ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DA QUEIMA DAS FOLHAS
(Curvularia eragrostidis Henn.) E DE NEMATÓIDES NA
CULTURA DO INHAME (Dioscorea cayennensis Lam.) E
MANEJO DA CULTURA ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DA
RESISTÊNCIA INDUZIDA EM ÁREAS DE PRODUÇÃO NA
REGIÃO DO RECÔNCAVO BAIANO
Pesquisadora
Jane Oliveira Perez
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA DE AGRONOMIA
DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA
GRUPO DE PESQUISA
Agrobiologia e Controle de Doenças em Plantas
Coordenadora do Projeto: Drª Ana Cristina F. Soares
Instituição: Universidade Federal da Bahia – UFBA
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB
Unidade: Centro de Ciências Agrárias e Ambientais
Cruz das Almas
Departamento: Fitotecnia
Área: Agronomia- Fitopatologia
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA DE AGRONOMIA
DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA
GRUPO DE PESQUISA
Agrobiologia e Controle de Doenças em Plantas
MEMBROS DA EQUIPE DE PESQUISA
Pesquisadores:
Drº João Luiz Coimbra (Nematologista)
Carla da Silva Sousa – estudante/ Mestrado em Ciências Agrárias
Marlon da Silva Garrido – estudante/ Mestrado em Ciências Agrárias
Bolsistas de Iniciação Científica:
Nailson Santos de Almeida e Marília Sousa Salomão
Bolsista de Apoio Técnico:
Marizete dos Santos Santana
OBJETIVO
Conhecer os aspectos epidemiológicos da
queima das folhas, da casca preta e da
meloidoginose do inhame e avaliar a eficiência de
indutores de resistência bióticos e químicos no
manejo integrado da cultura do inhame na região
do Recôncavo Baiano.
Inhame (Dioscorea cayennensis Henn)
Cará da Costa
 Importância da cultura;
 Aspectos da produção e comercialização;
 Aspectos fitossanitários: doenças foliares e nematoses
Soares, 2004
Soares, 2004
COOPERRECÔNCAVO
Inhame para exportação
Soares, 2003
Soares, 2003
Soares, 2003
Soares, 2003
Aspecto geral da queima das folhas do inhame,
causado pelo fungo Curvularia eragrostides
• Túbera de inhame tipo padrão (A)
• Túberas
de
Meloidogynose
(C)
inhame
com
(B) e rachaduras
A
Soares, 2003
B
Soares, 2003
Soares, 2003
C
Soares, 2003
Casca preta do inhame (Scutellonema bradys)
RESULTADOS ALCANÇADOS
Tabela 1. Efeito in vitro de diferentes concentrações de ASM sobre o
crescimento micelial e esporulação de Curvularia eragrostides.
Dose do ASM
(ppm)
Crescimento
micelial (%)
Germinação de
esporos (%)
0
58,82 a
57 a
15,12
52,28 b
55 a
31,25
50,22 b
62 a
65,5
49,24 b
62 a
125
44,90 c
59 a
250
32,06 d
54 a
Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
c
Índice de doença
100
80
30 Dias
T estemunha
bB
60
aB
aB
aA
10 Dias
15 Dias
aA aB
40
aA aA
aA
20
0,1
0
0,1
0,15
0,3
T C.e
T Abs
Doses de ASM (mg/ml) de água
Figura 1. Efeito do ASM sobre mudas de inhame, 20 dias após inoculação
com Curvularia eragrostides. Severidade da doença na interação dose x
época, em relação à testemunha inoculada e não inoculada. Médias
seguidas por letras iguais dentro da dosagem, não diferem estatisticamente
a 5% de probabilidade.
2. Identificação de uma nova doença foliar na cultura do
inhame no Brasil, causada pelo fungo Phyllosticta sp
•Colônias com micélio de coloração
negra com picnídios de paredes
delgadas e imersos nos substratos.
Conídios ovais, hialinos e unicelulares
(hialosporos), exsudam dos poros dos
picnídios germinando de forma radial
até a formação do tubo germinativo.
Picnídios
Micélio negro c/
cresimento radial
• Identificação: Dr. José Luiz Bezerra
CEPLAC- Ilhéus, BA;
•1ª ocorrência no Brasil;
•Processo de registro no Ministério da
Agricultura
e
autorização
para
publicação.
Soares, 2003
Manchas foliares causadas por Phyllosticta sp.
3. Variabilidade fisiológica de isolados de Curvularia
eragrostides do inhame.
FIGURA 1 Taxa de esporulação (105) conídios/mL de isolados de Curvularia eragrostides, nos meios
de cultura BDA (Batata dextrose agar) e BSA (Batata sacarose agar). Médias de três repetições.
Médias seguidas de letras iguais não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de ScottKnott.
Variabilidade fisiológica de isolados de Curvularia
eragrostides do inhame.
% de germinação de isolados de
Curvularia eragrostides
BSA
100
80
60
40
b
b
b
BDA
b
a
a
a
a
a
a
a
a
20
0
C1 C1 C3 C3 C5 C5 C6 C6 C7 C7 C8 C8
Isolados
FIGURA 2 Efeito da interação meios de cultura x isolados, sobre a
percentagem de germinação dos esporos de Curvularia eragrostides.
Médias de três repetições. Médias seguidas de letras iguais não diferem
entre si, dentro de cada isolado, pelo teste de Scott-Knott a 5% de
probabilidade.
Índice de doença (%)
Variabilidade patogênica de isolados de Curvularia eragrostides do
inhame.
35
30
25
20
15
10
5
0
Iso 1
Iso 2
Iso 3
Iso 4
Iso 5
1
2
3
4
5
6
7
Iso 6
Test
Dias após a inoculação
Figura 3. Curva de progresso da queima da folhas (Curvularia eragrostides) em
mudas de inhame (Dioscorea cayennensis), para diferentes isolados. Test. –
testemunha não inoculada.
Tabela 1. Valores médios da área sob a curva de progresso da doença (AACPD) e do índice
de doença, obtidos a partir da inoculação com diferentes isolados de Curvularia eragrostides
em mudas de inhame, determinados em sete épocas de avaliação.
Dias após a inoculação*
Isolado
AACPD*
1ª
2ª
3ª
4ª
5ª
6ª
7ª
Iso 1
86,7 b
10,1 cd
10.8 bc
14.1 bc
14.9 bc
15.7 b
16.6 bc
19.1 b
Iso 2
164,75 d
14,3 d
25.6 d
28 d
28.1 d
28.1 d
28.9 c
32.0 c
Iso 3
73,7 b
6,6 bc
8.7 b
10.0 b
13.1 bc
14.9 b
15.6 b
16.2 b
Iso 4
75,7 b
4,1 ab
9.1 b
11.4 bc
11.4 b
13.3 b
13.4 ab
17.7 b
Iso 5
84,2 b
3,3 bc
11.8 bc
11.8 bc
13.3 b
16.7 b
19.0 bc
21.3 bc
Iso 6
111,15 c
6,4 bc
16.9 c
19.5 c
19.5 c
19.5 b
21.6 bc
24.6 bc
Test
4,9 a
0,2 a
0.6 a
1.0 a
1.0 a
0.5 a
0.8 a
1.4 a
*Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
4.
Sinergismo
entre
Curvularia
eragrostides
e
Colletotrichum gloeosporioides no aumento da
incidência da queima das folhas do inhame.
Soares, 2004
Testemunha
Soares, 2004
C. eragrostides
Soares, 2004
Soares, 2004
C. eragrostides + C. gloeosporiodes
Soares, 2004
C. gloeosporiodes – campo e casa-de-vegetação
5. Levantamento de fitonematóides na cultura do inhame na
região do Recôncavo Baiano
 Meloidogyne incognita (Kofoid & White) e Scutellonema
bradys: encontrados nas túberas de inhame em todas as
áreas amostradas.
 Os gêneros Pratylenchus coffea e P. brachyurus,
Helicotylenchus sp, Aphelenchoides sp, Mesocriconema
sp.Tylenchus sp e Tylenchorhynchus sp.: na rizosfera de
plantas de inhame da Costa.
 Rotylenchulus reniformis Linford & Oliveira (nematóide
reniforme) - 1ª ocorrência na Bahia (Figura 1).
 Produtores utilizam no plantio do inhame, túberas
sementes contaminadas por fitonematóides – principal
fonte de inóculo.
Coimbra, 2004
Figura 1. Rotylenchulus reniformis parasitando raízes de inhame da
Costa (D. cayennensis) 100X (A) e (B).
Nematologia Brasileira, v. 28(2): 219-221, 2004.
100
100
80
80
60
60
40
40
20
20
0
0
25/jun
15/jul
30/jul
11/ago
25/ago
Umidade relativa (% )
Indice de doença (%)
6. Correlacão do progresso da doença, em relação ao estádio
fenológico da cultura do inhame em relação as variáveis
climáticas no município de Cruz das Almas-BA
12/set
Data de coleta dos dados
Testemunha
Chlorotalonil
ASM + Azoxist. + Chlorot.
ASM
Azoxistrobin
Temperatura
Umidade relativa
Figura 1 Influência da temperatura média e umidade relativa do ar, na
incidência da queima da folhas (Curvularia eragrostides) sobre plantas de
inhame, pulverizadas com fungicidas e o indutor de resistência acibenzolar-smetil (ASM), no período entre junho a setembro de 2004.
7. Manejo da cultura do inhame utilizando o indutor de resistência
acibenzolar-s-metil e fungicidas para o controle da queima das folhas
do inhame em condições de campo
TABELA 1. Valores da área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), na avaliação
de fungicidas e do indutor de resistência no controle da queima das folhas em inhame.
AACPD
Tratamentos *
Folha
%
superior controle
Folha
média
%
controle
Folha
inferior
%
controle
Testemunha
2.276,25 a
-
2.931,5 a
-
3.802,5 a
-
Azoxistrobin
932,25 b
59
1.146,3 b
60
1.439,25 b
62,1b
ASM
867,75 b
61,8
1.372,5 b
53,1
1.611c
57,6c
ASM + Azoxist /ASM
+ Chlorot
771,75 b
66
955,5 c
67,4
1.364,25 b
64b
521,25 c
77,1
687 d
76,5
767,25 d
79,8d
Chlorotalonil
* Tratamentos com letras iguais na vertical não diferem estatisticamente a 5% de probabilidade. ASM
= acibenzolar-S-metil; % controle = % controle da intensidade da doença em relação a testemunha
não pulverizada.
T1
80
T2
60
T3
40
T4
20
T5
Índice de doença no terço
inferior das folhas (%)
Épocas de avaliação
12
/9
28
/8
13
/8
29
/7
0
29
/6
7/
9
24
/8
10
/8
27
/7
T5
100
14
/7
T4
Índice de doença no terço médio
das folhas (%)
T3
13
/7
29
/6
Índice de doença no
terço superior das
folhas (%)
T1
T2
100
80
60
40
20
0
Épocas de avaliação
T1
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
29/6
T2
T3
T4
T5
14/7
29/7
13/8
28/8
12/9
Épocas de avaliação
FIGURA 1 Curva de progresso da queima das folhas (Curvularia eragrostides) dos terços A – superior; B
– médio e C – inferior nos tratamentos: T1-acibenzolar-s-metil; T2- Azoxystrobin; T3- Chlorotalonil; T4acibenzolar-S-metil em combinação com os fungicidas; T5- testemunha não pulverizada.
T1
T3
T4
Figura 2. Sintomas da queima das folhas (Curvularia eragrostides) em plantas de
inhame nos tratamentos: T1-acibenzolar-s-metil; T2- Azoxystrobin; T3Chlorotalonil e T4- testemunha não pulverizada.
8. Controle da queima das folhas do inhame (Curvularia eragrostides)
através do indutor de resistência acibenzolar-s-metil em condições de
campo
Índice de doença (%)
100 b
100
80
50,97a
60
40
20
0
ASM
TEST
Tratamentos
Figura 1: Efeito do ASM sobre a incidência de C.
eragrostides em folhas de plantas de inhame sob
condições de campo. ASM - Acibenzolar-s-metil e
TEST - plantas não inoculadas. Médias com letras
iguais não diferem entre si pelo teste de Tukey a
5%.
Planta tratada com o
acibenzolar-s-metil
Planta sem o acibenzolars-metil
Caracterização das reações de defesa bioquímicas em plantas de inhame
induzidas por acibenzolar-s-metil na interação C. eragrostidis x D.
cayennensis
Figura 2 Atividade da enzima -1,3 glucanase
em folhas de inhame pulverizadas com ASM.
(Letras distintas representam diferenças ao
nível de 5%, pelo teste de Tukey).
Figura 3 Atividade da enzima peroxidase em
folhas de inhame pulverizadas com ASM. (Letras
distintas representam diferenças ao nível de 5%,
pelo teste de Tukey).
DIVULGAÇÃO TÉCNICO CIENTÍFICA
4
Artigos em
periódicos
3
Resumos em
periódicos
21
19
4
Resumos
expandidos
Resumos em
seminários UFBA
Artigos enviados
p/publicação
Publicações técnico científicas produzidas no período de abril de 2003 a
fevereiro 2006, vinculadas ao projeto PRODOC 76/2002.
IMPACTO CIENTÍFICO
1. Discussões técnico científicas do Grupo de Pesquisa
Agrobiologia e Controle de Doenças em Plantas da
UFBA/UFRB com outras instituições de pesquisa sobre novas
perspectivas de produção para a cultura do inhame;
2. Identificação e estudo epidemiológico de uma nova doença
na cultura do inhame;
3. Identificação e estudo das principais doenças causadas por
fungos e nematóides na região do recôncavo da Bahia, com
diversas apresentações em congressos e publicações;
4. Treinamento de bolsistas nas áreas relacionadas
Fitopatologia (nematologia, micologia e bacteriologia);
à
IMPACTO TECNOLÓGICO
1. Desenvolvimento de pesquisas envolvendo a implantação de
novas tecnologias de manejo da cultura do inhame;
2. Implantação de métodos alternativos para o manejo integrado
de doenças na cultura do inhame;
3. Redução do uso de túberas sementes contaminadas e de
agroquímicos na cultura;
4. Participação no Projeto ATER- Programa de Assistência
Técnica Rural e Capacitação, com Enfoque em Sistema
Agroecológicos de Produção Agrícola no Município de
Cruz das Almas, Coordenado pela Escola de Agronomia da
UFBA e a Prefeitura de Cruz das Almas, em parceria com a
Embrapa-Mandioca e Fruticultura e a EBDA .
IMPACTO ECONÔMICO
1. Aumento de produtividade e qualidade das túberas
de inhame;
2. Participação na revitalização da Cooperativa de
produtores, com a conquista de novos mercados e
aumento das exportações;
3. Incremento na renda dos pequenos produtores,
com o aumento da produção e melhor qualidade do
produto.
IMPACTO SOCIAL
1. Maior conscientização dos agricultores;
2. Melhoria na qualidade de vida dos produtores;
3. Ampliação do intercâmbio entre a instituição de
ensino e os produtores;
IMPACTO AMBIENTAL
1. Implantação do manejo integrado de doenças na
cultura do inhame;
2. Redução do uso de agrotóxicos;
3. Preservação do ambiente e redução no risco de
intoxicações por agroquímicos.
APLICAÇÃO TÉCNICA
1. Avanços nos conhecimentos técnicos- científicos
sobre a cadeia produtiva do inhame;
2. Necessidade de novas pesquisas em áreas
correlatas a produção agrícola;
3. Incremento do potencial produtivo da cultura e da
agricultura familiar no recôncavo baiano.
4. Desenvolvimento de projetos de extensão para
divulgação das novas tecnologias. EX: projeto
ATER (Assistência Técnica e Extensão Rural) em
parceria com a Secretaria de Agricultura do
município.
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