Licenciatura em Biologia Humana
Ano letivo 2014/2015
Biologia do Desenvolvimento
Docente: Paulo de Oliveira
Discentes: Andreia Santos, N°31907; Mélanie Teixeira, N°32453; Micael Almeida, N°31837
Plano de Apresentação:
Aborto espontâneo:
– Aborto espontâneo recorrente;
– Aborto espontâneo Vs. Nascimento prematuro.
Etiologias:
– Etiologias genéticas;
Implicações das anomalias cromossómicas
nos abortos espontâneos;
Conclusões;
Referências Bibliográficas.
Aborto Espontâneo
 É a expulsão ou extração de um concepto com peso inferior a
500g;
 Com uma idade gestacional de 20 a 22 semanas completas ou o
comprimento de 25cm;
 Aproximadamente 15% de todas as gestações clinicamente
conhecidas resultam em aborto espontâneo;
 Apenas 30% de todas as conceções resultam em nascimento.
Artigo consultado: “Recurrent Pregnancy Loss: Etiology, Diagnosis, and Therapy”
Artigo consultado: “Capitulo 1: Compreendendo os determinantes da saúde perinatal e neonatal”
Aborto Espontâneo Recorrente
 É definido pela ocorrência de 3 ou mais abortos espontâneos
consecutivos antes das 20 semanas desde o início do último
período menstrual;
 Afeta cerca de 1% a 2% das mulheres;
 Ocorre em 1 em cada 300 gestações;
 Casais com AR e cariótipo alterado têm risco de mais de 70% de
novo aborto por aneuploidia.
Artigo consultado: Recurrent Pregnancy Loss:Etiology, Diagnosis, and Therapy
Aborto Espontâneo Vs.
Nascimento Prematuro
Características
Nascimento
Prematuro
Aborto espontâneo
Idade gestacional
≥ 25 semanas
< 23semanas
Peso
≥ 600g
<500g
Maturidade
Suficiente
Insuficiente
Etiologias
Artigo consultado: Recurrent Pregnancy Loss:Etiology, Diagnosis, and Therapy
Etiologias
Trimestre
Fatores
Fetal
Maternal
Outros
Primeiro
Fatores Anatómicos
Fatores Endócrinos
Drogas
Fatores
Gravidez Ectópica
Imunológicos
Tabaco
Infeções
Trombofilia
Segundo
Fatores Anatómicos
Fatores
Imunológicos
Infeções
Fatores da placenta
Trombofilia
Terceiro
Mutações
Cromossómicas
Malformações
Congénitas
Drogas
Rutura de
membranas
Tabaco
Fatores
Imunológicos
Infeções
Uso de drogas
Complicações do
Tabaco
cordão umbilical
Gravidez pós-termo
As Etiologias Genéticas
 Associadas a um rearranjo parental
desequilibrado,
geralmente
translocações
recíprocas
ou
Robertsonianas;
 Defeitos de um único gene, tais como
fibrose cística ou anemia falciforme;
 Outras anomalias estruturais como
inversões cromossómicas, inserções, e
mosaicíssimo.
Artigo consultado: Recurrent Pregnancy Loss:Etiology, Diagnosis, and Therapy
Mosaicismo
Aneuploidias
 São células cujo material genético está alterado, tendo um
número cromossómico diferente da espécie normal.
 Aneuploidia é uma causa significativa de doença de
desenvolvimento;
 Ocorre em:
 0,3% dos recém-nascidos;
 4% de natimortos;
 ± 50% dos abortos espontâneos.
Artigo consultado: “Gender effects on the incidence of aneuploidy in mammalian germ cells”
ERROS cromossómicos em
embriões humanos
 Instabilidade cromossómica é comum em fertilizações in vitro
(FIV) em estágio de clivagem;
 45-70% destes embriões têm uma anomalia cromossómica em pelo
menos uma célula;
 Após a analise de blastómeros diferentes, provenientes do mesmo
embrião, de 25% a mais de 60% dos embriões mostram
mosaicíssimo;
 Os embriões provenientes de uma elevada idade materna têm
mais alterações devido a uma elevada taxa de erro meióticos.
Artigo consultado: Somatic Genomic Variations in Early Human Prenatal Development
Variações genéticas no
desenvolvimento pré-natal
 Muitas das mutações cromossómicas observadas na segmentação em
estado embrionário, raramente são observadas na fase clínica da
gravidez, como:
-Monossomias;
-Trissomias;
-Alterações segmentares.
 A seleção natural no inicio da gestação:
-Embriões com anormalidades cromossómicas encontrados em
abortos espontâneos (50-60%);
- Embriões em estágio de clivagem (60-90%).
 Alterações segmentares aparecem em 4-7% dos abortos espontâneos;
 Embriões no estágio de segmentação apresentam uma elevada
percentagem .
Artigo consultado: Somatic Genomic Variations in Early Human Prenatal Development
Variações genómicas no
desenvolvimento pré-natal
 As trissomias mais comuns são a 15,
16, 21 e 22;
 Monossomias
autossómicas
são
raramente detetadas.
- Devido a associação a mosaicos,
afetando:
- Tecidos placentários
- Um pequeno número de células.
 Pequenas deleções e duplicações não
são uma causa frequente de abortos e
a percentagem de alterações não
aumentam com a idade.
Artigo consultado: Somatic Genomic Variations in Early Human Prenatal Development
Segregação cromossómica
 Em análises citogenéticas moleculares observou-se aneuploidias em:
-1% a 4% de esperma;
-20% dos oócitos.
 A maioria dos cromossomas extras (trissómicos) aparenta ser de
origem materna resultante da não disjunção na primeira divisão
meiótica.
 As aberrações cromossómicas numéricas e estruturais geralmente
interferem com as sinapses e recombinação dos cromossomas
homólogos durante a prófase I da meiose.
Artigo consultado: “Gender effects on the incidence of aneuploidy in mammalian germ cells”
Segregação cromossómica
 Não disjunção dos cromossomas durante a meiose I, como a separação
prematura de cromatídeos antes da anáfase meiótica pode contribuir
para a aneuploidia.
 Durante a meiose, postos de controlo na
prófase meiótica e o ponto de verificação
na placa equacional da fase M, pode
induzir:
- a apreensão meiótica e/ou morte celular
em
caso
de
perturbações
emparelhamentos/recombinação
cromossomas.
nos
dos
Relação género/aneuploidias
 As diferenças de género na aneuploidia podem resultar de:
-Checkpoints mais permissivos em fêmeas do que em machos;
- Perda da coesão cromossómica em oócitos, relacionada com a
idade.
-Diferenças na tolerância do ''programa meiótico '' para
anomalias de emparelhamento e de troca
-Durante a espermatogénese, as mutações/alterações podem
dar um ''sinal de stop'' e desencadear uma via apoptótica.
 Aumentos de frequência de aneuploidias em espermatozoides foi
mostrada após:
 Exposição a drogas terapêuticas;
 Agentes de trabalho;
 Fatores de estilo de vida.
Artigo consultado: “Gender effects on the incidence of aneuploidy in mammalian germ cells”
Relação género/aneuploidias
 Os dados sobre a aneuploidia oocitária causada por agentes exógenos é
limitado devido às pequenas quantidades de oócitos disponíveis para
análise combinada com os potenciais efeitos da idade materna.
Exemplos:
 Nos roedores os oócitos são mais sensíveis do que as células
germinais masculinas quando expostas a substâncias químicas que
afetam a placa equacional meiótica.
 Em experiencias in vitro, após análises a animais transgénicos e
knockdown para genes expressos na meiose começaram a abordar
os mecanismos moleculares subjacentes à falha na segregação
cromossómica em células germinativas de mamíferos permitindo
comparar as diferenças entre os sexos.
Artigo consultado: “Gender effects on the incidence of aneuploidy in mammalian germ cells”
Relações genéticas dos fatores
Ambientais/Químicos
Implantação embrionária
 Nos seres humanos, a aneuploidia pode resultar na inibição do
desenvolvimento da implantação de embriões.
 Devido ao desequilíbrio de dosagem do gene, muito poucos fetos
aneuploides sobrevivem.
 Na maioria das pós-implantações embrionárias, o número
anormal de cromossomas leva:
-A abortos espontâneos;
-Natimortos;
-Anomalias congénitas
graves nos recém-nascidos.
Artigo consultado: “Gender effects on the incidence of aneuploidy in mammalian germ cells”
Alterações nos cromossomas
sexuais
 As aneuploidias mais frequentes em abortos espontâneos são:
-Síndroma de Turner (23, X);
-Trissomia 15,16, 21 e 22.
 Comparado as alterações autossómicas com as aneuploidias nos
cromossomas sexuais:
-Exibem menos efeitos adversos;
-Fenotipicamente mais compatíveis com o desenvolvimento fetal.
 Aproximadamente 50% dos embriões XXY e 100% de embriões XYY
sobreviver ao nascimento.
 A maioria das alterações numéricas comuns em recém-nascidos são:
-Três cromossomos sexuais (XXX, XXY, XYY);
-Cromossomos sexuais normais mais um cromossoma adicional 21,
13 ou 18.
Artigo consultado: “Gender effects on the incidence of aneuploidy in mammalian germ cells”
Anomalias cromossómicas vs.
Idade
 A gametogénese humana é única e suscetível de género específico
a erros na segregação cromossómica;
 Foi descrito uma forte correlação entre a idade a incidência de
síndrome de Down;
-Assumindo uma taxa de aborto espontâneo de 15%;
-Incidência de trissomia é < 5% em grávidas com idade < 32;
-Aumenta exponencialmente para mais 30% em mulheres
aproximadas da senescência reprodutiva.
Artigo consultado: “Gender effects on the incidence of aneuploidy in mammalian germ cells”
Probabilidade de aborto de
acordo com a Idade materna
 13,5% das gestações que são destinadas a ser levadas a termo,
resultam em perda fetal.
 O risco de um aborto espontâneo é de:
-8,9% em mulheres com idades entre 20-24 anos;
-74,7% em idades superiores a 45 anos.
 O risco de aborto em gestações subsequentes é de:
-30% após 2 abortos;
-33% após 3 abortos, em pacientes sem história de um nascimento.
 O risco de uma gestação ectópica e natimortos também aumenta com
o aumento a idade materna.
Artigo consultado: Recurrent Pregnancy Loss:Etiology, Diagnosis, and Therapy
Trissomias VS Meiose materna
 Erros durante a meiose I materna ocorre em:
 Aproximadamente 100% dos casos de trissomia 16;
 90% dos casos de trissomia 22;
 75% dos casos de trissomia 15;
 65% dos casos foram trissomia 21.
 Erros durante a meiose II materna ocorre em:
 25% dos casos de trissomia 21;
 10% dos casos de trissomia 15.
Artigo consultado: “Gender effects on the incidence of aneuploidy in mammalian germ cells”
Trissomias VS Meiose paterna
 Erros que ocorrem na meiose I dão origem a:
 ≈50% dos casos da síndrome de Klinefelter (47, XXY);
 Uma proporção significativa de trissomia 2 e 15.
 Erros na separação das cromatídeos na meiose II originam:
>50% das trissomias 18.
Artigo consultado: “Gender effects on the incidence of aneuploidy in mammalian germ cells”
Anomalias gaméticas que
justificam algumas Aneuploidias
heterossômicas
Conclusões
 Os embriões originados a partir progenitores com elevada idade
apresentam mais alterações devido a maiores erros meióticos;
 O risco de uma gestação ectópica e nados-mortos também
aumentou com o aumento a idade materna;
 As diferenças de género na aneuploidia pode resultar de
checkpoints mais permissivos em fêmeas do que em machos;
 As pequenas deleções e duplicações não têm influencia da idade
nem afetam diretamente na ocorrência de abortos;
 A seleção natural nos embriões mutados nos primeiros dias de
gestação apresentam uma menor percentagem de anomalias
cromossómicas do que os embriões em estágio de clivagem;
Conclusões
 As aneuploidias envolvendo cromossomas sexuais exibem menos
efeitos adversos e são fenotipicamente mais compatíveis com o
desenvolvimento fetal em comparação com as alterações
autossómicas
 As trissomias mais comuns são as dos cromossomas 15, 16, 21 e 22;
 Nos seres humanos, as aneuploidias podem resultar na inibição do
desenvolvimento da implantação de embriões;
 As alterações que se encontram nos cromossomas seguem um padrão
que depende do género do progenitor que é oriundo;
 Devido ao desequilíbrio de dosagem do gene, muito poucos fetos
aneuploides sobrevivem.
Referências Bibliográficas:
• Ford, H. B., & Schust, D. J. (2009). Recurrent Pregnancy Loss :
Etiology , Diagnosis , and Therapy, 2(2), 76–83.
• Nascimento, P. D. O. (n.d.). CAPÍTULO 1 : COMPREENDENDO OS
DETERMINANTES DA SAÚDE PERINATAL E NEONATAL.
• Pacchierotti, F., Adler, I.-D., Eichenlaub-Ritter, U., & Mailhes, J.
B. (2007). Gender effects on the incidence of aneuploidy in
mammalian germ cells. Environmental Research, 104(1), 46–69.
doi:10.1016/j.envres.2006.12.001
• Robberecht, C., Vanneste, E., Pexsters, A., D’Hooghe, T., Voet, T.,
& Vermeesch, J. R. (2010). Somatic genomic variations in early
human prenatal development. Current Genomics, 11(6), 397–401.
doi:10.2174/138920210793175967
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Aborto Espontâneo - Biologia do Desenvolvimento 2015