Exploração de recursos energéticos em Portugal
As centrais hidroeléctricas existentes,
integradas em aproveitamentos hídricos de
albufeira e de fios de água, permitem
satisfazer mais de um terço dos consumos
anuais de energia eléctrica, em anos de
pluviosidade normal. Cabe às centrais
térmicas a cobertura da parcela restante.
A localização dos aproveitamentos
hidroeléctricos está relacionada com as
características geológicas, geográficas e
hidrológicas do território. No nosso país é nas
zonas centro, nas bacias dos rios Douro,
Mondego, Zêzere e Tejo, que estas
características mais se evidenciam para a
implantação dos aproveitamentos
hidroeléctricos. É nas regiões autónomas dos
Açores e da Madeira que a energia hídrica
constitui um grande potencial energético.
As centrais hidroeléctricas são instalações
onde se produz energia eléctrica a partir da
energia potencial das águas contidas nos lagos
e rios.
A água contida na albufeira é conduzida por
um circuito hidráulico para uma central onde a
água em movimento é aproveitada para fazer
girar as pás das turbinas hidráulicas, que por
sua vez faz funcionar o alternador, permitindo
obter corrente eléctrica elevada de média
tensão.
Esta tensão é posteriormente elevada através
de transformadores e transportada até aos
consumidores. O conjunto constituído pelo
circuito hidráulico, turbina, alternador e
transformador designa-se por grupo gerador
hidroeléctrico.
Centrais Geotérmicas
A energia geotérmica tem origem na actividade térmica
interna da Terra, advindo o calor terrestre, em grande
parte, da desintegração de elementos radioactivos
presentes nas camadas mais profundas do planeta. À
medida que se avança para o interior da Terra a sua
temperatura aumenta. O gradiente geotérmico mede o
aumento de temperatura em função da profundidade.
Na Terra o valor do gradiente é da ordem dos três graus
Celsius por cada 100 m. Este valor permite considerar dois
tipos de geotermia: a energia geotérmica de alta entalpia e a
energia geotérmica de baixa entalpia.
A energia geotérmica de baixa entalpia está associada a zonas
geotermicamente estáveis e pode ser utilizada em
aquecimento ambiente de edifícios e nos sectores agrícolas e
industrial. As temperaturas da água situam-se nos 60 a 80
graus Celsius.
A energia geotérmica de alta entalpia está ligada a regiões
geologicamente activas. Nestas zonas activas atinge-se
temperaturas de 150 a 300 graus Celsius a uma profundidade
de 500 a 2000 m.
A produção de energia eléctrica a partir das
centrais termoeléctricas contribui com uma
parcela bastante significativa para o consumo
energético português.
Em Dezembro de 1992, o sistema produtor
térmico da EDP era constituído por duas
centrais a carvão - a da Tapada do Outeiro e
Sines; por três centrais a fuel-óleo - a do
Carregado, do Barreiro e de Setúbal; e por
duas centrais de turbinas a gás - a de Tunes e
Alto Mira.
Nas centrais termoeléctricas ocorre a
transformação da energia térmica em
energia eléctrica por um processo
electromagnético.
A produção de energia eléctrica, a partir da
queima de combustíveis fósseis (carvão ou
fuel ou gás natural), obtém-se por
expansão do vapor de água produzido nas
caldeiras, o qual faz mover as turbinas,
que, por sua vez, accionam os geradores.
A queima dos combustíveis fósseis é utilizada nas centrais termoeléctricas para
aquecer grandes quantidades de água em enormes caldeiras. Este aquecimento
origina uma grande quantidade de vapor que, quando é utilizado sob pressão, faz
movimentar as pás das turbinas. Estas fazem movimentar potentes electroímanes
que giram a grandes velocidades entre bobinas produzindo corrente eléctrica
alternada que, nas centrais portuguesas, tem uma frequência de 50 hertz.
Recursos renováveis
A hipótese mais aceita leva em conta que, com o aumento da temperatura, as moléculas
do queroseno começariam a ser quebradas, gerando compostos orgânicos líquidos e gasosos,
num processo denominado catagénese. Para se ter uma acumulação de petróleo seria
necessário que, após o processo de geração (cozinha de geração) e expulsão, ocorresse a
migração do óleo e/ou gás através das camadas de rochas adjacentes e porosas, até encontrar
uma rocha selante e uma estrutura geológica que detenha seu caminho, sobre a qual ocorrerá a
acumulação do óleo e/ou gás em uma rocha porosa chamada rocha reservatório. É de aceitação
para a maioria dos geólogos e geoquímicos, que ele se forme a partir de substâncias
orgânicas procedentes da superfície terrestre (detritos orgânicos), mas esta não é a única teoria
sobre a sua formação. Uma outra hipótese, datada do século XIX, defende que o petróleo teve
uma origem inorgânica, a partir dos depósitos de carbono que possivelmente foram formados
com a formação da Terra. Resumindo, há inúmeras teorias sobre o surgimento do petróleo,
porém a mais aceita é que ele surgiu através de restos orgânicos de animais e vegetais
depositados no fundo de lagos e mares, sofrendo transformações químicas ao longo de milhões
de anos. Substância inflamável, possui estado físico oleoso e com densidade menor do que a
água. Sua composição química é uma combinação de moléculas de carbono e hidrogênio
(hidrocarbonetos).
O petróleo é uma mistura de compostos orgânicos, predominando nitidamente os
hidrocarbonetos.
O petróleo é retirado das jazidas por meio de perfurações na crosta terrestre,
através das quais se atinge o poço petrolífero.
Inicialmente, o petróleo jorra espontaneamente, em razão da grande pressão de
seus gases; depois de certo tempo, a pressão interna torna-se insuficiente para levar
o petróleo à superfície da crosta terrestre, e a extração é feita por meio de bombas.
Obtém-se, assim, o petróleo bruto.
A seguir, o petróleo bruto é submetido a processos mecânicos de purificação: por
decantação, é separada a água salgada bem como a matéria em suspensão
(particularmente areia e argila) etc. Após o tratamento mecânico, o petróleo é
submetido a um processo de fracionamento.
Nas refinarias, o petróleo é submetido a
uma destilação fracionada, sendo o
resultado desse processo separado em
grupos. Nesta destilação encontramos os
seguintes componentes:
De 20 a 60 °C → éter de petróleo.
De 60 a 90 °C → benzina.
De 90 a 120 °C → nafta.
De 40 a 200 °C → gasolina.
De 150 a 300 °C → querosene.
De 250 a 350 °C → gasóleo (PT) ou óleo
diesel (BR).
De 300 a 400 °C → óleos lubrificantes
Resíduos → asfalto, piche e coque.
Subprodutos → parafina e vaselina.
O carvão mineral é um combustível fóssil natural extraído do subsolo. É um mineral de cor preta
combustível. É composto primeiramente por átomos de carbono e magnésio sob a forma de
betumes. Dos diversos combustíveis produzidos e conservados pela natureza sob a forma
fossilizada, acredita-se ser o carvão mineral o mais abundante.
Carvão é o nome genérico que pode ser utilizado para designar as quatro etapas típicas na
gênese deste combustível: TURFA, LINHITO, HULHA EANTRACITO, que constituem a série
evolutiva do carvão, sendo a turfa o menos carbonificado e o antracito o mais carbonificado. O
carvão é formada a partir de vegetais que se encontravam em diferentes estágios de
conservação, e tendo sofrido soterramento com compactação em bacias pouco profundas.
Decompõem-se a matéria vegetal, sob pequena espessura de água, dando-se a gelificação da
matéria orgânica. A camada de sedimentos, sob pressão, desce (é o fenômeno de subsidência) e
nova camada se forma no topo, sob pequena espessura de água. Esse fenômeno pode se repetir
grande número de vezes, durante o tempo geológico.
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