Universidade Federal do Ceará
Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem
Departamento de Enfermagem
Curso de Pós-graduação em Enfermagem na Promoção da Saúde - Doutorado
VALIDAÇÃO DE INTRUMENTOS EM
ENFERMAGEM
Facilitadora: Ms. Fernanda Jorge Magalhães.
Fortaleza- 2013
OBJETIVOS DO
APRENDIZADO
Identificar o conceito de validação de instrumentos para o
cuidado de Enfermagem;
Caracterizar as etapas do processo de construção e validação de
instrumentos;
Citar exemplos de trabalhos científicos sobre o processo
metodológico de construção e validação;
CONSIDERAÇÕES
INICIAIS
Diversos estudos têm mostrado a necessidade da validação de
instrumentos de medida como tecnologia eficaz e eficiente
para assistência à saúde.
A prática da Enfermagem tem sido fortemente influenciada
pelos avanços tecnológicos, como a utilização de instrumentos
que possibilitam:
auxílio para o cuidado,
implementação de rotina,
 educação em saúde e,
tomada de decisão adequada diante de uma situação de
risco.
QUESTIONAMENTO
O instrumento é válido
como tecnologia para o
cuidado de Enfermagem?
EXEMPLO DE
OBJETIVOS
TÍTULO: “VALIDAÇÃO DO PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO COM
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO EM PEDIATRIA”
Geral
 Validar o Protocolo de Acolhimento com Classificação de Risco em Pediatria
para classificar a prioridade de atendimento de crianças e adolescentes em
situações de urgência e emergência.
Específicos
 Identificar os conceitos dos atributos (sinais de alerta) presentes no protocolo
de acolhimento com classificação de risco em pediatria, bem como
antecedentes e consequentes;
 Validar a aparência e o conteúdo do Protocolo de Acolhimento com
Classificação de risco, a partir do nível de concordância dos juízes quanto
aos critérios simplicidade, clareza e relevância.
(MAGALHÃES, 2012)
METODOLOGIA
TIPO DE ESTUDO:
 Validação de tecnologia, caracterizado por procedimentos metodológicos, o qual se
busca por melhorar um instrumento construído por diversos autores para o
aperfeiçoamento da assistência de Enfermagem.
Modelo de
validação
de Hoskins
(1989)
Estruturas
psicométricas
de Pasquali
(1997; 1999).
Validação do
Instrumento
 Vale ressaltar que, atualmente, algumas pesquisas brasileiras sobre validação de
instrumentos adotam estes métodos de validação de forma conjugada (FREITAS,
2010; JOVENTINO, 2010; ALEXANDRE; COLUCI, 2011), assim como se pretende
empregar neste estudo
METODOLOGIA - PASQUALI
TRÊS PÓLOS OU
PROCEDIMENTOS DA
PSICOMETRIA:
 Pólo teóricos;
 Pólo empíricos ou
experimentais
 Pólo analíticos ou estatísticos.
1
Sistema psicológico  identificação do tema
2
3
4
5
6
Propriedade do sistema psicológico decidir as propriedades
que serão objeto imediato de interesse
Dimensionalidade do atributo  elaborar uma miniteoria
sobre sua compreensão do construto que deseja medir.
Definição dos construtos  definições constitutivas e
operacionais dos construtos
Operacionalização do construto  construção dos itens,
representação comportamental do construto
Análise teórica dos itens  análise semântica, compreensão dos
itens, e análise dos juízes, pertinência dos itens do construto que
representam.
7
Planejamento da aplicação  definidas a sistemática da aplicação
do instrumento
8
9
10
11
12
Coleta de dados propriamente dita  aplicando-se a versão
piloto do instrumento à população-alvo.
Dimensionalidade do instrumento  análise fatorial verifica
precisamente quantos construtos comuns são necessários
para explicar as covariâncias (intercorrelações) dos itens.
Análise empírica dos itens  capacidade de diferenciar
sujeitos com escores altos daqueles com escores baixos
Fidedignidade do instrumento  quanto os escores de um
sujeito se mantêm semelhantes em ocasiões diferentes.
Normatização  As normas de desenvolvimento se fundamentam
no fato do desenvolvimento progressivo
METODOLOGIA
TIPO DE ESTUDO
 Estudo metodológico, com destaque a avaliação e aperfeiçoamento de
instrumentos, o qual tem como objetivo a avaliação e elaboração de
instrumentos de modo a torná-lo confiável (POLIT; BECK; HUNGLER,
2001).
 O estudo se valeu a partir da sexta etapa da Validade de Conteúdo proposta
por Pasquali (1997; 2011), denominada de “Análise Teórica dos Itens”
Visa verificar a compreensão das tarefas propostas, por parte dos
juízes, testando a avaliação da pertinência do item tal a tal, ou
cada unidade, bem como avaliando o processo
METODOLOGIA
PSICOMETRIA
(PASQUALI, 2011)
METODOLOGIA
VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO
1
Construção dos conceitos dos atributos
(Sinais de Alerta), antecedentes e
consequentes;
2
Análise por Juízes  Validade de
Aparência e Conteúdo.
VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO
CONSTRUÇÃO DOS CONCEITOS DOS ATRIBUTOS,
ANTECEDENTES E CONSEQUENTES
 Revisão de Literatura, utilizando um POP :
METODOLOGIA
ETAPA 2: VALIDAÇÃO POR ESPECIALISTAS
 Verificação da adequação do conteúdo e das aparências dos componentes,
por especialistas em ACCR e/ou saúde da criança e do adolescente.
 Captação dos especialistas
Busca dos currículos
da Plataforma Lattes
- CNPq
Termos: saúde da
criança, emergência
pediátrica e
classificação de risco
“Amostragem tipo
bola de neve”
 Número de especialistas
 Será utilizado no mínimo 7 especialistas, com amostragem intencional.
CAPTAÇÃO DOS JUÍZES
Confirmação
dos critérios
para juízes por
avaliação do
Curriculum Lattes
Amostragem tipo
“bola de neve”
Realizado convite
por meio formal
pessoalmente ou por
correio eletrônico
Estabelecido um
prazo de 15 dias
com prorrogação de
mais 15 dias
 TCLE para juízes;
 Questionário de caracterização dos juízes;
 Check-list para validação;
(POLIT; BECK; HUNGLER, 2004);
 Protocolo de ACCR Risco em Pediatria.
CAPTAÇÃO DOS JUÍZES
 Número  Pasquali (1999) e Rubio et al., (2003) sugerem números de 6
a 20 sujeitos, indicando número ímpar para evitar o empate de opiniões.
Optou-se por no mínimo 7 juízes.
 Pontuação  Mínimo 5 e máximo de 14 pontos.
METODOLOGIA
ETAPA 2: VALIDAÇÃO POR ESPECIALISTAS
Instrumento de coleta de dados (Validação de Aparência e conteúdo)
 A validade aparente ou de rosto  avaliam se o conceito reflete o que o
pesquisador pretende mensurar. Pode ser útil para o desenvolvimento da
ferramenta em relação à determinação da legibilidade e clareza do conteúdo
(LOBIONDO-WOOD; HABER, 2001).
Objetivos
globais
Pacientes a
quem se
destina
Grupo de
desenvolvim
ento inclui
todos os
profissionais
pertinentes.
Utilizadoresalvo
Formulação dos
itens contempla
aa proposta
As
recomendaçõe
s são
explícitas e
não ambíguas
 Verificar a adequação das cores de classificação de risco proposta pelo
Protocolo de ACCR em Pediatria.
METODOLOGIA
ETAPA 3: VALIDAÇÃO CLÍNICA
 Se valerá da utilização das etapas de análise da confiabilidade ou
fidedignidade dos testes proposto por Pasquali (2011) com ênfase em duas
amostras de sujeitos, com mesmo instrumento ou teste e em única ocasião.
Confiabilidade ou
fidedignidade do
instrumento
• Consistência com o que o instrumento
mede o atributo;
• Quanto menor a variação produzida nas
mensurações repetidas, maior a
confiabilidade.
• Grau de eficácia que poderá predizer um
desempenho específico.
Validade de critério
(preditiva e concorrente) • Desempenho do sujeito como critério
contra o qual a medida obtida pelo teste
é avaliada.
ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS
 Banco de dados no Microsoft Excel/2010 e processados e analisados no SPSS
17.0;

-
Quatro aspectos:
Item está apropriado ou não ao protocolo;
Correspondência na prioridade de atendimento e no protocolo;
Determinação da simplicidade, clareza, relevância, precisão e amplitude;
Sugestões e justificativas da avaliação.
 Escala do tipo Likert (cinco níveis de suporte):
1- Péssimo, 2- Insuficiente, 3- Regular, 4- Bom, 5- Excelente
 Organização e apresentação:
Quadros, figuras e Tabelas
ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS
 Análise Estatística e Descritiva;
 Grau de concordância mensurado mediante o cálculo do Índice de
Validação de Conteúdo (IVC). Calculado pela fórmula:
 O item é tido como representante para o traço latente se houver
concordância de cerca de 80% entre os juízes.
(PASQUALI, 1997; 2011; ORIÁ, 2008).
ASPECTOS ÉTICO-LEGAIS
Resolução nº 196/ 96, do Conselho
Nacional de Saúde
Comitê de Ética em Pesquisa da UFC –
Protocolo nº 325/11
Educação Permanente da Secretaria
Municipal de Saúde (SMS)
EXEMPLO DE
VALIDAÇÃO
TÍTULO: “CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE ESCALA PARA
MENSURAR A AUTOEFICÁCIA MATERNA NA PREVENÇÃO DA
DIARREIA INFANTIL”
Geral
 Construir uma escala para mensurar a autoeficácia materna em prevenir a
diarreia infantil.
Específicos
 Elaborar itens e dimensões da autoeficácia materna em prevenir a diarreia
infantil.
 Avaliar as propriedades psicométricas em termos de validade e confiabilidade
do instrumento
(JOVENTINO, 2010)
EXEMPLO DE
VALIDAÇÃO
TÍTULO: “TRADUÇÃO, ADAPTAÇÃO CULTURAL E VALIDAÇÃO DO INFANT
SLEEP QUESTIONNAIRE: APLICAÇÃO EM CRIANÇAS COM PARALISIA
CEREBRAL ”
 Traduzir e adaptar o Infant Sleep Questionnaire (ISQ) para língua portuguesa no
contexto brasileiro;
 Aplicar a versão portuguesa do Infant Sleep Questionnaire (ISQ) junto aos cuidadores de
crianças com paralisia cerebral;
 Avaliar a confiabilidade e a validade da versão portuguesa do Infant Sleep Questionnaire
(ISQ) para identificação de distúrbios do sono em crianças com paralisia cerebral;
 Verificar a associação entre os escores da versão portuguesa do Infant Sleep
Questionnaire (ISQ) e as variáveis sociodemográficas e educacionais dos cuidadores e
das características clínicas das crianças com PC.
(LÉLIS, 2011)
UMA DAS PROPOSTAS DA
TESE!!
TRADUÇÃO, ADAPTAÇÃO
CULTURAL E VALIDAÇÃO
DO PROTOCOLO DE
ACOLHIMENTO COM
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
EM PEDIATRIA EM
PORTUGAL
PROPOSTA
Processo de Tradução e Adaptação Cultural
 Durante o processo de tradução e adaptação do Protocolo de ACCR propõe-se
as diretrizes para a adaptação cultural de instrumentos de medida que
possibilitam alcançar uma equivalência semântica, idiomática, cultural e
conceitual entre o instrumento original e a versão adaptada.
ETAPAS
 a) dupla tradução para a língua portuguesa de Portugal e elaboração de uma
versão síntese das traduções;
 b) retrotradução para a língua original;
 c) avaliação por comitê composto por especialistas;
 d) pré teste.
(GUILLEMIN et al, 1993; BEATON et al, 2002)
 2 tradutores brasileiros com fluência na língua portuguesa de Portugal serão
contactados para realizar a tradução do instrumento;
 Apenas um dos tradutores será orientado quanto à natureza do instrumento,
seus conceitos e objetivos, a fim de obter por um lado, uma versão confiável no
que diz respeito aos propósitos do instrumento e;
 Por outro, uma versão capaz de extrair significados inesperados do instrumento
original.
 Resultará nas versões T1 e T2
 Será solicitado a um terceiro tradutor brasileiro com fluência na língua
portuguesa de Portugal;
 Realização de uma síntese das versões T1 e T2, denominada T12
 A versão síntese T12, será submetida à retrotradução para o idioma original.;
 Desta vez serão contactados um tradutor de nacionalidade portuguesa, residente em
Portugal e proficiente na língua portuguesa brasileira que realizará a primeira
retrotradução (RT1);
 E uma enfermeira também de nacionalidade portuguesa e residente em Portugal, com
fluência no nosso idioma que realizará a segunda retrotradução (RT2)
REFERÊNCIAS
 AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da Diretoria Colegiada- RDC nº 210, de 04
de agosto de 2003. Diário Oficial da União de 14/08/2003. Disponível em:
<http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2003/rdc/210_03rdc.pdf> Acesso em 01.11.2011.
 ALEXANDRE, N.M.C.; COLUCI, M.Z.O. Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação
de instrumentos de medidas. Ciência & Saúde Coletiva. v. 16, n. 7, p.3061-3068, 2011.
 BERTONCELLO, K. C. G. Qualidade de vida e a satisfação da comunicação do paciente após a
laringectomia total: construção e validação de um instrumento de medida. Monografia [Graduação].
Escola de Enfermagem de Ribeira Preto da Universidade de São Paulo, 2004.
 BITTENCOURT, R.J.; HORTALE, V.A. Intervenções para solucionar a superlotação nos serviços de
emergência hospitalar: uma revisão sistemática. Cad. Saúde Pública. v. 25, n. 7, p.1439-1454, 2009.
 BOJO, A. K. S.; HALL-LORD, M.L.; AXELSSON, O.; UDÉN, G.; WILDE, L.B. Midwifery care: development of
fan instrument to measure quality base on the World Health Organization’s classification of care in
normal birth. Journal of Clinical Nursing, Oxford, v. 13, n. 1, p. 75-83, 2004.
 Guillemin F, Bombardier C, Beaton D. Cross-cultural adaptation of helth-related quality of life
measures: Literature review and proposed guideline. J clin epidemiol. 1993;46(12):1417-32.
 HOSKINS, L. M. Clinical validation, methodologies for nursing diagnoses research. In: CARROLJOHNSON, R. M. et al. (Ed.). Classification of nursing diagnoses: proceedings of the eighth conference
of North American Nursing Diagnosis Association. Philadelphia: Lippincott, 1989.
 Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the crosscultural
adaptation of health status measures. American Academy of Orthopedic Surgeons - Instirure for
Work and Health; Revised March 2002.
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