REINO PLANTAE O SUCESSO NO AMBIENTE TERRESTRE O reino Plantae engloba Briófitas, Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas. As plantas desse reino surgiram no meio aquático, e evidências permitem supor que elas foram originadas a partir das algas verdes: as clorofíceas. A passagem do meio aquático para o terrestre envolveu uma adaptação estrutural que permitiu a sobrevivência no novo meio. No meio aquático, as algas são constantemente banhadas pela água e dela retiram gases e nutrientes necessários à sobrevivência. Ao mesmo tempo, a água é um eficiente meio de sustentação do corpo do vegetal, graças ao empuxo por ela exercido. A reprodução é facilitada pela produção de gametas móveis que têm na água um eficiente meio de locomoção. No momento em que o vegetal invade o meio terrestre, são muitas as adaptações morfológicas necessárias à sua sobrevivência: eficiente mecanismo de absorção da água do solo: mecanismo rápido de condução de água e nutrientes até as células mais distantes dos centros de absorção: eficiente mecanismo de impermeabilização das superfícies expostas, o que evita a perda excessiva de água; eficiente mecanismo de trocas gasosas que permita o ingresso de gás carbônico, facilitando a ocorrência de fotossíntese; eficiente mecanismo de sustentação do corpo por meio de tecidos rígidos, já que o ar, pouco denso, é incapaz de exercer essa tarefa; possibilidade de reprodução, mesmo na ausência de água. As primeiras plantas com vasos condutores ainda dependem da água para o deslocamento dos gametas. adaptação dos jovens ao meio terrestre, por meio da produção de sementes. O embrião fica dentro de um meio desidratado, rico em alimento e envolvido por um revestimento protetor. Tradicionalmente, as plantas têm sido divididas em dois grandes grupos: Criptógamas (cripto = escondido; gamae = gametas): plantas que possuem as estruturas produtoras de gametas pouco evidentes. Exemplo: musgos e samambaias; Fanerógamas (fanero = visível): plantas que possuem estruturas produtoras de gametas bem visíveis. Todas desenvolvem sementes e por isso são também denominadas espermatófitas (sperma = semente). Exemplos: pinheiros, mangueiras, roseiras e coqueiros. As criptógamas dividem-se em dois grupos; Briófitas: criptógamas que não possuem vasos especializados para o transporte de seiva (avasculares); são plantas de pequeno porte. Exemplos: musgos e hepáticas; Pteridófitas: criptógamas que possuem vasos condutores de seiva (vasculares). Exemplos: samambaias e avencas. São plantas vasculares ou traqueófitas e são plantas de maior porte que as avasculares. O corpo é constituído basicamente por raiz, caule e folhas, enquanto nas briófitas fala-se em rizóide, caulóide e filóide, estruturas semelhantes respectivamente a raiz, caule e folha, mas sem vasos condutores de seiva. As fanerógamas também são divididas em dois grupos: Gimnospermas: possuem sementes, mas não formam frutos. Suas sementes são chamadas “nuas”, pois não estão abrigadas no interior de frutos (daí a denominação: gimno = nu; sperma = semente). Exemplo: pinheiro-do-paraná (Araucaria augustifolia) Estróbilo masculino Estróbilo feminino Angiospermas: possuem sementes abrigadas no interior de frutos (angio = urna; sperma = semente). Os frutos são resultantes do desenvolvimento do ovário da flor. São exemplos: mangueira, figueira, laranjeira. O modo como ocorreu a evolução dos processos sexuados e dos ciclos de vida nas plantas foi fundamentalmente importante para a conquista do ambiente terrestre. Todas apresentam ciclo de vida do tipo haplonte-diplonte. Nesse tipo de ciclo há alternância de gerações. A geração gametofítica é formada por indivíduos (gametófitos) que são haplóides (n) e produzem gametas por diferenciação celular e não por meiose. A geração esporofítica é composta de indivíduos (esporófitos) que são diplóides (2n) e produzem esporos por meiose. Nas Briófitas, a fase gametofítica é a mais desenvolvida, e a fase esporofítica cresce sobre a planta haplóide, dependendo dela para sua nutrição. Nas Pteridófitas, a fase esporofítica é a mais desenvolvida, além de ser independente da fase gametofítica, que é muito reduzida. Nas Gimnospermas e especialmente nas Angiospermas, a fase gametofítica é extremamente reduzida, não ocorrendo alternância típica de gerações, pois não se formam indivíduos haplóides bem caracterizados: o gametófito feminino desenvolve-se no interior do óvulo e o masculino, no grão de pólen. Nessas plantas o óvulo não é o gameta feminino; ele constitui uma estrutura que abriga o gametófito feminino, que dará origem ao gameta feminino chamado oosfera. Na evolução das plantas verifica-se, portanto, a redução da fase gametofítica e maior desenvolvimento da fase esporofítica. t e m p o