PROVA BRASIL (avaliação) EO DIREITO À APRENDIZAGEM.... Para que possa internalizar os conteúdos sociais produzidos pela humanidade, a criança depende da mediação do adulto, ou seja, do processo de interação com o outro. Nesse processo as atividades são partilhadas, internalizadas e ressignificadas. Visão Vygotskiana AS INTERAÇÕES COM O OUTRO E COM O MEIO, COMO DESENCADEADOR DO DESENVOLVIMENTO SÓCIO-COGNITIVO O DESENVOLVIMENTO É IMPULSIONADO PELA LINGUAGEM Vygotsky Em Língua Portuguesa , a Prova Brasil tem o foco na leitura, sendo o texto a menor unidade de sentido e, nesta perspectiva, exige a familiaridade com diferentes gêneros textuais – notícias, fábulas, quadrinhos, entre outros – sempre apresentados antes de cada uma das questões ou itens. Assim, cada gênero textual implica o desenvolvimento de conhecimentos específicos, sendo que o mais importante deles é o de compreender qual a finalidade comunicativa. A prova Brasil verifica as habilidades essenciais em língua Portuguesa e Matemática; é considerada pelos especialistas um instrumento essencial para o avanço da qualidade de ensino. Como o professor deve planejar a sua ação didática de forma que contemplem o desenvolvimento dessas habilidades em seus alunos? Para isso foi elaborado uma lista de Descritores que trazem habilidades necessárias para desenvolver competências maiores em cada área de conhecimento. Nem todo Ensino gera aprendizagem; (segundo Telma Weisz). “O ensino é a ação do professor que cria condições para o saber. A aprendizagem é ação do aluno que resulta em conhecimento. Competência Define-se competência na perspectiva de Perrenoud, como sendo a “capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiando-se em conhecimentos, mas sem se limitar a eles”. Para enfrentar uma situação, geralmente, colocam-se em ação vários recursos cognitivos. Para Perrenoud, “quase toda ação mobiliza alguns conhecimentos, algumas vezes elementares e esparsos, outras vezes complexos e organizados em rede”. Assim, as competências cognitivas podem ser entendidas como as diferentes modalidades estruturais da inteligência que compreendem determinadas operações que o sujeito utiliza para estabelecer relações com e entre os objetos físicos, conceitos, situações, fenômenos e pessoas. Habilidades Segundo o mesmo autor as habilidades referem-se, especificamente, ao plano objetivo e prático do saber fazer e decorrem, diretamente, das competências já adquiridas e que se transformam em outras habilidades. Cada matriz de referência da Prova Brasil apresenta tópicos ou temas com descritores que indicam as habilidades de Língua Portuguesa e Matemática a serem avaliadas. VIDEO NIKE Vídeo A IMPORTÂNCIA DA LEITURA QUAL É O OBJETIVO DA LEITURA NA ESCOLA? Explorar o potencial criativo; Princípio essencial é solicitar aos alunos que apresentem ideias; Propõe discussão e debate; atividade altamente estimuladora da mente; Estímulo a comunicação e as relações interpessoais. Brainstorming A importância da leitura - MOTIVAÇÃO A leitura é a mediadora entre o leitor e o mundo, a partir dela é possível redimensionar valores e vislumbrar novos horizontes para si e para a sociedade. O leitor pode conhecimento ter científico, artística da humanidade. acesso a todo o toda a produção OBJETIVOS DA LEITURA LEITURA BUSCA DE INFORMAÇÕES pesquisa e/ou complementação LEITURA ESTUDO DO TEXTO ideias, argumentos, relações LEITURA DO TEXTO PRETEXTO produção a partir do texto LEITURA FRUIÇÃO DO TEXTO ler por prazer, sem controle do resultado A leitura só se realiza a partir do diálogo do leitor com o objeto lido, seja escrito, sonoro, seja um gesto, imagem, acontecimento. (...) Em face disso aprender a ler significa aprender a ler o mundo, dar sentido a ele e a nós próprios. Maria Helena Martins Para a leitura se efetivar precisa, vir ao encontro de uma necessidade, de um desejo de expansão sensorial, emocional e racional. De uma vontade de conhecer mais. M. H. Martins O QUE É LER? É compreender um texto; dar sentido ao que está escrito; interpretar o que diz um texto; descobrir-lhe significado. É uma interação entre o pensamento ativo do leitor e o que diz o texto. Mas, para tal domínio ... ... é preciso que o aluno vivencie situações reais, em que escrever, ler, falar e escutar façam sentido. Texto : Mônica/Facoquero FACÓQUERO O Facóquero possui uma cabeça grande com verrugas espalhadas aos pares. Seus olhos localizam-se no alto da cabeça e servem para vigiar possíveis predadores. O focinho é longo, acompanhado de dois pares de presas, apoiados em seus membros anteriores. O corpo em forma de barril é grande e as pernas curtas. Possui uma cauda razoavelmente longa, que mantém em posição ereta enquanto trota. Um facóquero adulto pesa entre 50 a 100Kg. A altura da cernelha é em torno de 75cm. Esta espécie tornou-se bastante conhecida na mídia... FACÓQUERO JAVALI AFRICANO PUMBA Os eixos da Língua Portuguesa apresentam reflexão sobre a linguagem, permitindo ao aluno: NAS DIVERSAS SITUAÇÕES DE INTERAÇÃO Quatro habilidades linguísticas básicas Técnica das 4 palavras MÚSICA : É UMA PARTIDA DE FUTEBOL A leitura de imagem, ao ser realizada, estimula o aluno a pensar no que vai encontrar na unidade. Aprender a ler imagens vem principalmente da necessidade de compreensão. Caracteriza-se,portanto, como um rico momento de troca onde todos podem interagir. Detalhes, cores, movimentos e formas traduzem as ideias organizadas criteriosamente para o livro. O trabalho com a oralidade tem como objetivo desenvolver as habilidades linguísticas de falar e de escutar. E, nesse caso, escutar não significa apenas demonstrar respeito pelo interlocutor, mas também observar a argumentação, o encadeamento de ideias e até apropriar-se da lógica por ele utilizada, se for necessária uma contra-argumentação. Poderíamos, segundo Vincent Jouve (p. 17-22), ao citar Gilles Thérien, vê-la como uma atividade semiótica que engloba um processo com cinco dimensões: Percepção, identificação, Processo neurofisiológico Processo cognitivo e memorização de signos Depois que o leitor percebe e decifra os signos, ele tenta entender do que se trata. Processo afetivo Processo argumentativo Processo simbólico As emoções estão na base do princípio de identificação com a leitura. A intenção de convencer está de um jeito ou de outro presente em qualquer texto. Toda leitura interage com a cultura e os meios dominantes de um meio e de uma época. Leia e comprove De aorcdo com a pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as lrteas de uma plravaa etãso,a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e a útmilia lrteas etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma ttaol bçguana que vcoê pdoe anida ler sem pobrlmea. Itso é poqrue não lmeos cdaa lrtea, mas a plravaa cmoo um tdoo. Cruisso, não ahca? TÉCNICAS DE LEITURA LEITURA INDIVIDUAL SILENCIOSA VOZ LEITURA LEITURA EM APONTADA GRUPO PELO LEITOR TOTAL OU DIRETO OU DIVIDIDA INDIRETO LEITURA DIVIDIDA ENTENDIMENTO DAS PARTES DO TODO. LEITURA ORIENTADA DÁ REFERÊNCIAS DO TODO P.28 TEXTO P.44 TEXTO Descritores de LP Descritores de LP É uma forma de se declamar um poema em grupo. Para fazê-lo, divide-se o poema em versos, estrofes de acordo com o número de alunos no grupo ou de sala e cada qual fica responsável por declamar o trecho. Alguns versos serão falado por todos, em conjunto. Essa alternância entre uma voz ou mais vozes falando/declamando cria um efeito sonoro dando maior expressividade ao poema. Essa atividade exige ensaio e concentração Criando um personagem 1. Escreva um nome de pessoa, homem ou mulher. 2. Escreva o nome de um lugar distante. 3. Escreva uma idade qualquer. 4. Anote um espaço de tempo, sejam segundos, horas meses, anos, décadas, séculos... 5. Escreva um número qualquer. 6. Escreva um desejo qualquer, seu ou fictício. 7. Escreva a palavra sim ou a palavra não. 8. Escreva uma cor. 9. Escreva um hábito que classifica como um defeito. 10. Escreva um certo valor em dinheiro. 11. Escreva o nome de uma música ou de um grupo mu 12. Escreva o nome de um lugar muito próximo. Criando um personagem o nome do(da) de seu(sua) noivo(a)? 1. Qual Escreva um nome pessoa, homem ou mulher. Onde se encontraram pelalugar primeira vez? 2. Escreva o nome de um distante. idadeuma tem idade ele (ela)? 3. Que Escreva qualquer. 4. Anote um espaço de tempo, sejam segundos, horas Quanto tempo namoraram? meses, anos, décadas, séculos... o número dos sapatos dele(a)? 5. Qual Escreva um número qualquer. o maior desejo dele(a)? 6. Qual Escreva um desejo qualquer, seu ou fictício. bonito(a) inteligente? 7. ÉEscreva a epalavra sim ou a palavra não. Qual a cor doscor. olhos dele(a)? 8. Escreva uma 9. Escreva umdefeito hábitodele(a)? que classifica como um defeito. Qual o pior levarão lua-de-mel? 10. Quanto Escrevadinheiro um certo valorpara em adinheiro. Qual a canção que gostariam demúsica ouvir no seu 11. Escreva o nome de uma ou casamento? de um grupo mu vai o sernome a lua-de-mel? 12. Onde Escreva de um lugar muito próximo. 1. Salomé – O nome da minha noiva. 2. Marte – Onde nos encontramos pela primeira vez. 3. 100 anos – A idade dela. 4. Cinco dias – O tempo que namoramos. 5. 12 – O número dos sapatos dela. 6. Ser artista de cinema – O desejo dela. 7. Não – É bonita e inteligente? 8. Vermelho – a cor dos olhos dela. 9. Enfiar o dedo no nariz – O pior defeito dela. 10. Cinco reais – O dinheiro que tem para gastar na lua-de-mel. 11. O hino do Flamengo – A canção que ouviremos em nosso casamento. 12. Pátio da escola – Onde vai ser a lua de mel. Era uma vez, há muito tempo (tic-tac, tic-tac), um belo príncipe (uau), que queria se casar com uma princesa muito apaixonada (beijo). Um dia o belo príncipe (uau), subiu em seu cavalo Alazão (som de cavalo trotando) e foi ao encontro da princesa apaixonada (som de beijo). De repente, no meio do caminho, o belo príncipe (uau), se depara com um enorme leão (rugido). O enorme leão (rugido) resolveu atacar o belo príncipe (uau) e o belo príncipe (uau) pegou sua espada (XIP, XIP) e assustou o enorme leão (rugido), que saiu correndo de medo. O belo príncipe (uau) continuou em seu caminho quando de repente a chuva (chuá) começou a cair (1 pingo 2, 3, 4 até formando grande chuva), era uma enorme chuva (chuá). O Belo príncipe (uau) teve que buscar um abrigo para se proteger da chuva (chuá) e esperar até o outro dia. No outro dia, o belo príncipe (uau) continuou em seu caminho, chegando ao lindo castelo da princesa apaixonada (beijo). Depois de algum tempo (tic-tac, tic-tac), o belo príncipe (uau), que havia assustado o enorme leão (rugido), com sua espada (XIP, XIP) e se escondido da chuva (chuá) pediu a princesa apaixonada (beijo) em casamento. Casaram-se (música – até que enfim, até que enfim...) e viveram felizes para sempre. TEXTO: KLEITON LINHARES Leia a história e procure adaptá-la para uma narrativa em prosa. Ao redigir seu texto, não se esqueça de indicar as ações através da “voz do narrador” e, sobretudo, de introduzir as falas dos personagens e indicá-las com pontuação adequada. Além de indicar • o tempo, • o lugar, • o personagem, • o conflito • o desfecho vivido pelo personagem na história. a) Selecione um texto curto e escreva-o em tiras de papel. Cada frase ou parte do texto deverá estar escrito em uma tira. b) Divida a turma em grupos. c) Distribua uma ou mais tiras para cada elemento do grupo de forma desordenada e peça para que o grupo o reconstrua no chão. Essa atividade é sociointerativa e promove a participação de todos na reorganização do texto. a) Recorte alguns textos (tantos quantos forem os grupos). Os textos podem ser coloridos. b) Faça marcações de forma desorganizada nos textos (tal qual nos quebra-cabeças) ou em formar geométricas e recorte-os. c) Ofereça-os aos grupos para que os montem novamente. Você poderá ter em mãos algumas perguntas de interpretação para que o grupo responda, dando conta do entendimento da leitura que fizeram. a) Selecione algumas piadas e, em duas colunas, divida as piadas ao meio: o início da piada na primeira coluna e na outra - de forma desencontrada - o final das piadas. Os alunos devem ler e combinar os textos. Sugestão: Convide os alunos a formarem duplas e encenarem as piadas para a turma. a) Recorte algumas tiras de histórias em quadrinhos. b) Cole-as em uma folha com as partes desencontradas. c) Os alunos deverão lê-las e reorganizá-las de forma apropriada. a) Recorte novas tiras de histórias em quadrinhos e cole em uma folha, porém na ordem certa. b) Com o corretivo, apague as falas. c) Peça que os alunos completem da melhor maneira possível de forma que a história tenha coerência. Esse trabalho poderá ser feito em duplas. Beven 12 letra consolas 35 a) Recorte várias notícias com fotos do jornal. b) Elimine as legendas. c) Separe as fotos das notícias. d) Desafie o grupo a encontrar o par (notícia + foto). a) Recorte várias notícias de jornal que tenham as quatro partes fundamentais: título/manchete, corpo e foto com legenda. b) Desmembre as notícias, recortando as partes de cada uma. c) Peça ao grupo para reorganizá-las. Ler charges de jornal é uma forma divertida de se manter atualizado. a) Recorte as charges que encontrar pelos jornais. b) Distribua-as para os grupos e peça para fazerem a leitura, discutindo o acontecimento que está sendo abordado e identificar as pessoas que estão sendo focalizadas. c) Troque com os outros grupos de forma que todos possam fazer as várias leituras. d) Compare as diferenças que forem surgindo. a) Selecione figuras - pode ser de jornal - que apresentem uma situação passível de se criar um enredo. Explique que uma boa história deve, necessariamente, ter um conflito, senão não é uma história. b) Peça para que cada um faça a sua leitura do texto extra-verbal silenciosamente. c) Solicite que, nesse segundo momento, contem para o colega do lado que leitura fizeram e como resolveram o conflito que imaginaram para aquela figura . É importante que cada um fale. Tópico 1: Procedimentos de leitura Descritor 1: Localizar informações explícitas em um texto A habilidade que pode ser avaliada por este item relaciona-se à localização pelo aluno de uma informação solicitada, que pode estar expressa literalmente no texto ou pode vir manifesta por meio de uma paráfrase, isto é, dizer de outra maneira o que se leu. Essa habilidade é avaliada por meio de um texto-base que dá suporte ao item, no qual o aluno é orientado a localizar as informações solicitadas seguindo as pistas fornecidas pelo próprio texto. Para chegar à resposta correta, o aluno deve ser capaz de retomar o texto, localizando, dentre outras informações, aquela que foi solicitada. Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade? Em se tratando de habilidade básica de leitura, sugere-se que o professor, até o 5º ano, desenvolva em sala de aula estratégias de leitura utilizando gêneros textuais diversificados, para que os alunos adquiram familiaridade com temas e assuntos variados. Para isso, ele pode se valer de textos que despertem o interesse do aluno e que façam parte de suas práticas sociais. É importante, para o desenvolvimento dessa habilidade, que sejam utilizados textos de outras disciplinas, em um trabalho integrado com os demais professores. Exemplo Descritor 1: O disfarce dos bichos Você já tentou pegar um galhinho seco e ele virou bicho, abriu asas e voou? Se isso aconteceu é porque o graveto era um inseto conhecido como "bichopau". Ele é tão parecido com o galhinho, que pode ser confundido com o graveto. Existem lagartas que se parecem com raminhos de plantas. E há grilos que imitam folhas. Muitos animais ficam com a cor e a forma dos lugares em que estão. Eles fazem isso para se defender dos inimigos ou capturar outros bichos que servem de alimento. Esses truques são chamados de mimetismo, isto é, imitação. O cientista inglês Henry Walter Bates foi quem descobriu o mimetismo. Ele passou 11 anos na selva amazônica estudando os animais. MAVIAEL MONTEIRO, JOSÉ. Bichos que usam disfarces para defesa. Folhinha, 6 nov. 1993. O bicho-pau se parece com (A) florzinha seca. (B) folhinha verde. (C) galhinho seco. (D) raminho de planta. Tópico 2: Implicações do Suporte, do Gênero e/ou Enunciador na Compreensão do Texto Descritor 5: Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso Este tópico requer dos alunos duas competências básicas, a saber: a interpretação de textos que conjugam duas linguagens – a verbal e a não-verbal – e o reconhecimento da finalidade do texto por meio da identificação dos diferentes gêneros textuais. Para o desenvolvimento dessas competências, tanto o texto escrito quanto as imagens que o acompanham são importantes, na medida em que propiciam ao leitor relacionar informações e se engajar em diferentes atividades de construção de significados. Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade? Por meio deste descritor pode-se avaliar a habilidade de o aluno reconhecer a utilização de elementos gráficos (não-verbais) como apoio na construção do sentido e de interpretar textos que utilizam linguagem verbal e não-verbal. Essa habilidade pode ser avaliada por meio de textos compostos por gráficos, desenhos, fotos, tirinhas, charges. Por exemplo, é dado um texto não-verbal e pede-se ao aluno que identifique os sentimentos dos personagens expressos pelo apoio da imagem, ou dá-se um texto ilustrado e solicita-se o reconhecimento da relação entre a ilustração e o texto. Exemplo Descritor 5: Jim Meddick. “Robô”. In folha de São Paulo, 27/04/1993. No 3º quadrinho, a expressão do personagem e sua fala "AHHH!" indica que ele ficou: (A) acanhado. (B) aterrorizado. (C) decepcionado. (D) estressado. Tópico 3: Relação entre textos Descritor 15: Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de texto que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido. Este tópico requer que o aluno assuma uma atitude crítica e reflexiva em relação às diferentes idéias relativas ao mesmo tema encontradas em um mesmo ou em diferentes textos, ou seja, idéias que se cruzam no interior dos textos lidos, ou aquelas encontradas em textos diferentes, mas que tratam do mesmo tema, assim, o aluno pode ter maior compreensão das intenções de quem escreve. Essas atividades podem envolver a comparação de textos de diversos gêneros, como os produzidos pelos alunos, os textos extraídos da Internet, de jornais, revistas, livros e textos publicitários, entre outros. Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade? Por meio deste descritor, pode-se avaliar a habilidade do aluno em reconhecer as diferenças entre textos que tratam do mesmo assunto, em função do leitor-alvo, da ideologia, da época em que foi produzido e das suas intenções comunicativas. Por exemplo, historinhas infantis satirizadas em histórias em quadrinhos, ou poesias clássicas utilizadas como recurso para análises críticas de problemas do cotidiano. Exemplo Descritor 15: Texto I Os cerrados Essas terras planas do planalto central escondem muitos riachos, rios e cachoeiras. Na verdade, o cerrado é o berço das águas. Essas águas brotam das nascentes de brejos ou despencam de paredões de pedra. Em várias partes do cerrado brasileiro existem canyons com cachoeiras de mais de cem metros de altura! SALDANHA, P. Os cerrados . Rio de Janeiro: Ediouro, 2000. Texto II Os Pantanais O homem pantaneiro é muito ligado à terra em que vive. Muitos moradores não pretendem sair da região. E não é pra menos: além das paisagens e do mais lindo pôr-do sol do Brasil Central, o Pantanal é um santuário de animais selvagens. Um morador do Pantanal do rio Cuiabá, olhando para um bando de aves, voando sobre veados e capivaras, exclamou: “O Pantanal parece com o mundo no primeiro dia da criação.” SALDANHA, P. Os pantanais. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995. Os dois textos descrevem (A) belezas naturais do Brasil Central. (B) animais que habitam os pantanais. (C) problemas que afetam os cerrados. (D) rios e cachoeiras de duas regiões. Tópico 4: Coerência e Coesão no Processamento do Texto Descritor 2: Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto. Trata dos elementos que constituem a textualidade, ou seja, aqueles elementos que constroem a articulação entre as diversas partes de um texto: a coerência e a coesão. Considerando que a coerência é a lógica entre as idéias expostas no texto, para que exista coerência é necessário que a idéia apresentada se relacione ao todo textual dentro de uma seqüência e progressão de idéias. Para que as idéias estejam bem relacionadas, também é preciso que estejam bem interligadas, bem “unidas” por meio de conectivos adequados, ou seja, com vocábulos que têm a finalidade de ligar palavras, locuções, orações e períodos. Dessa forma, as peças que interligam o texto, como pronomes, conjunções e preposições, promovendo o sentido entre as idéias são chamadas coesão textual. Enfatizamos, nesta série, apenas os pronomes como elementos coesivos. Assim, definiríamos coesão como a organização entre os elementos que articulam as idéias de um texto. Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade? As habilidades que podem ser avaliadas por este descritor relacionam-se ao reconhecimento da função dos elementos que dão coesão ao texto. Dessa forma, eles poderão identificar quais palavras estão sendo substituídas e/ou repetidas para facilitar a continuidade do texto e a compreensão do sentido.Essa habilidade é avaliada por meio de um texto no qual é necessário que o aluno identifique relações entre as partes e as informações do texto como um todo. Exemplo Descritor 2: O hábito da leitura “A criança é o pai do homem”. A frase, do poeta inglês William Wordsworth, ensina que o adulto conserva e amplia qualidades e defeitos que adquiriu quando criança. Tudo que se torna um hábito dificilmente é deixado. Assim, a leitura poderia ser uma mania prazerosa, um passatempo. Você, coleguinha, pode descobrir várias coisas, viajar por vários lugares, conhecer várias pessoas, e adquirir muitas experiências enquanto lê um livro, jornal, gibi, revista, cartazes de rua e até bula de remédio. Dia 25 de janeiro foi o dia do Carteiro. Ele leva ao mundo inteiro várias notícias, intimações, saudades, respostas, mas tudo isso só existe por causa do hábito da leitura. E aí, vamos participar de um projeto de leitura? CORREIO BRAZILIENSE, Brasília, 31 de janeiro de 2004. p.7. No trecho “Ele leva ao mundo inteiro várias notícias...” (? . 8), a palavra sublinhada refere-se: ao (A) carteiro. (B) jornal. (C) livro. (D) poeta. Tópico 5: Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido Descritor 13: Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados. O uso de recursos expressivos possibilita uma leitura para além dos elementos superficiais do texto e auxilia o leitor na construção de novos significados. Nesse sentido, o conhecimento de diferentes gêneros textuais proporciona ao leitor o desenvolvimento de estratégias de antecipação de informações que levam o leitor à construção de significados. Em diferentes gêneros textuais, tais como a propaganda, por exemplo, os recursos expressivos são largamente utilizados, como caixa alta, negrito, itálico, entre outros. Os poemas também se valem desses recursos, exigindo atenção redobrada e sensibilidade do leitor para perceber os efeitos de sentido subjacentes ao texto. Faz-se necessário, portanto, que o leitor, ao explorar o texto perceba como esses elementos constroem a significação, na situação comunicativa em que se apresentam. Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade? Por meio deste descritor pode-se avaliar a habilidade do aluno em identificar, no texto, efeitos de ironia ou humor auxiliados pela pontuação, notação ou ainda expressões diferenciadas que se apresentam como suporte para esse reconhecimento. Essa habilidade é avaliada por meio de textos verbais e não-verbais, sendo muito valorizadas neste descritor as tirinhas, que levam o aluno a perceber o sentido irônico ou humorístico do texto, por exemplo, por uma expressão facial da personagem ou por uma expressão verbal inusitada. Exemplo Descritor 13: Continho Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho. Na soalheira danada de meio-dia, ele estava sentado na poeira do caminho, imaginando bobagem, quando passou um vigário a cavalo. — Você, aí, menino, para onde vai essa estrada? — Ela não vai não: nós é que vamos nela. — Engraçadinho duma figa! Como você se chama? — Eu não me chamo, não, os outros é que me chamam de Zé. MENDES CAMPOS, Paulo, Para gostar de ler - Crônicas. São Paulo: Ática, 1996, v. 1. p. 76. Há traço de humor no trecho (A) “Era uma vez um menino triste, magro”. (l. 1) (B) “ele estava sentado na poeira do caminho”. (l. 2) (C) “quando passou um vigário”. (l. 2-3) (D) “Ela não vai não: nós é que vamos nela”. (l. 5) Tópico 6: Variação Linguística Descritor 10: Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto. Este tópico refere-se às inúmeras manifestações e possibilidades da fala. A percepção da variação linguística é essencial para a conscientização linguística do aluno, permitindo que ele construa uma postura não-preconceituosa em relação a usos lingüísticos distintos dos seus. É importante além da percepção, as razões dos diferentes usos, quando é utilizada a linguagem formal, a informal, a técnica ou as linguagens relacionadas aos falantes. É necessário transmitirmos ao aluno a noção do valor social que é atribuído a essas variações, sem, no entanto, permitir que ele desvalorize sua realidade ou a de outrem. Essa discussão é fundamental nesse contexto. Que sugestões podem ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade? Por meio deste descritor pode-se avaliar a habilidade do aluno em identificar quem fala no texto e a quem ele se destina, essencialmente, pela presença de marcas linguísticas (o tipo de vocabulário, o assunto etc.), evidenciando, também, a importância do domínio das variações lingüísticas que estão presentes na nossa sociedade. Essa habilidade é avaliada em textos nos quais o aluno é solicitado a identificar o locutor e o interlocutor nos diversos domínios sociais, como também são exploradas as possíveis variações da fala: linguagem formal, informal etc. Por exemplo, nos itens é solicitado que o aluno identifique em que situações são utilizados determinados tipos de linguagem (amigos, autoridades, mães, entre outros), ou de que meio é característico determinada linguagem apresentada. Exemplo Descritor 10: Televisão Televisão é uma caixa de imagens que fazem barulho. Quando os adultos não querem ser incomodados, mandam as crianças ir assistir à televisão. O que eu gosto mais na televisão são os desenhos animados de bichos. Bicho imitando gente é muito mais engraçado do que gente imitando gente, como nas telenovelas. Não gosto muito de programas infantis com gente fingindo de criança. Em vez de ficar olhando essa gente brincar de mentira, prefiro ir brincar de verdade com meus amigos e amigas. Também os doces que aparecem anunciados na televisão não têm gosto de coisa alguma porque ninguém pode comer uma imagem. Já os doces que minha mãe faz e que eu como todo dia, esses sim, são gostosos. Conclusão: a vida fora da televisão é melhor do que dentro dela. PAES, J. P. Televisão. In: Vejam como eu sei escrever. 1. ed. São Paulo, Ática, 2001. p. 26- 27. O trecho em que se percebe que o narrador é uma criança é: (A) “Bicho imitando gente é muito mais engraçado do que gente imitando gente, como nas telenovelas.” (B) “Em vez de ficar olhando essa gente brincar de mentira, prefiro ir brincar de verdade...” (C) “Quando os adultos não querem ser incomodados, mandam as crianças ir assistir à televisão.” (D) “Também os doces que aparecem anunciados na televisão não têm gosto de coisa alguma...”