Padronização de extrato de Wilbrandia
ebracteata (WE) em flavonóides totais
expressos como isovitexina. Farmácia.
Ana Cláudia de Medeiros¹, Talita A. Calegário¹, Erlon F. Martin¹, Luiz Kanis¹.
1 - Grupo de Pesquisa em Tecnologia Farmacêutica UNISUL Campus Tubarão. PUIC.
Introdução
Resultados
O interesse em alternativas de tratamento para enfermidades através de fontes
naturais é cada vez maior. E as plantas são grande fonte de princípios ativos com
importantes atividades farmacológicas.
As doenças inflamatórias são responsáveis por grande desconforto muitas vezes
impedindo o indivíduo de exercer normalmente suas atividades, devido a grande busca de
alívio dos sintomas os antiinflamatórios são uma das classes mais utilizadas no mundo.
Tendo em vista o intuito de utilizar plantas para substituir ou auxiliar os tratamentos
convencionais, a planta foco deste estudo é a Wilbrandia ebracteata (WE), que tem sido alvo
de várias análises quanto a sua atividade antiinflamatória.
A atividade antiinflamatória da raiz da planta, pode ser atribuída à presença de
flavonóides (pela sua atividade antioxidante) e cucurbitacinas (inibição da liberação de um
mediador inflamatório, conhecido como prostaglandina E2) entre seus constituintes.
A WE é conhecida popularmente como Taiuiá e encontrada com maior freqüência no
sul e sudeste do Brasil. Popularmente é utilizada no tratamento de prisão de ventre,
dermatoses, contraceptivo ou abortivo, anti-helmíntico, amenorréia, úlcera gástrica aguda e
doenças reumáticas.
Os teores extrativos em função do tempo de maceração e da proporção RMWE:solvente
utilizada nas granulometrias 106 e 250 µm, estão apresentados na Figura 1 e 2, respectivamente.
Fonte: Elaboração dos autores. 2010.
Fonte: Elaboração dos autores. 2010.
As CCDs contendo o ESEWE e EE juntamente com os flavonóides e cucurbitacinas, após a
análise em HPTLC geraram os cromatogramas expostos na Figura 3 e 4, respectivamente.
Objetivos
B
Desenvolver um processo extrativo para obtenção de extrato a partir de Wilbrandia
ebracteata, caracterizar em função de seus flavonóides e cucurbitacinas e obter o teor de
flavonóides totais expressos como isovitexina.
Metodologia
Raiz de moída de WE
(106 e 250 µm)
Filtragem à vácuo
1:4
1:8
Fonte: Elaboração dos autores. 2010.
Fonte: Elaboração dos autores. 2010.
Na figura 5 esta apresentada a curva relacionando a concentração na faixa de 0,005 a
0,02mg/mL de isovitexina com a absorbância correspondente. A curva possui R = 0,99985,
demonstrando uma correlação linear entra a concentração de isovitexina e absorbância obtida em
390 nm. E a fórmula estrutural da isovitexina está exposta na Figura 6.
1:12
Divididos em 3 frascos
para extração com
diferentes proporções
planta:solvente
0,9
0,8
Absorbância 390 nm
0,7
TEOR
EXTRATIVO
0,6
0,5
Linear Regression for Data1_B:
Y=A+B*X
Parameter
Value Error
-----------------------------------------------------------A
-0,03546
0,00538
B
43,00536
0,42591
-----------------------------------------------------------R
SD
N
P
-----------------------------------------------------------0,99985
0,0052 5
<0.0001
------------------------------------------------------------
0,4
0,3
0,2
0,1
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
Isovitexina (g/mL)
Secagem em
estufa a 40ºC
2mL do
extrato filtrado
Figura 2 – Processo de extração e avaliação do teor extrativo feito com extratos etanólicos, sob maceração constante durante 24, 48
e 72 horas.
Fonte: Elaboração dos autores. 2010.
Figura 5 – Curva analítica para a determinação do teor de
flavonóides totais expressos como isovitexina.
Fonte: Elaboração dos autores. 2010.
Figura 6 – Molécula química da isovitexina.
Fonte: Elaboração dos autores. 2010.
A determinação do teor de flavonóides totais expressos como isovitexina feita na amostra
do ESEWE constatou que 36,5% dos constituintes do extrato seco etanólico são flavonóides,
representando então, grande parte da massa extraída pelo etanol.
Conclusões
-Caracterização química do extrato seco etanólico de Wilbrandia ebracteata.
Obtenção do Extrato Seco Etanólico (ESEWE): foi obtido a partir da maceração da raiz na
granulometria de 106 µm com etanol durante 72 horas.
Identificação de flavonóides: a análise foi realizada por CCD em HPTLC. Foi investigada a
presença de isovitexina, orientina, passiflorina e rutina no ESEWE.
Identificação de cucurbitacinas: lavou-se o ESEWE com diclorometano (EE). A análise foi
realizada por CCD em HPTLC. Foram investigados cucurbitacina B (CB) e
dihidrocucurbitacina B (DHCB) no EE.
-Determinação do teor de flavonóides totais expresso como isovitexina.
Foi construída uma curva de calibração (R=0,99985) com as concentrações entre 0,005 e
0,02 mg/mL de isovitexina para a obtenção dos resultados. Para a reação foram utilizados o
ESEWE (1mg/mL) em etanol, acetato de etila, solução de cloreto de alumínio e solução
metanólica de ácido acético. A leitura da absorbância foi realizada após 30 minutos da reação
em 390 nm em espectrofotômetro UV-VIS.
Foi constatado que o tempo, tamanho de grânulo e proporção planta:solvente influencia
no teor extrativo das raízes de WE, sendo que a melhor extração foi constatada nas seguintes
condições: RMWE na granulometria de 106 µm, proporção de 1:12 RMWE:solvente, durante 72
horas. Na caracterização química do extrato seco etanólico da raiz da planta foram identificados
flavonóide (isovitexina) e cucurbitacina (dihidricucurbitacina B). Pela determinação do teor total de
flavonóides expresso com isovitexina foi contatado 36,5% de flavonóides no extrato seco
etanólico de das raízes de WE.
Bibliografia
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estudos in vitro e in vivo. Tese apresentada ao curso de Pós-Graduação em Farmacologia, Universidade Federal de Santa Catarina. 2007.
KREPSKY, Patricia Baier; CERVELIN, Mariana de Oliveira; PORATH, Débora; PETERS Rodrigo Rebelo; RIBEIRO-DO-VALLE, Rosa Maria; FARIAS,
Mareni Rocha. High performance liquid chromatography determination of cucurbitacins in the roots of Wilbrandia ebracteata Cogn. Rev.
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GAZOLA, Andressa Córneo. Estudo químico das raízes e folhas de Wilbrandia ebracteata Cogn. Dissertação apresentada ao programa de PósGraduação em Farmácia, Universidade Federal de Santa Catarina. 2008.
KREPSKY, Patrícia Baier. Contribuição para o desenvolvimento de método para análise quantitativa de cucurbitacinas em Wilbrandia
ebracteata cogn. E luffa operculata (l.) Cogn., empregando CLAE e espectrofotometria no uv. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Farmácia. Universidade Federal de Santa Catarina. 2003.
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