BIOMETRIA: MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO Os sistemas biométricos são vantajosos frente às tradicionais senhas pela maior segurança de confiar em características próprias do corpo humano, o que facilita a vida do usuário e dificulta tentativas de invasão. Na prática, um sistema biométrico analisa uma amostra de corpo do usuário. No caso do olho, ele analisa 265 pontos diferentes para formar uma imagem que será usada para comparação toda vez que o usuário tentar se autenticar. Caso apenas um ponto na íris do usuário à frente do sensor não bata com o molde guardado, o sistema biométrico barra sua entrada. O mesmo exemplo acontece com as outras tecnologias disponíveis no mercado, como reconhecimento de voz, geometria da palma da mão, leitura do rosto, posicionamento das veias dentro da mão e a tradicional impressão digital. IMPRESSÃO DIGITAL Mais conhecido e popular entre os sistemas de identificação biométrica, a tecnologia utiliza a impressão digital do dedo do usuário como senha e é amplamente usado atualmente para simples autenticações. A autenticação é simples – após o dedo ser posicionado, o sensor biométrico rastreia de 50 a 100 pontos específicos na impressão digital para montar o “molde” do usuário. O sistema de impressão digital é também atrativo para pequenas empresas por não pedir uma infra-estrutura tecnológica grande ou cara, já que apenas compara impressões digitais inseridas em tempo real com um banco de dados. EXEMPLOS DE APARELHOS BIOMÉTRICOS DE IMPRESSÃO DIGITAL ÍRIS O sistema de identificação pela íris do usuário justifica o alto grau de precisão com altíssimo preço cobrado por sensores do tipo. Sistemas que mapeiam a parte interna do olho podem sair por até 19,5 mil dólares cada, mas empresas com dinheiro que precisam de bastante segurança deverão aproveitar cada centavo. Junto ao preço, o escaneamento da íris do usuário pode fazer com que o sistema seja considerado intrusivo demais, já que um raio de luz é responsável por mapear o olho. Segundo José Henrique Nascimento, gerente sistemas de segurança da Siemens; “Em testes, muitos usuários acharam estranha a luz que analisa a íris e se sentiram desconfortáveis em colocar o olho dentro de um aparelho não conhecido” VOZ A principal vantagem do sistema, que reconhece palavras a médias distâncias e até mesmo remotamente, se confunde com uma de suas maiores falhas – a baixa precisão por confiar em algo facilmente imitável, no que os técnicos chamam de biometria comportamental. Em vez de confiar em uma característica realmente do usuário, o sistema de identificação de voz se apóia nas particularidades do som, como freqüência, ruídos e até afinação. Por este motivo, a biometria por voz é considerada em decadência por especialistas do setor, mesmo com o baixo preço comparável com sensores de impressão digital. VEIAS DAS MÃOS A nova sensação do mercado de biometria, é a tecnologia de identificação do usuário pelas veias das mãos. O sistema identifica usuários por um fator extremamente único e difícil de ser falsificado: o posicionamento das veias e artérias dentro das mãos do usuário. O sensor PalmSecure, desenvolvido pela Fujitsu, bombardeia a mão do usuário com raios infravermelhos, que rastreiam todo o fluxo sangüíneo dentro do membro. Segundo Nelson Osanai, diretor de biometria da Fujitsu, “Na verdade, a identificação não é pelas veias, mas pelo fluxo do sangue.” Aliado à precisão, Osanai também destaca o conforto do usuário em usar o sistema, já que a mão precisa ficar a cerca de dez centímetros do pequeno sensor para que o reconhecimento aconteça. ROSTO O reconhecimento biométrico pela face do usuário alia baixos preços com alto conforto, mas apresenta brecha parecida com a voz: a segurança. Ao se posicionar na frente do sensor, a tecnologia mapeia 80 pontos do rosto do indivíduo, destacando traços na expressão e características próprias, como nariz e olhos, para montar o molde. Não pense, porém, que a falsificação apurada de um rosto, como faz o personagem de Tom Cruise na trilogia “Missão Impossível”, por meio de máscaras de látex, arrisque a segurança dos seus dados. A capacidade de reconhecer mais de um milhão de amostras por segundo junto à amplitude de registrar usuários à distância fazem da biometria por rosto um sistema potencialmente malicioso. Odor – Por mais que suscite centenas de piadinhas, a identificação pelo odor não tem relação nenhuma com um perfume usado ou a quantidade de suor impregnada no corpo humano. O sistema desenvolvido pela empresa Mastiff Electronic Systems, e ainda em testes, usa um sensor eletrônico extremamente sensível que imita o sentido do olfato humano para detectar partículas de odor liberadas por cada indivíduo. De tão sensível que é, o sistema, que ganhou o nome temporário de “Scentinel”, cheira a palmão da mão do usuário e “ignora” outras fragrâncias que não a detectada como a expelida pelo corpo humano. Odor, arquitetura da orelha, comparação de DNA e ondas cerebrais. Essas são novas técnicas biométricas que estão sendo pesquisadas. Será que um dia viram realidade? O FUTURO DA BIOMETRIA, CONTA COM RECONHECIMENTO POR ODOR E CALOR HUMANO ARQUITETURA DA ORELHA O sistema de arquitetura de orelha é similar ao que registram o formato da mão, mas conta com uma grande vantagem: em vez de tocar no sensor, o sistema registra à distância particularidades do membro, como lóbulo e as formações dentro da concha auricular. Além de ser pouco intrusivo ao corpo humano, como é a tecnologia de reconhecimento de íris, por exemplo, a biometria por reconhecimento de orelha apresenta como vantagem a baixa mudança do membro no decorrer da vida do usuário. O presidente da consultoria de segurança biométrica IDTech, Ricardo Yagi, vê com desconfiança o sistema, pela suposta facilidade em fraudes, pois pode-se fazer um molde da orelha, com uma máscara por cima e que o sistema pode autenticar. Segundo ele: “Se o sistema rastreasse a circulação de sangue dentro da orelha, a possibilidade de fraudes cai” COMPARAÇÃO DE DNA O uso de DNA como amostra biométrica é apontado como um sistema completamente seguro, já que seria praticamente impossível fraudar material genético humano. Críticos da tecnologia, no entanto, alegam que a obtenção de DNA seria um processo bastante intrusivo, com o usuário obrigado a ser tocado, e que não se basearia numa reprodução humana, mas sim em uma amostra. Métodos de identificação pelo DNA, porém, contam com a desvantagem da agilidade – material genético humano leva atualmente meio hora, no mínimo, para que seja “decifrado” a ponto de poder se comparado com outras amostras. ONDAS CEREBRAIS Mais do que qualquer outro parte do corpo, o cérebro humano carrega características individuais que dificilmente batem com as de outros indivíduos. Por que não, então, explorar essas particularidades? Os especialistas apostam em sistemas biométricos que medem ondas eletromagnéticas emitidas pelo cérebro humano. Em vez de se aproximar ou encostar-se no sensor, a tecnologia conseguiria medir os pulsos provenientes do cérebro sem que o usuário movesse um músculo. Mesmo que ainda não existam sistemas do tipo em desenvolvimento, pesquisas sobre o funcionamento elétrico do cérebro apontam para o reconhecimento biométrico pelo padrão das ondas geradas, porém estados mentais fora do normal, como crises de stress e depressão, podem influenciar diretamente nos resultados da autenticação. CURIOSIDADES DA BIOMETRIA NO BRASIL Exemplos de empresas brasileiras que estão investindo em biometria Bradesco Unimed Paulistana A biometria também será usada em salas de aulas e em urnas eletrônicas. REFERENCIAS http://idgnow.uol.com.br/especiais/biometria/