 Se presente:


Baixos níveis: icterícias congênitas, icterícias obstrutivas,
ácido ascórbico,
Altos níveis: hemólise maciça, disfunção ou sobrecarga
hepática
Exame de Urina
 Bilirrubina
 Normalmente ausente na urina
 Aparece na urina em sua forma conjugada
ou direta (que é hidrossolúvel)
 Quando presente, indica icterícia colestática – colúria
 Ausente nos quadro de hiperbilirrubinemia
indireta (como a hemólise maciça)
Exame de Urina
 Esterase leucocitária e Nitrito
 Em geral, indicadores de proliferação bacteriana/ITU
 Esterase: liberada por granulócitos lisados
 Nitrito: provêm da conversão do nitrato por bactérias
 No HUL: nitrito
Exame de Urina
Esterase
Leucocitária
Nitrito
Falsos Positivos Falsos
Negativos
Falsos Positivos Falsos
Negativos
.Contaminação
vaginal
.
.Glicose
.Albumina
.Ácido ascórbico
.Certos
antibióticos
. Demora em
realizar o exame
.Bactérias que
não convertem
nitrato (E.
faecalis, N.
Gonorrhoeae)
.Ácido ascórbico
Exame de Urina
 Glicose
 Reação glicose oxidase/peroxidase
 Detecta níveis baixos de glicose (-/+ 50mg/dl)
 Túbulo proximal renal: capacidade absortiva limitada de
glicose (160-180mg/dl)
 Se glicosúria:


Hiperglicemia severa
Doenças de túbulo proximal
 Falsos negativos: cetonúria, ascorbato, pyridium
Exame de Urina
 Corpos Cetônicos
 Reação com nitroprussiato
 Detecta principalmente acetoacetato e acetona
 Não reage com β-hidroxibutirato
 Positivo em casos de cetoacidose alcóolica, cetoacidose
diabética, jejum prolongado
Exame de Urina
 Hemoglobina e Mioglobina
 Reação pela atividade peroxidase-like da hemoglobina e
mioglobina
 Se presente (+ a 4+), pode indicar:



Hemólise
Rabdomiólise
Hematúria
ATENÇÃO A CASOS COM
HEMOGLOBINA + COM AUSÊNCIA DE
HEMÁCIAS
Exame de Urina
 Proteínas
 Conservação das proteínas plasmáticas é uma das
funções renais
 Volume sanguineo: 5l  Ht 40%  Vol. Plasm. = 3L;
 Plasma filtrado mais de 60 vezes/dia, -/+ 180 l/dia
 [ ] plasmática de proteínas: 70 g/L; se filtradas
livremente, perda de 12kg de proteína por dia
 Fígado: capacidade de síntese: 30-40 g/dia (~ 12 g de
albumina)
 Excreção urinária diária < 150mg/dia
Proteinúria
 Pode ter caráter transitório (funcional) ou persistente
(dano renal)
 Teste da fita reagente (tetrabromofenol azul): detecção de
proteinúrias a partir de 300mg/dia, expressa em traços a
++++
 A fita detecta essencialmente a albumina (carga negativa)
 Avaliar em conjunto com a densidade urinária
Proteinúria - tipos
Dano a parede capilar glomerular, com passagem de
proteínas de alto PM que ultrapassam capacidade de
reabsorção proximal. Ex: DM, LES, GN primárias,
drogas, amiloidose.
Disfunção tubular proximal prejudica reabsorção de
proteínas neste local, levando ao aparecimento de
proteínas de baixo PM na urina. Ex: Nefroesclerose
HA, NTI (ácido úrico, AINES, sd. Fanconi)
Proteinúria
 Se presente: quantificar (24h ou amostra isolada)
Proteinúria
Normal
Alterada
(nãonefrótica)
Nefrótica
Proteinúria
24h
Até 150300mg/24h
Até 3 –
3,5g/24h
>3,5g/24h
Amostra
isolada
(proteína/
creatinina)
<0,2 a 0,3
0,2 a 3
>3
Microalbuminúria
Em geral, solicitada para pacientes diabéticos com exame
de fita reagente negativo ou traços
. P/ rastreamento: relação em amostra isolada
. P/ seguimento: idem (razoável checar urina 24h)
Exame de Urina
 Sedimento Urinário
 Parte essencial da urinálise, feita ao microscópio
 Dá informações variadas acerca de dano renal, infecções,
litíase, etc
Células do
sangue
Cilindros
Outros
Cristais
Hemácias
Hialinos
Bactérias
Oxalato
Leucócitos
Granulosos
Fungos
Fosfatos
Linfócitos
Hemáticos
Parasitas
Uratos
Plasmócitos
Leucocitários
Células epiteliais
Drogas
Céreos
Células
neoplásicas
Sedimento Urinário
 Em geral:
céls. epiteliais: até 10.000/ml
- leucócitos: < 10.000/ml
- hemácias: < 10.000/ml
-
-
bactérias: ausentes
cilindros: ausentes ou hialinos
cristais: podem estar presentes
outros elementos: ausentes
- Podem ser de túbulo
renal (nefrites, NTA),
epitélio vaginal,
vesical, ureteral,
uretral, cutâneo
-Em geral, são maiores
do que os leucócitos
-Podem aparecer
agrupadas
Sedimento Urinário
 Em geral:
- céls. epiteliais: até 10.000/ml
- leucócitos: < 10.000/ml
- hemácias: < 10.000/ml
- bactérias: ausentes
- cilindros: ausentes ou hialinos
- cristais: podem estar presentes
- outros elementos: ausentes
.Os PMN são
facilmente
reconhecíveis
.Sua presença indica:
- ITU (alta ou baixa)
- Inflamação (GN ou
nefrite intersticial)
- Inflamações
periureterais
Neutrófilos
LEUCÓCITOS (na urina tipo I sem coloração !)
Macrófagos
Neutrófilos
Leucócitos
Eósinófilos na urina:
indicativos de Nefrite
Intersticial Aguda
Pesquisa com coloração
específica (Giemsa ou
Wright)
Sedimento Urinário
 Em geral:
- céls. epiteliais: até 10.000/ml
- leucócitos: < 10.000/ml
- hemácias: < 10.000/ml
- bactérias: ausentes
- cilindros: ausentes ou hialinos
- cristais: podem estar presentes
- outros elementos: ausentes
.Podem se originar em
qualquer local do TU
.Sempre que presente,
avaliar a morfologia dos
eritrócitos:
-Hemácia isomórfica
origem não glomerular
-Hemácia dismórfica
(acantócitos, ghost
cells): origem
glomerular
Hemácias isomórficas
Crenócitos
Crenócitos: hemácias deformadas pela presença de urina
hipertônica; hematúria não glomerular
Acantócito
(hemácia
dismórfica)
Hematúria
glomerular
)
Hemácias Normais:
Hemácias Dismórficas:
Microscopia
de
Fase
Sedimento Urinário
 Em geral:
- céls. epiteliais: até 10.000/ml
- leucócitos: < 10.000/ml
- hemácias: < 10.000/ml
- bactérias: ausentes
- cilindros: ausentes ou hialinos
- cristais: podem estar presentes
- outros elementos: ausentes
.Os cilindros ajudam
na distinção de
doenças do TU alto
ou baixo
.São massas
cilíndricas formadas
em partes distais do
nefron (urina mais
concentrada)
.A parede do cilindro
é uma matriz protéica
(Tamm-Horsfall)
Cilindro Hialino:
basicamente formado
pela proteína de TammHorsfall
Cilindro Epitelial Granuloso:
formado por células
epiteliais tubulares em
processo de degeneração
Granuloso  finamente
granu- loso  céreo
*Aparecem em GN, NTA, NTI,
exercício, depleção
Cilindro Leucocitário:
típico de pielonefrites (DD
com cistite). Pode ocorrer
também em NTI
Cilindro Hemático: contém
hemácias, inclusive as
dismórficas. Classicamente
associada a GN (mas já
relatada presença em
pacientes após exercício físico)
Cilindro Céreo: largo, formado nos
dutos coletores, com fissura. Indica
túbulo degenerado, atrófico, crônico.
Corpúsculos ovais de
gordura: típicos de sd.
nefrótica com lipidúria,
pela reabsorção de gorduras
por céls. tubulares
Luz polarizada
(cruz de Malta)
Sedimento Urinário
 Em geral:
- céls. epiteliais: até 10.000/ml
- leucócitos: < 10.000/ml
- hemácias: < 10.000/ml
- bactérias: ausentes
- cilindros: ausentes ou hialinos
- cristais: podem estar presentes
- outros elementos: ausentes
. Os cristais podem
ocorrer normalmente
ou precipitar devido
condições de
refrigeração e pH
urinário
.Sua presença em
geral não permite
fazer nenhum
diagnóstico
Cálculos de oxalato de
cálcio
Cálculos de estruvita
(fosfato amoníacomagnesiano): associado a
ITU por bactérias
produtoras de urease
Cálculos de cistina: ocorre em pacientes
com cistinúria (raro). A precipitação é
favorecida por um pH urinário ácido
Urina I:
ANALISAR
TUDO!
Características gerais:
Propriedades físicas: cor (límpido a ligeiramente turvo)
cheiro (sui generis).
Bioquímica (dipstick):
- densidade: 1005 - 1010 (isostenúria) - >1020
- pH: ácido – habitual entre 5,0 a 6,0 (possível de 4,5 a > 7,5
- proteínas: ausentes ou de traços a ++++/4+
- hemoglobina: ausentes a + até 4+
- nitrito: - ou + se infecção associada
- glicose e acetona: ausente ou + se glicosúria ou cetonúria
- urobilinogênio: ausente ou positivo
Sedimento:
- células epiteliais: até 10.000/ml
- leucócitos: < 10.000/ml
- hemácias: < 10.000/ml
- bactérias: ausentes
- cilindros: ausentes ou hialinos
- cristais: podem estar presentes
- outros elementos: ausentes
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