PEDAGOGIA DA CULTURA CORPORAL:
Críticas e Alternativas.
3º Capítulo: O currículo e a Educação Física
FRANCISCA FRANCIELY VELOSO DE ALMEIDA
Professora da Rede Pública de Cuiabá
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Prática de significação, identidade social
e poder. Empreendimento ético e político
(SILVA, 2002)
Questão central: O que? ( O que eles ou
elas devem ser?
Discussões sobre: natureza humana, da
aprendizagem, do conhecimento, da
cultura e da sociedade.
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Currículo Ginástico (Ling, Amoros e Spiess);
Currículo Esportivo (Tyler e Fisher);
Currículo Globalizante ou Psicomotor *(Vayer e Le
Boulch);
Currículo desenvolvimentista (Gallahue, revisto por
Tani et al);
Currículo Saudável **(Corbin, Fox e Mohnsen);
*Negrine (1983); Mello (1989); Freire (1989); Mattos e Neira (1999).
**Guedes e Guedes (1998); Mattos e Neira (2000) e Oliveira (2004).
Década 1960: Agitações e transformações.
Surgimento de livros, ensaios e teorizações.
 Crítico-superadora: Influenciado por Libâneo e
Saviani (Soares et al). “ Cultura Corporal”
 Crítico-emancipatória Fundamentada por
Habermas (Kunz)
Etapas de ensino: encenação, problematização,
ampliação e reconstrução.
 Parâmetros Curriculares Nacionais (MEC)
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A ideia de hegemonia
Supremacia de um povo através de imposições
culturais.
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Resistência a cultura hegemônica (Apple
e Giroux)
Currículo não é neutro, inocente e desinteressado.
Currículo é poder.
Emancipação e Libertação
Esfera pública democrática
Intelectuais transformadores
Voz
“Currículo psicomotor, desenvolvimentista e
esportivo da Educação Física”.
A crítica a educação bancária (Paulo Freire)
Caráter verbalista e narrativo
Transmissão de conhecimento
Educação “problematizadora”
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Conhecimento como ato
ativo e dialético
Sujeitos ativos
Objeto de estudo o mundo
Temas geradores
Devolução sistematizada e organizada
A crítica sociológica ao currículo (NSE).
(Young, Esland, Keddie e Bernstein)
 Sociologia Aritmética
 Ênfase nas variáveis de entrada e de saída
 Currículo como invenção social
 Conexão entre currículo e poder
 Currículo
não pode ser separado do
ensino e da avaliação
 Tradições culturais e epistemológicas dos
grupos subordinados
 Distinção entre poder e controle
Proposta curricular sugerida por Pérez
Gallardo
Perspectiva sociocultural
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Formação Humana, Ensino e Conteúdos da
Educação Física
Valorização das experiências e vivências
anteriores
Domínio conceitual do conteúdos relativos à
cultura corporal trazidos pelos alunos.
Diversidade Cultural
Paradoxo e Ambíguo:
Reivindicações dos grupos dominados
Soluções de problemas
Transfere para o campo político
Multiculturarismo “liberal” ou “humanista”
 “Humanidade comum”
 Tolerância, respeito e convivência harmoniosa
 Apelo a essência, a um elemento transcendente,
característica fora da sociedade e da história.
Concepção pós-estruturalista
Diferença:
 Processo linguístico;
 Discursivamente produzida;
 Nunca absoluta
Concepção materislista
 Inspirada na marxismo;
 O combate a diferença não pode ser apenas
discursiva;
 Processos institucionais, econômicos e estruturais.
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Quais as implicações curriculares
dessas diferentes visões de
multiculturalismo?
Quais as implicações
dessas
O gradiente da desigualdade em matéria de
educação e currículo é em função de outras
dinâmicas: gênero, raça e sexualidade.
Justiça Curricular: modificação substancial do
currículo existente.
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Confere a atualidade uma nova época.
Perspectivas, abrangendo campos intelectuais,
políticos, estéticos, epistemológicos.
Questiona os pressupostos do pensamento social e
político estabelecidos a partir do Iluminismo:
Noções de razão e racionalidade;
Noção de Progresso
Sujeito racional, autônomo, centrado e soberano
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Foucault, Deleuze e Derrida
Confundido com o Pós-modernismo
Campos epistemológicos distintos
Teorização sobre o processo de linguagem e
significação
Estende o conceito de diferença
Sujeito é uma invenção cultural, social e
histórica
Rejeita qualquer tipo de sistematização
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Questiona os “significados transcendentais”
ligados à religião, pátria, política e ciência;
Desconstrução dos inúmeros binarismos:
masculino/feminino; branco/negro.
Concepção de sujeito autônomo, racional,
centrado e unitário;
Definições filosóficas de verdade.
Currículo saudável: Quem definiu o
conceito de saúde que tal currículo
advoga?
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Análise das relações de poder entre as
diferentes nações que compõem a herança
econômica, política e cultural da conquista
européia.
Crítica dos currículos centrados no chamado
“cânon ocidental” das “grandes” obras
literárias e artísticas.
Inclusão das formas culturais que refletem a
experiência de grupos, cujas identidades
culturais e sociais são marginalizadas pela
identidade européia
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Conceito de representação: processo central
da identidade cultural e social.
Atenta as formas aparentemente benigna
de representação do Outro do currículo
contemporâneo.
Exige um currículo multicultural, que não
separe questões de conhecimento, cultura e
estética de questões de poder, política e
interpretação (descolonizado).
Disciplinas pedagógicas X disciplinas
biológicas e desportivas
Teorias científicas estrangeiras em
detrimento das nacionais
Modalidades esportivas predominante
Modalidades alternativas
Festa Junina X Festa Halloween
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Currículo como um campo de luta em torno
da significação e identidade;
Equiparação do conhecimento escolar e
conhecimento cotidiano;
O conceito de cultura equipara a educação a
outras esferas e o conceito de pedagogia
permite a operação inversa.
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Imensos recursos econômicos e tecnológicos
Objetivos comerciais
Forma sedutora e irresistível
Apelo para emoção e fantasia para o sonho e
imaginação.
Mais eficaz e inconsciente.
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Crítica cultural do currículo:
Análise da pedagogia da mídia (GIROUX, 1987)
pressupostos etnocêntricos e sexista. (Filme
produzidos pela Disney)
Peças publicitárias do McDonald’s;
(KINCHELOE)
Boneca Barbie “ kindercultura”(STEINBERG,
1997)
Cursos televisivos
Empresas financeiras tem adotado escola ou tem
sua própria instituição de ensino.
Conhecimentos advindos das comunidades
são tão dignos quantos os advindo da elite.
Exs: queimada preparatória, peteca, Capoeira,
danças gaúchas.
Escolinhas de esporte e treinamento
presentes nas aulas, o judô, o balé
“Pedagogia da mídia”: gestos de atletas,
produtos farmacêuticos ou materiais
esportivos.
O CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO
FÍSICA PARA ALÉM DAS
TEORIAS CRÍTICAS E PÓSCRÍTICAS
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Na teoria do currículo, a teorias pós-críticas devem
combinar com a teorias críticas, para nos ajudar
compreender os processos pelos quais, através de relação
de poder e controle, tornamos o que somos.
Depois do conhecimento dessas duas visões somos
obrigados a rejeitar a compreensão do currículo como um
veículo de transmissão de conhecimento, como um
conjunto de práticas inertes.
Impossível pensar no currículo simplesmente através de
conceitos técnicos como os de ensino e eficiência ou de
categorias psicológicas como as de aprendizagem e de
desenvolvimento, grade curriculares, listas de conteúdos
e tempo escolares.
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As teorias pós-críticas ampliam e
modificam os ensinamentos das teorias
críticas, apesar de enfatizar que o
currículo não pode ser compreendido sem
uma análise das relações de poder nos
quais estão envolvidos, este poder tornase descentralizado, estando espalhado por
toda rede social.
Currículo é um terreno
ativo onde se criará e
produzirá cultura, no qual os
saberes
que
nele
concretizam,
funcionam
como matéria prima de
criação
e
recriação,
contestação e transgressão.
Apenas
um
currículo
multicultural
poderá
contrapor-se às intenções
veiculadas pelas propostas
neoliberais.
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POR UM CURRÍCULO MULTICULTURAL
PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA
Modelo neoliberal da Educação Física:
Ressurgimento do modelo esportivo almejando a formação
do “cidadão moderno”
Jogos escolares em nível nacional;
Terceirização na rede privada;
Utilização das práticas como meio de acomodar
e
ressocializar os alunos;
Utilização de academias de ginásticas e clubes como espaços
equivalentes às aulas de EF.
Jogos cooperativos;
Educação para saúde;
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Preocupação com o processo e a forma de
produção de cultura das diferentes regiões;
Respeito as práticas corporais do cotidiano;
Questionamentos sobre as condições de
classe , etnia, gênero e sexualidade;
Práticas sociais onde a movimentação se dê
em função da comunicação/expressão de
sentimentos e intenções;
 Danças folclóricas regionais devem ser
valorizadas;
 Desmistificação sobre papéis
de gênero, classe e etnia;
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Diante do exposto, a equipe escolar deverá
fazer escolhas sobre quais manifestações da
cultura corporal serão estudadas em cada
fase da Educação Básica em função das
características da comunidade.
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Qual é a nossa aposta?
Qual é o nosso lado nesse jogo?
O que vamos produzir nesse currículo entendido
como prática cultural?
Vamos fazer do currículo um campo fechado,
perpetuando a cultura dominante?
Vamos enunciar as diferenças?
Vamos fazer do currículo um campo aberto de
disseminação de sentido, polissemia, de
produção de identidades voltadas para o
questionamento e para a crítica?
OBRIGADA!!!
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